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A 3 2 Analgesicos Opioides

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Analgésicos Opioides 
 
Origem dos opioides 
4000 AC já ocorria o cultivo de papoulas na mesopotâmia 
1300 AC exportação do ópio pelos egipicos 
300 AC ocorre a introdução do ópio na pérsia e índia por alexandre o grande 
400 DC ocorre a introdução do opio na china 
Propriedades terapêuticas estabelecidas na medicina persa, indiana e chinesa. 
1500 DC uso médico introduzido na medicina ocidental por paracelso como elixir contra tosse, 
insônia, dores e diarreia. “Eu possuo um remédio secreto que é superior a todos os outros 
remédios heróicos” – láudano 
A partir de 1500 DC o uso não médico se dissemina pelos colonizadores na Ásia 
1800 DC pandemia de abuso do ópio na china, levando a guerra do ópio 
1803 Friedrich Serturner realiza o isolamento da morfina, sendo o primeiro alcaloide isolado 
de produtos naturais 
1874 é realizada a síntese da heroína pela bayer como uma alternativa da morfina com menor 
potencial de abuso (não procedeu) 
1925 elucidação estrutural da morfina 
1930 forma produzidos os primeiros opioides sintéticos 
1952 é realizada a síntese completa da molécula da morfina 
 
Porém até hoje a morfina é obtida através da extração da papoula 
 
Morfina 
É o protótipo do fármacos opioides, sendo um AGONISTA SELETIVO DOS RECEPTORES MI, 
induzindo seu potente poder analgésico através da ativação de receptores mi tanto nos 
terminais periféricos, como no corno dorsal da medula (analgesia espinhal e supraespinhal). 
Possui baixa afinidade pelos receptores kapa opioides, mas parece não influir sobre os seus 
efeitos terapêuticos. 
estrutura complexa, pentaciclica com cinco centros quiraís, 
conferindo a ela 32 diasteroisômeros, o que acarreta sua 
dificuldade para síntese uma vez que apenas um esteroisômero é 
ativo. 
A presença do nitrogênio básico (amina terciária) é essencial para 
a sua ligação aos receptores mi opioides. 
A fusão dos anéis B e C é de tipo cis e C e D é de tipo trans, conferindo a molécula da morfina 
uma conformação especifica em forma de T, que confere suas propriedades estéricas 
necessárias para um bom encaixe nos seus receptores mi. Possui uma hidroxila na posição 3 e 
6, pontos importantes no ligação ao receptor e para sua metabolização. A hidroxila 3 se livre 
aumenta a afinidade pelos receptores mi opioides. 
A morfina apesar de ter uma estrutura 
bastante diferente, ela apresenta uma 
similaridade estrutural ao peptídeo opioide 
metaencefalina 
conferindo a morfina e outros analgésicos 
opioides sejam considerados FARMACOS 
PEPTIDEOMIMÉTICOS. 
 
METABOLISMO DA MORFINA 
A morfina é facilmente absorvida por via oral, porém sofre extenso metabolismo de primeria 
passagem, reduzindo sua biodisponibilidade por via oral, sendo usado para dores moderadas, 
porém para o manejo de dores intensas e pós operatórias, ela é administrada por vias 
paraenterais. 
O metabolismo de primeira passagem gera 3 metabólitos 
princiapis: 
 N-desmetilação pelas enzimas do complexo P450 
 Conjugação com o ácido glicurônico, metabolização de 
fase2, 
o na hidroxila fenólica na posição 3: morfina-3-
glucoronideo 
o Na hidroxila alcólica na posição 6: morfina-6-
glucoronideo 
Esse metabolismo rápido reduz a meia vida do fármaco de 2h, 
sendo necessária sua administração de 4 em 4h, para obtenção de uma analgesia adequada. 
Qual a importância do metabólito? 
O metabólito 6-glucoronideo é o metabólito ativo da morfina, sendo ainda mais ativo que a 
morfina para os receptores mi opioides, onde o acido glicuronico confere uma maior 
polaridade à molécula e uma menor permeabilidade à barreira hemato encefálica, porém seu 
metabólito contribui para o efeito da morfina, principalmente quanto ao seu efeito de 
analgesia periférica. 
O metabólito 3-glucoronideo é um metabólito inativo, porem apresenta ação estimulante do 
sistema nervoso central e atividade pró-convulsivante. Acredita-se que o acumulo desse 
metabólito é associado a convulsões em pacientes que fazem uso crônico da morfina. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Ativação de receptores mi opioides, inibindo a 
ativação dos nociceptores nos tecidos periféricos. A 
principal ação é no SNC, tanto em nível do corno 
dorsal (analgesia espinhal por liberação de 
glutamato e substância P pelo neurônico 
nociceptivo, como pela inibição do neurônico 
ascendente secundário) e pelo mecanismo 
supradorsal na substância cinzenta, onde a ativação 
de receptores mi opioides leva a desinibição da via 
descendente Nociceptiva, contribuindo para o 
efeito analgésico da morfina. 
 
EFEITOS CENTRAIS 
 Analgesia 
 Euforia – relacionada a ação dos fármacos no componente afetivo da sensação 
dolorosa, contribuindo à analgesia. Por outro lado, essa sensação está vinculada ao 
seu uso de abuso. 
 Sedação – relacionado a inibição de alguns centros relacionados ao controle de sono e 
vigília, onde a ação sedativa pode ser desejada como em casos de analgesia pós 
operatória e pacientes terminais 
 Supressão da tosse – age nos centros bulbares de controle da tosse, inibindo o reflexo 
da tosse. 
 Miose – contração da pupila, que apesar de não se explorado clinicamente, é um 
marcador importante de intoxicação. O efeito é mediado sobre a via central e não 
mediado por efeitos diretos no globo ocular 
 Rigidez do tronco – relacionada ao aumento do tônus muscular no tronco, importante 
quando se pensa em pacientes entubados e que fazem uso de ventiladores mecânicos, 
podendo afetar a respiração desses indivíduos. 
 Náusea e vômito – principalmente nas primeiras doses do fármaco, onde ocorre o 
desenvolvimento de tolerância a esses efeitos 
 Depressão respiratório – ocorre em um mecanismo dual, pela supressão da resposta 
bulbar ao aumento de concentração de CO2, de forma que mesmo que os níveis de 
CO2 se elevem na corrente sanguínea, a pessoa afetada não desenvolve a resposta de 
taquipneia, isso é, aumento da frequência respiratória para a eliminação de CO2, 
podendo levar a um quadro de epóxia; em altas doses esses fármacos agem 
diretamente sobre o controle bulbar de respiração, inibindo a ação e levando ao 
quadro de depressão dos mecanismos de controle da respiração. 
A dose de morfina necessária para indução de analgesia é 50x menor que a dose necessária 
para indução da depressão respiratória, sendo um risco grande para pacientes que fazem uso 
crônico e uso de abuso. 
EFEITOS PERIFÉRICOS 
 Constipação – pela inibição do peristaltismo 
 Contração dos músculos do trato biliar – tornando seu uso limitado para pacientes 
sofrendo de cálculos biliares 
 Retenção urinária – interferindo no tônus da musculatura de bexiga 
 Relaxamento da musculatura uterina – pode levar ao prolongamento do trabalho de 
parto 
 Bradicardia leve – relacionada a inibição do tônus do sistema nervos simpático, 
levando a redução da frequencia cardiáca. 
 Liberação de histamina - A morfina e petidina (meperidina) tem ação de induzir a 
degranulação de mastócitos, levando ao aumento da liberação de histamina, um 
potente vasodilatador, levando a uma queda da pressão arterial e a sensação de rubor 
na faze associada e a indução de bronquioconstricção (alerta para pacientes em 
ventilação) 
 Prurido – Coceira induzida pelos analgésicos opioides, que podem ter 2 origens, a 
primeira associada a liberação de histamina e a outra associada a origem neurogênica, 
mais associada a administração intratucal ou peridural de analgésicos opioides que 
pode ocorrer durante o trabalho de parto. 
 Efeitos neuroendócrinos (Aumento de ADH, prolactina, somatrotopina. Redução de 
GnRH, LH, FSH, CRH, ACTH, cortisol) – 
EFEITOS X RECEPTORES 
Analgesia supraespinhal é mediada apenas por 
receptores mi, porem para analgesia espinhal se tem 
uma atividade importante também sobre receptores 
kapa e delta, em menor magnitude. Para analgesia 
periférica, estão envolvidos receptores mi e kapa. 
A depressão respiratória é mediada tambémpor 
receptores delta, além dos mi. 
 
TOLERÂNCIA 
O uso crônico desses fármacos possuem diversas 
limitações, dentre eles o rápido desenvolvimento de 
tolerância farmacológica. 
A tolerância é o fenômeno onde se necessita doses maiores de um fármaco para se induzir um 
efeito terapêutico. No caso da morfina se tem uma rápida indução de tolerância, podendo 
ocrrer tão rápido quando 12-24h após a primeira administração do fármaco. 
O principal mecanismo envolvido na tolerância tanto a curto e longo prazo, estão associados 
aos receptores mi opioides, que uma vez ativado, o receptor pode ser fosforilado por kinases 
como GRK ou PKC, impedindo que haja o reacoplamento da proteína G ao receptor, 
dessensibilizando-o. Esse mecanismo está envolvido na tolerância de curto prazo. 
Além disso, a fosforilação aumenta o recrutamento da proteína intracelular beta-arrestina, 
que age como um sinal para a internalização dos receptores via endocitose, levando ao 
processo de subregulação (down regulation) que é potencializado na presença de agonistas. 
Esse mecanismo está vinculado ao processo de tolerância a longo prazo, associado a 
dificuldade de reciclagem dos receptores pelo comprometimento dos mecanismos de 
reciclagem e aumento da degradação dos receptores e sua redução na membrana a longo 
prazo. 
Essa tolerância não se desenvolve na mesma velocidade e grau para os diferentes efeitos da 
morfina, sendo observado o desenvolvimento de uma rápida tolerância para os efeitos 
analgésicos, eufóricos/disfóricos, sedação, supressão da tosse, antidiurese, náusea/vomito e 
depressão respiratória. A tolerância à braquicardia se desenvolve de forma moderada. Mínima 
ou nenhuma tolerância é desenvolvida a miose (por isso é um sinal tão bom para intoxicação), 
constipação e convulsões. 
Um fenômeno que costuma ocorrer é a tolerância cruzada, desenvolebendo tolerância a 
outros analgésicos opioides. Porém essa tolerância cruzada é limitada, tornando a rotação de 
opioides uma alternativa para indivíduos que precisam fazer o uso crônico desses analgésicos. 
Outra alternativa é o uso de fármacos potenciadores de efeito, como a cetamina. 
DEPENDENCIA FÍSICA E SINDROME DE ABSTINÊNCIA 
Caracterizada por alterações plásticas que ocorrem no organismo, induzidas pelo uso 
constante do fármaco. Um dos indutores da dependência física é a down regulation dos 
receptores mi opioides. 
Um dos sinais clássicos que o individuo desenvolveu um certo grau de dependência é o 
surgimento da síndrome de abstinência com a interrupção abrupta da medicação. Geralmente 
se caracterizam por ser o oposto do que o fármaco induz: 
Analgesia  hipersensibilidade a dor 
Euforia  ansiedade 
Sedação  insônia 
Para a morfina, a síndrome de abstinência após a 
interrupção abrupta em um paciente que faz uso 
crônico, se inicia de forma rápida, onde cerca de 8h 
após a interrupção o paciente já começa a 
apresentar ansiedade e desconforto que leva a 
fissura pela droga, associada a dependência 
química. 
Até 24h após da interrupção, outros efeitos se 
apresentam, dentre os quais o aumento da 
ansiedade, insônia, aumento da motilidade do TGI 
levando a diarreia, aumento da secreção nasal e 
sudorese e midríase, causando dificuldade de visão. 
Até 3 dias após a interrupção, os efeitos se encontram os mais intensas, tendo a taquicardia, 
aumento da pressão arterial, náusea e vomito, diarreia, micção descontrolada, hipertermia 
acompanhada de calafrios, tremores, espasmos musculares e até o desenvolvimento de 
convulsões nos casos mais graves. 
COMPLICAÇÕES DO USO CRONICO – RISCO DE DEPENDENCIA PSICOLÓGICA/VICIO 
Os opioides induzem um efeito euforizante associado a ativação de um circuito cerebral 
denominado via da recompensa ou circuito mesolímbico, relacionada a sensação de prazer e 
bem estar. Essa via é composta por neurônico dopaminérgicos, onde seus corpos se localizam 
no núcleo do mesencéfalo denominada área tegmentar ventral e se projetam a uma estrutura 
do sistema límbico denominada núcleo accumbens. 
O aumento da liberação de dopamina no núcleo accumbens está relacionada a essa sensação 
de bem-estar e prazer. Os opioides se ligam aos receptores mi, desinibindo a via da 
recompensa, aumentando a liberação de dopamina no núcleo accumbens, induzindo a 
sensação de euforia bastante intensa, mais intensa até que aquela obtida fisiologicamente. 
Esse efeito desinibitório ocorre pela inibição de interneurônios na área tegmentar ventral, 
deixando de inibir os neurônios dopaminérgicos, aumentando a liberação de dopamina. 
A heroína tem um potêncial de dependência maior que o da morfina, pois as duas acetilações 
nas hidroxilas da morfina, aumentam a lipofílica da molécula, conseguindo cruzar a barreira 
hematoencefálica mais rapidamente e em maior concentrações, induzindo a ação euforizante 
mais intensa e rápida, tendo um potencial de abuso maior. 
 
 
 
Além da morfina, existem outros fármacos que são usados como analgésicos e outras 
indicações farmacêuticas, agindo por receptores opioides. A principal diferença entre os 
fármacos é relacionada a sua potência e eficácia, a seletividade entre os receptores e sua 
farmacocinética, principalmente em comparação com a morfina. 
Classificações: 
 Origem 
o Natural: isolados a partir do ópio (ex. morfina e codeína) 
o Semi-sintérica: obtido a partir da estrutura da morfina ( ex. heroína, 
hidromorfona, hidroxicodona, oximorfina, oxicodona) 
o Sintético: de obtenção exclusivamente sintética (Dextropropoxifeno, fentanila, 
loperamida, metadona, petidina, tapentadol e tramadol) 
 Estrutura química 
 
o Fenantrênicos: todos tem em sua extrutura o esqueleto pentaciclico, sendo 
essa classificação a mais númerosa em fármacos (ex. morfina, codeína, 
buprenorfina, heroína, hidromorfona, hidroxicodona, oximorfina, oxicodona, 
naloxona, naltrexona) 
o Morfinanos: Através da retirada do anel epóxido, cujo principal representante 
é o Dexometorfano. 
o Benzomorfanos: retirada do anel de 6 membros, obtendo-se uma estrutura 
biciclica, cujo principal representante é a Pentazocina 
o Fenilpiperidinas: Mantem apenas o anel aromático e o anel piperidinico, 
contendo o nitrogênio básico, considerados excensiais para a ligação do 
fármaco aos receptores mi opioides, seus representantes são a Alfentanila, 
fentanila, petidina e remifentanila 
o Difenilheptanonas: estrutura bem distinta da morfina, contendo ainda os 
requisitos mínimos na forma de um anel benzênico e nitrogênio básico, 
representado pelo Dextropropoxifeno, loperamida e metadona 
Em ordem da direita para a esquerda: 
 
 Far
mac
ológ
ica: 
o Agonistas puros: 
 Alta eficácia analgésica 
 Menor eficácia analgésicos 
o Agonistas/Antagonistas 
o Antagonistas 
 
AGONISTAS PUROS DE ALTA EFICÁCIA ANAGÉLSICA 
 
 Morfina 
 Hidromorfina 
 Oximorfona 
 Metadona 
 Meperidina 
 Fentanil 
 Sufentanil 
 Alfentanil 
 Remifentanil 
 Levorfanol 
Uma coisa que todos tem em comum é a seletividade pelos receptores mi opioides, onde a 
maioria, com exceção da meperidina/petidina, são mais potentes que a morfina, possuindo 
analgesia de curta duração de ação, com ação da metodona. 
Morfina e seus análogos semissintéticos 
se diferem da morfina pela oxidação da hidroxila da 
posição 6, gerando uma cetona. São 7x mais potente 
que a morfina, porém possuem mesma meia vida. 
Essa modificação estrutural levou a um aumento de 
biodisponibilidade da hidromorfona (35%) por via oral. A oximorfona possui baixa 
disponibilidade, sua administração sendo apenas por via paraenteral. 
Metadona 
Indicado para o manejo de dores intensas, sendo o 
fármaco de escolha para o tratamento da síndrome de 
abstinência de pessoas com dependência a opioides. A 
metodona é um potente agonista de receptores mi 
opioides e um antagonista de receptores de glutamato 
(NMDA), presentes no cornodorsal da medula,associados a via ascendente nociceptiva, logo o 
mecanismo contribui ao seu efeito analgésico. 
A metadona é mais efetiva que a morfina para certas dores neuropáticas, devido a esse 
mecanismo de ação adicional. 
Ela possui longo tempo de meia vida, sendo o opioide de maior meia vida (25-52h), permitindo 
que o seus sintomas de abstinência sejam mais brandos devido a sua eliminação mais lenta. 
Além disso, possui uma alta biodisponibilidade (80%), podendo ser administrado por via oral. 
O desenvolvimento de tolerância do fármaco é mais lento, não apresentando tolerância 
cruzada, sendo indicado para pacientes com câncer terminal, para o manejo da dor. 
Fentanila 
Indicados para o manejo de dores intensas e analgesia obstétrica, 
possuindo potencia 50-100x mais potente que a morfina, porém meia 
vida ainda mais curta (1-2h). Seus análogos estruturais a alfentanila e 
remifentanila possuem meia vida ainda mais curta (30min). 
Podem ser administrado de forma continua na clínica, em operações de longa duração, uma 
vez que possuem eliminação rápida. 
 
Petidina/meperidina 
Fármaco que analogamente a morfina, é capaz de estimular a 
degranulação dos mastócitos, levando a aliberação de histamina 
na corrente e induzindo vasodilatação periférica, redução da 
pressão sanguínea e prurido. 
Possui potência menor que a morfina (1/4) e meia vida 
intermediária normal de 2-4h. A petitdina possui similaridade 
estrutural com a molécula da atropina, fazendo com que além de 
ser agonista de receptores mi opioides, ela também é um antagonista muscarínico, possuindo 
todos os efeitos adversos dos antagonistas muscarínicos clássicos como : 
 Boca seca 
 Visão turva 
 Constipação 
Sendo então contra indicada para cardiopatas, uma vez que o bloqueio de receptores M2 nas 
células sinoatriais induz uma taquicardia e aumento do trabalho cardíaco. 
O principal metabólito é anormeperidina, oriundo de uma M-desmetilação, onde esse 
metabólito possui ação pró convulsivante. 
 
AGONISTAS PUROS DE MENOR EFICÁCIA ANALGÉSICA 
 
 Codeina 
 Hidrocodona 
 Oxicodona 
 Propoxifeno 
 
 
Codeína 
Análogo 3-metoxi da morfina, onde a metoxila induz uma 
queda na afinidade da codeína pelos receptores mi opioides, 
estando associado a sua menor eficácia. 
A codeína, porem, gera uma desmetilação durante sua 
metabolização hepática, gerando como metabólito ativo a 
morfina (20-30%), onde essa morfina gerada seja o metabólito 
ativo da codeína que confere ao fármaco sua ação analgésica. 
A presença da metoxila confere maior resistência da codeína 
ao metabolismo de primeria passagem, permitindo sua administração oral. 
Seu uso é indaco para: 
 Antitussígeno 
 Manejo de dores leves a moderadas em associação com analgésicos não opioides 
Analogos da codeína 
 
A oxicodona e hidrococodona possuem a oxidação na posição 6 e metoxilação na posição 3. A 
oxicodona é disponível para comércio no brasil, na forma de comprimidos de liberação 
prolongada, possuindo tempo de meia vida mais curto. A hidrocodona não se encontra 
disponível. 
Esses 2 analogos possuem efeito cerca de 10x maior que a codeína, porém ainda de baixa 
eficácia quando comparado com a morfina. 
São usados como monoterapia ou em associação como a codeína. A oxicodona é o principal 
fármaco envolvido na atual epidemia de transcrição de opioides no EUA, sendo disponível para 
administração por via oral. Tem se aumentado o risco de intoxicação pela oxicodona devido ao 
habito dos usuários de triturar o comprimido para aspiração, que pode levar a um caso de 
sobredosagem. 
Como o custo desse fármaco é elevado, conforme o vício se aprofunda o usuário tende a 
migrar para a heroína. 
Não se sabe se a oxicodona possui maior capacidade de abuso que a codeína ou se a epidemia 
está associada a hiperprescrição. 
 
AGO
NIST
AS 
ANT
AGONISTAS 
 
 
 
 
 
 
 Pentazocina 
 Nalbufina 
 Buprenorfina 
 Butorfanol 
Apresentam ação agonista frente a um receptor opioide e antagonista frente a outro. 
São fármacos com uma farmacologia mais peculiar, de características própria. 
 
 
Pentazocina: 
Antagonista de receptores mi opioides e Agonista de 
receptores kapa, associados a analgesia espinhal e 
periféria, acreditando-se que os efeitos do fármaco seja 
mediado pela ativação dos receptores kapa. 
Ela possuísse menos capacidade de induzir depressão 
respiratória por sua ação antagonista sob os receptores mi. 
Porém esse efeito seletivo de receptores kapa leva a uma analgesia incompleta, que faz com 
que ela tenha uma capacidade analgésica bem inferior (33% menos eficiente que a morfina) 
sendo indicado para uso sob dores de curta duração devido aos efeitos disfóricos (ansiedade). 
Buprenorfina 
Farmaco que tem ganhado destaque, sendo usado pra o tratamento 
de pacientes dependentes de opioides, devido ao seu perfil como 
agonista parcial de receptores mi opioides, sendo capaz de ativa-los 
sema tingir o seu efeito máximo. 
Esse perfil é interessante uma vez que ao se ter um certo grau de 
ativação dos receptores mi, se reduz a ativação dos sintomas de 
abstinência de longo prazo, porém a ativação não é alta o suficiente 
para que o paciente associe o fármaco com o efeito de euforia almejado. 
Além disso, o efeito agonista parcial se torna interessante em caso de recaída, uma vez que a 
droga de abuso irá competir com a buprenorfina, reduzindo o efeito de euforia, impedindo a 
ligação plena da droga. Esse fármaco tem sido explorado para pacientes alcoolistas. 
Possui baixa biodisponibilidade oral (10%), sendo administrada como sublingual (40%), 
possuindo longa duração de ação de 8h. Esse fármaco, como analgésico, é até´10x menor que 
a morfina. 
ANTAGONISTAS OPIÓIDES 
 
naltrexona e Naloxona possuem extrutura 
química caracterizada pela presença de 
grupamentos volumosos ligados ao nitrogênio 
básico, deixando de ativar receptores mi e 
agindo como antagonistas. 
A principal diferença entre eles é seu tempo de duração, onde a naltrexona possui meia vida 
de 10h e a naloxona de 1-2h. 
O uso desses fármacos são indicados em casos de overdose de opioides, onde a naloxona por 
possuir efeito rápido é bastante indicado, revertendo a depressão respiratória. Além disso a 
naloxona tem sido incluídas em kits de emergência para indivíduos que fazem abuso de 
substância. 
Esses fármacos são úteis para antagonizar as convulsões induzidas pela morfina e metadona. 
Porém deve se ter cuidado, uma vez que esses fármacos podem precipitar crise de abstinência 
em pacientes dependentes. 
Não induzem tolerância. 
FÁRMACOS DE AÇÃO MISTA 
Além de agonistas, possuem outros alvos terapêuticos 
Tramadol 
Analgésico usado para dores moderadas a intensas em 
associação com paracetamol e diclofenato, tendo como 
mecanismos de ação complementares a inibição da 
recaptação de serotonina e noradrenalina, aumentando os 
índices desses neurotransmissores no corno dorsal da medula 
espinhal, onde esses são importantes na via descendente 
antinociceptiva, onde esse efeito serotoninérgico e noradrenérgico em associação com seu 
efeito agonista alfa2adrenérgicos, contribuem para sua ação analgésico. 
É comercializado como injetável ou comprimido, é 6000x menos potente que a morfina. 
Tapentadol 
Fármaco mais novo, agonista mi opioide 50x menos potente que a 
morfina. 
Age inibindo a recaptação de noradrenalina, tendo a sua ação 
analgésica potencializada. 
É comercializado como monoterapia para tratamento de dores levas a 
moderadas na forma de comprimido de liberação prolongada. 
 
ANTITUSSÍGENO E ANTIDIARREICO 
Dextrometorfano 
Agonista parcial de receptores mi, não sendo usado para fins analgésicos, mas sim como 
antitussígeno. Possui duração de 30-60 minutos, causando sedação, tonturas, constipação, 
náuseas, vômitos. Em altas doses pode levar a depressão respiratória. 
Preocupassão: administração em xaropesinfantis. 
Loperamida: 
Usado como antidiarreico, é um agonista de receptores mi de ação periférica. Não ultrapassa a 
barreira hematoencefálica. Longa duração de ação (meia vida de 11h), baixo potêncial de 
abuso e pode causar constipação grave. Contraindicado para indivíduos que possuem diarreia 
associado a um quadro infeccioso. 
Análogo da metadona. Volta e meia é retirado do mercado. 
 
INDICAÇÕES TERAPEUTICAS 
Analgésico: tratamento de dores agudas, moderadas ou intensas, não responsivas a 
analgésicos menos potentes 
Quando se fala do tratamento da dor aguda, deve-se tentar identificar a origem e a 
intensidade da dor, sendo possível, deve-se eliminar a dor com o tratamento da doença. No 
tratamento farmacológico sintomático, é necessário iniciar sempre com analgésicos menor 
potentes e com menos efeitos adversos. Não se deve adira o uso de analgésicos potentes em 
casos dolorosos, seguindo a 
escada de analgesia proposta 
pela OMS. 
Para o tratamento de dores leves 
deve-se realizar o tratamento da 
dor com analgésicos não 
opioides com ou sem adjuvantes 
(ex. anti-inflamatórios não 
esteroidais, Paracetamol , 
dipirona) 
Para o tratamento de dores moderadas, indica-se o uso de analgésicos não opioides 
associados a opioides de menor eficácia com ou sem adjuvantes (ex. codeína, tramadol) 
Para o tratamento de dores intensas, é indicado o uso de analgésicos não oióides associados a 
opioides de alta eficácia com ou sem adjuvantes (Ex. morfina, metadona, fentanila), ocorrendo 
em ambiente hospiralar. 
 
Dores mais tratadas com analgésicos opioides são as dores agudas, moderadas ou intensas: 
 Pós-operatório 
 Cólica renal 
 Infarto do miocárdio 
 Traumas importantes 
 Controle de dores crônicas (Associado a câncer) 
 Edema pulmonar agudo (morfina) – controverso, pois a segurança e eficácia é 
questionável, se acredita que a liberação de histamina mediada pela morfina reduz a 
pré e pós carga cardíaca e o edema pulmonar, que pode esta associado ao acumulo de 
sangue nos tecidos pulmonares. Porém o potêncial bronquo espasmico e depressão 
respiratória apresentam um risco. 
 Supressão da tosse (codeína, dextrometorfano) 
 Interrupção da diarréia (loperamida) 
 Anestesia (fentanila) 
 
Reações adversas: 
 Constipação (15-50%) 
 Náusea e vômito (10-40%) 
 Tontura ou vertigem 
 Sonolência 
 Prurido (1% via sistêmica, 8-46% epidural/espinhal) 
 Retenção urinária 
 Disforia, confusão mental e alucinação 
 Mioclonias 
 Supressão da tosse 
 Depressão respiratória 
 Aumento da pressão intracraniana – não se deve usar em pacientes que sofreram 
traumatismo craniano 
 Imunossupressão (significado incerto) 
 Queda da pressão arterial – supressão da ativação do sistema nervoso simpático, 
levando a bradicardia e da histamina quando ocorrer. 
 Miose 
 
Contra indicações: 
 Associação entre opioides potentes e agonistas parciais uma vez que o parcial 
antagonisa o agonista puro 
 Pacientes com lesão cranioencefália 
 Hipersensibilidade 
 Diarreia associada a intoxicação 
 Gravidez e lactação – menor grau de indução de depressão respiratória no neonato 
 Pacientes com comprometimento da função pulmonar 
 Pacientes com comprometimento da função hepática 
 
Interações medicamentosas: 
 Outo depressores do SNC (sedativos, hipnóticos, antipsicóticos) 
 Antidepressivos inibidores da MAO (hipertensão e coma hiperpirético) 
 
Tratamento darmacológico da dependência de opioides 
 Desintoxicação: metadona – perfil de absorção e eliminação lenta. 
 Alivio dos sintomas de abstinência: Clonidina (agonista alfa2adrenérgico) 
 Manutenção: 
o Buprenorfina sublingual (agonista parcial mi) – alivia a fissura e sintomas de 
abstinência, bloqueio dos efeitos da heroína em caso de recaída 
o Naltrexona XR (intramuscular 1x/mês) 
 
Sobredosagem: 
 Diagnóstico: pupilas puntiformes, estupor ou coma e depressão respiratória 
 Outros sinais: cianose, hipotensão, depressão da formação de urina, hipotermia, 
flacidez muscular, convulsões 
 Manejo: ventilação mecância, administração de naloxona (intravenoso ou 
intramuscular)

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