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www.PROFDAVI.com.br CURSO PREPARATÓRIO PORTUGUÊS BÁSICO Proibida a divulgação e compartilhamentoLÍNGUA PORTUGUESA SINAIS DE PONTUÇAÇÃO Os sinais de pontuação são um conjunto de sinais grácos que indicam, em uma construção sintática, o maior ou menor grau de coesão entre estruturas e, em alguns casos, podem manifestar aspectos prosódicos (da fala) em um enunciado escrito. São eles: VÍRGULA Antes de tudo, sobre vírgula, é bom reiterar que seu conheci- mento de sintaxe precisa estar “em dia” para que entenda bem o que vou dizer a partir de agora, beleza? 1) A vírgula não pode ser usada entre o sujeito e logo após o seu verbo. – Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação. – Todos os alunos daquele professor entenderam a explicação. 2) A vírgula não pode ser usada entre o verbo e logo após o seu complemento (objeto direto, indireto (em forma de oração, inclusive)) ou predicativo do sujeito. – Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor sobre vírgula. – Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula. – Os alunos caram, satisfeitos com a explicação. – Os alunos entenderam toda aquela explicação do professor sobre vírgula. – Os alunos precisam de uma explicação detalhada sobre vírgula. – Os alunos caram satisfeitos com a explicação. 3) A vírgula é facultativa entre o complemento de um verbo e logo após um adjunto adverbial. – Nossos alunos caram exercitando questões de vírgula ontem à noite. – Nossos alunos caram exercitando questões de vírgula, on- tem à noite. 4) A vírgula não pode ser usada entre um substantivo e seu complemento nominal ou adjunto adnominal. – Todos os alunos, daquele professor entenderam a explicação. – Todos os alunos daquele professor entenderam a explicação. 5) A vírgula não pode ser usada entre a locução verbal PONTUAÇÃO de voz passiva e o agente da passiva. – Todos os alunos foram convidados, por aquele professor para a Feira. - Todos os alunos foram convidados por aquele professor para a Feira. Bem, normalmente as vírgulas são colocadas entre termos que interrompem a estrutura S VC A. Veja: 1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto adverbial – O professor do curso, Fernando Pestana, ministra aulas de Português. 2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto adverbial – Eu estudei, Pestana, toda a aula de ontem, ok? 3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto adverbial – O professor explicou Pontuação, que é minha maior dicul- dade, magistralmente. 4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da passiva – Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos e amigos. A VÍRGULA DENTRO DO PERÍODO SIMPLES 1) Separa termos de mesma função sintática, numa enumeração. – Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na redação ocial. – Devemos observar a simplicidade, a clareza, a objetividade e a concisão na redação ocial. 2) Separa aposto explicativo. – Aristóteles, o grande lósofo, foi o criador da Lógica. 3) Separa vocativo. – Brasileiros, é chegada a hora de votar. 4) Separa predicativos do sujeito deslocados. – Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte. – O condenado, sereno e tranquilo, esperava sua morte. 5) Separa termos (objeto direto ou indireto, normalmente) des- locados de sua posição normal na oração (caso facultativo). – As explicações sobre vírgula, o professor procurou lhes dar? 6) Separa (facultativamente) as expressões para mim, para www.PROFDAVI.com.br Proibida a divulgação e compartilhamentoLÍNGUA PORTUGUESA ti ou para si (ou sinônimas) quando indicam benefício pró- prio ou posse, independentemente de sua posição na frase. – Para mim(,) nada é melhor que acordar depois do meio-dia e dormir depois da meia-noite. 7) Separa termos repetidos. – Aquele aluno era esforçado, esforçado. 8) Separa os adjuntos adverbiais deslocados. – A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. 9) Separa certas expressões explicativas, reticativas, exemplicativas, como: isto é, ou seja, ademais, a sa- ber, melhor dizendo, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com efeito, data vênia, digo. – O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem cla- ra, ou seja, de fácil compreensão. A VÍRGULA DENTRO DO PERÍODO COMPOSTO 1) Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos). – O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os par- ticulares. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) – Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002, Ronaldo. (= ... em 2002, Ronaldo ganhou a Copa do Mundo) 2) Separa orações coordenadas assindéticas. – Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as ideias na cabeça... – A honestidade “deveria” ser a ordem do dia, não “poderia”. 3) Não separa as orações coordenadas sindéticas adi- tivas ligadas por e ou nem. – Muitos policiais estão envolvidos em receptação e continuam a envolver-se. – Aqueles policias não estão envolvidos em receptação nem procuram envolver-se. 4) Separa as orações coordenadas sindéticas adversativas. – O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas se arrependeu dias depois. 5) Separa as orações coordenadas sindéticas alterna- tivas (ou... ou..., ora... ora..., quer... quer...). – Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora decide fazer justamente o avesso. 6) Separa as orações coordenadas sindéticas conclusivas. – Os atores zeram um grande espetáculo, por isso toda a plateia os aplaudiu efusivamente. 7) Separa as orações coordenadas sindéticas explicativas. – Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso. 8) Separa as orações subordinadas substantivas deslocadas. – Que vocês estudam a Língua Portuguesa, todos já sabemos. PONTO E VÍRGULA 1) Separar orações coordenadas assindéticas, normal- mente entre trechos já separados por vírgula (ou outros sinais de pontuação), marcando uma enumeração. – As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas. – Em criança, era um menino tímido mas inteligente; quando moço, era esperto e alegre; agora, como homem maduro, tor- nou-se um chato. – Por que Deus permite terremotos (como os que ocorreram recentemente na Itália e na Grécia); não impede os ciclones (como os que atacam os EUA ano após ano); nada faz contra as secas intensas (como as do nordeste brasileiro), etc.? 2) Separar orações coordenadas cuja conjunção “im- plícita” é facilmente percebida. – Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à aula de hoje. (= Comeu muito na festa, exageradamente, por isso não conseguiu ir à aula hoje.) 3) Separar orações coordenadas adversativas e con- clusivas com conectivo deslocado. – Ficarei com esta; não posso pagá-la à vista, porém. – Finalmente vencemos; quemos, pois, felizes com nossa conquista! DOIS-PONTOS Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para: Proibida a divulgação e compartilhamentoLÍNGUA PORTUGUESA 1) Introduzir uma citação (discurso direto). – Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.” 2) Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distri- butivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. – Amanda tinha conseguido nalmente realizar seu maior pro- pósito: seduzir Pedro, que, por sua vez, amara três pessoas: Magda, Luana e, principalmente, a si mesmo. – Em nosso meio, há bons prossionais: professores, jornalis- tas, médicos... 3) Introduzir uma explicação ou enumeração após as ex- pressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc. – Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Filosoa, Ci- ências... 4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas (nor- malmente a relação semântica entre elas é de oposi- ção, explicação/causa ou consequência). – Ele já leu muitos livros: pode-sedizer que é um homem con- siderado culto. – Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela. 5) Marcar a invocação em correspondências. – Prezados senhores: PONTO Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o m de uma frase declarativa de um período simples ou composto. Pode substituir a vírgula quando o autor quer realçar, enfatizar o que vem após (evita-se isso em linguagem formal). – Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando tudo! O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia, etc. = et cætera. O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver outro ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é usar etc. seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”. Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período e a ele se segue outro período em linha diferente. Esse último ponto agora (antes do Esse) é chamado de ponto continuativo, pois a ele se segue outro período no mesmo parágrafo. Ponto nal é este que virá agora. ASPAS 1) Antes e depois de citações textuais. – “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, arma a editora de opinião do jornal Correio Braziliense e especialista em lín- gua portuguesa Dad Squarisi, 64. 2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas. – Chávez, com 58 anos, é uma gura doente e fugidia, que hoje representa o “establishment”. (Carta Capital) – Não me venham com problemática, que tenho a “solucioná- tica”. (Dadá Maravilha) – O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que desejava. – Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd”. (Jornal Meia Hora) – Anderson Silva “passou o carro” no adversário. 3) Quando se citam nomes de mídias, livros etc. – Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”. – “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI. RETICÊNCIAS 1) Assinalar interrupção do pensamento. – O Presidente da República está ciente... – Um aparte, por favor... – ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre Deputado. (Manual de Redação da Câmara dos Deputados) 2) Indicar partes que são suprimidas de um texto (pode vir entre parênteses ou colchetes). – O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure fo- calizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de signos... (ou (...), ou [...]) Considerava a linguística, portan- to, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência dos signos... (Mattoso Câmara Jr.) 3) Para indicar hesitação, suspense ou breve interrup- ção de pensamento. www.PROFDAVI.com.br Proibida a divulgação e compartilhamentoLÍNGUA PORTUGUESA – Eu não a beijava porque... porque... eu tinha vergonha! 4) Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com malícia, ironia ou outro sentimento. – Ela é linda...! Você nem sabe como...! (lê-se assim, prosodi- camente: “Ela é liiiiinda... você nem sabe como...”).