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Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina Anemias Hemolíticas Destruição normal dos eritrócitos Normalmente em 120 dias as algumas hemácias são removidas extravascularmente pelos macrófagos do sistema reticulo endotelial ( medula, figado e baço). O baço e o figado são muitos sensíveis para detectar anormalidades nas hemácias, dessa forma como as hemácias são possuem núcleo seu metabolismo é deteriorado a medida que as enzimas são degradadas. O catabolismo do heme libera o ferro que é acoplado a transferrina e a protoporfirina que é transformada em bilirrubina indireta/não conjugada sendo insolúvel e necessitando da albumina como proteína transportadora. Atraves da circulação hepática a bilirrubina indireta ganha os hepatócitos onde é conjugada com o acido glicuronico pela enzima UDP- glicuronil-tranferase tornando a bilirrubina solúvel/ conjugada. A bilirrubina direta segue para os canalículos biliares, ducto biliar direito e esquerdo ate chegar a vesicula biliar onde é armazenada, posteriormente ela é eliminada pelo ducto colédoco via bile, no intestino delgado ela é convertida a estercobilinogênio e estercobilina ( dando a coloração marrom as fezes). Uma porção dessas substancias são absorvidas pelo intestino ganhando a circulação enterro-hepatica e excretada pela urina na forma de urobilinogênio e urobilina. A Heptoglobina está presente no plasma normal, acopla a hemoglobina formando um complexo que é removido do plasma pelo sistema RE. A hemólise intravascular ( destruição das hemácias dentro do vaso) desempenha pequeno ou nenhum papel na hemólise normal. Hemólise intravascular e extravascular São dois mecanismo de destruição de eritrócitos na anemia megaloblástica. • Hemólise extravascular- excesso de remoção de eritrócitos por macrófagos do sistema RE 9 baço, figado ou medula) de acordo com as características metabólicas, funcionais e morfológicas da hemacia. Isso ocorre pela passagem das hemacia nos cordões esplênicos, sinusoides, poros esplênicos irregulares e tortuosos com macrófagos que atuam como se fosse uma barreira física obrigando assim, que as hemácias tenham grande flexibilidade, caso não tenha elas são removidas da circulação e/ou remove particular de sua membrana ( corpos de Heinz, corpúsculos de Howell-Jolly, grânulos sideroticos). Quando o baço é disfuncional, o figado assume a determinada função com eficiência já que é melhor irrigado que o baço) • Hemólise intravascular- Ocorre em situações de trauma ou hemólise pela atuação do complemento, assim a Hb é liberada no meio intravascular sendo captada pela haptoglobina plasmática( sintetizada pelo figado) é levada ao figado onde ela é catabolizada e parte da Hb é reabsorvida pelos glomérulos renais, quando a hemólise é pequena. Já quando a hemólise ocorre de forma intensa, a Hb é filtrada pelos glomérulos que podem reabsorver ou saturar o limiar de absorção e excretar Hb pela urina. A reabsorção tubular renal de Hb induz o acumulo de ferritina e hemossiderina nas células renais. A hemossiderida acumulada das células apresenta-se na urina com coloração azul prussia- hemossiderinuria. Classificação das anemias hemolíticas: Anemia hemolítica hereditária- defeito intrínseco dos eritrócitos • Membrana • Metabolismo • Hemoglobina Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina Anemia hemolítica adquirida- alteração extracapsular ou ambiental • Imunológica • Síndromes de fragmentação eritrocitária • Hemoglobinúria de marcha • Infecções • Agentes químicos e físicos • Secundaria • Hemoglobinúria paroxística noturna Mecanismos de hemólise 1. Anormalidades da membrana das hemácias • Alteram a forma e a deformidade dos eritrócitos • Ocorre redução da relação superfície/volume • Alterações nas proteínas que compõe o citoesqueleto ( perda de lipídio, colesterol) • Aumenta a intensidade da hemólise Exemplos: esferocitose hereditária, eliptose hereditária e a estomatocitose hereditária, hemoglobinúria paroxística noturna , doenças hepáticas como cirrose 2. Anormalidades da Hb • Classificadas como anormalidades estruturais e no ritmo de síntese das globinas • Alteração da viscosidade, deformidade Exemplo: hemoglobina S, talassemias alfa e beta 3. Anormalidades das enzimas eritrocitárias • As enzimas asseguram a sobrevida e a função das hemácias • Normalmente são danificadas por alterações genéticas Exemplo: defeito da via Embden Meyerhof- deficiencia de piruvato quinase ou defeito na via das pentoses- deficiencia de G6PD. 4. Fatores extrínsecos das hemácias • Fixação de anticorpos e/ou complemento na membrana das hemácias provocando hemólise intravascular • Hemólise mecânica provocada por valvas sintéticas cardíacas ou marcha prolongada • Hemólise em infecções- pela ação direta do parasita ( malária) ou produção de sustencias que induzem a hemólise. Anemias Hemolíticas- SÍNDROME As anemias hemolíticas compreendem um grupo de doenças em que a sobrevida das hemácia circulantes é acentuadamente reduzida superando a capacidade de eritropoiese medular que é incapaz de compensar a perda. Essas doenças são de fácil identificação pois exibem sinais clínicos e laboratoriais de aumento do catabolismo da hemoglobina e aumento da produção de produção de hemácias. Geralmente, a anemia hemolítica pode ser observada quando a sobrevida eritrocitária é inferior a 30 dias- anemia hemolítica descompensada. • Hiperplasia eritropoética • Expansão anatômica da medula óssea • Destruição dos eritrócitos Fatores de risco Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina Aspectos clínicos • Palidez de mucosas • Ictericia leve flutuante • Esplenomegalia • Pode não haver bilirrubina na urina, mas torna- se presente pelo excesso de urobilinogênio • Cálculos biliares • Ulceras no tornozelo- anemia falciforme • Crises aplasicas- infecção por parvovírus • Queda dos reticulócitos Achados laboratoriais- divididos em 3 grupos 1. Sinais de aumento da destruição eritroide: • Aumento da bilirrubina sérica e fração não conjugada ligada a albumina • Aumento da produção de cálculo biliares, pode gerar colestase • Aumento do urobilinogênio urinário • Haptoglobina sérica ausente- estão saturadas de Hb, esses complexos são removidos pelo sistema RE • Aumento da desidrogenase láctica- quebra da hemacia • Hemoglobinúria • Hemoglobinemia hemólise intravascular • Metemalbunemia OBs. Sobrecarga renal- Insuficiência renal aguda por hemólise intravascular! 2. Sinais de aumento da produção eritroide: • Reticulocitose/ macrocitose • Hiperplasia eritroide da medula óssea 3. Sinais de dano eritroide: • Morfologia- microesferocitos, eliptócitos, fragmentos • Fragilidade osmótica, auto-hemolise • Teste para enzimas especificas (proteínas ou DNA) Características laboratoriais da hemólise intravascular • Hemoglobinemia e hemoglubinuria • Hemossiderinúria • Metemalbuminemia ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS Ocorre por: DEFEITO DE MEMBRANA 1. Esferocitose Hereditária A HS é uma anemia hemolítica comum em norte- europeus Patogênese Causada por um defeito nas proteínas nas interações verticais entre o esqueleto e a dupla camada lipídica da membrana plasmática- gerando o desprendimento da Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina membrana e assumem a forma esférica a medida que circulam pelo baço. A medida que passam pela circulação esplênica, ele morre prematuramente. • Hemólise extravascular ( no baço) por fragmentação Aspectos clínicos • Herança autossômica dominante • Apresenta-se em qualquer idade • Ictérica fulminantesobretudo quando há sindrome de Gilbert ( defeito na UDP-glicuronil transferase) • Esplenomegalia • Cálculos vesiculares Achados laboratoriais • Anemia hipercromica • Reticulocitose • Microesferocitos intensamente corados menores que as hemácias normais • Excluir Coombs direto- negativo (causa autoimune) Investigação • Analise de fluxo por fluorescência- teste para HS e deficiencia de proteína banda 3 da membrana • Teste direto de antiglobulina (teste de Coombs) negativo – exclui causa autoimune Tratamento • Esplenectomia por laparoscopia com indicação clinica devido a anemia, litíase biliar, ulceras na perna ou retardo no crescimento. A esplenectomia sempre normaliza o hemograma. • Acido fólico Obs. Esplenectomia na infância aumenta os riscos de sepse • Colistectomia para correção da litíase de acordo com a clínica. 2. Eliptocitose Hereditária Apresenta-se com a clinica semelhante a esrefocitose hereditária, exceto pelo aspecto a microscopia da distensão do sangue. É um distúrbio leve, pode não gerar hemólise. Ocorre por um defeito da associação de heterodímeros de espectrina para formar heterotetrâmeros Clinica • Microesferocitos • Pecilocilocitos • Esplenomegalia 3. Ovalocitose do sudeste da Ásia Comum na melanésia, malasia, indonesia e filipinas. É causada pela redução de 9 aminoacidos na junção do domínio citoplasmático e transmembrana da proteína banda 3. As hemácias tornam-se regidas e resistência a infecção pelo parasita da malária. A maioria dos casos são assintomáticos e não ocorre anemia. Ocorre por: DEFEITO NO METABOLISMO DO ERITRÓCITO 1. Deficiencia de glicose 6 fosfato desidrogenase A G6PD é reduzida a NADP a NADPH nos eritrócitos sendo necessários para produção de glutationa reduzida- sua redução torna o eritrócito suscetível ao estresse oxidativo( em infecções e medicações). Epidemiologia • A variante mais comum é a tipo B e depois a tipo A • Causada por mutações pontuais ou depleção da enzima • Herança ligada ao sexo • A população mais afetada encontra-se na África, mediterrâneo, oriente médio. Aspectos clínicos Pode ser assintomática ou sintomática com: • Anemia hemolítica aguda: devido ao estresse oxidativo sobretudo por fármacos, ingestão de Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina favas ou infecções que causam hemólise intravascular progressiva com hemoglobinúria • Anemia autolimitada devido a formação de novos eritrócitos com níveis enzimáticos normais • Ictericia neonatal • Raramente, anemia hemolítica congênita não esferocítica Diagnostico • Hemograma normal • Sinais de hemólise intra e extravascular • Dosagem das enzimas eritrocitárias- deficiencia enzimática • Eritrócitos contraídos e fragmentados devido a remoção dos corpúsculos de Heinz pelo baço • Corpúsculos de Heinz nos reticulócitos • Corpúsculo de Heinz Tratamento • Suspender fármacos lesivos • Tratar infecções subjacentes • Manter o debito urinário alto • Anemia grave- transfusões de sangue • Neonatos- fototerapia para a ictericia 2. Deficiencia de glutationa e outras síndromes Constituem como defeito na via das pentoses particularmente deficiencia de glutationa causando sintomas semelhantes aos da deficiencia da G6PD. 3. Defeito da via glicolítica -Embden-Meyerhof São incomuns e causam: • Anemia hemolítica congênita não esferocitica • Pode haver defeito em outros sistemas- miopatia • O mais frequente é a deficiencia da piruvatoquinase PK 4. Deficiência de piruvatoquinase • Herança autossômica recessiva • Eritrócitos rígidos devido a redução do ATP • A gravidade da anemia é variável- pode ter sintomas leves devido a compensação do desvio a direita da curva de dissociação de O2 e aumento de 2,3DPG • Ictericia • Bossa frontal • A microscopia- pecilocitose, células distorcidas e espiculadas Diagnostico • Dosagem das enzimas Tratamento • Anemia- esplenectomia, porem não cura a anemia, apenas ameniza • Transfusões DISTÚRBIOS HEREDITÁRIOS DA SÍNTESE DE HB 1. talassemia-alfa caracterizada pela falha quantitativa decorrente de uma mutação em um ou mais dos 4 genes alfa no cromossomo 16, anemia microcítica hipocromica epidemiologia • Doença hereditária mais comum em todo mundo • Índice em 5% da população mundial Manifestações clinicas Portador silencioso • Tipo mais comum Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina • Assintomático • Manifestações laboratoriais mínimas ou ausentes Achados laboratoriais • Morfologia normal • Microcitose Traço alfa talassêmico • Deleção de dois genes alfa • Anemia • Hemácias microcíticas • Anisopoiquilocitose Perda dos três genes da globina alfa • Formação abundante de HbH • Defeito na captação de O2 • Hemácias sofrem extresse oxidativo- sucetivel a hemólise • Anemia, microcitose, hipocromia, poiquilocitose, hemácias policromatofilas • Ictericia • Esplenomegalia Diagnostico laboratorial • Precipitação da hemoglobina H • Eletroforese da hemoglobina • Eletroforese em gel de agarose ácida • Sequenciamento de genes 2. Talassemia intermedia • Anemia leve a moderada • Hb variando entre 7 a 10 • Normalmente sem necessidade de transfusão 3. Talassemia- beta Decorre na quantidade reduzida ou ausência de cadeias beta da globina resultando em excesso de cadeias alfa, provoca deformidade ossea. Provoca a morte prematura e a eritropoiese torna-se ineficaz Epidemiologia • Comum em pessoas do mediterranemo e sul da África A mutação da beta-globina interfere quantitativamente na população das cadeias polipeotidicas sendo proporcional as manifestações clinicas. Diagnostico • HCM e VCM reduzidos • Hemácias aumentadas Talassemia minor • Anemia leve • Não requer tratamento • Pode ser assintomática Talassemia major • Caso grave • Necessita de hemotransfusões periódicas e suplementação de ferro • Anemia hipocromica microcítica 4. Anemia falciforme Doença caracterizada pela presença da hemoglobina S decorrente de mutações pontuais no gene das cadeias beta, com isso corre a substituição da adenia por timina gerando o drepanocito Epidemiologia • Doença hereditária de maior prevalência no brasil • Incide de 0,1 a 0,3% em negros As hemácias ou drepenocitos são rígidos, não atravessando a microcirculação e sofrem hemólise precoce. O formato de foice determina o quadro hemolítico: • Aumenta a fragilidade mecânica, perda da elasticidade e plasticidade • Diminui o transporte de O2 Diagnostico • Eletroforese da hemoglobina • Anemia normocítica normocromica podendo ser macrocitica • Anisocitose com poiquilocitose • RDW elevado Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina ANEMIA HEMOLÍTICA ADQUIRIDA ANEMIAS HEMOLÍTICAS IMUNOLÓGICAS A AHAI são causadas pela produção de anticorpos contra os eritrócitos do próprio organismo. São caracterizados por testes direto de antiglobulina- DAT positivo tambem chamado de teste de Coombs e dividido em dois tipos de acordo com o ótimo térmico de anticorpos 37° C ( quentes) ou 4° C ( frios). 1. Anemia hemolítica autoimune por anticorpos quentes Os anticorpos cobrem os eritrócitos com IgG isolada ou com complemento C3d, dessa forma, são fagocitados pelos macrófagos do sistema RE atraves do reconhecimento Fc da Ig. Dessa forma, a parte da membrana revestina pelos anticorpos é perdida tornando as hemácias esféricas. Aspectos clínicos • Ocorre em qualquer idade • Ocorre em ambos os sexos • A gravidade da anemia hemolítica é variável • Esplenomegalia • A doença regride e costuma recidivar • Surge de formaisolada ou associada a outra doença ou ainda pelo uso de medicações como metildopa • Sindorme de Evans: anemia autoimune hemolítica + purpura trombocitopenica • Pode ocorrer secundaria ao LES Achados laboratoriais • Hemólise extravascular com esferocitose e policromatocitose no sangue periférico • DAT ( teste de Coombs) positivo a fixação de IgG, complemento ou IgA aos eritrócitos ou anticorpos específicos dentro do sistema Rh • Presença de anticorpos livres no plasma e/ou anticorpos na superfície da hemacia ( teste direto). Tratamento 1. Eliminar a causa subjacente, ex. medicação 2. Corticoides como a prednisolona 60mg/dia diminuída gradativamente 3. Esplenectomia quando não há resposta a corticoterapia ou hemoglobina muito baixa 4. Após tentativas anteriores. Imunossupressão ou anticorpos monoclonais ( azatioprina, ciclofosfamida, ciclosporina 5. Anticorpos monoclonal anti-CD-20 6. Altas doses de imunoglobulinas podem ser menos eficazes 7. Tratar doença subjacente ( leucemia linfocitica crônica) 8. Acido fólico para compensar o consumo das hemácias 9. Transfusão se ocorrer anemia grave 2. Anemia hemolítica autoimune com anticorpos frios ( crioaglutininas) Os autoanticorpos monoclonais ( sindrome da hemaglutinina fria idiopática ou associada a doença linfoproliferativa) ou policlonais ( infecções ex. mononucleose) ligam-se aos eritrócitos na circulação periférica em temperaturas baixas. São anticorpos IgM bastante eficazes na fixação do complemento podendo ocorrer hemolise intra ou extravascular. Os anticorpos são durigidos contra o antígeno I na superfície dos eritrócitos Aspectos clínicos • Anemia hemolítica crônica agravada pelo frio • Hemolise intravascular • Ictericia leve • Esplenomegalia • Acrocianose ( extremidades roxas) pela aglutinação das hemácias Achados laboratoriais- semelhante aos da AHAI quente • Esferocitose menos evidente Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina • Crioaglutinação grosseira • DAT revela C3d nos eritrócitos • No soro há títulos de crioaglutinina Tratamento • Aquecer o paciente • Tratar causa subjacente se houver • Agentes alquilantes ( clorambucil ou nucleosídio de purina) • Anti- CD-20 ou anti-CD52 3. Anemias hemolíticas autoimunes no qual os anticorpos reagem a eritrócitos de outros. Ocorre nas seguintes situações: • Transfusões sanguíneas com incompatibilidade do sistema ABO • Doença hemolítica do RN 1. Doença Hemolítica do Recém- Nascido A membrana das hemácias possuem antígenos chamados aglutinogênios que tem capacidade de produzir uma resposta imune. Dessa forma, anticorpos do plasma de grupos sanguíneos ( exceto AB) produzem aglutinação quando misturados com antígenos de grupo sanguíneo diferente. Incompatibilidade do sistema Rh São há nenhum problema quando o Rh materno e feral são os mesmos ou quando a mae é + e o feto -, a incompatibilidade ocorre quando a mae é negativo e o feto é Rh positivo. Na primeira gestação o feto não sofre repercussões, apenas sensibiliza a mae a produzir anticorpos anti-D chasse IgG. Nas gestações subsequente esses anticorpos atravessam a barreira placentária atacam e destroem os eritrócitos fetais. O feto tenta compensar aumentado a eriteopoiese e eritroblastos são lançados na circulação fetal. 2. Incompatibilidade ABO Ocorre quando os principais antígenos sanguíneos do feto são diferentes daqueles da mãe. Manifestações clinicas • Ictericia – bilirrubina indireta • Hepatoesplenomegalia • Pode levar a kernicterus ( deposição de bilirrubina indireta nos gânglios da base) Diagnostico • Hb ao nascimento • Macrocitose • Reticulocitose • Sorologia anti-D positiva da mae Tratamento Prevenção: tipagem sanguínea da mae e do pai e este de coombs Tratamento do lactente: transfusão sanguínea atraves da veia ou artéria umbilical Incompatibilidade do sistema ABO- reação hemolítica agudo imune (pós transfusional) Ocorre quando há incompatibilidade entre o sangue do doador com o sangue do receptor • Hemólise intravascular • Dor torácica/abdominal ou em flancos • Dor no local da infusão • Hipotensão • Febre e calafrios • Hemoglobinúria • Pode evoluir para IRA e CIVID Anemia hemolítica imunológicas induzidas por fármacos Existem 3 mecanismos que explicam a hemólise 1. Anticorpos dirigidos contra o complexo fármaco-membrana dos eritrócitos (penicilina, ampicilina) em doses muito elevadas. 2. Deposição de complemento via complexo fármaco-proteína ( antígeno)- anticorpos na superfície do eritrócito ( ex. quinidina, rifampicina) Luís Felipe Rocha Anemias e Perda de Sangue Medicina 3. Anemia hemolítica autoimune verdadeira no qual o papel do fármaco não é claro ( ex. metildopa) Sindrome de fragmentação eritrocitária Após danos físicos aos eritrócitos em superfícies anormais ( valvas cardíacas artificiais, enxertos), malformação arteriovenosa ou microangiopatia. Ocorre deposição de fibrina associado a coagulação intravascular disseminada- CIVID devido a agregação plaquetária Achados laboratoriais • Alterações na coagulação • Trombocitopenia • Baixa contagem das plaquetas Hemoglobinúria da marcha Causada por danos nos eritrócitos entre os pequenos ossos dos pés durante a marcha prolongada ou corrida Infecções Podem causar hemólise por vários mecanismos, podem precipitar crise hemolítica na deficiencia de G6PD ou causas microangiopatia como na sepse por pneumococo e meningococo. Na malária há destruição extravascular das hemácias parasitadas e lise intravascular direta • Febre da agua negra- hemolise intravascular aguda associada a insuficiência renal Agentes químicos e físicos A hemólise pode ser causada ou alguns fármacos como dapsona e sulfassalazina em doses elevadas causam hemolise intravascular oxidativa por formação de corpos de Heinz. Na doença de Wilson a anemia hemolítica aguda ocorre resultando dos altos níveis de cobre. Outros tipos de metais tambem podem causar hemolise grave como chumbo, clorato ou arsina. Anemia hemolítica secundaria Ocorre quando há alguma doença sistêmica que reduz a vida dos eritrócitos Hemoglobina Paroxística Noturna Doença adquirida rara, acomete as células tronco da medula óssea na qual há deficiencia da síntese da ancora de glicosil-fosfatidil-inositol (estrutura que se liga a proteínas de membrana). Essa deficiencia é causada pela mutação em genes do cromossomo X que codifica a ancora, assim há falta dessa proteína de superfície torna a célula predisposta a lise pelo complemento e hemólise intravascular crônica. Achados laboratoriais • Hemossiderinuria • Deficiencia de ferro • Trombofilia • Trombose venosa devido ao complemento • Hipoplasia de medula Diagnostico • Citometria de fluxo- perda da expressão de proteínas ligadas aos CD55 e CD59 Tratamento • Eculizumab- anticorpos contra o C5 do complemento • Ferro, se houver deficiencia • Anticoagulante • Imunossupressores Complicação para anemia hemolítica • Crise aplásica- causada pelo parvovirus que tem tropismo pelo eritroblasto • Crise megaloblástica- necessidade aumentada de B12 e B9- principal • Crise hemolítica- homolise extravascular associada a infecção
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