Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Analgésicos Opioides Origem dos opioides 4000 AC já ocorria o cultivo de papoulas na mesopotâmia 1300 AC exportação do ópio pelos egipicos 300 AC ocorre a introdução do ópio na pérsia e índia por alexandre o grande 400 DC ocorre a introdução do opio na china Propriedades terapêuticas estabelecidas na medicina persa, indiana e chinesa. 1500 DC uso médico introduzido na medicina ocidental por paracelso como elixir contra tosse, insônia, dores e diarreia. “Eu possuo um remédio secreto que é superior a todos os outros remédios heróicos” – láudano A partir de 1500 DC o uso não médico se dissemina pelos colonizadores na Ásia 1800 DC pandemia de abuso do ópio na china, levando a guerra do ópio 1803 Friedrich Serturner realiza o isolamento da morfina, sendo o primeiro alcaloide isolado de produtos naturais 1874 é realizada a síntese da heroína pela bayer como uma alternativa da morfina com menor potencial de abuso (não procedeu) 1925 elucidação estrutural da morfina 1930 forma produzidos os primeiros opioides sintéticos 1952 é realizada a síntese completa da molécula da morfina Porém até hoje a morfina é obtida através da extração da papoula Morfina É o protótipo do fármacos opioides, sendo um AGONISTA SELETIVO DOS RECEPTORES MI, induzindo seu potente poder analgésico através da ativação de receptores mi tanto nos terminais periféricos, como no corno dorsal da medula (analgesia espinhal e supraespinhal). Possui baixa afinidade pelos receptores kapa opioides, mas parece não influir sobre os seus efeitos terapêuticos. estrutura complexa, pentaciclica com cinco centros quiraís, conferindo a ela 32 diasteroisômeros, o que acarreta sua dificuldade para síntese uma vez que apenas um esteroisômero é ativo. A presença do nitrogênio básico (amina terciária) é essencial para a sua ligação aos receptores mi opioides. A fusão dos anéis B e C é de tipo cis e C e D é de tipo trans, conferindo a molécula da morfina uma conformação especifica em forma de T, que confere suas propriedades estéricas necessárias para um bom encaixe nos seus receptores mi. Possui uma hidroxila na posição 3 e 6, pontos importantes no ligação ao receptor e para sua metabolização. A hidroxila 3 se livre aumenta a afinidade pelos receptores mi opioides. A morfina apesar de ter uma estrutura bastante diferente, ela apresenta uma similaridade estrutural ao peptídeo opioide metaencefalina conferindo a morfina e outros analgésicos opioides sejam considerados FARMACOS PEPTIDEOMIMÉTICOS. METABOLISMO DA MORFINA A morfina é facilmente absorvida por via oral, porém sofre extenso metabolismo de primeria passagem, reduzindo sua biodisponibilidade por via oral, sendo usado para dores moderadas, porém para o manejo de dores intensas e pós operatórias, ela é administrada por vias paraenterais. O metabolismo de primeira passagem gera 3 metabólitos princiapis: N-desmetilação pelas enzimas do complexo P450 Conjugação com o ácido glicurônico, metabolização de fase2, o na hidroxila fenólica na posição 3: morfina-3- glucoronideo o Na hidroxila alcólica na posição 6: morfina-6- glucoronideo Esse metabolismo rápido reduz a meia vida do fármaco de 2h, sendo necessária sua administração de 4 em 4h, para obtenção de uma analgesia adequada. Qual a importância do metabólito? O metabólito 6-glucoronideo é o metabólito ativo da morfina, sendo ainda mais ativo que a morfina para os receptores mi opioides, onde o acido glicuronico confere uma maior polaridade à molécula e uma menor permeabilidade à barreira hemato encefálica, porém seu metabólito contribui para o efeito da morfina, principalmente quanto ao seu efeito de analgesia periférica. O metabólito 3-glucoronideo é um metabólito inativo, porem apresenta ação estimulante do sistema nervoso central e atividade pró-convulsivante. Acredita-se que o acumulo desse metabólito é associado a convulsões em pacientes que fazem uso crônico da morfina. MECANISMO DE AÇÃO Ativação de receptores mi opioides, inibindo a ativação dos nociceptores nos tecidos periféricos. A principal ação é no SNC, tanto em nível do corno dorsal (analgesia espinhal por liberação de glutamato e substância P pelo neurônico nociceptivo, como pela inibição do neurônico ascendente secundário) e pelo mecanismo supradorsal na substância cinzenta, onde a ativação de receptores mi opioides leva a desinibição da via descendente Nociceptiva, contribuindo para o efeito analgésico da morfina. EFEITOS CENTRAIS Analgesia Euforia – relacionada a ação dos fármacos no componente afetivo da sensação dolorosa, contribuindo à analgesia. Por outro lado, essa sensação está vinculada ao seu uso de abuso. Sedação – relacionado a inibição de alguns centros relacionados ao controle de sono e vigília, onde a ação sedativa pode ser desejada como em casos de analgesia pós operatória e pacientes terminais Supressão da tosse – age nos centros bulbares de controle da tosse, inibindo o reflexo da tosse. Miose – contração da pupila, que apesar de não se explorado clinicamente, é um marcador importante de intoxicação. O efeito é mediado sobre a via central e não mediado por efeitos diretos no globo ocular Rigidez do tronco – relacionada ao aumento do tônus muscular no tronco, importante quando se pensa em pacientes entubados e que fazem uso de ventiladores mecânicos, podendo afetar a respiração desses indivíduos. Náusea e vômito – principalmente nas primeiras doses do fármaco, onde ocorre o desenvolvimento de tolerância a esses efeitos Depressão respiratório – ocorre em um mecanismo dual, pela supressão da resposta bulbar ao aumento de concentração de CO2, de forma que mesmo que os níveis de CO2 se elevem na corrente sanguínea, a pessoa afetada não desenvolve a resposta de taquipneia, isso é, aumento da frequência respiratória para a eliminação de CO2, podendo levar a um quadro de epóxia; em altas doses esses fármacos agem diretamente sobre o controle bulbar de respiração, inibindo a ação e levando ao quadro de depressão dos mecanismos de controle da respiração. A dose de morfina necessária para indução de analgesia é 50x menor que a dose necessária para indução da depressão respiratória, sendo um risco grande para pacientes que fazem uso crônico e uso de abuso. EFEITOS PERIFÉRICOS Constipação – pela inibição do peristaltismo Contração dos músculos do trato biliar – tornando seu uso limitado para pacientes sofrendo de cálculos biliares Retenção urinária – interferindo no tônus da musculatura de bexiga Relaxamento da musculatura uterina – pode levar ao prolongamento do trabalho de parto Bradicardia leve – relacionada a inibição do tônus do sistema nervos simpático, levando a redução da frequencia cardiáca. Liberação de histamina - A morfina e petidina (meperidina) tem ação de induzir a degranulação de mastócitos, levando ao aumento da liberação de histamina, um potente vasodilatador, levando a uma queda da pressão arterial e a sensação de rubor na faze associada e a indução de bronquioconstricção (alerta para pacientes em ventilação) Prurido – Coceira induzida pelos analgésicos opioides, que podem ter 2 origens, a primeira associada a liberação de histamina e a outra associada a origem neurogênica, mais associada a administração intratucal ou peridural de analgésicos opioides que pode ocorrer durante o trabalho de parto. Efeitos neuroendócrinos (Aumento de ADH, prolactina, somatrotopina. Redução de GnRH, LH, FSH, CRH, ACTH, cortisol) – EFEITOS X RECEPTORES Analgesia supraespinhal é mediada apenas por receptores mi, porem para analgesia espinhal se tem uma atividade importante também sobre receptores kapa e delta, em menor magnitude. Para analgesia periférica, estão envolvidos receptores mi e kapa. A depressão respiratória é mediada tambémpor receptores delta, além dos mi. TOLERÂNCIA O uso crônico desses fármacos possuem diversas limitações, dentre eles o rápido desenvolvimento de tolerância farmacológica. A tolerância é o fenômeno onde se necessita doses maiores de um fármaco para se induzir um efeito terapêutico. No caso da morfina se tem uma rápida indução de tolerância, podendo ocrrer tão rápido quando 12-24h após a primeira administração do fármaco. O principal mecanismo envolvido na tolerância tanto a curto e longo prazo, estão associados aos receptores mi opioides, que uma vez ativado, o receptor pode ser fosforilado por kinases como GRK ou PKC, impedindo que haja o reacoplamento da proteína G ao receptor, dessensibilizando-o. Esse mecanismo está envolvido na tolerância de curto prazo. Além disso, a fosforilação aumenta o recrutamento da proteína intracelular beta-arrestina, que age como um sinal para a internalização dos receptores via endocitose, levando ao processo de subregulação (down regulation) que é potencializado na presença de agonistas. Esse mecanismo está vinculado ao processo de tolerância a longo prazo, associado a dificuldade de reciclagem dos receptores pelo comprometimento dos mecanismos de reciclagem e aumento da degradação dos receptores e sua redução na membrana a longo prazo. Essa tolerância não se desenvolve na mesma velocidade e grau para os diferentes efeitos da morfina, sendo observado o desenvolvimento de uma rápida tolerância para os efeitos analgésicos, eufóricos/disfóricos, sedação, supressão da tosse, antidiurese, náusea/vomito e depressão respiratória. A tolerância à braquicardia se desenvolve de forma moderada. Mínima ou nenhuma tolerância é desenvolvida a miose (por isso é um sinal tão bom para intoxicação), constipação e convulsões. Um fenômeno que costuma ocorrer é a tolerância cruzada, desenvolebendo tolerância a outros analgésicos opioides. Porém essa tolerância cruzada é limitada, tornando a rotação de opioides uma alternativa para indivíduos que precisam fazer o uso crônico desses analgésicos. Outra alternativa é o uso de fármacos potenciadores de efeito, como a cetamina. DEPENDENCIA FÍSICA E SINDROME DE ABSTINÊNCIA Caracterizada por alterações plásticas que ocorrem no organismo, induzidas pelo uso constante do fármaco. Um dos indutores da dependência física é a down regulation dos receptores mi opioides. Um dos sinais clássicos que o individuo desenvolveu um certo grau de dependência é o surgimento da síndrome de abstinência com a interrupção abrupta da medicação. Geralmente se caracterizam por ser o oposto do que o fármaco induz: Analgesia hipersensibilidade a dor Euforia ansiedade Sedação insônia Para a morfina, a síndrome de abstinência após a interrupção abrupta em um paciente que faz uso crônico, se inicia de forma rápida, onde cerca de 8h após a interrupção o paciente já começa a apresentar ansiedade e desconforto que leva a fissura pela droga, associada a dependência química. Até 24h após da interrupção, outros efeitos se apresentam, dentre os quais o aumento da ansiedade, insônia, aumento da motilidade do TGI levando a diarreia, aumento da secreção nasal e sudorese e midríase, causando dificuldade de visão. Até 3 dias após a interrupção, os efeitos se encontram os mais intensas, tendo a taquicardia, aumento da pressão arterial, náusea e vomito, diarreia, micção descontrolada, hipertermia acompanhada de calafrios, tremores, espasmos musculares e até o desenvolvimento de convulsões nos casos mais graves. COMPLICAÇÕES DO USO CRONICO – RISCO DE DEPENDENCIA PSICOLÓGICA/VICIO Os opioides induzem um efeito euforizante associado a ativação de um circuito cerebral denominado via da recompensa ou circuito mesolímbico, relacionada a sensação de prazer e bem estar. Essa via é composta por neurônico dopaminérgicos, onde seus corpos se localizam no núcleo do mesencéfalo denominada área tegmentar ventral e se projetam a uma estrutura do sistema límbico denominada núcleo accumbens. O aumento da liberação de dopamina no núcleo accumbens está relacionada a essa sensação de bem-estar e prazer. Os opioides se ligam aos receptores mi, desinibindo a via da recompensa, aumentando a liberação de dopamina no núcleo accumbens, induzindo a sensação de euforia bastante intensa, mais intensa até que aquela obtida fisiologicamente. Esse efeito desinibitório ocorre pela inibição de interneurônios na área tegmentar ventral, deixando de inibir os neurônios dopaminérgicos, aumentando a liberação de dopamina. A heroína tem um potêncial de dependência maior que o da morfina, pois as duas acetilações nas hidroxilas da morfina, aumentam a lipofílica da molécula, conseguindo cruzar a barreira hematoencefálica mais rapidamente e em maior concentrações, induzindo a ação euforizante mais intensa e rápida, tendo um potencial de abuso maior. Além da morfina, existem outros fármacos que são usados como analgésicos e outras indicações farmacêuticas, agindo por receptores opioides. A principal diferença entre os fármacos é relacionada a sua potência e eficácia, a seletividade entre os receptores e sua farmacocinética, principalmente em comparação com a morfina. Classificações: Origem o Natural: isolados a partir do ópio (ex. morfina e codeína) o Semi-sintérica: obtido a partir da estrutura da morfina ( ex. heroína, hidromorfona, hidroxicodona, oximorfina, oxicodona) o Sintético: de obtenção exclusivamente sintética (Dextropropoxifeno, fentanila, loperamida, metadona, petidina, tapentadol e tramadol) Estrutura química o Fenantrênicos: todos tem em sua extrutura o esqueleto pentaciclico, sendo essa classificação a mais númerosa em fármacos (ex. morfina, codeína, buprenorfina, heroína, hidromorfona, hidroxicodona, oximorfina, oxicodona, naloxona, naltrexona) o Morfinanos: Através da retirada do anel epóxido, cujo principal representante é o Dexometorfano. o Benzomorfanos: retirada do anel de 6 membros, obtendo-se uma estrutura biciclica, cujo principal representante é a Pentazocina o Fenilpiperidinas: Mantem apenas o anel aromático e o anel piperidinico, contendo o nitrogênio básico, considerados excensiais para a ligação do fármaco aos receptores mi opioides, seus representantes são a Alfentanila, fentanila, petidina e remifentanila o Difenilheptanonas: estrutura bem distinta da morfina, contendo ainda os requisitos mínimos na forma de um anel benzênico e nitrogênio básico, representado pelo Dextropropoxifeno, loperamida e metadona Em ordem da direita para a esquerda: Far mac ológ ica: o Agonistas puros: Alta eficácia analgésica Menor eficácia analgésicos o Agonistas/Antagonistas o Antagonistas AGONISTAS PUROS DE ALTA EFICÁCIA ANAGÉLSICA Morfina Hidromorfina Oximorfona Metadona Meperidina Fentanil Sufentanil Alfentanil Remifentanil Levorfanol Uma coisa que todos tem em comum é a seletividade pelos receptores mi opioides, onde a maioria, com exceção da meperidina/petidina, são mais potentes que a morfina, possuindo analgesia de curta duração de ação, com ação da metodona. Morfina e seus análogos semissintéticos se diferem da morfina pela oxidação da hidroxila da posição 6, gerando uma cetona. São 7x mais potente que a morfina, porém possuem mesma meia vida. Essa modificação estrutural levou a um aumento de biodisponibilidade da hidromorfona (35%) por via oral. A oximorfona possui baixa disponibilidade, sua administração sendo apenas por via paraenteral. Metadona Indicado para o manejo de dores intensas, sendo o fármaco de escolha para o tratamento da síndrome de abstinência de pessoas com dependência a opioides. A metodona é um potente agonista de receptores mi opioides e um antagonista de receptores de glutamato (NMDA), presentes no cornodorsal da medula,associados a via ascendente nociceptiva, logo o mecanismo contribui ao seu efeito analgésico. A metadona é mais efetiva que a morfina para certas dores neuropáticas, devido a esse mecanismo de ação adicional. Ela possui longo tempo de meia vida, sendo o opioide de maior meia vida (25-52h), permitindo que o seus sintomas de abstinência sejam mais brandos devido a sua eliminação mais lenta. Além disso, possui uma alta biodisponibilidade (80%), podendo ser administrado por via oral. O desenvolvimento de tolerância do fármaco é mais lento, não apresentando tolerância cruzada, sendo indicado para pacientes com câncer terminal, para o manejo da dor. Fentanila Indicados para o manejo de dores intensas e analgesia obstétrica, possuindo potencia 50-100x mais potente que a morfina, porém meia vida ainda mais curta (1-2h). Seus análogos estruturais a alfentanila e remifentanila possuem meia vida ainda mais curta (30min). Podem ser administrado de forma continua na clínica, em operações de longa duração, uma vez que possuem eliminação rápida. Petidina/meperidina Fármaco que analogamente a morfina, é capaz de estimular a degranulação dos mastócitos, levando a aliberação de histamina na corrente e induzindo vasodilatação periférica, redução da pressão sanguínea e prurido. Possui potência menor que a morfina (1/4) e meia vida intermediária normal de 2-4h. A petitdina possui similaridade estrutural com a molécula da atropina, fazendo com que além de ser agonista de receptores mi opioides, ela também é um antagonista muscarínico, possuindo todos os efeitos adversos dos antagonistas muscarínicos clássicos como : Boca seca Visão turva Constipação Sendo então contra indicada para cardiopatas, uma vez que o bloqueio de receptores M2 nas células sinoatriais induz uma taquicardia e aumento do trabalho cardíaco. O principal metabólito é anormeperidina, oriundo de uma M-desmetilação, onde esse metabólito possui ação pró convulsivante. AGONISTAS PUROS DE MENOR EFICÁCIA ANALGÉSICA Codeina Hidrocodona Oxicodona Propoxifeno Codeína Análogo 3-metoxi da morfina, onde a metoxila induz uma queda na afinidade da codeína pelos receptores mi opioides, estando associado a sua menor eficácia. A codeína, porem, gera uma desmetilação durante sua metabolização hepática, gerando como metabólito ativo a morfina (20-30%), onde essa morfina gerada seja o metabólito ativo da codeína que confere ao fármaco sua ação analgésica. A presença da metoxila confere maior resistência da codeína ao metabolismo de primeria passagem, permitindo sua administração oral. Seu uso é indaco para: Antitussígeno Manejo de dores leves a moderadas em associação com analgésicos não opioides Analogos da codeína A oxicodona e hidrococodona possuem a oxidação na posição 6 e metoxilação na posição 3. A oxicodona é disponível para comércio no brasil, na forma de comprimidos de liberação prolongada, possuindo tempo de meia vida mais curto. A hidrocodona não se encontra disponível. Esses 2 analogos possuem efeito cerca de 10x maior que a codeína, porém ainda de baixa eficácia quando comparado com a morfina. São usados como monoterapia ou em associação como a codeína. A oxicodona é o principal fármaco envolvido na atual epidemia de transcrição de opioides no EUA, sendo disponível para administração por via oral. Tem se aumentado o risco de intoxicação pela oxicodona devido ao habito dos usuários de triturar o comprimido para aspiração, que pode levar a um caso de sobredosagem. Como o custo desse fármaco é elevado, conforme o vício se aprofunda o usuário tende a migrar para a heroína. Não se sabe se a oxicodona possui maior capacidade de abuso que a codeína ou se a epidemia está associada a hiperprescrição. AGO NIST AS ANT AGONISTAS Pentazocina Nalbufina Buprenorfina Butorfanol Apresentam ação agonista frente a um receptor opioide e antagonista frente a outro. São fármacos com uma farmacologia mais peculiar, de características própria. Pentazocina: Antagonista de receptores mi opioides e Agonista de receptores kapa, associados a analgesia espinhal e periféria, acreditando-se que os efeitos do fármaco seja mediado pela ativação dos receptores kapa. Ela possuísse menos capacidade de induzir depressão respiratória por sua ação antagonista sob os receptores mi. Porém esse efeito seletivo de receptores kapa leva a uma analgesia incompleta, que faz com que ela tenha uma capacidade analgésica bem inferior (33% menos eficiente que a morfina) sendo indicado para uso sob dores de curta duração devido aos efeitos disfóricos (ansiedade). Buprenorfina Farmaco que tem ganhado destaque, sendo usado pra o tratamento de pacientes dependentes de opioides, devido ao seu perfil como agonista parcial de receptores mi opioides, sendo capaz de ativa-los sema tingir o seu efeito máximo. Esse perfil é interessante uma vez que ao se ter um certo grau de ativação dos receptores mi, se reduz a ativação dos sintomas de abstinência de longo prazo, porém a ativação não é alta o suficiente para que o paciente associe o fármaco com o efeito de euforia almejado. Além disso, o efeito agonista parcial se torna interessante em caso de recaída, uma vez que a droga de abuso irá competir com a buprenorfina, reduzindo o efeito de euforia, impedindo a ligação plena da droga. Esse fármaco tem sido explorado para pacientes alcoolistas. Possui baixa biodisponibilidade oral (10%), sendo administrada como sublingual (40%), possuindo longa duração de ação de 8h. Esse fármaco, como analgésico, é até´10x menor que a morfina. ANTAGONISTAS OPIÓIDES naltrexona e Naloxona possuem extrutura química caracterizada pela presença de grupamentos volumosos ligados ao nitrogênio básico, deixando de ativar receptores mi e agindo como antagonistas. A principal diferença entre eles é seu tempo de duração, onde a naltrexona possui meia vida de 10h e a naloxona de 1-2h. O uso desses fármacos são indicados em casos de overdose de opioides, onde a naloxona por possuir efeito rápido é bastante indicado, revertendo a depressão respiratória. Além disso a naloxona tem sido incluídas em kits de emergência para indivíduos que fazem abuso de substância. Esses fármacos são úteis para antagonizar as convulsões induzidas pela morfina e metadona. Porém deve se ter cuidado, uma vez que esses fármacos podem precipitar crise de abstinência em pacientes dependentes. Não induzem tolerância. FÁRMACOS DE AÇÃO MISTA Além de agonistas, possuem outros alvos terapêuticos Tramadol Analgésico usado para dores moderadas a intensas em associação com paracetamol e diclofenato, tendo como mecanismos de ação complementares a inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina, aumentando os índices desses neurotransmissores no corno dorsal da medula espinhal, onde esses são importantes na via descendente antinociceptiva, onde esse efeito serotoninérgico e noradrenérgico em associação com seu efeito agonista alfa2adrenérgicos, contribuem para sua ação analgésico. É comercializado como injetável ou comprimido, é 6000x menos potente que a morfina. Tapentadol Fármaco mais novo, agonista mi opioide 50x menos potente que a morfina. Age inibindo a recaptação de noradrenalina, tendo a sua ação analgésica potencializada. É comercializado como monoterapia para tratamento de dores levas a moderadas na forma de comprimido de liberação prolongada. ANTITUSSÍGENO E ANTIDIARREICO Dextrometorfano Agonista parcial de receptores mi, não sendo usado para fins analgésicos, mas sim como antitussígeno. Possui duração de 30-60 minutos, causando sedação, tonturas, constipação, náuseas, vômitos. Em altas doses pode levar a depressão respiratória. Preocupassão: administração em xaropesinfantis. Loperamida: Usado como antidiarreico, é um agonista de receptores mi de ação periférica. Não ultrapassa a barreira hematoencefálica. Longa duração de ação (meia vida de 11h), baixo potêncial de abuso e pode causar constipação grave. Contraindicado para indivíduos que possuem diarreia associado a um quadro infeccioso. Análogo da metadona. Volta e meia é retirado do mercado. INDICAÇÕES TERAPEUTICAS Analgésico: tratamento de dores agudas, moderadas ou intensas, não responsivas a analgésicos menos potentes Quando se fala do tratamento da dor aguda, deve-se tentar identificar a origem e a intensidade da dor, sendo possível, deve-se eliminar a dor com o tratamento da doença. No tratamento farmacológico sintomático, é necessário iniciar sempre com analgésicos menor potentes e com menos efeitos adversos. Não se deve adira o uso de analgésicos potentes em casos dolorosos, seguindo a escada de analgesia proposta pela OMS. Para o tratamento de dores leves deve-se realizar o tratamento da dor com analgésicos não opioides com ou sem adjuvantes (ex. anti-inflamatórios não esteroidais, Paracetamol , dipirona) Para o tratamento de dores moderadas, indica-se o uso de analgésicos não opioides associados a opioides de menor eficácia com ou sem adjuvantes (ex. codeína, tramadol) Para o tratamento de dores intensas, é indicado o uso de analgésicos não oióides associados a opioides de alta eficácia com ou sem adjuvantes (Ex. morfina, metadona, fentanila), ocorrendo em ambiente hospiralar. Dores mais tratadas com analgésicos opioides são as dores agudas, moderadas ou intensas: Pós-operatório Cólica renal Infarto do miocárdio Traumas importantes Controle de dores crônicas (Associado a câncer) Edema pulmonar agudo (morfina) – controverso, pois a segurança e eficácia é questionável, se acredita que a liberação de histamina mediada pela morfina reduz a pré e pós carga cardíaca e o edema pulmonar, que pode esta associado ao acumulo de sangue nos tecidos pulmonares. Porém o potêncial bronquo espasmico e depressão respiratória apresentam um risco. Supressão da tosse (codeína, dextrometorfano) Interrupção da diarréia (loperamida) Anestesia (fentanila) Reações adversas: Constipação (15-50%) Náusea e vômito (10-40%) Tontura ou vertigem Sonolência Prurido (1% via sistêmica, 8-46% epidural/espinhal) Retenção urinária Disforia, confusão mental e alucinação Mioclonias Supressão da tosse Depressão respiratória Aumento da pressão intracraniana – não se deve usar em pacientes que sofreram traumatismo craniano Imunossupressão (significado incerto) Queda da pressão arterial – supressão da ativação do sistema nervoso simpático, levando a bradicardia e da histamina quando ocorrer. Miose Contra indicações: Associação entre opioides potentes e agonistas parciais uma vez que o parcial antagonisa o agonista puro Pacientes com lesão cranioencefália Hipersensibilidade Diarreia associada a intoxicação Gravidez e lactação – menor grau de indução de depressão respiratória no neonato Pacientes com comprometimento da função pulmonar Pacientes com comprometimento da função hepática Interações medicamentosas: Outo depressores do SNC (sedativos, hipnóticos, antipsicóticos) Antidepressivos inibidores da MAO (hipertensão e coma hiperpirético) Tratamento darmacológico da dependência de opioides Desintoxicação: metadona – perfil de absorção e eliminação lenta. Alivio dos sintomas de abstinência: Clonidina (agonista alfa2adrenérgico) Manutenção: o Buprenorfina sublingual (agonista parcial mi) – alivia a fissura e sintomas de abstinência, bloqueio dos efeitos da heroína em caso de recaída o Naltrexona XR (intramuscular 1x/mês) Sobredosagem: Diagnóstico: pupilas puntiformes, estupor ou coma e depressão respiratória Outros sinais: cianose, hipotensão, depressão da formação de urina, hipotermia, flacidez muscular, convulsões Manejo: ventilação mecância, administração de naloxona (intravenoso ou intramuscular)
Compartilhar