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Geomorfologia a6

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GEOMORFOLOGIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Paulo César Medeiros 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, iremos vamos estudar o sistema de vertentes ou encostas e 
os sistemas hidrográficos fluviais e costeiros. Ambos sistemas apresentam 
processos de esculturação associados à circulação, ao armazenamento e ao 
escoamento da água, que é considerado um dos principais agentes dos 
processos geodinâmicos nos domínios morfoclimáticos, nas zonas úmidas. 
Conforme já sabemos, a diversidade climática é responsável pela 
distribuição da umidade nas zonas morfoclimáticas, definindo os processos 
físicos, químicos e biológicos nos domínios de natureza. A quantidade e a 
sazonalidade da circulação definem os padrões de drenagem, a dinâmica dos 
rios, das águas subterrâneas e marinhas. 
As vertentes são unidades de estudo geomorfológicas que permitem 
compreender o balanço denudacional, os processos de dissolução, a erosão, o 
deslocamento de materiais e os movimentos de massa ao longo das encostas. 
As dinâmicas do escoamento superficial e subterrâneo produzem processos 
erosivos que alteram as formas do relevo. 
Vamos conhecer os sistemas geomorfológicos fluviais continentais por 
meio da análise das bacias hidrográficas e suas dinâmicas associadas aos 
diversos padrões de drenagem que formam os relevos. Vamos, ainda, conhecer 
os sistemas geomorfológicos costeiros que nos permitem compreender as 
dinâmicas das águas litorâneas, bem como identificar as diferentes formas que 
ocorrem nas unidades de paisagem costeiras. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Nesta etapa final de nosso estudo sobre a Geomorfologia, vamos 
conhecer os sistemas hidrográficos continentais e costeiros. Sabemos que as 
condições climáticas e os compartimentos do relevo interagem para dar forma 
aos diversos modelados e as paisagens. 
Continuando o desafio de compreender as dinâmicas geomorfológicas do 
seu município, vamos realizar um estudo sobre as dinâmicas das águas e suas 
interferências na esculturação do relevo. 
Seguindo nossa conhecida forma de pesquisa, iniciaremos com as 
seguintes questões norteadoras: 
Ana Luisa
.
 
 
3 
 Em qual Bacia Hidrográfica brasileira está localizado seu 
município? 
 Qual a precipitação média anual de sua região? 
 Quais as sub-bacias ou microbacias estão distribuídas ao longo do 
território municipal? 
 Existem sistemas lacustres, subterrâneos ou costeiros em seu 
município? 
 Quais tipos de intemperismo predominam sobre os tipos de 
rochas? 
 Quais as características naturais dos rios que percorrem sua 
região? 
 Existem áreas degradadas e suscetíveis à erosão ao longo das 
encostas? 
 Quais os impactos humanos observáveis nas microbacias 
hidrográficas? 
 Quais as influências da circulação das águas nas formas do 
relevo? 
 
Essas questões serão aprofundadas em nosso estudo e serão base para 
a identificação dos sistemas hidrográficos e das dinâmicas naturais e antrópicas 
nas vertentes. 
Acesse o texto a seguir, que fala sobre a hidrologia de encosta na 
interface com a Geomorfologia. Ele aborda as dinâmicas hidrológicas sobre as 
encostas e apresenta métodos e técnicas para o estudo do intemperismo, o 
deslocamento e a deposição de materiais ao longo das bacias hidrográficas. 
http://www.lages.ig.ufu.br/sites/lages.ig.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/Ca
p%C3%ADtulo%203%20-
%20Hidrologia%20de%20Encosta%20na%20Interface%20com%20a%20Geom
orfologia.pdf 
 
TEMA 1 – VERTENTES: FORMAS E PROCESSOS 
As vertentes ou encostas são formas no relevo que apresentam certo grau 
de inclinação, delimitadas pelos topos ou porções mais elevadas até os divisores 
de águas ao fundo do vale. Os processos naturais e antrópicos que decorrem 
nas encostas produzem alterações nas formas. 
http://www.lages.ig.ufu.br/sites/lages.ig.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/Cap%C3%ADtulo%203%20-%20Hidrologia%20de%20Encosta%20na%20Interface%20com%20a%20Geomorfologia.pdf
http://www.lages.ig.ufu.br/sites/lages.ig.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/Cap%C3%ADtulo%203%20-%20Hidrologia%20de%20Encosta%20na%20Interface%20com%20a%20Geomorfologia.pdf
http://www.lages.ig.ufu.br/sites/lages.ig.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/Cap%C3%ADtulo%203%20-%20Hidrologia%20de%20Encosta%20na%20Interface%20com%20a%20Geomorfologia.pdf
http://www.lages.ig.ufu.br/sites/lages.ig.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/Cap%C3%ADtulo%203%20-%20Hidrologia%20de%20Encosta%20na%20Interface%20com%20a%20Geomorfologia.pdf
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Observe o esquema a seguir que mostra os diversos processos que 
decorrem no sistema vertente: 
 
 
Nas vertentes decorrem processos exógenos que são controlados pela 
ação do clima e da ocupação biológica, bem como os processos endógenos 
controlados pelo tipo de rochas e estrutura superficial. Ambos os processos 
definem o grau de intemperismo, de percolação e infiltração da água, com 
produção do regolito. 
O conjunto dos processos e fatores associados à inclinação da encosta, 
a natureza das rochas e as condições climáticas produz o que Tricart (1974) 
denominou de balanço morfogenético das vertentes, constituído basicamente 
pelos seguintes fatores: 
 meteorização ou intemperismo 
 movimentos do regolito 
 processos fluviais 
 ação biológica 
 
As vertentes apresentam formas diversificadas em relação aos seus perfis 
longitudinais, conforme mostra a figura: 
Ana Luisa
.
Ana Luisa
.
 
 
5 
 
 
 
O estudo das vertentes permite aos estudiosos compreender a evolução 
das paisagens, uma vez que permite explicar os processos de modelagem pela 
atuação das forças do clima sobre o relevo ao longo do tempo. Permite também 
planejar ações de proteção e conservação dos solos e contenção dos processos 
erosivos, como por exemplo, as práticas de conservação de solos na agricultura 
ou contenção de deslizamentos e outras alterações naturais ou antrópicas. 
O vídeo a seguir apresenta as bases teóricas e metodológicas para estudo 
da Geomorfologia fluvial a partir de imagens e relatos de cientistas especialistas. 
Várias bacias hidrográficas são mostradas para exemplificar os processos e 
formas associados à dinâmica das águas superficiais e sub-superficiais. 
https://www.youtube.com/watch?v=zpkyb733tZc 
 
TEMA 2 – BALANÇO DENUDACIONAL E MORFOGENÉTICO DAS VERTENTES 
As encostas sofrem a ação de forças morfogenéticas em duas principais 
direções ou sentidos: Perpendicular e Paralela. A primeira se define pelo 
intemperismo do material superficial ou pedogenização. A segunda se refere ao 
deslocamento desse material para as porções mais baixas do relevo ou 
denudação. 
A relação entre a pedogênese e adenudação se denomina “balanço 
morfogenético”. Ele pode ser negativo se a pedogênese for maior que a 
denudação ou positivo em caso contrário. 
https://www.youtube.com/watch?v=zpkyb733tZc
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Erhart (1956) elaborou a teoria bio-resistásica para melhor explicar esse 
processo. Quando uma determinada vertente se encontra revestida por 
cobertura vegetal a atividade geomorfogenética é fraca podendo ser até nula, 
gerando um equilíbrio entre o potencial ecológico e a exploração biológica, essa 
condição é denominada de Biostasia. 
Quando a morfogênese domina a dinâmica da paisagem, o material 
intemperizado sofre deslocamento pelo escoamento superficial e subsuperficial, 
acelerando a desagregação e o transporte da camada pedogenizada para as 
áreas baixas, em geral causando assoreamentos e aterramentos. Esse processo 
denomina-se resistasia. 
Observe essas duas dinâmicas na figura a seguir: 
 
Fonte: Casseti (2005). 
 
De acordo com a intensidade e o volume de materiais em deslocamento 
podem ocorrer os “movimentos de massa”. Estes são identificados de acordo 
com sua natureza e composição em: Rastejamento, Escorregamento, Corrida 
de Massa e Queda. 
 
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7 
Observe esses movimentos na ilustração que segue: 
 
Fonte:Comunitexto (2013). 
 
Conforme já sabemos, as condições para o intemperismo estão 
diretamente associadas às condições e eventos climáticos. De acordo com a 
intensidade desses eventos teremos maior ou menor presença de água no 
sistema de vertentes. A água está presente em todas as etapas, desde a 
intemperização, no deslocamento e na deposição. 
A quantidade de água escoada, a declividade da encosta e o tipo de 
material deslocado são variáveis que determinam o grau do movimento de 
massa, podendo em alguns casos produzir tragédias e mesmo a perda de vidas. 
Vamos conhecer os processos morfogenéticos nas vertentes e suas 
principais características. 
Este vídeo foi um produto do projeto de pesquisa “Metodologia 
Educacional para Redução de Riscos Associados a Deslizamentos de Terra”, 
realizado pela Escola Politécnica/UFRJ (DCC-Geotecnia) com financiamento da 
Faperj. 
https://www.youtube.com/watch?v=K9i3JyXocgI 
 
O vídeo a seguir mostra efeitos de um temporal que provocou 
deslizamentos e 57 mortos no Rio de Janeiro em 12/01/2011. Não deixe de 
assistir! 
https://www.youtube.com/watch?v=fmfHUr3aUMQ 
 
https://www.youtube.com/watch?v=K9i3JyXocgI
https://www.youtube.com/watch?v=fmfHUr3aUMQ
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TEMA 3 – ESCOAMENTO, FORMAS EROSIVAS E IMPACTOS AMBIENTAIS 
Conforme destacada anteriormente o escoamento de água precipitada 
pelas encostas define a pedogenização e a denudação do relevo. O fluxo da 
água pela superfície ou sub-superfície se denomina drenagem, e de acordo com 
a intensidade do fluxo, rugosidade e permeabilidade do regolito, pode ocorrer 
aceleração de processos erosivos. 
Podemos classificar os tipos de escoamentos em função da posição de 
suas ocorrências relativamente ao solo: 
 Escoamento subterrâneo – ocorre nas camadas saturadas do solo. 
 Escoamento subsuperficial ou hipodérmico – ocorre nas camadas 
não saturadas do solo. 
 Escoamento superficial – ocorre sobre o solo em forma laminar e/ou 
em canais. 
 
O ciclo da chuva sobre a vertente é denominado de ciclo do deflúvio que 
tem início com a chuva. Toda a água que cai em uma determinada vertente 
denomina-se precipitação total, descontadas as parcelas destinadas à 
interceptação, à detenção em depressões, à infiltração e à evaporação da água 
superficial. 
A precipitação efetiva é aquela que alimenta o escoamento na vertente. 
Quando a superfície estiver saturada, os excedentes de água não infiltrada ficam 
armazenados em depressões da vertente ou escoam por fluxo laminar ou 
concentrado, até atingir o fluxo fluvial e o nível de base. 
O escoamento superficial pode se dar por fluxo difuso e por fluxo laminar 
ou turbulento. No primeiro caso as partículas de um fluido não se movem ao 
longo de trajetórias bem definidas, ou seja, as partículas descrevem trajetórias 
irregulares, com movimento aleatório. No segundo caso, a erosão ocorre de 
modo mais lento e pouco perceptível no curto e médio prazo, chegando a se dar 
em centímetros por ano em terrenos agrícolas, mas que podem carregar 
toneladas de materiais ao longo do tempo. 
Conforme mostramos anteriormente a cobertura vegetal e as condições 
físicas da vertente influencia os processos de denudação da encosta. Denomina-
se de balanço do escoamento superficial a relação entre esses fatores. 
De acordo com as condições ambientais da encosta ocorrem movimentos 
de força e resistência, que desagregam materiais e liberam partículas que se 
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deslocam durante o escoamento lento ou rápido. Em situações de extrema força 
e quebra de resistência do solo, ocorrerão os processos erosivos, que alteram 
as dinâmicas do solo. 
Os processos erosivos em uma vertente estão relacionados a velocidade 
de infiltração da água, a permeabilidade e a capacidade de absorção, e aquelas 
ligadas à coesão, que resistem à dispersão, ao salpicamento, à abrasão e às 
forças de transporte de chuva e enxurrada. 
A topografia e o uso e manejo do solo são fatores controladores do 
processo erosivo. As propriedades como velocidade, massa específica e 
pressão são orientadas para os vales e rios principais. 
Veja o esquema a seguir, que apresenta os processos erosivos das 
vertentes: 
 
Fonte: Adaptado de Casseti (2005). 
 
Quando a superfície da vertente está exposta, sem cobertura vegetal ou 
degradada por ação humana podem ocorrer situação extremas e o balanço 
erosivo torna-se negativo, nessas condições ocorrem sulcos no solo e formação 
de Ravinas e Voçorocas. 
A ação humana sobre as encostas decorre dos modos de ocupação, de 
intervenção e de alterações nas condições naturais. O manejo inadequado dos 
solos acelera os processos erosivos e consequentemente a degradação 
ambiental. 
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Os impactos causados pelo ser humano podem ser medidos segundo sua 
intensidade e abrangência, podendo ser de nível baixo, como o caso de 
alterações químico-físicas nos cursos de água que podem acelerar processos 
de dissolução ou de nível elevando como o ravinamento e as voçorocas. 
Nas áreas rurais, os impactos estão relacionados à remoção da cobertura 
vegetal, manejo inadequado dos solos, pisoteamento por animais, abertura de 
estradas e plantio de espécies vegetais que podem alterar a composição natural. 
Nas áreas, os impactos decorrem da remoção dos solos para construção 
de ruas e edificações, ocupação desordenada das encostas, lançamento de 
águas pluviais em vales e cursos de água sem vegetação ciliar, aterros 
inadequados, deposição de resíduos à céu aberto e outras formas de 
intervenção sem planejamento ambiental. 
Tanto nas áreas rurais como urbanas, as medidas de contenção e 
recuperação dos impactos nas vertentes, geralmente são indicados 
procedimentos técnicos associados reflorestamento das nascentes e da mata 
ciliar ao longo dos rios, ampliação das capacidades de infiltração e do 
escoamento das águas da chuva, além de intervenções arquitetônicas como 
canais artificiais de escoamento, bacias de contenção, terraceamentos e 
paisagismo ambiental. Vamos conhecer os processos erosivos e as práticas de 
controle e recuperação ambiental. 
Assista ao um vídeo que mostra o emprego de práticas agrícolas 
adequadas para recuperar e preservar solos degradados, recompor a paisagem, 
evitar a substituição de nascentes e córregos por imensos buracos de erosão, 
conhecidos como voçorocas, produzir alimentos e, acima de tudo, recuperar a 
autoestima das famílias. 
https://youtu.be/-mnzjcB1A7Q?t=77 
 
O vídeo a seguir mostra a formação das voçorocas provocadas pela 
erosão devido às fortes chuvas de verão. Apresenta, também, a causa principal 
que está na retirada da floresta, num solo susceptível à erosão, sendo mal 
utilizado, com atividade agrícola desordenada, queimadas, pisoteio do gado em 
fortes declividades, excesso de animais na pastagem, que, aliado à ação das 
chuvas, culmina em situação mais extrema da degradação natural. 
https://youtu.be/nN0Ido7z0vs 
https://youtu.be/-mnzjcB1A7Q?t=77
https://youtu.be/nN0Ido7z0vs
 
 
11 
TEMA 4 – SISTEMAS GEOMORFOLÓGICOS FLUVIAIS 
Já sabemos que o ciclo hidrológico é um grande responsável pelas 
dinâmicas que modelam as formas do relevo, por meio da dissolução das rochas, 
do escoamento e transporte de materiais, decomposição e na formação dos 
solos. 
Por meio do ciclo hidrológico a água flui entre os diversos compartimentos 
ambientais do planeta, em um processo de transferência entre a atmosfera, a 
superfície, a subsuperfície, os rios, os mares, os oceanos, as geleiras e 
novamente a atmosfera, tendo como forças físicas o clima e a gravidade. 
Nas porções continentais a circulação e distribuição das águas forma 
sistemas fluviais superficiais, subsuperficiais e subterrâneos. Os sistemas 
fluviais consistem em unidades complexas que regulam o fluxo das águas 
superficiais e subsuperficiais, interagindo com as formas do relevo das baciasde 
drenagem ou hidrográficas. 
Um sistema fluvial se caracteriza pela entrada de água decorrente das 
precipitações, o que se processa por meio da infiltração, do escoamento 
superficial e subsuperficial e da saída para outros sistemas hidrográficos. 
As bacias hidrográficas são consideradas como sistemas abertos que 
recebem entradas ou inputs de matéria e energia, oriundos da precipitação, e 
produzem saídas ou outputs, relacionados à água e sedimentos oriundos da 
erosão fluvial e das encostas existentes na área da bacia. 
As bacias são compostas por unidades internas ou porções que 
desempenham funções específicas ao longo de sua extensão: 
 montante 
 nascente 
 canal 
 divisores de água 
 jusante 
 talvegue 
 
Em relação ao padrão de escoamento de determinada bacia de 
drenagem, ela pode ser classificada como: 
 Exorreica – quando a drenagem se dirige para o mar. 
 Endorreica – na qual a drenagem se dirige para uma depressão, 
areias do deserto, lagos ou para o interior do continente. 
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 Arreica – apresenta drenagem sem estruturação em bacia 
hidrográfica. 
 Criptorreica – definem as bacias subterrâneas, as áreas cársticas. 
 
As bacias apresentam determinados padrões de canais a partir de suas 
disposições no terreno. Vejamos esses padrões a seguir: 
 
Fonte: Christofoletti (1974) 
 
De acordo com o padrão de drenagem é possível conhecer o arranjo 
espacial dos cursos d’água e explicar a atividade morfogenética do relevo da 
bacia hidrográfica. As formas dos canais estão associadas à natureza e à 
disposição das camadas de rochas, suas resistências litológicas, diferentes 
declividades das vertentes e, principalmente, à evolução geomorfológica do 
sistema fluvial em estudo. 
Além dos diversos formatos dos cursos é também possível classificar um 
determinado rio pelo padrão geral dos cursos que podem ser retilíneos, 
anastomosados ou meandrantes. 
Ana Luisa
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13 
 
 
Observado uma determinada bacia é também possível identificar o 
ordenamento ou hierarquização dos canais fluviais. Entre as propostas de 
classificação que são comumente aplicadas, temos a de Strahler (A) e de Horton 
(B) (CHRISTOFOLETTI, 1974), conforme os modelos analíticos que seguem. 
 
Fonte: Christofoletti (1974, p. 86). 
 
Na classificação de Strahler (A), os canais que não têm afluentes são 
canais de primeira ordem. Quando dois canais da mesma ordem se encontram, 
o canal resultante aumenta uma ordem, e quando canais de ordens diferentes 
se encontram, o canal resultante mantém o valor de maior ordem. 
Na classificação de Strahler, o rio principal não mantém sempre a mesma 
ordem ao longo de toda a sua extensão, e a rede de canais pode ser decomposta 
em segmentos distintos, cujas áreas de contribuição formam a própria bacia de 
drenagem. 
Além dos cursos de água, os sistemas fluviais também podem se 
apresentar na forma de lagos, que são corpos d’água interiores aos continentes 
 
 
14 
e sem comunicação direta com o mar e, em geral, suas águas têm baixo teor de 
íons dissolvidos, quando comparadas às águas oceânicas. 
Um lago pode apresentar diversas formas, profundidade e extensão. Eles 
são mantidos pelas águas subterrâneas ou por um ou mais rios afluentes. Em 
situações de grande oscilação climática, podem ter caráter temporário ou 
permanente. Os lagos armazenam água e sedimentos transportados pelos rios 
durante as cheias, bem como acumulam os diversos sedimentos derivados dos 
demais processos associados à sua gênese. 
Os aquíferos são reservatório subterrâneos formados por rochas com 
características porosas e permeáveis, capazes de armazenar as águas entre 
seus poros ou fraturas. Eles são classificados em função da pressão das águas 
no seu topo e base, e da sua capacidade de transmissão de água para outras 
camadas rochosas. 
Os tipos de aquíferos são as seguintes: 
 aquíferos livres 
 aquíferos confinados 
 aquíferos porosos 
 aquíferos fraturados ou fissurados 
 aquíferos cársticos 
 
Assista ao vídeo que apresenta a evolução geológica da América do Sul 
e as transformações que provoca erosões e deposições de água que forma um 
dos maiores aquíferos do mundo, o Aquífero Guarani. Mostra, ainda, os objetivos 
e a estrutura do projeto de sistema da área aquífera de Guarani do Banco-OAS 
do GEF-Mundo. 
https://www.youtube.com/watch?v=VStbipVz0TY 
 
TEMA 5 – SISTEMAS GEOMORFOLÓGICOS COSTEIROS 
Os sistemas costeiros também definidos como litoral ou faixa costeira são 
representados pela seção do relevo ou faixa de contato entre o mar e os 
continentes. Nessa faixa, ocorrem processos geomorfológicos em três formas: 
 Físicos – ondas, marés, ventos etc. 
 Biológicos – formação de mangues, recifes de corais etc. 
 Químicos – precipitação de sais etc. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=VStbipVz0TY
 
 
15 
Podemos distinguir três seções longitudinais do relevo costeiro: 
 Margens continentais – formadas pela plataforma continental e pelo 
talude continental. 
 Elevações continentais – apresenta rochas de constituição ainda 
granítica e está situada a aproximadamente 700 km do continente. 
 Assoalho oceânico – rochas de constituição basáltica. 
 
Em relação à profundidade, ao declive e à distância em relação aos 
continentes, podemos identificar regiões geomorfológicas: 
 
 Região litorânea – é aquela região próxima do continente, que 
permanece constantemente coberta e descoberta pelas marés (a faixa de 
trabalho das ondas é a chamada face praial). 
 Região nerítica – estende-se da zona litorânea até a profundidade de 
aproximadamente 200 m, onde termina a plataforma continental e começa 
o talude. Compreende, na verdade, a plataforma continental. Nessa 
região, a vida é intensa; nela, ocorrem grandes depósitos sedimentares, 
e o petróleo é abundante. 
 Região batial – vai de 200 m a 1.000 m de profundidade. A quantidade 
de vida é reduzida. Corresponde ao talude continental. 
 Região abissal – com mais de 1.000 m de profundidade. A vida é rara, e 
apresenta falta de luz e oxigênio. Os sedimentos são muito finos. 
 Região costeira – está situada na fronteira dos dois maiores ambientes 
do planeta: continente e oceano. É uma região onde ocorrem numerosas 
interações biológicas, químicas, físicas, geológicas e meteorológicas, ou 
 
 
16 
seja, é uma zona de “interface”. O principal agente envolvido na 
caracterização e na modelagem da zona costeira são as ondas. 
 
As águas oceânicas apresentam diversas propriedades que interagem 
com as formações geológicas e geomorfológicas costeiras. Dentre elas, 
destacamos as seguintes: 
 salinidade 
 densidade 
 temperatura 
 cor 
 
As águas oceânicas apresentam três grandes movimentos de massas 
líquidas: 
 Ondas – ocorrem na superfície das águas oceânicas, e são causadas 
pela ação do vento em contato com a água; também ocorrem por 
abalos sísmicos na crosta. 
 Marés – fenômeno natural que está associado à atração gravitacional 
da Lua sobre a Terra. 
 Correntes marítimas – as temperaturas dessas correntes podem ser 
quentes ou frias, conforme a origem das massas de água. As correntes 
frias têm origem nas regiões polares, e as correntes quentes na zona 
tropical. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Continuando o desafio de compreender as dinâmicas geomorfológicas do 
seu município, realizamos um estudo sobre as dinâmicas das águas e suas 
interferências na esculturação do relevo. Converse com seus colegas sobre isso. 
Lembre-se das seguintes questões norteadoras: 
 Em qual bacia hidrográfica brasileira está localizado seu município? 
 Qual a precipitação média anual de sua região? 
 Quais as sub-bacias ou microbacias estão distribuídas ao longo do 
território municipal? 
 Existem sistemas lacustres, subterrâneos ou costeiros em seu 
município? 
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 Quais tipos de intemperismo predominamsobre os tipos de rochas? 
 Quais as características naturais dos rios que percorrem sua região? 
 Existem áreas degradadas e suscetíveis à erosão ao longo das 
encostas? 
 Quais os impactos humanos observáveis nas microbacias 
hidrográficas? 
 Quais as influências da circulação das águas nas formas do relevo? 
 
NA PRÁTICA 
Em equipes, elaborem um mapa temático do seu município, indicando os 
principais aspectos geomorfológicos, tais como as altitudes, a rede de drenagem 
e as unidades de paisagem, os tipos de rochas e os depósitos correlativos. O 
mapeamento é a etapa de conclusão do estudo geomorfológico; em geral, ainda 
são realizados relatórios, publicações e apresentações públicas. 
Compartilhem seus resultados com a turma e realizem uma avaliação 
coletiva dos resultados alcançados. 
 
SÍNTESE 
Nesta última aula, estudamos a fisiologia da paisagem a partir dos 
sistemas de vertentes e dos sistemas hidrográficos continentais e litorâneos. 
Vimos a importância dos processos naturais e humanos na esculturação do 
relevo. Os processos associados à circulação da água nos compartimentos do 
relevo nos mostram sua capacidade de alteração, desde a infiltração e a 
intemperização das rochas, como no escoamento e transporte dos materiais, até 
a produção de erosões e formas específicas do relevo. 
Nas bacias hidrográficas, lagos, lagoas e aquíferos do interior dos 
continentes, as águas atuam de forma direta e indireta na dissolução, no 
transporte e na deposição de materiais particulados, bem como na definição dos 
cursos d’água superiores, como os rios e os lençóis freáticos. 
Nos sistemas costeiros, as águas doces atuam como fator de 
deslocamento de materiais para as encostas e planícies litorâneas, enquanto as 
águas salgadas dos mares e oceanos atuam como fator de esculturação dos 
sistemas de praias, manguezais e reservatórios de águas, criando contornos e 
formas exclusivas dos ambientes costeiros. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CASSETI, V. Cartografia Geomorfológica. Disponível em: 
www.funape.org.br/geomorfologia. Acesso em: 25 mai. 2016. 
MEDEIROS, P. C. Geomorfologia: fundamentos e métodos para o ensino do 
relevo. Intersaberes: Curitiba, 2016. 
NETTO, A. L. C. Hidrologia de encosta na interface com a Geomorfologia. 
In: GUERRA, A. J. T. & CUNHA, S. B. da. Geomorfologia: uma atualização de 
bases e conceitos. São Paulo: Bertrand Brasil, 1994. 
 
 
 
 
 
http://www.funape.org.br/geomorfologia

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