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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE TRABALHO DA ____ VARA DE SOROCABA-SP
	
MARIA GOMES, brasileira, casada, portadora da CTPS nº 000.000, série 0000/SP, inscrita no CPF nº 000.000.000.00 e no PIS nº 00.000.000-00, nascida em 16/01/1988, filha de Joana Gomes, residente e domiciliada na cidade de Sorocaba/SP, morando na Rua Gavião, nº 01, Condomínio Céu azul, bloco B, prédio 340, apartamento 951, bairro Pitangueira, CEP nº 18.140-456, vem, mui respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, conforme mandato em anexo (doc. 1), perante Vossa Excelência , propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face da ESCRITÓRIO TORRES, pessoa jurídica de direito privado, endereçada na Rua Bernarda Non Liz, número 894, bairro Lelpoldino, na cidade de Sorocaba, Estado de São Paulo, CEP: 18.532.432, inscrito sob o CNPJ: 532.332.456.0001.32, conforme fatos e fundamentações a seguir: 
DOS FATOS: 
1. Preliminarmente, informo ao Juízo que as partes se submeteram a tentativa de acordo por meio da Comissão de Conciliação Previa (doc. 2), porem, tal tentativa se tornou infrutífera, não tendo a tentativa de acordo qualquer resultado que ajude, auxilie, ou encerre a lide, gerando assim a necessidade da presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA , a fim de por fim a este conflito de interesses com pretensão resistida por parte do empregador, sujeito ativo da relação trabalhista. 
2. Que a reclamante foi admitida, em 09/08/2013, recebendo salário  mensal de R$ 10.000,00, como também demais benefícios como o vale-transporte, vale alimentação, cesta básica, plano odontológico, plano de saúde, entre outros benefícios que eram benefícios que não vinculavam o salário, assim não o reduzindo, entendendo por ‘extras’, e com jornada iniciando 09:30 e encerrando às 18:30 horas, se segunda-feira a sexta-feira, e demitida no dia 08/02/2014. 
3. Em 23/11/2013, a reclamante comunicou a uma das auxiliares da cozinha do escritório que estava com atrasos em sua rotina menstrual, e que como era casada, estava com dúvida e com certo receio, se estava grávida. Porém, no fim da conversa pediu para que sua amiga, não contasse a demais colegas de trabalho por ela não ter certeza e por achar melhor não contar naquele momento. 
 
4. Em 07/02/2014, Paulo, superior hierárquico da Reclamante, chamou a reclamante em seu escritório, e a avisou que não precisaria mais de seus serviços, por dificuldades financeiras empresariais. Paulo pagou a rescisão da reclamante, na qual quitou todas as verbas trabalhistas. A reclamante, entretanto, manuscreveu no documento que assinou que estava grávida, e acreditava que o real motivo de sua dispensa, era pelo seu estado de gravidez e não pelos motivos acima alegados pelo seu antigo superior hierárquico. Contudo, Eduardo naquele momento ficou surpreso com o seu estado, e alegou não saber daquilo, e que o real motivo era o que ele já havia dito e que quanto à gravidez ele não sabia por meio de nenhuma pessoa, e que se ela tivesse contado a ele, ele teria demitido outra funcionária, mesmo que com mais tempo na empresa, para não ter que demitir uma funcionária gravida. Já que ele sabia que ela tinha filhos, marido, família e que dependia de todos os benefícios que tinha naquele emprego. 
5. Desta forma, na data da demissão, a concepção da gravidez já havia ocorrido, e a reclamante, já estava com gestação de 4 (quatro) semanas e, estava assim, consequentemente, gozando da estabilidade provisória.
 	
 6. Sendo, a demissão assim, nula pelo direito a estabilidade da gestante ter sido cerceado, ficando vedada a dispensa da gravida citada desde a concepção, até 5 meses após o parto. Dessa forma, como a dispensa foi realizada com quatro semanas de concepção/gestação, ainda possui meses de estabilidade, sem prejuízo de demais direitos inerentes a reclamante. 
7. Os fatos alegados podem ser devidamente comprovados por meio do teste de Uni test Plus (doc. 3), Maxtest (doc. 4), Ultrassonografia transvaginal (ddoc. 5), a veracidade dos fatos alegados anteriormente. Com a empregada realizando exames médicos, comprovando que a concepção da gravides, já havia sido realizado na data da demissão. 
DO DIREITO: 
	Que a reclamante é detentora dos seguintes direitos: 
Art. 10, II, b, ADCT
Art. 10 - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Convenção nº 103 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 1952.
Art. 7º, XVIII, Constituição Federal:
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
Sumula 244 do TST:
Súmula nº 244 do TST
GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
 II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
 III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
Respeitando a seção V – Da proteção da maternidade, pertencente a CLT. Com todas as disposições legais visando quanto à estabilidade da gestante.
Balizado na doutrina de Amauri Mascaro Nascimento afirma que um grupo que exige tutela diferenciada pelo ordenamento jurídico é o composto pelas mulheres "em todos os sistemas jurídicos, a mulher merece tratamento particular, asseguradas condições mínimas de trabalho, diferentes e mais vantajosas do que aquelas estabelecidas em relação aos homens"
Reconhecem a doutrina e a jurisprudência que a norma constitucional visa à proteção tanto da gestante quanto da nova vida que se gera. Como ensina Alice Monteiro de Barros (2006, p. 1.049), a gestação põe em cheque as reservas físicas e psíquicas da mulher e “implica uma situação de stress, capaz de gerar transtornos físicos e alterações psiquiátricas, sendo as mais frequentes do tipo neurótico, acompanhadas de grande ansiedade”. Como consequência, é normal que no período gestacional haja redução na qualidade e na quantidade do trabalho da mulher, aumentando os riscos de seu empregador pretender rescindir seu contrato, em flagrante atitude discriminatória. 
Tendo por entendimentos jurisprudenciais: 
TST - RECURSO DE REVISTA RR 15541820125070005 (TST) 
Ementa: RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE DA GESTANTE. O posicionamento desta Corte é no sentido de se conferir a garantia de estabilidade provisória à trabalhadora a partir do momento da concepção ocorrida no curso do contrato de trabalho. Essa garantia não visa apenas à proteção objetiva da gestante, mas, sobretudo, à tutela do nascituro e do instituto da maternidade. Nesse sentido, nos termos do recomendado pela Súmula nº 244, I, do TST, não se afigura indispensável para o reconhecimento da garantia de emprego que a confirmação da gravidez da reclamante tenha ocorrido antes da rescisão contratual. Assim sendo, para a garantia de estabilidade provisória da gestante é irrelevante que o empregador e também a empregada tenham conhecimento do estado gravídico. Recurso de revista não conhecido. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DE PATRONO CREDENCIADO PELO SINDICATO. A decisão regional está em dissonância das Súmulas 219 e 329 do TST. Recurso de revista conhecido e provido. 
TST - RECURSO DE REVISTA RR 7829120125020038 (TST) 
Ementa: RECURSO DE REVISTA. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. ESTABILIDADE DE GESTANTE. Nos termos da nova redação da Súmula nº 244, III, desta Corte Superior, a empregadagestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Recurso de revista conhecido e provido. 
DOS PEDIDOS:
Nestes termos, requer:
1. Diante dos fatos, que a reclamada que recebeu a citação no endereço acima citado, compareça em juízo na data designada, para a realização da audiência, sob pena de revelia o não comparecendo, sendo aplicado seus efeitos, quanto ao processo e aos prazos processuais. 
2. A concessão da tutela antecipatória, determinando a reintegração imediata da reclamante no local e na função que exercia na empresa, com fixação de multa diária na hipótese de descumprimento da ordem judicial no valor de R$ 100,00 reais, bem como a notificação da reclamada para que tome ciência da tutela antecipatória. Ou, se V. Exa. entender desaconselhável a reintegração, requer a indenização do período estabilitário, como pedido sucessivo. 
3. A nulidade da rescisão seja declarada, determinando a reintegração no local e na função ocupada na empresa.
4. O pagamento dos salários pelo período de afastamento e referente ao período integral da estabilidade, observando-se os valores dos salários vencidos e vincendos e sua incidência no pagamento de férias, 13º salario, FGTS, etc, dar-se-á, o valor de 3.000,00.
5. Art. 477. É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa. 
§ 6º O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: 
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.
6. Assistência Jurídica, com base na lei 5.584/70, declarando assim que não tem como prover à custa do processo, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família. 
7. Direito de produzir provas por todos os meios permitidos em Direito, através de depoimentos, testemunhas, pericia, vistoria, em especial o depoimento da reclamada em audiência, sob pena de confissão. 
8. Condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios, despesas processuais, e custas processuais. 
9. Da tutela de urgência referente à reintegração. Conforme analisado anteriormente, que a demissão da reclamante, se realizou de forma injusta, e que está devidamente comprovada através dos exames de ultrassonografia, e que o reestabelecimento do contrato de trabalho poderá, se não realizado causar um prejuízo irreparável, nos termos do art. 273, Código de Processo Civil, deseja que seja dada concessão por Vossa Excelência de liminar a tutela antecipada para fins de reintegração no emprego. 
	
10. Fixação de multa diária em caso do descumprimento da decisão judicial, no importe de R$ 1.000,00 por dia, em favor da reclamante. 
Dá-se a causa o valor de R$ 6.000,00 reais. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Sorocaba, 06 de Outubro de 2014.
Ass. do Advogado:
GUILHERME VOLPE TORRES
OAB/SP nº 000.000

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