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Geomorfologia a5

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Prévia do material em texto

GEOMORFOLOGIA 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Paulo César Medeiros 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais uma aula de Geomorfologia! 
Conforme vimos anteriormente, os macrocompartimentos 
geomorfológicos – planaltos, planícies e depressões – são unidades 
morfológicas que formam o modelado do relevo brasileiro. 
Também já sabemos que nos diversos domínios morfoclimáticos ocorrem 
formas na paisagem que são identificadas por seus processos de dissolução, 
aplanamento e deposição. Desses processos resultam depósitos correlativos, 
paleopavimentos e depósitos tecnogênicos. 
A estrutura superficial é um nível do estudo geomorfológico que analisa a 
cobertura superficial que se compõe pelos fatores climáticos, biológicos e 
antropogênicos que interferem e sofrem as interferências das condições do 
relevo terrestre. 
As condições climáticas exercem forças sobre a estrutura superficial, nível 
que estudamos anteriormente, e interagem com a litologia e a ocupação 
biológica, formando as diferentes paisagens e domínios de natureza. 
A partir da presença humana no planeta no período neolítico iniciam as 
primeiras transformações nas paisagens. Desde então a humanidade se tornou 
o principal agente transformador nos domínios morfoclimáticos. 
A expansão das áreas rurais e urbanas produziu a aceleração dos 
processos morfogenéticos e geração de depósitos tecnogênicos ou resultantes 
da ação humana. 
A atmosfera interage diretamente com o relevo terrestre, produzindo 
domínios morfoclimáticos. As formas da estrutura superficial estão diretamente 
ligadas ao intemperismo – físico, químico, biológico. Essas formações são 
definidas como depósitos correlativos e paleopavimentos. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Agora que sua equipe de pesquisa já conseguiu identificar em qual 
unidade geomorfológica ou domínio morfoclimático está inserido o seu 
município, vamos buscar explicação sobre a ação local do clima e identificação 
dos processos químicos, físicos, biológicos e antrópicos que atuam na 
esculturação. 
Para orientar nossa observação podemos formular as seguintes questões: 
■ Qual o clima predominante em seu munícipio? 
 
 
3 
■ Como é o comportamento desse tipo climático ao longo do ano? 
■ Em qual bioma está inserido seu município? Quais as 
características florestais locais? 
■ Quais tipos de depósitos ou materiais rochosos são encontrados 
nas porções altas e baixas do relevo? 
■ Quais processos de intemperismo são predominantes na formação 
desses depósitos? 
■ Existem depósitos tecnogênicos ou produzidos pela ocupação 
humana ao longo do tempo? 
 
O estudo aprofundado do relevo na escala local permite ao pesquisador 
a aproximação com a realidade dos processos naturais e humanos que decorrem 
na produção da paisagem. 
 
TEMA 1 - ATMOSFERA E RELEVO TERRESTRE 
A atmosfera terrestre começou a se formar há aproximadamente 3 bilhões 
de anos. Nesse momento a superfície do planeta já tinha esfriado o suficiente 
para formar uma crosta endurecida com vulcões que liberaram vapor d’água, gás 
carbônico, amônia e nitrogênio. 
Nessa fase da atmosfera quase não havia oxigênio livre. Esses novos 
gases produziram o Efeito Estufa, protegendo a Terra dos nocivos raios solares 
e impedindo-a de congelar, mantendo a temperatura na superfície em condições 
do surgimento de seres vivos. 
O vapor de água que circulava nessa atmosfera formava chuvas 
constantes que originaram oceanos, mares e pântanos, onde surgiram plantas 
que faziam fotossíntese, convertendo o gás carbônico em oxigênio livre (O2). 
Esse gás possibilitou o desenvolvimento dos animais que agora tinham ar para 
se desenvolver e respirar. 
A grande concentração de oxigênio permitiu o aparecimento de uma 
camada composta pela combinação de três moléculas do oxigênio, denominada 
de ozônio (O3). Com essa camada formada, as formas de vida animal foram 
mais protegidas dos raios ultravioletas. Os gases do Efeito Estufa, por sua vez, 
permitiram a expansão e manutenção dos sistemas vivos naturais até os dias de 
hoje. 
 
 
4 
 
Fonte: Ratier (2015). 
Comparando nossa atmosfera com outros planetas é possível notar que 
a presença dos seres vivos teve grande responsabilidade pela transformação 
natural do planeta. 
 
Desde sua origem, a atmosfera exerceu determinados controles sobre a 
litologia e produziu processos de intemperização, de acordo com as variações 
aleatórias dos elementos meteorológicos, ou seja, a temperatura, a precipitação, 
o vento, a umidade e a pressão do ar. Esses elementos, combinados, definiram 
regiões climáticas e contribuíram para as alterações no relevo dos continentes. 
Para efeito de uma datação inicial em Geomorfologia, podemos admitir 
que a atual compartimentação topográfica nas várias regiões climáticas da Terra 
evoluiu a partir da Era Cenozoica, que se iniciou há 65 milhões de anos e se 
estende até os dias atuais. O cenozoico é distribuído em dois períodos distintos: 
o Terciário e o Quaternário. 
 
 
5 
Saiba mais 
A origem do planeta Terra 
O documentário indicado a seguir mostra que para alcançar o nível de 
evolução no qual se encontra o planeta hoje, foi preciso milhões de anos para 
que este se configurasse e pudesse oferecer condições para o desenvolvimento 
da vida. O vídeo mostra que, ao longo de sua formação, o planeta já possuiu 
diferentes características em consistência e principalmente em temperatura, que 
houve períodos com temperaturas extremamente elevadas, e supostamente o 
planeta passou por processo de glaciação. Em forma de retrospectiva, mostra 
os principais eventos que marcaram a formação do planeta e de seus habitantes: 
os seres vivos. 
https://www.youtube.com/watch?v=6eKH3btIUlo 
 
 
TEMA 2 - FORMAS ASSOCIADAS AOS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS 
As regiões climáticas da Terra produzem condições ambientais que 
definem a distribuição dos biomas e unidade morfoclimáticas. 
 
Fonte: Büdel (1982). 
Zona tropical interior de aplainamento parcial: são as faixas 
continentais ocupadas por florestas equatoriais que, no passado 
geológico, apresentaram regime climático sazonal com 
precipitação média, sazonalmente concentrada, em torno de 500 
https://www.youtube.com/watch?v=6eKH3btIUlo
 
 
6 
mm a 2.000 mm/ano, o que favoreceu a formação de crosta 
ferruginosa. 
Zona peritropical de aplainamento acentuado: são as faixas de 
savanas presentes na África, na América do Sul, na Índia e na 
Oceania. Os vales são predominantemente estreitos, em forma de 
“V”. Seus perfis longitudinais são interrompidos por numerosas 
quedas d’água e corredeiras, que dissecam fortemente as bordas 
de suas montanhas, embora não penetrem nelas profundamente. 
Zona subtropical de relevo misto: são as faixas posicionadas nas 
latitudes extremas dos trópicos. Nas faixas de contato com as 
zonas peritropicais e áridas, surgem variações de ambas as formas 
de aplainamento. 
Zona árida de aplainamento por ação fluvio-aéolica: são faixas 
posicionadas em função dos processos eólicos. São 
predominantes em relação à ação fluvial, ainda que esporádica. 
Subdivide-se em três macrozonas: glacial; periglacial e das 
latitudes médias. Os processos holocênicos fracos; gerações de 
relevo antigas, incluindo a geração periglacial. 
 
As zonas morfoclimáticas resultaram da interação do clima e biosfera, e 
produziram “famílias de formas” do relevo, que nos permite interpretar a relação 
entre as oscilações climáticas e o relevo do tempo passado e presente. 
Saiba mais 
Grandes regiões naturais – 2010 
O vídeo a seguir foi produzido pelas Nações Unidas em 2010, declarado 
como o Ano Internacional da Biodiversidade. Apresenta imagens e declarações 
de apoio à manutenção da biodiversidade e a diversidade cultural associadas a 
essas paisagens. 
https://www.youtube.com/watch?v=xs-gjWf__Ro 
 
 
TEMA 3 - INTEMPERISMO E FORMAÇÃO DA ESTRUTURA SUPERFICIALO intemperismo pode ser definido como o conjunto de fenômenos físicos, 
químicos e biológicos que levam à degradação e ao enfraquecimento das 
rochas, ou seja, à sua desagregação e alteração de sua composição química e 
https://www.youtube.com/watch?v=xs-gjWf__Ro
 
 
7 
mineralógica. As rochas são transformadas em materiais mais estáveis em 
condições físico-químicas diferentes daquelas em que elas se originaram. 
De acordo com a natureza do processo, o intemperismo pode ser: 
 Intemperismo físico ou mecânico: é a desagregação da rocha 
propriamente dita, ocorrendo pela fragmentação ou quebra da massa 
rochosa original. Quanto maior for a variação térmica de uma dada 
região, maior será o grau dilatação/contração dos minerais. A umidade 
também causa separação física dos agregados e, em situações de 
congelamento da água no solo, ou quando sais são dissolvidos na 
água e precipitam, aumentam o volume e facilitam o fissuramento e a 
penetração cada vez maior de água nas rochas. Os processos 
mecânicos podem ser de abrasão, congelamento-degelo, cristalização 
de sais e também pela ausência de umidade. 
 Intemperismo químico: ocorre na escala das partículas minerais da 
rocha por meio de várias reações químicas, tais como: hidratação, 
dissolução, hidrólise, carbonatação, oxidação e redução. A água é o 
maior agente controlador do intemperismo químico e quanto mais 
ácida ela se torna no ambiente, maior será o seu poder de dissolução. 
Entre os gases, o gás carbônico (CO2) absorvido da atmosfera 
também aumenta a acidez e, ao entrar em contato com a matéria 
orgânica do solo, essa água se torna ainda mais ácida. 
 Intemperismo biológico: ocorre pela ação de bactérias que 
decompõem os materiais orgânicos, produzindo os solos férteis 
(pedogênese), caracterizado por rochas que perdem alguns de seus 
nutrientes essenciais para os organismos vivos e plantas que crescem 
em sua superfície. A presença de seres vivos no solo produz aeração, 
além de seus dejetos produzirem húmus. 
 
Saiba mais 
O intemperismo e a erosão 
O texto indicado a seguir aborda os fatores do intemperismo e processos 
erosivos e suas várias tipologias. 
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---
Rede-Ametista/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html 
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html
 
 
8 
 
 
TEMA 4 - DEPÓSITOS CORRELATIVOS E PALEOPAVIMENTOS 
Conforme já sabemos, foi no período Quaternário que se formaram as 
condições ambientais que temos atualmente. As temperaturas globais e 
movimentos de massas atmosféricas e marinhas produziram sistemas de 
distribuição da energia sobre as zonas morfoclimáticas. Esses sistemas naturais 
definiram os paleopavimentos e os depósitos correlativos aos diversos domínios. 
Os mecanismos morfogenéticos agiram ao longo do tempo e de acordo com as 
alterações tectônicas, climáticas, biológicas e antrópicas produziram 
deslocamento e permanências de materiais. 
Os depósitos correlativos são sequências sedimentares que resultam dos 
processos de agradação nas áreas receptoras, e degradação nas áreas 
fornecedoras de materiais. Os materiais detríticos provenientes de locais 
topograficamente mais elevados são transportados e depositados nas vertentes 
e nas porções baixas do relevo. Esses depósitos são denominados de colúvio. 
Os materiais que permanecem no local, ou in situ, são alterados pela 
intemperização química e contato gradacional com a rocha subjacente, formam 
o elúvio. 
Os paleopavimentos, ou stone lines, são depósitos de vertentes 
associados à morfogênese mecânica, formados de material detrítico grosso e 
pesado que se deslocava para a parte inferior da vertente. Depósito antigo que 
corresponde muitas vezes a cascalheiras e baixos terraços, relacionados às 
oscilações climáticas, normalmente marcadas por linhas de pedras. 
Em geral, as linhas de seixos dispõem-se mais ou menos paralelamente 
à superfície topográfica, sendo limitada acima por um horizonte relativamente 
homogêneo de textura areno-síltico-argilosa e, abaixo, pela rocha alterada. São 
encontrados nas faixas intertropicais e subtropicais na forma de fragmentos e os 
seixos, que são retrabalhados e depositados sob a forma de chão pedregoso em 
períodos secos e esporádicos. 
O estudo dos depósitos correlativos e paleopavimentos são fundamentais 
para o levantamento geológico e/ou geomorfológico, aplicados também na 
prospecção mineral, Engenharia Civil, agricultura, Arqueologia, entre outras 
áreas que se destinam ao estudo do relevo. O conhecimento dos processos 
geoquímicos que se sucederam ao longo do Quaternário e das mudanças 
Ana Luisa
Paleopavimentos
Ana Luisa
Coluvio
 
 
9 
climáticas, biológicas e antrópicas produzidas até o presente formam a base do 
estudo geomorfológico atual. 
A integração das diversas áreas, seus métodos e técnicas permite a 
ampliação do conhecimento dos espaços e possibilita a tomada de decisões e 
definição de ações para o aprimoramento da ocupação humana, levando em 
conta os processos naturais e evitando a degradação dos biomas e domínios de 
paisagem. 
Saiba mais 
O artigo a seguir apresenta o estado da arte, a situação atual e os 
progressos científicos recentes associados ao tópico, analisando a repartição 
mundial das superfícies de aplainamento e, em suas variadas escalas espaciais, 
as condições de desenvolvimento dos aplainamentos parciais, a destruição 
completa dos grandes edifícios orogênicos. 
http://www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/article/download/199/165 
 
 
TEMA 5 - DEPÓSITOS TECNOGÊNICOS E PAISAGEM 
A presença do ser humano na superfície terrestre ocorreu no período 
quaternário. Estima-se que os primeiros ancestrais humanos viveram no 
continente africano entre 3 milhões e 100 mil anos atrás. A partir desse momento 
os agrupamentos humanos migraram para os demais continentes e se 
distribuíram. 
Com o desenvolvimento da agricultura, as formas de ocupação 
produziram impactos cada vez maiores sobre as paisagens terrestres, alterando 
os cursos de água, arando solos, desmatando, construindo cidades e produzindo 
interferências nos modelados e encostas durante muitos séculos em que a 
agricultura e a pecuária predominaram como atividades produtivas. 
A partir da Revolução Industrial, a ocupação dos espaços se acelerou, 
com o surgimento de tecnologias de produção e transporte, ampliando as 
distâncias percorridas por terra ou mares. 
Vários estudiosos se preocuparam em determinar a intensidade e a 
magnitude da influência dos seres humanos sobre as estruturas geológicas e 
geomorfológicas, chegando ao ponto de alguns afirmarem que o ser humano se 
tornou um dos principais agentes modeladores do relevo. 
http://www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/article/download/199/165
 
 
10 
As áreas alteradas pela ação humana e seus detritos produzidos 
atingiram níveis cada vez maiores a ponto de surgirem novas definições do atual 
estágio de alteração do relevo, denominado de Tecnógeno. 
Os depósitos tecnogênicos ou produzidos pelo ser humano apresentam 
diversidade de feições, composições e espessuras. 
Esses depósitos são formados por matéria orgânica e inorgânica, 
resultantes de resíduos rurais ou urbanos, como os restos de construção civil, 
mineração e aterramentos. Em geral, podemos classificar esses conjuntos de 
depósitos como conduzidos e induzidos: 
 Depósitos tecnogênicos, conduzidos ou diretos: resultam da 
remoção e deposição direta na forma de “bota-foras” de entulhos 
urbanos e de mineração, escavações e aterros, aterros sanitários e 
depósitos de resíduos sólidos. 
 Depósitos induzidos, indiretos ou mediatos: resultam do uso do 
solonas atividades agrícolas e agroindustriais, e causando seus 
impactos em relação à remoção da cobertura vegetal, à exposição do 
solo aos processos erosivos, ao assoreamento de cursos de água, ao 
transporte de materiais nutrientes do solo, entre outros. 
 
As atividades agrícolas alteraram profundamente as composições dos 
solos mundiais, a tal ponto que, em 2010, a União Internacional de Ciências do 
Solo (International Union of Soil Science – IUSS) referendou uma divisão dos 
solos alterados pelo ser humano, denominando como antropossolos as áreas 
agrícolas que sofreram alterações nas propriedades químicas e físicas, e os 
tecnosolos, referentes aos solos das áreas urbanas formados por materiais e 
fragmentos artificiais depositados em camadas superiores do relevo. 
Vamos conhecer esses depósitos produzidos pela ação humana e suas 
principais características. 
Saiba mais 
O artigo a seguir apresenta o período Tecnógeno e mostra como a ação 
humana foi capaz de transformar o relevo e produzir novos depósitos de 
sedimentos, como os depósitos de lixo, o assoreamento de reservatórios, a 
poluição dos solos. A Tecnogenia emerge como um campo de estudo na 
Geologia, buscando mostrar que estamos diante de uma nova etapa da evolução 
do relevo terrestre. 
Ana Luisa
.
Ana Luisa
.
 
 
11 
http://www.abequa.org.br/trabalhos/0268_tecnogeno.pdf 
 
No vídeo a seguir, o Professor Willian Vesentini apresenta uma reflexão 
sobre as formas de ocupação humana do relevo ao longo dos processos 
históricos, produzindo alterações significativas de acordo com as técnicas de 
ocupação e produção rural ou urbana. 
https://www.youtube.com/watch?v=8ErmnfAiFo4 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
No fórum desta disciplina, elabore junto aos seus colegas de turma um 
texto coletivo sobre o município relatando as alterações climáticas ao longo do 
ano e suas implicações nas dinâmicas do relevo como formas e materiais 
depositados na superfície. Verifiquem também as alterações promovidas pela 
ocupação humana. Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem! 
 
NA PRÁTICA 
Elabore uma aula de campo para a turma do curso de Geomorfologia, com 
o objetivo de fazer um reconhecimento das principais unidades de paisagem do 
município. Lembre-se que é preciso um roteiro de viagem, materiais e recursos, 
coletas de imagens e amostras, e anotações de campo. 
Orientações 
Em geral, os planos de aula se caracterizam pela descrição específica de 
tudo que o(a) professor(a) realizará em classe durante as aulas de um período 
específico. A estrutura dos planos deve conter alguns itens fundamentais: 
 Dados de identificação do professor e da escola; 
 Objetivos da aula; 
 Conteúdos da aula; 
 Procedimentos de aprendizagem dos alunos; 
 Recursos e materiais aplicados; 
 Metodologias e técnicas avaliativas. 
 
Espera-se que o acadêmico produza um plano possível de ser executado 
com turmas de ensino médio, utilizando fontes científicas e recursos de 
http://www.abequa.org.br/trabalhos/0268_tecnogeno.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=8ErmnfAiFo4
 
 
12 
aprendizagem diversos, bem como a inclusão de tecnologias e estudos de 
campo. 
Observação 
Observem o relevo de seu município e identifique as diferentes formas de 
ocupação humana ao longo do território. 
 
 
SÍNTESE 
Nesta aula, conhecemos as relações entre os climas terrestres e as 
unidades do relevo global, que dão origem aos domínios morfoclimáticos. Os 
processos físicos, químicos e biológicos promovem o intemperismo das 
camadas rochosas, desintegrando as camadas superiores, que são 
transportadas e depositadas em áreas baixas do relevo. 
Ao longo do período quaternário houve grandes alterações climáticas com 
o congelamento de vastas áreas do planeta. O avanço e posteriormente o recuo 
das camadas geladas produziram processos geológicos diferenciados, como a 
elevação do nível dos mares e formação de depósitos ou paleopavimentos. 
A presença humana na superfície planetária produziu alterações nos 
domínios morfoclimáticos e modificações nas paisagens, interferindo nos 
modelados para instalação de áreas de cultivo agrícola e implantação de 
cidades, estradas e demais estruturas para abrigar populações cada vez 
maiores. 
Os depósitos de sedimentos gerados pela ação humana foram 
identificados como tecnogênicos, apresentando diversidade de composição e 
grande variação de espessura, de acordo com o tempo e a intensidade dos usos 
do relevo. É consenso entre os vários estudiosos do relevo que os seres 
humanos se transformaram em uma poderosa força de alteração das paisagens, 
em particular após a Revolução Industrial. Tal constatação exige dos estudiosos 
uma atenção especial, no tratamento das práticas humanas no uso dos recursos 
naturais, bem como das ações de proteção e preservação dos domínios de 
natureza. 
 
 
 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
BRANCO, P. M. O intemperismo e a erosão. CPRM, 2016. Disponível em: 
<http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---
Rede-Ametista/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html> Acesso 
em 03/06/2016. 
MEDEIROS, P. C. Geomorfologia: fundamentos e métodos para o ensino do 
relevo. Curitiba: Intersaberes, 2016. 
ORSAYTERRE, J. P.; SALES, V. C. Aplainamento e geodinâmica: revisitando um 
problema clássico em geomorfologia. Departamento de Geografia da Universidade 
Federal do Ceará. Mercator - Revista de Geografia da UFC, ano 01, número 01, 
2002. 
PELOGGIA, A. U. G.; OLIVEIRA, A. M. dos S. Tecnógeno: um novo campo de 
estudos das geociências. ABEQUA, 2016. 
 
 
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html

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