Buscar

VERSAO-FINAL-AMANDA-DE-OLIVEIRA---DESAFIOS-DO-FAST-FASHION


Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
AMANDA DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
DESAFIOS DO FAST FASHION PARA UMA EMPRESA VAREJISTA: 
UM OLHAR SOB A ÓTICA COMERCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2019 
 
 
 
 
 
AMANDA DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
DESAFIOS DO FAST FASHION EM UM VAREJISTA: 
UM OLHAR SOB A ÓTICA COMERCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), 
apresentado na Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN), ao Departamento de 
Ciências Administrativas como requisito para a 
obtenção do título de bacharel em 
Administração. 
Orientadora: Profª.M.Sc Thelma Pignataro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal 
2019 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMANDA DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
DESAFIOS DO FAST FASHION PARA UMA EMPRESA VAREJISTA: 
UM OLHAR SOB A ÓTICA COMERCIAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), 
apresentado na Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN), ao Departamento 
de Ciências Administrativas como requisito 
para a obtenção do título de bacharel em 
Administração. 
Orientadora: Profª. M.Sc Thelma Pignataro. 
Aprovada em: __/___/____. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_______________________________________________________________ 
Profª. M. Sc. Thelma Pignataro 
Orientadora - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
_______________________________________________________________ 
Prof. MSc Francisco de Assis Medeiros da Silva 
Examinador interno - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
______________________________________________________________ 
Francisco Hélio Júnior 
Examinador interno - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A minha mãe, mulher guerreira que cuidou e amou incondicionalmente a mim e aos 
meus irmãos. 
. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Em primeiro lugar a Deus, pois se não fosse seu cuidado e proteção nem aqui 
estaria. 
 À minha família pelo amor, em especial minha mãe, Francisca Francineide de 
Oliveira, que esteve comigo nos piores momentos da minha vida e sempre me 
incentivou a ser a mulher que hoje me tornei, me fazendo acreditar que eu seria capaz 
de conquistar o mundo, assim quisesse. 
 Agradeço também ао mеυ esposo, Ericson Leandro qυе, de forma especial е 
carinhosa, dеυ-me força е coragem, apoiando-me nos momentos de dificuldades. 
Aos amigos conquistados durante os anos de graduação que foram realmente 
presentes de Deus. 
 À minha amiga Jessica Martins por toda paciência e por sempre ter me feito 
acreditar que no final tudo daria certo. 
 À universidade pela estrutura oferecida e pelo seu corpo docente, em especial 
à Professora Thelma Pignataro, minha orientadora, e ao professor Medeiros, pelo 
incentivo e suporte fundamental na construção desta monografia. 
 Por fim, agradeço a cada profissional que se dispõe a participar desta pesquisa, 
pois cada um foi peça fundamental para realização deste estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Pense, acredite, sonhe e ouse.” 
(Walt Disney) 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O Fast Fashion vem ganhando força e se consolidando no mercado da moda, pois 
propõe um rápido ciclo de desenvolvimento de produtos, abastecimento de lojas, entre 
outros aspectos que conseguem garantir que o produto esteja no ponto de venda de 
forma rápida para atender a necessidade do consumidor. Este estudo visa analisar os 
desafios do Fast Fashion para uma empresa varejista sob a ótica do olhar comercial, 
entendendo os desafios sofridos no dia a dia de profissionais da área do varejo e estilo 
para desenvolver seus produtos Fast Fashion e colocá-los de forma ágil em loja devido 
a um processo produtivo muitas vezes demorados. Para isso, foi adotado um método 
de investigação de caráter quantitativo, através de aplicação de questionário no 
período de uma semana para as pessoas envolvidas, sendo o estudo caracterizado 
como de caso exploratório e descritivo. A análise verificou que o varejista estudado 
possui diversos desafios em relação ao preço, matéria prima e expedição, que 
dificultam a execução do modelo. Ainda foi possível constatar que os estilistas que se 
inspiram na Coco Chanel tendem a considerar que integração vertical torna-se uma 
vantagem competitiva para a empresa, enquanto os indivíduos que se inspiram em 
Christian Dior estão relacionados a conceituar que discordam parcialmente, ambos 
inspiração da alta costura, enquanto para os indivíduos que se inspiram na prêt-á-
porter não verificou-se relação. Neste sentido, acredita-se que esta pesquisa aponta 
para uma variedade de oportunidades de correções no negócio do varejista, para que 
assim possa melhorar seu desempenho frente a concorrência e ganhar vantagem 
competitiva. 
 
Palavras-chave: Moda. Fast Fashion. Integração vertical. Varejo. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Fast Fashion has been gaining strength and consolidating itself in the fashion market, 
because it proposes a fast cycle of product development, stores supply, among other 
aspects that can ensure that the product is at a quickly point of sale, to meet the need 
of the consumer. This study aims to analyze the challenges of Fast Fashion in a 
Brazilian retailer from a commercial perspective, understanding the challenges faced 
by day-to-day retail and style professionals to develop their Fast Fashion products and 
put them in an agile way in store due to an often time-consuming production process. 
For this, a qualitative research method was adopted, through the application of a 
questionnaire in the period of one week for the people involved, the study was 
characterized as an exploratory and descriptive case. The analysis verified that the 
retailer studied has several challenges in relation to the price, raw material and 
shipping, which hinder the execution of the model. It is still possible to verify that the 
designers who are inspired by Coco Chanel tend to consider that vertical integration 
becomes a competitive advantage for the company, while the individuals who are 
inspired by Christian Dior are related to conceptualize that they disagree partially, both 
inspired by the high sewing, while for individuals who are inspired by the prêt-á-porter 
there was no relationship. In this sense, it is believed that this research points to a 
variety of corrective opportunities in the retail business, so that it can improve its 
performance against the competition and gain competitive advantage. 
Keywords: Fashion. Fast Fashion. Vertical integration. Retail. Challenges. 
 
 
 
 
 
LISTRA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 - Dinâmica do Modelo Fast Fashion ............................................................ 23 
Figura 2 - Vendas e o Tempo de Reação ao Mercado .............................................. 24 
Figura 3 - Modelo Fast Fashion x Modelo Tradicional ............................................... 27 
Quadro 1 - Diferenciação entre o modelo tradicional x o Fast Fashion ..................... 28 
Quadro 2 – Teste Qui-quadrado em relação a ‘Qual sua principal fonte de inspiração 
da alta costura’ .......................................................................................................... 50 
Quadro 3 – Teste Qui-quadrado em relação a ‘Qual sua principal fonte de inspiração 
da prêt-à-porter’ ......................................................................................................... 51 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Gênero dos entrevistados ....................................................................... 37 
Gráfico 2 – Faixa etária .............................................................................................38 
Gráfico 3 - Grau de instrução .................................................................................... 39 
Gráfico 4 – Área de atuação ...................................................................................... 40 
Gráfico 5 – Modelos de inspiração ............................................................................ 40 
Gráfico 6 – Inspiração da alta costura ....................................................................... 41 
Gráfico 7 – Inspiração da prêt-à-porter ..................................................................... 41 
Gráfico 8 – Assiste desfiles de moda ........................................................................ 42 
Gráfico 9 – Informação da moda ............................................................................... 42 
Gráfico 10 – Qualidade dos produtos em loja ........................................................... 48 
Gráfico 11 – Problemas de qualidade ....................................................................... 48 
Gráfico 12 – Qual sua principal fonte de inspiração da alta costura vs a Integração 
vertical torna-se uma vantagem competitiva para a empresa ................................... 49 
Gráfico 13 - Qual sua principal fonte de inspiração da alta costura vs a Integração 
vertical torna-se uma vantagem competitiva para a empresa.....................................52 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Estado civil .............................................................................................. 38 
Tabela 2 – Itens da integração vertical ...................................................................... 44 
Tabela 3 – Itens sobre o fast fashion ........................................................................ 46 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
1.1 Contextualização e problemática ..................................................................... 15 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17 
2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 17 
2.2 Objetivo específicos ......................................................................................... 17 
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 18 
4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 20 
4.1 Breve histórico do desenvolvimento da moda ............................................... 20 
4.2 O Modelo Fast Fashion ..................................................................................... 22 
4.2.1 Modelo tradicional x modelo Fast Fashion ....................................................... 25 
4.2.2 Vantagens, desvantagens e ameaças do modelo Fast Fashion ...................... 29 
4.2.3. Alguns desafios do Fast Fashion .................................................................... 30 
5 METODOLOGIA .................................................................................................... 34 
5.2 Amostra do estudo ............................................................................................ 34 
5.4 Tratamento estatístico dos dados ................................................................... 35 
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 37 
6.1 Perfil dos respondentes .................................................................................... 37 
6.2 Conhecimento e área de atuação .................................................................... 39 
6.3 Sobre a integração vertical ............................................................................... 43 
6.4 Sobre o Fast Fashion ........................................................................................ 46 
6.5 Cruzamento ........................................................................................................ 49 
6.5.1 Análise de correspondência ............................................................................. 51 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 53 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ................................................................................. 
13 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Com o advento da globalização e o mercado mais veloz e competitivo, as 
empresas têm buscado por técnicas e modelos que melhorem seu desempenho frente 
a concorrência, pois processos antes arcaicos, hoje são feitos de forma muito mais 
rápido com a ajuda da tecnologia. Este cenário permitiu que decisões tomadas dentro 
do ambiente corporativo assegurasse mais certeza e ganho de vantagem competitiva. 
 A globalização não trouxe apenas velocidade na informação para as pessoas, 
como também para a moda com a ajuda das redes sociais e e-commerce propagando 
as tendências do momento. A moda sofreu grandes transformações ao longo do 
tempo, o que fez com que cada período tivesse a sua própria identidade e as 
organizações para acompanhar reinventaram-se, e trouxeram para esta área uma 
grande variedade de produtos e serviços que se expandiram com a ideia de 
democratizar a moda as classes mais baixas da sociedade e por todo o mundo. 
Partindo desta premissa, surgiu o Modelo Fast Fashion considerado por Cietta (2012) 
como o maior modelo produtivo de sucesso dos últimos anos na moda, pois antes as 
tendências eram ditadas pela Alta-costura e pret-à- porter. O conceito de moda rápida 
chegou transformando o mercado da moda, fazendo com que os consumidores de 
classes mais baixas ganhassem poder de compra muito maior de um produto que é 
dito como tendência naquele momento. 
O conceito do Fast Fashion surgiu no mercado desde a década de 90, e no 
Brasil esta forma de produção foi implantada através de algumas empresas do varejo 
como C&A, Renner, Riachuelo. No entanto, a pioneira neste processo é a Marca Zara, 
acompanhada de algumas empresas do mercado europeu como a GAP, H&M e 
Forever 21 (MESTRES, 2011). O Fast fashion fundamenta-se em desenvolver 
coleções baseadas nas tendências do mercado, adaptando-as para seus 
consumidores, as peças produzidas com qualidade, em pequeno intervalo de tempo 
e com baixos custos. Com isso, para atender as exigências do mercado, o Fast 
Fashion produz várias coleções ao decorrer do ano, originando sempre novidades no 
varejo (CIETTA, 2010), conceito este que vem corroborar com o apresentado por 
Hoffmann (2011, p. 4) que afirma que o modelo “Fast Fashion é utilizado para 
caracterizar marcas de roupas que visam à produção rápida e contínua de peças, 
14 
 
 
 
possibilitando a troca semanal ou até mesmo diária da coleção”. O Fast Fashion 
ganhou força e espaço no mercado por atender à necessidade dos consumidores com 
produtos de qualidade, preços acessíveis e com tendências que eles mesmo ditam, 
sobrepondo o modelo tradicional, onde a tendência é ditada pelos estilistas. Empresas 
que não conseguem fabricar e entregar produtos com qualidade de acordo com as 
necessidades do mercado, acabam por tornar seus produtos pouco atrativo aos 
clientes. O fast fashion trouxe para as organizações uma velocidade muito grande na 
hora de lançar coleções, diferentemente do modelo tradicional, que trabalha com uma 
antecipação de 24 meses para lançar os produtos no mercado (Cietta, 2010). 
A empresa em questão estudada, faz parte de um dos maiores grupos de moda 
do Brasil e sempre trabalhou seguindo o modelo tradicional, no entanto, nos últimos 
anos vem desenvolvendo um novo jeitode trabalhar com o Fast Fashion, 
apresentando margens de lucro maior do que varejistas que adotam o sistema comum 
e sendo detentora do seu próprio processo produtivo, através da integração vertical. 
Partindo da premissa que o sistema Fast Fashion adota um sistema inovador 
de produção de matéria prima e distribuição, buscou-se investigar os principais 
desafios enfrentado pelas pessoas que lidam diariamente com os produtos Fast 
Fashion em um varejista localizado na cidade do Natal/RN, analisando desafios 
ligados a integração vertical, captação de tendências, velocidade de mudança do 
mercado, distribuição dos produtos para a loja, entre outros. Pois acredita-se para que 
de fato esta estratégia seja alcançada, o lead time da produção dos produtos precisa 
ser curto, possuir flexibilidade de produção para atender o mercado por parte da 
indústria, além de entregas rápidas. 
Por fim, para o melhor desenvolvimento deste estudo, este trabalho 
organizando-se em três partes: primeira, a introdutória que permite uma maior 
compressão do que será estudado composto pela contextualização do trabalho, a 
justificativa e os objetivos. Enquanto a segunda seção é composta pelo referencial 
teórico, trazendo autores renomados e bases teóricas para o estudo e compreensão 
da temática. A terceira seção conta com os procedimentos metodológicos, composto 
pelo tipo de estudo, plano de coleta de dados, e o modelo de análise dos dados. O 
quarto capítulo apresenta os resultados obtidos e, por fim, no quinto capítulo, as 
considerações finais. 
15 
 
 
 
 
1.1 Contextualização e problemática 
 
O mercado da moda vem se modificando desde muito antes do século XX. A 
confecção de roupas passou a ser divididas em três níveis: Prêt-à-porter, alta costura 
e a produção de larga escala. As peças da alta costura nascida por Charles Frederick 
Worth (1825-1895) possuem características peculiares por serem confeccionadas 
diretamente ao consumidor, devido seus modelos serem artesanais e feitos sob 
medida, fazendo com que seu ciclo de elaboração seja bem mais demorado do que 
as peças da Prêt-à-porter e de larga escala. A prêt-à-porter surgiu frente ao movimento 
da alta costura com preços mais acessíveis onde as roupas são caracterizadas pela 
sua qualidade e segue as tendências de moda. Já a produção de roupas em larga 
escala só se tornou possível devido ao advento das máquinas de costuras 
possibilitando condições para a produção em massa de roupas que são 
fundamentadas em tendências populares, vindo de inspiração da prêt-à-porter e 
baseados em uma produção rápida conhecida atualmente como o modelo Fast 
Fashion (DILLON, 2012). 
 As produções de roupas em larga escala seguem o modelo Fast Fashion que 
conforme Hoffmann (2011) é: 
 
Fast Fashion é utilizado para caracterizar marcas de roupas que visam 
à produção rápida e contínua de peças, possibilitando a troca semanal 
ou até mesmo diária da coleção. Este aspecto leva à necessidade de 
equilíbrio, em curto prazo, entre a produção e o volume 
comercializado, ocasionado pelo consumo rápido (HOFFMANN, 2011, 
p. 4) 
 
Desta forma, ele é a capacidade de capturar e lançar a moda no mundo de 
forma mais rápida possível, no qual as lojas do varejo passaram a implantar o Fast 
Fashion proporcionando um aumento maior de lucro nos últimos anos. 
No entanto, para que o Fast Fashion seja eficiente e retorne tudo aquilo que a 
organização espera dele, a sua gestão precisa ser eficiente do início ao fim da cadeia 
produtiva, pois Silva e Busarello (2016, p. 6) afirmam que “o modelo foi desenvolvido 
16 
 
 
 
com o objetivo de que novos produtos sejam desenvolvidos de forma rápida e tragam 
um diferencial competitivo para as empresas que o adotem com a finalidade de 
oferecer o que o consumidor quer naquele momento exato.” Com o mercado varejista 
cada vez mais competitivo e os consumidores muito mais exigentes para se manterem 
vivos no mercado os donos de grandes empresas do varejo precisam estar mais 
antenados às tendências de moda espalhadas mundo a fora e investir em recursos 
que otimizem o tempo de resposta para suprir a necessidade daquilo que o seu cliente 
procura, sendo a tarefa de levar a moda aos quatros cantos do país difícil, pois 
coleções que antes duravam meses para serem lançadas e vistas em lojas, hoje já 
podem ser visualizadas em dias refletindo claramente as demandas dos 
consumidores. 
Diante dessas considerações é notório que o modelo Fast Fashion apesar da 
sua eficiência, não é simples de ser adotado pelas empresas devido aos grandes 
desafios que possui. Assim surge o problema de estudo desta pesquisa através do 
seguinte questionamento: Quais os desafios do Fast Fashion para uma empresa 
varejista sob a ótica dos colaboradores de sua área comercial? 
17 
 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Geral 
 
Analisar os desafios do Fast Fashion para uma empresa varejista sediada em 
Natal/RN, sob a ótica dos colaboradores que atuam na sua área comercial. 
 
2.2 Específicos 
 
 Traçar o perfil dos colaboradores da área comercial que participaram da 
pesquisa; 
 Relacionar as fontes de inspiração dos colaboradores durante o processo de 
criação dos produtos; 
 Analisar a opinião dos colaboradores do setor comercial a respeito da 
integração vertical do setor industrial da empresa pesquisada; 
 Investigar a prática do Fast Fashion sob a ótica da área comercial, segundo 
as vertentes: exposição dos produtos, qualidade, preço, venda e fidelização 
do cliente. 
 
 
18 
 
 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
Conforme Cietta (2010), fast fashion significa “moda rápida”, na qual 
empresas elaboram roupas com base nas últimas tendências com baixo estoque 
e alto giro em loja. No entanto, Cietta (2010) afirma que além da variante tempo, 
a redução de riscos e custos dos produtos são de importante relevância para o 
sucesso do negócio. 
Empresas que utilizam este modelo conseguem aumentar seu crescimento 
notoriamente no mercado da moda, segundo Cietta (2010) “as empresas que 
foram capazes de explorar a natureza hibridam dos produtos de moda, mudando 
o modelo de negócio e a organização criativa, produtiva e distributiva, tem tido 
grande sucesso”. Fato confirmado pela Zara, pioneira no modelo fast fashion, que 
conseguiu aumentar seu faturamento de 5,7 bilhões para em algo em torno dos 
22 bilhões, demonstrando que a organização soube como desenvolver o modelo 
para o seu negócio de forma eficiente (MANECHINI, 2013). 
Partindo do princípio de que empresas que adotam o fast fashion detém 
um melhor desempenho, a busca por melhorias deve ser sempre presente devido 
a aceleração do consumo e um poder de compra maior dos seus consumidores, 
refletindo diretamente nas vendas e nos lucros, além das peças apresentarem no 
mercado o nome e imagem da organização. Entende-se que a investigação sobre 
o Fast Fashion é de extrema importância para compreender a configuração deste 
modelo no campo do mercado varejista, que atualmente, comporta-se de forma 
dinâmica, onde os consumidores têm ditado cada vez mais suas preferências. 
Entender os desafios que circundam este modelo é importante para que o varejista 
possa elevar seu crescimento, conseguindo explorar de forma eficiente o modelo. 
Esta pesquisa possui valor significativo quando vem somar a outros 
estudos que abordam o fast fashion, principalmente pelo desconhecimento de 
alguns desafios e entraves que estão em volta das organizações que são 
integradas verticalmente e com um mercado ainda mais competitivo. A pesquisa 
poderá ser útil para que as empresas consigam refletir sobre os seus processos 
e apresentar pontos que podem ser ainda mais trabalhados para melhorar o 
resultado. 
19 
 
 
 
Além disso, há uma razão extremamente pessoal, uma vez que a pesquisadora 
que compõe este trabalho encontra-se inserida na colaboração do Fast Fashion na 
empresa pesquisada. 
 
20 
 
 
 
4 REFERENCIALTEÓRICO 
 
4.1 Breve histórico do desenvolvimento da moda1 
 
 A moda vem acompanhando o desenvolvimento da sociedade e 
consequentemente expressando uma ligação entre a realidade do momento 
histórico em que foi criada e o modo de vestir. A moda pode ser uma tendência e 
a palavra “moda” significa “modo”, “maneira”, “costume” e provém do latim modus. 
 Podemos iniciar falando de moda desde o período da idade contemporânea, 
século XX, este que sofreu com diversas transformações moda. No ano de 1910, 
foi marcada pela praticidade dos trajes, o encurtamento das saias e vestidos que 
subiram até a altura da canela. A década de 1920, foi marcado pela Coco Chanel, 
onde trouxe o seu famoso “pretinho básico”, os trajes masculinos foram trazidos 
para o feminino, sem que o lado feminino da mulher não fosse demonstrado. Em 
1940 podemos destacar como o momento em que a moda foi revolucionada por 
Christian Dion com seu "New look” com o objetivo de resgatar a feminilidade da 
mulher que acabou sendo escondida na guerra, a cintura da mulher foi bastante 
marcada para que ficasse finas, as saias eram arredondadas, luvas, sapatos, entre 
outros acessórios. Devido ao lançamento da “New Look”, os anos 50 ficaram 
conhecido como anos dourados devido aos trajes femininos com muito luxo. A 
década de 60 foi marcada pelos jovens, e ficou conhecida pela moda unissex, e 
foi nesta época onde surge o movimento hippie que vem também influenciar os 
anos 70. O movimento hippie era caracterizado pelo discurso de rebeldia e afronta, 
as roupas tinham detalhes artesanais e entre elas pode-se destacar as saias 
longas, calça boca de sino e cabelos longos para ambos os sexos. Os anos 80 foi 
marcado pelo surgimento das peças de couros, muito colorido, partindo do simples 
ao extravagante. Por fim os anos 90 onde as pessoas passaram a possuir maior 
liberdade para se vestir. 
Diante do pequeno contexto da moda apresentado, podemos dividir a história 
da moda em três níveis a partir do século XX: Alta costura, Prêt-à-porter e o Fast 
 
1 Esta seção apresentarei um escopo resumido de contextualização da evolução da moda, desta forma 
não irei enveredar profundamente pela história e desenvolvimento desta. 
21 
 
 
 
Fashion. Os modelos entre si apresentam características únicas que fazem com 
que o reconhecimento de uma peça seja notório. 
A alta costura nasceu em paris pelo britânico Charles Frederick Worth (1825-
1895), onde paris liderou a alta costura até o início da segunda guerra mundial. 
Em 1946 Christian Dior outro estilista renomado da alta costura lança seu primeiro 
atelier de costura em paris e lança sua primeira coleção (FOGG, 2013). Na alta 
costura os modelos são artesanais e são costuradas a mão, cada coleção deve 
ter 35 modelos originais, as clientes conseguem fazer encomendas sob medidas 
e as coleções são exibidas em desfiles apenas duas vezes ao ano. As empresas 
da alta costura estão filiadas a Maison, uma espécie de câmara sindical da alta 
costura onde uma lista de regras precisa ser obedecida para que a empresa seja 
caracterizada como de alta costura. Além dos nomes acima, destacam-se também 
Paul Poiret, Coco Chanel, Elsa Schiaparelli e Cristóbal Balenciaga. 
A prêt-à-porter surgiu em 1960 frente o movimento da alta costura, sendo mais 
acessível, porém ainda longe da realidade da massa do Fast Fashion, surgido 
posteriormente, podendo ser igualada a alta costura tanto na qualidade e o preço 
(FOGG, 2013), pelo estilista Yves Saint Laurent e pode ser caracterizado com um 
mercado de alta qualidade devido os seus tecidos e corte, suas coleções 
exclusivas de edições limitadas e preço alto. As peças da prêt-á-porter sempre 
irão comunicar uma ideia e devido a isso acaba atraindo a atenção das mídias na 
passarela. Possui tamanhos padronizados e preço bastante elevado. 
O que difere esses modelos segundo Dillon (2012) é que a alta costura possui 
ciclos mais curtos do que a prêt-á-porter, devido a característica do modelo ser 
direcionada para o consumidor, tendo a característica de peças artesanais. 
O Fast Fashion, como o a tradução literal do nome diz “moda rápida”, só foi 
possível acontecer devido a invenção da máquina de costura possibilitando a 
confecção de roupas em larga escala, o avanço das tecnologias e o surgimento 
de grandes indústrias e redes de varejo, baseado em tendências populares e o 
principal, venda rápida. O fast fashion superou a alta costura no final do século 
XIX e desde então, a moda e a rapidez estão sempre unidas (FRINGS, 2012). 
 
22 
 
 
 
4.2 O Modelo Fast Fashion 
 
 Em um contexto do mercado altamente competitivo e com consumidores que 
estão em constante mudança de preferências, as empresas do varejo precisam está 
cada vez mais antenado para suprir de forma rápida os seus clientes. Assim, para se 
manterem vivas e competitivas um novo negócio surgiu - o Fast Fashion. 
O Fast Fashion é um conceito que nasceu na Itália nos meados da década de 
90 com a empresa Benetton (CIETTA, 2010). A rede de lojas Zara foi uma das 
primeiras empresas a utilizar este conceito, e utilizam como uma ousada estratégia 
comercial, possuindo um resultado positivo com o aumento de faturamento da rede 
(HOFFMANN, 2011). 
 Segundo Matias (2008) a Zara conta com mais de 1.600 lojas espalhadas pelo 
mundo inteiro, e é hoje a atual referência do Fast Fashion, enquanto a Gap (maior 
varejista de roupa dos estados unidos) lança 12.000 modelos por ano, a Zara põe no 
mercado 40.000. Já na realidade brasileiras, os nomes mais renomados quanto ao 
uso do modelo são a C&A, Renner e as lojas Riachuelo. 
 Segundo Barnes e Lea-Greenwood (2006, p. 259), o “Fast Fashion é um 
conceito que reduz o tempo necessário de entrada dos produtos nas lojas, que são 
constantemente atualizados durante a temporada”. 
 De acordo com Cietta (2012): 
[...] Fast Fashion é um conceito segundo o qual os varejistas orientam 
suas estratégias de negócios para reduzir o tempo necessário para 
obter produto de moda na loja, trabalhando em um sistema de compra 
in-temporada, então gamas de produtos são constantemente 
atualizados durante toda a temporada (CIETTA, 2012, p. 193). 
 
 Ainda segundo Hoffmann (2011): 
Fast Fashion é utilizado para caracterizar marcas de roupas que visam 
à produção rápida e contínua de peças, possibilitando a troca semanal 
ou até mesmo diária da coleção. Este aspecto leva à necessidade de 
equilíbrio, em curto prazo, entre a produção e o volume 
comercializado, ocasionado pelo consumo rápido (HOFFMANN, 
2011, p. 4). 
23 
 
 
 
Cietta (2010) afirma que o Fast Fashion é a execução do negócio da moda, 
onde os estoques são minimizados através de tendências selecionadas, tendências 
essas que possuem venda lenta. Desta forma, os produtos conseguem ser 
modificados e corrigidos ao longo da estação. O modelo tem por principal objetivo 
incrementar o consumo através de uma rápida resposta ao mercado e custos 
baixos. Ainda de acordo com o autor, “o Fast Fashion é um exemplo de como o 
mercado da moda está mudando rapidamente” (CIETTA, 2010, p. 21). A figura 01 visa 
demonstrar a dinâmica do Fast fashion para que o produto chegue em loja de forma 
rápida. 
Figura 1 - Dinâmica do Modelo Fast Fashion 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Para Doeringer e Crean (2004, p. 17) o “ingrediente chave do Fast Fashion é a 
capacidade de rastrear as preferências e necessidades do consumidor rapidamente, 
aproximando o mercado a moda.” Ainda segundo Hoffmann (2011), é necessário 
entender o que o consumidor deseja para, assim, poder ofertar o produto certo e, para 
isso, as empresas precisam investir em profissionais que captem as tendências de 
moda e que sejam capazes de desenvolver estratégias para ouvir mais a área 
comercial, para que essas informações sejam repassadas para se determinar o que 
será produzido e o que está sendo aceito pelos clientes.Para que esse objetivo seja 
24 
 
 
 
alcançado, as empresas precisam investir em profissionais que consigam 
acompanhar as tendências de moda e desenvolver produtos para atender a 
necessidade do consumidor. As empresas de Fast Fashion buscam analisar se os 
itens que estão nas lojas está agradando ao cliente. Assim, o Fast Fashion privilegia 
os produtos de maior sucesso e os produtos menos aceitos saem das lojas. 
 Uma das características de empresas que adotam o Fast Fashion é a de 
utilizarem meios e tempos mais produtivos do que as empresas convencionais, o que 
ocasiona uma redução drástica no tempo de produção, fazendo com que as peças 
cheguem em lojas em poucos dias trazendo benefícios para a empresa (CIETTA, 
2010). 
Desta forma, uma marca que se baseia no Fast Fashion precisa desenvolver 
rápidos ciclos de vida de seus produtos visando uma maior renovação em loja e 
satisfação do consumidor. Disponibilizar e expor o produto em loja de forma correta e 
ágil é fundamental para concretizar a venda, segundo (ROBIC; FREDERICO 2008). 
Caso a empresa se atrase na introdução do produto, perde a oportunidade de venda 
e o estoque acaba ficando parado e gerando perda de vendas (ver Figura 02). 
 Figura 2 - Vendas e o Tempo de Reação ao Mercado 
 
Fonte: Moreira (2011). 
 
Empresas que adotam o modelo Fast Fashion precisam possuir um sistema 
bastante ágil e existir uma grande proximidade entre fabricante e varejistas 
(HOFFMANN, 2011). Segundo Cietta (2010), o Fast Fashion fez sucesso, pois “as 
empresas perceberam que os consumidores aprenderam a esperar pelas liquidações, 
e tiveram de buscar um novo modelo de varejo”, e seguindo assim, a marca cria uma 
25 
 
 
 
relação com o consumidor, porque educa o cliente a não esperar por liquidações. Se 
ele não comprar a peça que gostou, a qualquer momento pode não estar mais na loja. 
Além de não esperar por promoções o cliente passa a ir mais vezes a loja. 
Morelli (2011) critica o Fast Fashion, pois acredita que ele não possui 
identidade, tirando assim as características das marcas, devido a sua gama de 
produtos, deixando assim de fidelizar os consumidores. Porém, para Cietta (2010) a 
fidelidade do consumidor tende a nascer de várias repetições de experiências 
positivas de consumo, e sua capacidade em discernir a qualidade do produto. 
O fast fashion não é um sistema muito bem visto pelo mercado da moda, devido 
muitas vezes as organizações confeccionarem roupas parecidas que foram criadas e 
desenvolvidas por estilistas renomados. Mas a maioria dos clientes não chegam a 
tomar conhecimento deste fato, ficando mais atento ao estilo e preço das peças que 
irão usar. 
Desta forma, é importante frisar que o consumidor precisa ter experiencias 
positivas com o produto adquirido como no ato da compra verificando que diferente 
do que muitos pensam, o Fast Fashion não tem relação com a falta de qualidade nos 
produtos. Porém, é importante notar que esse modelo apresenta riscos, como, citado 
por Hoffmann (2011), pois existe a possibilidade da empresa não conseguir fornecer 
os produtos na velocidade exigida, sem atrasos e com o grau de qualidade desejada. 
Por fim, as empresas que desejam atuar seguindo este modelo, faz-se 
necessário aperfeiçoar os processos produtivos e o tempo de criação de produto para 
que os prazos possam ser cumpridos, e o mais importante é a informação correta do 
que o cliente deseja. 
 
4.2.1 Modelo tradicional x modelo Fast Fashion 
 
 Com os avanços tecnológicos do XXI os clientes adquiriram um poder maior a 
informações e os fabricantes sentiram a necessidade de conhecer melhor os seus 
consumidores. As informações de vendas começaram a chegar mais rápido nas áreas 
comerciais o que possibilitou o conhecimento sobre os produtos que vendem, que não 
26 
 
 
 
vendem e conhecerem a real demanda exposta por seus clientes. Essa realidade só 
foi possível no modelo Fast Fashion, pois a moda e a reposição dos produtos 
conseguem chegar na loja mais rápido do que o modelo tradicional. 
O Fast Fashion chegou ao mercado varejistas trazendo um diferencial 
competitivo e um maior desafio para as empresas que o adotam. Isso se deve devido 
a diferença entre o modelo tradicional e o Fast Fashion, onde no modelo tradicional 
as coleções vinham dividas em duas coleções apenas – primavera/verão e 
outono/inverno, já no Fast Fashion, as empresas são desafiadas a lançar 
minicoleções ao longo de todo ano, sendo as coleções produzidas de forma temática 
e rapidamente confeccionada e substituída em loja, conforme aponta o Serviço 
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE- (2015). O pensamento 
acima é sustentando por Cietta (2012), afirmando que as coleções sazonais estudam 
as tendências do consumo futuro por vinte e quatro meses, obtendo maior número de 
informações para vendas futuras e, em paralelo, o Fast Fashion, que foca em um 
período menor procurando oportunidade de vendas e informações atuais. 
O Início de compra do modelo tradicional é feito a partir de previsões a longo 
prazo, que acontecem um ano antes do lançamento da coleção na estação, com 
pedidos realizados meses antes ao mês que o produto estará em loja. Além destas 
características, o modelo possui baixa flexibilidade para mudanças em relação ao sell-
in (compra) antes do sell-out (vendas) (SERRENTINO, 2006). Porém, no modelo fast 
fashion, empresas com foco em moda rápida, as compras dos produtos ocorrem 
constantemente, até mesmo semanalmente. 
Ainda segundo Cietta (2010) 
Enquanto a produção rápida tradicional deve atingir a venda naquela 
estação específica, com um produto que seja o mais parecido possível 
ao bast-seller, as empresas do Fast Fashion se preocupam em definir 
uma política própria de marca junto ao grupo de consumidores 
(CIETTA, 2010, p. 41). 
 
A gestão dos produtos no modelo tradicional é feita em cima de um longo 
planejamento e a compra dos seus produtos é feita de forma bem antecipada, além 
de trabalhar com coleções sazonais e a baixa flexibilidade para mudanças. Já no Fast 
Fashion a gestão busca velocidade, maior capacidade de respostas e os estoques 
27 
 
 
 
são renovados constantemente. “A diferença entre as outras empresas de moda estão 
no fato de que o ciclo de produção/consumo não é atravessado duas vezes ao ano, 
mas, continuamente, com fluxos que chegam a ser quinzenais” (CIETTA, 2010, p. 80). 
 
Figura 3 - Modelo Fast Fashion x Modelo Tradicional 
 FAST FASHION TRADICIONAL 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
As coleções do modelo tradicional levam meses para serem elaboradas e 
confeccionadas, em comparação com o Fast Fashion, cujas características são 
produções temáticas seguindo as demandas dos consumidores, produzidas e 
comercializadas com maior agilidade (SEBRAE, 2015). No modelo Fast Fashion 
existe uma grande análise dos seus consumidores, informações são recolhidas 
através de relatórios de vendas e mais alguns instrumentos característicos de cada 
empresa que são usados para o desenvolvimento de novas coleções. Para melhorar 
ainda mais a compreensão entre esses dois modelos segue o quadro 1: 
 
28 
 
 
 
 
 
Quadro 1 - Diferenciação entre o modelo tradicional x o Fast Fashion 
Coleções Sacionais (Semestrais) Minicoleções (Semanais) 
Preços Variedades Baixo e competitivos 
Lançamentos Coleções Temas 
Orientações Estilistas Consumidor 
Tendências Maior risco Menor risco 
Prioridade Identidade e estilo Lucro 
 
 Fonte: Adaptado do SEBRAE (2015). 
 
 Com as mudanças neste cenário, o fast fashion posicionou-se ao lado dos 
modelos tradicionais, como a alta-costura e prêt-à-porter, gerando um movimento no 
processo da moda (FRINGS, 2012). Onde a prêt-à-porter baseia-se em ciclos 
tradicionais, mas com o modelo fast fashion, o mercado passou a oferecer maior 
variedade de produtos aos consumidores de moda (GABRIELLIet al., 2013, p. 206). 
 Para o fast fashion, suas coleções são inspiradas em tendências de moda e 
vendidas com preço menor, como também são apresentadas em tempos menores e 
não seguem o tradicional calendário de duas estações ao ano. Além disso, suas 
coleções, muitas vezes, são desenvolvidas por estilistas renomados na área de moda 
e que atuam em grandes empresas do varejo, tais como a H&M e Zara (DILLON, 
2012, p. 11). Segundo Cietta, (2012), para este modelo produtivo, os novos produtos 
são introduzidos a cada duas semanas. Assim, permite ao varejista acompanhar as 
mudanças de mercado e o controle de estoque mais eficiente. 
 Desta forma, o modelo fast fashion tem encontrado possibilidades no mercado, 
para o oferecer de seus produtos aos consumidores, através do seu processo criativo 
e produtivo, ou seja, com coleções criativas e variadas em um curto tempo, seguindo 
as tendências de moda e a demanda dos consumidores. 
 
29 
 
 
 
4.2.2 Vantagens, desvantagens e ameaças do modelo Fast Fashion 
 
O SEBRAE (2015) traz como vantagens do modelo Fast Fashion: 
● Estoque baixo, devido à alta rotatividade das peças; 
● Ciclo de vida curto do produto, o que facilita a venda; 
● Antecipação de tendências, que pode ser um diferencial competitivo do seu 
empreendimento; 
● Renovação constante da vitrine, fator que pode atrair clientela mais 
diversificada; 
● Diminuição dos riscos, pois como as etapas são mais rápidas, é produzido 
o que está sendo vendido, isso reduz o encalhe das peças. 
● Variedade de produtos em loja devido à alta rotatividade de peças; 
● O cliente procura ir a loja mais vezes em busca de novidades. 
 
Com relação às desvantagens, temos os seguintes pontos apresentados pelo 
SEBRAE (2014). 
 
● Grade baixa: como o foco não está na quantidade de produtos, mas sim 
variedade, não será possível suprir as necessidades de todos os clientes. 
Assim, o lojista pode receber os tamanhos P e M, e não conseguir atender 
o cliente GG, por exemplo. 
● Fornecedor: como os pequenos negócios trabalham com lote baixo, pode 
ser difícil encontrar uma cadeia flexível de fornecedores. 
● Questões legais: pelo fato de estar ligado a fortes tendências de moda, 
muitas vezes, o Fast Fashion acaba reproduzindo peças parecidas com as 
de grife. É preciso estar atento a problemas legais, de registro de produtos, 
marcas e modelos; 
● Processos produtivos que não conseguem acompanhar a velocidade com 
que o mercado se desenvolve. 
 
 
 
30 
 
 
 
Segundo Hoffmann (2011, p. 7), às ameaças apresentadas pelo Fast Fashion são 
as seguintes: 
 
● Não estar organizado para explorar o processo de produção do Fast 
Fashion; 
● Não desenvolver estratégias para escutar o potencial cliente; 
● Não desenvolver uma ferramenta para tratar informações, dados de 
consumo e tendências; 
● Não ter capacidade de atendimento para os curtos prazos estipulados de 
produção; 
● Ser pressionado pelos preços baixos das empresas varejistas; 
● Não conseguir lançar produtos que agradem seus clientes. 
 
4.2.3. Alguns desafios do Fast Fashion 
 
 A moda é um mercado onde as preferências dos consumidores mudam 
rapidamente e o ciclo de vida dos produtos são definidos por curtos períodos e o 
consumidor é o grande responsável por essa transformação, e para isso o papel das 
organizações que utilizam o Fast Fashion é responder os seus clientes na hora e no 
momento certo com produtos de qualidade e preços acessíveis. 
Para que as empresas de Fast Fashion consigam atingir seus objetivos de 
moda rápida, um dos maiores desafios para o varejo é a integração vertical da 
indústria, onde existe o controle sobre sua cadeia de suprimentos, área comercial, 
desenvolvimento de novos produtos e a distribuição, que permite maior agilidade em 
todo o processo. 
Assim, segundo Porter (1996) 
Integração Vertical é a combinação de processos de produção, 
distribuição, vendas e/ou outros processos econômicos 
tecnologicamente distintos dentro das fronteiras de uma mesma 
empresa, ou seja, todos os processos estão sob sua responsabilidade 
e controle, não dependendo de outras empresas para produzir ou 
comercializar seus produtos (PORTER, 1996, p. 278) 
 
31 
 
 
 
Isto garante uma vantagem competitiva, pois implica maior agilidade na 
produção de suas mercadorias frente a um mercado cada dia mais competitivo, sendo 
o desejo do consumidor que dá a ordem de produção, possibilitado através do 
compartilhamento de informações e a reposição rápida de produtos. Considerada uma 
opção mais barata, menos arriscada e mais fácil, pois todas as funções estão ligadas 
e tendem ser mais fácil de administrar. Como coloca Porter (1986): 
 
[...] as empresas acham mais vantajoso executar internamente uma 
parte relevante dos processos administrativos, produtivos, de 
distribuição ou de marketing, necessários à fabricação de seus 
produtos ou serviços em vez de contratar uma série de entidades 
independentes (PORTER, 1986, p. 278). 
 
As organizações que decidem por realizar a integração vertical, caracterizam-
se por tomar para si o controle da distribuição dos produtos, porém conforme diz Silva, 
Rodrigues, Sannomya, Peres e Corvacho (2009) neste processo as empresas vivem 
em um dilema, de gerenciar todo o processo de distribuição e, consequentemente, as 
suas complicações. Contudo, em relação aos custos Williamson (1991) afirma que a 
verticalização possibilita o controle dos custos em virtude do domínio das transações. 
Assim, a integração é vista como vantajosa devido o maior controle sobre os 
processos da empresa, bem como a diminuição de custos e riscos, conseguindo 
identificar seus pontos fracos mais facilmente e agir de forma mais rápida. 
 Desta forma, as organizações de Fast Fashion precisam apresentar em seu 
processo de produção a flexibilidade na confecção dos produtos, além de possuir um 
foco, compreender seus clientes e usarem essa vantagem para desenvolver seus 
produtos. Conforme Cietta (2012), a rapidez nas respostas dado ao mercado só é 
possível através de dois fatores: primeiro, os produtos em loja são constantemente 
verificados e corrigido o que não tem bom desempenho, e segundo, na criação de 
novos desejos de consumo, captando rapidamente as tendências do mercado e 
colocando em loja. Ainda segundo Cietta (2010, p. 20) “as empresas constroem uma 
primeira informação sobre as tendências da moda, constroem sua identidade 
estilística com base na sua sensibilidade criativa e realizam um monitoramento 
contínuo dos consumidores através das “antenas” da distribuição”. Assim, a 
integração vertical com o domínio de todo processo auxilia com as adversidades do 
Fast Fashion. 
32 
 
 
 
Para tal afirmação feita por Cietta (2010), as organizações estão investidas 
cada vez mais em pessoas capacitadas para captarem tendências e entender seu 
mercado. A integração vertical permite que o processo de captar tendências se dê de 
forma mais eficiente, pois permite que uma tendência captada já seja colocada em 
produção de forma rápida e chegue na loja para atender seus clientes na hora exata, 
devido o domínio da sua cadeia produtiva, com o auxílio de um processo de 
distribuição eficiente. Desta forma, os estilistas de empresas que adotam o fast 
fashion precisam mais antenados nas tendências que muitas vezes são captadas nas 
ruas, redes sociais, entre outros meios, pois acredita-se que é nestes onde a moda 
ou as tendências do momento podem chegar mais rapidamente, não basta usar 
somente as informações das lojas, tem que ter maneiras mais qualitativas para dar 
uma resposta rápida ao consumidor. 
No Fast Fashion o sistema precisa ser focado ainda mais em pesquisas de 
tendências e consumo em consonância com a verticalização da empresa, pois é 
necessário sempre está observando realmente o que as pessoas consomem e não 
apenas só o que é tendência no momento para ser posto em produção. 
Pensamentoconfirmado por Cietta (2010) 
Em geral, o modelo fast-fashion é sobretudo uma forma de diminuir 
o risco de errar nas escolhas e possibilita realizar compras repetidas 
ao longo do tempo – até mesmo durante o período de “liquidação”, 
adapta-se naturalmente com as preferências do consumidor. Em um 
mercado cada vez mais competitivo, o fast-fashion representa uma 
resposta eficiente a esse mercado. (CIETTA, 2010, p. 21, grifo 
nosso) 
 
 Para que a empresa consiga atingir seus objetivos, é necessário que o mercado 
seja entendido e as organizações capazes de atender suas necessidades. Investir em 
pesquisas, no marketing e em outros aspectos que chamem atenção do consumidor 
é essencial para que o objetivo seja alcançado, pois segundo Mattar (1999, p. 158), 
"o objetivo de marketing a pesquisar o comportamento, é entender melhor o 
consumidor e assim poder melhor antecipar ou prever o seu comportamento futuro". 
 Segundo Lipovestsky e Roux (2005) 
As marcas devem, portanto, permanecer vigilantes no que se refere à 
sensibilidade dos consumidores ao preço, à inflação de lançamento de 
produtos novos, à duração de vida dos produtos, aos efeitos perversos 
da promoção, às novas maneiras de dar as cartas em matéria de 
distribuição e, enfim, à qualidade de serviço assim como à formação 
do pessoal de vendas (LIPOVESTSKY; ROUX, 2005, p. 95) 
33 
 
 
 
Portanto, a exigência de uma coleção com a melhor eficácia de vendas 
continua a levar as empresas de moda rápida a se inspirarem nas suas concorrentes 
e também em grandes estilistas. 
Desta forma, uma empresa de Fast Fashion não precisa só lançar produtos de 
forma ágil em loja, mas sim possuir um processo produtivo eficaz, pessoas rápidas 
em captar tendências e entender as grandes mudança que acontece no mercado para 
que assim os produtos que chegam em loja e atinjam os objetivos organizacionais, 
como também, suprir os desejos dos consumidores, pensando no preço e qualidade, 
Cietta (2012), que ainda são fatores decisivos e característicos dos modelos Fast 
Fashion, pois a fidelidade do consumidor tende a nascer de várias repetições de 
experiências positivas de consumo, e sua capacidade em discernir a qualidade do 
produto (CIETTA, 2010). 
Com isso, o fast fashion precisa ter como base fundamental para o sucesso os 
seguintes aspectos: 
 Risco: Quanto menor e mais fragmentada a informação, maior é o risco; 
 Gestão criativa: Deve ser operado de forma dupla: inovando e 
incorporando as últimas tendências de consumo; 
 Gestão produtiva: Diminuir o tempo de fornecimento envolve encontrar 
soluções adequadas para compreender os reais interesses dos 
consumidores. 
Torna-se assim importante que exista controle e monitoramento continuo sobre 
as informações, pois a interpretação do fast fashion de forma correta permite que as 
ações sejam ajustadas, diminuindo os riscos e permitindo testar novas alternativas. 
Em função destes aspectos é muito importante que as empresas do vestuário 
conheçam mais sobre esse tema e sejam mais competitivas no mercado. Porém, este 
modelo possui armadilhas operacionais que precisam ser avaliadas, e ainda, exigir 
amadurecimento da empresa que optar por este modelo de negócio. 
 
34 
 
 
 
 
5 METODOLOGIA 
 
Nas seções anteriores foram tratados assuntos ligados diretamente aos 
objetivos traçados nesta pesquisa, bem como todo o contexto que envolve o tema. 
Nesta seção, será apresentado o tipo de estudo, a abrangência do estudo, plano de 
coleta de dados e o tratamento estatístico dos dados. 
 
5.1 Tipo de estudo 
 
 O objetivo da pesquisa foi identificar os desafios do Fast Fashion para uma 
empresa varejista sediado em Natal sob o olhar do setor comercial da empresa 
pesquisada. Dessa forma o estudo é caracterizado como um estudo exploratório e 
descritivo, caracterizando-se como uma pesquisa quantitativa, segundo Gerhardt e 
Silveira (2009): 
A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo 
positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com 
base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de 
instrumentos padronizados e neutros (GERHARDT & SILVEIRA, 
2009, p. 33). 
 
Além disso, os autores afirmam que a pesquisa de caráter exploratório “tem 
como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo 
mais explícito ou a construir hipóteses” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 35). 
 
5.2 Amostra do estudo 
 
A intenção era aplicar os questionários com os 30 colaboradores do setor 
comercial, objeto da pesquisa, mas somente 20 deles aceitaram participar, alegando, 
35 
 
 
 
principalmente, razões do trabalho. Considerou-se, desse modo, uma amostragem 
não probabilística, do tipo intencional. 
Segundo Gil (1989) 
O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que 
estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este 
tipo de amostragem em estudos exploratórios ou qualitativos, onde não 
é requerido elevado nível de precisão (GIL, p.97, 1989). 
 
5.3 Plano de coleta de dados 
 
A coleta de dados se deu através do método de questionários estruturados 
contendo 03 (três) questões abertas e 26 (vinte e seis) questões fechadas, conforme 
apêndice A. Desse modo, foi possível compreender e entender quais os maiores 
desafios do varejista, objetivo deste estudo. A fim de conseguir o maior número 
possível de respostas, o questionário foi divulgado no e-mail institucional dos 
colaboradores no período de 7 dias corridos que se deu de 30/04/2019 a 05/05/2019. 
Esse e-mail institucional é a forma oficial de comunicação entre os colaboradores 
dentro da empresa. Segundo Marconi e Lakatos (2013, p. 201) “questionário é um 
instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, 
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” Dos 30 
questionários enviados 20 foram respondidos, considerando-se, portanto, a amostra 
pesquisada. 
5.4 Tratamento estatístico dos dados 
 
O modelo de análise de dados traz o objetivo de desenvolver os principais 
conceitos que estão ligados diretamente ao objeto de pesquisa deste trabalho. Para 
este fim, como ferramenta para construção do banco de dados e sua posterior e 
análise, foi utilizado o Microsoft Excel versão 2013, sendo a base de dados exportada 
para o programa IBM SPSS versão 20 e também para o software R versão 3.3.3, nos 
quais foram feitas as análises estatísticas descritivas, exploratórias e testes. 
 A estatística descritiva pode ser definida como um conjunto de técnicas 
destinadas a descrever e resumir os dados, de forma que seja possível extrair 
36 
 
 
 
conclusões a respeito dos dados disponíveis (MAGALHÃES; LIMA, 2010). Ela foi 
utilizada neste trabalho para a descrição dos dados, por meio de valores absolutos e 
percentuais e representação gráfica para cada variável. 
Para avaliar a existência de associação entre duas ou mais variáveis, foi 
utilizado o teste Qui-Quadrado de Pearson com o objetivo de testar as seguintes 
hipóteses: 
H0: Não existe associação entre as variáveis (hipótese nula) 
H1: Existe associação entre as variáveis (hipótese alternativa) 
Caso a hipótese nula seja rejeitada em ambos os testes, não se sabe ao certo 
quais categorias estão associadas entre si, por essa razão, é essencial empregar a 
análise de correspondência que é uma técnica gráfica que auxilia a identificar as 
categorias que estão associadas. Essa técnica tem como objetivo mostrar 
geometricamente as varáveis e suas categorias em um espaço de baixa dimensão, 
com o intuito de indicar associação entre as linhas e colunas da tabela, apenas é 
utilizada quando a hipótese nula é rejeitada, no qual pode-se encontrar as 
associações (MINGOTI, 2005). 
 Simbolizado pela letra grega α o nível de significância, tange uma das maneiras 
que se pode concluir o resultado de um teste estatístico. Esse valor representaa 
probabilidade da hipótese nula H0 ser rejeitada, quando na verdade ela é verdadeira. 
O valor α deve ser pequeno, dessa maneira, a hipótese nula só será rejeitada caso 
aconteça algo muito improvável que vá contra H0 (MAGALHÃES; LIMA, 2010). 
 O valor p do teste é denominado como a probabilidade de se encontrar um 
valor tão extremo quanto encontrado na estatística do teste quando a hipótese nula é 
verdadeira, ou seja, caso o valor p seja menor que α, diz-se que a hipótese nula é 
rejeitada ao nível de significância. (MAGALHÃES; LIMA, 2010). 
Com o percurso metodológico devidamente apresentado, a seção seguinte 
aborda os resultados e análises. 
 
37 
 
 
 
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Após a construção do banco de dados realizou-se a tabulação e as análises dos 
dados, os quais são apresentados a seguir. 
 
6.1 Perfil dos respondentes 
 
Com o objetivo de traçar o perfil dos atuantes da área do Fast Fashion, foram 
elaboras questões relacionadas à idade, gênero, estado civil e grau de instrução. 
 
Gráfico 1 – Gênero dos entrevistados 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
O gráfico 1, acima, mostra a distribuição dos entrevistados, por gênero, onde é 
possível observar que 90% se declaram do gênero feminino e apenas 10% do sexo 
masculino. Ou seja, o setor comercial da empresa, formado pelos sub-setores estilo e 
varejo é composto, predominantemente, por um público feminino. 
Ainda em busca de traçar o perfil dos sujeitos foi questionado sobre sua faixa 
etária, apresentada no gráfico 2 a seguir. 
 
 
38 
 
 
 
Gráfico 2 – Faixa etária 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Com os dados conseguidos, notou-se que em sua maioria os respondentes tem 
idades de 26 a 35 anos, representando 55% da amostra (11 pessoas). Em seguida foi 
composto por pessoas na faixa entre até 25 anos com 35% (7 pessoas), E em menor 
número estão as pessoas que possuem idade entre 36 e 45 anos, equivalente 10%. 
A pesquisa não foi respondida por pessoas com idade superior a 45 anos. 
Ainda em busca de delinear o perfil, foi investigado sobre o estado civil. Desta 
forma, a tabela 1 tem como objetivo demonstrar o estado civil dos indivíduos. 
 
Tabela 1 – Estado civil 
Estado civil % 
Solteiro/a 70 
Casado/ união estável 30 
Divorciado/a - 
Viúvo/a - 
Total 100 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Sobre o estado civil dos respondentes, foi constatado que a maioria encontra-
se solteiro/a (14 pessoas) que representa 70% da amostra e os 6 demais são 
casados/união estável – 30%. Não foram localizados divorciados e viúvos. 
Além desses, também foi investigado o nível de instrução escolar, como 
demonstrado no gráfico a seguir: 
 
39 
 
 
 
Gráfico 3 - Grau de instrução 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Do gráfico 3, conclui-se que a maioria dos pesquisados possui graduação 
completa, 60%, que possuem pós-graduação e ainda são estudantes universitários 
somam 40%. Pode-se deduzir que a predominância do ensino superior é em virtude 
dos pré-requisitos de admissão da empresa para que os cargos sejam ocupados. 
 Com o perfil delineado, a próxima seção irá tratar sobre o conhecimento e área 
de atuação. 
 
6.2 Conhecimento e área de atuação 
 
Esta etapa da pesquisa pretendeu-se identificar a área de atuação dos 
pesquisados, além de identificar seus conhecimentos sobre suas fontes de inspiração 
e estilistas consagrados da alta costura e prêt-à-porter. 
A fim de compreender em qual sub-setores os pesquisados atuam foi 
questionado sobre tal. Assim, o gráfico 4 demonstra essa distribuição. 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
Gráfico 4 – Área de atuação 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
O gráfico 4 aponta que 65% dos pesquisados estão situados no subsetor 
denominado de estilo e 35% no setor comercial. 
Com uma predominância de pessoas no subsetor responsável pelo processo 
de criação dos produtos, buscou-se identificar quais os meios utilizados para 
inspiração, com isso o gráfico 5 demonstra tal questão. 
 
Gráfico 5 – Modelos de inspiração 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Ao considerar os modelos de inspiração da moda, 40% dos respondentes 
utilizam a Prêt-à-porter para se inspirarem em novos produtos, 30% usam a alta 
costura e Prêt-à-porter e 15% afirmam não utilizarem nenhum modelo. É importante 
observar que a grande frequência no uso do modelo prêt-à-porter condiz com a figura 
41 
 
 
 
1 presente no referencial teórico, pois historicamente o Fast Fashion surge a partir 
deste modelo. 
Além deste fato, foi questionado sobre qual artista seria maior inspiração nos 
modelos citados, com isso, o gráfico 6 reflete os artistas mais usados da alta costura. 
 
Gráfico 6 – Inspiração da alta costura 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
A partir do gráfico acima, é possível observar que 60% afirmam ter como 
inspiração a Coco Chanel, seguido por Christian Dior, com 20%. 
Também questionados sobre qual artista seria sua inspiração no prêt-à-porter, 
o gráfico 7 retrata isso. 
 
Gráfico 7 – Inspiração da prêt-à-porter 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
De acordo com o gráfico 7 é possível detectar que a maior inspiração na pret-
á- porter é a Yves St. Laurent com 47%, seguida da Calvin Klein com 24%. 
42 
 
 
 
Nestas duas perguntas pode-se observar a presença de respostas na opção 
“outro”, surgindo nomes que fazem partem destes modelos como Gucci, Dolce & 
Cabena, Versaci e Elie Saab. 
 
Gráfico 8 – Assiste a desfiles de moda 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Quando questionados sobre assistir ou não a desfiles de moda, observa-se a 
partir do gráfico 8 que o percentual de pessoas que possuem esse habito é de 70%. 
Questionados sobre qual seria a sua principal fonte de informação utilizada 
para pesquisar tendências, o gráfico a seguir exibe as respostas. 
 
Gráfico 9 – Informação da moda 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
O gráfico apresenta, de forma ilustrativa, que 50% dos indivíduos usam a 
internet para pesquisar sobre as tendências do momento, seguido de 25% da rua. 
43 
 
 
 
Após relacionar as fontes de inspiração dos pesquisados, as questões a seguir 
objetivam investigar o setor industrial da empresa pesquisada. 
 
6.3 Sobre a integração vertical 
 
Com o objetivo de identificar quais os maiores desafios da indústria que 
abastece o varejista pesquisado detentor de uma organização integrada 
verticalmente, levantaram-se alguns pontos que são essenciais para o funcionamento 
da área comercial, sendo eles: 
1. Capacidade produtiva da área; 
2. Os processos produtivos da indústria são arcaicos; 
3. Os setores do processo produtivo são flexíveis; 
4. O desenvolvimento de matéria prima é rápido; 
5. A organização possui estoque de matéria prima; 
6. A margem/custo são fatores decisivos na escolha da matéria prima; 
7. A expedição dos produtos para loja é rápida; 
8. A integração vertical é uma vantagem competitiva; 
9. Terceirizar é melhor do que ter o domínio da cadeia produtiva; 
10. Ao terceirizar os processos se tornaram mais rápidos e menos 
engessados. 
 
Nesta etapa as questões foram colocadas em escalas2 para uma melhor 
visualização e agilidade nas respostas concordando ou não com as afirmações. 
Os pontos questionados aos pesquisados e suas respectivas respostas em 
foram apresentados na tabela 2, como ilustrado a seguir: 
 
 
2 Escala utilizada para as respostas das questões sobre itens da integração vertical: CT – Concorda 
Totalmente; CP – Concorda Parcialmente; NC/ND – Não Concorda, Nem Discorda; DP – Discorda 
Parcialmente; DT – Discorda Totalmente; NSA – Não Sabe Avaliar 
 
 
44 
 
 
 
Tabela 2 – Opinião dos participantes da pesquisa a respeito dos itens da integração vertical 
Itens da Integração Vertical 
Percentual (%) 
CT CP 
NC 
ND 
DP DT NSA 
Capacidade produtiva atende à área - 80 - 20 - - 
Os processos produtivos são arcaicos - 65 - 25 10 - 
Setores do processo produtivo sãoflexíveis 15 40 25 20 - - 
O desenvolvimento de matéria prima é rápido - 40 5 35 15 5 
A organização possui estoque de matéria prima 40 30 - 20 5 5 
Margem/custo: fatores decisivos na escolha da matéria prima 70 10 - 5 - 15 
A expedição de produtos para a loja é rápida 15 30 25 25 5 - 
É uma vantagem competitiva 5 35 20 20 - 20 
Terceirizar é melhor do que ter o domínio da cadeia produtiva 10 40 10 25 - 15 
Processos terceirizados são mais rápidos e menos engessados 5 60 - 5 15 15 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Analisando os dados da tabela 2, é possível verificar que 80% dos pesquisados 
concordam parcialmente que a capacidade produtiva atende à área, enquanto 20% 
discordam parcialmente desta afirmação. 
Conseguinte, no item 2, foi questionado se os processos produtivos da indústria 
são arcaicos para um mercado em constante mudança e 65% dos respondentes 
concordaram parcialmente com a firmação e 35% discordam deste fato, ponto que 
pode a vir melhorar com a compra de novos equipamentos e incrementos de novas 
técnicas. 
 Com um processo produtivo considerado arcaico pelos entrevistados foi 
questionado no item 3 sobre a flexibilidade ou não das áreas envolvidas neste 
processo devido rápidas mudanças que o mercado propõe e a necessidade de colocar 
produtos rapidamente em produção. Deste modo, 55% concordaram sobre a 
afirmação e apenas 20% dos pesquisados discordaram. 
Considerando as respostas para a quinta afirmação sobre o desenvolvimento 
de matéria prima ser realizada de forma rápida, 50% dos entrevistados discordam total 
e parcial, bem como 40% concordarem parcialmente. Assim, infere-se para que se 
evite esses tipos de atrasos, torna-se essencial que a organização possua estoque de 
matéria prima para uma maior agilidade nos processos. Afim de investigar sobre o 
estoque, foi questionado sobre a organização possuir estoque e 70% dos pesquisados 
concordam total e parcial com essa afirmação e apenas 30% discordam. É importante 
salientar que uma organização possuir estoque de matéria prima é fundamental para 
a agilidade nos processos produtivos, garantindo assim uma vantagem competitiva, 
no entanto quando torna-se necessário desenvolver uma nova matéria prima o 
processo acontece de forma lenta, conforme dados expostos, prejudicando a área. 
45 
 
 
 
De acordo com o item 6 da tabela 2, buscando entender se realmente esta 
relação margem/custo seria um ponto importante na escolha da melhor matéria prima, 
80% dos respondentes afirmaram que sim, pois os produtos sofrem influência destes 
dois fatores. Um produto fast fashion da empresa tem por característica um preço 
acessível oferecido em loja, no entanto os profissionais da área sofrem com a relação 
margem/custo na hora de elaborar um produto. Conforme exposto no referencial 
teórico, um item de fast fashion possui um preço de venda mais baixo para que seja 
mais atrativo aos consumidores e isso reflete diretamente no custo e margem do 
produto, consequentemente no preço. 
Além dos pontos a acima, a forma de expedição dos produtos para loja é de 
relevante importância. A organização estudada é proprietária de todo o seu processo 
produtivo, inclusive a expedição dos produtos para loja. Sendo a expedição ponto 
importante para que o produto chegue rápido e atenda os consumidores em loja. 
Quando questionados sobre, 45% das pessoas afirmaram que este processo é rápido, 
no entanto 25% discordam afirmando ser um processo demorado, o que impacta 
diretamente nas vendas. 
Após todos os questionamentos sobre alguns pontos da integração vertical que 
a organização estudada possui, foi questionado ainda se ela tornar-se-ia uma 
vantagem competitiva diante dos seus concorrentes segundo retrata a tabela 2, onde 
40% dos pesquisados concordam totalmente e parcialmente sobre tal afirmação e 
20% discorda parcial. 
 Apesar do resultado do item anterior ser positivo, o resultado que reflete no 
questionamento sobre terceirizar os serviços do processo produtivo ser algo melhor, 
50% dos participantes concordam sobre e 25% discordam. Seguindo o mesmo 
raciocínio do item anterior, questionados sobre se terceirizar tornariam os processos 
menos engessados do que ter os domínios dos processos, a tabela 2 espelha as 
respostas da amostra, onde 65% afirmam positivamente sobre o questionamento 20% 
discordam. 
 
 
46 
 
 
 
6.4 Sobre o Fast Fashion 
 
 O Fast Fashion é uma moda rápida (HOFFMANN, 2011) e a organização 
estudada é usuária deste modelo que vem ganhando sucesso pelo mundo. Afim de 
coletar a opinião dos profissionais da área comercial sobre o modelo, foram 
elaboradas algumas perguntas sobre as características de um produto fast fashion. 
1. A moda chega ao ponto de venda rápido; 
2. A variedade de produtos fideliza o cliente; 
3. Os preços são atrativos aos consumidores; 
4. A exposição dos produtos em loja é atrativa; 
5. Os produtos possuem qualidadeXpreço condizentes para o Fast fashion; 
6. A resposta da empresa as mudanças do mercado é rápida. 
 
 As perguntas foram elaboradas em formato de escala para maior agilidade em 
suas respostas. 
Os pontos questionados aos pesquisados e suas respectivas respostas foram 
apresentados na tabela 3, como mostra a seguir: 
 
Tabela 3 – Opinião dos participantes da pesquisa a respeito dos itens sobre o Fast Fashion 
Itens sobre o Fast Fashion 
Percentual (%) 
CT CP 
NC 
ND 
DP DT NSA 
A moda chega ao ponto de venda rápido 5 40 - 40 15 - 
A variedade de produtos fideliza o cliente 25 40 10 25 - - 
Os preços são atrativos aos consumidores 25 50 5 15 5 - 
A exposição dos produtos em loja é atrativa 25 50 5 20 - - 
Os produtos possuem qualidadeXpreço condizentes com o FF 10 70 - 15 5 - 
A resposta da empresa às mudanças do mercado é rápida - 20 15 35 30 - 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
 Analisando os dados da tabela 3, foi possível concluir que em um mercado de 
constantes mudanças e com consumidores bem mais exigentes, a moda precisa 
chegar ao ponto de venda rapidamente, objetivo do fast fashion. Diante disto, 55% 
dos participantes da pesquisa afirmaram que a moda não chega rápido no ponto de 
venda, discordando da afirmação feita no item 1, e 45% concordam sobre a afirmação, 
opinião que ficou bem dividida entre os pesquisados. 
 Segundo Cietta (2012), o fast fashion é caracterizado pela variedade de 
produtos que entram constantemente durante toda uma estação na loja. Seguindo 
47 
 
 
 
essa afirmação feita pelo autor, foi questionado aos pesquisados se a variedade de 
produtos em loja seria um ponto importante para fidelizar o cliente e 65% afirmaram 
positivamente e 25% negativamente. 
Outro ponto importante para um produto de Fast Fashion é o preço, este que 
sofre influência do custo de matéria prima para que a margem da empresa seja 
alcançada, uma vez que esses produtos precisam ser mais baratos. Com isso, 
questionados sobre os preços serem atrativos aos consumidores 75% dos 
respondentes concordaram totalmente e parcialmente sobre a afirmação, enquanto 
apenas 5% discorda. 
Além de um produto com matéria prima de qualidade e um preço atrativo, a 
exposição dos produtos em loja também é um ponto importante para que os 
consumidores encontrem a solução dos seus desejos de forma rápida e prática. Na 
tabela 3, item 4, pode-se observar que quando questionados sobre a exposição 
atrativa dos produtos 75% dos participantes desta pesquisa concordaram 
parcialmente e totalmente e 20% discordaram. Assim, o conjunto da matéria prima, 
preço, e exposição do produto precisam estar alinhados, e ainda possuir outro quesito 
dos produtos de moda rápida, a qualidade. 
O mercado consumidor sofreu mudanças e está cada dia mais exigentes, então 
possuir um produto que além de atrativo no preço possua qualidade é essencial para 
um bom desempenho das vendas. Desta forma, analisando a relação entre qualidade 
e preço 80% dos respondentes desta pesquisa concordam sobre estarelação ser 
positiva e condizente para o cliente, e os demais discordam (20%). 
Apesar de 80% dos participantes acreditarem na satisfação do cliente na 
relação qualidade x preço, ainda há indagação sobre a qualidade dos produtos na loja. 
 
48 
 
 
 
Gráfico 10 – Qualidade dos produtos em loja 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Dos respondentes, 50% acreditam que a qualidade do produto em loja é 
péssima, 32% acredita ser boa, 15% regular e 3% ruim. Levando em consideração a 
avaliação negativa dos seus colaboradores sobre a qualidade dos produtos, e afim de 
identificar onde está o principal problema. O gráfico 11 objetiva demonstrar os fatores 
da qualidade sobre a matéria-prima. 
 
Gráfico 11 – Problemas de qualidade 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
O gráfico 11 demonstra que 40% acreditam que o principal problema para 
péssima qualidade dos produtos é a matéria prima, 40% a costura e 20% acredita ser 
complicações de acabamento. 
 
 Por fim, além de ser um ponto de atenção a qualidade dos produtos, os 
colaboradores da organização acreditam que a empresa não responde de forma 
49 
 
 
 
rápida às mudanças do mercado, sendo a rapidez de resposta e de captar tendências 
do mercado um ponto característico de uma empresa Fast Fashion, dados expostos 
na tabela 3, item 6, havendo uma avaliação negativa este ponto. Ademais, para tentar 
compreender o motivo da falta de agilidade da organização foi questionado sobre o 
tempo que um produto tem ficado em produção. Assim, o gráfico 12 a seguir propõe 
demonstrar as impressões dos respondentes sobre este fator. 
 
Gráfico 12 – Tempo de um produto Fast Fashion em produção 
 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
 Assim, 40% dos pesquisados acreditam que um produto de Fast Fashion na 
organização em que estão inseridos levam de 16 a 40 dias somente em produção, 
25% até 15 dias e de 46 a 60 dias 20%, sem considerar todo o processo de elaboração 
antes e de expedição após a confecção do produto. Fato que vai de encontro com o 
pensamento de Hoffmann (2011, p. 4) que diz “Fast Fashion é utilizado para 
caracterizar marcas de roupas que visam à produção rápida e contínua de peças, 
possibilitando a troca semanal ou até mesmo diária da coleção”. 
 
6.5 Cruzamento 
 
Com o objetivo de relacionar as fontes de inspiração dos colaboradores durante 
o processo de criação dos produtos, foram feitos os seguintes cruzamentos em 
relação as variáveis ‘Qual sua principal fonte de inspiração da alta costura’ e ‘Qual 
sua principal fonte de inspiração da prêt-à-porter’ de acordo com o pilar Integração 
vertical sobre as variáveis: ‘A capacidade produtiva da organização atende a 
50 
 
 
 
necessidade da área.’, ‘Os processos produtivos são arcaicos.’, ‘Os setores 
envolvidos no processo de criação/ produtivo são flexíveis.’, ‘O processo de 
desenvolvimento de matéria prima é feito de forma rápida.’, ‘A organização possui 
estoque de matéria prima.’, ‘Na escolha da melhor matéria prima o custo/ margem são 
fatores decisivos’, ‘A expedição dos produtos para loja é feita de forma rápida’, 
‘Integração vertical torna-se uma vantagem competitiva para a empresa’, ‘Terceirizar 
é melhor do que possuir o domínio da cadeia de confecção ‘e ‘Ao terceirizar os 
processos se tornaram mais rápidos e menos engessados’, ao nível de significância 
de 5%. 
Existe associação estatisticamente significativa entre as variáveis: Qual sua 
principal fonte de inspiração da alta costura e a Integração vertical torna-se uma 
vantagem competitiva para a empresa, dado que, o resultado do valor-p foi menor que 
o nível de significância considerado de 5% (0,05) e dessa forma rejeitamos a hipótese 
nula (não existe associação entre as variáveis). Logo, se faz necessário utilizar a 
análise de correspondência, no qual é o método em que podemos visualmente 
verificar onde essas variáveis estão mais associadas. 
Quadro 2 – Teste Qui-quadrado em relação a ‘Qual principal fonte de inspiração na alta costura?’ 
Variáveis testadas em relação à fonte de inspiração na alta costura Valor-p 
A capacidade produtiva da organização atende a necessidade da área 0,774 
Os processos produtivos são arcaicos 0,519 
Os setores envolvidos no processo de criação/ produtivo são flexíveis 0,766 
O processo de desenvolvimento de matéria prima é feito de forma rápida 0,760 
A organização possui estoque de matéria prima 0,330 
Na escolha da melhor matéria prima o custo/ margem são fatores decisivos 0,615 
A expedição dos produtos para loja é feita de forma rápida 0,395 
Integração vertical torna-se uma vantagem competitiva para a empresa 0,041 
Terceirizar é melhor do que possuir o domínio da cadeia de confecção 0,660 
Ao terceirizar os processos se tornaram mais rápidos e menos engessados 0,470 
 
Como o valor-p não foi menor que o nível de significância considerado de 5% 
(0,05) para nenhum dos cruzamentos, dessa forma não rejeitamos a hipótese nula, 
tendo em vista que não existe associação estatisticamente significativa entre as 
variáveis: Qual sua principal fonte de inspiração da prêt-à-porter e as demais 
variáveis. Portanto, não se faz necessário utilizar a análise de correspondência, no 
51 
 
 
 
qual é o método em que podemos visualmente verificar onde essas variáveis estão 
mais associadas. 
Quadro 3 – Teste Qui-quadrado em relação a ‘Qual sua principal fonte de inspiração na prêt-à-porter’ 
Variáveis testadas em relação à fonte de inspiração na prêt-à-porter Valor-p 
A capacidade produtiva da organização atende à necessidade da área 0,649 
Os processos produtivos são arcaicos 0,141 
Os setores envolvidos no processo de criação/produção são flexíveis 0,782 
O processo de desenvolvimento de matéria prima é feito de forma rápida 0,220 
A organização possui estoque de matéria prima 0,249 
Na escolha da melhor matéria prima o custo/ margem são fatores decisivos 0,730 
A expedição dos produtos para loja é feita de forma rápida 0,542 
Integração vertical torna-se uma vantagem competitiva para a empresa 0,814 
Terceirizar é melhor do que possuir o domínio da cadeia de confecção 0,236 
Ao terceirizar os processos se tornaram mais rápidos e menos engessados 0,375 
Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
 
6.5.1 Análise de correspondência 
 
Após a realização do teste de associação χ2, a hipótese nula foi rejeitada para 
o cruzamento com as variáveis analisadas. Como o valor-p desse cruzamento foi 
abaixo do nível de significância considerado de 0,05 (5%), foi realizada a análise de 
correspondência para identificar onde estão as associações. 
 
 
52 
 
 
 
 
Gráfico 13 – Qual sua principal fonte de inspiração da alta costura vs a Integração vertical torna-se 
uma vantagem competitiva para a empresa 
 
 Fonte: Pesquisa, maio/2019 
 
Verifica-se, de acordo com o gráfico 13, que os entrevistados que consideram 
Coco Chanel sua principal fonte de inspiração da alta costura, tendem a concordar 
totalmente que a integração vertical torna-se uma vantagem competitiva para a 
empresa. Por outro lado, os indivíduos que julgam Christian Dior sua principal fonte 
de inspiração, discordam parcialmente da afirmativa de que a integração vertical é 
uma vantagem competitiva para a empresa. 
 
53 
 
 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O mercado da moda vem se reinventando através do modelo Fast Fashion, 
embora as empresas nem sempre vêm conseguindo acompanhar a rapidez dessas 
mudanças, devido a alguns fatores que fogem do seu controle. O presente estudo 
buscou analisar os desafios vivenciados no dia a dia por profissionais de uma empresa 
varejista situada em Natal/RN, com foco no Fast Fashion, para relacionar seus 
maiores desafios no momento de criação e desenvolvimento dos produtos. 
Nesse sentido foram aplicados questionários com os colaboradores da 
empresa pesquisada, que atuam na área comercial, cujo perfil, requerido no primeiro 
objetivo específico, são de pessoas, em sua maioria,

Continue navegando