Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
TIAGO FONSECA CARDOSO 
 
 
 
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM 
ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 
NO PERÍODO DE 2012-2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
2017 
 
 
 
 
TIAGO FONSECA CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICADOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM 
ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 
NO PERÍODO DE 2012-2015. 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Administração da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
Orientador: Dr
a 
Pâmela de Medeiros Brandão 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação da Publicação na Fonte. 
 UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cardoso, Tiago Fonseca. 
 Análise bibliométrica dos trabalhos de conclusão de curso em 
administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período 
de 2012-2015./ Tiago Fonseca Cardoso. - Natal, 2017. 
 42f.: il. 
 
 Orientador: Prof. Dr. Pamela de Medeiros Brandão. 
 
 Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento 
de Ciências Administrativas. 
 
 1. Produção Científica - Curso em administração – Monografia. 2. 
Trabalhos de Conclusão de Curso – Monografia. 3. Análise Bibliométrica - 
Monografia. I. Brandão, Pamela de Medeiros. II. Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. III. Título. 
 
RN/BS/CCSA CDU 378 
 
 
 
 
TIAGO FONSECA CARDOSO 
 
 
 
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICADOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM 
ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 
NO PERÍODO DE 2012-2015. 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Administração da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
 
 
Aprovada em: 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 ______________________________________________________________ 
Dra. Pâmela de Medeiros Brandão –Presidente 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 
 
 ______________________________________________________________ 
Bruno Luan Dantas Cardoso – Membro Interno 
Instituto Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 
 
 
_______________________________________________________________ 
Abdon Silva Ribeiro da Cunha– Membro Externo 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) 
 
 
 
 
Natal - RN 
2017 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço aos professores Luan Dantas Cardoso e Abdon Silva Ribeiro da Cunha por 
terem aceitado fazer parte da banca em um prazo muito apertado. 
Agradeço aos meus pais Stevenson e Hilda pela enorme paciência em esperar a 
conclusão desse curso e por coisas muito mais importantes que isso. 
E acima de tudo, agradeço a minha orientadora Pâmela e a minha irmã Monique que 
fizeram tudo que podiam e mais um pouco para me ajudar a terminar esse trabalho. Sem elas 
certamente eu não teria conseguido. Muito Obrigado! 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Essa monografia teve como objetivo geral analisar a produção de Trabalhos de Conclusão de 
Curso em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período de 
2012-2015. Para tanto, desenvolveu os seguintes objetivos específicos: mapear a produção de 
Trabalhos de Conclusão de Curso em Administração, por ano investigado; identificar as 
principais áreas, subáreas e assuntos abordados nos trabalhos mapeados; classificar os 
trabalhos de conclusão de curso por tipo e a natureza; e verificar a incidência dos professores 
orientadores dos trabalhos. Quanto à sua metodologia, foi realizada uma pesquisa descritiva 
com abordagem quantitativa, que realiza uma análise bibliométrica longitudinal nos trabalhos 
do curso de Bacharelado em Administração disponíveis na Biblioteca Digital de Monografias 
da UFRN. A partir dos dados coletados, avaliou-se que a produção de trabalhos de conclusão 
do curso de administração concentrou-se, nos anos investigados na área de administração 
empresarial, com poucos trabalhos desenvolvidos sobre administração pública ou gestão 
social. Em relação aos assuntos mais pesquisados, houve certa diversificação. Porém, houve 
notória predominância de temas ligados às subáreas de marketing e recursos humanos. 
Identificou-se a concentração das orientações realizadas em poucos professores, em geral, não 
vinculados à pós-graduação. Do mesmo modo, evidenciou-se uma predominância em 
trabalhos empíricos e de teor mais acadêmico, na modalidade de monografias. Os resultados 
apontam para a necessidade de diversificar os assuntos escolhidos, assim como de fortalecer o 
vínculo entre a pesquisa na graduação e pós-graduação. Dessa forma, pode-se consolidar a 
formação de pesquisadores na área de Administração a partir do nível da graduação. 
 
 
Palavras-chaves: Produção Científica; Administração; Trabalhos de Conclusão de Curso 
(TCC); Análise Bibliométrica. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................ 5 
 
2 O CAMPO DA ADMINISTRAÇÃO E A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL . 12 
2.1 O QUE É ADMINISTRAÇÃO? ........................................................................................ 12 
2.2 A PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO ......................... 19 
 
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 27 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 37 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39 
 
5 
 
 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 
As ciências administrativas, enquanto campo de conhecimento, no Brasil, expandiram-
se a partir da intensificação da complexidade organizacional e do crescimento da pós-
graduação. As mudanças na maneira de atuação das organizações, seja do setor público ou 
privado, geraram novas demandas sociais que trouxeram uma necessidade de remodelar as 
instituições de ensino para se adaptarem a uma forma de educação continuada. Essa adaptação 
se fez necessária para formar administradores mais maleáveis, capazes de lidar com o 
dinamismo das novas organizações, assim como de responderem aos desafios impostos pelas 
constantes mudanças e inovações em suas atividades. Tais mudanças, segundo Bertero (2006, 
p. 68) impulsionaram a busca pela atualização de “conhecimentos, técnicas e instrumentos 
necessários ao exercício da profissão de administrador”. 
A busca por essas soluções estimulou as universidades, por meio de seus 
pesquisadores, a produzirem conhecimentos científicos que permitissem compreender as 
realidades organizacionais, e a partir dessa compreensão buscassem a adoção de medidas que 
ampliassem a eficiência e a eficácia das organizações. Nesse direcionamento, Bertero (2006) 
destaca que a partir da década de 1980 as escolas de administração no Brasil, seguindo os 
moldes das escolas de administração norte-americanas e européias, implementaram uma 
educação executiva. Essa nova abordagem formativa pode ser caracterizada pelo 
desenvolvimento de atividades estreitamente vinculadas às demandas do mercado, por meio 
de cursos generalistas nas diversas áreas funcionais da Administração (operações, vendas, 
finanças, marketing dentre outras). 
Posteriormenteao modelo de educação executiva, as universidades investiram na 
criação de novos cursos, voltados à disseminação de práticas gerenciais, como os Master of 
Business Administration (MBA‟s) e Universidades Coorporativas. Manteve-se, com isso, o 
caráter generalista da formação do administrador, assim como o desenvolvendo pesquisas 
direcionadas à melhoria dos negócios empresariais (BERTERO, 2006). 
Com a associação entre o ensino e a pesquisa, as escolas e faculdades de 
administração brasileiras incluíram em sua atuação a realização de atividades de pesquisa e 
trabalhos publicados. Todavia, conforme afirma Bertero (2006, p.96), “o aumento da 
6 
 
 
 
importância e a intensificação das atividades de pesquisa em administração no país só 
ocorreram quando se institucionalizou a pós-graduação stricto sensu”. Com a eclosão de 
cursos de mestrado e doutorado, os estudos em administração tornaram-se mais críticos, e as 
pesquisas cientificas dessa área passaram a incorporar uma diversidade de temáticas que 
envolvia não apenas as empresas e suas técnicas e instrumentos, mas também uma reflexão 
mais aprofundada, voltada para a construção de conhecimento científico. 
Dessa forma, foi apenas no final da década de 1990 que a pesquisa em administração 
se intensificou, com o fortalecimento das linhas de pesquisa, e redirecionamento dos 
programas de pós-graduação. Essas mudanças foram estimuladas por alterações nos critérios 
avaliativos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a 
qual incluiu como critério para avaliação de qualidade dos programas a mensuração das 
publicações científicas de docentes e discentes em periódicos creditados. Além desses fatores, 
o crescimento das publicações científicas em administração é explicado por Bertero (2006) 
pelo fortalecimento da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração (ANPAD) 
e seus encontros científicos. Da mesma forma, esse incremento também foi influenciado pelo 
aumento do apoio financeiro às pesquisas em Administração por parte de entes públicos e 
privados. 
Em termos de conteúdo das pesquisas em administração, estudos vêm sendo realizados 
para avaliar essa produção (BERTERO; KEINERT, 1994; BERTERO; CALDAS; WOOD, 
1999; MACHADO-DA-SILVA et al, 2008; BERTERO et al, 2013). Entretanto, no geral essa 
avaliação tem sido efetuada, tomando-se como referência a produção no âmbito da pós-
graduação, omitindo-se em relação à produção acadêmica em nível de graduação. 
Considerando-se o expressivo número de cursos de graduação no país e suas respectivas 
produções, negligenciar essa produção científica pode acarretar a perda da dimensão 
formativa que dá sentido à universidade. 
Em reconhecimento a essa dimensão formativa, tem-se se buscado estimular a 
produção cientifica de estudantes de graduação, por meio de programas como o Programa de 
Educação Tutorial (PET) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica 
(PIBIC). No entanto, a participação de estudantes do curso de administração, como nos 
demais cursos, nesses programas, ocorre via edital para concessão de bolsas com vagas 
limitadas, o que não permite uma maior participação dos estudantes. Dessa forma, os 
7 
 
 
 
estudantes que não participam desses programas restringem sua iniciação científica apenas à 
elaboração dos seus trabalhos de final de curso, especialmente na modalidade de monografias, 
que por vezes, não apresentam níveis de qualidade satisfatórios. 
No Brasil, conforme o Conselho Federal de Administração (CFA), com base no Censo 
de Educação Superior realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira (INEP), existem 2.657 cursos de graduação em Administração em instituições 
de ensino pública e particular em funcionamento (CFA, 2017), sendo 2.485 na modalidade 
presencial, e 172 na modalidade à distância. Há 376 cursos de especialização sendo realizados 
em instituições de ensino no país. Existem ainda 233 cursos em nível de pós-graduação strictu 
sensu em Administração recomendados e reconhecidos pela Capes (2017), sendo 101 
mestrados acadêmicos, 61 doutorados e 71 mestrados profissionais. Em 2015, existiam nos 
Cursos de Bacharelado em Administração, de acordo com o Censo da Educação Superior, 
6.526.293 alunos matriculados, conforme mostra a Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Cursos de Bacharelado em Administração 2015 
 
 CURSOS MATRÍCULAS 
Quantidade % 
Bacharelado em Administração Brasil 793.564 12% 
Cursos Superiores de Tecnologias em Administração Brasil 512.007 8% 
Bacharelado e CST em Áreas Diversas Brasil 5.220.722 80% 
Total 6.526.293 100% 
 
Fonte: Censo da Educação Superior – INEP/MEC, 2015. Dados compilados pelo CFA. 
 
 
Ainda de acordo com o Censo da Educação Superior feito pelo INEP em 2015, os 
Cursos de Bacharelado em Administração tinham naquele ano um total de 793.564 
matriculados. Esse número representa 12% do total de alunos matriculados em Instituições de 
Educação Superior no país. Já os Cursos Superiores de Tecnologia em determinada área da 
Administração apresentaram um crescimento de 137,12% entre os anos de 2007 e 2014, o que 
denota uma crescente demanda pelos cursos de formação mais acelerada e voltada para uma 
área específica. 
Esse aumento na quantidade de cursos resulta no crescimento de publicações de 
trabalhos na área de Administração, visto que a realização de pesquisas científicas se tornou 
critério de avaliação da qualidade desses cursos, quer seja em nível de graduação ou pós-
8 
 
 
 
graduação. Em nível de pós-graduação, por exemplo, o Banco de Dissertações e Teses da 
Capes (2017) registra para área de conhecimento em Administração 34.718trabalhos, 
publicados entre 1987 a 2016. 
Dentro desse cenário, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem se 
destacado nos últimos anos. Segundo, o Índice Geral de Cursos (IGC), indicador utilizado 
pelo MEC para avaliar a qualidade dos cursos das instituições de ensino superior, a UFRN 
figura entre as melhores universidades do Nordeste (INEP, 2015).Atualmente, a UFRN possui 
84 cursos em graduação presencial, 9 cursos de graduação a distância, além de 86 cursos de 
pós-graduação. Há cerca de 37.000 estudantes distribuídos por esses cursos, e mais de 3.000 
servidores técnico-administrativos e por volta de 2.000 professores efetivos, substitutos e 
visitantes (UFRN, 2017). 
Na UFRN, o curso Administração existe tanto em nível de graduação quanto de pós-
graduação. O curso de graduação em Administração no Campus Natal, por sua vez, foi criado 
inicialmente como um curso técnico de administração de empresas em 1960, conforme 
Decreto-Lei nº 1.201 de 19 de junho de 1960 que autorizava o seu funcionamento, tendo sido 
reconhecido pelo MEC dezessete anos depois, pelo Decreto Federal nº 80.352 de 16 de 
setembro de 1977. Em 1981, o curso passou a ser Bacharelado em Ciências Administrativas, 
após uma reestruturação do Curso (UFRN, 2010). Desde então vem passando por várias 
outras reestruturações em sua matriz curricular. Já o Programa de Pós-Graduação em 
Administração – PPGA/UFRN foi criado em 1978, e desde então desenvolve atividades em 
nível de pós-graduação stricto e lato sensu (UFRN, 2017). 
Durante seu funcionamento, o curso de administração do Campus Natal foi 
responsável pela formação de um número considerável de profissionais. Considerando que a 
construção de TCCs possui caráter de obrigatoriedade no curso, supõe-se que esses números 
de alunos formados sejam proporcionais ao número de TCCs produzidos. 
Em 2017, o Curso de Administração, Campus Natal, recebeu o conceito 5, conceito 
máximo reconhecido pelo MEC (MEC, 2017).O curso oferece anualmente 200 vagas, sendo 
duas entradas anuais para os turnos matutino e noturno. Atualmente, possui 784 estudantes 
ativos (UFRN, 2017). 
9 
 
 
 
No entanto, ainda pouco se sabe sobre o que se tem produzido. Nesse sentido, esse 
estudoparte da seguinte pergunta: O que se tem produzido nos Trabalhos de Conclusão de 
Curso em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte? 
Diante desse problema de pesquisa, esse estudo objetiva analisar a produção de 
Trabalhos de Conclusão de Curso em Administração da Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte, no período de 2012-2015. Para tanto, desenvolveu os seguintes objetivos 
específicos: 
 
a) Analisar a produção de Trabalhos de Conclusão de Curso em Administração, 
por ano investigado; 
b) Identificar as principais áreas, subáreas e assuntos abordados nos trabalhos 
mapeados; 
c) Classificar os trabalhos de conclusão de curso por tipo e a natureza; e 
d) Verificar a incidência dos professores orientadores dos trabalhos 
 
 Esses objetivos se justificam pelas suas contribuições teóricas e práticas. 
Teoricamente, estudos que avaliam a produção científica em administração concentram-se 
esforços nas produções resultantes de pesquisa em nível de pós-graduação, em dissertações e 
teses, e mais especificamente em artigos publicados em periódicos qualificados pela Capes. 
De modo que a produção acadêmica em nível de graduação tem sido pouco explorada. Assim, 
ao propor avaliar a produção de um curso de administração, esse estudo vem ampliar a 
reflexão sobre a pesquisa e o ensino em nível de graduação. 
Nesse sentido, do ponto de vista prático, esse estudo torna-se relevante por trazer 
dados e informações que poderão servir de base para reflexão dos docentes e discentes do 
curso em análise. Ao analisar os trabalhos de conclusão de curso de graduação em 
Administração, identificando as áreas mais pesquisadas, assuntos, tipos de trabalho realizados 
e orientadores, essa monografia apresenta perspectivas de contribuir para o aperfeiçoamento 
10 
 
 
 
do processo e desenvolvimento dos TCC‟s. O interesse por essa temática surgiu exatamente 
pela necessidade de, enquanto aluno do curso de administração, conhecer e compreender um 
pouco mais sobre o que temos pesquisado, e assim refletir sobre o campo de atuação do 
profissional de administração. 
Nesse direcionamento, essa pesquisa se caracterizou, quanto aos seus objetivos, como 
descritiva, já que se buscou realizar a descrição da produção acadêmica dos alunos do Curso 
de Administração, medindo-se e estabelecendo-se relações entre as variáveis de número de 
trabalhos publicados na biblioteca digital;porcentagem dos trabalhos por principais áreas, 
subáreas e assuntos; incidência dos professores orientadores; e classificação dos trabalhos de 
conclusão de curso por tipo e a natureza. Analisa, assim, a produção acadêmica em TCCs do 
Curso de Administração a partir dessas características explicitadas. 
Quanto à forma de abordagem, a pesquisa foi quantitativa. Conforme afirma 
Richardson (1985), nessa forma de abordagem emprega-se, tanto na coleta de dados, quanto 
na análise das informações, técnicas que buscam medir, mensurar, ou quantificar os dados. 
Como o objetivo do estudo foi analisar a produção de trabalhos de conclusão do curso de 
Administração na UFRN entre os anos de 2012 e 2015. Esse período foi escolhido com base 
nos TCCs disponíveis na biblioteca digital de monografias da UFRN para o curso de 
Administração no mês de Abril de 2017. Assim, foi realizado um estudo bibliométrico 
longitudinal. Segundo Macias-Chapula (1998), a pesquisa bibliométrica consiste em estudar 
questões quantitativas ligadas à produção acadêmica, buscando-se, mensurar e avaliar essa 
produção. 
Nesse sentido, analisaram-se os TCC‟s produzidos pelos concluintes do curso de 
Administração e publicados no repositório institucional da UFRN: a biblioteca digital de 
monografias. A amostra foi composta pelas 278 monografias publicadas entre os anos 2012 e 
2015. Ressalta-se que a escolha por esse repositório virtual, deveu-se por dois motivos. 
Primeiro, pela disponibilidade, organização e fácil acessibilidade; e segundo por considerar 
esse mecanismo como promissor para a difusão de conhecimento. As informações coletadas 
foram tabuladas e foi realizada sua análise através de estatística descritiva. Os dados foram 
digitados no aplicativo Excel 2013, ferramenta empregada para análise estatística e geração 
das tabelas e dos gráficos. Posteriormente, os dados foram interpretados à luz da literatura 
pertinente. 
11 
 
 
 
 Para melhor sistematizar os resultados dessa pesquisa, essa monografia se divide em 
quatro capítulos, sendo o primeiro composto por essas considerações iniciais. No segundo 
capítulo, discorre-se sobre “O campo de estudos e a produção científica brasileira em 
administração”. No terceiro capítulo são apresentados os resultados e discussão dos dados 
coletados. E, por fim, apresentam-se as considerações finais. 
12 
 
 
 
2 O CAMPO DA ADMINISTRAÇÃO E A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL 
 
Para se analisar a produção acadêmica do curso de graduação em Administração, faz-
se necessário falar sobre a definição de Administração, suas bases conceituais e científicas, 
assim como sobre as pesquisas sobre a produção acadêmica nacional na área. Esses temas 
serão tratados nos tópicos a seguir. 
 
2.1 O QUE É ADMINISTRAÇÃO? 
 
 
Etimologicamente, a palavra Administração vem do latim administratione, que 
aglutina os termos ad e minister. O significado de ad é “próximo”, “ao lado”, “em direção a”, 
“com tendência para”. Já minister significa “servir”, “subordinar”. A interpretação desse 
significado torna-se um tanto diferente na literatura (FRANÇA-FILHO, 2004; BATISTA-
DOS-SANTOS; 2013). Batista-dos-Santos (2013), avalia que administração estaria ligada à 
prestar serviço, direcionar. Por sua vez, França-Filho (2004), interpreta a junção dos termos 
como ligada ao ato de dominar, ou sujeitar. O termo em inglês manager é originário do latim 
manus que significa mão, manusear, manipular. Na Inglaterra, durante a Idade Média, era 
utilizado para se referir ao ato adestrar cavalos. 
Ao buscar definir a Administração, Raymundo (2006, p.9) fala sobre seu ecletismo, 
defendendo que “quase tudo é Administração”. Ou pelo menos, que todo trabalho coordenado 
entre pessoas e que envolva subordinação possui elementos de Administração. Uma outra 
questão recorrente ao se debater a epistemologia da Administração são as indagações sobre 
qual seria a sua natureza. Nesse sentido, quando se busca descrever o que seria 
Administração, freqüentemente encontram-se definições de Administração como arte, 
ideologia ou ciência (FRANCA FILHO, 2004). 
Considerar a Administração uma arte significa enxergá-la como um “dom” do 
indivíduo. Ou seja, assim como um pintor ou um escultor que expressa naturalmente sua arte 
13 
 
 
 
sem a necessidade de estudos específicos, o administrador também seria uma figura com 
talento inato para “a arte de administrar”. Nessa abordagem, a Administração é vista de 
maneira diferente de outras áreas do conhecimento, como Engenharia, Medicina ou Direito, 
nas quais a prática dos profissionais só é possível mediante a comprovação por uma 
instituição de ensino de que o indivíduo tem o conhecimento necessário para exercer sua 
função (FRANCA FILHO, 2004). 
Essa visão enfatiza as características inerentes ao sujeito que administra, em 
detrimento de habilidades aprendidas por meio de ensino formal. Casos de sucesso 
empresarial de indivíduos com pouco ou nenhum conhecimento formal contribuem para a 
perpetuação dessa forma de ver a Administração. Aprofundando-se nessa questão, Raymundo 
(2006) compara dois administradores com formações distintas, um com pós-doutorado em 
uma universidade de grande prestígio internacional, e outro que não tem se quer o ensino 
fundamental completo, sendo que ambos podem se tornar empresários de sucesso. A partir 
dessa questão, ele indaga sobre a dificuldade de avaliar a influência da educação formal sobre 
o sucesso na carreira de administrador. Essa ambivalência da Administraçãoa distingue de 
outros campos de estudo e torna complexo o seu entendimento. 
Já o conceito de administração como ideologia, pressupõe que seja preciso abandonar 
a idéia de organizações como sendo um local de cooperação entre pessoas, a fim de alcançar 
uma meta em comum, e passar a encará-las como um sistema de controle de pessoas, visando 
a defesa dos interesses dos patrões. Nesse caso, as organizações são vistas como um conjunto 
de indivíduos com interesses diferentes, e muitas vezes conflitantes, que vão usar ferramentas 
políticas para conseguirem seus objetivos. Caracteriza-se, assim, o conceito de luta de classes 
entre empregados e empregadores, ou capitalistas versus trabalhadores. (FRANÇA FILHO, 
2004). Nas palavras de França Filho (2004, p.35): “Enquanto ideologia, portanto, a 
administração viria assim representar um conjunto de normas, valores e idéias [sic] que 
justificam posições sociais desiguais. Ela, Administração, nestes termos, legitima o status quo 
dominante.”. 
 Por sua vez, o conceito de Administração como ciência surge a partir da revolução 
industrial, em virtude da necessidade melhorar a eficiência e minimizar as perdas no processo 
produtivo, para maximizar os lucros (MOTTA; VASCONCELOS, 2008).Ou, como denomina 
Ramos (2009), foi a partir desse “ambiente racionalizador” que se desenvolveu a ciência 
14 
 
 
 
administrativa, a qual buscava a simplificação, a divisão e a organização do processo de 
trabalho. Esse autor destaca ainda que foi nesse momento que os estudos de tempos e 
movimentos de Frederick Winslow Taylor(1990)ganharam grande importância, trazendo à 
Administração conceitos mais técnicos, através da padronização e divisão de tarefas. 
França Filho (2004) considera a organização como objeto da administração. 
Considerando-se que a organização é um construto social, sua atuação se altera, conforme vão 
ocorrendo mudanças na sociedade na qual está inserida. Assim, ao longo dos anos, a teoria 
administrativa foi agregando diferentes concepções, buscando fazer frente às mudanças 
ocorridas no mundo dos negócios e na sociedade. Esse conjunto de concepções são 
freqüentemente chamadas de “escolas do pensamento administrativo”. 
Inicialmente, buscava-se desenvolver e aplicar modelos mais prescritivos ao trabalho 
administrativo, voltados para ampliar a produtividade da organização. Posteriormente, surgem 
novas escolas de pensamento, incluindo-se elementos mais subjetivos, que ampliam a 
percepção sobre o papel da administração e de seu objeto. As principais escolas 
administrativas são a Administração Científica, Relações Humanas, Comportamentalismo, 
Estruturalismo, Sistêmica e Contingencialismo (MOTTA, 1995). 
Ramos (2009, p. 47) afirma que o desenvolvimento de técnicas para melhoria da 
produtividade decorre da propagação na sociedade de um “ambiente racionalizador”, de 
progresso científico e tecnológico, no qual a Revolução Industrial influencia e é influenciada. 
A Escola Clássica da Administração surgiu na mesma época da Revolução Industrial, 
buscando encontrar formas de melhorar a produtividade dos sistemas que se desenvolviam, 
principalmente através do estudo e racionalização do trabalho. Taylor (1990), um dos 
principais nomes dessa escola, desenvolveu o estudo dos tempos e movimentos, que visava 
encontrar maneiras de atingir a máxima produtividade possível, a partir da integração entre os 
trabalhadores e máquinas. 
 Outro conjunto de teorias também relevante para a Escola Clássica é o desenvolvido 
por Jules Henri Fayol.Engenheiro, assim como Taylor, Fayol desenvolveu teorias focadas na 
estrutura organizacional e no trabalho do administrador.Apesar da divisão do processo de 
trabalho e das atividades de execução e gerência serem princípios Tayloristas, é de Fayol a 
descrição das atividades do administrador e das funções administrativas. Ampliou-se, 
15 
 
 
 
portanto, a visão do trabalho do administrador, do chão de fábrica para a organização como 
um todo (LACOMBE, 2009). 
Na visão de Fayol não existia na época uma doutrina administrativa sólida que 
pudesse ser propagada amplamente. Assim, estabeleceram-se os princípios gerais para a 
Administração, visando a sistematização e propagação dessa área de conhecimento. Entre 
esses princípios podem ser citados a unidade de comando hierarquia, centralização entre 
outros. Fayol também definiu o que seriam os elementos básicos do trabalho do administrador 
as ações de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (MA, 2004). 
 Motta (1995) afirma que a visão de organização como um todo e estrutura 
organizacional de Fayol contribuiu para a propagação, especialmente no mundo ocidental, da 
forma burocrática de pensar sobre as organizações. A partir de leituras weberianas, as 
organizações que se desenvolviam em tamanho e complexidade, passaram a desenvolver 
sistemas normativos formais, a impessoalidade de cargos e funções, e na rigidez na estrutura 
de comando e controles. 
A partir da disseminação dos princípios da Escola Clássica de Administração, voltados 
para fatores controláveis e previsíveis, a aplicação desses conceitos na prática administrativa 
enfrentava dificuldades, então associadas ao comportamento das pessoas nas organizações. As 
condições de trabalho impostas pelo sistema taylorista-fordista geravam insatisfação e 
protestos por parte dos sindicatos. Ao mesmo tempo, pesquisas indicavam que o “fator 
humano” influenciava a produtividade, e que os pressupostos motivacionais definidos nas 
teorias clássicas eram demasiadamente simplificados (SOBRAL; PECI, 2013). 
Dessa forma, emergiu o Movimento das Relações Humanas. Seu principal expoente 
foi Elton Mayo. Esse autor participou de uma pesquisa realizada pelos professores da 
Universidade de Harvard na fábrica da Western Electric em Hawthorne, na qual buscava-se 
identificar a influência de elementos como os movimentos para a execução do trabalho, a 
fadiga e o ambiente físico na produtividade (MOTTA, 1995). A pesquisa não obteve êxito no 
sentido de provar a influência dessas variáveis, mas lançou luz para a importância de fatores 
informais, como os relacionamentos, na produtividade dos trabalhadores participantes do 
estudo. 
16 
 
 
 
 A Escola das Relações Humanas demonstrava que o desempenho dos trabalhadores 
não é afetado puramente pelos métodos criados pela Administração Cientifica, mas que 
fatores emocionais e comportamentais dos trabalhadores exerciam influência significativa 
sobre sua produtividade. Assim, as organizações deveriam ser analisadas como um sistema 
social, mudando a maneira como os empregadores lidavam com os trabalhadores (SOBRAL; 
PECI, 2013). 
 A Escola Comportamentalista pode ser vista como uma espécie de “evolução” da 
Escola das Relações humanas. Essa última teve o mérito de mostrar que os indivíduos não são 
motivados apenas por fatores econômicos, como pensavam os Teóricos Clássicos, mas 
manteve a idéia de que os indivíduos simplesmente agem de maneira passiva e padronizada 
aos estímulos que recebem. Já os comportamentalistas estudaram mais a fundo o 
comportamento e a motivação humana (MOTTA; VASCONCELOS, 2008). 
 Como o próprio nome já indica, há na Escola Comportamentalista ênfase no estudo do 
comportamento humano, a fim de descobrir as melhores formas de motivação para o trabalho. 
Nesse campo, Abraham Maslow destacou-se com sua teoria da motivação, a qual estabelecia 
uma hierarquia para as necessidades humanas, estando na base as necessidades fisiológicas, 
seguidas pelas necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e, por 
fim, no topo da pirâmide as necessidades de auto realização(MOTTA; VASCONCELOS, 
2008). 
 Já Frederick Herzberg, tentando explicar o comportamento das pessoas, afirmava que 
há dois fatores a serem levados em conta na análise do comportamento dos indivíduos: os 
fatores higiênicos e os fatores motivacionais. Os primeiros estãorelacionados ao ambiente ao 
redor do indivíduo, e não dependem diretamente dele (Salário, condições de trabalho, 
benefícios). Já o segundo fator está ligado a aspectos mais pessoais e que estão sobre o 
controle dos trabalhadores, tais como: motivação para exercer um determinado cargo, auto 
realização, reconhecimento profissional (MOTTA; VASCONCELOS, 2008). 
 Se Elton Mayo acreditava que a cooperação advinha de uma necessidade das pessoas 
em se unirem para desenvolver um papel social, Chester Barnard afirmava que a limitação dos 
indivíduos em alcançarem seus objetivos sozinhos é o que os motivava a cooperar com 
outros. Assim, a cooperação era considerada como um meio para alcançar a satisfação pessoal 
(MA, 2004). 
17 
 
 
 
 A abordagem Estruturalista da teoria das organizações propõe uma combinação das 
escolas Clássica e das Relações Humanas. No entanto, não se apresentam em uma relação de 
evolução com essas escolas, mas como ruptura. Em especial no que diz respeito às Relações 
Humanas, muitas obras estruturalistas apresentavam fortes críticas à forma de lidar com os 
conflitos sociais e o caráter prescritivo da Escola, acusando-a de apenas legitimar a 
manipulação dos empregados. Além disso, também emergem críticas a questões 
metodológicas associadas aos estudos das Relações Humanas (MOTTA, 1970). 
Os estruturalistas enxergam a organização como um sistema que interage 
constantemente com o ambiente. A partir da relevância dessas relações entre os elementos 
organizacionais, destacavam-se as relações entre a organização formal e informal. Nesse 
sentido, Motta (1970, p. 37), explicando o trabalho do estruturalista Etzioni, afirma: “pôde 
construir uma tipologia de organizações, na qual se combinam um aspecto estrutural, uma vez 
que se baseia nos tipos e na distribuição de poder, e um aspecto motivacional, uma vez que se 
baseiam nas diferentes formas de compromisso dos participantes com a organização.”. 
A Escola Sistêmica surge no contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, conflito 
que trouxe conseqüências diretas e indiretas para países em todos os continentes, 
evidenciando dessa forma que as nações eram parte de um todo, um sistema global, e decisões 
políticas e econômicas tomadas por apenas uma nação tem o poder de afetar o sistema inteiro. 
Parte do pressuposto de que existe uma interdependência e integração entre as partes. 
 Nessa época, havia intensificação da especialização em cada campo cientifico e isso 
acabou levando a um isolamento. Cientistas de várias áreas do conhecimento começaram a 
perceber a necessidade de colaboração entre diferentes os ramos da ciência e começaram a 
usar conceitos desenvolvidos em outros campos e analisar a realidade por diferentes pontos de 
vista. Um autor importante dessa escola foi Van Bertalanffy que trouxe o conceito de modelo 
de sistema aberto em seu livro “Teoria geral dos sistemas”. Essa obra exerceu significativo 
impacto sobre os estudos de diversos outros autores como o economista Kenneth Boulding e o 
cientista político David Easton (MOTTA; VASCONCELOS, 2008). 
Mais recentemente, a Escola da Contingência leva em conta as mudanças freqüentes 
ocorridas nas organizações no mundo atual, e a freqüente necessidade de adaptação das 
estruturas e processos organizacionais, assim como dos indivíduos nas organizações a esse 
cenário. Assim, considera o planejamento como circunstancial, e subordinado às necessidades 
18 
 
 
 
do ambiente e particularidades de cada organização. Dessa forma, em oposição ao 
Taylorismo, defende que não existe uma formula correta a ser seguida para gerir as 
organizações, mas que é necessário analisar na prática gerencial quais técnicas funcionam 
melhor no contexto em questão (MOTTA; VASCONCELOS, 2008). 
Assim, a velocidade na condução das mudanças e adaptabilidade passam a ser 
consideradas fundamentais para alcance de seus objetivos. Na análise contingencial o 
ambiente no qual a organização está inserida apresenta demandas que não podem ser 
simplesmente ignoradas, sendo os administradores forçados a lidar com elas para garantir a 
sobrevivência das organizações. Existe, assim, uma exigência de adaptação continua 
(MOTTA; VASCONCELOS, 2008). 
Porém, Ma (2004) avalia que,no geral, todas essas teorias administrativas, mesmo 
concebendo as atribuições da administração de forma distinta, mantêm seu caráter prescritivo. 
Ressalva, no entanto, que “A Teoria Comportamental representa um avanço no modo 
funcionalista de enxergar a Administração e contribui sistematicamente para a confusão em 
torno do seu objeto de estudo, quando sugere uma Teoria das Organizações.” 
Atualmente, com a evolução dos estudos em teoria das organizações,novas 
perspectivas teóricas passaram a ser utilizadas para analisar as organizações, tais como 
dependência de recursos, ecologia das populações, contingência estrutural, nova economia 
institucional e novo institucionalismo (SACOMANO NETO; TRUZZI, 2002). São justamente 
essas interações teóricas que tem se mostrado mais adequadas para compreender o fenômeno 
organizacional. Para Sacomano Neto e Truzzi (2002, p. 32): 
[...] essas perspectivas representam sinais importantes para o avanço e 
sistematização das análises organizacionais contemporâneas, uma vez que há 
uma crescente tentativa em construir pontes entre as perspectivas 
econômicas e sociológicas, estruturais e racionais, e entre teorias 
institucionais e ecológicas. 
Nesse entendimento, a organização e não apenas a gestão passa a ser considerada 
objeto de estudo da administração, tal como defende França-Filho (2004). Para esse autor 
Administração teria como objetivo estudar as organizações como fenômeno social, passando a 
considerar comportamentos, ações e situações nas organizações que necessitam ser 
compreendidas. Nesse exercício, propõe que sejam realizados diálogos com outras áreas do 
19 
 
 
 
conhecimento, como por exemplo, a sociologia, a economia, a psicologia, a filosofia, a 
biologia, dentre outras. 
Cabe ressaltar que, apesar dessas novas abordagens, os fundamentos das teorias 
administrativas tradicionais não perdem o seu poder explicativo mantendo-se presente nos 
estudos e pesquisas da administração. Bem como a concepção de que a gestão é o objeto da 
administração continua sendo válida para diversos pesquisadores da área, influenciando nos 
estudos da administração enquanto ciência (FRANCA FILHO, 2004). 
De todo modo, a concepção da organização como objeto da administração permite 
ainda ampliar o campo de conhecimento da administração para além das empresas, 
incorporando uma variedade de organizações públicas e organizações da sociedade civil. Essa 
incorporação, por sua vez resulta do desenvolvimento da Administração Pública e da Gestão 
Social. Tais compreensões são importantes no estudo da administração, por essas refletirem 
na sua produção científica. 
 
2.2 A PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
A produção científica brasileira em administração vem crescendo rapidamente desde a 
década de 1990, quer seja em nível de graduação ou pós-graduação. No entanto, as pesquisas 
produzidas em nível de pós-graduação destacam-se dentre as demais pelo fato de que, no 
geral, são publicadas em espaços para além dos bancos de pesquisas institucionais. Assim, as 
publicações em eventos científicos e periódicos nacionais normalmente privilegiam trabalhos 
resultantes de pesquisas realizadas em programas de mestrado e doutorado. 
Dessa forma, ao se avaliar a produção científica brasileira, os trabalhos realizados em 
nível de graduação dificilmente são analisados nesses estudos. Em geral, os estudiosos que 
tem se dedicado a pesquisar tal produção utiliza-se de estudos bibliométricos, utilizando como 
fonte de pesquisa periódicos científicos com classificação e recomendação da Capes, ou 
eventos científicos renomados da área, como o Encontro Nacional da Associação Brasileirade 
Pós-Graduação em Administração (EnANPAD) (BERTERO et al, 2013). 
20 
 
 
 
A partir da década de 1990, com o crescimento dos programas de pós-graduação, 
houve, também, aumento na quantidade de artigos publicados em periódicos científicos 
nacionais. No entanto, autores como Berteroet al (2013), citando Vergara e Pinto (2001), 
assim como Machado-da-Silva, Cunha e Amboni (1990), questionam a qualidade dessa 
produção, levando a crer que houve um crescimento em termos de quantidade, mas não de 
qualidade. Muitos afirmam, inclusive, que as publicações nacionais, freqüentemente, apenas 
repetem com atraso estudos feitos nos Estados Unidos. 
No geral, os estudos em administração no Brasil dividem-se em três grandes áreas: 
administração empresarial, administração pública e gestão social. Desde a criação as escolas 
de administração no Brasil, os estudos e pesquisas por elas desenvolvidas concentram-se na 
administração empresarial. A área da Administração Empresarial congrega um conjunto de 
estudos que abordam as funções administrativas, tais como marketing, finanças, estratégias, 
recursos humanos, - com foco específico para a realidade das empresas. Os principais estudos 
bibliométricos sobre a produção acadêmica em Administração Empresarial são os de Bertero 
e Keinert (1994); Bertero, Caldas e Wood (1999); Vergara e Pinto (2001); Machado-da-Silva 
et al (2005); Bertero et al. (2013). 
Ao analisarem a produção acadêmica da Revista de Administração de Empresas 
(RAE) entre os anos de 1961 a 1993, Bertero e Keinert (1994), avaliam essa produção como 
replicadora de práticas importadas, principalmente dos Estados Unidos. Por isso mesmo, entre 
os trabalhos analisados, houve predominância de citações a autores estrangeiros. Esses autores 
identificaram uma diversidade de perspectivas teóricas sendo utilizadas como base para os 
estudos. Estavam presentes nos textos analisados desde um arcabouço teórico ligado à Escola 
Clássica, até abordagens menos antiquadas, como Administração Participativa e Qualidade 
Total. Destacaram-se, nesse sentido, o Behaviorismo e o arcabouço conceitual da Estratégia 
empresarial. 
A análise dos autores também destaca a natureza predominantemente acadêmica dos 
trabalhos produzidos. Havia grande quantidade de trabalhos voltados à reflexão e em formato 
de ensaio, e poucos trabalhos empíricos ou voltados para a manipulação dos dados. Segundo 
eles, isso poderia denotar pouca preocupação com a aplicabilidade e com a resolução de 
problemas concretos enfrentados pelos administradores. Assim, chamava-se atenção para a 
produção acadêmica nacional em Administração ser gerada por e [apenas] para a academia. 
21 
 
 
 
As variáveis mais estudadas nesse período estavam ligadas a assuntos como estrutura 
organizacional, processo decisório, estabelecimento de metas e objetivos organizacionais, 
recursos humanos, motivação, influência do ambiente e da tecnologia sobre as organizações 
(BERTERO; KEINERT, 1994). 
Sete anos mais tarde, Bertero, Caldas e Wood (1999, p. 151), ao realizarem uma 
análise sobre a produção nacional, lançam luz para o avanço no número de trabalhos 
científicos publicados sobre Administração, questionando se esse aumento na quantidade 
reflete uma melhoria na qualidade dos trabalhos. Os autores destacaram que nem o objetivo 
de produção para consumo interno da academia, desconectado da realidade organizacional, 
estaria sendo alcançado, já que era baixa a quantidade de citações a trabalhos escritos por 
autores nacionais. Sugerem que muitos trabalhos foram escritos apenas para apresentação e 
publicação, não para serem utilizados em pesquisas posteriores. Afirmaram ainda que “muitos 
trabalhos não passam de exercícios de auto desenvolvimento, sem valor relevante para a 
construção do conhecimento na área, seja este de natureza prática ou teórica.” 
Por sua vez, ao realizarem uma análise sobre os autores referenciados entre 1994 e 
1998, Vergara e Pinto (2001) corroboram a idéia já mencionada por Bertero e Keinert (1994), 
de que os pesquisadores nacionais estariam mais votados para a utilização em seus trabalhos 
de autores estrangeiros, realizando a replicação de pesquisas realizadas em outros países, 
especialmente as norte-americanas. 
Ressalta-se essa hegemonia dos Estados Unidos sobre as teorias administrativas como 
uma espécie de “paroquialismo”, a partir do qual as teorias são adotadas de forma acrítica, e 
desconsiderando-se as diferenças de contexto entre os países. Essa adoção pode ser justificada 
pela globalização, a qual tem como conseqüência a imitação das práticas adotadas em países 
centrais pelos periféricos (VERGARA; PINTO, 2001). 
A partir dos questionamentos levantados acerca da qualidade dos trabalhos, emergiram 
estudos bibliométricos com objetivo de avaliar a qualidade da produção acadêmica, 
especialmente a partir do chamado “fator de impacto”. O fator de impacto se refere ao número 
de vezes que os artigos publicados em determinado periódico foram citados. Indica, pois, a 
repercussão, ou o interesse gerado pelos artigos publicados nesse periódico. Assim, 
Machado-da-Silva et al (2005) avaliaram o fator de impacto de 22 periódicos nacionais, 
tomando como base os trabalhos apresentados no EnAnpad e no periódico 
22 
 
 
 
BrazilianAdministrationReview (BAR). Ao compararem o resultado do cálculo à classificação 
da Capes, os autores concluíram que essa avaliação não considerava o número de citações do 
periódico. 
Com a pós-graduação consolidada, Bertero et al (2013) propõem a realização de uma 
análise crítica sobre a produção acadêmica brasileira em Administração de empresas na 
década de 2000. Efetuando um comparativo aos estudos realizados na década anterior 
(BERTERO; KEINERT, 1994; BERTERO; CALDAS; WOOD, 1999), os autores afirmam 
que a produção evoluiu, mas ainda apresenta fragilidades em termos de metodologias e 
teorias. Além disso, o problema da pouca inserção internacional das pesquisas realizadas 
localmente persistia. Essas afirmações são realizadas a partir de estudos bibliométricos 
realizados com trabalhos voltados para áreas específicas, como comportamento 
organizacional, finanças, gestão de pessoas, gestão de operações e marketing. 
Sobre o campo do comportamento organizacional, os autores afirmam que os temas de 
pesquisa que se destacaram na década foram aqueles ligados à cultura e aprendizagem 
organizacional (SOBRAL; MANSUR, 2013). Destacam-se, no entanto, fragilidades 
metodológicas. Em relação ao campo da gestão de pessoas, a análise efetuada por indicava 
que havia uma alta diversidade de assuntos estudados, o que dificultou a determinação de 
tendências de pesquisa. 
Os principais assuntos pesquisados no campo da gestão de pessoas foram: seleção de 
pessoas, gestão da mudança, avaliação de treinamento, impacto do treinamento, gestão de 
competências, políticas e práticas de RH, gestão do desempenho, identidade social, gestão 
estratégica de RH, universidade corporativa, abordagem institucional, gestão da diversidade. 
Gestão da remuneração, gestão da motivação, carreiras, sistemas de informação em RH, 
políticas de RH, cultura corporativa, gestão internacional de pessoas, expatriação, demissão, 
avaliação e mensuração em Gestão de Pessoas, contrato psicológico, qualidade de vida no 
trabalho. Os autores concluíram que os trabalhos também careciam de maior detalhamento 
metodológico e discussão dos resultados (MASCARENHAS; BARBOSA, 2013). 
 Ao analisarem o campo das finanças, Leal, Sousa e Bortolon (2013), avaliam que, 
além da baixa produtividade, os pesquisadores do campo privilegiam a publicação em 
periódicos nacionais ou em periódicos internacionais de baixo impacto. Eles atribuem a baixa 
disseminação internacional das pesquisas em finanças realizadas no Brasil à pouca inovação 
23 
 
 
 
nos trabalhos, teórica e metodologicamente. Os principais assuntos pesquisados estavam 
vinculadosà áreas temáticas da Anpad, como: precificação de derivativos, gestão de carteiras, 
finanças e governança corporativa, mercados e instituições financeiras, econometria e 
métodos numéricos em finanças e fusões e aquisições. 
 A análise de publicações no campo de gestão das operações considerou relevância e 
rigor como parâmetros. Assim como as pesquisas nas demais áreas, foram identificadas 
carências ligadas ao rigor científico das pesquisas, assim como a inserção internacional. Em 
relação aos assuntos estudados, houve convergência entre temas pesquisados nacionalmente e 
internacionalmente. Destacaram-se assuntos como gestão da cadeia de suprimentos, 
estratégica de operações, desenvolvimento de novos produtos, operações em serviços e gestão 
da qualidade. Em crescimento, destacava-se o tema da sustentabilidade nas operações 
(PAIVA; BRITO, 2013). 
 Por sua vez, a análise sobre a produção de trabalhos científicos em Marketing indicava 
que a veiculação dessa produção ocorria prioritariamente em congressos. O tema mais 
pesquisado à época era comportamento do consumidor. Outros assuntos, como marketing de 
serviços, de relacionamento e estratégia de marketing também foram recorrentes. Os autores 
identificaram a replicação de modelos teóricos e metodológicos internacionais, e a baixa 
incidência de análises que considerassem particularidades do contexto nacional na formulação 
dessas teorias (MAZZON; HERNANDEZ, 2013). 
 Bertero et al (2013, p. 18) propõe uma série de ações a serem implementadas pela 
comunidade acadêmica para solucionar os problemas de baixa qualidade, relevância e 
internacionalização. Sugere-se enfocar o contexto nacional nas pesquisas, de forma a inovar 
teórica e metodologicamente; aumentar o rigor da avaliação para publicação em periódicos; 
enfocar a internacionalização e a publicação em periódicos com alto fator de impacto. Da 
mesma forma, afirma-se que seria necessária uma reformulação nos programas de pós-
graduação, os quais deveriam se tornar “mais restritos e exigentes”, incentivando as parcerias 
com instituições no exterior para formação desses estudantes. 
Mesmo diante de uma predominância de estudos em administração com foco nas 
empresas, os estudos de administração pública têm sido realizados no Brasil, demonstrando a 
emergência e importância da aplicação de teorias e práticas administrativas das organizações 
24 
 
 
 
públicas como forma de melhorar seus resultados, como também melhor compreender o 
funcionamento do aparelho estatal. 
Para além da mudança do lócus de investigação, ocorre também uma mudança de 
paradigma nos estudos de administração. Uma análise de artigos sobre a administração 
pública realizada entre os anos de 1937 a 1970 revelam que esses saíram de uma abordagem 
tecnicista e autoritária e passaram a realizar um debate sobre questões como democratização e 
gestão social, e até mesmo sobre uma revisão na função exercida pelo do Estado. 
Acompanhando mudanças no cenário internacional, passou-se a ter uma visão mais voltada ao 
interesse público (HOCAYEN-DA-SILVA; ROSSONI; FERREIRA,2008). 
Analisando artigos publicados na Revista de Administração Pública (RAP) e na 
Revista do Serviço Público (RSP), publicados entre os anos de 1995 e 2002, Hocayen-da-
Silva, Rossoni e Ferreira (2008, p. 661) afirmam que houve uma grande diversidade de temas 
nas publicações da RAP. Os principais temas pesquisados estavam ligados à “reforma 
gerencial do Estado, políticas públicas, sociologia, política, demografia, finanças públicas, 
estudos setoriais e ferramentas administrativas e de gestão.”.As publicações da RSP, por sua 
vez, mostraram-se mais homogêneas, tendo o Estado, a Administração Pública e a gestão 
governamental como temas predominantes. 
Em outra pesquisa Hocayen-da-Silva, Rossoni e Ferreira (2008) chegaram a resultados 
muito similares, mostrando que existe um notável aumento da produção cientifica nas mais 
diversas áreas da Administração. No entanto, alertando para a baixa qualidade da produção. 
Hocayen-da-Silva, Rossoni e Ferreira (2008) citando um estudo realizado nas áreas de 
Administração Pública e Gestão social alertam, no entanto, que apesar da grande diversidade 
temática dos estudos e do relevante aumento quantitativo na produção cientifica brasileira em 
Administração Pública e Gestão social a qualidade desses estudos continua a ser insatisfatória. 
 No que tange as instituições nas quais os estudos são produzidos destacam-se a 
Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, a FGV do Rio de Janeiro e a Universidade 
Federal da Bahia somando mais de um terço dos estudos nessas áreas. A concentração dos 
estudos nessas três instituições se justifica pelo fato das mesmas possuírem cursos de pós-
graduação stricto sensu tanto de mestrado quanto de doutorado voltados para a área de 
25 
 
 
 
Administração Pública, levando conseqüentemente a um grande número de pesquisadores 
focados nessa temática. 
 Geograficamente as 10 unidades federativas mais prolíficas somam um total de 
91.8% dos artigos publicados entre os anos de 2000 e 2005. Nota-se uma grande concentração 
dos estudos em algumas poucas instituições localizadas principalmente na região Sudeste de 
país. Já estudos feitos no Rio Grande do Norte representam apenas 1.8% do total 
Os estudos em Gestão Social inicialmente encontravam-se inseridos entre os estudos 
da Administração Pública. Cançado et al (2011) relata que, em 2003, a Associação Nacional 
dos Programas de Pós-graduação em Administração (ANPAD), criou a área de estudos em 
Gestão Social e Ambiental, passando em 2005 a considera – lá uma subárea da Administração 
Pública e Gestão Social. No entanto, em 2010 o mesmo ANPAD decidiu acabar com essa 
nomenclatura e passou a considerar a área como parte da Administração Pública em geral. Em 
2009, um manifesto de 209 pesquisadores foi enviado ao ANPAD pedindo a criação da área 
de “Sustentabilidade, Gestão Social e Ambiental”, mas o pedido foi recusado pela Associação 
que alegou não se tratar de uma área de conhecimento, mas apenas mais uma área de 
aplicação. 
Nesse contexto, buscando um espaço para difusão do conhecimento em gestão social, 
cria-se o Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (ENAPEGS) idealizado por 
Jeová Torres Silva Jr, que ocorre desde 2007. Esse evento tem se tornado um dos principais 
meios de divulgação e discussão sobre essa área que apesar de sua enorme importância tem 
sido pouco estudada em relação a outras áreas das ciências administrativas. O estudo da 
Gestão Social encontrou no ENAPEGS um excelente espaço para seu desenvolvimento. 
A retirada pela ANPAD das áreas de Gestão Social e Ambiental e posterior recusa ao 
pedido de pesquisadores para criação da área „Sustentabilidade, Gestão Social e Ambiental‟, 
acabou sendo um grande incentivo para que os pesquisadores valorizassem o evento que 
apesar de ter sido criado a relativamente pouco tempo vem exponencialmente ganhando 
importância para os estudos na área. Além do ENAPEGS outro evento relevante para o estudo 
da Gestão Social é o Colóquio Internacional sobre o Poder Local organizado pela 
Universidade Federal da Bahia (UFBA) e com realização a cada três anos. 
26 
 
 
 
Apesar da consolidação nos últimos anos da Gestão Social como prática, a definição 
do seu significado ainda está em fase de construção no Brasil. A utilização do termo vem 
crescendo bastante tanto em termos acadêmicos quanto em termos midiáticos, o que pode 
levar a uma banalização de seu significado com muitos considerando como Gestão Social 
tudo aquilo que não está incluso na “Gestão Tradicional”. A Gestão Social tem sido associada 
mais com a gestão de políticas sociais e ambientais do que com temas como formulação de 
políticas públicas focadas na gestão participativa e tomada de decisão democrática 
(CANÇADO etal, 2011). 
Para Cançado et al (2011), a Gestão Social seria baseada na tomada de decisão 
coletiva e não coercitiva, focando na boa comunicação entre as partes como processo, na 
transparência como pressuposto e tendo como finalidade a emancipação dos indivíduos por 
meio do desenvolvimento de uma consciência critica. AGestão Social se diferencia da Gestão 
Estratégica na medida em que a primeira visa a democratização do processo decisório 
enquanto a segunda está focada na tomada de decisão hierarquizada. 
Cançado et al (2011) fazem algumas criticas em relação a área. A primeira está 
relacionada com o próprio termo “Gestão Social” que não seria o mais adequado por ser 
considerado muito convencional e ambíguo. Os termos “Gestão emancipadora” ou “Gestão 
Solidária” seriam mais adequados. Outra questão abordada é sobre a importância da educação 
para o funcionamento da Gestão Social, para o autor a tomada de decisão democrática e não 
coercitiva só é possível por meio da educação o que a tornaria incompatível com a atual 
realidade brasileira. 
 
 
 
27 
 
 
 
3 ANÁLISE DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE 
ADMINISTRAÇÃODA UFRN (2012-2015) 
 
 Conforme consulta realizada na Biblioteca Digital de Monografias da UFRN, em abril 
de 2017, no período de 2012 a 2015 foram produzidos pelos discentes do Curso de 
Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 278 trabalhos de conclusão 
de curso. A distribuição desses trabalhos em cada ano está ilustrada no Gráfico 1 a seguir. 
 
 
Gráfico 1: TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 2015, por ano. 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
 Observa-se que houve variação no número de trabalhos depositados no repositório de 
monografias da UFRN no período em análise. Do período analisado, 2013 foi o ano no qual 
houve o maior número de trabalhos – foram localizados 95 trabalhos nesse ano. Em 2014 e 
em 2015, houve uma diminuição em termos de quantidade de trabalhos. Em 2014 registraram-
se 75 trabalhos, e em 2015, atingiu-se o menor número de trabalhos do período: apenas 44 
trabalhos foram apresentados. Esse número corresponde a menos da metade dos trabalhos 
registrados em 2013. A redução desses trabalhos pode ter ocorrido devido a um possível 
atraso dos alunos em concluir o curso, aumento da evasão no curso ou ainda simplesmente 
pela não realização dos depósitos dos trabalhos defendidos no repositório da UFRN pela 
coordenação do curso. 
Em relação a sua natureza, os trabalhos empíricos correspondem quase à totalidade do 
número de trabalhos depositados, contabilizando um percentual de 99,64%. No período, 
houve apenas um trabalho teórico depositado. Esse número pode ser explicado pelas 
64
95
75
44
2012 2013 2014 2015
28 
 
 
 
características da Administração, que além de ser uma ciência social aplicada, é 
predominantemente pragmática, buscando compreender casos e/ou apresentar soluções para a 
melhoria do desempenho organizacional, tal como evidencia os estudos de Motta (1995) e 
Ramos (2009). 
Entretanto, o Gráfico 2 demonstra uma predominância dos trabalhos de pesquisa 
monográfica em detrimento dos planos de negócio, modalidade de TCC usualmente 
realizadas no Curso de Administração e com estrutura orientada no manual “ Orientações e 
normas para elaboração e apresentação de relatórios científicos e monografias”.Foram 
cadastrados no período 268 trabalhos de monografia, correspondente a 96% do total de 
trabalhos. Já os trabalhos do tipo planos de negócio somaram apenas 10, o que representa 
apenas 4% do total. 
 
 
Gráfico 2: TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 2015, por Tipologia. 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
Essa predominância pode ser explicada por alguns fatores: (1) uma predisposição dos 
professores em orientar trabalhos monográficos, uma vez que esses diferentemente dos planos 
de negócios, podem resultar em publicações científicas em periódicos; e 2) ao direcionamento 
do matriz curricular do curso de Administração da UFRN e dinâmica de ofertadas das 
disciplinas voltadas para a elaboração do TCC. O conteúdo da disciplina Oficina de Projetos 
II, equivalente a Atividade Estágio Supervisionado II (na antiga matriz curricular), e pré-
requisito para a Atividade Estágio Supervisionado III onde é realizado o processo de 
4%
96%
Plano de Negócios Pesquisa Monográfica
29 
 
 
 
orientação individual do TCC é direcionado para a construção de uma pesquisa científica na 
modalidade de monografia; não contemplando o desenvolvimento de planos de negócio. 
 Considerando-se o caráter acadêmico das pesquisas, esse resultado coincide com as 
colocações realizadas por Bertero, Caldas e Wood (1999), ao identificarem que, embora os 
trabalhos tenham se tornado mais aplicados, as pesquisas em Administração apresentam 
caráter mais acadêmicos. Mesmo que no caso dos TCCS em investigação tenha a 
predominância de trabalhos empíricos, aplicados junto a organizações empresariais, públicas 
e da sociedade civil. 
 Em relação à distribuição dos trabalhos por áreas de estudo e pesquisa no curso de 
administração, conforme ilustrado no Gráfico 3,tem-se que maioria dos trabalhos localizados 
se vincularam à área de Administração de Empresas. 
 
 
Gráfico 3: TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 2015, por Área da Gestão. 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
Em todos os anos analisados, a área de administração de empresas concentrou o maior 
número de TCCs, totalizando 231 trabalhos, representando 83% do total produzido. Em 
seguida, aparece a de Administração Pública, com 37 trabalhos, ou seja13% do total. Por 
último, foram incluídos no repositório apenas 10 trabalhos da área de Gestão Social, o que 
corresponde a 4%. 
Essa diferença pode ser explicada pela primazia da área de administração de empresas 
no curso de Administração da UFRN, refletida tanto pelas disciplinas existentes na matriz 
53
78
62
38
9
13
11
4
2
4
2
2
0 20 40 60 80 100
2012
2013
2014
2015
GESTÃO SOCIAL
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO 
DE EMPRESAS
30 
 
 
 
curricular, quanto pela quantidade de professores das áreas de Gestão Pública e Social 
atuando na graduação, e ainda pela preferência dos discentes. 
Quanto à matriz curricular, cabe notar que essa se encontra alinhada às diretrizes 
curriculares nacionais do curso de bacharelado em Administração do Ministério da Educação 
(MEC). Nesse documento não são citadas competências, disciplinas ou áreas vinculadas à 
administração pública e a gestão social (MEC, 2005). Inclusive, há um documento específico 
para o curso de bacharelado em Administração Pública. A partir disso, uma interpretação 
possível é a de que o MEC considera o bacharelado em Administração como voltado à 
formação de administradores do setor privado, e o curso de Administração Pública, do setor 
público (MEC, 2014). No entanto, a formação e a atuação do administrador contemplam 
ambas as áreas. 
No que se refere à quantidade de professores, tem-se que o departamento de 
administração conta em 2017 com 43 professores, sendo 39 professores efetivos, 03 
professores substitutos e 01 professor temporário (UFRN, 2017). Destes, aproximadamente11 
professores têm atuado na área de administração na graduação e na pós-graduação; e 02 na 
área de gestão social. Logo, o número de TCCs produzidos numa determina área irá depender 
da capacidade de orientação desses professores. Além disso, a predominância pela área de 
administração de empresas pode denotar uma preferência dos discentes a atuar e pesquisar na 
área empresarial em decorrência de posicionamentos de trajetórias pessoais e profissionais. 
Ainda a respeito do gráfico 3, faz-se necessário destacar que a reduçãode trabalhos 
apresentada no gráfico 1 também se reflete nas áreas de Administração de Empresas e 
Administração Geral. A área de gestão social foi única que se manteve estável. 
 No mesmo direcionamento, tem-se que a maioria das subáreas e assuntos abordados 
nos TCC‟s estão relacionados às áreas funcionais da administração de empresas, tais como: 
recursos humanos, tecnologia da informação, Administração da informação,Administração 
financeira entre outros, conforme ilustra o Figura 1. 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Subáreas e Assuntos dos TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 2015. 
Fonte: Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
 
32 
 
 
 
 Como se pode observar no Gráfico 4 os TCC‟s foram divididos em 12 diferentes 
subáreas, sendo Marketing (24,82%) e Administração de Recursos Humanos (24,46%) as 
duas subáreas mais pesquisadas representando quase a metade (49,28%) do total de 278 
TCC‟s catalogados. 
 
Gráfico 4: Subáreas abordadas nos TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 2015. 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
Se considerado as cinco subáreas mais pesquisadas que incluem, além das duas 
previamente citadas, Administração da Produção (12,23%), Empreendedorismo (9,35%) e 
Administração Financeira (8,99%), chegamos a 79,85% do total de trabalho. Ficando as 
outras 7 subáreas com apenas 20,15%. 
Esses trabalhos foram orientados por 46 professores diferentes, distribuídos em 
professores efetivos, substitutos, temporários e voluntários. O Gráfico 5 mostra que a maioria 
dos professores (26 professores) tem orientado em apenas uma única área, no geral na área de 
administração de empresas, mas que 18 outros professores tem orientado trabalhos em duas 
áreas, administração empresarial e administração pública são as mais prevalentes. Apenas 2 
professores atuaram nas três áreas. 
 
24,82%
24,46%
12,23%
9,35%
8,99%
4,68%
4,68%
3,60%
2,52%
2,52% 1,80%
0,36%
Marketing
Adm. de Recursos Humanos
Administração da Produção
Empreendedorismo
Administração Financeira
Administração da Informação
Estratégia
Administração Geral
Gestão Ambiental
Gestão Pública
Gestão de OSC
Pesquisa em Administração
33 
 
 
 
 
Gráfico 5: Distribuição de orientações dos TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 
2015, por Área da Gestão. 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
1
4
4
4
2
7
3
9
16
4
4
3
1
3
10
2
4
8
12
1
4
9
5
1
15
1
8
10
22
3
6
1
2
15
1
16
5
2
3
1
1
2
2
1
2
3
1
3
1
4
2
1
1
1
1
1
1
1
1
4
1
1
2
2
1
1
2
2
0 5 10 15 20 25
PE13
PE12
PE10
PE7
PE3
PE11
PS12
PE8
PS5
PS2
PE23
PV2
PS10
PE24
PE26
PE27
PE6
PE18
PE28
PE2
PE5
PE15
PE21
Admistração 
Empresarial 
Administração 
Pública
Getsão Social
34 
 
 
 
Esses dados mostram que parte significativa dos professores tem atuado em mais de 
uma área revelando uma atuação mais multidisciplinar, evidenciando a transversalidade dos 
assuntos abordados embora reconhecidas às especificidades das áreas. Essa interação é 
salutar, inclusive, para evitar uma fragmentação da formação do administrador. 
Em termos de professores mais prolíficos na graduação de administração, a tabela 2 
apresenta informações que indicam quais professores mais orientaram trabalhos de conclusão 
de curso em administração dentro do período investigado. Visando preservar a identidade dos 
professores, foram criados códigos para substituir seus nomes. Os códigos criados foram os 
seguintes: Professor efetivo (PE), Professor substituto (PS) e Professor voluntário (PV). 
 
 
Ranking Orientadores Nº Total de TCC Ranking Orientadores 
Nº Total de 
TCC 
1º PE1 22 24º PE18 4 
2º PE2 19 25º PV1 3 
3º PE3 18 26º PE19 3 
4º PE4 16 27º PS7 3 
5º PE5 16 28º PS8 3 
6º PS1 13 29º PE20 3 
7º PS2 13 30º PS9 3 
8º PE6 13 31º PE21 3 
9º PS3 12 32º PE22 2 
10º PE7 11 33º PS10 2 
11º PE8 10 34º PE23 2 
12º PE9 9 35º PV2 2 
13º PE10 7 36º PS11 2 
14º PE11 7 37º PE24 2 
15º PS4 7 38º PS12 2 
16º PE12 6 39º PE25 1 
17º PE13 5 40º PS13 1 
18º PE14 5 41º PE26 1 
19º PS5 5 42º PS14 1 
20º PE15 5 43º PE27 1 
21º PE16 4 44º PE28 1 
22º PS6 4 45º PS15 1 
23º PE17 4 46º PE29 1 
 
Quadro 2: Ranking dos professores orientadores de TCCs mais prolíficos do Curso de Administração/UFRN no 
período de 2012 a 2015. 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
35 
 
 
 
 
O Gráfico 6 (feito com base nos dados da tabela 1) mostra que apenas 10 professores 
são responsáveis por mais da metade dos trabalhos apresentados no período pesquisado. 
Representando 55% do total. Enquanto os outros 33 professores são responsáveis pelos outros 
45%. Entre os 10 professores mais prolíficos 7 são professores efetivos e 3 são professores 
substitutos. 
 
 
Gráfico 6: Distribuição de TCC‟s do Curso de Administração/UFRN no período de 2012 a 2015, por 
professores em porcentagem (%). 
Fonte:Elaboração Própria, com base nos dados da Biblioteca Digital de Monografias da UFRN (2017) 
 
 
No entanto, faz-se importante ressaltar que a maioria dos professores mais prolíficos, 
em termos de orientação de TCCs na graduação, não atua na pós-graduação. Entre os tops 10 
atualmente apenas 2 atuam na pós-graduação. Não tendo tido como verificar se no período 
investigado esses dois professores já atuavam na pós-graduação. 
Esses dados sugerem que o professores com atuação na pós-graduação (32,6%) tem 
reduzida participação na graduação de administração, seja orientando os TCCs, seja 
ministrando disciplinas, conforme informações do SIGAA (2017) que mostram que esses têm 
lecionado na graduação de administração uma disciplina de 60hs. Tem-se ainda entre os 
professores efetivos que atuam na pós-graduação (15 professores) a maioria (9) professores 
nos quatro anos investigados orientou de 1 a 4 trabalhos. 
8%
7%
6%
6%
6%
4%
5%
5%4%4%
45%
PE1
PE2
PE3
PE4
PE5
PS1
PS2
PE6
PS3
PE7
Outros
36 
 
 
 
E os professores que não atuam na pós-graduação (67,3%) juntos orientaram 200 dos 
278 trabalhos investigados. Desses 200, 77 foram orientados por professores substitutos e 
voluntários, e 123 orientados pelos 14 professores efetivos que não atuam na pós-graduação. 
Inclusive entre os top10 encontra-se 3 professores substitutos. E desses que são efetivos a 
maioria (9 professores) orientaram juntos 109 dos 278 TCCs analisados. No entanto, 5 
professores efetivos mesmo sem atuar na pós-graduação não tiverem expressiva participação 
em termos de orientação, nos quatro anos investigados orientaram de 1 a 4 trabalhos. 
 
37 
 
 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Esse trabalho objetivou analisar a produção de Trabalhos de Conclusão de Curso em 
Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período de 2012-2015. A 
partir dos dados coletados na Biblioteca Digital de Monografias, analisa-se que a produção de 
trabalhos de conclusão do curso de administração concentrou-se, nos anos investigados na 
área de administração empresarial, abordando assuntos diversos. 
A predominância de trabalhos da área de administração empresarial demonstra a 
relevância dada a essa área pelo Curso de Administração e/ou pelos seus discentes. Ao passo 
que apontam as áreas de administração pública e gestão social com áreas emergentes 
interesses. Os trabalhos concentram-se também em assuntos específicos, com notória 
predominância em marketing e recursos humanos. Essa predominância evidencia certo limite 
do conhecimento produzido considerando que os problemas organizacionais perpassam por 
outros assuntos que ainda necessitam serem melhores explorados. 
Os dados levam a supor que essa predominância em marketing e recursos humanosesteja diretamente relacionada aos dados dos professores mais prolíficos. De modo que uma 
melhor distribuição das orientações entre os professores contribuiria para a ampliação da 
diversidade de conhecimentos produzidos pelo curso e conseqüentemente para a aplicação 
desses conhecimentos nas realidades organizacionais. Afinal, diversas são as problemáticas 
do campo da administração que requerem investigações científicas. 
Do mesmo modo, evidencia-se uma predominância em trabalhos empíricos. Embora 
se reconheça a relevância dos trabalhos empíricos, considerando as problemáticas 
contemporâneas enfrentadas pelas organizações, torna-se necessário que o Curso de 
Administração busque articular mais equilibradamente o trabalho teórico com o trabalho 
empírico. Especialmente considerando a emergência por novas teorias para entender e 
explicar nos problemas de vivência organizacional e de pesquisa acadêmica. 
A grande maioria de trabalhos foi na modalidade de monografias, suscitando a 
necessidade de que outras modalidades de trabalho de conclusão de curso sejam ofertadas, 
sem que para isso se perca o caráter acadêmico e a produção de conhecimentos científicos. 
Como alternativas sugere-se para além das monografias, a produção de artigos científicos, 
38 
 
 
 
planos de negócios, relatos de experiências profissionais realizadas por meio de estágios 
efetivamente supervisionados. 
Verificou-se também uma concentração da maior parte das orientações por um número 
reduzido de professores demonstrando a necessidade de equilibrar essa tarefa no curso, 
especialmente ampliando a participação na graduação dos professores que atuam na pós-
graduação. A articulação e integração da graduação e da pós-graduação em administração 
revela-se como um desafio para melhoria da qualidade das trabalhos de conclusão de curso. 
Ainda relativo às orientações, a pesquisa demonstrou a necessidade de ampliar a participação 
dos professores que não atuam na pós-graduação nas atividades de orientação de TCC‟s. 
Por fim, sugere-se a realização de pesquisas futuras de modo a ampliar a amostra de 
TCC‟s investigados, incorporando os trabalhos que ainda não foram disponibilizados na 
Biblioteca Digital, bem como analisar a qualidade de seus conteúdos e assim delinear teórica 
e metodologicamente uma agenda futura de pesquisa para subsidiar a escolha dos assuntos e 
temas de pesquisa dos estudantes de administração da UFRN e de outras instituições. 
 
 
 
39 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BATISTA-DOS-SANTOS, A. C. Concepções de Administração e Administrador em 
Tempos de Capitalismo Flexível: Uma abordagem Crítica.Tese (Doutorado em 
Administração). Natal: UFRN, 2013. 
BERTERO, C. O. Ensino e pesquisa em Administração. São Paulo: Thomson, 
2006. 
BERTERO, C. O.; KEINERT, T. M. M. A evolução da análise organizacional no Brasil 
(1961-93). Revista de Administração de Empresas, v. 34, n. 3, p. 81-90, 1994. 
BERTERO, C O; CALDAS, M P; WOOD, T. Produção científica em administração de 
empresas: provocações, insinuações e contribuições para um debate local. Revista de 
Administração Contemporânea, v. 3, n. 1, p. 147-178, 1999. 
BERTERO, C. O.et al . Produção científica brasileira em administração na década de 
2000. RAE-Revista de Administração de Empresas v. 53, n. 1, p. 12-20, 2013. 
CANÇADO, A. C., et. al. Gestão social: conhecimento e produção científica nos ENAPEGS 
2007-2010. Revista Administração Pública e Gestão Social, v.3, n. 2, 115-137, 2011. 
CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Censo dos Cursos. Disponível em: 
http://www.cfa.org.br/servicos/formacao-profissional/censo-dos-cursos-de-bacharelado-em-
administracao-e-dos-cursos-superiores-de-tecnologia-nas-diversas-areas-da-administracao 
Acesso em: 03/06/2017. 
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. 
Banco de Teses e Dissertações. Disponível em: http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-teses 
Acesso em: 05/06/2017 
FRANÇA FILHO, G.C. Para um olhar epistemológico da administração: problematizando o 
seu objeto. In: SANTOS, R. S. (org.), A administração política como campo do 
conhecimento, Salvador: Mandacaru, 2004. 
HOCAYEN-DA-SILVA, A. J.; ROSSONI, L.; FERREIRA JÚNIOR, I. Administração 
pública e gestão social: a produção científica brasileira entre 2000 e 2005. In: ENCONTRO 
DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNANÇA, 2., 2006, São Paulo. Anais...São 
Paulo: ANPAD, 2006. 
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANISIO 
TEIXEIRA. Inep divulga Indicadores de Qualidade da Educação Superior de 2015. 
Disponível em: http://portal.inep.gov.br/artigo/-
/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-indicadores-de-qualidade-da-
educacao-superior-20-1/21206 Acesso em: 30/05/2017. 
40 
 
 
 
LACOMBE, F. J. M. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Saraiva, 2009. 
LEAL, R. P. C; SOUSA, V. A. e; BORTOLON, P. M. A produção científica brasileira em 
finanças no período 2000-2010. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 1, 
p. 046-055, 2013. 
MA, J. A natureza do conhecimento Administrativo: uma busca pelo seu objeto. 
Dissertação (Mestrado em Administração). Salvador: UFBA, 2004. 
 
MACHADO-DA-SILVA, C. L.; CUNHA, V. C. da; AMBONI, N. Organizações: o estado da 
arte da produção acadêmica no Brasil. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 14, 1990, 
Florianópolis. Anais ... Florianópolis: ANPAD, 1990, v. 6, p. 11-28. 
MACHADO-DA-SILVA, C. L. et. al. Periódicos Brasileiros em Administração: Análise 
bibliométrica do impacto no triênio 2005-2007. RAC-Eletrônica, Curitiba, v. 2, n. 3, p. 351-
373, 2008. 
MACHADO-DA-SILVA, C. L. et. al. Estrutura, agência e interpretação: elementos para uma 
abordagem recursiva do processo de institucionalização. RAC-Revista de Administração 
Contemporânea, v. 9, n. 1, 2005. 
MACIAS-CHAPULA, C. A. O papel da informetria e da cienciometria e sua perspectiva 
nacional e internacional. Ciência da informação, v. 27, n. 2, p. 134-140, 1998. 
MASCARENHAS, A. O. M; BARBOSA, A. C. Q. A produção científica brasileira em gestão 
de pessoas no período 2000-2010. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 
1, p. 035-045, 2013. 
MAZZON, J. A; HERNANDEZ, J. M. C. A produção científica brasileira em marketing no 
período 2000-2009. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 1, p. 067-080, 
2013. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Diretrizes Curriculares – Cursos de Graduação. 
Resolução CNE/CES n° 4, de 13 de julho de 2005. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/atos-normativos--sumulas-pareceres-
e-resolucoes?id=12991 Acesso em: 03/04/2017. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Diretrizes Curriculares – Cursos de Graduação. 
Resolução CNE/CES nº 1, de 13 de janeiro de 2014. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/atos-normativos--sumulas-pareceres-
e-resolucoes?id=12991 Acesso em: 03/04/2017. 
MOTTA, F. C. P. O estruturalismo na teoria das organizações. RAE-Revista de 
Administração de Empresas, v.10, n. 4, p. 23-41, 1970. 
MOTTA, F. C. P. Teoria Geral da Administração: uma introdução. 19. ed. São Paulo: 
Pioneira, 1995. 
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces004_05.pdf
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=14957&Itemid=
41 
 
 
 
MOTTA, F. C. P; VASCONCELOS, I. F. G. Teoria Geral da Administração. 3.ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2008. 
PAIVA, E. L; BRITO, L. A. L. A produção científica brasileira em gestão de operações no 
período 2000-2010. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 1, p. 056-066, 
2013. 
SACOMANO, M. N. ; TRUZZI, O. M. S. Perspectivas Contemporâneas em Análise 
Organizacional. Gestão & Produção. v.9, n.1, p.32-44, abr. 2002. 
SOBRAL, F; MANSUR, J. A produção científica brasileira em comportamento 
organizacional no período 2001- 2010. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, 
n. 1, p. 021-034, 2013. 
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: Teoria e Práticano contexto brasileiro. 2. ed. São 
Paulo: Pearson, 2013. 
RAMOS, A. G. Uma Introdução à Organização Racional do Trabalho. Brasília: CFA, 
2009. Disponível em: http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/livro-guerreiro-
ramos/Guerreiro%20Ramos.pdf Acesso em: 20/05/2017. 
RAYMUNDO, P. R. O que é Administração. São Paulo: Brasiliense, 2006. 
RICHARDSON, R. J. Métodos Quantitativos e Qualitativos. In: RICHARDSON, R. J. 
Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1985. 
 
TAYLOR, Fr. W., 1856-1915. Princípios de Administração Científica. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 1990. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Projeto Pedagógico do 
Curso de Administração – CERES, 2010. Disponível em: 
https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/ppp.jsf?lc=pt_BR&id=2000004. Acesso em: 
16/04/2017 
__________________________________________________. Sobre a UFRN. Disponível 
em: http://www.ufrn.br/institucional/sobre-a-ufrn Acesso em: 16/04/2017. 
__________________________________________________. PPGA/UFRN - Programa de 
Pós-graduação em Administração da UFRN. Disponível em: 
https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/programa/apresentacao.jsf?lc=pt_BR&id=74. Acesso em: 
16/04/2017. 
__________________________________________________. Relatório do Sistema 
Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas - SIGAA. Disponível em: 
https://sigaa.ufrn.br/ Acesso em: 15/06/2017. 
http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/livro-guerreiro-ramos/Guerreiro%20Ramos.pdf
http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/livro-guerreiro-ramos/Guerreiro%20Ramos.pdf
https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/programa/apresentacao.jsf?lc=pt_BR&id=74
42 
 
 
 
VERGARA, S. C.; PINTO, M. C. S. Referências teóricas em análise organizacional: um 
estudo das nacionalidades dos autores referenciados na literatura brasileira. Revista de 
Administração Contemporânea, v. 5, n. n.spe, p. 103-121, 2001.

Mais conteúdos dessa disciplina