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SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO - ESÔFAGO

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Semiologia do sistema digestório – esôfago 
Lara Camila da Silva Alves – Medicina – 3º Semestre 
 
ANATOMIA 
• Mede cerca de 27cm; 
• Conduto músculo membranoso, destinado a conduzir os 
alimentos da faringe ao estômago; 
• Principal função – motora; 
• Função de transporte – tempo de trânsito 5 a 9s; 
• Possui 3 regiões anatômicas: 
 Superior ou cervical; 
 Média ou torácica; 
 Diafragmática ou abdominal (o hiato); 
• Tem três impressões anatômicas: arco aórtico, brônquio fonte 
esquerdo, diafragma; 
• Anatomia microscópica: mucosa, submucosa, muscular, 
adventícia, serosa. 
OBS: a parte abdominal do estômago possui a camada serosa, pois 
é recoberta por peritônio. 
 
 
 
• Formado por plexos nervosos que são 
responsáveis pela sua função motora. 
OBS: lembrar que o nervo vago também passa pelo 
esôfago 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
ESFÍNCTER SUPERIOR 
• Se mantém contraído em repouso; 
• O relaxamento ocorre pela deglutição; 
• Esfíncter superior do esôfago: 3 a 4cm de extensão (musculatura estriada); 
• Principal função: impedir que entre ar no sistema digestório; 
 
CORPO 
• Corpo esofágico: segmento proximal (músculo estriado) e segmento distal (músculo liso); 
• Constituído de músculo que se contrai em resposta à deglutição; 
- Ondas peristálticas primárias - iniciam na laringe com a deglutição; 
OBS: voluntariamente iniciamos o peristaltismo com a deglutição 
- Ondas peristálticas secundárias - não têm relação com a fase orofaríngea da deglutição – tem a função de 
limpeza da luz do esôfago – clareamento esofágico 
- Ondas terciárias – ocorre em pessoas idosas, são ondas patológicas – ondas não coordenadas; não sincrônicas. 
ESFÍNCTER INFERIOR 
Contraído em repouso devido a propriedades miogênicas e relaxado à deglutição; 
 
➔ A contração do esfíncter esofágico inferior e o movimento peristáltico são mecanismos de proteção anti-
refluxo; 
 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
Principais sintomas: 
• Disfagia: dificuldade de deglutição 
OBS: disfagia orofaríngea: o paciente se engasga/tosse || disfagia esofagiana: o alimento fica “entalado” no 
esôfago; 
• Odinofagia: dor ao deglutir – normalmente relacionada a patologias inflamatórias e infecciosas. 
• Globus: “bolo na garganta” que não há relação com a presença do alimento (o que o diferencia da disfagia 
orofaríngea). É um sintoma que aparece no intervalo das alimentações, e muitas vezes está relacionado ao 
emocional. 
• Pirose: dor/queimor na região retroesternal. 
OBS: azia é sensação de queimor na região epigástrica. 
• Regurgitação: retorno do alimento. 
• Dor retroesternal: facilmente confundida com a dor da angina; pode ocorrer em situações graves da doença 
do refluxo, ou pacientes com espasmos esofagianos. 
• Hematêmese: vômito com sangue. 
 
DISFAGIA 
Classificação: 
• Orofaríngea ou de transferência: começa no início da deglutição; 
• Esofagiana ou de transporte: no decorrer da deglutição; 
Anamnese: 
• Sente dificuldade para o alimento descer? 
• Onde sente que o alimento para? 
• Mostre com seu dedo onde o alimento para 
• Tem tosse? 
• O alimento retorna para a boca? 
• A dificuldade começou para alimentos só sólidos ou só líquidos? 
• E atualmente, é para sólidos ou líquidos? 
Tempo de evolução do sintoma: 
• Início abrupto? Corpo estranho 
• Início agudo? Neoplasia 
• Início insidioso? Megaesôfago, estenose péptica → só manifestam sintomas quando a afecção já evoluiu 
 
Abrupto x Agudo: um sintoma tem início agudo quando aparece de forma rápida, mas não é de uma hora para a 
outra – ou seja, houve uma evolução da doença. Assim, o sintoma é menos exuberante que no abrupto. 
A anamnese faz diagnóstico em 80% dos casos; 
O exame físico não é muito informativo; 
 
Quando paciente tem disfagia apenas para sólidos, é necessário pensar mais em algum problema anatômico, 
pois se o líquido consegue passar, a função motora do esôfago está funcionante. Entretanto, um tumor (por 
exemplo) pode evoluir, com o tempo, para uma disfagia também para líquidos. Quando o paciente tem disfagia 
para sólidos e líquidos, é necessário pensar em uma disfunção motora, ou seja, algum problema nas ondas 
peristálticas. 
 
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OBS: já foram verificados casos de acalásia devido à doença de Chagas, em função do desgaste dos nervos do 
esôfago causado pelo Trypanosoma cruzi. 
 
Características: 
• Intermitente? Distúrbios de motibilidade; 
• Lentamente progressiva? Megaesôfago; 
• Rapidamente progressiva? Neoplasia; 
• Para sólidos? Lesão estrutural/anatômica; 
• Para sólidos e líquidos? Distúrbio de motilidade. Ex: acalásia (megaesôfago) 
Sinais de alarme: 
• Perda de peso? Neoplasia 
• Sangramento? Neoplasia, DRGE complicada 
 
Sintomas associados: 
Pirose (dor/queimor na região retroesternal), dor torácica, regurgitação? DRGE, distúrbios de motilidade 
 
DISFAGIA OROFARÍNGEA 
Causas mecânicas: 
• Processos inflamatórios de boca e faringe; 
• Compressões extrínsecas (bócio, adenomegalias); 
• Divertículo de Zenker: origem idiopática; é uma herniação do corpo do esôfago. 
O paciente tem dificuldade no relaxamento do esfíncter esofágico superior, o 
que aumenta a pressão do esôfago superior que pode fazer com que o esôfago 
sofra uma herniação, e a presença do divertículo impede a deglutição e a 
passagem do alimento. 
• Anel esofágico superior – estreitamento/estenose da parte superior do 
esôfago. 
 
OBS: a DRGE pode levar ao anel esofágico superior ou inferior, devido ao estreitamento do esôfago causado pelo 
ácido do estômago que entra no esôfago. Isso leva à cicatriz tecidual, que causa estenose do esôfago, levando à 
formação do anel esofágico. 
 
Causas miopáticas: 
• Distrofia muscular; 
MEGAESÔFAGO → dilatação do esôfago decorrente da acalásia e do não funcionamento do EEI. Essa dilatação 
faz com que haja um represamento do alimento e da saliva. Esse líquido e os alimentos podem ficar estagnados, 
fazendo o represamento e gerando dilatação no esôfago. 
ESTENOSE DE ESÔFAGO → estreitamento do esôfago que impede a progressão normal de saliva e/ou 
alimentos. Pode ocorrer em qualquer altura do trajeto esofágico (superior, média ou inferior). Pode ser uma 
situação congênita ou adquirida. 
OBS: estenose péptica está associada à DRGE. 
ACALÁSIA → doença do esôfago caracterizada pela ausência dos movimentos peristálticos e pelo 
estreitamento do esfíncter esofágico. Acontece devido à uma alteração nos nervos que inervam os músculos 
do esôfago, diminuindo ou inibindo completamente o peristaltismo. Não possui uma causa bem definida, mas 
acredita-se que pode ser resultado de doenças auto-imunes e infecções virais. 
 
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• Dermatomiosite/ Polimiosite: doenças autoimunes que causam dificuldade de contração do músculo; 
• Miastenia Gravis; 
Causas neurológicas: 
• AVE; 
• Parckinson; 
• Esclerose múltipla; 
• Esclerose lateral amiotrófica; 
 
DISFAGIA ESOFAGIANA 
Causas obstrutivas: 
• Neoplasias; 
• Estenose: péptica (DRGE); cáustica 
• Compressões; 
• Anel esofágico inferior; 
Causas motoras (motilidade): 
• Megaesôfago chagásico/acalásia idiopática (perda progressiva do SNE); 
• Espasmo difuso de esôfago; 
• Esclerodermia/lúpus; 
• Distrofia muscular; 
• Diabetes; 
• Doença de Parkinson; 
• Esclerose lateral amiotrófica (ELA); 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – DISFAGIA X ODINOFAGIA X GLOBUS 
Odinofagia: dor que ocorre o ato da deglutição 
• Intensidade variável; 
• Pode estar associado à sialose: eliminação da saliva em forma de baba (devido à dificuldade de deglutir); 
• Causas: infecções (herpes, citomegalovírus, candidíase, HIV), medicamentosa (AINES), cáustica, radiação; 
Globus: sensação de bolo na garganta 
• Não tem relação com alimentos; 
• Ocorre no intervalo das refeições; 
• Normalmente é queixade alteração psicossomática; 
• Pode ser um sintoma atípico da DRGE; 
 
CASOS CLÍNICOS 
 
1. Paciente 45 anos, procedente de São Felipe-Ba, com queixas de disfagia para sólidos há 20 anos. Os sintomas 
vêm piorando progressivamente ao longo dos anos e há 2 meses vem apresentando disfagia para alimentos 
pastosos e líquidos. Tem a sensação de que o alimento não desce. Às vezes apresenta regurgitação com alimento 
inteiro e cursa com tosse há 1 semana. Vem perdendo peso progressivamente ao longo dos anos. HV- Moradia 
em casa de taipa na infância. Ao exame físico de positivo paciente emagrecido e pouco descorado. IMC: 16Kg/m2 
Marque a correta relacionado a etiologia/ fisiopatologia do quadro clínico : 
a) Disfagia orofaríngea- AVC 
b) Disfagia de transferência- Neoplasia de laringe 
c) Disfagia de transporte- Megaesôfago 
d) Disfagia funcional- Odinofagia 
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A cidade São-Felipe é endêmica para doença de Chagas, e, além disso, o paciente relata moradia em casa de taipa 
na infância. A doença de chagas afeta a motilidade do esôfago (desgasta os nervos do SNE), pois pode ocorrer 
com acalásia ou não funcionamento do EEI. Assim, ocorrerá uma dilatação esofágica (megaesôfago chagásico), 
pois o alimento fica estagnado – por isso o paciente relata ter a sensação de que o alimento não desce. Como o 
paciente relata disfagia para sólidos e líquidos, pensamos em um problema na motilidade – confirmando a 
hipótese de megaesôfago, que cursa com uma disfagia esofagiana – também chamada de disfagia de transporte. 
OBS: Neoplasias podem ser causas de disfagia esofagiana, mas não tende a cursar muito com uma disfagia para 
líquidos – apenas em casos muito graves. Como nesse caso houve uma progressão, o sintoma de disfagia 
apareceu de forma aguda, e o paciente evoluiu de uma disfagia para sólidos para uma disfagia para sólidos e 
líquidos com emagrecimento, poderíamos suspeitar de uma neoplasia esofágica. 
 
2. Paciente 68 anos, mecânico, natural de Salvador-Ba. domparece à consulta com queixas de disfagia para 
sólidos iniciada há 2 meses, quando se engasgou comendo carne. Desde então vem com sensação de impactação 
alimentar quando se alimenta de sólidos, alimentos secos e farinha. Refere que perdeu 6Kg no período. HV- 
Etilista e tabagista crônicos. Ao exame físico: emagrecido. 
Marque a alternativa correta em relação ao caso: 
a) Disfagia orofaríngea- neoplasia de laringe 
b) Disfagia de transporte- Neoplasia de esôfago 
c) Disfagia funcional- odinofagia 
d) Disfagia de transferência- Neoplasia de laringe 
 
O fato de a disfagia para sólidos ter aparecido há 2 meses, pensamos em uma doença de evolução mais rápida, 
com. Normalmente, doenças com acometimento da motilidade são mais progressivas. Por isso, é possível pensar 
que o paciente possui uma neoplasia de esôfago, que cursa com disfagia de transporte. Além disso, o relato de 
“impactação do alimento” costuma ser queixa de transporte; o engasgo provavelmente aconteceu porque houve 
retorno do alimento que estava parado. ATENÇÃO: ele não relata dificuldade para deglutir o alimento – o que 
exclui disfagia orofaríngea. 
OBS: 95% dos cânceres de esôfago tem relação com alimentação e hábitos de vida que desencadeiam 
metaplasias. Assim, o fato de o paciente ser etilista e tabagista crônico é um fator importante para a HD. 
ATENÇÃO: as alternativas a e d estão iguais, pois disfagia orofaríngea e disfagia de transferência são sinônimos. 
 
3. Paciente feminina, 26 anos, referindo sensação de bolo na garganta iniciado há 15 dias. Refere que o sintoma 
não tem relação com a refeição, até melhora. Nega impactação alimentar. Após alimentar-se retorna a mesma 
sensação. Queixa-se também de refluxo (sic) e usa omeprazol (IBP) quando tem sintomas. Não observou perda 
de peso. Exame físico normal. 
Responda a correta: 
a) Amigdalite 
b) Espasmo de esôfago 
c) Globus 
d) Acalásia idiopática 
 
Disfagia que não tem relação com a ingestão de alimentos não é disfagia!!! Como a paciente relata “sensação de 
bolo na garganta” sem relação com a refeição, a HD é de globus – sintoma psicossomático. 
OBS: é valido lembrar que o globus também pode aparecer como um sintoma atípico da DRGE; 
PIROSE 
• Dor em queimação em região retroesternal; 
• Quase sempre manifestação de DRGE – de conteúdo ácido ou não ácido; 
• Ocorre geralmente após as refeições; 
• Pode ser desencadeada por alimentos como frituras, bebidas gaseificadas, 
achocolatados e posição de decúbito; 
• Muitos pacientes referem como azia; 
OBS: Pirose é queimação retroesternal. Azia é queimação em epigástrio. 
 
REGURGITAÇÃO 
• Retorno e/ou sensação do retorno de alimento e /ou secreções à 
cavidade bucal; 
• Decúbito, ortostase (refluxo não fisiológico – problema no esfíncter 
esofágico inferior| o fisiológico acontece mais quando os indivíduos 
estão em decúbito) ou ambos; 
• Não é precedida por náuseas; 
• Risco de broncoaspiração; 
Anamnese: 
• Sente o alimento voltar? 
• Deitado, em pé ou em ambas as posições? 
• Que tipo de alimento causa o sintoma? 
• Ocorre logo no final das refeições ou demora mais? 
 
OBS: Pirose e regurgitação são sintomas que qualquer pessoa pode ter – a depender da alimentação etc.-, mas 
DRGE também pode apresentar esses sintomas. Por isso, é necessário diferenciar se é fisiológico ou não. 
 
Pode estar relacionado à: DRGE, Mesaesôfago, neoplasia do esôfago, impactação alimentar – presbiesôfago 
(ondas peristálticas não coordenadas), fisiológico no RN. 
 
DOR TORÁCICA RETROESTERNAL 
• Retroesternal, constrictiva, com irradiação para regiões laterais do tórax e da garganta; 
• Semelhante à angina; 
• Geralmente acomete pacientes sem fatores de risco para doença coronariana; 
• Resulta da distensão e/ou contração das paredes do esôfago; 
• Pode estar associada à disfagia; 
• Estima-se que 50% sejam decorrentes de DRGE; 
• Ocorre no espasmo esofagiano difuso e nas fases iniciais do megaesôfago por acalasia idiopática; 
• Diferencia da dor torácica cardíaca pela ausência dos sinais de alteração hemodinâmica: sudorese, 
extremidades frias, hipotensão, tonturas etc. 
 
HEMATÊMESE 
• Vômito de sangue; 
• Causa mais comum: ruptura de varizes de esôfago; 
• Outras causas: esofagite erosiva, DRGE, neoplasia; 
• Diagnóstico diferencial: Síndrome de Mallory- Welss (laceração do esôfago após vômitos 
repetidos); 
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Exame físico: 
Não há dado específico para o esôfago; 
Buscar sinais indiretos de repercussão da patologia em questão: 
• Perda de peso; 
• Mucosas descoradas – anemia; 
• Alterações da pele (Ex: esclerodermia); 
• Hipertrofia bilateral das parótidas (associado 
à doença de Chagas); 
• Alteração da voz – refluxo/neoplasia; 
• Ausculta respiratória: creptos em situações 
de broncoaspiração; 
 
PRINCIPAIS EXAMES DIAGNÓSTICOS 
1- RADIOGRAFIA DE TÓRAX PA/PERFIL; 
2- ESTUDO RADIOLÓGICO DO ESÔFAGO OU ESOFAGOGRAMA; 
3- ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA; 
4- MANOMETRIA ESOFÁGICA: CONVENCIONAL | ALTA RESOLUÇÃO (MAR); 
5- Phmetria 24H; 
6- IMPEDÂNCIO Phmetria; 
7- CÁPSULA BRAVO; 
8- CINTILOGRAFIA ESOFÁGICA COM TC; 
9- VIDEOGLUTOGRAMA etc. 
 
RM DE TÓRAX ESOFAGOGRAMA 
MEGAESÔFAGO: duplo contorno cardíaco; MEGAESÔFAGO: esôfago dilatado; retenção de contraste; 
 EIE afilado; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESÔFAGO NORMAL MEGAESÔFAGO ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSO 
 
 
 
 
 
 
Esclerodermia → É uma doença inflamatória crônica do tecido 
conjuntivo, que envolve alterações na pele, nos vasos 
sanguíneos, nos músculos e nos órgãos internos. Ela é um tipo 
de doença autoimune, que cursa com problemas digestivos, 
como disfagia, refluxo gastroesofágico e azia. 
 
 
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RADIOGRAFIA CONTRASTADA DO ESÔFAGO 
 
 ESOFAGOGRAMA 
 
 
 ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA 
Avalia a mucosa; 
Propicia a realização de biópsias; 
Pode ser usada como terapêutica – erradicação de varizes, dilatações da cárdia 
(em casos de megaesôfago), introdução de próteses esofágicas (em disfagia 
relacionada a neoplasias); 
Pode fazer inferências sobre o calibre esofágico, mas não é o método 
adequado para tal (em casos de megaesôfago grau IV, estenoses); 
 
Esofagite erosiva – classificação de Los Angeles (A, B, C, D de 
acordo com o grau de acometimento da luz do canal esofágico) 
 
Esôfago de Barrett – 
transformação do epitélio 
estratificado em epitélio 
cilíndrico com celular 
caliciformes (metaplasia 
intestinal); secundário à 
exposição persistente das 
secreções gastroduodenais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ES. NORMAL ESTENOSE ESOFÁGICA 
DIVERTÍCULO ESOFÁGICO 
NEOPLASIA ES. – imagem de subtração 
ESTENOSE ESOFÁGICA 
ESOFAGITE EOSINOFÍLICA ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSO 
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MANOMETRIA ESOFÁGICA 
Avalia a motilidade do esôfago: 
• Pressão do EES; 
• Pressão do EEI e relaxamento; 
• Motilidade do corpo do esôfago; 
Indicações: 
• Distúrbios de motilidade – acalásia, EDE, esclerodermia; 
• Avaliação pré-operatória do refluxo; 
• Localização do EEI para posicionamento da sonda da pHmetria; 
 
PHMETRIA DE 24H 
• PADRÃO OURO para doença do refluxo; 
• Mede o refluxo (pH abaixo de 4); 
• Informa sobre refluxo ortostático e em decúbito; 
• Correlaciona sintomas com refluxo; 
 
FISIOPATOLOGIA DA DRGE E MECANISMOS DE DEFESA 
A DRGE acontece quando há uma falha no mecanismo de defesa anti-refluxo: 
contração em situação do repouso do EEI - que deixa o estômago fechado - e o 
movimento peristáltico. 
 
REFLUXO OU DRGE (?) 
Refluxo: pode ser fisiológico – cerca de 50 episódios/dia; 
Doença do refluxo: sintomas de pirose e regurgitação (sintomas típicos) – 2 a 3x na 
semana; 
Forma erosiva (com lesão no esôfago) 
 Forma não erosiva (sem lesão – ocorre em 70% dos casos) 
OBS: esofagite é a forma erosiva da DRGE; a 3ª 
causa mais comum de tosse crônica é a DRGE, 
ou seja, ao excluir problemas do sistema 
respiratório, é cabível pensar em DRGE; pela 
irritação do nervo vago na DRGE, podemos ter 
um broncoespasmo causando asma. 
 
Complicações da DRGE: úlcera (5%), estenose (8-20%) 
 
 
ESOFAGITE GRAU C + HÉRNIA DE HIATO 
Sintomas: pirose, regurgitação; 
Pode cursar com disfagia; 
Pode cursar com sintomas atípicos; 
 
OBS: Hérnia de hiato – abaulamento de uma parte do esôfago para fora do 
diafragma; a hérnia dificulta o fechamento do esfíncter. 
 
 
 
SINTOMAS ATÍPICOS DA DRGE: 
ORL: PIGARRO, ODINOFAGIA, ROUQUIDÃO, DOR DE GARGANTA 
RESPIRATÓRIOS: TOSSE CRÔNICA, ASMA 
ALTERAÇÃO NO SONO 
 
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CÂNCER DE ESÔFAGO 
• Há dois subtipos principais: 
Carcinoma de células escamosas: 95% dos casos 
Adenocarcinoma: 5% dos canos (segmento distal/cárdia) 
• Mais frequente no sexo masculino; 
• Aumenta a incidência com a idade; 
• Sintomas mais frequentes: disfagia para sólidos 
• Outros sintomas: anorexia, dor, regurgitação 
• Fatores de risco: alcoolismo, tabagismo, lesões prévias no esôfago (megaesôfago, esofagite cáustica, 
esofagite péptica, esôfago de Barrett); 
• Diagnóstico: endoscopia + biópsia 
 
 
CASO CLÍNICO 
 
Paciente feminina, 35 anos, com queixa de queimação retroesternal. 
Paciente refere que vem evoluindo com pirose há cerca de 5anos. O quadro iniciou durante o 7m de gestação 
do seu segundo filho. Nesse período, uso de antiácidos por conta própria, com alívio parcial da pirose. 
Relata que o sintoma é intermitente, com nova reincidência do quadro há cerca de 3meses, com uma frequência 
de 3 a 5x/semana associado à regurgitação ácida e sensação de gosto amargo na boca. Associa o surgimento de 
novo do sintoma ao aumento do peso (ganhou 7kg em 3meses, após perda de ente querido e problemas 
financeiros). 
Refere apetite mantido e nega disfagia e odinofagia. Relata, ainda, sensação de sufocação noturna, cerca de 
1x/mês, acompanhada de tosse seca, quando janta em excesso e se deita logo em seguida. Por vezes, sente 
empachamento pós-prandial, mas nega saciedade precoce, náuseas ou vômitos. Refere que já fez várias EDAs 
normais-sic e que já tomou todos os tipos de IBPs do mercado, com melhora inicial mas retorno dos sintomas ao 
suspender os medicamentos. Exame físico sem alterações. 
 
Em relação ao caso anterior: 
1. Quais os principais sintomas e sinais? Faça a lista dos dados base. 
Pirose – queimação retroesternal 
Regurgitação 
Gosto amargo na boca 
Sufocação noturna 
Tosse seca relacionada a alimentos 
EDA normal – várias 
Ganho de peso 
Plenitude pós-prandial 
2. Quais os problemas diagnósticos? 
P1 – DRGE | Forma erosiva ou forma não erosiva? 
P2 – Tosse seca relacionada a alimentos – Refluxo OBS: afastar pneumonia; 
P3 – Ganho de peso 
P4 - Gosto amargo na boca – por causa da DRGE? Secundária à ansiedade? 
 
 
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