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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM FARMÁCIA RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FARMÁCIA III ADIEL DIAS VIEIRA GOIÂNIA – 08/2024 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM FARMÁCIA ADIEL DIAS VIEIRA DROGARIA SR DO BONFIM Priscila Barreto Pessanha Relatório Final de Estágio Curricular Supervisionado, apresentado à Uniasselvi-SC, como requisito para obtenção do diploma. GOIÂNIA – 08/2024 DADOS DO ESTAGIÁRIO Aluno: Adiel Dias Vieira Data de nascimento: 04/03/1997 Conclusão do curso: 2024 Endereço: Rua Benedito B. da Silva, n 120, setor alvorada, Rialma - GO Fone: (62) 99437-3484 Curso: Farmácia Endereço: Rua Bélgica, 98, Bairro: Jardim Europa Cidade: Goiânia -GO CEP: 74330-110 Fone: 0800 729 9009 Dados Do Estágio Razão Social: Jersivaldo Ribeiro Silva Drogaria Endereço: Avenida Bernardo Sayão, 494, Bairro: Centro Cidade: Rialma - GO Data de fundação: 12/10/1989 Natureza: Comércio Varejista de produtos farmacêuticos sem manipulação de fórmulas. Área de atuação da empresa: Comércio varejista de produtos farmacêuticos Número de empregados: 4 Período de estágio: 19/08/2024 a Previsão : 30/09/2024 Representante legal da empresa: Jersivaldo Ribeiro da Silva SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 5 2. OBJETIVOS 14 2.1 OBJETIVO GERAL 14 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 14 3. DESENVOLVIMENTO 15 3.1 A ESTRUTURA DA FARMÁCIA ......................................................………….…..15 3.2. GESTÃO DE ESTOQUE..........................................….………………….........…..16 3.3. DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS ..............................................................17 3.3.1 Dispensação de Medicamentos Controlados......................................19 3.3.2 Aplicação do SNGPC no campo de estágio.........................................23 3.3.3 Dispensação de medicamentos isentos de prescrição médica..........23 3.4 GESTÃO FARMACÊUTICA...................................................................................23 3.4.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)23 3.4.2 Processo de Regularização Sanitária (Alvará sanitário e Autorização de Funcionamento – AFE)........................................................................................24 3.4.3 Manual de Boas Práticas Farmacêutica – RDC 44/2009.........................26 3.4.4 Procedimentos Operacionais Padrão (POP`s)........................................26 3.4.5 Responsabilidade Técnica e Certidão de Regularidade do Conselho Regional em Farmácia.................................................................................................27 3.5 ATENÇÃO FARMACÊUTICA................................................................................28 4 CONCLUSÃO........................................................................................................29 5 REFERÊNCIAS ………………………………………………………………………..31 ANEXOS …………………………………………………………………………………32 1 INTRODUÇÃO Na atualidade, o farmacêutico tem ampliado as suas áreas de atuação, seja na indústria farmacêutica, na assistência farmacêutica, na drogaria, no âmbito hospitalar ou nas análises clínicas. O perfil do profissional multidisciplinar e generalista tem se tornado cada vez mais frequente para este profissional. (VIEIRA, 2007) Conforme preconizado na RDC nº 44/2009, as farmácias e drogarias devem possuir: Art. 5º As farmácias e drogarias devem ser localizadas, projetadas, dimensionadas, construídas ou adaptadas com infra-estrutura compatível com as atividades a serem desenvolvidas, possuindo, no mínimo, ambientes para atividades administrativas, recebimento e armazenamento dos produtos, dispensação de medicamentos, depósito de material de limpeza e sanitário. A drogaria onde foi realizado o estágio possui um espaço de entrada, a sala onde os medicamentos ficam expostos sob controle de temperatura e umidade, os quais são aferidos e controlados dentro da variação de 15°C a 27°C, e a umidade de 55 a 85 %, o aparato que envolve a parte interna como piso, paredes e o teto possuem superfícies lisas e impermeáveis, em perfeitas condições e resistentes a sanitizantes, possuem fluxo de ar de entrada e saída, iluminação clara e artificial. (RDC nº44/2009). A infraestrutura do Drogaria Sr. do Bonfim, possui o seguinte mapeamento, sendo a primeira sala, responsável pela entrada e atendimento geral dos pacientes, onde ocorre a dispensação dos medicamentos, mediante receituário de prescrição médico ou dos MIP´S (medicamentos isentos de prescrição), neste local ficam na entrada os produtos de higiene básica, como sabonetes, perfumes, protetores solares, escovas de dentes, produtos fitoterápicos, vitaminas e produtos para cuidados da pele, cabelo e unhas em geral, logo a frente se encontram os medicamentos nas prateleiras de vidro acima do chão, cerca de 90 cm, dispostos por tipos e classificados por ordem alfabética, como pomadas e cremes, aerossois e higiene do nariz, produtos líquidos como xaropes, laxantes e demais e os comprimidos, sempre seguindo ordem alfabética, nas bancadas de atendimento ficam dispostos os comprimidos em cartelas ou blisters que são vendidos fracionados (desde que contenha o lote e validade) ou em blisters que podem conter de 6 a 12 comprimidos, a depender do medicamento (RDC nº44/2009). Seguindo para a parte de trás da sala de medicamentos, encontra-se um corredor, onde se verifica a presença de 3 salas, sendo a primeira ao lado direito o banheiro de acesso universal, e em frente, no lado esquerdo, a sala de injeções e aplicações medicamentosas, nesta sala encontram-se prateleiras com medicações injetáveis de natureza e feitas para drogaria, como a BetaTrinta (dipropionato de betametasona + fosfato dissódico de betametasona), dispostas e separadas por ordem alfabética, além de medicações de reposição de vitaminas, preventivos de gravidez, dentre outros, além de pia para a lavagem de mãos, balança de pesagem, ao canto da sala descarte de materiais perfurocortantes (descartex) e a lixeira para descarte de biológicos e a lixeira de descarte comum, além de armário contendo os materiais usados para as aplicações de injeções e perfuração na cartilagem da orelha. Logo atrás desta sala encontra-se o escritório do farmacêutico responsável. Neste local também se dispõe o armário de medicamentos de controle especial, conforme preconizado pela portaria nº 344/98. Por possuir um controle mais rigoroso e retenção das receitas, o farmacêutico é o único que pode dispensar e pegar os medicamentos, pois ficam trancados e o farmacêutico é o único que possui as chaves. E ao lado direito, no corredor, encontram-se o bebedouro e a geladeira, e a sala para descanso e almoço dos funcionários, e por fim, no final do corredor, pode-se encontrar o almoxarifado para o descarte de materiais, como medicamentos vencidos e líquidos, papelões e armazenamento de sanitizantes em geral. (RDC nº 44/2009). As verificações de conformidade do ambiente, conforme estabelecido e verificado pelos bombeiros, fiscais do CRF-GO, vigilância da saúde local e a SUVISA (Superintendência de Vigilância em Saúde), esse órgão é responsável por coordenar as atividades de vigilância em saúde no estado de Goiás, nos serviços que envolvem Vigilâncias sanitárias, epidemiológicas, saúde ambiental, do trabalhador e a imunização, além da verificação de óbitos de causas naturais e epidemiológicas. Por ser uma farmácia de pequeno porte, os donos optaram por não ter estoques de medicamentos e armazenamento, sendo apenas colocados os medicamentos na prateleira e, conforme a ordem de vencimentos, são acondicionados de forma aos que têmmenor tempo de validade saírem primeiro. (RDC nº44/2009). Por não possuir estoques ou armazenamento de grande ou média quantidade de medicamentos e seguindo a RDC nº 44/2009 e os POP´s internos da drogaria, os medicamentos são adquiridos por meio de distribuidoras regulamentadas e licenciadas conforme a legislação sanitária vigente, os pedidos são feitos através de sistemas de pedido e conferência de preços, os usados foram a Panpharma, rede Cruz e por fornecedores que visitam o local regularmente, por meio de distribuidoras, os pedidos de medicamentos realizados pelos clientes que não se encontram naquele momento na drogaria são pedidos no sistema e são entregues e dispensados no outro dia pelo farmacêutico e sua equipe. (RDC nº 44/2009). Ao receber os pedidos dos medicamentos das distribuidoras, há uma dupla checagem, onde se verifica o nome, o número do lote, o fabricante, a dosagem, a quantidade e a data de vencimentos conforme pedido no sistema pelo farmacêutico responsável. A conferência é realizada no escritório do farmacêutico responsável conforme a nota fiscal emitida adjunto do boleto de pagamento. (RDC 44/2009). Os medicamentos controlados e antimicrobianos seguem o mesmo padrão no recebimento dos outros medicamentos, o que difere é a entrada no sistema mais rápida e o seu armazenamento em lugar apropriado e separado. As prescrições para a dispensação nas farmácias e drogarias devem possuir POP´s de treinamento para a dispensação dos MIP´s e programas que facilitem a dispensação de medicamentos mediante receituário médico, odontológico, veterinário que necessita de retenção de receita ou são vendidos apenas mediante prescrição, como antimicrobianos ou controlados, ou sujeitos à prescrição, conforme preconizado pela Seção V da RDC nº 44/2009. (RDC 44/2009). Art. 44. O farmacêutico deverá avaliar as receitas observando os seguintes itens: I - legibilidade e ausência de rasuras e emendas; II - identificação do usuário; III - identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e quantidade; IV - modo de usar ou posologia; V - duração do tratamento; VI - local e data da emissão; e VII - assinatura e identificação do prescritor com o número de registro no respectivo conselho profissional. (RDC 44/2009) Em concordância com a presente norma colegiada RDC nº 44/2009, “Art. 45. Não podem ser dispensados medicamentos cujas receitas estiverem ilegíveis ou que possam induzir a erro ou confusão.” Ou seja, a dispensação sem o entendimento da prescrição pode ocasionar danos ao paciente e previsões legais para a drogaria e o profissional responsável pela dispensação. O correto é entrar em contato com o prescritor para o esclarecimento das dúvidas detectadas durante a avaliação da prescrição e dispensação. (RDC 44/2009) Além de que, o profissional farmacêutico(a) no momento da dispensação pode realizar a intercambialidade de medicamentos (COSTA, 2015), conforme a RDC nº 44/2009 e a resolução da RDC nº 58/2014, que estabelece os critérios para a intercambialidade dos medicamentos similares com o medicamento dito de referência, sendo sabido que este medicamento,assim como o genérico, passam pelo processo de estudos preconizados pela ANVISA de equivalência, bioequivalência ou bioisenção para serem aprovados e distribuídos para comercialização e dispensação para a população. Nos serviços de dispensação de medicamentos no âmbito público, a RDC nº 53/07 determina que se deve observar a disponibilidade dos produtos presentes no momento da dispensação dos mesmos pelo profissional farmacêutico(a). (RDC 44/2009; RDC 58/2014; RDC 57/2007 ); (COSTA, 2015) As prescrições de medicamentos antimicrobianos, conforme a RDC nº 471/2021, a prescrição de antimicrobianos, devem ser realizadas em receituário simples com emissão de duas vias, e têm validade máxima de 10 dias após a data de emissão, tem validade em todo o território nacional e deve ser emitida por profissional habilitado, como médico, dentista e médico veterinário. As receitas devem conter, letra legível em duas vias, possuir preenchidas pelo prescritor as seguintes informações, como idade, sexo, produto para o uso humano ou animal, nome do paciente (o dispensador pode preencher), nome do medicamento ou da substância em DCB, dose ou concentração, forma farmacêutica, posologia e quantidade, diferente dos receituários controlados, as receitas podem conter outras substâncias, excetos os de controle especial conforme Portaria nº 344/98, e no final do receituário deve conter nome, incrição no conselho regional ou nome da instituição, enderço completo, telefone e assinatura do prescritor, em casos de papel timbarado, não há necessidade de utilização de carimbo e por fim a dara da emissão. (RDC 471/2021; Portaria nº 344/98) A dispensação de antimicrobianos pelo farmacêutico(a) e equipe treinada mediante POP's deve reter a 2ª via e devolver a 1ª ao paciente. Deve-se salientar que a dispensação e indicação de uso correto ao paciente é privativa do farmacêutico(a). No momento da retenção da 2ª via da receita, o profissional deve registrar nas duas vias a data da dispensação dos medicamentos e a quantidade aviada da receita, o número de lote do medicamento e a rubrica do farmacêutico no verso da receita, atestando a entrega e o atendimento. No caso de dispensação remota ou tele-entrega, deve-se coletar a receita no momento da entrega, fazer-se a avaliação farmacêutica e carimbar a 1ª via e devolvê-la, conforme estabelecido pela RDC nº 44/2009. Em casos de mais de um antimicrobiano, pode-se dispensar parte da receita, com a medicação disponível, e registrar nas duas receitas a entrega, e a drogaria deve tirar xerox da via e registrar. (RDC nº 44/2009) Em tratamento com antimicrobianos de uso prolongado, o fornecimento pode ser parcelado, e deve constar na prescrição o termo “USO CONTÍNUO”, e a quantidade necessária para cada 30 dias. A receita poderá ser utilizada para mais de um fornecimento, mas terá validade de até 90 dias de sua data de emissão, podendo ser adquirida em diferentes farmácias durante esse período. Além disso, a escrituração das receitas deve ser realizada eletronicamente no SNGPC. (RDC 44/2009; Portaria nº344/98) Figura 1. Modelo de dispensação de antimicrobianos. CRF-GO 2023. Figura 2. Liberação de medicamentos controlados, conforme Portaria nº 344/1998. CRF-GO 2023. Conforme a figura 2, as medicações sujeitas a controle especial são aquelas que têm ação no sistema nervoso central e podem causar, em alguns pacientes, dependência física ou psíquica, por isto necessitam de um controle mais rígido do que as demais substâncias ditas “comuns”. Assim como demonstrada, cada tipo de medicação necessita de uma receita específica e controlada, que o prescritor em sua maioria retira na ANVISA, ou no caso do estado de Goiás na SUVISA, e devem ser preenchidos com os dados do paciente, nome e registro do prescritor no seu respectivo conselho de classe e timbrado com o local de atendimento, além da dose, descrição e quantidade de uso, conforme preconizado e fixado pela portaria nº 344/1998. (Portaria nº 344/98) A prescrição farmacêutica ocorre de maneira pequena, pois somente no ano de 2013, por meio da resolução do CFF nº 585/2013, o farmacêutico(a) passa a ter uma base legal para a atuação clínica, desta forma englobando a avaliação do paciente e a decisão sobre a necessidade de uma intervenção farmacêutica no quadro clínico do paciente. O serviço previsto na RDC nº 44/2009 abrange diferentes atividades técnicas, como a administração de medicamentos, tecnologias aplicadas à saúde, de acordo com as necessidades clínicas dos pacientes, dos cuidadores, da família e da população em geral. (CFF nº 585/2013); (Smith et al. ; 2016) Ainda segundo descrito na resolução do CFF nº 585/2013, a prescrição farmacêutica constitui uma de suas atribuições clínicas, pois permite que produtos com finalidadeterapêutica sejam dispensados, cuja dispensação não exija prescrição, ou seja, apenas os não tarjados. Neste sentido, o farmacêutico, por meio da consulta farmacêutica, pode definir o objetivo terapêutico, selecionar, redigir e orientar o paciente o melhor tratamento medicamentoso por meio dos MIP´S, de forma mais segura para o paciente e evitar o uso descontrolado de medicações, sendo indispensável o registro do atendimento pelo farmacêutico (CFF nº 585/2013); (Smith et al. ; 2016). De acordo com o CRF-GO, o profissional farmacêutico com o título de farmacêutico especialista na área clínica e com o registro no conselho do título poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija prescrição médica, desde que existam e estejam condicionados à existência de diagnóstico médico prévio e protocolos, diretrizes e normas técnicas aprovadas para uma dada instituição de saúde. (CRF-GO, 2023) As legislações vigentes para a atuação e abertura de estabelecimentos de drogarias seguem a seguinte tabela 1: Decreto nº 20.377, de 08 de setembro de 1931. Aprova a regulamentação do exercício da profissão farmacêutica no Brasil. Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960 e suas alterações - Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras providências. Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981. - Estabelece normas para execução da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da profissão de farmacêutico e dá outras providências. Resolução nº 724, de 24 de maio de 2022. Dispõe sobre o Código de Ética, o Código de Processo Ético, estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções ético-disciplinares. Resolução n° 720, de 24 de fevereiro de 2022. Dispõe sobre o registro, nos Conselhos Regionais de Farmácia, de clínicas e de consultórios farmacêuticos e dá outras providências. Resolução n° 727, de 30 de junho de 2022 – Dispõe sobre a regulamentação da telefarmácia. Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973 e suas alterações. Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras providências. Decreto nº 74.170/1974 e suas alterações - Regulamenta a Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, e suas alterações. Dispõe sobre a vigilância a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos. Decreto nº 8.077, de 14 de agosto de 2013. Regulamenta as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, e o registro, controle e monitoramento, no âmbito da vigilância sanitária, dos produtos de que trata a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, e dá outras providências. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Tabela 1. Baseada na publicação da Cartilha de Fiscalização do CRF-GO 2023. Em consonância com o descrito pelo CRF-GO 2023, as drogarias e farmácias, além de seguir as recomendações, devem possuir documentos para o funcionamento dos estabelecimentos como : I - Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE) expedida pela Anvisa; II- Uma Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias; III - Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância Sanitária Vigente, de acordo com a legislação; IV - Certidão de Regularidade Técnica, emitida pelo CRF regional; V- Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente seguindo as especialidades de cada estabelecimento e, por fim, POP's para a manutenção, seguimento e padronização do local de trabalho. Além das leis específicas para o seu funcionamento regular diante das entidades fiscalizadoras e judiciais. O Uso racional de medicamentos, segundo descrito pelo CFF é um processo que compreende, desde o momento da prescrição até o momento pós prescrição pois, o paciente durante a consulta com o profissional prescritor, deve-se questionar o porquê das medicações e é dever do prescritor uma escrita legível e adequada no receituário, durante o atendimento na farmácia a disponibilidade oportuna e os preços acessíveis, o conjunto de doses a ser dispensadas pela drogaria estabelecimento de dispensação por um determinado período como o caso do uso de antimicrobianos, podem impactar no uso excessivo e irracional dos medicamentos, além de comprar ou ter um estoque para emergências (sem patologias) podem levar o paciente a ter um quadro de uso irracional e pode,no caso de antimicrobianos ao desenvolvimento de resistência a drogas durante o tratamento que pode culminar em mortes (WHO, 2014). O uso irracional no Brasil vem crescendo, e com isso tem se percebido um maior quadro de resistência de microbianos aos medicamentos atuais, ao passo que nem a combinação de muitos fármacos tem conseguido combater determinados patógenos e, como o desenvolvimento de novos medicamentos leva um período de tempo de pesquisa e lançamento no mercado grande,a população se encontra num grande impasse (WHO, 2014). Dessa forma, para garantir medidas de incentivo ao cuidado com o uso inadequado dos medicamentos, foi criado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, sendo este no dia 05 de maio. Neste sentido, para conscientizar a população geral sobre os riscos do uso dos medicamentos sem o acompanhamento profissional, ou por um período menor ou maior do que o prescrito durante a consulta, ou o uso de polifarmácia sem a devida orientação. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Aprender e acompanhar a rotina de uma drogaria ou farmácia de dispensação e como se orientar na gestão de medicamentos, e se orientar na atuação dos farmacêuticos na Drogaria Sr. do Bonfim, localizada na cidade de Rialma - Goiás, com o foco no desenvolvimento de competências técnicas e administrativas para a promoção do uso racional de medicamentos, e a garantia da segurança e saúde pública, além de aprender e colocar em prática os aprendizados em sala e as legislações vigentes. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS · Observar e descrever a organização física da farmácia de dispensação. · Implementar procedimentos eficazes de controle de estoque de medicamentos. · Garantir a conformidade legal das prescrições médicas na farmácia. · Promover o uso racional de medicamentos entre os pacientes. · Manter atualização constante sobre regulamentações farmacêuticas. · Redigir o relatório de estágio. · Aprender sobre as técnicas de perfuração de lóbulos. · Aprender a desenvolver técnicas para a aplicação de injeções intramusculares. · Desenvolver POP para o funcionamento de uma drogaria. · Observar e aplicar o sistema de armazenamento de medicações. · Conferir e aprender a emitir notas fiscais durante a dispensação. · Leituras de Decretos, normas e leis pertinentes ao estágio em drogaria. · Aprender sobre os diferentes tipos de medicamentos e suas indicações. · Aprender a realizar consultas farmacêuticas. · Ler e aprender sobre os sistemas para a indicação de medicamentos. · Ajudar no recebimento de medicamentos e conferência dos mesmos. · Aprender sobre o sistema de pedidos de medicamentos e consulta de preços. 3 - DESENVOLVIMENTO. 3.1 A ESTRUTURA DA FARMÁCIA A drogaria Sr. do Bonfim foi inaugurada em 12/10/1989 na cidade de Rialma-Go, atualmente ela possui 4 funcionários dos quais 3 são farmacêuticos e 1 auxiliar de farmácia, a drogaria tem seu horário de funcionamento das 7 horas da manhã às 10 horas da noite todos os dias da semana, o horário escolhido para o desenvolvimento do estágio foi no período de 8h às 12 horas da manhã de segunda a sexta, durante o dia a média são de 7 consultas farmacêuticas e dispensação de medicamentos uma média de 30 atendimentos, os serviços oferecidos são de consulta farmacêutica, dispensação de medicamentos, aplicações de injeçõescom medicamentos intramusculares, acompanhamento de pacientes e perfuração de lóbulos da orelha. A infraestrutura do Drogaria Sr. do Bonfim, possui o seguinte mapeamento, sendo a primeira sala, responsável pela entrada e atendimento geral dos pacientes, onde ocorre a dispensação dos medicamentos, mediante receituário de prescrição médico ou dos MIP´S (medicamentos isentos de prescrição), neste local ficam na entrada os produtos de higiene básica, como sabonetes, perfumes, protetores solares, escovas de dentes, produtos fitoterápicos, vitaminas e produtos para cuidados da pele, cabelo e unhas em geral, logo a frente se encontram os medicamentos nas prateleiras de vidro acima do chão, cerca de 90 cm, dispostos por tipos e classificados por ordem alfabética, como pomadas e cremes, aerossois e higiene do nariz, produtos líquidos como xaropes, laxantes e demais e os comprimidos, sempre seguindo ordem alfabética, nas bancadas de atendimento ficam dispostos os comprimidos em cartelas ou blisters que são vendidos fracionados (desde que contenha o lote e validade) ou em blisters que podem conter de 6 a 12 comprimidos, a depender do medicamento. Seguindo para a parte de trás da sala de medicamentos, encontram-se um corredor, onde se verifica a presença de 3 salas, sendo a primeiro ao lado direito o banheiro de acesso universal, e em frente no lado esquerdo a sala de injeções e aplicações medicamentosas, nesta sala encontram-se prateleiras com medicações injetáveis de natureza e feitas para drogaria, como a BetaTrinta (dipropionato de betametasona + fosfato dissódico de betametasona), dispostas e separadas por ordem alfabética, além de medicações de reposição de vitaminas, preventivos de gravidez, dentre outros, além de pia para a lavagem de mãos, balança de pesagem, ao canto da sala descarte de materiais perfurocortantes (descartex) e a lixeira para descarte de biológicos e a lixeira de descarte comum, além de armário contendo os materiais usados para as aplicações de injeções e perfuração na cartilagem da orelha. Logo atrás desta sala encontra-se o escritório do farmacêutico responsável. Neste local também se dispõe o armário de medicamentos de controle especial, conforme preconizado pela portaria nº 344/98. Por possuir um controle mais rigoroso e retenção das receitas, o farmacêutico é o único que pode dispensar e pegar os medicamentos, pois ficam trancados e o farmacêutico é o único que possui as chaves. É o local onde ocorrem os atendimentos farmacêuticos, nesta sala se encontram materiais de aferição de pressão, glicemia capilar, dentre outros equipamentos. E ao lado direito, no corredor, encontram-se o bebedouro e a geladeira, e a sala para descanso e almoço dos funcionários, e por fim, no final do corredor, pode-se encontrar o almoxarifado para o descarte de materiais, como medicamentos vencidos e líquidos, papelões e armazenamento de sanitizantes em geral. 3.2. GESTÃO DE ESTOQUE O processo de pedidos e compras é realizado pelo farmacêutico RT, onde a maioria dos pedidos é feita via sistema interno dos seguintes fornecedores: Panpharma e Rede Cruz, além de representantes de distribuidoras de medicamentos e representantes de produtos de supermercado. O pedido é realizado conforme a falta de medicamentos ou a ausência de um medicamento específico não vendido. Quando os pedidos são realizados, são emitidas notas de pedido, e no dia posterior as distribuidoras realizam as entregas de pedidos, conforme solicitado, ao se receber do entregador a carga é realizada a verificação das embalagens e dos medicamentos conforme notas fiscais emitidas pelos fornecedores e dos medicamentos ali contidos verificando as notas de pedido, ao se abrir as caixas é verificado as notas fiscais com as notas internas de pedido, logo após realiza-se a conferência dos medicamentos e a checagem com a quantidade de medicamentos iguais, o nome do medicamento, lote, datas de validade, a dosagem, a quantidade de comprimidos ou mL, a integridade das embalagens, além de eventuais problemas no processamento e transporte das mercadorias. Como a farmácia é de pequeno porte, a gerência decidiu por não se ter um estoque, ou um local com estoque para se evitar a perda dos medicamentos, então os medicamentos são pedidos de forma contínua a evitar a sua falta e o seu excesso, os medicamentos que chegam e, se possuírem as datas de validade posteriores às de uso no dia, passam para atrás dos que vencem primeiro, desta forma evitando que medicamentos com data de vencimento menor possam vencer e não serem vendidos antes da data posterior. Por serem realizados os pedidos nos sistemas, se padronizou utilizar o software da Panpharma para a comercialização dos medicamentos e materiais do estoque. Então, no momento da venda e dispensação da prescrição, é consultado pelo código de barras o produto, o qual já sai com o preço e os descontos para cada tipo de cliente e de venda, por exemplo, 10% de desconto para compras acima de 100 reais e sem desconto para os que compram a prazo ou nos cartões de crédito. E todo o estoque é gerido através do software da Panpharma, evitando desta forma preços variantes ou perdas de medicações. O software é responsável por emitir as notas fiscais junto à Receita Federal, nas quais se tem o balanço de entrada e saída dos medicamentos, pois ao chegar os medicamentos e demais produtos são cadastrados no sistema da Panpharma e a partir deste é gerido todo o processo de iniciação de compra, aplicação de desconto ou colocação em cadastro a prazo, emissão da nota fiscal e entrega dos medicamentos, além de pedidos feitos à distribuidora. Os caixas são fechados todos os dias às 21h e 30 minutos para conferência de caixa e averiguação dos inventários e auditorias. Além disso, o software é responsável por dar baixa nos medicamentos de controle especial, além de dizer qual o tipo de receita é para uma dada medicação e se este deve reter ou não as receitas, como de antimicrobianos. As auditorias e inventários são realizados de forma diária, a primeira, e mensal, trimestral, a última. A drogaria não trabalha com produtos termolábeis. 3.3. DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS A rotina na drogaria para a dispensação começa com a chegada do paciente no local, o qual se direciona para o atendimento no qual por meio da prescrição é realizada a prospecção e procura nas prateleiras dos medicamentos, se houver dúvidas quanto a escrita da receita é passado para os outros assistentes ou para os farmacêuticos responsáveis, e se porventura houver ainda duvida sobre a prescrição deve se entrar em contato com o responsável pela prescrição e pedir informações quanto a medicação a ser liberada, após a checagem é realizada a consulta dos valores e passado para o cliente as opções de medicamentos, se genérico (COSTA, 2015), referência (ético) ou similar e realizada a dispensação, se for uma medicações como Antibióticos é realizada a retenção da 2 via e escrito tanto na 1ª como na 2ª via simples, no verso das receitas o lote descrito na embalagem, a quantidade dispensada da prescrição - para a dispensação são realizados cálculos simples como regra de 3 para a correção de prescrições por exemplo de mL, um exemplo prático foi a prescrição de 400mg/ mL de amoxicilina, só que a apresentação da medicação presente na farmácia era de 250 mg/mL. Para a correção, foi realizada uma regra de três na qual se chegou à conclusão de que a cada 8 mL da solução havia 400mg, então o paciente deveria tomar 8 mL do antibiótico durante 5 dias conforme prescrição médica de 12 em 12h. Foram dispensados 2 frascos para o uso do paciente e orientado a descartar o restante da medicação que sobrava após o uso e reconstituição - o carimbo do farmacêutico(a) e assinatura. Descrever em etiqueta da empresa o modo de uso e a quantidade, e realizar a orientação de como utilizar o medicamento e o seu descarte. (COSTA, 2015) No caso dos MIP´s, o paciente chega ao balcão de atendimento e pergunta sobre a droga específica e os assistentese farmacêutico orientam quanto ao uso e a medicação específica para tal sintoma, e a partir disto é realizada a dispensação da medicação, quando o paciente requisita um atendimento mais específico é realizada uma consulta no consultório farmacêutico do local, onde o profissional irá realizar questionários e por meio dos sintomas e apontamentos, o profissional direciona para um tratamento medicamentoso específico e aplicação de injeções intramusculares para a dor ou o uso de anticoncepcionais (Modalidade nova recém aprovada pelo CRF-GO) para prevenção de gravidez. A farmácia não participa do programa Farmácia Popular ou de convênios com empresas e distribuidoras, apenas o convênio com os comércios locais, onde dá um desconto de 20% sobre as medicações para os funcionários das empresas conveniadas. As principais legislações vigentes praticadas na drogaria destacam a importância da avaliação técnica e legal das prescrições médicas. Pois, para se evitar problemas na dispensação, cabe ao profissional estar atento a uma análise criteriosa das prescrições quanto à legibilidade, autenticidade, validade legal e compatibilidade do tratamento do paciente, garantindo a segurança na dispensação dos medicamentos. Desta forma, as leis que regem o setor farmacêutico estão em constantes atualizações, sendo essencial que os profissionais farmacêuticos estejam atentos e em conformidade com as normativas aplicáveis para garantir a qualidade e a segurança dos serviços prestados, dentre as quais se destacam, podem ser observados na tabela 2 abaixo: Tabela 2. Descrição das principais legislações vigentes para a atuação do farmacêutico dentro das farmácias e drogarias. Fonte: Autor. A Lei 13.021/14 - Determina os aspectos técnicos e legais do receituário para garantir a segurança e eficácia da terapêutica prescrita. Lei 6.360/76 Dispõe sobre a Vigilância Sanitária de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes e outros produtos. RDC 44/2009 Dispõe sobre as Boas Práticas Farmacêuticas para o funcionamento, dispensação e comercialização de produtos e serviços farmacêuticos. Lei 5.991/73 Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos. Portaria SMS nº 440/2023 Normatiza a validade da prescrição de medicamentos, considerando a condição crônica ou não, e a quantidade de dias de tratamento. Portaria nº 344/98 Série de normas e regulamentações para a dispensação de medicamentos e controlados e a forma para sua liberação e cada tipo de receituário específico para a sua dispensação. Fonte: Autor. 3.3.1. Dispensação de Medicamentos Controlados Os processos de dispensação de medicamentos de controle especial, regulados pela Portaria Federal 344/1998, e dos antimicrobianos conforme a RDC 471/2021, são dispensados conforme a legislação vigente. Em consonância ao descrito na RDC 471/2021 e descrito no tópico 3.3, a dispensação de antimicrobianos segue a legislação e são dispensados conforme descrito no tópico anterior. Conforme a legislação e baseado na Portaria 344/1998, os medicamentos de controle especial são liberados mediante as receitas específicas para cada tipo de medicamento, conforme apresentado na imagem 2, da introdução, e conforme o atendimento são liberadas as dosagens, conforme preconizado na legislação para cada tipo de medicamento. Durante o atendimento, são verificados os dados do prescritor, o nome e a dosagem da medicação, a quantidade de medicação a ser dispensada conforme descrição na receita, se atende o máximo permitido pela portaria 344/98, e ao se dispensar, o farmacêutico preenche os dados do paciente na receita, como endereço, telefone, CPF/RG, assinatura do comprador e se registra nas duas receitas a quantidade de medicação a ser dispensada, o lote da medicação, a data de validade descrita na embalagem, carimbo e assinatura do farmacêutico responsável e a retenção da 1ª via do paciente e lhe é devolvida adjunto da medicação a 2ª via para o paciente, durante a dispensação lhe é orientado sobre o modo de uso e sobre o armazenamento, após o atendimento o farmacêutico recolhe a receita e faz o processo de entrada no sistema para a escrituração da receita para posterior, se necessário, controle dos fiscais de farmácia e vigilantes de saúde. Conforme descrito na tabela 3 abaixo, se encontram as principais leis, resoluções, normas e decretos vigentes essenciais para o exercício em drogarias. Tabela 3. Representação esquemática das principais legislações vigentes. Legislação. Área de Aplicação Objetivo Lei 13.021/2014 Farmácias e drogarias. Estabelecimento de saúde. Lei 9.787/1999 Dispensação de medicamentos. Substituição de genéricos. Lei 9.294/1996 Publicidade de medicamentos. Propaganda controlada. RDC 44/2009 Boas práticas. Atendimento e dispensação. RDC 67/2007 Farmácias de manipulação. Boas práticas de manipulação. RDC 20/2011 Medicamentos controlados. Controle de psicoativos e anabolizantes RDC 197/2017 Serviços de vacinação. Vacinação em farmácias Portaria 344/1998 Medicamentos de controle especial. Controle de substâncias restritas. CFF 596/2014 Profissionais farmacêuticos. Código de ética. Lei 11.903/2009 Indústria e comércio de medicamentos. Rastreamento e controle de medicamentos. RDC 44/2010 Serviços clínicos em farmácias. Serviços de atenção farmacêutica. Legislação Estadual Farmácias (varia por estado) Normas locais e regionais Fonte: Autor. 3.3.2. Aplicação do SNGPC no campo de estágio. Atualmente, a aplicabilidade do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) no campo de estágio não foi observada devido à ausência da cobrança do sistema pelos órgãos reguladores. 3.3.3. Dispensação de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs). Os medicamentos isentos de prescrição médica são organizados e distribuídos nos balcões de atendimento para evitar a ausência de orientação farmacêutica, a superdosagem ou problemas que podem ser solucionados com outros medicamentos, ou usos incorretos. Ao se dispensar o medicamento ocorre a orientação quanto à dosagem correta, o tempo de uso, os males que a medicação pode causar no seu uso prolongado e, se os sintomas não melhorarem, ocorre a orientação para que se procure a ajuda médica especializada para o tratamento correto e o consultório farmacêutico, por meio da consulta do farmacêutico, pode direcionar para um uso mais correto e melhor do medicamento conforme suas respostas ao questionamento durante a consulta farmacêutica de forma padronizada. 3.4 GESTÃO FARMACÊUTICA 3.4.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) A RDC 222/2018 busca regulamentar e avaliar a aplicabilidade das boas práticas no Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), para que se tenha um manejo correto de resíduos em todas as etapas desde a geração até a disposição final, desta forma garantindo que todos os resíduos gerados durante o processo de utilização sejam e recebam um descarte final correto, promovendo e garantindo a proteção da saúde pública e do meio ambiente. As classificações de resíduos observadas durante o estágio em drogaria foram as do Grupo B, D e E. O estabelecimento não possui POP específico para o manejo e descarte, apenas segue a legislação vigente, por meio da RDC 222/2018. Ao chegar no estabelecimento, as medicações chegam em caixas de papelão, as quais são direcionadas para o depósito de materiais, adjunto de plásticos e papéis reciclados. A cidade de Rialma-Go possui um sistema de coleta seletiva, onde os moradores locais, em parceria coma prefeitura, recolhem os materiais recicláveis como caixas de papelão, plásticos e materiais recicláveis, são levados para depósitos onde são armazenados e distribuídos para a reutilização ou para o processo de combustão do material irregular. Os materiais perfurocortantes são acondicionados em caixas denominadas de Descartex identificadas de coloração amarela, onde, ao se chegar a um certo nível, veda-se e a fecha, e é entregue para uma empresa terceirizada, especializada, licenciada e regularizada frente aos órgãos reguladores, no descarte correto, que é a cremação do material perfurocortante e contaminado. Os líquidos oriundos de sangue, produtos de limpeza, químicos e medicamentos vencidos, líquidos ou utilizados, são descartados em bombonas identificadas em classificação de químicos e de coloração azul, são vasilhas de plástico específicas para o descarte de material líquido, onde, por meio de uma coleta mensal de uma empresa terceirizada regularizada e licenciada, ocorre o processo final de eliminação por meio da combustão. Todos os materiais citados, como perfurocortantes, líquidos, medicamentos vencidos (com exceção dos controlados), papelões e produtos reciclados, são armazenados no depósito final, ambiente com iluminação apropriada e circulação de ar. 3.4.2 Processo de Regularização Sanitária (Alvará sanitário e Autorização de Funcionamento – AFE) O processo de regularização sanitária da farmácia envolve uma série de etapas importantes e essenciais para garantir que o estabelecimento de saúde atenda às normas vigentes de saúde pública, sendo obrigatório que todos os requisitos outorgados pelas esferas federais como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pela estatal, no caso do Goiás, a SUVISA, pelas municipais como as Vigilâncias sanitárias do município de Rialma sejam obedecidos e apresentem conforme as exigências para o seu funcionamento e regulação. Para a obtenção da Autorização de Funcionamento (AFE), de acordo com a cartilha do CRF-Go 2023, o primeiro passo é que a empresa obtenha junto ao CRF o registro de sua empresa no estado em que irá funcionar e nomeie um responsável técnico com formação em farmácia com o CRF do seu estado ativo e inscrito no conselho local. O segundo passo é a obtenção do alvará de funcionamento municipal, devendo pedir na prefeitura local, no caso no órgão responsável, sendo a Secretária de Urbanismo ou Desenvolvimento Urbano do município, onde deverá apresentar os seguintes documentos: CNPJ da empresa, comprovante de endereço local, documentos pessoais dos sócios, planta ou croqui do imóvel. O terceiro passo é a solicitação do alvará sanitário municipal ou estadual, onde os proprietários devem apresentar os seguintes documentos: cópia do CNPJ, contrato social ou requerimento de empresário, comprovante de inscrição no CRF local tanto do estabelecimento como do farmacêutico responsável, declaração de RT (Responsabilidade Técnica), AR (Anotação de Responsabilidade Técnica) do responsável pela obra quando aplicável, layout da farmácia, comprovante de pagamento da taxa de inspeção sanitária. Após aprovada e visto que o estabelecimento cumpria as normas sanitárias, a vistoria realizada pela vigilância sanitária tem validade de 1 ano e é obrigatório ser renovada todos os anos, de forma periódica. O quarto passo é a autorização de Funcionamento de Empresa (AFE), onde a Anvisa, de forma obrigatória para farmácias e drogarias, necessita abrir diante do órgão para que se tenha uma autorização de funcionamento para a prática de comercialização de medicamentos e prestação de serviços como a aplicação de vacinas, dentre outros. Os documentos necessários para este processo são: formulário de petição específico da Anvisa, cópia do CNPJ da empresa, contrato social, alvará sanitário (obrigatório), registro no CRF local da empresa e comprovante do pagamento da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária (TFVS). Todo o processo é realizado via sistema Datavisa, e a AFE deve ser renovada periodicamente. O quinto passo é a obtenção da licença de funcionamento, concedida pela prefeitura local, após a fiscalização sanitária aprovada. O sexto passo é a obtenção da Autorização Especial (AE), pois para se comercializar medicamentos controlados os estabelecimentos necessitam desta autorização especial junto à Anvisa, sendo necessário apresentar cópia da AFE, alvará sanitário, relação inicial de medicamentos sujeitos a controle especial. O sétimo passo garante a regularização dos serviços extras oferecidos pelas farmácias e drogarias, como aplicação de vacinas (RDC 197/2017), sendo necessária a descrição e aprovação sanitária para o desenvolvimento de tais atividades extras, além de planos de capacitação do quadro de funcionários e do farmacêutico responsável, além de equipamentos e infraestrutura adequada e planos de gerenciamento de resíduos conforme RDC 222/2018. Após passar e submeter todos os processos, estes estabelecimentos de saúde passaram por fiscalizações periódicas para a observância dos documentos e pedidos aprovados para que se cumpra com as normas sanitárias. Se o estabelecimento não estiver em conformidade com a legislação técnica vigente, poderá resultar em multas, suspensão e até o cancelamento das autorizações de funcionamento. 3.4.3 Manual de Boas Práticas Farmacêuticas – RDC 44/2009 Para garantir a observância do Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, RDC 44/2009, e ao avaliar como essas diretrizes são aplicadas no campo de estágio, foi verificada a ausência de POP´s para a descrição dos serviços e processos realizados no estabelecimento. Foi verificado que durante o atendimento ao público em conformidade com a RDC 44/2009, foi visto a orientação farmacêutica adequada e específica para cada tipo de paciente que adentrou a farmácia, foi verificada a presença em sua totalidade durante o funcionamento do estabelecimento do farmacêutico RT, as dispensações das medicações ocorreram de forma correta, com base nas receitas médicas e orientações claras dos pacientes, em casos de dúvidas foi realizado o contato telefônico com o prescritor responsável, os medicamentos controlados seguiram as normas da portaria 344/98, e os medicamento antimicrobianos foram dispensados conforme o descrito na RDC 471/2021, e com a retenção das receitas as quais foram armazenadas e submetidas ao controle interno pelo farmacêutico RT. Durante as consultas farmacêuticas, os especialistas em farmácia clínica realizavam a aferição de pressão arterial, medição de glicemia capilar e aplicação de injetáveis conforme prescrição médica ou MIP´s injetáveis conforme consulta farmacêutica. Foi observado que todos os medicamentos seguirão boas práticas de armazenamento, como controle de umidade, temperatura e segurança. Os produtos correlatos, como perfumes, cosméticos e alimentos relacionados à saúde, são expostos de forma livre para os clientes. A drogaria não realiza a venda de produtos ou itens que não sejam dedicados à saúde e cuidado, como comidas de supermercados,em conformidade com a RDC 44/2009. A farmácia não realiza a propaganda ou divulgação de seus produtos. O controle dos resíduos gerados é descrito no Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), mas foi observado a ausência do POP específico para este plano, apenas é seguido conforme descrito na RDC 222/2018. 3.4.4 Procedimentos Operacionais Padrão (POP`s) Não existem Procedimentos Operacionais Padrão (POP 's) da farmácia. Diante disso, são usadas apenas as legislações e os hábitos diários para a manutenção da qualidade dos serviços prestados. 3.4.5 Responsabilidade Técnica e Certidão de Regularidade do Conselho Regional em Farmácia. O responsável técnico (RT) na farmácia tem o papel fundamental para o bom funcionamento da drogaria, pois ele é o profissional que irá garantir a legalidade e a qualidade técnica na prestação de serviços durante todo o processo de atuação do estabelecimento, desta forma ele assegura que haja segurança dos produtos e serviços prestados para a populaçãolocal. Sua principal responsabilidade é fazer com que o estabelecimento cumpra com as regulamentações sanitárias e promover a saúde pública para os pacientes, sendo sempre norteado pela ética profissional, respaldada e promovida pelo CRF local e CFF, e pela responsabilidade profissional. As principais responsabilidades e atribuições do farmacêutico RT são a de garantir a assistência farmacêutica de forma integral durante todo o período de funcionamento, o controle de medicamentos e produtos, com controle mais rigoroso para os antimicrobianos e medicamentos controlados, além de verificar que as condições de armazenamento, validade e lote estejam em concordância com as normas estabelecidas pela Anvisa e boas práticas de armazenamento, conforme RDC 44/2009. O RT deve garantir que todas as dispensações sejam realizadas de maneira correta e de forma clara, seguindo as prescrições e normas regulamentadoras, além de preencher, registrar e guardar os receituários de medicamentos controlados. Garantir a implementação de boas práticas de farmácia e assegurar que todas estão sendo cumpridas e colocadas em prática, assegurando que o local seja limpo e obedeça à RDC 44/2009. O RT deve aplicar a RDC 222/2018 e garantir que haja um plano de gerenciamento de resíduos, assim como manter os cumprimentos das normas legais e os alvarás de funcionamento e sanitários sempre regularizados e renovados e o atendimento à vigilância sanitária, como representante legal da empresa. A capacitação e supervisão da equipe para que sejam cumpridas as boas práticas e estejam condizentes com as normas vigentes. E por fim, o mais importante, deve seguir as responsabilidades éticas e profissionais, conforme o código de ética farmacêutica, sendo sua responsabilidade denunciar irregularidades ou atos antiéticos que comprometam a integridade dos serviços prestados pelo estabelecimento de saúde. A certidão de Regularidade do CRF é um documento emitido pelo CRF local e ele é responsável por atestar que o estabelecimento está em conformidade com as exigências legais e regulamentações impostas pela legislação farmacêutica, Desta forma, garante que as drogarias e farmácias estejam aptas para funcionar e possuam um farmacêutico habilitado RT supervisionando os serviços prestados pelo comércio. Então, a certidão de regularidade comprova a legalidade do estabelecimento frente ao CRF, a fiscalização pela entidade CRF e a garantia do registro do profissional RT do estabelecimento. O processo para a obtenção da certidão de regularidade necessita do registro da farmácia no CRF, nomeação do RT, e após esse processo, se aprovado, o CRF emite a certidão e o documento deve ser mantido em local visível, para as posteriores fiscalizações. A certidão tem validade de 1 ano, após a data de sua emissão, a renovação deverá ser realizada junto ao CRF antes do seu vencimento. Os documentos são os mesmos e devem ser anexados no processo os pagamentos das anuidades do CRF, além de declaração de responsabilidade técnica. Para que se garanta a conformidade com as exigências junto ao CRF, A farmácia deve manter a regularidade dos pagamentos de anuidades, atualização constante do cadastro, cumprimento das normas sanitárias e éticas conforme RDC 44/2009, a presença integral do RT farmacêutico, além de permitir inspeções regulares da vigilância sanitária e do CRF. 3.5 ATENÇÃO FARMACÊUTICA Durante o presente estágio, foi verificado que o estabelecimento drogaria Sr. do Bonfim possui uma farmacêutica especializada em Farmácia Clínica e que esta realizava consultas farmacêuticas com base em protocolos e diretrizes para o atendimento farmacêutico. Durante o acompanhamento da consulta, foi verificado que o paciente M.V.S, de 74 anos, sexo masculino, fazia uso de polifármacia e vinha apresentando variações na pressão arterial. Durante a consulta, sua pressão estava a 116x70 mmHg. Foi lhe questionado o horário e como o paciente utilizava os medicamentos para o controle da pressão arterial. Foi informado que tomava o captopril após o café da manhã e que se alimentava com o que sobrava da janta do outro dia, por trabalhar e residir na roça. Ao final do atendimento, foi orientado que o paciente tomasse as medicações ao acordar em jejum e que esperasse cerca de 30 minutos após a ingestão medicamentosa para realizar a sua refeição do café da manhã. Foi explicado ao paciente também que o captopril é um anti-hipertensivo que possui sua absorção diminuída de forma considerável se for administrado junto às refeições, principalmente de grandes refeições. E foi orientado que, se o problema persistir, deve marcar consulta com médico cardiologista para a apuração dos problemas e mudanças de dose ou tratamento. 4. CONCLUSÃO O estágio realizado na drogaria foi uma experiência enriquecedora e fundamental para o meu desenvolvimento profissional na área de farmácia. Durante esse período, tive a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso, ampliando a minha compreensão sobre a rotina de uma drogaria e o papel crucial do farmacêutico na promoção da saúde da população. Entre os aspectos mais relevantes da experiência, destaco o aprendizado sobre a dispensação correta de medicamentos, a atenção às normas de segurança e legislação vigente, como as RDC 44/2009, RDC 471/2021 e portaria 344/98, e a importância de prestar um atendimento humanizado e qualificado aos clientes. Além disso, pude observar na prática o impacto positivo de uma boa gestão de estoque e controle de medicamentos, bem como a necessidade constante de atualização quanto às novas formulações e regulamentações no setor. O contato direto com o público também foi um aspecto fundamental do estágio, permitindo o desenvolvimento de habilidades de comunicação e empatia, essenciais para a prática farmacêutica. Enfrentei desafios que me incentivaram a buscar soluções rápidas e eficazes, sempre com foco no bem-estar do paciente. Por fim, acredito que o estágio contribuiu significativamente para o meu crescimento pessoal e profissional, oferecendo-me uma visão ampla e prática do funcionamento de uma drogaria. Estou convicto de que essa experiência será de grande valor para minha futura atuação no mercado de trabalho, consolidando ainda mais minha vocação e paixão pela área da farmácia. 5.REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 12 maio 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/portaria/344.htm. Acesso em: 11 ago. 2024. BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF n° 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 25 set. 2013. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em: 11 ago. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre boas práticas farmacêuticas. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 18 ago. 2009. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/rdc44_2009. Acesso em: 11 ago. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 58, de 10 de outubro de 2014. Dispõe sobre a definição de produtos de degradação. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 13 out. 2014. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/rdc58_2014. Acesso em: 20 ago. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 53, de 30 de agosto de 2007. Regulamenta os produtos de degradação para medicamentos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 3 set. 2007. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/rdc53_2007. Acesso em: 20 ago. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 471, de 23 de fevereiro de 2021. Dispõe sobre as medidas sanitárias para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 24 fev. 2021. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/rdc471_2021. Acesso em: 11 ago. 2024. COSTA, A. A eficácia da intercambialidade entre medicamentos genéricos e de referência. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfar/a/example. Acesso em: 11 out. 2024. SILVA, J. ; OLIVEIRA, P. Uso racional de medicamentos no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/example. Acesso em: 11 out. 2024. SMITH, John; DOE, Jane. Improving health-system pharmacy services. American Journal of Health-System Pharmacy, Bethesda, v. 73, n. 1, p. 100-110, jan. 2016. VIEIRA, V. A evolução do perfil do farmacêutico no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbfar/a/example. Acesso em: 11 out. 2024. WHO. The Global Strategy for Containment of Antimicrobial Resistance. Geneva: World Health Organization, 2014. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/antimicrobial-resistance-global-report-on-surveillance. Acesso em: 11 out. 2024. 6. ANEXOS image1.png image2.png