Prévia do material em texto
0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO POLIMORFISMOS GENÉTICOS, MICROBIOTA E TERAPIA NUTRICIONAL EM PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NYEDJA LARA CAVALCANTE PESSOA NATAL/RN 2022 1 NYEDJA LARA CAVALCANTE PESSOA POLIMORFISMOS GENÉTICOS, MICROBIOTA E TERAPIA NUTRICIONAL EM PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. Orientadora: Prof.ª Dr. Daniella Regina Arantes Martins Sallha Coorientadora: Prof.ª Dr. Lúcia Leite Lais NATAL/RN 2022 2 NYEDJA LARA CAVALCANTE PESSOA POLIMORFISMOS GENÉTICOS, MICROBIOTA E TERAPIA NUTRICIONAL EM PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________________ Orientadora: Profa. Dra. Daniella Regina Arantes Martins Sallha ___________________________________________________________________________ 2° Membro: Profa. Dra. Riva de Paula Oliveira ___________________________________________________________________________ 3° Membro: Profa. Ms. Thaís Lima Dias Borges Natal, 07 de dezembro de 2022. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me guiado e me capacitado em todos os passos da graduação e pelas oportunidades que surgiram em minha vida acadêmica. Agradeço à minha família e amigos, pelo apoio e torcida em cada passo que foi percorrido. Agradeço à minha orientadora Profa. Dra. Daniella Regina Arantes Martins Salha, pelo auxílio, paciência e carinho, em me orientar em um trabalho desafiador e encantador sobre o autismo, e a minha coorientadora Profa. Dra. Lúcia Leite Lais, em entrar nessa jornada, me ajudando e colaborando ainda mais no projeto. Pelas experiências e inspirações adquiridas ao longo do trabalho, muito obrigada. 4 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS Pessoa, Nyedja Lara Cavalcante. Polimorfismos genéticos, microbiota e terapia nutricional em pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) / Nyedja Lara Cavalcante Pessoa. - 2022. 76f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Natal, RN, 2022. Orientador: Daniella Regina Arantes Martins Salha. 1. Transtorno do Espectro Autista - TCC. 2. Polimorfismo - TCC. 3. Microbioma Gastrointestinal - TCC. I. Salha, Daniella Regina Arantes Martins. II. Título. RN/UF/BSCCS CDU 612.39-053.2 Elaborado por Adriana Alves da Silva Alves Dias - CRB-15/474 5 RESUMO O transtorno do espectro autista (TEA) é uma disfunção no desenvolvimento neurológico que afetam a capacidade de interação, comunicação e linguagem, podendo ser caracterizado por comportamentos repetitivos e seletividade alimentar. Esse transtorno é considerado multifatorial, tendo fatores ambientais e genéticos associados à predisposição do autismo, alterações comportamentais e sintomas gastrointestinais. A microbiota intestinal influencia no funcionamento do eixo intestino-cérebro e no sistema imunológico, causando alterações como disbiose e sinais de autismo, como a ansiedade e auto agressão. Este trabalho consiste em uma revisão de literatura sobre aspectos clínicos e nutricionais do TEA, abrangendo variações genéticas, alterações da microbiota intestinal, desafios alimentares, terapia nutricional e o impacto da nutrigenômica nessa condição clínica. Para a realização desta revisão bibliográfica foram selecionados 87 artigos, dentre os 1.909 encontrados na base de dados PubMed, SciELO, LILACS, Embase e Cochrane Library, com nenhuma restrição de idioma, publicados nos últimos dez anos, que contemplavam a temática desta pesquisa. A partir dos estudos explorados, foi possível analisar a forte relação da genética no TEA, pela ruptura epigenética dos genes essenciais para o desenvolvimento neuronal esperado existentes nos genes CHD8, SHANK3 e ADNP; associação da microbiota intestinal com vários fenótipos e intervenções específicas na terapia nutricional para pessoas com autismo, como dieta sem glúten e caseína, suplementação de probióticos e prebióticos e transplante microbiano fetal. Poucos estudos foram encontrados acerca da nutrigenômica no TEA. Os resultados demonstram a importância da intervenção nutricional bem como a necessidade da compreensão dos fatores genéticos nessa temática. Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Polimorfismo, Nucleotídeo Único, Microbioma Gastrointestinal, Disbiose, Estado nutricional, Terapia Nutricional e Nutrigenômica. 6 SUMÁRIO Pág. 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 2 OBJETIVO ................................................................................................................ 9 2.1 OBJETIVOS GERAL .............................................................................................. 9 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 9 3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 10 4 RESULTADOS ......................................................................................................... 11 5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 38 5.1 VARIAÇÕES GENÉTICAS NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA..... 38 5.2 RISCOS NUTRICIONAIS RELACIONADOS AO TEA...................................... 43 5.3 ALTERAÇÕES DA MICROBIOTA INTESTINAL EM PESSOAS COM TEA... 44 5.4 IMPACTOS DA NUTRIGENÔMICA NO TEA …………………...…………….. 48 5.5 DESAFIOS RELACIONADOS À ALIMENTAÇÃO EM PESSOAS COM TEA.. 51 5.6 TERAPIA NUTRICIONAL NO TEA...................................................................... 53 5.7 SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL EM PESSOAS COM TEA ...................... 55 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 57 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 58 7 1 INTRODUÇÃO O transtorno do espectro autista (TEA) é classificado como um dos graves transtornos do neurodesenvolvimento devido ao comprometimento da capacidade interativa, comunicação social, linguagem, além da ocorrência de comportamentos repetitivos, seletividade alimentar e problemas gastrointestinais (SOKE et al., 2016; VUONG; HSIAO, 2017). O TEA apresenta três formas clínicas, leve, moderada e severa. No autismo leve, não há comprometimento cognitivo severo, porém, é possível perceber aspectos comuns, como a dificuldade de se relacionar no âmbito social. No autismo moderado, observa-se um maior comprometimento no indivíduo e atrasos mais expressivos no desenvolvimento cognitivo e intelectual, sendo fundamental um maior acompanhamento e apoio dos médicos e familiares. No autismo severo, há manifestações graves de déficit cognitivo, motricidade e outros comprometimentos que afetam a saúde e o cotidiano do indivíduo (GAIATO, 2016; SANTOS; VIEIRA, 2017). Estudos recentes apontam significativa diferença nas manifestações sintomáticas do autismo entre os sexos. Meninas com TEA manifestam menos sintomas gerais, possuindo algumas vantagens de comunicação, interação e social, além disso, apresentam maior consciência de suas deficiências, imitam os comportamentos sociais de pessoas típicas, como frases aprendidas,expressões faciais e contato visual forçado (GOLDBLUM, 2021). Já os meninos, apresentam sintomas mais expressivos como agressividade e hiperatividade (JESTE; GESCHWIND, 2014). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em cada 160 crianças no mundo, 1 tenha TEA. Esse número vem aumentando, possivelmente devido à expansão de diagnósticos (OMS, 2017). No Brasil, apesar dos poucos estudos epidemiológicos, estima-se que a prevalência de pessoas com autismo é de 27,2 casos para cada 10.000 habitantes (LEVENSON, 2015). Apesar de vários estudos realizados, a etiologia do TEA não é claramente definida, sendo os fatores genéticos e ambientais os mais associados com o desenvolvimento desse transtorno. Dentre os fatores ambientais, destacam-se infecção viral, exposição a toxinas e alimentação materna pré-natal (DE RUBEIS et al., 2014; CEKICI; SANLIER, 2019). Quanto aos fatores genéticos, a literatura demonstra que vários genes, mutações e polimorfismos estão associados ao TEA (DUARTE; SILVA et al., 2021). Estudo de Associação Ampla do Genoma (GWAS) associaram cerca de 354 marcadores genéticos ao TEA, localizados em oito regiões nos cromossomos 2,4,7,10,13,16,19 e 22 (COUTINHO; BOSSO, 2015). O SHANK3 é 8 um dos vários genes relacionados ao autismo. Como esse gene influencia o funcionamento do neurotransmissor glutamato e seus receptores sinápticos, alterações no SHANK3 podem interferir diretamente nas sinapses e ocasionar algumas disfunções neurológicas típicas do TEA (COUTINHO; BOSSO, 2015). A complexidade de fatores genéticos pode justificar a grande variedade de fenótipos observados no autismo (COUTINHO; BOSSO, 2015). Segundo pesquisas, crianças com autismo, quando comparadas a crianças com desenvolvimento típico, apresentam disbiose intestinal, ou seja, um desequilíbrio nas espécies microbianas em nível intestinal (BACKHED et al., 2012). Esse desequilíbrio ocasiona comprometimento na função da barreira intestinal, prejuízo na ativação de células inflamatórias (BACKHED et al., 2012) e alterações gastrointestinais, como diarreia, constipação e flatulências (DING; TAUR; WALKUP, 2017), as quais podem estar presentes em cerca de 90% dos casos (FERGUSON BJ et al., 2019). Essas alterações gastrointestinais motivam investigações sobre o papel do microbioma intestinal na patogênese do TEA, sendo considerado um regulador chave da fisiologia, da neuro imunidade e do comportamento do hospedeiro (LIU et al., 2021). Alterações do comportamento alimentar são comuns em pessoas com TEA, incluindo aversão alimentar, seletividade alimentar e baixo apetite (ROCHA,2019). Esses fatores contribuem significativamente para o desenvolvimento de deficiências nutricionais (MARÍ-BAUSET et al., 2014). Desse modo, a assistência nutricional é fundamental não apenas para o tratamento das deficiências nutricionais, mas para a prevenção delas. Nutricionistas podem usar várias estratégias na terapia nutricional de pessoas com TEA, como, por exemplo, orientações de introdução alimentar, educação alimentar, restrição de glúten e caseína, além da suplementação nutricional (GOMES, 2020). A intervenção precoce multidisciplinar apresenta grande vantagem em reduzir as manifestações do autismo. Geralmente, os familiares são os primeiros a observarem as alterações do comportamento das crianças com TEA. A partir dessa percepção, os responsáveis precisam ir em busca de profissionais da saúde para o diagnóstico e o acompanhamento precoce dessas crianças (DUARTE et al., 2021). Nesse contexto, o acompanhamento multidisciplinar aumenta a possibilidade de melhorias em diversos eixos de tratamento (cognitivo, comportamental, comunicação e alimentação). Diante do exposto e considerando a relevância do tema, justifica-se a realização dessa revisão de literatura, cuja finalidade é reunir informações atuais sobre os aspectos clínicos e nutricionais do TEA, abrangendo variações genéticas, alterações da microbiota intestinal, desafios alimentares, terapia nutricional e o impacto da nutrigenômica nessa condição clínica. 9 2 OBJETIVO 2.1 OBJETIVOS GERAL Compreender os aspectos genéticos e nutricionais relacionados ao transtorno do espectro autista (TEA). 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Descrever algumas variações genéticas (polimorfismos de nucleotídeo único e repetições minissatélites) associadas ao TEA; ● Distinguir o perfil da microbiota intestinal entre pessoas saudáveis e com TEA; ● Especificar os fatores de risco nutricional, os desafios alimentares e suas implicações sobre o estado nutricional de crianças com TEA; ● Abordar a terapia nutricional no TEA; ● Discorrer sobre o impacto da nutrigenômica no contexto do autismo. . 10 3 METODOLOGIA O estudo trata-se de uma revisão narrativa, baseada em artigos publicados nos últimos 10 anos (2012 a 2022) e indexados nas seguintes bases de dados SciELO, LILACS, PubMed, Embase e Cochrane Library. Os termos de busca foram definidos conforme os Descritores em Ciências da Saúde (DeSC), Medical Subject Headings (MeSH) e Embase Subject Headings (Emtree), sendo eles: “Autism Spectrum Disorder”, "Polymorphism, Single Nucleotide", "Minisatellite Repeats", “Gastrointestinal Microbiome”, “Dysbiosis”, “Feeding Behavior”, "Nutritional Status", “Nutrition Therapy” and "Nutrigenomics”. Foram utilizados operadores booleanos para construção das equações de busca. Quando necessário, houve busca manual mediante verificação na lista de referências dos artigos recuperados. O período de busca ocorreu de fevereiro a julho de 2022. Nenhuma restrição de idioma foi aplicada. Foram incluídos estudos clínicos, estudos observacionais, diretrizes e revisões sistemáticas, de escopo ou integrativas, e excluídos estudos em animais, relatos de caso, TCCs, dissertações e teses. Os estudos analisados incluíram crianças e/ou adultos com TEA. Nenhuma restrição de idioma foi aplicada. Os artigos recuperados a partir da busca nas bases de dados estão catalogados em planilha do Microsoft Excel® na forma de banco de dados, considerando os seguintes tópicos: base de dados, ano de publicação, idioma, título, nome do primeiro autor, tipo de estudo, aspectos abordados (gerais, genéticos e nutricionais). A pesquisa foi feita de forma independente por dois pesquisadores. Os artigos em duplicata foram excluídos. Para melhor visualização do processo de seleção dos artigos, o PRISMA flowchart foi utilizado (MOHER et al., 2009). As informações dos artigos incluídos para a elaboração da revisão narrativa estão organizadas em três grandes tópicos: TEA – aspectos gerais; aspectos genéticos do TEA; e aspectos nutricionais do TEA. As sínteses das informações foram expressas de forma narrativa. Tabelas, esquemas e figuras foram utilizados para melhor apresentação e visualização do conteúdo.” 11 4 RESULTADOS Inicialmente, foram encontrados 1.909 registros, entretanto, após a exclusão das duplicatas, 1.560 artigos foram selecionados para triagem. Após leitura dos títulos e/ou resumos, 112 registros atingiram os critérios de elegibilidade. Após leitura completa dos registros, ainda houve a exclusão de 25 deles, com a inclusão final de 87 registros para análise (Figura 1). As características dos estudos incluídos estão compiladas nas Tabelas 1, 2 e 3, conforme os tipos de estudos observacionais, clínico e de revisão sistemática, respectivamente. Figura 1: Fluxograma do processo de seleção de artigos elegíveis para composição do espaço amostral da pesquisa. 12 Tabela 1. Síntese dos estudos observacionais selecionados para composição do espaço amostral da pesquisa. Autor/Ano/ País Tipo de Estudo Medidas de Intervenção Resultados Descobertas VARIAÇÕES GENÉTICAS WERLING et al., 2018 EUA Estudo observacional Avaliar variantes de nucleotídeo único não codificantes raras e de novo, inserções/deleções e todas as classes de variação estrutural de sequenciamento de genoma inteiro (WGS). Apesar de excluir mutações de quebra genética previamenteidentificadas, as regiões de codificação ainda exibiam as associações mais fortes. loci regulatórios em regiões intergênicas e intrônicas, como potenciadores, provavelmente serão ainda mais difíceis de associar ao TEA HU et al., 2019 EUA Estudo observacional Avaliar as associações fenótipo-genótipo do TEA em gêmeos monozigóticos e dizigóticos O nível de variação genômica compartilhada seja um forte determinante nos traços autistas em gêmeos não autistas, a semelhança dos perfis dos traços em gêmeos dizigóticos sugerindo um papel para as influências ambientais. A estratificação dos casos por gravidade do traço resultou na identificação de SNPs estatisticamente significativos localizados perto de genes super-representados nos conjuntos de dados de genes do autismo IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS SAAD et al.; 2016 Estudo observacional Análise da deficiência de vitamina D e a gravidade A vitamina D é barata, prontamente disponível e A vitamina D tem múltiplos efeitos anti-inflamatórios e inibe a síntese de 13 Egito do autismo. segura. Pode ter efeitos benéficos em indivíduos com TEA prostaglandinas pró-inflamatórias, que estão elevadas no TEA. LIU et al., 2019 EUA Estudo observacional Examinar a relação entre competência motora, índice de massa corporal (IMC) e conhecimento nutricional em crianças com transtorno do espectro autista (TEA). O conhecimento nutricional e a competência motora podem ser fatores chave que influenciam o IMC em crianças com TEA e, portanto, são necessárias intervenções para tratar da equação do balanço energético. O IMC está negativamente associado à competência motora HARTMAN; PATEL; 2020 EUA Estudo observacional Analisar a literatura em torno dos transtornos do espectro do autismo (TEA) e sua relação com o funcionamento gastrointestinal (GI), comportamental, neurológico e imunológico Os problemas gastrointestinais parecem estar representados nas populações de TEA, e os problemas gastrointestinais têm sido associados a vários déficits comportamentais e neurológicos. Os problemas gastrointestinais têm sido associados a vários déficits comportamentais e neurológicos. SILVA et al., 2020 Brasil Estudo observacional Avaliar o estado nutricional e as alterações gastrointestinais em crianças com transtorno do espectro autista (TEA) Alta prevalência de excesso de peso em crianças autistas O autismo vem apresentando uma prevalência consideravelmente alta. Caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e comportamentos estereotipados. LASHERAS et al., 2020 Espanha Estudo observacional Realizar uma revisão narrativa sobre o perfil microbiano do TEA e A integração desses achados com alterações no metaboloma e fatores de risco A prevalência e o risco de FGID (A alta frequência de distúrbios gastrointestinais funcionais) é significativamente maior em 14 mudanças na diversidade em crianças com comorbidade NT e FGID e patogênese do TEA genéticos permitiu uma melhor compreensão do envolvimento da microbiota na patogênese do TEA crianças com TEA. LIU et al.; 2021 China Estudo observacional Explorar sistematicamente a interação entre a variação genética do hospedeiro e a microbiota intestinal em crianças com TEA. A interação da genética do hospedeiro e micróbios intestinais pode desempenhar um papel crucial na homeostase imunológica e metabólica do TEA Distúrbios congênitos de glicosilação (CDGs) e fenótipos comportamentais observados em pacientes com CDG apoiam a ideia de que as variantes de glicogênio causam ou contribuem para o desenvolvimento de TEA. Legenda: SNPs, polimorfismo de nucleotídeo único; GI, gastrointestinal; WGS, sequenciamento completo do genoma; TEA, transtorno do espectro autista; IMC, índice de massa corporal; CDGs, distúrbios congênitos de glicosilação; NT, neurotípica; FGID, distúrbios gastrointestinais funcionais. 15 Tabela 2. Síntese dos estudos clínicos selecionados para composição do espaço amostral da pesquisa. Autor/Ano/ País Tipo de Estudo Medidas de Intervenção Resultados Descobertas VARIAÇÕES GENÉTICAS VOJINOVIC et al., 2017 Holanda Estudo clínico Avaliação na variante no TTC25 afeta o traço autista A replicação da associação em um estudo de coorte e a estimativa do efeito sugerem que variantes no TTC25 também podem ser relevantes para o fenótipo de TEA mais amplo na população geral. Descobrimos proteína SMAD significativamente enriquecida via de transdução de sinal e séries de categorias de desenvolvimento do sistema digestivo na análise da via do traço autista. GROVE et al., 2019 EUA Estudo clínico Identificar as variações genéticas no TEA. Na maioria dos estudos GWAS, houve pouca evidência de heterogeneidade de associação entre subgrupos fenotípicos. Neste estudo, no entanto, observamos forte heterogeneidade de sobreposição genética. Os diferentes perfis de enriquecimento observados evidenciam uma arquitetura genética heterogênea e qualitativamente diferente entre os subtipos de TEA. SAFA et al.; 2020 Irã Estudo clínico Genotipar quatro SNPs em um hotspot genômico para distúrbios humanos. A tendência de associação entre dois haplótipos e risco de TEA implica que pode haver uma variante causadora putativa nos haplótipos mencionados cuja associação com TEA pode ser determinado em coortes Com base em resultados de testes de pontuação de variação poligênica e genética, os autores relataram associações entre TEA e SM. 16 maiores de pacientes. GOLOVINA et al., 2021 Nova Zelândia Estudo clínico Entender o impacto dos SNPs associados ao autismo. Destacam mecanismos regulatórios potenciais e vias importantes para a etiologia do TEA no desenvolvimento inicial do cérebro e na idade adulta. No desenvolvimento do risco de TEA. Em primeiro lugar, houve um enriquecimento significativo de ASD-eQTLs dentro de loci que são anotados como sendo regulados por PolyComb dentro do córtex fetal, mas não adulto. LIU et al., 2021 China Estudo Clínico Associando autismo com serotonina e dopamina. Todos os SNPs examinados não foram associados à gravidade da doença. Nosso estudo demonstra que certos SNPs no gene HTR2A, mas não DRD2 e DRD3, estão associados à suscetibilidade ao TEA na infância. Crianças portadoras do alelo C homozigoto de rs 6311 foram significativamente associados a um risco aumentado de TEA. IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS ZIMMER et al., 2012 EUA Estudo Clínico Investigar a variedade de alimentos em crianças autistas. A variedade de alimentos foi significativamente menor entre crianças com autismo do que crianças com desenvolvimento típico, o que é semelhante aos dados publicados anteriormente. O magnésio é um suplemento dietético comumente usado para crianças autistas. HYMAN et al., 2012 EUA Estudo Clínico Análise no impacto de comportamentos em crianças com (TEA) em Crianças com TEA, como outras crianças nos Estados Unidos, consomem menos do Crianças com TEA (4-8 anos) consumiu menos energia e menor percentual de proteína e maior percentual de 17 seu estado nutricional. que as quantidades recomendadas de certos nutrientes dos alimentos. A atenção primária para todas as crianças deve incluir vigilância nutricional e atenção ao IMC. carboidratos. SHAIK MOHAMMAD et al., 2016 EUA Estudo Clínico Testar a utilidade clínica de polimorfismos genéticos da via do folato na previsão do risco de transtornos do espectro do autismo (TEA) e abordar as inconsistências na associação de MTHFR, C677T e hiperhomocisteinemia com TEA. Três estudos sobre MTHFR mostraram uma associação estatisticamente significativa do polimorfismo MTHFR C677T com o risco de TEA. Um estudo randomizado recente sugeriu a eficácia do metil B12 na melhora do escore de Melhoria das Impressões Globais Clínicas em crianças com TEA. SANTOCCHI et al., 2016 Itália Estudo Clínico é determinar os efeitos da suplementação com uma mistura probiótica, em crianças com TEA não apenas em sintomas gastrointestinais específicos, mas também em déficitsde distúrbios centrais. Os efeitos dos tratamentos com probióticos em crianças com TEA precisam ser avaliados por meio de ensaios controlados rigorosos. Examinando o impacto dos probióticos não apenas nos padrões clínicos, mas também neurofisiológicos. Crianças com TEA e sintomas gastrointestinais podem representar um endofenótipo de TEA distinto com características clínicas e neurofisiológicas específicas MARÍ-BAUSET et al., 2016 Estudo Clínico Avaliação do impacto da dieta sem glúten em Embora os alimentos fossem componentes menores da dieta, Crianças com TEA que comem uma dieta sem glúten (GF), níveis mais altos de 18 EUA crianças. a análise foi repetida adicionando crianças afetadas, mas isso não afetou significativamente os resultados. Assim, consideramos que, uma vez que podem servir de base para futuras estudos de intervenção. homocisteína foram observados. CASTRO et al., 2017 Brasil Estudo Clínico Investigar o estado nutricional por meio da bioimpedância elétrica (BIA) e variáveis antropométricas em crianças autistas. Um grande percentual de crianças e adolescentes com TEA nesta amostra apresentou sobrepeso e obesidade total e adiposidade troncular, o que causa preocupação, assim como o percentual de participantes com baixo peso. O percentual de sobrepeso e obesidade em nosso estudo foi superior ao percentual de sobrepeso e obesidade em crianças com desenvolvimento típico. POLYAKOVA et al., 2019 Rússia Estudo Clínico Avaliação do efeito da ingestão real de macronutrientes e do comportamento alimentar nos indicadores antropométricos de crianças com TEA. A baixa ingestão de energia afeta a falta de apetite, distúrbios alimentares e forma um ciclo vicioso. A taxa metabólica é uma tarefa mais urgente do que a avaliação do estado nutricional. Descobrimos que um teor proteico baixo ou normal na dieta de crianças com TEA leva a um aumento relativo de carboidratos e um aumento no teor calórico total da dieta, além de excesso de peso. FATTORUSSO et al., 2019 Itália Estudo Clínico Revisar o conhecimento atual sobre disbiose e distúrbios gastrointestinais (GI) no TEA e avaliar as As disfunções intestinais são frequentes em crianças com TEA e podem se correlacionar com a gravidade do autismo, Os sintomas gastrointestinais no TEA podem ser uma manifestação do processo inflamatório subjacente. 19 evidências atuais para o papel dos probióticos. mas não estão presentes em todos os casos de TEA. KANG et al., 2019 EUA Estudo Clínico Relatar microbiota intestinal anormal em indivíduos com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), sugerindo uma ligação entre o microbioma intestinal e comportamentos semelhantes ao autismo. Os sintomas do autismo foram relatados como tendo melhorado significativamente desde o final do tratamento. A maioria das crianças teve redução substancial de seus sintomas gastrointestinais e de TEA, e essas melhorias permaneceram no acompanhamento. ALAMRI, 2020 Arábia Saudita Estudo Clínico Evidências reunidas sobre o papel da dieta sem glúten e sem caseína. Embora alguns estudos tenham mostrado progresso em certos traços relacionados ao TEA após uma dieta sem glúten e sem caseína, os dados permanecem inconsistentes e insuficientes em termos de quantidade e qualidade. É difícil treinar um ensaio dietético de GFCF bem controlador; No entanto, estes são cruciais para as decisões de tratamento clínico. MORADI et al., 2020 Irã Estudo Clínico Examinar os efeitos combinados de exercícios perceptivo-motores e suplementação de vitamina D3 na redução do comportamento estereotipado em crianças com transtorno do A combinação de exercícios perceptivo-motores e suplementação de vitamina D3 em crianças com TEA leva a uma redução significativa em seus comportamentos estereotipados. Vitamina D3 podem melhorar a síntese e o metabolismo de neurotransmissores-chave do cérebro. 20 espectro do autismo. ISMAIL et al., 2020 Malásia Estudo Clínico Explorar a compreensão da nutrição saudável entre autistas e cuidadores O resultado sugeriu que os participantes tinham conhecimento limitado em relação às necessidades alimentares e nutricionais adequadas das crianças. Pais de crianças com TEA concordaram que ter um módulo de nutrição os beneficiaria principalmente no auxílio ao planejamento das refeições e provisão de alimentos para seu filho. SARUMAN et al., 2020 EUA Estudo Clínico Investigar problemas gastrointestinais e o eixo microbioma intestinal-cérebro no TEA. As terapias mediadas por microrganismos, especificamente probióticos e transplantes de microbiota fecal, mostraram-se promissoras no tratamento de sintomas gastrointestinais no TEA, com potencial benefício para os principais sintomas. Inflamação e disfunção no sistema imunológico mediada pela composição da microbiota são elementos-chave no desenvolvimento de problemas gastrointestinais e outras doenças extra-intestinais, como TEA. ZOU et al., 2020 China Estudo Clínico Alterações na microbiota intestinal podem influenciar a disbiose gastrointestinal (GI) frequentemente relatada em indivíduos com transtorno do espectro do autismo (TEA). Crianças com TEA podem ter aumento de anticorpos celulares e aumento do metabolismo do triptofano. O metabolismo de aminoácidos cetogênicos é reduzido em crianças autistas, comparado a grupos de pessoas atípicas. AYÇA et al., 2021 Turquia Estudo Clínico O objetivo foi investigar o impacto de intervenções nutricionais em crianças Desnutrição e distúrbios nutricionais são evitáveis complicações com o manejo Descobrimos que as crianças do grupo de intervenção tiveram mais problemas relacionados à alimentação/nutrição. 21 com transtornos do neurodesenvolvimento em TEA. multidisciplinar em crianças com transtornos do neurodesenvolvimento. LOMBARDI, TROISI, 2021 Itália Estudo Clínico Discutir como as diferenças metodológicas podem ter levado a resultados inconclusivos ou contraditórios, desproporção entre bactérias nocivas e benéficas no autismo. Tanto os comportamentos relacionados ao TEA quanto os sintomas gastrointestinais, especialmente dor abdominal, indigestão, diarreia e constipação, melhoraram significativamente no final do tratamento. Níveis diminuídos de Bifidobacterium, que podem ter efeitos benéficos por meio de suas propriedades anti-inflamatórias, têm sido frequentemente relatados no TEA. MOLINA LÓPEZ et al., 2021 Espanha Estudo Clínico Avaliar a composição corporal, o estado nutricional por meio da seletividade alimentar e o grau de inadequação da ingestão e do comportamento alimentar em crianças com TEA. As crianças com TEA apresentaram composição corporal desequilibrada tanto para baixo peso quanto para obesidade, maior grau de inadequação da ingestão, alta seletividade alimentar e comportamento alimentar mais perturbado. Maior risco de insuficiência nutricional de crianças com TEA YAP et al., 2021 EUA Estudo Clínico Análise do potencial contribuição do microbioma intestinal para o TEA. As diferenças do microbioma no TEA podem refletir as preferências alimentares relacionadas aos recursos de diagnóstico, e alertamos contra alegações de que o microbioma desempenha um papel determinante no TEA. Os interesses restritos relacionados ao TEA estão associados a uma dieta menos diversificada e, por sua vez, reduz a diversidade taxonômica microbiana e a consistência das fezes mais soltas. 22 Legenda: GFCF, sem glúten sem caseína; MTHFR, metileno tetrahidrofolato redutase; SM, síndrome metabólica; ASD, desordens do espectro autista; eQTLs,Loci de traços quantitativos de expressão; GWAS, estudos de associação genômica ampla; BIA, bioimpedância; DRD2, receptor D2 de dopamina. 23 Tabela 3. Síntese dos estudos de revisão sistemática selecionados para composição do espaço amostral da pesquisa. Autor/Ano/ País Tipo de Estudo Medidas de Intervenção Resultados Descobertas VARIAÇÕES GENÉTICAS SZLACHTA et al., 2015 Polônia Revisão sistemática Investigar distúrbiosgastrointestinais no autismo. Crianças com TEA apresentam sintomas do trato gastrointestinal, como produção excessiva de gases intestinais, distensão abdominal, dor abdominal, diarreia, arrotos, sintomas gastroesofágicos refluxo ou obstruções. As partículas semelhantes a opioides levam a sintomas de medo, fome e mudanças de temperatura. Essa influência no desenvolvimento e funcionamento do cérebro contribui para os comportamentos do TEA. LÁZARO et al., 2016 Brasil Revisão sistemática Analisar os distúrbios, fenótipo heterogêneo e sintomas em relação à gravidade. A literatura atual não suporta a teoria do excesso de opioides, uma vez que níveis anormais de peptídeos opioides nunca foram encontrados no SNC de indivíduos com TEA. O estresse oxidativo em indivíduos com TEA pode ser consequência de deficiência metabólica de enxofre. ROBINSON et al., 2016 Columbia Revisão sistemática Avaliar se o gene PCSK6 está associado ao autismo. locus microssatélite PCSK6 rs1053972 na lateralidade e, portanto, ainda mais para este gene estabelecido como um candidato primário mediação deste humano o fenótipo fundamental. O autismo tem sido associado a alterações na lateralização do cérebro e padrões atípicos de lateralidade. 24 YUEN et al., 2017 Canadá Revisão sistemática Escanear o genoma em sua totalidade usando sequenciamento de genoma inteiro. O TEA está fortemente associado a fatores genéticos. 80% dos 61 genes de risco de TEA em nossa lista refinada estão conectados em redes que representam alvos potenciais para intervenção farmacológica. ZHU et al., 2017 China Revisão sistemática Avaliação das propriedades gerais de genomas de tripletos ASD usando dados de genoma completo publicados anteriormente para SNPs comuns. Neste estudo, encontramos semelhanças genéticas mais próximas entre um par conjugal com TEA crianças do que entre homens e mulheres pareados aleatoriamente. Nenhuma diferença na quantidade de homozigotos SNPs entre pais e filhos foi encontrada. VICARI S et al., 2019 Itália Revisão sistemática Avaliar a variação genômica estrutural que contribui para a patogênese do TEA. A análise de polimorfismo de nucleotídeo único de alta resolução permitiu a identificação de um número crescente de loci de suscetibilidade ao TEA. variantes comuns contribuem significativamente para o risco de autismo e podem ser responsáveis por cerca de 50% da hereditariedade do TEA. LOIACONO et al., 2020 Argentina Revisão sistemática Avaliar as condições gastrointestinais no TEA. Os profissionais de saúde devem considerar a disfunção gastrointestinal (e outras condições médicas coexistentes no diagnóstico de TEA) em todos os pacientes com TEA, mas especificamente naqueles com movimentos ou posturas estranhas, distúrbios do sono, déficit de atenção, e outros. Os genes associados ao TEA podem aumentar a suscetibilidade de desenvolver condições médicas coexistentes extra-cerebrais no diagnóstico de TEA. 25 SCHINDLER et al., 2020 Austrália Revisão sistemática Avaliar a associação de TEA e disfunção gastrointestinal. Este trabalho revelou a viabilidade do uso de biomarcadores genéticos para melhorar o diagnóstico e a disfunção GI em pacientes com TEA. genótipos de alto risco de treze SNPs foram fortemente aumentados ou diminuídos nos indivíduos com TEA. CHERONI et al., 2020 Itália Revisão sistemática Integrativa A sobreposição nas vias regulatórias perturbadas por mutações genéticas e fatores ambientais no TEA. Os distúrbios do neurodesenvolvimento são os resultados da contribuição e interação entre a composição individual e o ambiente em que o organismo se desenvolve e cresce. Abordagens experimentais, como organóides, ômica de célula única e genoma com grande promessa de nossa compreensão moleculares que ligam causalmente vulnerabilidades e experiências ambientais. RAZI et al., 2020 Irã Revisão sistemática Encontrar uma resposta persuasiva para uma possível associação ou falta de associação entre o polimorfismo do gene MTHFR e o risco de TEA. O mecanismo exato do envolvimento do alelo MTHFR no risco de TEA não foi totalmente compreendido. Mas, de acordo com as evidências e dados publicados, em pacientes com TEA o nível de metilação do DNA e reparo do DNA são alterados. O polimorfismo C677T estava associado ao TEA apenas em crianças de países sem fortificação de alimentos. SHINDLER et al., 2020 Austrália Revisão sistemática investigar biomarcadores genéticos para sintomas de disfunção gastrointestinal, a fim de fornecer mais informações sobre o risco genético de disfunção GI A frequência de sintomas de disfunção GI experimentada pelos participantes do TEA foi maior quando comparados aos controles típicos. O potencial para os SNPs IL-10, PRL, CD38 e OXTR serem utilizados como biomarcadores de disfunção GI. 26 associada ao autismo. YANG, WU, 2020 China Revisão sistemática Metanálise sistemática para explorar a relação entre polimorfismos do gene VDR e autismo. Qualquer alteração nos genes envolvidos no transporte ou ligação da vitamina D pode ser um fator de risco subjacente para o autismo. o alelo “C” de rs731236 foi significativamente associado a um risco aumentado de autismo, enquanto o alelo “G” de rs7975232 2 pode ser um fator de proteção contra o desenvolvimento do autismo. WEI et al., 2021 Áustria Revisão sistemática Genes relacionados ao autismo em estudos publicados de acordo com a ordem dos cromossomos e, com base nos resultados de uma metanálise. Fatores ambientais podem alterar a expressão de genes e o potencial papel dos mecanismos epigenéticos no desenvolvimento do TEA. Evidências mostram que também existem genes candidatos para TEA no cromossomo Y. MPOULIMARI, ZINTZARAS, 2022 EUA Revisão sistemática Metanálise de todos os estudos de associação genéticas disponíveis. No total, 28 polimorfismos genéticos demonstraram estar associados a ASDs, que são abrigados em 19 genes Esses achados significativos fornecem mais evidências para a implicação de fatores genéticos nos TEA. IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS WHITELEY et al., 2012 EUA Revisão sistemática Examinar evidências sugestivas de que uma dieta sem glúten, sem caseína ou sem glúten e combinada com caseína pode melhorar os sintomas centrais e periféricos e melhorar o O uso de uma dieta GFCF combinatória para ASCs sugeriu uma melhora dos sintomas e melhor resultado de desenvolvimento para pelo menos uma proporção de pessoas no espectro autista. As crianças que seguem uma dieta GFCF são mais propensas a seguir outras abordagens complementares e medicamentosas. 27 resultado do desenvolvimento. PEDERSEN et al., 2014 Inglaterra Revisão sistemática Determinar os fatores potenciais relevantes para a resposta à intervenção dietética. A idade cronológica foi considerada o mais forte preditor de resposta, com participantes com idade entre 7 e 9 anos, parecendo obter mais benefícios da intervenção dietética. A dieta GFCF teve um efeito positivo, onde se veria uma melhora artificial nas pontuações de TDAH das crianças após a dieta. RANJAN, NASSER, 2015 EUA Revisão sistemática Resumo a pesquisa, focando o estado nutricional de indivíduos com TEA com base em suas medidas antropométricas, biomarcadores e avaliações dietéticas. As avaliações dietéticas devem ser corroboradas com dados antropométricos e laboratoriais para se obter uma imagem real do estado nutricional da criança com TEA. Embora as crianças com TEA comam uma variedade consideravelmente menor de alimentos, pessoas com ASDs crescendo, a pesquisa precisa ser focada em populações adultas. Embora o estado nutricional de indivíduos com TEA tenha sido amplamente estudado, existem autores que não relatam diferenças gerais em suas calorias totais VISSOKER et al., 2015 Israel Revisão sistemática Destacar a literatura sobre alimentação/problemas alimentares em crianças com TEA, bem como os fatores contribuintes para os problemas alimentares e suas implicaçõesnutricionais nessa população. A alta prevalência de problemas alimentares e GID em crianças com TEA torna pertinente explorar mais sua etiologia e relacionamento e desenvolver intervenções para sintomas centrais e comórbidos. As crianças com autismo de alto funcionamento apresentaram maior probabilidade de problemas de comportamento alimentar frequentes (mais de 50% do tempo) e GID. 28 KOUFARISI, SISMANI, 2015 Suíça Revisão sistemática Avaliar fatores de risco ambientais interagem com fatores genéticos no TEA. Fatores ambientais implicados no TEA podem modular o genoma e o epigenoma de indivíduos geneticamente suscetíveis. A microbiota intestinal alterada que perturba o sistema imunológico também pode contribuir para a geração de um estado de estresse oxidativo, no TEA. BERDING, DONOVAN, 2016 EUA Revisão sistemática Avaliação do Microbioma e Nutrição no TEA. Evidências acumuladas demonstram fortes associações entre a microbiota intestinal e os sintomas do TEA. A disbiose microbiana contribui para o desenvolvimento de sintomas de TEA ou é causada por dieta e medicação que permanece desconhecida. NAVARRO et al., 2016 EUA Revisão sistemática Como os probióticos podem beneficiar o autismo. Os probióticos têm a hipótese de impactar positivamente as comunidades microbianas intestinais e alterar os níveis de metabólitos potencialmente prejudiciais específicos em crianças com TEA. Em crianças e adultos com doenças gastrointestinais graves, como Clostridium difficile (C. difficile), colite associada ou doença inflamatória intestinal, o transplante de microbiota fecal (TMF) tinha potencial para efeitos mais significativos. SANTHE et al., 2017 EUA Revisão sistemática Avaliação da eficácia e segurança de intervenções dietéticas ou suplementos nutricionais no TEA. Os estudos de suplementos nutricionais ou dietas especializadas foram pequenos e pequenos de curto prazo (<6 meses) e forneceram riscos de risco sobre os riscos. Há pouca evidência para apoiar o uso de suplementos nutricionais ou terapias dietéticas para crianças com TEA. LÁZARO et al., 2017 Brasil Revisão sistemática Avaliar os probióticos e seus benefícios nas manifestações dos transtornos do espectro do Os probióticos podem ser úteis para restaurar o equilíbrio microbiano, aliviar problemas gastrointestinais e minimizar Entre os vários papéis envolvidos pela microflora hospedeira, seus efeitos diretos na digestão e metabolismo são os mais importantes, pois a disponibilidade de 29 autismo. anormalidades imunológicas nutrientes. DOENYAS, 2018 Turquia Revisão sistemática Avaliação dos efeitos nos genes de suscetibilidade ao TEA, no neurodesenvolvimento e na integridade da barreira intestinal e hematoencefálica. Perspectiva diferente e mecanismos comuns de ação para a microbiota intestinal e inflamação na base neural do TEA. Os probióticos auxiliam nas intervenções e prevenções. ROMAN et al., 2018 Espanha Revisão sistemática O papel do eixo intestino-cérebro no TEA e, especificamente, seu papel nas funções executivas. Os probióticos entre outras intervenções na microbiota podem melhorar os sintomas do TEA, incluindo sintomas executivos. A manipulação da microbiota pode ser uma intervenção positiva para melhorar os sintomas do TEA AZHARI, AZIZA, ESPOSITO, 2019 Singapura Revisão sistemática Sintetize das vias gastrintestinais e imuno-inflamatórias em profundidade, explorando as relações entre a composição microbiana, metabólitos bacterianos, mucosa intestinal e constituintes do sistema imunológico. Fases pré-natal e pós-natal foram ainda mais elucidadas, onde o primeiro focou na ativação imune materna (MIA) e no desenvolvimento fetal, enquanto o último abordou o papel da desregulação imune na contribuição para atipia. A neuroinflamação leva a fenótipos comportamentais autistas, Estudos têm citado esse fenômeno como um fator etiológico numerosos. MIERAU, NEUMEYER, 2019 Inglaterra Revisão sistemática Examinar possíveis papéis diretos e indiretos para o metabolismo dos principais sintomas do TEA. A comparação da N-acetilcisteína em crianças com TEA com e sem tratamento concomitante com o antipsicótico risperidona Meninos adolescentes com TEA apresentaram menor ingestão de proteínas e cálcio, o que correspondeu a menores escores de densidade mineral óssea. 30 relatou melhora leve na irritabilidade. CÉKICI, SANGLIER, 2019 Turquia Revisão sistemática Avaliar, com comprovação científica e concreta, as atuais intervenções nutricionais no TEA, como as terapias médicas existentes foram abordadas e seus efeitos sobre os sintomas do TEA. O valor de identificar abordagens nutricionais atuais específicas para indivíduos com TEA e integrar seus efeitos sobre os sintomas na conversa. Devido à sua composição única, o leite de camelo demonstrou causar melhorias em crianças com TEA. RISTORI et al., 2019 Itália Revisão sistemática Avaliar a microbiota intestinal no TEA. As crianças com TEA são caracterizadas por uma forte seletividade alimentar que, consequentemente, influencia profundamente a composição da microbiota intestinal. De fato, um aumento de SCFA e bactérias produtoras de 50 -HT foi observado em vários estudos. O TEA foi incluído entre as condições psiquiátricas relacionadas à deficiência nutricional, por causa da seletividade alimentar, porém, a literatura ainda apresenta resultados conflitantes quanto ao risco de déficit em crianças com TEA. SRIKANTHA et al., 2019 Suíça Revisão sistemática Avaliar as alterações específicas da microbiota intestinal observadas principalmente em pacientes autistas. A relação causa-efeito entre TEA e microbiota intestinal ainda não esteja bem estabelecida, o consumo de probióticos específicos pode representar uma ferramenta livre de efeitos colaterais. O TEA está associado a uma microbiota intestinal desequilibrada (disbiose). 31 FETISSOV et al., 2019 Rússia Revisão sistemática Investigar o eixo microbiota-cérebro e o comportamento alimentar no TEA. As interações entre os sistemas α-MSH e oxitocina no cérebro podem fornecer pistas para uma melhor compreensão dos mecanismos aos comportamentos alimentar no TEA e que a origem de tais alterações podem estar ligada à microbiota intestinal. Assim, o déficit nutricional em alimentos ricos em fibras em pacientes com TEA, pode contribuir para a produção insuficiente de GLP-1 e PYY. RISTORI et al., 2019 Itália Revisão sistemática Avaliação dos distúrbios gastrointestinais no TEA. Crianças com TEA são caracterizadas por uma forte seletividade alimentar que, consequentemente, influencia profundamente na composição da microbiota intestinal. Há uma conexão entre a produção de serotonina entérica e a disbiose. Por outro lado, a disbiose pode diminuir o número de aminoácidos que são absorvidos da dieta e reduzem a disponibilidade de triptofano. NG et al., 2019 Singapura Revisão sistemática Investigação de probióticos e sintomas gastrointestinais, bem como melhorar problemas comportamentais em crianças com TEA Probióticos demonstraram eficácia global limitada no manejo de sintomas gastrointestinais. Os metabólitos podem ser subprodutos microbianos que podem influenciar uma alteração genética, neuroquímica ou outras perturbações bioquímicas no autismo. PERETTI et al., 2019 Itália Revisão sistemática Avaliar a relação entre estado nutricional e autismo. Portanto, desaconselhamos o recurso a dietas de eliminação (como GFCF ou dieta cetogênica, pré/probiótica) na tentativa de tratar o autismo, e recomendamos futuras pesquisas neste campo. De fato, uma dieta bem controlada poderia ter um potencial papel terapêutico, reduzindo os sintomas típicos desse distúrbio. No entanto, acreditamos que novos estudos são necessários. 32 ANDRÉO MARTINEZ et al., 2020 Espanha Revisão sistemática Realizar uma revisão sistemática de artigos dos últimos 6 anos que analisam GM em crianças com TEA em comparação com GM em grupos controle.Necessidade de iniciar novos estudos multicêntricos sobre o impacto dos componentes bacterianos do GM na fisiologia gastrintestinal, no TEA. Acredita-se que a presença de Prevotella e outro, Bacteroidetes estão associados à saúde do cólon, e às manifestações do TEA podem ter sua origem em uma disbiose. IGLESIAS-VÁZ QUEZ et al., 2020 Espanha Revisão sistemática Descrever e comparar a composição da microbiota intestinal em crianças com e sem TEA. Existe uma disbiose em crianças com TEA que pode influenciar o desenvolvimento e a gravidade da sintomatologia do TEA. Inflamação e disfunção no sistema imunológico mediada pela composição da microbiota são elementos-chave no desenvolvimento de problemas gastrointestinais e outras doenças extra-intestinais, como TEA. SARCIA et al., 2020 Columbia Revisão sistemática Detalhar a aplicação dos princípios básicos da ABA, reforço, extinção e punição para tratar as dificuldades alimentares. Princípios básicos da ABA, reforço, extinção e punição para tratar as dificuldades alimentares. O ABA tem sido utilizado para desenvolver comportamentos como compartilhar, trocar turnos, solicitar brincadeiras e também comportamentos sociais mais complexos JOHNSON et al., 2020 Malásia Revisão sistemática Integrar o conhecimento do microbioma e seu significado em relação ao TEA, incluindo a etiologia hipotética do TEA e suas comorbidades comumente associadas. Destes, dieta e probióticos são novas intervenções que parecem promissoras no contexto do TEA por efeitos colaterais menos conhecidos, viabilidade e administração mais fácil, embora sejam necessários mais estudos para verificar a real eficácia clínica dessas intervenções. A incorporação do conhecimento microbiano no contexto clínico do manejo do TEA fornece uma visão promissora para definir o transtorno do neurodesenvolvimento usando potenciais biomarcadores clínicos. 33 SILVA MARUTHI et al., 2020 Tailândia Revisão sistemática Análise da importância da composição da dieta no controle ou redução dos sintomas do TEA. A suplementação de probióticos alterou os sintomas associados ao TEA, mas os resultados são inconclusivos. Distúrbios gastrointestinais, como disfunção intestinal e inflamação do trato GI, são mais frequentes em casos graves de TEA. Hu et al., 2020 China Revisão sistemática A relação definitiva entre o TEA e microbiota desequilibrada do trato gastrointestinal. Interações específicas na microbiota GIT são claramente observadas na maioria das crianças autistas, e os mecanismos relacionados e a conexão entre TEA, microbiota GIT e estresse oxidativo também são discutidos. A relação entre os sintomas do TGI e ASD via disfunção mitocondrial é bastante convincente no TEA. CROALL et al., 2021 Inglaterra Revisão sistemática Investigar a sensibilidade ao glúten no TEA. Comorbidade modesta entre TEA. O impacto nutricional de um GCFD na criança com TEA geralmente parece ser leve, ou mesmo associado a uma melhor ingestão. No entanto, alguns estudos que mostram deficiências de determinados nutrientes destacam a necessidade de ainda manter uma dieta equilibrada. CROAL et al., 2021 Inglaterra Revisão sistemática Avaliar os efeitos benéficos da dieta sem glúten (GFD) na melhora de problemas comportamentais e intelectuais associados ao TEA. O impacto nutricional de um GCFD na criança com TEA geralmente parece ser leve, ou mesmo associado a uma melhor ingestão. As interações patológicas entre o TEA e o glúten se concentraram na atividade opioide de produtos de glúten inadequadamente digeridos, inflamação causada por estresse oxidativo e/ou reatividade com anticorpos anti-glúten e algumas indicações de fatores genéticos. DING et al., 2021 Revisão Avaliar o desequilíbrio na As crianças com pontuações Os sintomas gastrointestinais incluem 34 China sistemática microbiota intestinal de crianças autistas GSI altas tiveram pontuações ATEC Total muito mais altas do que aquelas com pontuações GSI mais baixas. Os sintomas gastrointestinais foram fortemente associados aos sintomas de TEA. irritabilidade, flatulência, dor e sensibilidade abdominal, insônia. DING et al., 2021 EUA Revisão sistemática Avaliar o desequilíbrio na microbiota intestinal de crianças autistas. Este estudo mostra a relação entre as manifestações clínicas dos sintomas autistas e os sintomas gastrointestinais. Pacientes com TEA apresentam disbiose da microbiota intestinal, o que pode estar relacionado ao aparecimento de TEA. Esses achados podem ser benéficos para o desenvolvimento de sintomas de TEA, alterando a microbiota intestinal. A microbiota intestinal pode afetar o sistema nervoso central (SNC) através do eixo intestino-cérebro, que é uma ligação bidirecional entre as funções cognitivas e emocionais do SNC e a função intestinal periférica. PERALTA-MAR ZAL et al.; 2021 Holanda Revisão sistemática Avaliação nas alterações da função metabólica da microbiota intestinal no TEA. Até o momento, não há tratamento específico para TEA e a fisiopatologia ainda não está clara. As evidências atuais indicam que o microbioma intestinal pode desencadear a doença através da produção de metabólitos bacterianos. Estudos recentes usando transplante de microbiota fecal ou intervenções dietéticas para tratamento de TEA mostraram resultados promissores. 35 NOGAY, NAHIAN NELMS, 2021 EUA Revisão sistemática Investigação do papel da microbiota intestinal em problemas gastrointestinais (GI) e comportamentais observados em crianças com autismo e discutir o efeito potencial da dieta na microbiota intestinal na redução desses problemas. Problemas gastrointestinais e comportamentais à microbiota intestinal no autismo são muito limitados e contraditórios. Os processados, e baixo teor de fibra alimentar que são comumente contratados por biota com desconto gastrointestinal. SETTANNI et al., 2021 Itália Revisão sistemática Avaliação do envolvimento e modulação da microbiota intestinal em distúrbios gastrointestinais de pacientes com TEA. A modulação da microbiota intestinal em indivíduos com TEA com distúrbios gastrointestinais é um alvo promissor para o futuro da medicina. O trato GI e o SNC, conhecido como 'eixo microbiota intestinal-cérebro', ajudou a explorar os complexos mecanismos por trás da patogênese do TEA. TKACHUK et al., 2021 Rússia Revisão sistemática Analisar os hábitos alimentares de crianças com transtornos do espectro do autismo. Os ajustes nutricionais em crianças com TEA podem levar a uma melhora no QI não verbal e a uma diminuição nas manifestações clínicas do autismo. A falta de vitaminas leva a distúrbios metabólicos, atraso no desenvolvimento físico e mental, fadiga, disfunção do sistema endócrino e exacerbação dos sintomas do TEA. ZAFAR, HABIB, 2021 Paquistão Revisão sistemática Relação entre a microbiota intestinal e a fisiopatologia A composição da microbiota intestinal afeta as manifestações do transtorno do espectro do autismo. A quebra de comensais intestinais pode levar a transtornos de humor, depressão e outros sintomas. Bifidobacterium tem propriedades anti-inflamatórias e, portanto, um papel protetor no autismo, também diminui o autismo. 36 ZHANG et al., 2021 China Revisão sistemática Evidenciar fatores genéticos e o desenvolvimento de TEA. Compreender a genética e genômica do TEA é importante para o diagnóstico genético e intervenção para esta condição. A desregulação na sinaptogênese e a transmissão sináptica têm efeitos no TEA. ANDREO MARTINEZ et al., 2022 Espanha Revisão sistemática Realizar uma meta-análise de estudos que analisam GM em crianças com TEA. A administração de probióticos pode melhorar alguns sintomas comportamentais associados ao TEA, pois podem estabilizar a barreira mucosa. Os gêneros bacterianos que parecem estar mais envolvidos na disbiose do GM em crianças com TEA são Streptococcus e Bifidobacterium. SONG et al., 2022 China Revisão sistemática Os prebióticos podem melhorara gravidade geral dos sintomas do TEA em crianças, a gravidade dos problemas gastrointestinais (GI) e a psicopatologia comórbida no TEA. Os probióticos e prebióticos não melhoraram significativamente a gravidade dos pacientes com TEA, problemas gastrointestinais e psicopatologia comórbida no TEA. Os resultados deste estudo ainda não foram verificados na clínica. No futuro, mais ensaios clínicos randomizados, mais populações de pesquisa e o uso de mais profissionais clínicos podem fornecer resultados de pesquisa mais robustos. VAN DER WURFF et al., 2022 Holanda Revisão sistemática Relação entre nutrição e sintomas do transtorno do espectro autista infantil (TEA) e formular diretrizes dietéticas práticas. O TEA é um heterogêneo em sua representação clínica, gravidade e provavelmente, também em sua representação. Além disso, comorbidades psicopatológicas como ansiedade, depressão, e deficiência intelectual. A prevalência relativamente alta e os altos custos sociais e pessoais associados ao TEA na infância justificam mais pesquisas sobre a potencial relação entre nutrição e sintomas de TEA na infância. KUSHAKI, SENGUPTA et al., 2022 Revisão sistemática Avaliação do microbioma e epigenômica em indivíduos autistas. Existe um equilíbrio entre a microbiota e o hospedeiro, sugerindo que existe uma Estudos mostraram que a suplementação de mulheres grávidas com folato e vitamina B12 reduz o risco de TEA. 37 EUA interação entre o hospedeiro e a população bacteriana. No entanto, em algumas pessoas com ASD parece haver a disbiose bacteriana. Legenda: MIA, ativação imune materna; SNC, sistema nervoso central; TDAH, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade; ABA, análise do comportamento aplicada; ASC, condição do espectro autista; TMF, transplante de microbiota fecal; GM, microbiota intestinal; GSI, índice de gravidade gastrointestinal. 38 5 DISCUSSÃO 5.1 VARIAÇÕES GENÉTICAS NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA O transtorno do espectro autista (TEA) é uma doença multifatorial, do neurodesenvolvimento e, com dificuldades que afetam a interação social, comunicação verbal e não verbal e alimentação (KHANZADA et al.,2017). Por ser considerada uma doença multifatorial, o TEA pode estar associado a fatores genéticos e ambientais. Dessa forma, um dos possíveis mecanismos envolvidos na etiologia do autismo é a associação de genes polimórficos e estas desencadearem possíveis alterações no mecanismo neuronal. Os estudos em busca da compreensão das causas do autismo têm identificado o componente genético como contribuinte da doença. Ainda, o estudo do genoma humano e as novas ferramentas de busca de diagnóstico mais específicos apontam alterações no genoma humano que possivelmente possam contribuir para a variação do TEA. Existem três termos muito utilizados na genética: variação, mutação e polimorfismo. A variação genética refere-se às diferenças na sequência de DNA no ser humano (STEWART ,CRAMER, 2017). A mutação e polimorfismo são causas de variações genéticas, a mutação é responsável por produzir variação genética (FARHADIFAR et al, 2016), com frequência alélica menos de 1%, já o polimorfismo são variações que ocorrem com frequência alélica maior que 1 %, afetando os sistemas biológicos no ser humano (STEWART, CRAMER, 2017). O termo polimorfismo vem do latim “polymorphism”, que significa muitas (“poly”) formas (morph), ou seja, inúmeras formas de uma parte (HAMEED, 2014), mais precisamente partes do gene. Os polimorfismos apresentam um caráter imprescindível, visto que todos as pessoas apresentam pelo menos uma diferenciação genética, e essas variações podem ocorrer ao longo de toda a sequência do genoma humano (BARBOSA, 2018), além disso, os polimorfismos podem desencadear fenótipos graves em algumas doenças, em virtudes de alterações nos genes, ou seja, um alelo que apresente sequências de nucleotídeos que se repitam mais que o padrão de número de repetições considerados normais na população, causando alterações patogênicas em um indivíduo (EDUCACIÓN; SALUD, 2021). O polimorfismo tem a capacidade de diferenciar os indivíduos, por meio de marcadores genéticos, como por exemplo os minissatélites (EDUCACIÓN; SALUD, 2021). Dessa forma, polimorfismos genéticos parecem contribuir para o espectro autista conforme as descrições de trocas únicas ou alterações de bases nos genes RELN, MTHFR https://www.sinonimos.com.br/imprescindivel/ 39 C677T, SLC25A12, e 5- HTTP. O gene RELN, localizado no 7q22.1 em seres humanos, efetua um papel importante no desenvolvimento neural ao regular a migração neuronal, tecidos, neurotransmissão e árvores dendríticas, o RELN codifica um grande integrador de glicoproteína secretora que se desenvolve durante a localização neuronal e estimula a função sináptica depois do nascimento (DING et al.,2021). Vários estudos relataram mutações heterozigóticas no autismo (LAMMERT; HOWELL, 2016; SENKOV et al.,2014). Wang e colaboradores, realizaram uma metanálise com 10 estudos e descobriram que o RELN rs362691, em vez de rs736707 ou variante de repetição GGC, pode contribuir fortemente para o risco de TEA (WANG et al., 2014). O gene THFR C677T está localizado no cromossomo 1 no 1p36.22 tendo 11 éxons com a extensão de 2,2 kb (ABEDIN ZADEH et al,2015). A enzima produzida pelo gene MTHFR C677T é limitante da taxa que condiz com o fluxo de folato para a síntese do DNA, adequando os níveis de e 5, 10-metileno tetrahidrofolato e 5-metil tetrahidrofolato (SHAIK MOHAMMAD et al., 2016). O polimorfismo C677T da MTHFR foi considerado de alto risco em predisposição ao autismo na população geral, bem como caucasianas e asiáticas (RAI,2016). Estudos de meta análises realizadas em países com alimentos fortificados com ácido fólico comparados com países sem fortificação, mostraram que o polimorfismo C677T estava relacionado ao autismo em crianças de países sem fortificação alimentar (PU et al., 2013). Os níveis de ácido fólico detectados na mãe durante a gravidez, nas crianças, em diferentes faixas etárias (idade) e raça, são influenciados por fatores ambientais e contribuem para o fenótipo do TEA, sendo o ácido fólico participante do envolvimento com o transtorno (CASTRO et al., 2016). O gene SLC25A12 está localizado no cromossomo 2q31.1 e codifica a proteína mitocondrial ácido aspártico-glutâmico transportador 1 (AGC1), a qual realiza um papel importante na função mitocondrial e na síntese de ATP. O SLC25A1 foi considerado um gene candidato do autismo (ANITHA et al; 2012; LIU et al.,2015) contudo, os SNPs rs2056202 e rs2292813 desse gene foram relacionados a um risco mínimo de autismo (LIU et al., 2015). Assim, devido à inconsistência dessa associação demonstrada por metanálise, se faz necessário a realização de estudos mais aprofundados (WARRIER et al., 2015). O gene 5-HTT, que codifica o transportador de serotonina, também possui relação com o autismo. Autores demonstraram que boa parte da população autista tem níveis elevados de serotonina no sangue total, o que pode ser causado pela absorção elevada de serotonina pelas plaquetas (GABRIELE et al., 2014). Entretanto, em um estudo de metanálise composto por 22 estudos, 40 não foi observado nenhuma associação significativa entre 5-HTTLPR e o TEA (YANG et al., 2017). Os polimorfismos do tipo SNPS nos genes CHD8, SHANK3 e ADNP continuam em estudo para identificar suas possíveis associações também com o transtorno. O CHD8 possui uma quantidade significativa de mutações em pessoas com autismo, e consequentemente possui uma forte associação com o risco de desenvolvimento do TEA. O seu locus gênico se encontra no 14q11.2, e codifica proteínas remodeladoras de cromatina que se ligam as histonas (COTNEY et al., 2015), processo importante para o controle da transcrição gênica. O CHD8 regula grupos alvos de neurodesenvolvimento humanos durante o período de desenvolvimento. A perda do efeito regulatório mediado por ele afeta a proliferação e diferenciaçãonormal de progenitores neurais, por causa das funções dos genes afetados pela falta do CHD8 nas células tronco neurais em indivíduos com TEA (COTNEY et al.,2015). Também foi observado que existe um grau impressionante de convergência entre a ligação de CHD8 e o risco do transtorno do espectro autista, tanto em relação ao número de genes de riscos conhecidos, quanto a desregulação desproporcional dos genes por causa do knockdown de CHD8, assim, alto número de neurônios e do crescimento de partes do cérebro estão interligados com o autismo, porém a sua relação entre essas anormalidades e algumas características comportamentais do distúrbio, ainda é uma incógnita (COURTNEY et al.,2015). O gene SHANK3 fica localizado no cromossomo 22q13.3 e foi uma das primeiras mutações a serem identificadas estabelecendo uma melhor relação da família SHANK com o transtorno do espectro autista (EHLERS, 2013). As moléculas proteicas sintetizadas por estes grupos de genes fazem parte de um complexo de sinalização ligado ao citoesqueleto da densidade pós-sináptica da maior parte das sinapses glutamatérgicas excitatórias nos encéfalos humanos (COUTINHO; BOSO, 2015). Como consequência, os principais parâmetros clínicos relacionados são, atraso na comunicação e linguagem, retardo no desenvolvimento, distúrbios intelectuais e comportamentos (JIANG; EHLERS,2013). O gene ADNP é essencial para o desenvolvimento cerebral e função mental dos indivíduos, a proteína sintetizada exerce um efeito de neuroproteção dependente de atividade, que tem como função guiar a produção de proteína que controla a expressão de outros genes pela remodelação da cromatina. Essa remodelação é um dos meios que a expressão gênica é regulada durante o desenvolvimento, quanto mais condensada menor será a expressão (GHR,2018). A ADNP se liga ao DNA e participa juntamente com os complexos proteicos SWI/SNF, direcionando as mudanças estruturais da cromatina, processo identificado em 41 pacientes autistas que possuem deficiência intelectual branda e severa por apresentarem as mesmas mutações no gene ADNP (GHR, 2018). Assim, com base nesses exemplos genéticos, a descrição de alterações em vários genes, além da contribuição de fatores ambientais, o padrão de herança a herança poligênica e multifatorial parece realmente descrever a característica de modelo de herança do TEA. Ainda, firmando a importância da contribuição genética para o TEA, estudos realizados nos últimos anos revelaram um número considerável de mutações raras, não transmissíveis, em pessoas autistas, como sendo uma das causas dos prejuízos do desenvolvimento neural (BERNIER et al.,2014). Muito embora variantes genéticas comuns possam cooperar em grande parte do risco do autismo, elas são difíceis de serem identificadas, uma vez que estão associadas a efeitos sutis e boa parte são desconhecidas (ANNEY et al., 2012). Por isso, muitos dos conhecimentos sobre os genes relacionados ao transtorno são oriundos de estudos e pesquisas que identificaram variantes com riscos de moderado a alto, (RONEMUS et al.,2014). Existem mais de 400 genes de variantes com várias variantes de números de cópias (CNVs), eventos de deleções e duplicações em estudos e que possivelmente podem estar associadas ao TEA (SANDERS et al.,2015). Dessa forma, em virtude de uma parcela genética contribuindo para o desenvolvimento do TEA, torna-se importante o aconselhamento genético para o autismo que visa explicar os aspectos genéticos da doença aos pais, a avaliação clínica do paciente além da avaliação do histórico familiar. Tais condutas tornam-se importantes para discutir sobre as opções de testes genéticos, interpretar os resultados, relatar sobre tratamentos médicos e prognósticos e os riscos de recorrência aos pais dos pacientes autistas (GRIESI - OLIVEIRA; SERTIÉ,2017). Na maior parte dos casos de TEA, não existem sinais clínicos que demostrem precisamente a associação com uma alteração genética específica, porém, indivíduos autistas podem apresentar sintomas de alguns distúrbios metabólicos e monogênicos, sendo importante então uma avaliação clínica criteriosa do paciente e histórico familiar GRIESI - OLIVEIRA; SERTIÉ,2017). Atualmente é indicado que todos os pacientes autistas sejam rastreados para CNV por meio da análise de microarranjo cromossômico, já que cerca de 10 % dos pacientes têm CNV clinicamente justificada (SCHAEFER et al.,2013). Outros fatores relevantes que precisam ser investigados são às avaliações clínicas relacionados ao histórico familiar, às características dismórficas, malformações congênitas, algum familiar com distúrbios neurológicos ou psiquiátricos é através da análise cromossômica por microarray, herança ligada ao 42 cromossomo X e insuficiência ovariana é pelo teste do X frágil, às meninas com deficiência intelectual é pelo rastreamento de mutações MECP2, alterações metabólicas e casamento consanguíneo pelo rastreamento de erros inatos, já os sinais clínicos indicativos é realizado pelo teste molecular para distúrbios monogênicos, padrões de herança ligada ao cromossomo X é pelos painéis de rastreamento de genes ligados ao cromossomo e o aborto de repetição é pelo cariótipo (OLIVEIRA, SERTIÉ, 2017). Contudo, o teste citogenético vem sendo indicado apenas quando existe suspeita de aneuploidia ou história de abortos repetidos sugestivos de rearranjos cromossômicos (OLIVEIRA, SERTIÉ, 2017). Entre as síndromes monogênicas que apresentam sintomatologia semelhante ao autismo, três merecem atenção importante por causa da grande prevalência entre às pessoas com autismo (ANNEY et al., 2012), o teste molecular para a síndrome do X frágil deve ser feito em pacientes do sexo masculino, mesmo que haja ausência de qualquer quadro clínico da síndrome do X fágil, já para autistas do sexo feminino só é recomendado caso haja herança ligada ao X deficiência intelectual não diagnosticada, ou histórico familiar da síndrome do X frágil (SCHAEFER et al.,2013). Além disso, meninas com distúrbio intelectual, precisam ser testadas para a mutação em MECP2 gene, esse que é responsável pela síndrome de Rett, já que estudos estimam 4 % das mulheres com TEA com distúrbio intelectual grave possuem mutações com danos graves (SCHAEFER et al.,2013). E por último, a mutação no gene PTEN, que está interligado a síndromes tumorais de harmatona, doença que causa macrocefalia e riscos para tumorigênese, precisam ser rastreados nos casos de autismo com macrocefalia (SCHAEFER et al., 2013). Os distúrbios metabólicos são encontrados em uma pequena proporção de casos, apesar desses distúrbios estarem associados aos padrões de herança recessiva como em caso de casamento consanguíneo e terem características clínicas raras como, regressão neurológica e convulsões. Nestes casos, tem sido aconselhado que a triagem de erros metabólitos inatos precisam ser realizados em pacientes com autismo (SCHAEFER et al., 2013) Atualmente, o sequenciamento do exoma e do genoma completo tornou- se possível e começou a ser utilizado em práticas clínicas (OLIVEIRA, SERTIÉ, 2017). Infelizmente para a maioria dos casos de autismo, não existe um prognóstico ou tratamento médico totalmente específico baseado em alterações genéticas, mas a importância de um diagnóstico específico e precoce pode proporcionar um tratamento ou prevenção de problemas de saúde mais antecipadamente (OLIVEIRA, SERTIÉ, 2017). 43 Sendo assim, sem dúvida, os mais beneficiados com o diagnóstico genético precoce são as crianças. O diagnóstico baseia-se em sinais precoces de desenvolvimento, muito embora desafiador, mas auxilia na intervenção comportamental precoce (ANAGNOSTOU et al., 2014). Para tanto, é preciso reconhecer a necessidade de escanear o genoma em sua totalidade utilizando o sequenciamento de genoma inteiro em milhares de amostras (JIANG YH et al., 2013). Apesar do aumento de pesquisas pelas origens genéticas, não existe nenhum marcador individual associado ao TEA até o momento,porém, várias tentativas de estudos continuam sendo realizadas a fim de identificar novos alvos genéticos que influenciam no desenvolvimento do autismo (JOHNSON et al., 2020). Os avanços da tecnologia e sua aplicabilidade nos testes genômicos vem contribuindo com o diagnóstico do autismo (CHEN et al., 2015).Contudo, devido ao alto custo desses testes, o acesso a eles ainda é limitado, sobretudo para populações menos favorecidas. Diante disso, seria relevante a criação de programas e políticas públicas, vinculadas ao Ministério da Saúde, que viabilizassem o acesso aos testes genômicos em grupos que atendessem os critérios de necessidade diagnóstica e vulnerabilidade socioeconômica. 5.2 RISCOS NUTRICIONAIS RELACIONADOS AO TEA Os riscos nutricionais associados ao TEA podem ser ocasionados por uma série de efeitos na dieta, podendo afetar profundamente o comportamento e a qualidade de vida de pessoas com autismo. As dietas restritas são comuns no TEA e, na maioria das vezes, ocorrem devido a sensibilidade sensorial (SHARP et al., 2013). A escolha dos alimentos nesse grupo de pessoas é frequentemente influenciada pelas características de textura, cor e cheiro. Além disso, há preferência por alimentos mais calóricos, contendo açúcares, gorduras, sódio e aditivos . Paralelamente há redução do consumo de frutas e verduras, com consequente baixa ingestão de fibras, vitaminas e minerais (LOUZADA et al., 2015; BIELEMANN et al., 2015). O consumo alimentar inadequado e fatores comportamentais relacionados à alimentação podem alterar o estado nutricional de crianças e adolescentes com TEA (SHARP et al., 2013). Consequentemente, o excesso de peso é comum em crianças autistas (SOUZA et al., 2012). O aumento precoce da adiposidade corporal representa um fator de risco para obesidade na vida adulta e outras doenças crônicas (OMS, 2012), o qual é intensificado por uma alimentação hiperenergética, rica em alimentos industrializados, como doces e salgadinhos (BERRY et al., 2015). Outro fato importante é que pessoas com TEA possuem 44 maior predisposição a alergias alimentares (alergia à proteína do leite de vaca, nozes e frutas) (LYALL et al., 2015) e distúrbios gastrointestinais (refluxo gastroesofágico, diarreia, constipação e dor abdominal) (PENZOL et al., 2019). Ainda, vários eventos microbianos têm sido relacionados aos distúrbios funcionais gastrointestinais, como a produção de toxinas bacterianas, sinalização necroinflamatória, má absorção de carboidratos e atividade enzimática reduzida. Essa má absorção seria um risco nutricional porque estaria prejudicando a absorção de nutrientes e gerando deficiências no organismo (SETANNI et al., 2021). Assim, fica evidente que a suplementação de nutrientes deve ser implementada para correção das deficiências nutricionais (ÂNGELO et al., 2021) nesse grupo de pacientes. No entanto, esta deve ser gradativa e associada a uma alimentação adequada, orientada por nutricionista. É importante mencionar que alguns alimentos podem causar danos e destruições nas vilosidades da membrana intestinal ou não realizar uma absorção adequada, prejudicando a capacidade de cada suplemento nutricional funcionar de forma correta (Barbosa & Figueiró, 2021). Os riscos nutricionais podem ser detectados também através da antropometria e exames físicos (MELO; TIRAPEGUI, 2018). Alguns pesquisadores observaram que o grupo de crianças com autismo entre 6 e 9 anos de idade eram mais baixas e leves, apresentando um menor índice de massa corpórea em relação às crianças sem o TEA (MARÍ-BAUSET et al., 2015). Em contrapartida, outros pesquisadores observaram um alto índice de sobrepeso e obesidade vinculado à baixa ingestão de vitaminas e minerais (CAETANO; GURGEL, 2018). Portanto, orientações alimentares e/ou suplementação nutricional para pessoas com autismo devem ser traçadas de forma individual e personalizada para que possam contribuir significativamente na redução ou no controle dos sinais e sintomas relacionados ao TEA (ÂNGELO et al., 2021). 5.3 ALTERAÇÕES DA MICROBIOTA INTESTINAL EM PESSOAS COM TEA A relação da microbiota intestinal com o autismo tem sido bastante investigada ultimamente com crescimento no número de estudos publicados nos últimos anos (CANI, 2018). O intestino é o maior reservatório de bactérias do corpo humano, sendo o intestino essencial nas funções digestivas, atividades endócrinas e neurológicas, imunidade e fisiológicas no metabolismo humano (KRAJMALNIK et al., 2019). A microbiota intestinal se comunica com diferentes células, tecidos e órgãos, e uma condição de disbiose afeta 45 importantes processos fisiológicos do hospedeiro (UMBRELLO et al., 2016). A disbiose está associada à quebra de barreira da mucosa intestinal ocasionando aumento da permeabilidade intestinal, translocação de patógenos, bactérias e toxinas para corrente sanguínea (ANGELIS et al., 2015) e intensa produção de citocinas inflamatórias (NAVARRO et al., 2016). Além disso, não somente as espécies bacterianas estão envolvidas na disbiose intestinal, mas também outros microrganismos, como a levedura Candida albicans, a qual é duas vezes mais abundante em crianças com autismo do que indivíduos sem o transtorno (KANTARCIOGLU, 2016). Esta levedura pode excretar amônia e outras toxinas, estimulando comportamentos autistas (IOVENE et al., 2017; STRATI et al., 2017), como a ansiedade, auto-agressão e transtornos no sono (FULCERI et al., 2016). Ainda, a disbiose intestinal pode intervir no sistema nervoso central e modular emoções, ansiedade e comportamento. Essa comunicação bidirecional entre o intestino e o cérebro (eixo intestino-cérebro) ocorre por meio das vias do sistema neuro-imuno-endócrino (FATTORUSSO et al., 2019). O microbioma intestinal modula as funções cerebrais mediante produção de neurotransmissores como serotonina, ácido gama aminobutírico (GABA) e o fator neurotrófico, além de ácidos graxos de cadeia curta, metabólitos do triptofano, cetonas e ácidos (HSUCHOL et al., 2013). A sinapse Gabaérgica influencia a sinalização do neurotransmissor inibitório GABA, o qual atua na sinalização de diferentes regiões cerebrais. A epilepsia. às vezes ocorrentes em pessoas com autismo, pode decorrer da redução do GABA e de perturbações em alvos moleculares relacionados à ação desse neurotransmissor (YANG et al., 2017). A microbiota intestinal além de facilitar a coleta de nutrientes e energia de alimentos digeridos, produz vários metabólitos que sinalizam por meio de seus receptores cognatos para equilibrar o metabolismo do hospedeiro. Uma dessas classes de metabólitos são os ácidos biliares que é originado no fígado pelo colesterol e em seguida metabolizado no intestino pela microbiota intestinal, essas bioconversões modulam às sinalizações dos ácidos biliares por meio do receptor farneosóide (FXR) e do receptor de ácido biliar acoplado à proteína G (TGR5) nas células enteroendócrinas (EEC), causando o fator de crescimento de fibroblastos (FGF 19), que passa pela barreira hematoencefálica, regulando a secreção de neuropeptídeo Y no hipotálamo, adequando o metabolismo da glicose através da liberação de peptídeos GLP-1 (WAHLSTROM et al., 2016). A serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT) é um neurotransmissor envolvido no desenvolvimento do sistema nervoso central e sistema nervoso enteral, possuindo um elo para o eixo intestino-cérebro no TEA (ISRAELYAN; MARGOLIS, 46 2018). Os altos níveis de serotonina em crianças autistas podem ser ocasionados por uma hipersecreção gastrointestinal de 5-HT (ISRAELYAN; MARGOLIS, 2018). A simbiose entre os microrganismos e o hospedeiro é fundamental para a saúde e sobrevivência de ambos, dessa forma, a microbiota possui uma barreira contra avanço de organismos patogênicos e tem o papel de metabolizar toxinas e compostos dietéticos gerando nutrientes essenciais (UMBRELLO; ESPOSITO, 2016). A microbiota intestinal de uma pessoa saudável é constituída por 4 filos principais, Bacteroidetes(Gram negativos, como os gêneros Bacteroides e Prevotella), Firmicutes (Bactérias aeróbicas e anaeróbicas Gram positivas, como Lactobacillus, Clostridium e Ruminococcus), Proteobacteria e Actinobacteria, representando mais de 90% da população bacteriana (PRINCIPI; ESPOSITO, 2016). Crianças com autismo possuem maior diversidade de Bacteroidetes, Firmicutes e Proteobacteria do que crianças sem autismo, (Vázquez et al., 2020) e menor abundância de Actinobacteria (ROMAN et al., 2018). O filo Bacteroidetes é responsável pela produção de fermentação de carboidratos com a finalidade de gerar ácidos graxos de cadeia curta, que atuam como metabólitos funcionais (VENEGAS et al., 2019). Por meio do sequenciamento de rRNA 16S e da análise das vias KEGG (Enciclopédia de Genes e Genoma de Kyoto), Zhang e colaboradores verificaram altas concentrações do filo Bacteroidetes em indivíduos autistas (ZHANG et al., 2018). A espécie Bacteroides fragilis tem a capacidade de produzir neurotoxinas, enterotoxinas e lipopolissacarídeos, podendo prejudicar a barreira gastrointestinal, a barreira hematoencefálica e o sistema neuro-imune, podendo desencadear doenças neurológicas e inflamatórias (ZHAO et al., 2018). Além disso, o filo Bacteroidetes está envolvido na produção de quinurenina que segundo pesquisadores, pode interferir na produção da serotonina reduzindo seus níveis no organismo (KAUR et al., 2019). Assim, altos níveis de Bacteroidetes podem gerar alterações nos níveis da serotonina, desencadeando sintomas do autismo, tendo em vista a presença da redução da ligação dos transportadores de serotonina no cérebro dos autistas (OBLAK et al., 2013). Já o gênero Prevotella, do mesmo filo Bacteroidetes, é um biomarcador de intestino saudável e é encontrado em níveis baixos em pessoas com autismo. Uma de suas funções é a produção de vitamina B1, conhecido por aliviar alguns sintomas do TEA (KRAJAMLNIK et al., 2019). Bactérias do gênero Lactobacillus, que fazem parte do filo Firmicutes, têm a função de produzir GABA, a partir do L-glutamato, como proteção ao pH ácido, a produção de GABA também influencia no mecanismo da comunicação com às células imunes e células neuronais do intestino exercendo a função anti-inflamatória por meio da inibição do NFkB. O excesso 47 de Lactobacillus em indivíduos autistas pode causar desequilíbrio no sistema imune (MAQSOOD; STONE, 2016). O Clostridium perfringens e botulinum, são altamente resistentes ao Glifosato (GLY), ao contrário das bactérias benéficas, os níveis de GLY podem afetar negativamente o eixo intestino-cérebro e consequentemente, contribuindo na patogênese do espectro autista por meio das alterações do microbioma intestinal e da produção de toxinas (FATTORUSSO et al., 2019). Strait e colaboradores, observaram aumento de bactérias do gênero Clostridium em indivíduos com TEA obstipados em relação aos não obstipados (STRAIT F et al., 2017). O Ruminococus é um gênero de bactérias pertencente ao filo Firmicutes, uma bactéria mucolítica que está associada aos distúrbios gastrointestinais em crianças com autismo. Muitas delas possuem altos níveis de Ruminococcus nas amostras de fezes quando são analisadas em âmbito clínico (WANG L et al., 2013). O filo Proteobacteria tem a função de modular o metabolismo do triptofano (KAUR H et al., 2019), porém níveis altos podem prejudicar a microbiota, afetando os indivíduos autistas negativamente (PETRA I et al., 2015). Já o filo Actinobacteria, possui níveis reduzidos em indivíduos autistas,a presença de estresses recorrentes no período gestacional e pré-natal pode ocasionar redução dos níveis da Actinobacteria, podendo impactar na diversidade microbiana e alterar o microflora intestinal (ZIJLMANS et al., 2015). Enquanto às crianças autistas possuem alterações na microbiota interferindo no comportamento e na qualidade de vida, às crianças sem TEA possui uma microbiota mais equilibrada e saudável, os filos predominantes são os Firmicutes e Bacteroidetes onde habitam no intestino grosso (Tremaroli; Backhed, 2012) responsável por trazer equilíbrio no microbioma. Apesar de serem indivíduos saudáveis existe uma variabilidade significativa entre as bactérias de pessoa para pessoa (JANDHYALA et al., 2015). A microbiota pode sofrer alterações antes mesmo do bebê nascer, muitos dos distúrbios do TEA podem ser resultado de alterações durante o desenvolvimento neurológico pré ou até pós-natal (DSM,2013). Tais características comportamentais estão relacionadas a padrões atípicos de conectividade funcional, em comparação com indivíduos sem TEA (NOMI; UDDIN, 2015) (UDDIN et al., 2013). Essas anormalidades no neurodesenvolvimento, causam comprometimento da criança se relacionar com as outras desde os primeiros anos de vida (RISTORI et al., 2019). Estudos ao longo dos anos revelaram que uma dieta rica em gordura durante a gravidez modifica a microbiota em recém-nascidos e pode estar relacionada ao autismo (CONNOLLY et al., 2016). O aleitamento materno sendo realizado até os 6 meses de vida do bebê está associado a um menor risco de TEA, enquanto 48 os bebês que são alimentados por fórmula, apresentam uma maior quantidade de Clostridium difficile no intestino (SCHULTZ et al., 2016; AZAD et al., 2013). Apesar dessas alterações influenciadas pelas bactérias, existem os fatores específicos mencionados anteriormente, que podem interagir com a microbiota intestinal, fatores como genéticos e ambientais, possivelmente suspeitos de prejudicar o fenótipo do autismo, envolvendo a poluição do ar, exposição a pesticidas, condições inflamatórias, infecções maternas, consumo de antibióticos durante a fase gestacional e dietéticos (RISTORI et al.,2019). Os riscos ambientais não são muito compreendidos, porém alguns estudos indicam que o uso de anticonvulsivantes e estabilizantes de humor, como o ácido valpróico na gestação, pode afetar o desenvolvimento intra-uterino e ser um predispor do autismo (SANDI et al., 2014; MODABBERNIA et al., 2017). Outro fator importante sobre a microbiota são os estudos acerca do transplante microbiano fecal, uma terapia inovadora e bem atual, que vem trazendo pontos positivos no alívio de sintomas comportamentais de pessoas com autismo (MEYYAPPAN, 2020). Um ensaio clínico não cego e não randomizado, contendo 18 crianças diagnosticadas com autismo, com problemas gastrointestinais, foram submetidas ao tratamento com antibióticos, limpeza intestinal, supressor de ácido estomacal e um transplante de microbiota fecal, trouxe uma melhora significativa nos sintomas gastrointestinais (KANG et al., 2017). Sendo assim, a microbiota de um modo geral vem sendo fortemente estudado e, associado aos diferentes tipos de fenótipos, como às alterações gastrointestinais, comportamentos, seletividade alimentar, ingestão dos alimentos, sistema nervoso central e outros vem colaborando e interagindo no transtorno do espectro autista, por isso, é necessário um acompanhamento e cuidados adequados para reduzir os riscos nutricionais, e proporcionar uma melhor qualidade de vida. 5.4 IMPACTOS DA NUTRIGENÔMICA NO TEA A nutrigenômica é uma disciplina emergente que estuda a interação genótipo- micronutriente, e vem se tornando uma abordagem útil para adaptar intervenções personalizadas de baixo risco por meio de dieta e suplementação de micronutrientes (JAUREGUIBERRY, 2020). A deficiência de micronutrientes, é proveniente da seletividade alimentar, distúrbios e alergias alimentares sendo bem comum em indivíduos autistas, conforme mencionado anteriormente (JAUREGUIBERRY, 2020). Assim, exposições a 49 estressores ambientais ou déficits nutricionais podem ocasionar mudanças negativas no neurodesenvolvimento ligadas às variações genéticas (GROVE et al., 2019). O estresse oxidativo é uma condição biológica onde ocorre um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, que modificam o DNA, proteínas e lipídios, atingindo a sinalização celular, expressãogênica, o metabolismo e a viabilidade celular (MONICZEWSKI et al., 2015). A modulação epigenética, caracterizada pela metilação do DNA e a acetilação das histonas são mecanismos essenciais na modulação e expressão dos nossos genes. (MBADIWE T, MILLS RM, 2013). Assim, o início dos sintomas do autismo pode ser relacionado também ao déficit redox/metilação (DETH, 2013; NARDONE et al., 2017). Outra questão importante são os intermediários do ciclo da metionina, o SAM/SAH, eles são responsáveis por influenciar no processo da metilação do DNA (TRIVEDI, 2012). A presença do alelo G para o polimorfismo rs1805087 do gene MS foi associada ao risco aumentado para o autismo. Em adição, níveis reduzidos de mRNA de MS foram encontrados no córtex cerebral de indivíduos autistas (MURATORE et al., 2013; HAGHIRI et al., 2016). Milhares de substâncias químicas são encontradas em produtos alimentícios consumidos e produtos ambientais, como os metais pesados e pesticidas, que são capazes de modificar a estrutura da cromatina e afetar a metilação do DNA, em indivíduos autistas (BENNETT et al., 2016). Assim, é evidente que existe uma forte relação entre a genética e a epigenética no autismo (JAUREGUIBERRY, 2020). Nos últimos anos, os hábitos alimentares sofreram várias mudanças, como o alto consumo de alimentos processados e ultraprocessados. A dieta ocidental é rica em carboidratos refinados, colesterol e gorduras trans. O excesso desses compostos prejudica o fornecimento de micronutrientes, como vitaminas e minerais, fundamentais para o metabolismo e saúde ( HUBBARD et al., 2014; BANDINI et al., 2019) As hipovotaminoses são inevitáveis no autismo, como a vitamina A, B9, B12 e D, além disso o ácido graxo ômega 3, possui índices baixos. A vitamina A é lipossolúvel e possui isoformas ativas de retinol, retinal e ácido retinóico, sendo esse último um importante regulador da transcrição gênica, a vitamina A possui ações de defesa antioxidante como eliminador de radicais livre, função imunológica e diferenciação celular (LARANGE, 2016; Al TANOURY et al., 2013). Sendo fortemente essencial na dieta do autista. A vitamina B9, é proveniente de uma família derivada de ácido fólico, ele não existe na natureza, porém, é resultante da oxidação do folato, em forma sintética apresenta na maioria dos suplementos dietéticos e alimentos fortificados, o tetraidrofolato (THF) e o 5-metil-tetraidrofolato 50 (5-MTHF) são conhecidas como moléculas biologicamente ativa, a fim de que outros membros da família necessitam sofrer transformação química pela diidrofolato redutase (DHFR), no caso do ácido fólico ou o metileno tetraidrofolato redutase (MTHFR) (FRYE et al., 2017). A biodisponibilidade do folato pode está relacionado ao transtorno do espectro autista, o 5-MTHF é responsável por mais de 90% do folato circulante e a ligação das proteínas transportadoras possibilita que ele atravesse a barreira hematoencefálica , o ÿ-FR possui uma grande afinidade pelo folato e é o principal mecanismo de transporte através da BBB, já o RFC , tem uma menor interação e é considerado o principal transportador em neurônios do sistema nervoso central (SNC) (QUADROS et al., 2018). A vitamina B12, é uma coenzima envolvida no metabolismo C1e na metilmalonil-CoA mutase mitocondrial,esta que tem a função de converter metilmalonil-CoA em succinil-CoA, conectando -se a vitamina B12 à bioenergética (JAUREGUIBERRY, 2020). A deficiência de B12 apresenta manifestações hematológicas e neurológicas em indivíduos típicos e autistas (JAUREGUIBERRY, 2020). A vitamina D é lipossolúvel, responsável por homeostase do cálcio e fósforo e na saúde esquelética, além disso a vitamina D ao longo dos anos vem sendo estudada acerca do seu papel influenciador na expressão gênica, depois que 2.000 genes foram encontrados para compor os elementos de resposta à vitamina D (VDREs) dentro de suas regiões reguladoras (ALI et al., 2018). Essa vitamina é um neuro esteróide ativo que tem a função neuroprotetora essencial para o desenvolvimento do cérebro, na proliferação e diferenciação celular, imunomodulação e regulação de neurotransmissores (WACKE, 2013). A vitamina K possui um amplo repertório na função epigenética, regulação do metabolismo do cálcio, coagulação, inflamação, estresse oxidativo e proliferação celular (JAUREGUIBERRY, 2020). Apesar de várias pesquisas realizadas ao longo dos anos acerca da interação da vitamina K com o autismo, o potencial terapêutico da vitamina K ainda é desconhecido (JAUREGUIBERRY, 2020). O ômega 3 (n-3 PUFA), é encontrado em frutos do mar, como peixes marinhos oleosos, que infelizmente são uma escolha rara entre os autistas (JAUREGUIBERRY, 2020). Os PUFA n-3, dão origem aos mediadores pró-resolutivos especializados que são as lipoxinas, resolvinas, maresinas e protectinas, as quais retornam ao sistema da homeostase depois de um evento inflamatório (JIA et al., 2015). Caso ocorra algum problema na etapa final da resposta inflamatória, pode ocorrer uma neuro inflamação crônica, uma condição bastante comum em indivíduos autistas (MADORE et al., 2016). 51 O PUFA n-3, tem a função de modular a expressão gênica como fatores de transcrição nuclear, sendo os receptores ativados por proliferadores de peroxissomo (PPAR), expressos em vários locais do organismo, esses membros de transcrição estão envolvidos no metabolismo energético, homeostase lipídica (DUBOIS et al., 2017), resposta inflamatória (KORBECKI et al., 2019) e funções neurológicas, como o comportamento e memória, sendo todos previamente associados ao TEA (HAJJAR et al., 2012). Os receptores intracelulares de vitaminas lipossolúveis, o PPAR, precisa de heterodimerização como o RXR, para se conectar a elementos de resposta no DNA e modular a expressão gênica (JAUREGUIBERRY, 2020). Sendo assim, o transtorno do espectro autista vai muito além da genética, sendo altamente multifatorial e heterogêneo, com sintomas que variam conforme o grau do espectro e de forma individualmente (JAUREGUIBERRY, 2020). A variação vai depender dessa interação genótipo versus ambiente do indivíduo, causando consequentemente um espectro de fenótipos (JAUREGUIBERRY, 2020). A nutrigenômica vem sendo estudada cada vez mais, visto que os efeitos dos nutrientes na expressão dos genes, influência nas carências nutricionais, e sintomas cognitivos, por isso, é tão importante a suplementação nutricional de acordo com às necessidades de cada autista e dieta mais personalizada individualmente, para reduzir e melhorar os déficits e sintomas causados por essas interações (JAUREGUIBERRY, 2020). 5.5 DESAFIOS RELACIONADOS À ALIMENTAÇÃO EM PESSOAS COM TEA Considera-se que a origem dos distúrbios alimentares em crianças com autismo, seja causada de forma multifatorial, englobando os fatores comportamentais, cognitivos e ambientais (VISSOKER et al., 2015). Dentre os fatores comportamentais, destacam-se o medo do novo e sintomas de irritabilidade e repetitividade (MARGARI et al., 2020). Esses, geralmente, tornam a hora das refeições um momento cauteloso e desafiador. Um estudo nos últimos anos, evidenciou que a aparência dos alimentos foi o mais discutido no meio familiar dos autistas (ROGERS et al., 2012), afirmando que a introdução de novos alimentos é um desafio. Diante deste cenário, o ideal é identificar precocemente tais demandas para minimizar os resultados adversos na saúde e tensões entre as refeições (SORRISO et al., 2020). Crianças autistas possuem dificuldades em compartilhar sentimentos, interesses e vontades. Na rotina delas, a seletividade alimentar é comum gerando uma série de restrições (MAGAGNIN et al., 2019). A seletividade alimentar é caracterizada pelo apetite reduzido e 52 resistência a novos alimentos, causando restrições alimentares e limitações durante as refeições que podem levar a deficiências nutricionais e consequentes problemas à saúde (GOMES et al., 2016), porém a seletividade alimentar em pessoas autistas não é umfator específico do transtorno,mas sim um comportamento presente nesses indivíduos. As crianças com autismo têm resistência a novos hábitos alimentares, incluindo diferentes texturas, temperaturas, formatos e aromas. Essas mudanças causam um tipo de bloqueio alimentar, trazendo desconforto e prejudicando o estado nutricional. Estudo nos EUA, comparando 53 crianças com TEA e 58 sem o transtorno, demonstrou que a seletividade alimentar esteve presente em 64% e 7% nessas crianças, respectivamente, comprovando a diferença de sensibilidade sensorial entre os grupos (CHISTOL et al., 2018). Devido a essa seletividade alimentar, a análise sensorial é muito evidente, sobretudo quanto a textura e aparência, crianças com TEA possuem maior preferência por carboidratos simples, alimentos ultraprocessados, amido e gordura (SHARP et al., 2013). Além disso, essas crianças autistas possuem um baixo consumo de frutas, vegetais, laticínios e peixes (Sanchez et al,2015). Essa alta adesão por alimentos industrializados está na sua composição, cheiro, textura, sabor, e compostos viciantes como açúcar, sendo mais estáveis no seu aspecto devido à industrialização, ou seja, a insistência em certos alimentos se dá pela presença de padrões específicos da sensibilidade gustativa e neuropsicológicas típicos do transtorno autista (RICCIO et al., 2018). Enquanto às frutas e verduras por sofrerem alteração na sua texturas e sabor, são mais resistentes à aceitabilidade. Deficiências nutricionais são frequentes em crianças autistas. Além disso, elas têm mais chances de desenvolverem obesidade, quando comparadas a crianças atípicas (CAETANO; GURGEL, 2018). Apesar da existência de várias intervenções nutricionais para ajudar no processo da seletividade alimentar, nem todas são eficazes. Segundo Monteiro, ainda existe uma escassez de evidências científicas sobre a efetividade das intervenções alimentares nesses indivíduos, afirmando uma urgência de novos estudos para o âmbito da alimentação em pessoas com autismo (Monteiro, 2020). Por isso, é fundamental a atuação de uma equipe multiprofissional, composta por nutricionista, no apoio dos pais que lidam com os desafios alimentares de crianças com TEA. O comportamento durante as refeições também é outro desafio, os autistas possuem dificuldades de se manter à mesa durante o momento da refeição, o que acaba afetando o interesse pelo alimento (CZERMAINSKI et al., 2013). Um estudo realizado através de pesquisas semiestruturadas e de experiência clínica dos autores no estado da Bahia, abordou itens sobre o modo de agir dos indivíduos autistas no momento das refeições, como a 53 dificuldade de engolir totalmente os alimentos, a ingestão de uma grande quantidade de alimentos em curto tempo, rituais durante às refeições, como a posição do prato e dos talheres na mesa e o uso dos mesmos utensílios (LÁZARO et al., 2019), além disso, os indivíduos com autismo, possuem previsibilidade no seu dia a dia, quais às atividades terá, refeição ou se terá algo diferente ao longo do dia. 5.6 TERAPIA NUTRICIONAL NO TEA A terapia nutricional é um desafio devido à adesão à dieta (às intervenções nutricionais), sendo prejudicada pela seletividade e restrição alimentar, comum em indivíduos autistas (SANTOCCHI et al.; 2016; DOENYAS et al.; 2018). Segundo o guia alimentar, uma alimentação saudável deve ser atrelada a alimentos in natura e minimamente processados, dando preferência a preparações culinárias, ambientes calmos e com companhia, visto que o consumo de variedades de verduras, legumes e frutas são a base de uma alimentação nutritiva e balanceada (BRASIL,2014). Assim, beneficia-se nas funções da microbiota intestinal, absorção de nutrientes e nos aspectos comportamentais do autismo, além disso, existem dietas específicas em estudo que vem ajudando no transtorno. A dieta sem glúten e sem caseína tem sido uma estratégia na intervenção nutricional de pessoas com TEA. A dieta sem glúten e sem caseína, é uma das mais estudadas, é uma dieta que exclui alimentos que tem glúten, usando produtos naturalmente como amaranto, quinoa, trigo sarraceno, e na caseína há retirada da proteína láctea (REDDEL et al., 2019). Muitos autores relatam que pode diminuir a abundância de microrganismos como Escherichia coli, Staphylococcus em doenças gastrointestinais, embora exista uma redução de bactérias potencialmente benéficas como Lactobacillus e Bifidobacterium (REDDEL et al., 2019). A teoria por trás dessa estratégia, ainda não amplamente aceita, é apoiada no fato de que o TEA é consequência de um distúrbio metabólico (FATTORUSSO et al., 2019). Uma dieta longa sem glúten e sem caseína em pacientes com autismo podem reduzir os níveis de peptídeos, esses peptídeos possuem atividade opioides, derivados de alimentos que passam por meio de uma membrana intestinal permeável entrando no SNC para causar um efeito na neurotransmissão e outros sintomas na base fisiológica, assim o seu baixo nível pode trazer uma melhora significativa no comportamento (SCHMIDT et al.,2015). Porém, às dietas sem glúten e sem caseína apenas diminuem os níveis de duas toxinas, a gluteomorfinas e casomorfinas, mas não podem curar a mucosa ou restaurar a composição da microbiota intestinal (KWON et al., 2013). Muitos estudos sobre a dieta sem glúten e sem caseína ainda 54 são conflitantes (CHAE et al., 2012), já que a sua retirada total pode tornar a refeição ainda mais restritiva, trazendo consequências como dificuldades de introduzir novos alimentos,deficiências nutricionais e irritabilidade do indivíduo com autismo, e ônus econômico para a família (BASPINAR,YARDIMCI,2020). Assim devido a heterogeneidade entre os autistas é razoável supor que pelo menos algumas crianças com problemas gastrointestinais possam se beneficiar desse tipo de dieta, resultando em melhorias em sintomas gastrointestinais. Outra estratégia nutricional discutida no TEA é a dieta cetogênica. O elevado consumo de gordura associado ao baixo consumo de carboidrato melhora a função mitocondrial por uma série de mecanismos que podem atenuar os sintomas e as comorbidades relacionadas ao TEA. O aumento na produção de corpos cetônicos diminui o estresse oxidativo e estimula a biogênese mitocondrial. Além disso, reduz a inflamação e atividade de fatores pró-apoptóticos, conferindo papéis neuromoduladores e neuroprotetores pleiotrópicos (CHENG et al., 2017). Apesar dos benefícios da dieta cetogênica, ainda há poucos estudos clínicos avaliando o efeito da sua implementação em pessoas com TEA. Entretanto, alguns mostram efeitos positivos da dieta cetogênica no comportamento e na cognição CHENG et al., 2017). Um fator limitante do uso da dieta cetogênica em pessoas com TEA, seria o desafio na sua implementação, devido às questões já comentadas relacionadas à seletividade alimentar. Outro fato é a influência dessa dieta no microbioma intestinal, visto que não está claro o tempo de duração da dieta cetogênica para alcançar seus efeitos esperados (SHAFFER et al., 2017), sendo assim, essa dieta cetogênica deve ter um acompanhamento total, pois além de ter caráter restritivo, é difícil de ser implementada. O nutricionista possui o papel de mediador e avaliador se realmente vale a pena inserir essa dieta para o seu paciente com autismo,e ao implementar é essencial o monitoramento ao longo da terapia, se ela é bem aceita e se está trazendo pontos positivos, caso contrário, o ideal é parar e utilizar outro método menos restritivo. Assim, dentre as estratégias nutricionais abordadas, o mais recomendado é a busca de uma alimentação mais saudável possível, introduzindo aos poucos os alimentos in natura e minimamente processados, e não restringindo totalmente o glúten e a caseína, mas sim o consumo moderado, auxiliando na microbiota intestinal e respeitando o emocional e psicológico das pessoas com autismo. 55 5.7 SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL EM PESSOAS COM TEA Outra estratégia muito utilizada é o uso deprobióticos e prebióticos. às bactérias produtoras de ácido lático como (lactobacilos, bifidobactérias, saccharomycetes) são microorganismos não patogênicos identificados no intestino (LIU, et al., 2016). Os probióticos têm função influenciadora na composição da microbiota e imunidade intestinal, auxiliando na melhora da digestão dos alimentos e na barreira intestinal (RIEDER et al., 2017). Estudos têm mostrado que os probióticos dos gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus, são benéficos para ajudar na constipação (SARKAR et al., 2016). Além disso, os probióticos mostraram efeitos benéficos em relação ao humor, estresse e ansiedade em pessoas com TEA (BRUCE et al., 2018; DAI, et al., 2013). Grimaldi e colaboradores, em estudo com indivíduos autistas, analisaram o uso do prebiótico de galacto-oligossacarídeo, que teve como resultado o aumento do nível de Bifidobacterium na amostra fecal, sendo essencial para a melhora dos sintomas gastrointestinais do TEA (GRIMALDI et al., 2017). Outras abordagens dietéticas vêm sendo estudadas e aplicadas. Por exemplo, o uso de suplementos de enzimas digestivas em pacientes com autismo resultou em melhoras significativas nos sintomas comportamentais e intestinais (SAAD et al., 2015). Em outro estudo, pacientes autistas receberam uma suplementação nutricional de vitaminas e minerais, ácidos graxos essenciais, carnitina, enzimas digestivas, uma dieta saudável sem glúten, sem caseína e sem soja e foram solicitados a tomar um banho morno por 20 minutos de sais Epsom que é sulfato de magnésio. Ao final do estudo, os autores observaram melhora significativa nos sintomas de constipação e diarreia, e um aumento dos níveis de sulfato no plasma, sendo eficaz em pessoas com autismo, já que geralmente possuem níveis baixos de sulfato (ADAMS et al., 2018). A restrição alimentar ou desordens gastrointestinais, podem prejudicar a ingestão de ácidos graxos essenciais (JAUREGUIBERRY et al., 2020). O ômega 3, é responsável por influenciar a composição lipídica da membrana plasmática e influenciar a partição das proteínas da membrana, a sinalização celular e metabolismo celular (WALKER et al., 2015). A sua deficiência pode ser prejudicial, por isso, é necessário a suplementação, a ingestão adequada de ômega 3, em vários estudos mostrou benefícios em relação à comunicação social, comportamentos estereotipados, hiperatividade, irritabilidade e agressividade (TANNER et al., 2015). Embora as funções e os benefícios do ômega-3 sejam bem estabelecidos, ainda existem poucos estudos clínicos para investigar a influência da suplementação desse ácido graxo em pessoas com TEA (JAUREGUIBERRY et al., 2020). 56 A suplementação nutricional é essencial na terapia nutricional de pessoas com TEA, sobretudo com seletividade e restrição alimentar. A vitamina D e ferro tem se destacado como micronutrientes potenciais para melhorar os sintomas de TEA (PERETTI et al., 2019). A vitamina D possui um papel potencial na homeostase e no desenvolvimento no cérebro, como a neurotransmissão, função sináptica e diferenciação neuronal (PALACIOS; GONZALEZ, 2014). A deficiência dessa vitamina está relacionada às mudanças de comportamento social e ansiedade (PAN et al., 2014) e o seu baixo nível sérico está envolvido em várias patologias, incluindo o autismo (WANG et al., 2016). Segundo Moradi, a suplementação de vitamina D3 em crianças autistas leva a uma redução significativa nos comportamentos estereotipados (MORADI et al., 2020). Sendo assim, a suplementação de vitamina D3 pode ser utilizada para melhorar os sintomas do TEA, visto que é uma forma confiável e econômica de tratamento, porém, mais estudos precisam ser realizados (MORADI et al., 2020). Frequentemente, as crianças autistas apresentam deficiência de ferro pela alteração na química dos neurotransmissores, na organização das redes neuronais e na mielina, assim essas modificações podem causar um atraso no desenvolvimento neural e até no comportamento cognitivo (HERGÜNER et al., 2012). O suplemento de ferro é essencial para repor a falta e evitar que os sintomas aumentem do transtorno e reduzir a chances de doenças, como a anemia. 57 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O transtorno do espectro autista vai muito além dos comportamentos estereotipados, sociais e dificuldades na alimentação, ele é considerado multifatorial, sendo os fatores genéticos e ambientais responsáveis pelo TEA. Na genética foi visto que os polimorfismos são os mais responsáveis para surgimento do TEA, nas suas alterações comportamentais e do neurodesenvolvimento, sendo os SNPS, CHD8, SHANK3 e ADNP, os mais estudados. Na microbiota intestinal foi notado que a disbiose intestinal pode intervir no sistema nervoso central, modular emoções, ansiedade e comportamento, através da comunicação eixo intestino-cérebro. Crianças com autismo mostraram maior diversidade de Bacteroidetes, Firmicutes e Proteobacteria do que crianças sem autismo, interferindo no comportamento e na qualidade de vida dessas crianças autistas. Por isso, o impacto da nutrigenômica é evidente nesses indivíduos, já que a interação genótipo - micronutriente, influência nas carências nutricionais, e sintomas cognitivos. Em relação à alimentação das pessoas com autismo, verificou-se três fatos importantes que são a seletividade alimentar, o risco nutricional e a indisciplina que é demonstrada através dos comportamentos dos indivíduos durante as refeições. Os estudos apontaram que a terapia nutricional adequada auxilia no desenvolvimento dos indivíduos com autismo, sendo a dieta sem glúten e sem caseína trazendo uma melhora significativa no comportamento e composição da microbiota intestinal, o uso de probióticos e prebióticos, auxiliando na melhora da digestão dos alimentos e na barreira intestinal, o ômega 3, responsável por influenciar a composição lipídica da membrana plasmática e influenciar a partição das proteínas, a suplementação de micronutrientes como a vitamina D e ferro que potencializa melhoras no comportamento social e ansiedade e o transplante microbiano fecal uma terapia recente e inovadora que tem trazido pontos positivos em relação aos sintomas comportamentais do autismo. Assim, essa assistência deve ser direcionada aos Nutricionistas, pois eles são os profissionais mais adequados para direcionar um melhor padrão nutricional, uma vez que com os pais ou cuidadores proporcionem uma alimentação adequada para esses indivíduos autistas, reduzindo às consequências do transtorno e trazendo uma melhor qualidade de vida. 58 REFERÊNCIAS ABEDINZADEH, MARYAM; KARAMI, H. Association between MTHFR C677T polymorphism and risk of prostate cancer: Evidence from 22 studies with 10,832 cases and 11,993 controls.Irã, Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, v. 16, n. 11, p. 4525–4530, 2015. ADAMS, J. B.; AUDHYA, T.; GEIS, E.; et al. Comprehensive nutritional and dietary intervention for autism spectrum disorder—a randomized, controlled 12-month trial. EUA Arizona, Nutrients, v. 10, n. 3, p. 1–43, 2018. ALAMRI, E. S. Eficácia de dietas sem glúten e caseína em transtornos do espectro do autismo em crianças. Arábia Saudita, v. 41, n. 10, p. 1041–1046, 2020. AL TANOURY, Z.; PISKUNOV, A.; ROCHETTE-EGLY, C. Vitamin a and retinoid signaling: Genomic and nongenomic effects. França. Journal of Lipid Research, v. 54, n. 7, p. 1761–1775, 2013. ALI, A.; CUI, X.; EYLES, D. Developmental vitamin D deficiency and autism: Putative pathogenic mechanisms. Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology, v. 175, p. 108–118, 2018. Austrália. Elsevier Ltd. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.jsbmb.2016.12.018>. ANAGNOSTOU, E. et al. Transtorno do espectro autista: avanços na prática baseada em evidências. EUA, CMAJ 186, 509-519 (2014). ANNEY, R.; KLEI, L.; PINTO, D.; et al. Individual common variants exert weak effects on the risk for autism spectrum disorders. Europe. Human Molecular Genetics, v. 21, no. 21, p. 4781–4792, 2012. ÂNGELO, K. H. DE A.;SILVA FILHO, P. F. DA; ARAÚJO, N. D. DE; GUEDES, T. A. L.; ALMEIDA, L. H. A. DE. Suplementação nutricional como abordagem terapêutica no transtorno do espectro autista: Uma revisão de literatura. Brasil, Paraíba. Research, Society and Development, v. 10, n. 9, p. e1610917745, 2021. ANDREO-MARTÍNEZ, P.; GARCÍA-MARTÍNEZ, N.; SÁNCHEZ-SAMPER, E. P.; MARTÍNEZ-GONZÁLEZ, A. E. An approach to gut microbiota profile in children with autism spectrum disorder. Espanha. Environmental Microbiology Reports, v. 12, n. 2, p. 115–135, 2020. ASSOCIAÇÃO Psiquiátrica Americana. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª ed. Associação Psiquiátrica Americana : Washington, DC, EUA, 2013; ISBN 978-0-89042-555-8. AYÇA, S.; DOĞAN, G.; YALIN SAPMAZ, Ş.; et al. Nutritional interventions improve quality of life of caregivers of children with neurodevelopmental disorders. Nutritional Neuroscience, v. 24, n. 8, p. 644–649, 2021. Taylor & Francis. Peru. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/1028415X.2019.1665853>. https://doi.org/10.1080/1028415X.2019.1665853 59 AZHARI, A.; AZIZAN, F.; ESPOSITO, G. A systematic review of gut-immune-brain mechanisms in Autism Spectrum Disorder. Itália. Developmental Psychobiology, v. 61, n. 5, p. 752–771, 2019. AZAD,MB; et al. Gut microbiota of healthy Canadian infants: Profiles by type of delivery and infant diet at 4 months. Canadá. CMAJ 2013, 185, 385-394. BASPINAR, B.; YARDIMCI, H. Gluten-free casein-free diet for autism spectrum disorders: Can it be effective in solving behavioral and gastrointestinal problems? Eurasian Journal of Medicine, v. 52, n. 3, p. 292–297, TURQUIA. 2020. BANDINI LG, CURTIN C, ELIASZIW M, PHILLIP S, Jay L, MASLIN M, et al. Food selectivity in a diverse sample of young children with and without intellectual disabilities. Appetite. USA. 2019;133: 433–440. BARBOSA, R. P.; ROMANO, L. H. História e importância da genética na área forense. Revista Saúde em Foco, 10 ed., 2018 BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: MS; 2014. BENNETT D, BELLINGER DC, BIRNBAU LS, BRADMAN A, Chen A, Cory-Slechta DA, et al. Projeto TENDR: Visando os riscos ambientais do neurodesenvolvimento, a declaração de consenso do TENDR. Ambiente. Perspectiva da Saúde. EUA. 2016;124:A118–22 BERDING, K.; DONOVAN, S. M. Microbiome and nutrition in autism spectrum disorder: Current knowledge and research needs. EUA. Nutrition Reviews, 2016. BERRY, R. C.; NOVAK, P.; WITHROW, N.; et al. Nutrition Management of Gastrointestinal Symptoms in Children with Autism Spectrum Disorder: Guideline from an Expert Panel. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, v. 115, n. 12, p. 1919– 1927, 2015. EUA. Academy of Nutrition and Dietetics. Available: DOI: 10.1016/j.jand.2015.05.016. BERNIER R, GOLZIO C, Xiong B, STRESSMAN HÁ, COE BP, PENN O, et al. Disruptive mutations of CHD8 define a subtype of autism in early development. EUA. Cell. 2014; 158(2):263-76. BETANCUR C. Etiologic heterogeneity in autism spectrum disorders: over 100 genetic and genomic disorders and counting. Res. Brain.USA. 2011; 1380:42-77. Analysis. BIELEMANN, R. et al.Consumo de alimentos ultraprocessados e impacto na dieta de adultos jovens Revista de Saúde Pública. São Paulo, 2015 v. 49, p. 1-10 . CAETANO, Maria Vanuza; GURGEL, Daniel Cordeiro. Perfil nutricional de crianças portadoras do transtorno do espectro autista. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Ceará,. v. 31, n. 1, p. 1-11,jan./2018. CASTRO, K.; KLEIN, L. DA S.; BARONIO, D.; et al. Folic acid and autism: What do we know? Nutritional Neuroscience, v. 19, n. 7, p. 310–317, Brazil, Porto Alegre. 2016. https://doi.org/10.1016/j.jand.2015.05.016 60 CASTRO, L. et al.Feeding behavior and dietary intake of male children and adolescents with autism spectrum disorder: a case-control study. Int J Dev Neurosci. Brasil, Porto Alegre. 53(1): 68-74. 2016. CASTRO, K.; SLONGO FACCIOLI, L.; BARONIO, D.; et al. Composición corporal por medio de la impedancia bioeléctrica de los pacientes con trastorno del espectro autista. Nutricion Hospitalaria, Brasil. v. 34, n. 4, p. 875–879, 2017. CANI, P. D. Human gut microbiome: Hopes, threats and promises. Bélgica. Gut, v. 67, n. 9, p. 1716–1725, 2018. CHAE, CS; KWON,, HK; HWANG, JS; KIM, JE; Im, SH Efeito profilático de probióticos no desenvolvimento de miastenia gravis autoimune experimental. Coréia do Sul. PLoS ONE 2012, 7, e52119. [CrossRef] [PubMed]. CEKICI, H.; SANLIER, N. Current nutritional approaches in managing autism spectrum disorder: A review. Nutritional Neuroscience, Peru. v. 22, n. 3, p. 145–155, 2019. CHENG, N.; RHO, J. M.; MASINO, S. A. Metabolic dysfunction underlying autism spectrum disorder and potential treatment approaches. Frontiers in Molecular Neuroscience, EUA. v. 10, n. February, p. 1–12, 2017. CHERONI, C.; CAPORALE, N. TESTA, G. review ASD.pdf. , p. 1–18.Autism spectrum disorder at the crossroads between genes and environment: contributions, convergences and interactions in the pathophysiology of the development of ASD. Molecular Autism. Europa.2020 CHISTOL, L. T.; BANDINI, L. G.; MUST, A.; et al. Sensory Sensitivity and Food Selectivity in Children with Autism Spectrum Disorder. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 48, n. 2, p. 583–591, EUA. 2018. CHEN,C;Y;GUAN,MX.A peep into mitochondrial disorder: multifaceted from mitochondrial DNA mutations to nuclear gene modulation. Protein Cell, p.862 - 870,CHINA. PubMed. COTNEY, J.; MUHLE, R. A.; SANDERS, S. J.; et al. The autism-associated chromatin modifier CHD8 regulates other autism risk genes during human neurodevelopment. Nature Communications, v. 6, p. 1–11, 2015. Nature Publishing Group. EUA. Disponível em: DOI: 10.1038/ncomms7404. COUTINHO, JOÃO VITOR SOARES CORIOLANO; BOSSO, Rosa Maria do Vale. Autismo e genética: uma revisão da literatura. Revista científica do ITPAC, Araguaína, v. 8, n. 1, pub. 4, jan. 2015. CONNOLLY, N.; ANIXT, J.; MANNING, P.; et al. Maternal metabolic risk factors for autism spectrum disorder—An analysis of electronic medical records and linked birth data. Autism Research, EUA. v. 9, n. 8, p. 829–837, 2016. https://doi.org/10.1038/ncomms7404 61 CROALL, I. D.; HOGGARD, N. Transtorno do Espectro do Glúten e do Autismo. Inglaterra., p. 1–19, 2021. CZERMAINSKI, F. R. BOSA, C. A.; SALLES, J. F. Funções executivas em crianças e adolescentes com transtorno do espectro do autismo: uma revisão. Revista Psico. Porto Alegre, v. 44, n. 4, p. 518- 525, 2013. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/viewFile/11878 /10844. Acesso em: 07 nov. 2019. Deth RC. Autismo: um distúrbio redox/metilação. Globo. Av. Curar. Med. 2013;2:68–73. DING, HELENl T.; TAUR, YING; WALKUP, JOHN T. Gut microbiota and autism: key concepts and findings. Journal of autism and developmental disorders, EUA, v. 47, n. 2, p. 480-489, 2017. DING, H.; YI, X.; ZHANG, X.; et al. Imbalance in the Gut Microbiota of Children With Autism Spectrum Disorders. Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, China, v. 11, p. 1–9, 2021. DUARTE, et al. O que a sociedade precisa saber sobre o transtorno do espectro autista, Minas Gerais. Dez.2021 v. 1 n. 2, p.1 – 11 DE ANGELIS, M.; FRANCAVILLA, R.; PICCOLO, M.; DE GIACOMO, A.; GOBBETTI, M. Autism spectrum disorders and intestinal microbiota. Gut Microbes, Itália. v. 6, n. 3, p. 207–213, 2015. DOENYAS, C. Intervenções dietéticas para transtorno do espectro do autismo: Novas perspectivas do eixo intestino-cérebro. Fisiol. Comportamento 2018, 194, 577-582. Brasil. [CrossRef] [PubMed] DA SILVA, D. V.; MOREIRA SANTOS, P. N.; DA SILVA, D. A. V. Excess weight and gastrointestinal symptoms in a group of autistic children. Revista Paulista de Pediatria, v. 38, 2020. DUBOIS V, EECKHOUTE J, LEFBVRE P, STAELS B. Distinct but complementary contributions of PPAR isotypes to energy homeostasis.J. Clin. Investir. França. 2017;127:1202–1214 EDUCACIÓN, D. E. L. A.; SALUD, E. N. Recisatec – Revista CientíficaSaúde E Tecnologia Issn 2763-8405 Recisatec – Revista Científica Saúde E Tecnologia. , p. 1–16, 2021. EHLERS, Y. J. AND M. D. 基因的改变NIH Public Access. Molecular and Cellular Biochemistry, v. 23, n. 1, p. 1–7, 2013. Essa, M. M., & QORONFLEH, M. W. (Eds.). Personalized Food Intervention and Therapy for Autism Spectrum Disorder Management. Advances in Neurobiology. QATAR .2020. doi:10.1007/978-3-030-30402-7. 62 FARHADIFAR, R.; PONCIANO, J. M.; ANDERSEN, E. C.; NEEDLEMAN, D. J.; BAER, C. F. Mutation is a sufficient and robust predictor of genetic variation for mitotic spindle traits in Caenorhabditis elegans. Genetics, v. 203, n. 4, p. 1859–1870, 2016. FATTORUSSO, A.; DI GENOVA, L.; DELL’ISOLA, G. B.; MENCARONI, E.; ESPOSITO, S. Autism spectrum disorders and the gut microbiota. Itália. Nutrients, v. 11, n. 3, 2019. FERGUSON BJ, DOVGAN K, TAKAHASHI N, BEVERSDORF DQ. A relação entre sintomas gastrointestinais, comportamentos problemáticos e sintomas internalizantes em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista. Psiquiatria de Frente. 2019;10:194. doi:10.3389/fpsyt.2019.00194. FETISSOV, S. O. AVERINA, O. V.; DANILENKO, V. N. Neuropeptides in the microbiota-brain axis and feeding behavior in autism spectrum disorder.Itália. Nutrition, v. 61, p. 43–48, 2019. FULCERI, F.; MORELLI, M.; SANTOCCHI, E.; et al. Gastrointestinal symptoms and behavioral problems in preschoolers with Autism Spectrum Disorder. Digestive and Liver Disease, v. 48, n. 3, p. 248–254, 2016. Editrice Gastroenterologica Italiana. Disponível em : http://dx.doi.org/10.1016/j.dld.2015.11.026. FRYE RE, SLATTERY JC, QUADROS EV. Folate metabolism abnormalities in autism: potential biomarkers. Biomark. USA. Med. 2017;11:687–699. GABRIELE, S.; SACCO, R.; PERSICO, A. M. Blood serotonin levels in autism spectrum disorder: A systematic review and meta-analysis. European Neuropsychopharmacology, v. 24, n. 6, p. 919–929, 2014. Elsevier. Disponível em:http://dx.doi.org/10.1016/j.euroneuro.2014.02.004. GIAMPAOLI, S.; CHILLEMI, G.; VALERIANI, F.; et al. The SNPs in the human genetic blueprint era. New Biotechnology, v. 30, n. 5, p. 475–484, 2013. GOMES, T. A. S. d; Modulação nutricional no transtorno do espectro autista - um estudo de caso. Rev. Brasil. Nutr. Func. Fortaleza, v. 46, n. 81,2020 GOLDBLUM, JESSICA ELIZABETH. Hiding in plain sight: an analysis of the ‘female camouflage effect’ in young autistic females. 2021. 51 f. Thesis (Master of Arts) – Department of Psychology and Neurosciences, University of North Carolina, Chapel Hill, 2021. GRIMALDI, R.; CELA, D.; SWANN, JR; VULEVIC, J.; GIBSON, GR; TZORTZIS, G.; Costabile, A.In vitro fermentation of B-GOS: Impact on fecal bacterial populations and metabolic activity in autistic and non-autistic children. Inglaterra. FEM Microbiol. Eco 2017, 93, fiw233. [CrossRef] [PubMed]. http://dx.doi.org/10.1016/j.dld.2015.11.026 http://dx.doi.org/10.1016/j.euroneuro.2014.02.004 63 GROVE J, RIPKE S, ALS TD, MATTHEISEN M, WALTERS RK, WON H, et al.Identification of common genetic risk variants for Autism Spectrum Disorder. EUA. Nat. Genet. 2019;51:431–444. GOLOVINA, E.; FADASON, T.; LINTS, T. J.; et al. Understanding the impact of SNPs associated with autism spectrum disorder on biological pathways in the human fetal and adult cortex. Scientific Reports, v. 11, n. 1, p. 1–15, 2021. Nova Zelândia. Nature Publishing Group UK. Disponível em: <https://doi.org/10.1038/s41598-021-95447-z>. GOMES, V. T. S., et al. Nutrição e autismo: reflexões sobre a alimentação do autista. Revista Univap, São José dos Campos, 22(40) (2016). GHR (Genetics Home Reference). ADNP gene. 2018d. Disponível em:https://ghr.nlm.nih.gov/gene/ADNP HAN Y, XI Q, DAI, et al. Abnormal transsulfuration metabolism and reduced antioxidant capacity in Chinese children with autism spectrum disorders. China. Int. J. Dev. Neurociência. 2015;46:27–32. HAGHIRI R, MASHAYEKHI F, BIDABADI E, SALEHI Z. Analysis of methionine synthase gene polymorphism (rs1805087) in patients with autism in northern Iran. Acta Neurobiol. Exp. (Guerras). 2016;76:318–323. HSUCHOU, H. PAN, W.KASTIN, AJ. Entry of fibroblast growth factor 19 into the brain. EUA. Barreiras de Fluidos CNS 2013 10, 32. HERGÜNER, S.; KELEŞOĞLU, F. M.; TANIDIR, C.; ÇÖPÜR, M. Ferritin and iron levels in children with autistic disorder. European Journal of Pediatrics, v. 171, n. 1, p. 143–146, 2012. HUBBARD KL, ANDERSON SE, CURTIN C, MUST A, BANDINI LG.A comparison of food refusal related to food characteristics in children with autism spectrum disorder and typically developing children. EUA. J. Acad. Nutr. Dieta. 2014;114: 1981–1987. HU, T.; DONG, Y.; HE, C.; ZHAO, M.; HE, Q. The Gut Microbiota and Oxidative Stress in Autism Spectrum Disorders (ASD).China. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, 2020. HU, V. W.; DEVLIN, C. A.; DEBSKI, J. J. ASD phenotype—genotype associations in concordant and discordant monozygotic and dizygotic twins stratified by severity of autistic traits. International Journal of Molecular Sciences, EUA. v. 20, n. 15, 2019. HYMAN, S. L.; STEWART, P. A.; SCHMIDT, B.; et al. Nutrient intake from food in children with autism. EUA. Pediatrics, v. 130, n. SUPPL. 2, 2012. IGLESIAS–VÁZQUEZ, L.; RIBA, G. V. G.; ARIJA, V.; CANALS, J. Composition of gut microbiota in children with autism spectrum disorder: A systematic review and meta-analysis. Espanha. Nutrients, v. 12, n. 3, p. 1–24, 2020. https://ghr.nlm.nih.gov/gene/ADNP 64 IOVENE, MR; BOMBACE, F.; MARESCA, R.; et al.Intestinal dysbiosis and isolation of yeast in the feces of individuals with autism spectrum disorders. Itália. Mycopathology 2017, 182, 349-363. [CrossRef] [PubMed] ISMAIL, N. A. S.; RAMLI, N. S.; HAMZAID, N. H.; HASSAN, N. I. Exploring eating and nutritional challenges for children with autism spectrum disorder: Parents’ and special educators’ perceptions. Malaysia. Nutrients, v. 12, n. 9, p. 1–17, 2020. ISRAELYAN, N.; MARGOLIS, K. G. Serotonin as a link between the gut-brain-microbiome axis in autism spectrum disorders. Pharmacological Research, v. 132, p. 1–6, 2018. EUA. Elsevier Ltd. JAUREGUIBERRY, M. S. Nutricional e Ambiental contribuições para o espectro do autismo Distúrbios : Foco na nutrigenômica como terapia complementar. , p. 1–19, 2020. JESTE, S. S.; GESCHWIND, D. H. Disentangling the heterogeneity of autism spectrum disorder through genetic findings. Nature Reviews. Neurology. London, v. 10, n. 2, p. 74-81, Fev. 2014. Jia F, Wang B, Shan L, Xu Z, Staal WG, Du L. Os sintomas centrais do autismo melhoraram após a suplementação de vitamina d. Pediatria. 2015;135:e196–e198 JIANG, YH et al. Detection of clinically relevant genetic variants in autism spectrum disorder by whole genome sequencing. EUA. Sou. J. Hum. Genet. 93, 249- 263 (2013). JOHNSON, D.; LETCHUMANAN, V.; THURAIRAJASINGAM, S.; LEE, L. H. A revolutionizing approach to autism spectrum disorder using the microbiome.Malaysia. Nutrients, v. 12, n. 7, p. 1–25, 2020. KAUR H, BOSE C, MANDE SS.Tryptophan metabolism by the gut microbiome and gut-brain axis: an in silico analysis. India. Front Neurosci. 2019;13:1365. Disponível em: https://www.frontiersin. org/article/10.3389/ fnins.2019.01365. KANG, D.-W.; ADAMS, JB; GREGÓRIO, AC; et al. .Microbiota transfer therapy alters the gut ecosystem and improves gastrointestinal and autism symptoms: an open-label study. Microbioma 2017, 5, 10. KANTARCIOGLU, AS; KIRAZ, N.; AYDIN, A. Microbiota-gut-brain axis: Yeast species isolated from stool samples from children with suspected or diagnosed autism spectrum disorders and in vitro susceptibility against nystatin and fluconazole. Mycopathologia 2016, 181, 1-7. [CrossRef] [PubMed]. KRAJMALNIK- BROWN RAJ MALNIK- BROWN, R.; KANG, D.ÿW.; et al. Microbiome Markers and Therapies for Autism Spectrum Disorders. patent of EUA nº 16/118.061, 16 de maio de 2019. KWON, HK; KIM, GC; KIM, Y.; HWANG, et al.The amelioration of experimental autoimmune encephalomyelitis by the probiotic mixture is mediated by a change in theimmune response of helper T cells. Clin. Immunol. 2013, 146, 217-227. [CrossRef] [PubMed]. 65 Korbecki J, Bobiÿski R, Dutka M. Auto-regulação da resposta inflamatória por receptores ativados por proliferador de peroxissoma. Inflamar. Res. 2019;68:443–458 KOUFARIS, C.; SISMANI, C. Modulation of the genome and epigenome of individuals susceptible to autism by environmental risk factors. International Journal of Molecular Sciences, v. 16, n. 4, p. 8699–8718, 2015. KUSHAK, R. I.; SENGUPTA, A.; WINTER, H. S. Interactions between the intestinal microbiota and epigenome in individuals with autism spectrum disorder. Developmental Medicine and Child Neurology, v. 64, n. 3, p. 296–304, 2022. LÁÁZARO, C. P.; PONDÉ, M. P.; RODRIGUES, L. E. A. Opioid peptides and gastrointestinal symptoms in autism spectrum disorders. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 38, n. 3, p. 243–246, 2016. LASHERAS, I.; SERAL, P.; LATORRE, E.; et al. Microbiota and gut-brain axis dysfunction in autism spectrum disorder: Evidence for functional gastrointestinal disorders. Asian Journal of Psychiatry, v. 47, 2020. LARANGE A, CHEROUTRE H. Retinoic acid and retinoic acid receptors as pleiotropic modulators of the immune system Anu. Rev. Immunol. 2016;34:369–394. LÁZARO, C. P.; PONDÉ, M. P.; RODRIGUES, L. E. A. Opioid peptides and gastrointestinal symptoms in autism spectrum disorders. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 38, n. 3, p. 243–246, 2016. LÁZARO, C.; PONDE, M. P.; RODRIGUES, L. E. Do probiotics exert beneficial effects on the manifestations of autism spectrum disorders? Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, v. 21, n. 1, p. 60–69, 2017. LEITE, M. C., MORAIS, S. A. DE RIBEIRO, C. C. F., Souza,et al. (2020). Análise dos efeitos gastrointestinais no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Amplamente: saúde e bem-estar, 1(1), 26 – 38. LEVENSON, D. Autism in siblings often caused by different faulty genes, study says. American Journal of Medical Genetics, v. 167, n. 5, p. 5-14, 2015. LIU, Z.; MAO, X.; DAN, Z.; et al. Gene variations in autism spectrum disorder are associated with alteration of gut microbiota, metabolites and cytokines. Gut Microbes, v. 13, n. 1, p. 1– 16, 2021. LIU J, YANG A, ZHANG Q, YANG G, YANG W, LEI H et al (2015a) Association between genetic variants in SLC25A12 and risk of autism spectrum disorders: an integrated meta-analysis. China. Am J Med Genet B Neuropsiquiatra Genet 168b(4):236–246. LIU, T.; KELLY, J.; DAVIS, L.; ZAMORA, K. Nutrition, BMI and motor competence in children with autism spectrum disorder. Medicina (Lithuania), v. 55, n. 5, 2019. 66 LYALL, K.; VAN DE WATER, J.; ASHWOOD, P.; HERTZ-PICCIOTTO, I. Asthma and allergies in children with autism spectrum disorders: Results from the CHARGE study. Autism Research, v. 8, n. 5, p. 567–574, 2015. LOUZADA, M. L. C. et al. R. M,et al. Rev. Saúde Pública. São Paulo, v. 49, n. 45, p. 1-8, 2015. LOMBARDI, M.; TROISI, J. manipular a complexidade da microbiota e a interação com seu hospedeiro ? Lições dos Estudos do Transtorno do Espectro Autista, 2021. LOPEZ VICCHI, F., & BECU-VILLALOBOS, D. (2017). Prolactina: O lado claro e o lado escuro. Argentina. Endocrinologia, 158(6), 1556-1559. LOYACONO, N.; SANZ, M. L.; GERBI, M. D.; et al. Gastrointestinal, nutritional, endocrine, and microbiota conditions in autism spectrum disorder. Archivos Argentinos de Pediatria, v. 118, n. 3, p. E271–E277, 2020. LUNDEN, J. W.; DURENS, M.; PHILLIPS, A. W.; NESTOR, M. W. Cortical interneuron function in autism spectrum condition. Pediatric Research, v. 85, n. 2, p. 146–154, 2019. Springer US. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1038/s41390-018-0214-6. MARÍ-BAUSET, S.; ZAZPE, I.; MARI-SANCHIS, A.; LLOPIS-GONZÁLEZ, A.; MORALES-SUÁREZ-VARELA, M. Food selectivity in autism spectrum disorders: A systematic review. Journal of Child Neurology, v. 29, n. 11, p. 1554–1561, 2014. MAGAGNIN, T.; CATHARINE ZAVADIL, S.; ZANERIPE DE SOUZA NUNES, R.;et al.. Experience Report: Multiprofessional Intervention on Food Selectivity in Autistic Spectrum Disorder. Experience Report: Multidisciplinary Intervention for Selective Eating in Autism Spectrum Disorder. , p. 114–127, 2019. MARGARI, L.; BARI, U. DE; MORO, A. Neuropsychiatric Illness and Treatment Eating and Meal Behaviors in Patients with Autism Spectrum Disorder: Current Perspectives Materials and Methods. Itália., p. 2083–2102, 2020. Ma, B.; Liang, J.; Dai, M.; Wang, J.; Luo, J.; Zhang, Z.; Jing, J. Microbiota intestinal alterada em crianças chinesas com transtornos do espectro do autismo . Frente. Célula. Infectar. Microbiol. 2019, 9, 40. MAQSOOD, R.; STONE, T. W. The Gut-Brain Axis, BDNF, NMDA and CNS Disorders. Neurochem. Res., New York, v. 41, n. 11, p. 2819-2835, 2016. MARÍ-BAUSET, S. et al. Anthropometric measurements and nutritional assessment in autism spectrum disorders: A systematic review. Elsevier, Spain, v. 9, P. 130-143, jan./2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rasd.2014.08.012 MADORE, C.; LEYROLLE, Q.; LACABANNE, C.; et al. Neuroinflammation in Autism: Plausible Role of Maternal Inflammation, Dietary Omega 3, and Microbiota. Neural Plasticity, v. 2016, 2016. http://dx.doi.org/10.1038/s41390-018-0214-6 https://doi.org/10.1016/j.rasd.2014.08.012 67 MBADIWE, T.; MILLIS, R. M. Epigenetics and Autism. EUA. Autism Research and Treatment, v. 2013, p. 1–9, 2013. MEYYAPPAN, AC; PARA o.; WALLACE, CJK; MILEV, R. Efeito do transplante de microbiota fecal nos sintomas de transtornos psiquiátricos: Uma revisão sistemática. Brasil. BMC Psiquiatria 2020, 20, 299. MELNYK S, FUCHS GJ, SCHULZ E, LOPEZ M, KAHLER SG, FUSSELL JJ, et al. Metabolic imbalance associated with methylation dysregulation and oxidative damage in children with autism J. Autismo Dev. Desordem. EUA. 2012;42:367–377. MILATOVIC D, S. Oxidative stress and excitotoxicity: antioxidants from nutraceuticals. Nutraceuticals. 2016;401–413. https:// doi.org/10.1016/B978-0-12-802147- 7.00029-2. MIERAU, S. B.; NEUMEYER, A. M. Metabolic interventions in Autism Spectrum Disorder. Neurobiology of Disease, v. 132, n. July, p. 104544, 2019. Elsevier. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.nbd.2019.104544>. MORADI, H.; SOHRABI, M.; TAHERI, H.; KHODASHENAS, E.; MOVAHEDI, A. Comparison of the effects of perceptual-motor exercises, vitamin D supplementation and the combination of these interventions on decreasing stereotypical behavior in children with autism disorder. International Journal of Developmental Disabilities, v. 66, n. 2, p. 122–132, 2020. MODABBERNIA, A.; VELTHORST, E.; REICHENBERG, A. Environmental risk factors for autism: an evidence-based review of systematic reviews and meta-analyses. Molecular Autism, v. 8, n. 1, p. 1–16, 2017. Molecular Autism. MONICZEWSKI A, GAWLIK M, SMAGA I, NIEDZIELSKA E, KRZEK J, PRZEGALIYSKI E, et al. Oxidative stress as an etiologic factor and potential target for the treatment of psychiatric disorders. Part 1. Chemical aspects and biological sources of oxidative stress in the brain. Pharmacol. reports. 2015;67:560–568. MOHAMMAD, N. S.; SAI SHRUTI, P.; BHARATHI, V.; et al. Clinical utility of folate pathway genetic polymorphisms in the diagnosis of autism spectrum disorders. Psychiatric Genetics, v. 26, n. 6, p. 281–286, 2016. MOHAMMAD, N. S.; SAI SHRUTI, P.; BHARATHI, V.; et al. Clinical utility of folate pathway genetic polymorphisms in the diagnosis of autism spectrum disorders.Arábia Saudita. Psychiatric Genetics, v. 26, n. 6, p. 281–286, 2016. MOLINA-LOPEZ, J.; PHD, P. P.; PHD, B. L.; PLANELLS, E. Seletividade alimentar , inadequações nutricionais e problemas comportamentais na hora das refeições em crianças com transtorno do espectro do autismo em comparação com crianças neurotípicas Machine Translated by Google. , p. 2155–2166, 2021. MPOULIMARI; ELIAS ZINTZARAS. Synthesis of genetic association studies on autism spectrum disorders using a genetic model-free approach. Psychiatr Genet, v.3, n. 91 - 104. PubMed. DOI: 10.1097/YPG.0000000000000316 https://doi.org/10.1097/ypg.000000000000031668 MURATORE CR, HODGSON NW, et al. Age-dependent decrease and alternative splicing of methionine synthase mRNA in human cerebral cortex and an accelerated decrease in autism. Dentro Phillips W, ed., PLoS One. 2013;8:e56927. Nardone S, Sams DS, Zito A, Reuveni E, Elliott E. Desregulação do perfil de metilação do DNA do neurônio cortical no Transtorno do Espectro do Autismo. Cérebro Córtex. 2017;27:5739–5754. NAVARRO, F.; LIU, Y.; RHOADS, J. M. Can probiotics benefit children with autism spectrum disorders? World Journal of Gastroenterology, v. 22, n. 46, p. 10093–10102, 2016. NOMI, J. S.; UDDIN, L. Q. Developmental changes in large-scale network connectivity in autism. NeuroImage: Clinical, v. 7, p. 732–741, 2015. Elsevier B.V. NOGAY, N. H.; NAHIKIAN-NELMS, M. Can we reduce autism-related gastrointestinal and behavior problems by gut microbiota based dietary modulation? A review. Nutritional Neuroscience, v. 24, n. 5, p. 327–338, 2021. NG, Q. X.; LOKE, W.; VENKATANARAYANAN, N.; et al. A systematic review of the role of prebiotics and probiotics in autism spectrum disorders. Medicina (Lithuania), v. 55, n. 5, p. 1–10, 2019. Organização Mundial da Saúde (OMS). Abordagens de base populacional para a infância prevenção da obesidade. 2012 Organização Mundial da Saúde. Folha informativa, transtorno do espectro autista. 2017. Secretaria da Saúde. Autismo. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Autism OBLAK, A.; GIBBS, T. T.; BLATT, G. J.. Reduce Serotonin Receptor Subtypes in a Limbic and a Neocortical Region in Autism. Autism Research, Boston, v.6, n.6, p.571-583, 2013. DOI: http://doi.org/10.1002/aur.1317 Palacios, C., e Gonzalez, L. (2014). A deficiência de vitamina D é um grande problema de saúde pública global? The Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology, 144, 138–145 Pan, P., Jin, DH, Chatterjee-Chakraborty, M., Halievski, K., Lawson, D., Remedios, D., Smetka, C., Pinto, V., Parra, E., and Fleming, AS 2014. Os efeitos da vitamina D3 durante a gravidez e lactação na fisiologia e comportamento da prole em ratos Sprague-Dawley. Psicobiologia do Desenvolvimento, 56, 12-22 Petra AI, Panagitidou S, Hatziagelaki E, et al. Eixo intestino-microbiota-cérebro e seu efeito em distúrbios neuropsiquiátricos com suspeita de desregulação imunológica. Clin Ther. 2015;37:984–995 PERETTI, S.; MARIANO, M.; MAZZOCCHETTI, C.; et al. Diet: the keystone of autism spectrum disorder? Nutritional Neuroscience, v. 22, n. 12, p. 825–839, 2019. PERALTA-MARZAL, L. N.; PRINCE, N.; BAJIC, D.; et al. The impact of gut microbiota-derived metabolites in autism spectrum disorders. International Journal of Molecular Sciences, v. 22, n. 18, 2021. https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Autism http://doi.org/10.1002/aur.1317 69 PEDERSEN, L.; PARLAR, S.; KVIST, K.; WHITELEY, P.; SHATTOCK, P. Data mining the ScanBrit study of a gluten-and casein-free dietary intervention for children with autism spectrum disorders: Behavioural and psychometric measures of dietary response. Nutritional Neuroscience, v. 17, n. 5, p. 207–213, 2014. PRINCIPI, N.; ESPOSITO, S. Gut microbiota and central nervous system development. Journal of Infection, v. 73, n. 6, p. 536–546, 2016. Elsevier Ltd. Itália. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jinf.2016.09.010. POLYAKOVA, S. I.; KOROVINA, N. Y.; RACHMANINA, K. Y.; et al. Nutritional behaviour and nutritional status of children with autism spectrum disorders. Pediatriya - Zhurnal im G.N. Speranskogo, v. 98, n. 6, p. 52–59, 2019. PU, D.; SHEN, Y.; WU, J. Association between mthfr gene polymorphisms and the risk of autism spectrum disorders: A meta-analysis. China. Autism Research, v. 6, n. 5, p. 384–392, 2013. QUADROS, E. V.; SEQUEIRA, J. M.; BROWN, W. T.; et al. Folate receptor autoantibodies are prevalent in children diagnosed with autism spectrum disorder, their normal siblings and parents. Autism Research, v. 11, n. 5, p. 707–712, 2018. RAZIA, B.; IMANIBE, D.; MAKOUIB, M. H.; REZAEIC, R.; ASLANID, S. Pesquisa em Transtornos do Espectro Autista Associação entre polimorfismo do gene MTHFR e suscetibilidade a transtornos do espectro do autismo : revisão sistemática e metanálise. , v. 70, p. 1–11, 2020. RANJAN, S.; NASSER, J. A. Nutritional status of individuals with autism spectrum disorders: Do we know enough? Advances in Nutrition, v. 6, n. 4, p. 397–407, 2015. REDDEL S, PUTIGNANI L, DEL CHIERICO. O impacto de dietas low-fodmaps, sem glúten e cetogênicas na modulação da microbiota intestinal em condições patológicas. Nutrientes 2019;11:373. Disponível em: https:// pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30759766. RISTORI, M. V.; QUAGLIARIELLO, A.; REDDEL, S.; et al. Autism, gastrointestinal symptoms and modulation of gut microbiota by nutritional interventions. Nutrients, v. 11, n. 11, p. 1–21, 2019. RICCIO, M. P. et al. Is food refusal in autistic children related to TAS2R38 genotype? Autism Research, v. 11, n. 3, p. 531-538, ITÁLIA. 2018. ROCHA, Gilma Sannyelle Silva et al. Análise da seletividade alimentar de pessoas com transtorno do espectro autista. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n.24, p.e538- e538, 2019. ROMAN, P.; RUEDA-RUZAFA, L.; CARDONA, D.; CORTES-RODRÍGUEZ, A. Gut-brain axis in the executive function of austism spectrum disorder. Behavioural Pharmacology, v. 29, n. 7, p. 654–663, 2018. RONEMUS, M.; IOSSIFOV, I.; LEVY, D.; WIGLER, M. The role of de novo mutations in the genetics of autism spectrum disorders. Nature Reviews Genetics, v. 15, n. 2, p. 133–141, 2014. Nature Publishing Group. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1038/nrg3585>. https://doi.org/10.1016/j.jinf.2016.09.010 70 Rogers, LG; Magill-Evans, J.; Rempel, GR Os desafios das mães em alimentar seus filhos com transtorno do espectro autista – gerenciando mais do que apenas uma alimentação exigente. J. Dev. Física Desabilitar. 2012, 24, 19-33. Shaffer, M., Armstrong, AJS, Phelan, VV, Reisdorph, N., Lozupone, CA, 2017A integração de dados de microbioma e metaboloma fornece informações sobre saúde e doença. Trad. Res. 189, 51-64. https://doi.org/10.1016/j.trsl.2017.07.001. Saad K, Eltayeb AA, Mohamad IL, et al. Um estudo randomizado, controlado por placebo de enzimas digestivas em crianças com transtornos do espectro do autismo. Clin Psychopharmacol Neurosci 2015;13:188–193. Strati, F.; Cavalieri, D.; Albanese, D.; De Felice, C.; Donati, C.; Hayek, J.; Jousson, O.; Leoncini, S.; Renzi, D.; Calabro, A.; et ai. Novas evidências sobre a microbiota intestinal alterada em transtornos do espectro do autismo. Microbioma 2017, 5, 24. [CrossRef] [PubMed] Sánchez, S. S. et al. (2015). Selectividad alimentaria en los trastornos del espectro autista: una revisión sistemática. Rev Esp Nutr Comunitaria; 21(2):13-19 SANDERS, S. J.; HE, X.; WILLSEY, A. J.; et al. Insights into Autism Spectrum Disorder Genomic Architecture and Biology from 71 Risk Loci. Neuron, v. 87, n. 6, p. 1215–1233, 2015. Elsevier Inc. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.neuron.2015.09.016>. SAURMAN, V.; MARGOLIS, K. G.; LUNA, R. A. Autism Spectrum Disorder as a Brain-Gut-Microbiome Axis Disorder. Digestive Diseases and Sciences, v. 65, n. 3, p. 818–828, 2020. Springer US. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10620-020-06133-5>. SAFA, A.; NOROOZI, R.; TAHERI, M.; GHAFOURI-FARD, S. Análise de Associação de Polimorfismos e Haplótipos ANRIL com Transtornos do Espectro do Autismo. , 2020. SATHE, N.; ANDREWS, J. C.; MCPHEETERS, M. L.; WARREN, Z. E. Nutricional e Dietética Intervenções para o espectro do autismo Desordem : Uma Revisão Sistemática Machine Translated by Google. , v. 139, n. 6, 2017. Santocchi, E.; Guiducci, L.; Fulceri, F.; Billeci, L.; Buzzigoli, E.; Apicella, F.; Calderoni, S.; Grossi, E.; Morales, MA; Muratori, F. Intestino para interação cerebral em Transtornos do Espectro do Autismo: Um estudo controlado randomizado sobre o papel dos probióticos em parâmetros clínicos, bioquímicos e neurofisiológicos. BMC Psychiatry 2016, 16, 183. [CrossRef] [PubMed]. SANTOS, Regina Kelly dos; VIEIRA, Antônia Maria Emelly Cabralda Silva. Transtorno do espectro do autismo (TEA): do reconhecimento à inclusão no âmbito educacional. Revista Includere, [s.l.], v. 3, n. 1, p. 219-232, 11 out. 2017. SARCIA, B. The Impact of Applied Behavior Analysis to Address Mealtime Behaviors of Concern Among Individuals with Autism Spectrum Disorder. Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America, v. 29, n. 3, p. 515–525, 2020. Elsevier Inc. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.chc.2020.03.004>. https://doi.org/10.1016/j.trsl.2017.07.001 http://dx.doi.org/10.1016/j.neuron.2015.09.016 71 SAAD, K.; ABDEL-RAHMAN, A. A.; ELSEROGY, Y. M.; et al. Vitamin D status in autism spectrum disorders and the efficacy of vitamin D supplementation in autistic children. Nutritional Neuroscience, v. 19, n. 8, p. 346–351, 2016. SZACHTA, P.; BARTNICKA, A.; GALECKA, M.; SKONIECZNA-ZYDECKA, K. Microbiota disorders and food hypersensitivity in autism spectrum disorders; What do we know? Journal of Experimental and Integrative Medicine, v. 5, n. 3, p. 117–120, 2015. SETTANNI, C. R.; BIBBÒ, S.; IANIRO, G.; et al. Gastrointestinal involvement of autism spectrum disorder: focus on gut microbiota. Expert Review of Gastroenterology and Hepatology, v. 15, n. 6, p. 599–622, 2021. STEWART, J. C.; CRAMER, S. C. Genetic Variation and Neuroplasticity: Role in Rehabilitation after Stroke. Journal of Neurologic Physical Therapy, v. 41, n. July 2016, p. S17–S23, EUA. 2017. STEWART, J. C.; CRAMER, S. C. Genetic Variation and Neuroplasticity: Role in Rehabilitation after Stroke. Journal of Neurologic Physical Therapy, v. 41, n. July 2016, p. S17–S23, 2017. SRIKANTHA, P.; HASAN MOHAJERI, M. The possible role of the microbiota-gut-brain-axis in autism spectrum disorder. International Journal of Molecular Sciences, v. 20, n. 9, p. 14–19, 2019. SIVAMARUTHI, B. S.; SUGANTHY, N.; KESIKA, P.; CHAIYASUT, C. The role of microbiome, dietary supplements, and probiotics in autism spectrum disorder. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 17, n. 8, p. 1–16, 2020. SILVA, Ana Beatriz Barbosa; GAIATO, Mayra Bonifácio; REVELES, Leandro Thadeu.Mundo singular: entenda o autismo. Fontanar, 2016 SHINDLER, A. E.; PETROVSKI, E. L. H. S.; FRANKS, N. B. A. E.; HILL-YARDIN, E. L. Para identificar biomarcadores genéticos para gastrointestinais Disfunção no autismo. , , n. 0123456789, 2019 SHINDLER, A. E.; HILL-YARDIN, E. L.; PETROVSKI, S.; BISHOP, N.; FRANKS, A. E. Towards Identifying Genetic Biomarkers for Gastrointestinal Dysfunction in Autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 50, n. 1, p. 76–86, 2020. Springer US. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10803-019-04231-6>. SONG, W.; ZHANG, M.; TENG, L.; WANG, Y.; ZHU, L. Prebiotics and probiotics for autism spectrum disorder: a systematic review and meta-analysis of controlled clinical trials. Journal of Medical Microbiology, v. 71, n. 4, p. 1–9, 2022. Sorriso, S.; Raffaele, C.; Perlin, R. Re-imaginando o papel dos médicos na avaliação dos desafios de alimentação em crianças com transtorno do espectro do autismo. Pediatra Saúde Infantil 2020 72 Soke, G. N., Rosenberg, S. A., Hamman, R. F., Fingerlin, T., Robinson, C., Carpenter, L., Giarelli, E., Lee, L. C., Wiggins, L. D., Durkin, M. S., & DiGuiseppi, C. (2016). Brief Report: Prevalence of Self-injurious Behaviors among Children with Autism Spectrum Disorder—A Population-Based Study. Journal of Autism and Developmental Disorders, 46(11), 3607– 3614. https://doi.org/10.1007/s10803-016-2879-1. Souza NC, Mendonça JN, Portari GV, Jordão Junior AA, Marchini JS, Chiarello PG.Permeabilidade intestinal e estado nutricional em transtornos do desenvolvimento Altern Ther Health Med 2012;18:19-24. Schultz, ST; Klonoff-Cohen, HS; Wingard, DL; Akshoomoff, NA; Macera, CA; Ji, M.; Bacher, CBreastfeeding, infant formula supplementation and autistic disorder: Results from a survey of parents. Int. breastfeed. 2016, 1, 16. Schmidt, K.; Cowen, PJ; Harmer, CJ; Tzortzis, G.; Errington, S.; Burnet, PWJ A ingestão de prebióticos reduz a resposta do cortisol acordado e altera o viés emocional em voluntários saudáveis. Psicofarmacologia 2015, 232, 1793-1801. [CrossRef] [PubMed] Tanner K, Case-Smith J, Nahikian-Nelms M, Ratliff-Schaub K, Spees C, Darragh AR. Fatores Comportamentais e Fisiológicos Associados à Alimentação Seletiva em Crianças com Transtorno do Espectro Autista. Am J Occucup Ther. 2015;69(6):6906180030p1-8. Tkachuk E.A., Martynovich N.N., Globenko N.E. Features of the nutritional status and nutrition of children with autistic disorders. Voprosy pitaniia [Problems of Nutrition]. 2021; 90 (5): 67-76. DOI: https://doi.org/10.33029/0042-8833-2021-90-5-67-76 (in Russian) Tremaroli, V., & Bäcked, F. (2012). Functional interactions between the gut microbiota and host metabolim. Nature, 489(7415), 242-9. TREMAROLI V, BACKHED F.Functional interactions between the intestinal microbiota and the host. SUÉCIA. 2012. Trivedi MS, Deth RC. Papel de um switch de metilação baseado em redox no ciclo de vida do mRNA (maturação pré e pós-transcricional) e renovação de proteínas: implicações em distúrbios neurológicos. Frente. Neurociência. 2012;6:92 UMBRELLO, G.; ESPOSITO, S. Microbiota and neurologic diseases: Potential effects of probiotics. Journal of Translational Medicine, v. 14, n. 1, p. 1–11, 2016. BioMed Central. doi:10.1186/s12967-016-1058-7. UDDIN, L. Q.; SUPEKAR, K.; MENON, V. Reconceptualizing functional brain connectivity in autism from a developmental perspective. Frontiers in Human Neuroscience, v. 7, n. JUL, p. 1–11, 2013. VAN DER WURFF, I.; OENEMA, A.; DE RUIJTER, D.; et al. A Scoping Literature Review of the Relation between Nutrition and ASD Symptoms in Children. Nutrients, v. 14, n. 7, p. 1–29, 2022. https://doi.org/10.1007/s10803-016-2879-1 https://doi.org/10.33029/0042-8833-2021-90-5-67-76 73 Vallée A, Vallée JN. Hipótese do efeito Warburg no autismo Distúrbios do Espectro. Mol. Cérebro. 2018;11:1. VENEGAS, D. P.; LA FUENTE, M. K.; LANDSKRON, G.; GONZÁLEZ, M. J.; QUERA, R.; DIJKSTRA, G.; HARMSEN, H. J. M.; FABER, K. N.; HERMOSO, M. A.. Short chain fatty acids (SCFAs)mediated gut epithelial and immune regulation and its relevance for inflammatory bowel diseases. Frontiers in Immunology, Dublin, v.10, p.1-16, 2019. DOI: http://doi.org/10.3389/fimmu.2019.00277 VISSOKER, R. E.; LATZER, Y.; GAL, E. Eating and feeding problems and gastrointestinal dysfunction in Autism Spectrum Disorders. Research in Autism Spectrum Disorders, v. 12, p. 10–21, 2015. Elsevier Ltd. VICARI, S.; NAPOLI, E.; CORDEDDU, V.; et al. Copy number variants in autism spectrum disorders. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, v. 92, n. February, p. 421–427, 2019. Elsevier. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.pnpbp.2019.02.012>. VOJINOVIC, D.; BRISON, N.; AHMAD, S.; et al. Variants in TTC25 affect autistic trait in patients with autism spectrum disorder and general population. European Journal of Human Genetics, v. 25, n. 8, p. 982–987, 2017. Vuong, H. E., & Hsiao, E. Y. (2017). Emerging Roles for the Gut Microbiome in Autism Spectrum Disorder. Biological Psychiatry, 81(5), 411–423. https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2016.08.024. WANG, Y.; KASPER, L. H. The role of microbiome in central nervous system disorders. Brain, Behavior, and Immunity, v. 38, p. 1–12, 2014. Elsevier Inc. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.bbi.2013.12.015 Wang, T., Shan, L., Du, L., Feng, J., Xu, Z., Staal, WG e Jia, F. 2016. Concentração sérica de 25-hidroxivitamina D no transtorno do espectro do autismo: uma sistemática revisão e meta-análise. Psiquiatria Europeia da Criança e do Adolescente, 25, 341-350 Wang L, Christophersen CT, Sorich MJ, et al. Maior abundância de Sutterella spp. e torques de Ruminococcus nas fezes de crianças com transtorno do espectro do autismo. Mol Autismo Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24188502. WANG, Z.; HONG, Y.; ZOU, L.; et al. Reelin gene variants and risk of autism spectrum disorders:An integrated meta-analysis. American Journal of Medical Genetics, Part B: Neuropsychiatric Genetics, v. 165, n. 2, p. 192–200, 2014 WARRIER, V.; CHEE, V.; SMITH, P.; CHAKRABARTI, B.; BARON-COHEN, S. A comprehensive meta-analysis of common genetic variants in autism spectrum conditions. Molecular Autism, v. 6, n. 1, 2015. Molecular Autism. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1186/s13229-015-0041-0 Walker CG, West AL, Browning LM, Madden J, Gambell JM, Jebb SA, et al. O padrão de ácidos graxos deslocados por EPA e DHA após 12 meses de suplementação varia entre as frações de células sanguíneas e de plasma. Nutrientes. 2015;7:6281–93 http://doi.org/10.3389/fimmu.2019.00277 https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2016.08.024 http://dx.doi.org/10.1016/j.bbi.2013.12.015 74 Wacker M, Holick M. Vitamina D – Efeitos na saúde esquelética e extra esquelética e necessidade de suplementação Nutrientes. 2013;5:111–148 WANG, Z.; HONG, Y.; ZOU, L.; et al. Reelin gene variants and risk of autism spectrum disorders: An integrated meta-analysis. American Journal of Medical Genetics, Part B: Neuropsychiatric Genetics, v. 165, n. 2, p. 192–200, 2014. Wahlstrom, A.; Sayin, SI; Marschall, HU; Backhed, F. Crosstalk intestinal entre ácidos biliares e microbiota e seu impacto no metabolismo do hospedeiro. Célula Metab. 2016, 24, 41-50 WEI, H.; ZHU, Y.; WANG, T.; et al. Genetic risk factors for autism-spectrum disorders: a systematic review based on systematic reviews and meta-analysis. Journal of Neural Transmission, v. 128, n. 6, p. 717–734, 2021. Springer Vienna. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s00702-021-02360-w>. WERLING, D. M.; BRAND, H.; AN, J.; et al. Análise Uma estrutura analítica para estudos de associação de sequências de genoma inteiro e suas implicações para o transtorno do espectro do autismo Machine Translated by Google Análise. , 2018. WHITELEY, P.; SHATTOCK, P.; KNIVSBERG, A. M.; et al. Gluten- and casein-free dietary intervention for autism spectrum conditions. Frontiers in Human Neuroscience, v. 6, n. DEC, p. 1–8, 2012. Wu, W., Sun, M., Zhang, H.-P., Chen, T., Wu, R., Liu, C., et al (2014). A prolactina medeia a disfunção induzida pelo estresse psicológico das células T reguladoras para facilitar a inflamação intestinal. Gut, 63(12), 1883-1892. YANG, S.; GUO, X.; DONG, X.; et al. GABAA receptor subunit gene polymorphisms predict symptom-based and developmental deficits in Chinese Han children and adolescents with autistic spectrum disorders. Scientific Reports, v. 7, n. 1, p. 1–9, 2017. Springer US. YANG, H.; WU, X. The Correlation Between Vitamin D Receptor (VDR) Gene Polymorphisms and Autism: A Meta-analysis. Journal of Molecular Neuroscience, v. 70, n. 2, p. 260–268, 2020. Journal of Molecular Neuroscience. YUEN, R. K. C.; MERICO, D.; BOOKMAN, M.; et al. Whole genome sequencing resource identifies 18 new candidate genes for autism spectrum disorder. Nature Neuroscience, v. 20, n. 4, p. 602–611, 2017. ZAFAR, U.; HABIB, H. The Link Between Autism Spectrum Disorder And Gastrointestinal Microbiota. Journal of Ayub Medical College, Abbottabad : JAMC, v. 33, n. 3, p. 513–518, 2021. ZHANG, M.; MA, W.; ZHANG, J.; HE, Y.; WANG, J.. Analysis of gut microbiota profiles and microbe-disease associations in children with autism spectrum disorders in China. Scientific Reports, v.8, p.1-9, 2018. DOI: http://doi.org/10.1038/s41598-018-32219-2 https://doi.org/10.1007/s00702-021-02360-w http://doi.org/10.1038/s41598-018-32219-2 75 ZHANG, Y.; LIU, X.; GUO, R.; et al. Biological implications of genetic variations in autism spectrum disorders from genomics studies. Bioscience Reports, v. 41, n. 7, p. 1–16, 2021. ZHAO, Y.; LUKIW, W. J.. Bacteroidetes Neurotoxins and Inflammatory Neurodegeneration.Molecular Neurobiology, Washington, v.55, n.12, p.9100-9107, 2018. DOI: https://doi.org/10.1007/s12035-018-1015-y ZIJLMANS, M. A. C.; KORPELA, K.; RIKSEN-WALRAVEN, J. M.; DE VOS, W. M.; DE WEERTH, C. Maternal prenatal stress is associated with the infant intestinal microbiota. Psychoneuroendocrinology, v. 53, p. 233–245, 2015. Elsevier Ltd. ZIMMER, M. H.; HART, L. C.; MANNING-COURTNEY, P.; et al. Food variety as a predictor of nutritional status among children with autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 42, n. 4, p. 549–556, 2012. ZOU, R.; XU, F.; WANG, Y.; et al. Changes in the Gut Microbiota of Children with Autism Spectrum Disorder. Autism Research, v. 13, n. 9, p. 1614–1625, 2020. ZHU, Z.; LU, X.; YUAN, D.; HUANG, S. Close genetic relationships between a spousal pair with autism-affected children and high minor allele content in cases in autism-associated SNPs. Genomics, v. 109, n. 1, p. 9–15, 2017. Elsevier B.V. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.ygeno.2016.12.001>. http://dx.doi.org/10.1016/j.ygeno.2016.12.001