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DTM disfunção temporomandibular e placas miorrelaxantes

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TUTORIA 4 M VI 
PP: Disfunções temporomandibulares. 
1) Caracterizar DTM. 
NEVILLE 
As disfunções temporomandibulares (DTMs) são 
definidas pela American Association for Dental 
Research como “um grupo de condições 
muscoloesqueléticas e neuromusculares que 
envolvem as ATMs, os músculos mastigatórios e 
todos os tecidos associados”. Dor na região pré-
auricular é o quadro clínico mais frequente para esse 
grupo de disfunções, e as DTMs representam as 
principais causas para a dor orofacial de origem não 
dentária. Em geral, as DTMs dolorosas têm origem 
miogênica (muscular) ou artrogênica (articulação). As 
estimativas sugerem que, em geral, 5% a 12% da 
população apresentam um ou mais episódios de dor 
pré-auricular, mas apenas cerca de um terço desses 
indivíduos desenvolve sintomas significativos que 
exigem atenção médica. Estudos multicêntricos 
revelaram que a DTM não é uma dor facial isolada, e 
que as DTMs apresentam mecanismos 
neurofisiológicos subjacentes comuns a muitas 
condições de dores crônicas. 
Embora a etiologia da DTM não seja conhecida, é de 
consenso geral que uma variedade de condições 
pode reduzir a capacidade adaptativa fisiológica e 
orgânica do sistema mastigatório e resultar em 
DTMs. A classificação das DTMs permanece como um 
desafio, considerando o entendimento limitado sobre 
a etiologia dessas disfunções e a ausência de critérios 
no caso de diagnósticos universalmente aceitos para a 
multiplicidade de condições apresentadas como 
DTMs. Muitos subcomitês nacionais e internacionais 
que discutem o tratamento da dor crônica estão em 
trabalho contínuo de colaboração para definir e 
aperfeiçoar os critérios diagnósticos, em um esforço 
para informar o empreendimento científico futuro e 
melhorar os resultados para o paciente. Nosso 
entendimento sobre as DTMs evoluiu, levando em 
conta que o conhecimento a respeito da complexa 
natureza biopsicossocial desenvolveu-se 
significativamente nos últimos cinco anos. Essas 
evidências têm conduzido ao desenvolvimento de 
novos algoritmos diagnósticos e de tratamento, não 
apenas no caso de grupo de pacientes com dor 
orofacial, mas também no de milhões de pessoas que 
sofrem de dores crônicas em geral. Os esforços das 
pesquisas multicêntricas, como o estudo clínico de 
longa duração Orofacial Pain: Prospective Evaluation 
and Risk Assessment – Dor Orofacial: Avaliação 
Prospectiva e Avaliação de Risco (OPPERA), 
confirmam o conceito de que a DTM é uma doença 
multifatorial complexa, com implicações genéticas, 
fisiológicas e psicológicas. 
 Características Clínicas e Radiográficas 
As DTMs são observadas principalmente em mulheres 
jovens e de meia-idade, mas podem afetar qualquer 
idade e ambos os gêneros. Dor é a motivação 
primordial na procura de tratamento, mas as 
limitações no movimento mandibular durante as 
excursões funcionais e o movimento articular 
restrito, com ou sem ruídos articulares associados, 
são queixas frequentes. 
Em geral, a dor é localizada na região pré-auricular, 
mas também pode irradiar-se para as regiões 
temporal, frontal ou occipital. Pode apresentar-se 
como uma dor de cabeça (cefalalgia), um zumbido 
nos ouvidos (tinido), uma dor de ouvido (otalgia), 
uma dor de dente (odontalgia) ou qualquer 
combinação desses sintomas. 
Normalmente, a dor está mais associada à 
musculatura e aos tecidos moles circundantes do que 
à ATM propriamente dita. A imobilização muscular 
pode levar a contrações musculares involuntárias 
induzidas pelo sistema nervoso central 
(mioespasmo) ou as próprias fibras musculares 
podem tornar-se inflamadas (miosite). 
A dor miofascial estimulada por um gatilho é comum 
na DTM, mas raramente é notada em outras 
disfunções da ATM. Esse processo se caracteriza por 
regiões circunscritas, com frequência designadas 
como bandas tensas no interior do músculo (“pontos 
de gatilho”), que desencadeiam dor local ou 
referente à palpação e podem ser fonte de dor 
profunda e constante. Em muitas circunstâncias, os 
pacientes estão cientes apenas da dor referida, e não 
dos próprios pontos de gatilho. A exata natureza dos 
pontos de gatilho é desconhecida, mas sabe-se que se 
assemelham a pequenas áreas de mioespasmo e 
podem, por meio de sua natureza crônica, induzir 
efeitos excitatórios do SNC. Essa hiperexcitabilidade 
do SNC produz as evidências clínicas de hiperalgesia 
(resposta exagerada a um estímulo doloroso) e 
alodinia (resposta dolorosa a um estímulo que 
normalmente não causa dor), que são características 
das dores crônicas. 
As disfunções inflamatórias não artríticas da ATM se 
caracterizam por dor profunda e contínua. A dor é 
desencadeada pela palpação da articulação afetada 
ou por um movimento mandibular, especialmente 
mastigação e apertamento. Ambas as ATMs podem 
estar envolvidas, ao mesmo tempo ou em períodos 
distintos. 
Os desarranjos do côndilo e do complexo meniscal 
estão mais frequentemente associados à disfunção 
(artropatia) do que à dor articular (artralgia). 
Deslocamentos dos discos articulares podem ocorrer 
em uma direção anterior, posterior e mediolateral, 
caracterizando-se por uma variedade de ruídos 
articulares e limitações na abertura da mandíbula. A 
frouxidão e o alongamento dos ligamentos 
articulares são considerados os principais fatores 
contribuintes para os transtornos de deslocamento 
do côndilo-disco. Estudos sugerem que a lubrificação 
articular insatisfatória e a osteoartrite estão 
envolvidas no desenvolvimento de desarranjos do 
disco. Os transtornos de côndilo-disco incluem tanto 
o deslocamento dos discos com redução como os 
deslocamentos dos discos sem redução. A IRM do 
complexo da ATM revela que cerca de 35% de 
indivíduos assintomáticos parecem apresentar 
deslocamentos de discos. 
Muitas condições sistêmicas são consideradas 
contribuintes para o desenvolvimento de DTMs, 
devendo ser incluídas no diagnóstico diferencial de 
dor orofacial crônica. Condições inflamatórias do 
sistema musculoesquelético e transtornos do tecido 
conjuntivo mediados por doenças autoimunes (como 
lúpus eritematoso, artrite reumatoide e esclerose 
sistêmica progressiva) são comorbidades frequentes 
com as DTMs. 
Existem muitas modalidades de imagens 
convencionais e avançadas para a avaliação 
radiográfica do complexo da ATM. A seleção da 
técnica de imagens depende do tipo de informação 
necessária a partir desse exame adjuvante e de como 
essa informação poderá afetar o tratamento do 
paciente. As radiografias panorâmicas são usadas, de 
forma rotineira, como triagem no caso de pacientes 
que se apresentam com dor pré-auricular, e a 
interpretação dessas imagens poderá influenciar a 
decisão acerca do uso de modalidades por imagens 
avançadas. No caso de DTM associada a desarranjo ou 
dano da articulação interna, a TC e a IRM (Imagem de 
Ressonância magnética) proporcionam imagens 
excelentes para diagnósticos da ATM. As imagens 
radiográficas cefalométricas e transcranianas ainda 
estão em uso, mas esse procedimento tem sido 
substituído pela tomografia. Os avanços na TC, 
incluindo a tomografia computadorizada por feixe 
cônico (TCFC), oferecem reduzida exposição à 
radiação e aumento na aceitação pelo paciente. 
 Tratamento e Prognóstico 
A evolução clínica natural das DTMs não é bem 
compreendida e, dessa forma, não é possível 
determinar, de forma confiável, quais condições 
evoluirão para consequências mais significativas a 
longo prazo. Como muitas DTMs são transitórias e 
autolimitantes, terapias conservadoras e reversíveis 
são incentivadas. Os tratamentos conservadores 
incluem repouso e imobilização da articulação, 
aplicação de frio (em geral, reservado a casos 
agudos) ou calor, imobilização oclusal através de 
splints e ajuste oclusal e fisioterapia. Vários 
medi-camentos também têm sido utilizados para 
DTM com algum sucesso embora poucos tratamentosde DTM tenham sido analisados em estudos 
controlados e cegos. Acompanhamentos a longo 
prazo de um grande número de pacientes tratados de 
forma conservadora indicam que 85% a 90% 
experimentam redução completa ou significativa dos 
sintomas entre seis e 12 meses após o início da 
terapia. O tratamento conservador precoce não 
apenas proporciona maior satisfação ao paciente, 
mas também reduz a probabilidade de desenvolver 
uma condição crônica. Como a evolução clínica da 
DTMs não é assegurada, levando-se em conta a 
eficácia demonstrada pelas terapias conservadoras e 
reversíveis, a intensificação da terapia geralmente 
deve ser evitada em todos os casos, exceto naqueles 
mais graves. 
A intervenção cirúrgica pode ser necessária no caso 
de haver articulações comprometidas de forma mais 
grave, especialmente com lesão do menisco, 
deslocamento ou fratura condilar, anquilose e 
deformidades degenerativas ou de desenvolvimento. 
Em geral, a DTM é tratada de forma conservadora por 
muitos anos, sem que se observe melhora antes da 
tentativa cirúrgica. Embora a cirurgia tenha sido usada 
com frequência para tratar uma variedade de 
condições dolorosas que envolvem a ATM, a literatura 
revisada oferece poucas evidências objetivas no que 
diz respeito à eficácia da maior parte desses 
procedimentos. Desse modo, as indicações para 
cirurgia são limitadas. De todos os pacientes 
enviados a um especialista para cirurgia de DTM, 
menos de 1% efetivamente é submetido à realização 
de cirurgia. 
Medicamentos usados para tratar DTM 
 Aspirina 
 Acetaminofeno (com ou sem codeína) 
 Outros agentes anti-inflamatórios não 
esteroides (NSAIDs) 
 Relaxantes musculares que atuam 
centralmente (metocarbamol, clorzoxazona) 
 Derivados benzodiazepínicos (diazepam, 
clordiazepóxido) 
 Glicocorticoides (cortisona, prednisona) 
2) Caracterizar dispositivos miorrelaxantes e como 
são confeccionados. 
A Utilização Das Placas Miorrelaxantes Nas 
Disfunções Temporomandibulares- 2009, MATOS, 
Fernanda 
As disfunções temporomandibulares (DTMs) são 
cada vez mais frequentes hoje, devido ao estresse da 
vida moderna, combinado ao acentuado grau de 
maloclusão decorrente da evolução do ser humano, 
que ingere uma dieta mais pastosa, não promovendo 
desta forma, o desenvolvimento adequado do 
Sistema Estomatognático. 
Uma oclusão funcional é entendida como todo e 
qualquer contato estático entre um e vários dentes 
superiores e inferiores. Em condições normais existe 
determinada distância vertical de 2 a 3 mm em média 
entre as arcadas dentárias, com a mandíbula na 
posição de repouso. Esta é influenciada por fatores 
como postura corporal, posição da cabeça, posição 
durante o sono e desvios articulares ou da 
musculatura. 
Quando a ATM não está em harmonia, vários 
problemas bucais podem ocorrer, causando assim a 
DTM considerado um mal que atinge grande parte da 
população, em especial mulheres em torno dos 40 
anos, e estão relacionadas com fatores oclusais, 
distúrbios funcionais do sistema mastigatório, bem 
como o estresse. 
 O termo disfunção temporomandibular (DTM) tem 
sido definido como um termo coletivo que engloba 
alguns problemas clínicos relacionados à musculatura 
mastigatória, articulação temporomandibular (ATM) 
ou ambas. 
Uma DTM compreende na maioria das vezes uma 
função prejudicada, presença de espasmos, fadiga 
dos músculos mastigadores e o bruxismo. 
A disfunção temporomandibular pode ter várias 
etiologias como: traumatismos, hábitos 
parafuncionais, má oclusão, excessiva abertura 
bucal, doenças sistêmicas, atividades posturais 
inadequadas, fatores emocionais, entre outras. 
As DTMs podem ser divididas em: disfunção da 
articulação temporomandibular (ATM), disfunção 
dos músculos mastigatórios, doenças congênitas e do 
desenvolvimento. Alguns dos sinais e sintomas que 
podem ocorrer quando há disfunções 
temporomandibulares (DTMs) são: dores de cabeça, 
dores e/ou ruídos nas articulações, dificuldade de 
abrir a boca, dificuldade de mastigar e dores de 
ouvido. 
Placas Miorrelaxantes 
Placa miorrelaxante é também conhecida como placa 
de mordida, placa noturna, placa de bruxismo, 
aparelho interoclusal, “splint” oclusal, placa 
estabilizadora e placa de Michigan, por ter sido 
desenvolvida pela Universidade de Michigan. 
O tratamento com uso de placas oclusais 
miorrelaxantes permite que o paciente seja tratado, 
sem provocar alterações irreversíveis e permite que 
o paciente receba o tratamento de outras áreas 
envolvidas na terapêutica das desordens, como por 
exemplo, a fisioterapia, a fonoaudiologia e a 
psicanálise. 
A placa miorrelaxante pode ser indicada em várias 
situações, como para promover maior estabilidade 
dos componentes articulares. Pode ser usada, 
também, para estabelecer uma condição oclusal 
mais favorável, reorganizando a atividade 
neuromuscular reflexa, reduzindo assim a 
hiperatividade muscular, e devolvendo a função 
muscular equilibrada. 
Um grande número de estudos sobre placa 
miorrelaxante tem mostrado sua eficiência no 
diagnóstico e tratamento das disfunções 
temporomandibulares. 
Karolyi, por volta de 1900 iniciou o uso das placas 
oclusais para o tratamento das disfunções da ATM , 
também chamadas placa estabilizadora, placa de 
mordida, placa interoclusal, placa miorrelaxante, 
entre outros. 
A placa de estabilização (miorrelaxante) pode ser 
também chamada de placa de relaxamento muscular 
ou miorrelaxante devido ao fato de, na maioria das 
vezes, seu uso ser primariamente para reduzir a dor 
muscular. 
A denominação depende do objetivo principal do 
tratamento. Quando o paciente não apresenta 
estabilidade oclusal devido a desgastes dentários 
deletérios, perda da anatomia oclusal ou falta de 
dentes, o intuito principal da terapia é restabelecer 
essa estabilidade e, portanto, denomina-se placa de 
estabilização. Porém, se o paciente já possui 
estabilidade oclusal e o objetivo principal for o 
relaxamento e melhora da fisiologia muscular, 
denomina-se placa miorrelaxante ou de relaxamento 
muscular. A confusão de termos existe porque 
ambas promovem estabilização, relaxamento e 
melhora da fisiologia muscular. No entanto, a 
maioria dos estudos utiliza os dois termos como 
sinônimos. 
 Características e ação das placas 
Existem alguns cuidados a serem observados na 
confecção das placas miorrelaxantes são: 
1. Devem ser finas para não alterar a Dimensão 
Vertical e o Espaço Livre Funcional (1,5 mm de 
espessura); 
2. Devem ser montadas em Relação Central 
(idealmente); 
3. Devem ser lisas (para permitir deslizamento 
dos dentes oponentes e conforto ao paciente; 
4. Devem-se remover os contatos prematuros 
mais grosseiros antes de instalá-las. 
Estes autores constataram também, que a placa 
miorrelaxante é uma modalidade terapêutica 
conservadora não invasiva e reversível. 
Este dispositivo oclusal deve ser rígido e plano, 
ajustado em relação cêntrica, apresentando as 
características de uma oclusão mecanicamente 
normal. Os ajustes finais e refinamento oclusal 
deverão ser realizados após a prova do dispositivo na 
boca. 
O tempo de uso varia de acordo com a complexidade 
do caso, recomenda-se uso noturno por 45 dias com 
manutenções semanais. Após este período indica-se 
uso descontinuado, com revisões semestrais, para 
avaliação dos sinais e sintomas. 
Como o próprio nome já diz, para Pertes e Bailey 
(1995) a “Placa de estabilização”, ou miorrelaxante 
deve prover estabilidade à oclusão e, possuir 
características tais como: 
a) estar perfeitamente adaptada, com total 
estabilidade e retenção; 
b) em relação cêntrica, todas as pontas de 
cúspides vestibulares inferiores devem 
contatar uniformemente e bilateralmente, 
uma superfície plana da placa; 
c) durante o movimento protrusivo, os caninos 
inferiores devem contatar uma força 
uniforme; osincisivos inferiores também 
podem contatar, porém, com um contato 
bem mais suave que os caninos; 
d) nos movimentos de lateralidade, a desoclusão 
deve ser pelo canino; 
e) em RC os contatos posteriores devem ser bem 
mais fortes que os anteriores; 
f) a superfície oclusal da placa deve ser a mais 
plana possível; 
g) o aparelho deve ser polido e adaptado de 
forma a não promover injúrias aos tecidos 
moles. 
 
 Quando indicar a placa 
Segundo Clark (1989), as placas miorrelaxantes ou 
estabilizadoras são aparelhos de cobertura total, os 
quais controlam e mantêm a posição dental e, podem 
ser confeccionados para pacientes com sintomas da 
DTM 
Tsuga et al. (1989) avaliaram a terapia com placas 
miorrelaxantes em 30 pacientes com disfunção 
temporomandibular, todos com múltiplos sintomas. 
Exames e mensurações clínicas foram registrados 
antes, durante e depois da aplicação da terapia. A dor 
nas ATMs desapareceu ou reduziu em 87,0% dos 
pacientes. Ruídos articulares responderam com 
diminuição de intensidade ou desaparecimento em 
78,0% dos tratados. Limitações do movimento 
mandibular foi o distúrbio que menos respondeu a 
terapia, com melhora em apenas 68,0% dos pacientes. 
A dor articular foi a que mais rapidamente respondeu 
ao tratamento, tendo sua intensidade reduzida em 
50% dos pacientes, com apenas quatro semanas de 
aplicação. Com isso recomendaram as placas 
miorrelaxantes, como a primeira terapia a ser 
aplicada no tratamento das disfunções 
temporomandibulares. 
Paiva (1997) relatou que o sintoma mais frequente é a 
dor, geralmente nos músculos da mastigação, área 
pré-auricular e/ou ATMs. Concluiu que as doenças 
articulares e musculares são de origem multifatorial, 
sendo que os fatores oclusais, associados às respostas 
dos músculos e articulações temporomandibulares, 
podem iniciar ou agravar o quadro. 
 Para Callegari (1999), a placa estabilizadora é o 
método de tratamento das disfunções 
temporomandibulares mais difundido, pois confere ao 
cirurgião-dentista a possibilidade de execução de um 
método reversível e não invasivo de tratamento, pois, 
além de não promoverem modificações oclusais 
permanentes, auxiliam na determinação do 
diagnóstico diferencial das disfunções 
temporomandibulares. 
Emshoff (2006) após estudo sobre os fatores clínicos, 
que podem ser utilizados como parâmetros de 
avaliação da resposta frente à terapia com placa 
oclusal em pacientes com diferentes tipos de DTM 
afirmaram que, o tempo em que o paciente refere o 
quadro de dor (curto ou longo período), pode 
interferir na resposta álgica frente ao uso de placa. 
 Finalidades da Placa 
As placas miorrelaxantes têm sido utilizadas desde o 
inicio do século para tratar as DTMs. É considerada 
uma das formas de tratamento mais eficiente para o 
bruxismo e alguns outros distúrbios parafuncionais. 
(MOLINA, 1995). 
Segundo Miranda (1988) as placas miorrelaxantes 
podem ser usadas na proteção dos dentes, das 
reabilitações e das estruturas de suporte contra 
forças anormais produzidas por hábitos 
parafuncionais, que podem levar a perdas ósseas e 
desgaste dos dentes . 
Alencar Jr. et al. (1998) publicaram um artigo de 
revisão de literatura que avaliou os vários tipos de 
placas oclusais, bem como suas respectivas indicações 
no tratamento de pacientes com DTM e os aspectos 
mais importantes que devem ser considerados é em 
relação à sua utilização. Entre os vários tipos de 
placas, a placa miorrelaxante convencional rígida, 
também denominada de placa de Michigan é a mais 
utilizada por causar o menor risco de alterações 
oclusais definitivas ao paciente, como extrusões, 
migrações patológicas e mordida aberta anterior. As 
placas resilientes estariam indicadas principalmente 
como proteção contra traumatismos nos arcos 
dentais em algumas modalidades esportivas e nos 
casos de sinusite crônica que resultasse em grande 
sensibilidade dentária resultante das forças oclusais 
fisiológicas. Quanto a sua utilização no bruxismo e 
disfunção temporomandibular, estudos mostram 
que tanto a redução dos sintomas de DTM quanto do 
bruxismo é maior com a placa de resina acrílica 
rígida. 
Miranda (2004) descreveu diversas formas de 
tratamento para as DTMs: Farmacológico 
(analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes 
musculares, antidepressivos), oclusal (ortodontia, 
reabilitações, ajuste oclusal), cirúrgico (artroscopia, 
cirurgia aberta), psicológico (psicoterapia, 
psiquiatria) e biomecânico (placas oclusais). 
 Confecção da Placa 
A placa miorrelaxante é um aparelho removível, 
confeccionado em acrílico autopolimerizável 
diretamente na boca do paciente a partir de uma 
folha de acetato de 2 mm de espessura ou em 
acrílico termopolimerizável em laboratório, cobrindo 
as superfícies oclusal e incisal dos dentes de um arco 
dentário, criando contatos bilaterais, simultâneos e 
estáveis com o arco oposto e guia anterior que 
permite a desoclusão dos dentes posteriores nos 
movimentos excursivos (MIRANDA et al., 2008). 
As placas miorrelaxantes, podem ser confeccionadas 
com material resistente, resina acrílica ativada termo 
ou quimicamente, ou com material resiliente, silicone. 
Todas elas tentam diminuir a hiperatividade 
muscular, estabilizar a mandíbula simulando 
condições ideais de oclusão, descomprimir a 
articu1ação temporomandibular (ATM), funcionando 
ainda muitas vezes como diagnóstico diferencial no 
momento de traçar a terapêutica mais acertada para 
cada caso (HENRIQUES, 1992). 
Nelson (1995) esclarece que a placa miorrelaxante ou 
de estabilização pode ser confeccionada tanto no 
arco dentário superior (maxilar) quanto no inferior 
(mandibular), porém, quando confeccionada no arco 
superior proporciona melhor estabilização que a 
inferior, pois os dentes mandibulares podem 
contatar com uma superfície oclusal plana. Com 
relação aos contatos oclusais, estes devem ser 
estáveis, e não produzir desvios que possam tender a 
posicionar a mandibular. A superfície oclusal da placa 
deve ser plana e lisa, seguindo a curva de oclusão. É 
importante lembrar que um dente livre de oclusão 
está apto para sobreerupcionar. Os contatos oclusais 
devem fornecer liberdade de movimento entre as 
posições de máxima intercuspidação habitual e 
relação cêntrica, de no mínimo 0,5mm. 
Esse mesmo autor sugere ainda que as placas 
miorrelaxantes devam seguir o contorno anatômico 
dos dentes e tecidos duros os quais irão cobrir. Nas 
placas maxilares, o aparelho deve estender-se de 4 a 
6 mm nos tecidos palatais, proporcionando uma 
“mistura” das margens da placa com as rugas 
palatinas, permitindo assim uma transição suave 
para a função lingual. A espessura do aparelho deve 
ser de aproximadamente 1,5 a 2 mm na região de 
molar. 
A placa miorrelaxante pode ser usada à noite 
(quando o envolvimento é muscular) e por 24 horas 
(quando o envolvimento é articular). Após a 
instalação e o ajuste da placa, é interessante a 
instrução de limpeza e manutenção do aparelho, 
bem como dos efeitos físicos esperados pelo uso 
deste aparelho. Instruções por escrito são geralmente 
recomendadas. A consulta de retorno deve ser com 
pelo menos uma semana da entrega do aparelho. Os 
ajustes necessários devem ser realizados com um a 
dois meses, e finalmente, intervalos de seis meses. 
Okeson (2000) descreveu a técnica de confecção da 
placa, que não requer modelos montados em 
articulador, em que a posição mandibular é localizada 
com a assistência da musculatura. Salientou também, 
que a maneira pela qual a placa é confeccionada não é 
importante na solução dos sintomas, que depende de 
como essa placa atinge os objetivos do tratamento. 
Devem ser instaladas preferencialmente no arco 
superior, pois este é mais estável e cobre mais 
tecido, o que a faz mais retentiva e mais difícil de 
quebrar. Ela é também mais versátil, permitindo que 
os contatoscom os dentes opostos sejam conseguidos 
em todo o relacionamento esqueletal e dental. Numa 
placa estabilizadora inferior, a adaptação por lingual e 
vestibular, não são obtidos facilmente, em 
comparação com a placa estabilizadora superior. 
Para a confecção da placa miorrelaxante em um 
estudo realizado por Camargos et al. (2008) os 
pacientes com sinais e sintomas de DTM foram 
submetidos, inicialmente, à moldagem superior para 
a confecção de placas oclusais, onde posteriormente, 
utilizaram-se uma máquina de prensagem à vácuo 
para a finalização das mesmas. Em seguida as placas 
oclusais foram ajustadas a fim de eliminar as 
interferências grosseiras e obter uma estabilidade 
oclusal com o máximo de contatos posteriores 
bilaterais. Os pacientes foram instruídos a usarem as 
placas oclusais por 24h contínuas durante 30 dias. O 
uso era interrompido apenas durante as refeições. A 
detecção dos sinais eletromiográficos foi feita através 
de eletrodos ativos simples com diferenciais de 
superfície. Após as avaliações iniciais foram instaladas 
placas miorrelaxantes, e os pacientes foram instruídos 
a usarem as placas durante quatro semanas. 
Eletromiografias de superfície foram feitas para cada 
paciente, bem como avaliações clínicas da DTM 
(Índice de Helkimo, 1974), ambos os exames 
realizados prévios a terapia e após quatro semanas do 
uso das placas miorrelaxantes. Os dados obtidos 
foram analisados e os resultados do estudo foram os 
seguintes: (1) a atividade EMG dos músculos 
masseteres e temporais anteriores mostrou-se 
discretamente aumentada após o uso dos dispositivos 
oclusais miorrelaxantes; (2) o grau de severidade da 
DTM apresentou-se reduzido ao final da terapia em 
todos os pacientes. 
 Aparelho estabilizador 
 Esta placa é muitas vezes chamada de placa de 
relaxamento muscular, pois seu uso é primariamente 
para reduzir dor muscular. Promove uma oclusão 
funcional ótima, quando em posição, os côndilos se 
acham em posição musculoesqueletal estável e os 
dentes se contactam simultâneo e bilateralmente 
(OKESON, 2000). 
 Este aparelho apresenta uma face oclusal lisa, 
quando aplicado na maxila, as saliências e aresta dos 
dentes inferiores entram em contato com a superfície 
lisa do aparelho deforma uniforme e simultânea. 
Durante o movimento da mandíbula, os dentes 
inferiores deslizam livremente sobre a placa, 
eliminando eventuais obstáculos à oclusão. O 
tratamento com esse tipo de aparelho promove o 
relaxamento dos músculos hipertônicos (HUIJBERS, 
2005). 
 Para Miranda & Teixeira (2007), a placa 
estabilizadora é considerada como o gold-
standard das placas oclusais. Ela reduz a chance de 
desgaste dentário e de fratura dentária. Assim sendo, 
é bastante útil em pacientes com quadro de 
parafunção, atuando como elemento de proteção do 
sistema. Também é indicada para casos de mialgias 
e/ou artralgias, para alterar os padrões de certos 
tipos de cefaléia e como adjunto no tratamento de 
deslocamento do disco articular. 
 Aparelho para posicionamento anterior 
 De acordo com Okeson (2000), o aparelho de 
posicionamento anterior é uma placa interoclusal que 
propicia a mandíbula a adquirir uma posição mais 
anterior que a posição de intercuspidação. Este 
aparelho possui o objetivo de promover um 
relacionamento melhor disco-côndilo na fossa, de tal 
maneira que os tecidos tenham oportunidade de 
adaptação e reparo dos tecidos retrodiscais, 
eliminando dessa forma, sinais e sintomas associados 
ao desarranjo articular. 
 São mais utilizadas para o tratamento de 
desarranjos e deslocamentos do complexo 
côndilodisco, especialmente o deslocamento de disco 
com redução e também para casos de apnéia 
obstrutiva do sono, sendo que essa última deve ser 
dupla (MIRANDA & TEIXEIRA, 2007). É indicado 
também travamento crônico ou intermitente da 
articulação e algumas desordens inflamatórias. 
 Placa de mordida anterior 
 Também conhecida como Front-Plateau, é um 
aparelho usado no maxilar superior, que recobre as 
incisais de canino a canino dos dentes superiores e 
apresentam contatos somente com os dentes 
anteriores inferiores. Outra característica desse 
dispositivo oclusal é apresentar guia incisal nos 
movimentos protrusivos e guia canino nos 
movimentos de lateralidade. Possui a função de 
desocluir os dentes posteriores eliminando sua 
influência na função mastigatória (OKESON, 2000). 
 Para Molina (1995), esse dispositivo oclusal pode 
reposicionar o côndilo, eliminar os contatos dos 
dentes posteriores e como conseqüência eliminar o 
deslize cêntrico, os contatos prematuros e as 
interferências oclusais, estimulando o relaxamento 
dos músculos mastigatórios. Essa placa é indicada 
para desordens musculares que estejam associadas à 
instabilidade ortopédica ou maloclusão súbita. 
 Placa de mordida posterior 
 Para Okeson (2000), a placa de mordida posterior é 
confeccionada para dentes inferiores e consiste de 
duas áreas de acrílico localizadas sobre os dentes 
posteriores e conectadas por uma barra lingual 
metálica. Os objetivos do tratamento da placa de 
mordida são proporcionar alterações maiores na 
dimensão vertical e posicionamento mandibular. 
 Placa de Nóbilo 
 De acordo com Borges et al (2006), as placas 
oclusais lisas ou pistas oclusais deslizantes de Nóbilo, 
com função miorrelaxante e reprogramadora, são 
usadas, inicialmente, no tratamento de pacientes 
com bruxismo. Ao mesmo tempo em que estes 
dispositivos devolvem uma oclusão funcional com os 
côndilos numa posição músculo-esqueletal mais 
estável (RC=MIH), os dentes passam a desenvolver 
um contato melhorado, gerando estabilidade 
ortopédica 
 As pistas deslizantes de Nóbilo, assim como as 
placas oclusais, são usadas para promover uma 
oclusão funcional ótima, reorganizando a atividade 
reflexa neuromuscular que, por sua vez, reduz a 
atividade muscular anormal, enquanto propicia uma 
função mais equilibrada. (TRINDADE & NÓBILO, 
2002). 
 A indicação ideal para reprogramação 
neuromuscular de pacientes desdentados totais 
bruxônomos seria a instalação das Pistas Deslizantes 
de Nóbilo como método eficaz na diminuição da 
sintomatologia dolorosa, reposturação mandibular e 
recuperação da dimensão vertical de oclusão 
(TRINDADE & KRUNSILAV, 2003). 
 Aparelho pivotante 
 O aparelho pivotante cobre um dos arcos e 
normalmente apresenta um único contato posterior 
em cada quadrante. Este contato estabelecido é o 
mais posterior possível. Quando uma força superior 
é aplicada sobre o queixo, a tendência é aproximar 
os dentes anteriores e pivotar os côndilos para baixo 
em torno de um ponto pivotante posterior (OKESON, 
2000). 
 Okeson (2000), afirma ainda que, este aparelho foi 
desenvolvido inicialmente com a idéia de que 
desenvolveria menos pressão intra-articular. 
Pensava-se que quando os dentes anteriores se 
movessem para próximos de si mesmos criaria um 
fulcro em torno do segundo molar pivotando o 
côndilo para baixo da fossa. Porem, esse efeito só 
poderia ocorrer se as forças que fecham a mandíbula 
situassem anteriormente ao pivot. Entretanto, os 
músculos elevadores localizam-se principalmente 
posteriores ao pivot, o que não permite nenhuma 
ação pivotante. 
 Aparelho resiliente ou macio 
 A placa resiliente é um aparelho fabricado de 
material resiliente que é normalmente adaptado ao 
maxilar superior, com o objetivo de proporcionar 
contatos simultâneos e estáveis com os dentes 
opostos. 
 Apesar da dificuldade de ajustes, Pettengil et al. 
(1998) verificaram as placas resilientes reduziram a 
dor dos pacientes de forma semelhante às placas 
rígidas. 
 
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