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Apostila - Pontuação(parte 2)


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CURSO PREPARATÓRIO
PORTUGUÊS 
BÁSICO
Proibida a divulgação e compartilhamentoLÍNGUA PORTUGUESA
SINAIS DE PONTUÇAÇÃO
Os sinais de pontuação são um conjunto de sinais grácos que 
indicam, em uma construção sintática, o maior ou menor grau 
de coesão entre estruturas e, em alguns casos, podem manifestar 
aspectos prosódicos (da fala) em um enunciado escrito. São eles:
VÍRGULA
Antes de tudo, sobre vírgula, é bom reiterar que seu conheci-
mento de sintaxe precisa estar “em dia” para que entenda bem 
o que vou dizer a partir de agora, beleza? 
1) A vírgula não pode ser usada entre o sujeito e logo 
após o seu verbo.
– Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação.
– Todos os alunos daquele professor entenderam a explicação.
2) A vírgula não pode ser usada entre o verbo e logo 
após o seu complemento (objeto direto, indireto (em 
forma de oração, inclusive)) ou predicativo do sujeito.
– Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor 
sobre vírgula.
– Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula.
– Os alunos caram, satisfeitos com a explicação.
– Os alunos entenderam toda aquela explicação do professor 
sobre vírgula.
– Os alunos precisam de uma explicação detalhada sobre vírgula.
– Os alunos caram satisfeitos com a explicação.
3) A vírgula é facultativa entre o complemento de um 
verbo e logo após um adjunto adverbial.
– Nossos alunos caram exercitando questões de vírgula ontem à noite.
– Nossos alunos caram exercitando questões de vírgula, on-
tem à noite.
4) A vírgula não pode ser usada entre um substantivo 
e seu complemento nominal ou adjunto adnominal.
– Todos os alunos, daquele professor entenderam a explicação.
– Todos os alunos daquele professor entenderam a explicação.
5) A vírgula não pode ser usada entre a locução verbal 
PONTUAÇÃO de voz passiva e o agente da passiva.
– Todos os alunos foram convidados, por aquele professor 
para a Feira.
- Todos os alunos foram convidados por aquele professor 
para a Feira.
Bem, normalmente as vírgulas são colocadas entre termos que 
interrompem a estrutura S VC A. Veja:
1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto adverbial
– O professor do curso, Fernando Pestana, ministra aulas de 
Português.
2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto adverbial
– Eu estudei, Pestana, toda a aula de ontem, ok?
3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto adverbial
– O professor explicou Pontuação, que é minha maior dicul-
dade, magistralmente.
4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da passiva
– Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos e amigos.
A VÍRGULA DENTRO DO PERÍODO SIMPLES
1) Separa termos de mesma função sintática, numa enumeração.
– Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades 
a serem observadas na redação ocial.
– Devemos observar a simplicidade, a clareza, a objetividade e 
a concisão na redação ocial.
2) Separa aposto explicativo.
– Aristóteles, o grande lósofo, foi o criador da Lógica.
3) Separa vocativo.
– Brasileiros, é chegada a hora de votar.
4) Separa predicativos do sujeito deslocados.
– Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte.
– O condenado, sereno e tranquilo, esperava sua morte.
5) Separa termos (objeto direto ou indireto, normalmente) des-
locados de sua posição normal na oração (caso facultativo).
– As explicações sobre vírgula, o professor procurou lhes dar?
6) Separa (facultativamente) as expressões para mim, para 
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ti ou para si (ou sinônimas) quando indicam benefício pró-
prio ou posse, independentemente de sua posição na frase.
– Para mim(,) nada é melhor que acordar depois do meio-dia 
e dormir depois da meia-noite.
7) Separa termos repetidos.
– Aquele aluno era esforçado, esforçado.
8) Separa os adjuntos adverbiais deslocados.
– A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.
9) Separa certas expressões explicativas, reticativas, 
exemplicativas, como: isto é, ou seja, ademais, a sa-
ber, melhor dizendo, ou melhor, quer dizer, por exemplo, 
além disso, aliás, antes, com efeito, data vênia, digo.
– O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem cla-
ra, ou seja, de fácil compreensão.
A VÍRGULA DENTRO DO PERÍODO COMPOSTO
1) Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos).
– O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os par-
ticulares. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
– Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002, 
Ronaldo. (= ... em 2002, Ronaldo ganhou a Copa do Mundo)
2) Separa orações coordenadas assindéticas.
– Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as 
ideias na cabeça...
– A honestidade “deveria” ser a ordem do dia, não “poderia”.
3) Não separa as orações coordenadas sindéticas adi-
tivas ligadas por e ou nem.
– Muitos policiais estão envolvidos em receptação e continuam 
a envolver-se.
– Aqueles policias não estão envolvidos em receptação nem 
procuram envolver-se.
4) Separa as orações coordenadas sindéticas adversativas.
– O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas 
se arrependeu dias depois.
5) Separa as orações coordenadas sindéticas alterna-
tivas (ou... ou..., ora... ora..., quer... quer...).
– Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, 
ora decide fazer justamente o avesso.
6) Separa as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
– Os atores zeram um grande espetáculo, por isso toda a 
plateia os aplaudiu efusivamente.
7) Separa as orações coordenadas sindéticas explicativas.
– Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso.
8) Separa as orações subordinadas substantivas deslocadas.
– Que vocês estudam a Língua Portuguesa, todos já sabemos.
PONTO E VÍRGULA
1) Separar orações coordenadas assindéticas, normal-
mente entre trechos já separados por vírgula (ou outros 
sinais de pontuação), marcando uma enumeração.
– As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo 
em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas.
– Em criança, era um menino tímido mas inteligente; quando 
moço, era esperto e alegre; agora, como homem maduro, tor-
nou-se um chato.
– Por que Deus permite terremotos (como os que ocorreram 
recentemente na Itália e na Grécia); não impede os ciclones 
(como os que atacam os EUA ano após ano); nada faz contra 
as secas intensas (como as do nordeste brasileiro), etc.?
2) Separar orações coordenadas cuja conjunção “im-
plícita” é facilmente percebida.
– Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à 
aula de hoje. (= Comeu muito na festa, exageradamente, por 
isso não conseguiu ir à aula hoje.)
3) Separar orações coordenadas adversativas e con-
clusivas com conectivo deslocado.
– Ficarei com esta; não posso pagá-la à vista, porém.
– Finalmente vencemos; quemos, pois, felizes com nossa conquista!
DOIS-PONTOS
Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda 
não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para:
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1) Introduzir uma citação (discurso direto).
– Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas 
suas perguntas que pelas respostas.”
2) Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distri-
butivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
– Amanda tinha conseguido nalmente realizar seu maior pro-
pósito: seduzir Pedro, que, por sua vez, amara três pessoas: 
Magda, Luana e, principalmente, a si mesmo.
– Em nosso meio, há bons prossionais: professores, jornalis-
tas, médicos...
3) Introduzir uma explicação ou enumeração após as ex-
pressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc.
– Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Filosoa, Ci-
ências...
4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas (nor-
malmente a relação semântica entre elas é de oposi-
ção, explicação/causa ou consequência).
– Ele já leu muitos livros: pode-sedizer que é um homem con-
siderado culto.
– Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela.
5) Marcar a invocação em correspondências.
– Prezados senhores:
PONTO
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o m de uma 
frase declarativa de um período simples ou composto. Pode 
substituir a vírgula quando o autor quer realçar, enfatizar o que 
vem após (evita-se isso em linguagem formal).
– Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando tudo!
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: fev. 
= fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia, etc. = et cætera.
O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver outro 
ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é usar etc. 
seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”.
Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período 
e a ele se segue outro período em linha diferente. Esse último 
ponto agora (antes do Esse) é chamado de ponto continuativo, 
pois a ele se segue outro período no mesmo parágrafo. Ponto 
nal é este que virá agora.
ASPAS
1) Antes e depois de citações textuais.
– “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, arma a editora 
de opinião do jornal Correio Braziliense e especialista em lín-
gua portuguesa Dad Squarisi, 64.
2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, 
gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas.
– Chávez, com 58 anos, é uma gura doente e fugidia, que 
hoje representa o “establishment”. (Carta Capital)
– Não me venham com problemática, que tenho a “solucioná-
tica”. (Dadá Maravilha)
– O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que desejava.
– Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd”. (Jornal Meia Hora)
– Anderson Silva “passou o carro” no adversário. 
3) Quando se citam nomes de mídias, livros etc.
– Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.
– “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.
RETICÊNCIAS
1) Assinalar interrupção do pensamento.
– O Presidente da República está ciente...
– Um aparte, por favor...
– ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre Deputado. 
(Manual de Redação da Câmara dos Deputados)
2) Indicar partes que são suprimidas de um texto (pode 
vir entre parênteses ou colchetes).
– O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure fo-
calizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um 
sistema de signos... (ou (...), ou [...]) Considerava a linguística, portan-
to, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência dos signos...
(Mattoso Câmara Jr.)
3) Para indicar hesitação, suspense ou breve interrup-
ção de pensamento.
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– Eu não a beijava porque... porque... eu tinha vergonha!
4) Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com 
malícia, ironia ou outro sentimento.
– Ela é linda...! Você nem sabe como...! (lê-se assim, prosodi-
camente: “Ela é liiiiinda... você nem sabe como...”).