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TCC-Geraldo-Toscano

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
 
 
 
Geraldo Alves Toscano Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise da execução das atribuições do profissional 
farmacêutico em uma farmácia comunitária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal-RN 
2021 
 
 
Geraldo Alves Toscano Neto 
 
 
Análise da execução das atribuições do profissional 
farmacêutico em uma farmácia comunitária 
 
 
 
Analysis of the execution of the attributions of the 
pharmaceutical professional in a community pharmacy 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação 
em Farmácia da Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte, como requisito 
para obtenção do título de Bacharel em 
Farmácia. 
Orientador: Prof. Me. André Gustavo 
Gadelha Mavignier de Noronha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal-RN 
2021 
Toscano Neto, Geraldo Alves.
 Análise da execução das atribuições do profissional
farmacêutico em uma farmácia comunitária / Geraldo Alves Toscano
Neto. - 2022.
 37f.: il.
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Farmácia)
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de
Ciências da Saúde, Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2022.
 Orientador: André Gustavo Gadelha Mavignier de Noronha.
 1. Assistência Farmacêutica - TCC. 2. Farmácia comunitária -
TCC. 3. Atenção farmacêutica - TCC. 4. Gestão farmacêutica -
TCC. I. Noronha, André Gustavo Gadelha Mavignier de. II. Título.
RN/UF/BSCCS CDU 615.15
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263
 
 
Geraldo Alves Toscano Neto 
 
Análise da execução das atribuições do profissional 
farmacêutico em uma farmácia comunitária 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação 
em Farmácia da Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte, como requisito 
para obtenção do título de Bacharel em 
Farmácia. 
Orientador: Prof. Me. André Gustavo 
Gadelha Mavignier de Noronha. 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
 
Presidente: Prof. André Gustavo Gadelha Mavignier de Noronha, Me., DFAR/UFRN 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
 
Membro: Aline Débora Silva de Medeiros, Farmacêutica, Âncora Distribuidora de 
Medicamentos Oncológicos 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
 
Membro: Felipe Souza Padilha de Freitas, Farmacêutico, Hospital Central Coronel 
Pedro Germano 
 
 
 
Natal 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus e a minha 
família. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a minha família, Simone Santos, Samyra Kelly e Ana Júlia por entender as 
abdicações necessárias e sacrifícios realizados para atingir este objetivo. 
 
Aos meus pais, Dinarte Toscano e Rosa de Brito Toscano, pelo apoio durante o 
decorrer de todo curso. 
 
Ao farmacêutico responsável e gestor da farmácia comunitária analisada, Daniel 
Toscano, por disponibilizar acesso total ao local de pesquisa. 
 
A todos os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao meu 
orientador, o professor André Mavignier de Noronha, que contribuíram em minha 
formação do saber. 
 
Agradeço a todos que acreditaram, apoiaram e incentivaram nessa busca árdua, 
porém, muito gratificante que é a obtenção desta segunda graduação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Farmácia comunitária é estabelecimento de saúde de propriedade privada para 
realização de atendimento primário à população que vem a destacar a importância 
do profissional farmacêutico. O presente trabalho teve por objetivo principal verificar 
quais são as atribuições de um profissional farmacêutico em uma farmácia 
comunitária e se estas atribuições são executadas. Para tal inicialmente realizou-se 
levantamento das informações inerentes as atribuições, estando divididas e duas 
esferas: atribuições administrativas e atribuições de cuidados farmacêuticos. Trata-
se de um estudo de caso de natureza qualitativa aproximando-se do exploratório. Os 
dados foram levantados a partir de uma análise documental aliada a observações 
por parte do autor, e obtidos na própria farmácia comunitária analisada. As 
informações coletadas resultaram no preenchimento de um checklist que vem a 
nortear sobre a execução das atribuições. Foi constatada a falta dos serviços de 
atendimento farmacêutico domiciliar, acompanhamento farmacoterapêutico e 
fracionamento de medicamentos, cada serviço tem sua importância na promoção da 
saúde para população e a falta destes pode por em risco o objetivo da farmácia 
comunitária. Após análise dos dados é possível perceber a grande importância em 
se conhecer quais são as funções do profissional farmacêutico em uma farmácia 
comunitária, onde, constatou-se que o farmacêutico é o responsável por executar 
diversas atribuições vitais na promoção de saúde para a população. 
 
 
Palavras chave: Farmácia comunitária; atenção farmacêutica; gestão farmacêutica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Community pharmacy is a privately owned health establishment for providing primary 
care to the population that highlights the importance of the pharmacist. The main 
objective of the present work was to verify which are the duties of a pharmacist in a 
community pharmacy and if these duties are performed. For this, initially, a survey of 
the information inherent to the attributions was carried out, being divided into two 
spheres: administrative attributions and pharmaceutical care attributions. This is a 
qualitative case study approaching exploratory. Data were collected from a document 
analysis combined with observations by the author, and obtained in the community 
pharmacy analyzed. The information collected resulted in the completion of a 
checklist that guides the performance of assignments. The lack of home 
pharmaceutical care services, pharmacotherapeutic monitoring and drug 
fractionation was found, each service has its importance in promoting health for the 
population and the lack of these can jeopardize the objective of the community 
pharmacy. After analyzing the data, it is possible to see the great importance of 
knowing the functions of the pharmacist in a community pharmacy, where it was 
found that the pharmacist is responsible for performing several vital tasks in 
promoting health for the population. 
 
Keywords: Community pharmacy; pharmaceutical attention; pharmaceutical 
management. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A farmácia comunitária pode ser descrita como um estabelecimento de saúde 
de propriedade privada que destaca a importância do profissional farmacêutico, 
onde é realizado atendimento primário à população, assegurando a continuidade 
nos cuidados prestados ao paciente, sempre buscando a qualidade no atendimento 
e promovendo fácil acesso a informações sobre seu problema de saúde, com isso, 
melhorando adesão ao tratamento. Para Correr e Otuki (2013, p. 03): “O termo 
“farmácia comunitária” refere-se aos estabelecimentos farmacêuticos não 
hospitalares e não ambulatoriais que atendem à comunidade”. 
Em 2014 a publicação da lei 13.021/14 representou um marco para saúde 
pública e defesa do consumidor, as farmácias deixaram de ser apenas um 
estabelecimento comercial, sendo reconhecidas como estabelecimentos de saúde 
através da prestação de assistência farmacêutica e em contrapartida a população 
tem atendimento farmacêutico em qualquer farmácia do Brasil seja ela pública ou 
privada (BRASIL, 2014b). 
A publicação destalei mudou paradigmas sobre atuação dos profissionais 
farmacêuticos que são os principais responsáveis pelas ações que visam assegurar 
assistência terapêutica promovendo uso racional e seguro de medicamentos e 
proporcionando eficácia terapêutica ao paciente. Com a implantação da lei os 
proprietários e farmacêuticos passam a agir em parceria total onde todas as ações 
estão direcionadas ao uso racional de medicamentos (BRASIL, 2014b). 
Esta racionalização no uso dos medicamentos é realizada através da 
educação em relação ao risco da automedicação promovendo a redução de 
problemas de saúde ocasionados pelo uso inadequado, prevenindo danos na saúde 
dos pacientes e prejuízos ao sistema de saúde do país ao se reduzir gastos em 
atendimentos e internações na esfera pública. A correta orientação no uso da 
medicação evita a fuga ao tratamento aumentando por consequência a eficácia 
terapêutica (BRASIL, 1998a). 
Atualmente as farmácias e drogarias são o meio inicial de acesso dos 
pacientes na obtenção de saúde, o farmacêutico tem conhecimento de tamanha 
relevância e atualmente é o mais acessível. O farmacêutico sabe que em suas 
atribuições diárias deve atuar direcionado para a manutenção e prevenção da 
 
9 
 
saúde, agindo com comprometimento, responsabilidade e ética estando ele sempre 
acessível à serviço da sociedade com a finalidade de promover saúde ao paciente e 
assim contribuindo na elevação da confiança para com estes profissionais (BRASIL, 
2013). 
 Em 2015 a ABRAFARMA (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e 
Drogarias) inicia um inovador projeto baseado na lei 13.021/14 com a finalidade de 
prestar serviços farmacêuticos nas grandes redes, evitando a interrupção dos 
tratamentos. Com o surgimento da pandemia em 2021 ocasionada pelo coronavírus 
(SARS-coV-2) conhecido por Covid-19, as farmácias surgem com um papel 
fundamental, onde, só da rede ABRAFARMA, cerca de 4.300 unidades ofereceram o 
serviço de testes para Covid-19 à população, realizando mais de 12 milhões de 
testes durante o período da pandemia, uma ação muito importante e essencial em 
um momento crucial para combate ao vírus, reafirmando a importância de uma 
farmácia comunitária na prevenção, acompanhamento e promoção de saúde para 
população (ABRAFARMA, 2021). 
Nas últimas décadas vem ocorrendo no país uma crescente ampliação na 
atuação do farmacêutico bem como participação das farmácias comunitárias para 
obtenção da saúde da população, isso tornou-se bastante evidente a partir da 
publicação da resolução nº 338 de 2004 onde foi aprovada a “política nacional de 
Assistência Farmacêutica”, onde é estabelecida como principal função da 
assistência farmacêutica a promoção, proteção e recuperação da saúde através do 
uso racional de medicamentos que foram desenvolvidos e disponibilizados à 
população seguindo padrões de qualidade, realizando acompanhamento e avaliação 
da utilização, visando unicamente melhorar a qualidade de vida da população 
(BRASIL, 2004). 
A lei 3.916/98 que trata da regulamentação da Política Nacional de 
Medicamentos estabelece que a dispensação é atividade exclusiva do farmacêutico 
sendo o fornecimento do medicamento e orientação em relação a este uma 
atividade inerente ao farmacêutico e voltada para assistência farmacêutica com 
finalidade principal a promoção do uso racional de medicamentos (BRASIL, 1998a). 
A dispensação é a atividade farmacêutica, direcionada ao paciente, de maior 
importância, pois, garante ao paciente acesso aos medicamentos e as informações 
e esclarecimentos que irão ajudar no uso correto evitando efeitos negativos 
 
10 
 
provenientes de seu mau uso. A dispensação é uma função do farmacêutico que 
gera diversos benefícios tanto para o paciente como para o farmacêutico com a 
valorização de sua profissão reafirmando o verdadeiro papel deste profissional na 
sociedade (CFF, 2009 p. 02). 
A RDC 499/2008 do Conselho Federal de Farmácia lista serviços que podem 
ser ofertados nas farmácias comunitárias: 
 
I – Elaboração do perfil farmacoterapêutico, avaliação e acompanhamento da terapêutica farmacológica de usuários 
de medicamentos; 
II – Determinação quantitativa do teor sanguíneo de glicose, colesterol total e triglicerídeos, mediante coleta de 
amostras de sangue por punção capilar, utilizando-se de medidor portátil; 
III – Verificação de pressão arterial; 
IV – Verificação de temperatura corporal; 
V – Aplicação de medicamentos injetáveis; 
VI – Execução de procedimentos de inalação e nebulização; 
VII – Realização de curativos de pequeno porte; 
VIII – Colocação de brincos; 
IX – Participação em campanhas de saúde; 
X – Prestação de assistência farmacêutica domiciliar; 
Quadro 1 - Serviços farmacêuticos listados na RDC 499/08 
Fonte: BRASIL (2008). 
 
Tais serviços devem ser orientados por procedimentos operacionais padrões 
(POPs), acompanhados dos formulários para cada um dos serviços farmacêuticos 
listados. Após realização do serviço ele é registrado em um formulário padrão da 
farmácia definida como declaração de serviço farmacêutico, uma via fica arquivada 
na farmácia, a outra via é entregue ao paciente e ainda podem ser geradas mais 
vias que, sendo necessário, são encaminhadas aos demais profissionais da área da 
saúde ao qual o paciente será direcionado (Brasil, 2008). 
No momento do atendimento o profissional farmacêutico consegue obter um 
certo vínculo com o paciente que tem a finalidade de deixa-lo à vontade, isso facilita 
na identificação dos problemas relacionados a uso de medicamentos e colabora, 
portanto, para prevenção e até solução do problema identificado (CORRER E 
OTUKI, 2013). 
Os pacientes que procuram atendimento em farmácias e drogarias 
geralmente procuram medicamentos, orientação, informação ou mesmo estão à 
procura de outros tipos de serviços que estão ligados diretamente com a saúde, 
 
11 
 
mas, não necessariamente ligados ao uso de medicamentos como é possível 
perceber na figura 1 (CORRER; OTUKI, 2013, p.32). 
 
 
Figura 2 – Cenários de atendimento em uma farmácia comunitária a partir da demanda do usuário 
 Fonte: CORRER; OTUKI (2013, p.32) 
 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existe uso racional de 
medicamentos quando os pacientes são tratados com os medicamentos corretos 
para sua enfermidade, nas doses e períodos corretos a um valor acessível para a 
população, com isso, é perceptível a importância da prescrição correta do 
medicamento seguindo os critérios descritos, e aliado a isso, que a dispensação 
seja realizada de acordo com as normas e com toda orientação necessária para que 
o paciente consiga seguir o tratamento corretamente (OMS, 1985; Brasil 2001ª). 
A atenção farmacêutica aliada a dispensação, está focada na solução de 
problemas da farmacoterapia realizada pelo farmacêutico, os atendimentos 
originam-se pela procura espontânea a partir de queixas e sintomas, monitoramento 
de parâmetros fisiológicos ou encaminhamento por outros profissionais de saúde 
(CORRER E OTUKI, 2013). 
Uma resolução foi publicada em 20 de abril de 2001 sob número 357 pelo 
Conselho Federal de Farmácia onde regulamenta sobre as boas práticas da 
atividade do farmacêutico nas farmácias e drogarias, esclarecendo que o 
 
12 
 
farmacêutico pode orientar e acompanhar a automedicação responsável, através da 
educação ao paciente e no desenvolvimento de ações voltadas a dispensação dos 
medicamentos isentos de prescrição (MIPs), para que ele consiga atingir este 
objetivo deve analisar os sintomas relatados, com objetivo principal de aconselhar 
adequadamente o paciente ou escolher o melhor medicamento para aquela situação 
(BRASIL, 2001b). 
Segundo Anvisa (2006), o uso racional de medicamentos é uma dificuldade 
da saúde pública mundial, dados da OMS trazem que: 
• 50 a 70% das consultas médicas geram prescrição medicamentosa; 
• 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensadosou usados 
inadequadamente; 
• Somente 50% dos pacientes, em média, tomam corretamente seus 
medicamentos; 
• Os hospitais gastam de 15% a 20% de seus orçamentos para lidar com 
as complicações causadas pelo mau uso de medicamentos; 
• De todos os pacientes que dão entrada em prontos-socorros com 
intoxicação, 40% são vítimas dos medicamentos; 
Em 2009 foi publicada a RDC n°44 que dispõe sobre boas práticas 
farmacêuticas, para controle sanitário, regulando as atividades realizadas nas 
farmácias e drogarias como os serviços farmacêuticos, venda, comercialização e 
dispensação de produtos farmacêuticos como medicamentos e outros produtos para 
saúde e cosméticos. As farmácias precisam seguir a RDC 44/2009 atendendo aos 
parâmetros estabelecidos para que continuem exercendo suas atividades, como em 
relação a disposição e organização do espaço físico, definição dos setores técnicos 
administrativos e na correta manutenção da documentação necessária junto aos 
órgãos fiscalizadores (BRASIL, 2009). 
No Diário Oficial da União em 2013 ocorreu a publicação da Resolução n°585 
que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico, lá está estabelecido dentre 
outras atribuições a de: “Prescrever. Conforme legislação específica, no âmbito de 
sua competência profissional”. Desta forma o profissional farmacêutico, estando ele 
apto, poderá prescrever, porém, nem sempre a prescrição está vinculada a um 
medicamento devendo estar alinhada as necessidades de saúde do paciente que irá 
definir se o tratamento será farmacológico ou não farmacológico (CFF, 2013). 
 
13 
 
Na Resolução 711/2021 publicada no Diário Oficial da União está descrito em 
seu artigo 12 de forma mais expressiva que com base nas necessidades do paciente 
e alinhadas a política de saúde atual, o profissional farmacêutico pode em sua 
terapêutica dispor e prescrever medicamentos que não precisem de prescrição 
médica, fitoterápicos, plantas medicinais, drogas vegetais e medicamentos 
industrializados aprovados pelo órgão sanitário federal, portanto fazendo um melhor 
detalhamento em relação aos tipos de medicamentos e produtos que podem ser 
utilizados visando a prevenção e recuperação da saúde do paciente (BRASIL, 2021). 
Com base nisso a prescrição farmacêutica direcionada para os transtornos 
menores é realizada pelo farmacêutico que deve ter conhecimentos inerentes a 
consulta farmacêutica, indicação de medicamentos e saber lidar com os mais 
variáveis fatores que o farão decidir sobre intervenção farmacológica, não 
farmacológica ou encaminhamento a outro profissional de saúde. O farmacêutico só 
conseguirá realizar a tarefa se estiver em constante aperfeiçoamento, visando a 
interpretação do problema sem a finalidade de diagnóstico, mas sim, na correta 
decisão em relação ao manejo adequado a cada situação (CRF-PR, 2016). 
Aliado aos aspectos de atendimento ao paciente já relatados, a gestão em 
farmácia é de grande relevância atualmente, onde, o farmacêutico além das ações 
direcionadas a saúde, precisa estar atento diretamente no gerenciamento das 
demandas administrativas buscando rentabilidade da farmácia, portanto, o 
farmacêutico precisa ser conhecedor de métodos e técnicas da administração 
empresarial que aliada ao bom atendimento ao cliente vem a ser a base do sucesso 
da farmácia comunitária (CFF, 2010). 
Administração é inerente a todos os ambientes que nos rodeiam, sempre 
orientada pelo planejamento, organização, comando, coordenação e controle, 
direcionando o gestor na tomada da melhor decisão, levando em conta a eficiência e 
eficácia para fornecer valor, na promoção de bens e serviços para seus clientes 
(MAXIMIANO, 2006). 
A gestão direciona o cotidiano em um processo contínuo que reúne diversos 
saberes, pessoas e recursos, não existe uma fórmula de como gerir sendo exigido 
capacitação e esforço técnico, portanto é uma atividade que envolve habilidade e 
sensibilidade aliados aos conhecimentos técnicos desenvolvendo a capacidade 
analítica do todo (SOARES et al., 2016). 
 
14 
 
Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia (2021), dispostos no 
quadro 2, em 2020 existiam 234.301 farmacêuticos inscritos nos Conselhos 
Regionais de Farmácia e 89.879 farmácias e drogarias comerciais abertas, desta 
forma, vale salientar a importância do farmacêutico frente a farmácia comunitária, 
estes números demonstram um mercado muito competitivo. O desenvolvimento de 
competências é inerente a cada profissional e essencial para sobrevivência da 
empresa, sendo importante se destacar frente a concorrência através de estratégias 
que visam a satisfação do paciente (SATURI, FILHO, MOREIRA, 2015). 
 DADOS 2020 
DESCRIÇÃO NÚMERO TOTAL REGISTRADO 
Farmacêuticos inscritos nos Conselhos Regionais de 
Farmácia 
234.301 
Farmácias e drogarias comerciais 89.879 
Quadro 2 - Dados Conselho Federal de Farmácia (2021) 
Fonte – CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (2021). 
 
Tendo em vista tudo exposto até aqui, o objetivo do presente estudo é 
identificar e verificar a execução das atribuições inerentes a um profissional 
farmacêutico atuante em uma farmácia comunitária. 
 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
 
O presente estudo utilizou a pesquisa. Temos que para Andrade (2001, 
p.121) “pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio 
lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante 
a utilização de métodos científicos.” 
A pesquisa foi um estudo de caso onde o autor tem pouco controle sobre 
eventos e quando os fatos analisados estão inseridos na vida real e seus fenômenos 
contemporâneos (YIN, 2001 p.19). 
 
15 
 
O estudo tem característica de natureza qualitativa através da análise 
documental, de caráter descritivo e pela sua simplicidade aproximando-se do 
exploratório, sendo realizada através das observações de arquivos e situações sem 
que o pesquisador venha a causar qualquer interferência, o resultado disto fornecerá 
dados para contribuir no processo de coleta de informações. Sobre pesquisa 
descritiva Andrade (2001, p.124) vem a expor que: 
 
Neste tipo de pesquisa, os fatos são observados, registrados, 
analisados, classificados e interpretados, sem que o 
pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do 
mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados 
pelo pesquisador. 
 
A pesquisa ocorreu em uma farmácia comunitária localizada no Rio Grande 
do Norte, zona sul do município de Natal que tem como representante legal o 
proprietário que também é o profissional farmacêutico responsável por toda parte de 
atendimento farmacêutico e gerenciamento do estabelecimento. 
O local conta com auxiliar de farmácia para atendimento no balcão, e 
motoqueiro para realização das entregas em domicílio, presta serviços de atenção 
farmacêutica e dispensação de medicamentos em geral. 
A farmácia fica localizada ao lado de uma filial de uma grande rede de 
farmácias nacional, tem uma tendência em seguir uma proposta mais voltada para o 
público popular, possuindo em seu estoque uma grande parcela de medicamentos 
similares e genéricos, porém, também trabalha com medicamentos de referência, 
trabalha com antimicrobianos e controlados. 
Possui uma estrutura de farmácia comunitária, composta por área física de 
acordo com exigido tendo possibilidade de ampliação, locais bem delimitados para 
exposição de produtos, balcão de atendimento, escritório, sanitários, depósitos e 
estoques, sala de atenção farmacêutica com acesso independente, em condições 
sanitárias, em bom estado, equipada para realização da atenção farmacêutica e 
prestação de serviços como de aplicação de injetáveis, verificação de parâmetros 
bioquímicos e fisiológicos. 
A Coleta de dados ocorreu através de análise documental que tem por 
finalidade levantar todas as informações necessárias para verificar se as atribuições 
do profissional farmacêutico são executadas no local e em quegrau conseguem 
 
16 
 
cumprir tais funções, essas informações são refletidas em um checklist com todos os 
itens analisados. Sobre a pesquisa documental Marconi e Lakatus (2007, p. 174) 
explicam que: 
 
A característica da pesquisa documental é que a fonte de 
coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, 
constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas 
podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno 
ocorre, ou depois. 
 
Também foram realizadas observações do autor que servem de complemento 
para a análise documental, visando cobrir as lacunas que restarem, para Marconi e 
Lakatus (2007, p.190): 
 
Observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir 
informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados 
aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, 
mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam 
estudar. 
 
Após realização da coleta de dados através dos passos anteriormente 
detalhados, devemos fazer a análise dos resultados obtidos através da descrição 
dos achados. Sobre a análise destaca Andrade (2001, p.154) “Assim sendo, o 
objetivo da análise é organizar, classificar os dados para que deles se extraiam as 
respostas para os problemas propostos, que foram objeto da investigação.” 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
Deste ponto em diante são analisados os resultados coletados por meio da 
análise documental na farmácia comunitária, bem como também fatos expostos 
através das observações do autor, tais informações são a base para obtenção da 
conclusão do presente estudo. 
 
 
 
 
17 
 
3.1 ATRIBUIÇÕES 
 
 
As atribuições dos profissionais farmacêuticos são orientadas pelo Conselho 
Federal de Farmácia e Conselhos Regionais de Farmácia, levando em conta a 
legislação vigente que compreende duas esferas: Administrativo-legais que são 
denominadas como atribuições administrativas e outra voltadas para o cuidado dos 
pacientes denominadas como atribuições de cuidados farmacêuticos (CRF-PR, 
2016). 
Durante a pesquisa procurou-se por alguma publicação que descrevesse as 
atribuições farmacêuticas em uma farmácia comunitária, foram identificados os itens 
listados por CRF-PR (2016) como sendo: 
 
I. Atribuições de cuidados farmacêuticos: 
 
o A atenção farmacêutica que engloba: 
- Atendimento farmacêutico domiciliar; 
- Aferição de parâmetros fisiológicos: pressão arterial e 
temperatura corporal; 
- Aferição de parâmetros bioquímicos: glicemia capilar, 
colesterol e triglicéride; 
- Administração de medicamentos: aplicação de injetáveis e 
inaloterapia; 
- Acompanhamento farmacoterapêutico; 
- Indicação farmacêutica em transtornos menores; 
 
o A perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos; 
 
II. Atribuições administrativas: 
 
o Aquisição, recebimento, armazenamento, conservação e 
monitoramento do estoque de medicamentos, correlatos e 
outros produtos; 
o O fracionamento de produtos conforme legislação específica, 
garantindo sua qualidade e munindo o paciente com todas as 
informações sobre seu uso, armazenamento e validade; 
o A verificação e conferência de medicamento antes da sua 
dispensação ao paciente como data de validade e as condições 
da embalagem; 
 
18 
 
o Elaboração, implantação e revisão periódica do Manual de Boas 
Práticas em Farmácia e o Manual de Procedimentos 
Operacionais Padrão (POP); 
o Elaboração, implantação e revisão periódica do Programa de 
Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS); 
o Treinamento e capacitação de todos os funcionários para 
realizarem as tarefas não-privativas do farmacêutico utilizando 
seus conhecimentos técnicos e de comunicação; 
o Conhecer, obedecer e fazer cumprir todas as legislações que 
regulam o funcionamento da farmácia; 
o Conhecer e usar as ferramentas administrativas e financeira 
como os programas de gerenciamento de estoque, de fluxo de 
caixa e de controle de ativos e passivos da empresa, buscando 
a saúde financeira do estabelecimento; 
o Realizar as escriturações dos medicamentos no SNGPC e emitir 
os balancetes trimestrais e anuais, encaminhando-os à 
Vigilância Sanitária, obedecendo aos prazos previstos nas 
resoluções e portarias; 
o Realizar a intercambialidade de medicamentos referência por 
genéricos ou equivalentes seguindo as normativas do Ministério 
da Saúde, da ANVISA e do CFF; 
o Dispensar medicamentos antimicrobianos, arquivando as notas 
de entrada e as segundas vias das receitas para fins de 
fiscalização; 
o Cumprir os prazos para manutenção dos aparelhos utilizados na 
prestação dos serviços farmacêuticos como os 
esfigmomanômetros (pressão arterial), os glicosímetros 
(glicemia capilar), pistolas (colocação de brincos) e os aparelhos 
para verificação do teor sanguíneo de colesterol e triglicérides, 
arquivando os laudos para fins de fiscalização; 
 
Essas atribuições são muito importantes para uma farmácia comunitária e 
estão orientadas principalmente pelo Código de Ética do Farmacêutico, pela RDC 
44/2009 e na lei 13.021/2014. 
Após identificar as atribuições foram realizados os levantamentos de 
informações na farmácia comunitária em análise para identificar as atividades que 
são atendidas plenamente, parcialmente as que não são atendidas. Tais dados 
obtidos resultaram no preenchimento do checklist exposto na figura 1, onde, também 
estão incluídos a forma de obtenção das informações, seja por análise de 
documentos ou por observações realizadas em campo pelo pesquisador. 
 
 
19 
 
CHECKLIST - ATRIBUIÇÕES NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA 
Atribuições de cuidados farmacêuticos Execução Origem das informações 
 
Atendimento farmacêutico domiciliar 
 
 
 
Aferição de parâmetros fisiológicos 
 
 
 
Aferição de parâmetros bioquímicos 
 
 
 
Administração de medicamentos 
 
 
 
Acompanhamento farmacoterapêutico 
 
 
 
Indicação farmacêutica em transtornos menores 
 
 
 
Atribuições Administrativas Execução Origem das informações 
 
Aquisição, recebimento, armazenamento, conservação e monitoramento 
 
 
 
Fracionamento de medicamentos 
 
 
 
Verificação e conferência antes da dispensação 
 
 
 
Elaboração, implantação e revisão periódica do manual de boas práticas, POP e PGRSS 
 
 
 
Treinamento e capacitação de funcionários 
 
 
 
Conhecer e obedecer a legislação que regulam funcionamento da farmácia 
 
 
 
Conhecer e usar as ferramentas administrativas e financeiras 
 
 
 
Realizar escriturações de medicamentos no SNGPC 
 
 
 
Realizar intercambialidade de medicamentos de referência por genéricos ou equivalentes 
 
 
 
Dispensação de medicamentos antimicrobianos corretamente 
 
 
 
Realização de manutenções de aparelhos da prestação de serviços farmacêuticos 
 
 
 
 Legenda 
 
 
 
Atende plenamente 
 
 
 
Atende parcialmente 
 
 
 
Não atende 
 
 
 
Análise de documentos 
 
 
 
Observação 
 
Tabela 1 - Checklist - Atribuições na farmácia comunitária 
Fonte – Levantamento de dados realizado pelo autor, 2021. 
 
 
3.2 ATRIBUIÇÕES DE CUIDADOS FARMACÊUTICOS 
 
 
3.2.1 Atendimento farmacêutico domiciliar 
 
A farmácia analisada não oferece o serviço de atendimento farmacêutico 
domiciliar, este tipo de prática é um serviço diferenciado e sua existência é pouco 
conhecida da população e dos profissionais, tem como um dos objetivos principais 
orientar o paciente em relação a medicações que o mesmo tem em casa, o 
 
20 
 
manuseio correto para redução do risco de consumo de medicamentos vencidos, 
tomada de doses incorretas, armazenagem em locais irregulares, dentre outros, 
neste sentido é de estrema relevância o atendimento farmacêutico domiciliar, sendo 
essencial que os farmacêuticos pensem em começar a praticar o atendimento 
domiciliar oferecendo o serviço em sua farmácia comunitária (SANTIN, 2007). 
A resolução do Conselho Federal de Farmácia n° 386 de 12 de novembro de 
2002 vem a destacarque em assistência domiciliar são atribuições do farmacêutico 
prestar orientações sobre uso, guarda, administração e descarte de medicamentos, 
acompanhar pacientes em suporte nutricional domiciliar, diluir e preparar soluções 
de medicamentos intravenosos, verificação de parâmetros bioquímicos, orientar 
assepsia de equipamentos e materiais e sua calibração, dentre outros, portanto em 
suma é a avaliação da eficácia das prescrições ao paciente, orientação no uso 
adequado das medicações utilizadas, avaliação de parâmetros bioquímicos e 
fisiológicos e administração de medicamentos, uma grande quantidade de serviços 
em saúde que o profissional farmacêutico pode prover no atendimento domiciliar 
através da oferta inicial na farmácia comunitária (CFF, 2002). 
 
3.2.2 Aferição de parâmetros fisiológicos 
 
Na farmácia são oferecidos os serviços para aferição de parâmetros 
fisiológicos: verificação de pressão arterial e temperatura corporal, onde, geralmente 
é solicitado pelo paciente no balcão e direcionado para que o farmacêutico realize o 
procedimento. Inicialmente são coletados dados do paciente como: nome, idade, 
CPF para registro e início de atendimento, em seguida é realizada orientação se 
necessário, verifica se o paciente está com algum sintoma de maior gravidade, e 
então é realizado procedimento, feita análise e orientações e o atendimento é 
registrado na declaração de serviço, com isso essa atribuição está sendo executada 
na totalidade. 
Estes serviços irão auxiliar o paciente no controle de doenças crônicas como 
na hipertensão arterial que geralmente não apresenta sintoma algum a não ser que 
rapidamente se eleve, justamente por isso é importante em pessoas que não 
apresentam fatores de risco aferir a pressão uma vez ao ano e as pessoas que são 
hipertensas devem realizar o acompanhamento médico regular e fazer a verificação 
 
21 
 
dos parâmetros fisiológicos com frequência maior a fim de controle terapêutico 
(SESA, 2018). 
 
3.2.3 Aferição de parâmetros bioquímicos 
 
Já na execução de serviços para verificação de parâmetros bioquímicos 
geralmente a solicitação surge do médico através de prescrição ou pode surgir da 
iniciativa do próprio paciente em verificar, após verificação nos documentos foi 
possível constatar que na farmácia só realizada a verificação da glicemia capilar, 
não oferece os serviços de colesterol e triglicéride, pois, não possui os 
equipamentos necessários para estas determinações, portanto, com a falta destes a 
farmácia executa de forma parcial este tipo de serviço que é de grande relevância, 
pois, ajuda no levantamento de informações sobre o estado de saúde geral do 
paciente, na verificação da efetividade do tratamento farmacológico como por 
exemplo na diabetes através da glicemia capilar e identificação de fatores de risco 
promovendo a prevenção de doenças (BRASIL, 2009). 
 
3.2.4 Administração de medicamentos e perfuração de lóbulo auricular 
 
O serviço de administração de medicamento é executado conforme 
preconizado na RDC 44/09, utilizando para administração materiais e acessórios 
com registro, não é feita administração de medicamentos de uso hospitalar, 
medicamentos que precisam de prescrição médica só são administrados com a 
receita estando tudo conforme. Após a prestação do serviço é emitida declaração de 
serviço farmacêutico onde é detalhado o serviço realizado, data, hora, identificação 
do farmacêutico responsável pelo atendimento, nome do paciente, CPF do paciente, 
dados da medicação, lote, fabricação, validade, identificação do estabelecimento 
com todos os dados, CNPJ, IE, endereço, telefone, sendo emitido em duas vias, 
uma fica com o paciente e a outra arquivada no local. O serviço de perfuração de 
lóbulo auricular com a finalidade de colocação de brincos é um outro serviço listado 
que podem ser desenvolvidos por farmacêuticos, porém, a farmácia analisada não 
executa perfuração de lóbulo auricular (BRASIL, 2009). 
 
 
22 
 
3.2.5 Acompanhamento farmacoterapêutico 
 
Em relação ao acompanhamento farmacoterapêutico constatou-se que não é 
feito, portanto não atende a este critério. A falta deste serviço é um ponto negativo 
pois a farmacoterapia tem o foco na obtenção e na manutenção de resultados 
terapêuticos visando a continuidade do cuidado, é importante para prevenir, 
recuperar e tratar os problemas que podem afetar a saúde da população, tendo em 
vista que com o passar do tempo o fácil acesso a informações, como por exemplo 
na internet, pode vir a ocasionar danos à saúde do paciente quando este usa os 
medicamentos de forma inapropriada, gerando inúmeros problemas como excesso 
de tratamento em problemas simples, tratamento incorreto em doenças mais graves, 
uso irregular de antimicrobianos e fuga ao tratamento, portanto, foca-se na avaliação 
dos resultados terapêuticos e na orientação da correta utilização dos medicamentos 
(AIZENSTEIN, 2016; CORRER E OTUKI, 2013). 
O acompanhamento farmacoterapêutico auxilia e muito principalmente os 
pacientes portadores das doenças crônicas dentre elas diabetes e hipertensão onde 
o uso de medicamentos ocorre durante toda a vida, caso esse paciente não faça uso 
do medicamento pode acarretar sérios problemas, portanto a fuga do tratamento é 
um dos problemas que podem ser sanados pela atividade da farmacoterapia que é 
essencial na promoção de saúde para a população (FERREIRA E MELO, 2016). 
 
3.2.6 Indicação terapêutica em transtornos menores 
 
A indicação terapêutica ocorre com frequência, sempre surgem clientes com 
algum sintoma de gravidade menor como: dores em geral, alergias, problemas 
digestivos, inflamações, micoses, acnes, dentre outros, eles podem estar em busca 
apenas de uma orientação simples para tratar o problema. Em muitos casos, e com 
uma certa frequência, os pacientes só contam com a dispensação como única forma 
de contato com um profissional de saúde, portanto, neste tipo de situação o 
farmacêutico participa diretamente na escolha do medicamento, no tratamento do 
transtorno ou no encaminhamento para outro serviço em saúde (CORRER E OTUKI, 
2013). 
 
23 
 
 Com base nisso observou-se que a farmácia comunitária analisada segue um 
procedimento claro neste tipo de situação, a seguir foi elaborada a figura 2 que 
demonstra o fluxo de atendimento em caso de pacientes que procuram orientações 
e indicação para tratar seus problemas. 
 
 
Figura 2 - Fluxo de orientação e indicação farmacêutica em transtornos menores realizado na 
farmácia comunitária analisada 
Fonte – Levantamento de dados realizado pelo autor, 2021. 
 
O transtorno menor, é caracterizado por dor aguda de baixa gravidade e 
período breve, tendendo a evoluir sem maiores danos podendo ser tratada 
seguramente como medicamentos ou outro meio de finalidade terapêutica. A 
farmácia atende plenamente a atribuição, o farmacêutico está sempre disposto a 
realizar as devidas orientações e apto na tomada de decisão em relação a que tipo 
de ação deve ser considerada, farmacológica, não-farmacológica e encaminhamento 
ao médico, como está elaborado na figura 2 a sequência seguida no momento da 
orientação (CFF, 2013). 
 
 
 
24 
 
3.3 ATRIBUIÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
 
3.3.1 Fluxo, fracionamento e intercambialidade de produtos 
 
A farmácia segue todo procedimento necessário durante aquisição de 
produtos e insumos para o estabelecimento, possuindo uma clara orientação em 
relação as etapas a serem seguidas. 
o Aquisição 
Para aquisição as necessidades são observadas pelo farmacêutico e auxiliar 
de farmácia que sempre verificam as prateleiras onde é possível perceber o fluxo de 
produtos, aliado a isso existe uma planilha de falta de produtos que fica disponível 
no balcão para anotação dos itens que não tem no estoque. Também, geralmente a 
cada dois dias é emitido um relatório de estoque no sistema para identificar os 
produtos zerados ou com estoque baixo,e procede o pedido com base no limite 
mínimo que é definido previamente e vem a embasar as compras. 
Os medicamentos e insumos geralmente são adquiridos de 11 fornecedores 
previamente avaliados em relação a documentação de regularidade junto à ANVISA, 
alguns pedidos são feitos por telefone outros comparecem ao local para emissão 
presencial. 
o Recebimento 
Visando diminuir ocorrência de erros e desvios, a mercadoria é recebida na 
área específica e conferida volume por volume, observa-se estado geral de cada 
volume para identificar prováveis avarias, confere-se nota fiscal identificando a razão 
social e número da nota fiscal para verificar se corresponde ao pedido, estando tudo 
correto a nota é assinada confirmando recebimento, notas de medicamentos 
psicotrópicos e antimicrobianos são armazenadas em pastas específicas da RDC 
20/2011 ou portaria 344/98 para posterior registro. 
Na sequência os volumes são levados para uma área específica de 
conferência, onde, são disponibilizados sobre os paletes e posteriormente realizada 
conferência item a item de forma manual, confere-se quantidade, data de fabricação, 
validade, legibilidade do lote, fabricante, integridade da embalagem se está em bom 
 
25 
 
estado, as condições em geral, em seguida os produtos são organizados por grupos 
de: genéricos, similares, referência e perfumaria. 
Em relação a conferência de medicamentos psicotrópicos e antimicrobianos 
difere um pouco, são conferidos pelo farmacêutico, onde, anota-se na nota fiscal os 
últimos números do MS (registro do Ministério da Saúde) de cada produto para 
confirmar no sistema no momento da entrada, evitando erros de estoque. 
o Armazenamento 
O armazenamento é feito diretamente nas prateleiras utilizando o sistema 
PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai, geralmente não se utiliza o estoque 
para armazenamento, como o fluxo de aquisição leva em conta as vendas sempre 
tem espaço suficiente para armazenamento destes nos seus locais específicos. 
Os medicamentos de referência são guardados em ordem alfabética 
respeitando o nome comercial, os genéricos também em ordem alfabética do 
princípio ativo, os similares são armazenados em ordem alfabética, porém, 
separados por laboratório, perfumaria na parte externa do balcão separados por 
categoria. 
Psicotrópicos e antibióticos são guardados pelo farmacêutico, onde, os 
antibióticos são dispostos em prateleiras em locais reservados e identificados, já os 
psicotrópicos são dispostos em armário com chave, são identificados e separados 
por ordem alfabética. Existem também um local específico para armazenar os 
produtos com validade próxima como é determinado. 
o Conservação e monitoramento 
A farmácia não trabalha com termolábeis, portanto, não possui geladeira para 
conservação destes, os medicamentos estão sempre organizados nas prateleiras 
respeitando o espaço entre eles, distância de teto, chão e paredes, em ambiente 
climatizado. O controle da temperatura é realizado diariamente e em dois momentos, 
onde, anota-se data, hora, temperatura e umidade em uma tabela de mapa de 
controle, com isso, prevenindo variações de temperatura e umidade fora da faixa 
permitida o que poderia vir a prejudicar a medicação, as validades também são 
monitoradas, quando constatado produto próximo ao vencimento são separados, 
identificados e direcionados para o local próprio para eles. 
Diante do que foi exposto pode-se concluir que a farmácia analisada 
consegue atender os requisitos para comercialização e dispensação de produtos 
 
26 
 
preconizados na RDC 44/2009 em suas seções I – Dos Produtos com 
Dispensação ou Comercialização Permitidas, II – Aquisição e recebimento, III – Das 
Condições de Armazenamento e IV – Da Organização e Exposição de Produtos 
(BRASIL, 2009). 
o Fracionamento 
O fracionamento de medicamentos não é utilizado na farmácia, portanto não 
executa tal atribuição, esse fracionamento é definido como sendo a individualização 
da embalagem sem contato do mesmo com meio externo, para tornar viável a 
dispensação na quantidade prescrita pelo médico, esta prática é inerente 
exclusivamente ao profissional farmacêutico estando preconizada na RDC n° 80 de 
11 de maio de 2006, nela são estabelecidas que farmácias e drogarias podem 
fracionar medicamentos partindo de embalagens produzidas que foram 
desenvolvidas para esta finalidade, devendo para isso que sejam mantidas as 
características do produto original (BRASIL, 2006). 
O ato do fracionamento ajudaria no sentido de evitar que uma sobra de 
medicamentos de um tratamento anterior fique acessível expondo pessoas aos 
efeitos adversos e intoxicações ocasionadas pela prática da automedicação, 
diminuiria também o descarte incorreto que prejudica o meio ambiente (BRASIL, 
2020). 
o Intercambialidade 
Como a farmácia possui uma quantidade grande de medicamentos genéricos 
e similares o farmacêutico está sempre atento as listas de intercambialidade que são 
publicadas pela ANVISA a cada três meses o que vem a facilitar o processo de 
venda, a farmácia respeita a regra da intercambialidade, executando o procedimento 
sempre atento ao estabelecido em lei, promovendo a troca de referência por similar 
ou referência por genérico ou vice e versa, caso o médico defina que não pode 
substituir, com informação prévia na prescrição a intercambialidade não é realizado 
(BRASIL, 2014a). 
 
 
3.3.2 Relativos aos procedimentos 
 
o POP e Manual de Boas Práticas em Farmácias 
 
27 
 
Durante levantamento dos arquivos foi identificado a existência da pasta que 
contém documentos de Procedimento Operacional Padrão (POP), os documentos 
estão disponíveis em local de fácil e rápido acesso para consulta. Os achados foram 
de guias na orientação dos seguintes procedimentos: aquisição de mercadoria, 
recebimento de mercadoria, armazenamento e reposição de mercadoria, 
dispensação de medicamentos da portaria 344/2009, dispensação de medicamentos 
da RDC 471/21, exposição e organização dos produtos comercializados, condições 
de transporte/entrega, medicamentos próximos ao vencimento, medicamentos 
vencidos, temperatura e humidade do ambiente. 
 
POP - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (LISTA) 
POP n° Descrição 
01 Aquisição de mercadoria 
02 Recebimento de mercadoria 
03 Armazenamento e reposição de mercadoria 
04 Dispensação de medicamentos da portaria 344/2009 
05 Dispensação de medicamentos da RDC 471/2021 
06 Exposição e organização dos produtos comercializados 
07 Condições de transporte/entrega 
08 Medicamentos próximos ao vencimento 
09 Medicamentos vencidos 
10 Temperatura e umidade do ambiente 
11 Limpeza e sanitização dos ambientes 
12 Limpeza da caixa d’água 
13 Aplicação de injetáveis 
14 Procedimento para ocorrência de acidentes de trabalho 
15 Procedimento para aferição da pressão arterial 
16 Procedimento para aferição da glicemia capilar 
17 Procedimento para perfuração de do lóbulo auricular para colocação de brincos 
18 Medidas tomadas para enfrentamento da pandemia por COVID-19 
Quadro 3 - Lista de documentos POP 
Fonte – Levantamento de dados realizado pelo autor, 2021. 
 
Em cada documento de POP são dispostos itens como: objetivos, áreas 
envolvidas, responsabilidades, material necessário e procedimentos que devem ser 
adotados pelo responsável em executar a determinada atividade. Também foi 
 
28 
 
identificado a presença do Manual de Boas Práticas que é essencial para assegurar 
a qualidade e segurança dos produtos e serviços com finalidade de melhorar a 
qualidade de vida dos usuários. Portanto atende o que é estabelecido na resolução 
499/2008 do CFF e na RDC 44/2009 ANVISA que estabelece e relaciona os POPs 
que uma farmácia comunitária deve possuir para orientação e guia em seus 
procedimentos (BRASIL, 2009; CFF, 2008). 
o PGRSS – Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de 
Saúde 
A farmácia possui o programa dePlano de Gerenciamento de Resíduos de 
Serviços de Saúde (PGRSS) sendo ele parte integrante do processo de 
licenciamento ambiental. No documento estava bem estabelecido o objetivo, suas 
definições de segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, 
armazenamento temporário, coleta e transporte externo, destinação final, também, 
consta a classificação dos resíduos em grupos (A, B, C, D e E). 
A farmácia tem o termo de referência do PGRSS onde é identificado o 
estabelecimento gerador, o farmacêutico responsável, o tipo e a quantidade de 
resíduos estimados e as orientações de manuseio, acondicionamento, coleta, 
tratamento, armazenamento e destinação final dos resíduos, junto a ele estava o 
contrato de prestação do serviço com a empresa local responsável e a primeira via 
do último manifesto de transporte de resíduos (MTR) realizado. Portanto o local 
executa o PGRSS de forma correta e total, obedecendo a RDC N° 222 da ANVISA 
que regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de 
Saúde e dá outras providências (BRASIL, 2018). 
o Treinamentos 
Na farmácia o programa de treinamento para qualificação dos funcionários 
existe, durante a pesquisa foi identificado o documento que orienta o procedimento, 
tal programa tem objetivo claro de definir os itens que devem ser abordados nos 
treinamentos para manutenção dos conhecimentos, garantia da manipulação correta 
e segurança, define como responsável o farmacêutico e dispõe dos materiais e 
procedimentos que devem seguir, define formatação da apresentação e horários. 
Quando ocorre a contratação de um novo funcionário ele é treinado antes de iniciar 
suas atividades, ocorrem também treinamentos periódicos, com isso, em relação aos 
treinamentos o farmacêutico executa a atribuição (CRF-PR, 2016). 
 
29 
 
o Manutenção de aparelhos 
Durante coleta de informações não foi possível identificar documento de 
manutenção do equipamento de verificação de pressão nem glicosímetro, devido o 
tempo de uso deles não ter atingido necessidade de manutenção, porém, observou-
se que é de conhecimento do farmacêutico da obrigação de realização de calibração 
e manutenção quando exigido, como manda a lei, com isso pode-se concluir que o 
farmacêutico conhece a obrigação referente a esta atribuição (BRASIL, 2009). 
o Verificação, conferência e dispensação de antimicrobianos e 
psicotrópicos 
No processo de dispensação de psicotrópicos e antibióticos a farmácia 
analisada cumpre efetivamente todas as etapas necessárias para a correta 
dispensação. O auxiliar de farmácia sob supervisão do farmacêutico ou o próprio 
farmacêutico analisa a prescrição para saber se o receituário está de acordo com a 
medicação prescrita, se está legível, validade da receita, rasuras, caso algum 
problema na prescrição venha a impedir a dispensação o farmacêutico orienta que o 
cliente procure o médico para correção do problema. 
Para antibióticos as duas vias são carimbadas e são adicionados dados como 
sexo do paciente, idade, medicação dispensada, apresentação, quantidade e lote, a 
primeira via fica com o cliente e a segunda via com a farmácia que armazena na 
pasta de antibióticos para posterior análise e triagem antes da inclusão no sistema. 
No caso dos psicotrópicos a primeira via é carimbada e retida, a segunda via 
fica com o cliente, receituários tipo B só possuem uma via que fica retida, nestas são 
colocados dados como identidade, nome do comprador, endereço, medicação 
dispensada, apresentação, quantidade e lote, em seguida as receitas são 
armazenadas em pastas específicas para posterior conferência e o sistema é 
alimentado com as informações da dispensação. 
A dispensação de medicamentos sujeitos a controle é tida como uma 
validação onde o farmacêutico é corresponsável verificando erros legais, através da 
orientação de parâmetros básicos de posologia, indicação e contraindicações, erros 
de dispensação podem ocorrer produzindo danos ao paciente gerando culpa no 
farmacêutico e podendo gerar processos judiciais, portanto, é muito importante ter 
um claro controle do processo e estar atento aos procedimentos (CORRER E 
OTUKI, 2013). 
 
30 
 
o SNGPC – Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos 
Controlados 
O sistema utilizado na farmácia é integrado ao Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) criado em 2007, onde, 
farmacêutico consegue controlar e monitorar entradas e saídas de medicamentos 
sujeitos a controle especial inerentes à portaria 344/1998, atualmente existe a 
escrituração obrigatória eletrônica, onde os dados devem ser transmitidos 
obrigatoriamente para ANVISA em períodos específicos. Foi possível observar no 
sistema que são realizadas as escriturações dos medicamentos no SNGPC, 
emissão dos balancetes com respectivo envio para a Vigilância Sanitária, portanto a 
função de controle do SNGPC é realizada plenamente (BRASIL, 1998b; BUSATO, 
2014). 
 
3.3.3 Legislação 
 
Foi possível observar que o farmacêutico possui conhecimento das 
legislações em vigor, como a lei 13.021 que dispões sobre o exercício e a 
fiscalização das atividades farmacêuticas, inerentes a farmácia e responsabilidades 
do farmacêutico (BRASIL, 2014b), conhece e realiza as boas práticas de farmácias e 
drogarias (BRASIL, 2009), tem total conhecimento sobre o código de ética do 
profissional farmacêutico dispostos na resolução n° 711 do Conselho Federal de 
Farmácia (BRASIL, 2021), estão expostos em local visível ao público o Alvará 
Sanitário, Certidão de Regularidade Técnica e a Autorização de Funcionamento da 
Empresa (AFE) da ANVISA (Brasil, 2009) . 
O farmacêutico sabe que é responsável por tudo que ocorre na farmácia, 
preza sempre pela escrituração da empresa, observando a manutenção correta da 
documentação necessária para seu funcionamento, está atento as novidades, 
determinações da ANVISA e do Conselho Regional e Federal de Farmácia, durante 
todo horário de funcionamento o farmacêutico está presente no local. 
De acordo com o CFF (2014) podemos encontrar em seu capítulo I - dos 
princípios fundamentais, no artigo 4° onde expõe que: “O farmacêutico responde 
individual ou solidariamente, ainda que por omissão, pelos atos que praticar, 
autorizar ou delegar no exercício da profissão”. Portanto o profissional preparado 
 
31 
 
deve conhecer as leis, cumprir e fazer cumprir onde o código de ética deve ser 
utilizado como orientação nas ações visando melhoria dos serviços que vai resultar 
em uma maior valorização da profissão (CRF-PR. 2016). 
 De acordo com toda documentação já detalhada no presente estudo 
podemos concluir, portanto, que em relação a legislação o farmacêutico responsável 
técnico do local cumpre com esta atribuição. 
 
3.3.4 Administrativo financeiro 
 
O sistema usado na farmácia auxilia no controle administrativo financeiro 
fornecendo meios para agilizar os processos, melhorar as vendas, aumentar 
margens de lucro, como já foi dito está integrado ao SNGPC ajudando no controle e 
manutenção dos produtos controlados, possui ferramentas como controle de 
estoques, gestão financeira e integração bancária, que direcionam a gestão. 
No sistema também estão disponibilizadas algumas funcionalidades 
essenciais, como: compras, frente de caixa que ajuda na prioridade de vendas, no 
aumento de vendas através da venda adicional, integração tributária orientando no 
pagamento de impostos, farmacêutico e gestor do local analisado mantém todo 
controle de pagamentos a realizar, pagamentos realizados e recebimentos no 
sistema e em arquivos. Portanto com o uso da tecnologia para agilizar os processos 
aliado ao saber do gestor em assegurar a eficiência e eficácia neste cenário atual, 
vai estar conseguindo realizar seu papel no âmbito administrativo financeiro 
(MAXIMIANO, 2006). 
O farmacêutico estando atento aos aspectos administrativos na farmácia e 
seu financeiro,aliado aos métodos e técnicas específicas para o objetivo 
organizacional revela o verdadeiro desempenho da farmácia na visão de empresa. O 
financeiro quando bem administrado pode direcionar a gestão ao sucesso na 
obtenção de metas enquanto farmácia comercial (CFF, 2010). 
 Diante do que foi exposto o farmacêutico consegue cumprir com os atributos 
administrativos financeiros do estabelecimento, tendo controle sobre a gestão da 
farmácia. 
 
 
 
 
32 
 
4 CONCLULSÃO 
 
 
Diante dos dados obtidos pode-se concluir que o estudo conseguiu fazer o 
levantamento das atribuições identificadas e a verificação da efetiva execução, 
onde, na farmácia comunitária analisada foi possível perceber que em relação as 
atribuições de cuidados farmacêuticos, atende plenamente os itens de aferição de 
parâmetros fisiológicos, administração de medicamentos e indicação terapêutica em 
transtornos menores, atende parcialmente a aferição de parâmetros bioquímicos e 
não atende os itens de atendimento farmacêutico domiciliar e acompanhamento 
farmacoterapêutico. 
Em relação a atribuições administrativas só não atende a atribuição de 
fracionamento de medicamentos, atendendo as demais atribuições listadas. Desta 
forma é possível analisar e entender que é importante este tipo de estudo onde é 
possível observar e comprovar a real execução das atividades essenciais para que a 
farmácia comunitária consiga atingir seu papel de estabelecimento de saúde ao 
mesmo tempo que consegue se manter como organização empresarial em um 
mercado altamente competitivo. 
É importante destacar as atribuições não executadas pela farmácia como a 
falta dos serviços de farmacoterapia, atendimento farmacêutico domiciliar e 
fracionamento de medicamentos, tais serviços são de grande relevância na 
obtenção dos objetivos, cada um com sua característica na promoção de saúde e 
com diversas possibilidades de gerar benefícios para a empresa. 
De uma forma geral foi possível entender que quando o profissional 
farmacêutico está à frente de uma farmácia comunitária, este possui várias 
atribuições e responsabilidades, onde tudo que acontece no estabelecimento, desde 
a aquisição e recebimento de mercadorias até a dispensação e administração de 
medicamentos, bem como documentações e regularizações frente as legislações 
pertinentes é de sua responsabilidade, todos estes aspectos são norteados 
principalmente pelo Código de Ética, pela RDC 44/2009 e pela lei 13.021/2014. 
 
 
 
 
 
33 
 
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