Buscar

Trabalho Escrito Seminário Interdisciplinar S6 - NP3 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seminário Interdisciplinar 6º Semestre NP3
Unichristus Campus Benfica
Christopher N. Viana
Karoline Muniz Castro
Letícia C. de Paula
Matheus Martins Ribeiro Coelho
Thayná Neris Pessoa
Tiberio Gomes Carvalho 
Fortaleza, 10 de junho de 2023.
PRÉ-CLÍNICA IV
PRÓTESE TOTAL
1-Anamnese 
A perda total dos dentes é uma das piores situações clínicas encontradas, acarretando diminuição da capacidade mastigatória e consequente interferência na digestão de alimentos, além de prejudicar a fonação e a estética. Esse quadro contribui para a redução da qualidade de vida e da auto-estima das pessoas.
A anamnese tem como objetivo resgatar todo o histórico de saúde do paciente. Para isso, a ficha clínica utilizada ajuda o paciente a resgatar memórias sobre doenças ocorridas no passado ou atuais. Contudo, é importante saber identificar o perfil psicológico do paciente para administrar o atendimento da forma mais tranquila possível. A somatização, advinda do comportamento psicológico, pode sobrecarregar tratamentos protéticos e prejudicar o período crítico de adaptação funcional, principalmente quando o paciente inicia o uso de prótese total.
2- Exames Clínicos 
Não é raro encontrar pacientes que reclamam de próteses que não deram certo, mas de nada adianta confeccionar próteses novas se os pacientes tiverem algum problema intrabucal que possa estar relacionado a problemas sistêmicos e que os impeça de permanecer com a prótese em boca sem adequações prévias. Assim, é preciso observar a prótese atual já utilizada e ter conhecimento de que a história do paciente é de extrema importância para saber qual atitude tomar diante de cada situação.
2.1 Exame extra oral 
Aspectos que devem ser observados e sua influência ao realizar o exame extra oral nos pacientes.
Cor da pele, olhos e cabelo ajudará a escolha da cor dos dentes artificiais, bem como, o formato do rosto influencia no formato dos dentes, a linha média pode coincidir ou não com a montagem dos dentes com simetria facial, o tipo de lábio do paciente, sendo ele, fino, médio ou grosso vai guiar o cirurgião dentista no sentido estético da montagem dos dentes e vai determinar a reposição do suporte labial, então muitos fatores extra orais e singulares de cada paciente vão ser norteadores não confecção da prótese total. 
2.2 Exame intra oral 
Já na fase de exame intra oral, o profissional deve observar as características presentes no interior da boca, analisando cada detalhe, a fim de identificar um prognóstico, satisfatório ou não, para o tratamento planejado. Caso sejam detectadas patologias, deve-se realizar o tratamento adequado ou encaminhar para o profissional especialista. Para a realização do exame intraoral, são necessários ficha e kit clínico (espelho, sonda exploradora e pinça clínica).
Forma dos maxilares, tamanho do maxilar superior, altura dos rebordos, forma dos rebordos, superfície dos rebordos, tuberosidades, profundidade da abóboda palatina, forma da abóboda palatina, torus palatino e mandibular, relação entre rebordos, espaço inter rebordo, mucosas, resiliência das mucosas, palato mole, linha milo hióidea, língua, saliva e os movimentos mandibulares e articulação temporomandibular são aspectos que devem ser observados durante o exame intra oral do paciente.
2.3 Exames Complementares 
Além dos exames intra e extraorais, o cirurgião-dentista pode necessitar de exames complementares, que devem ser solicitados, quando necessário, para finalização do diagnóstico e confecção de um plano de tratamento adequado. Dessa forma, destacam-se os exames radiográficos e laboratoriais e a análise das próteses atuais.
3- Moldagem Anatômica 
Seu principal objetivo é obter um molde que reproduza não somente a área chapeável, mas também os tecidos moles que a circunscrevem no estado de movimentos fisiológicos que lhes são comuns, além de proporcionar ao molde suporte, retenção e estabilidade. A moldagem preliminar é obtida utilizando-se moldeiras de estoque, que devem ser selecionadas especificamente para cada paciente.
Quanto às características dos limites anatômicos da área chapeável, é importante salientar que variam entre pacientes, o que leva a entender que cada paciente deve ser estudado individualmente.
•Maxila – limites e estruturas 
Freio labial anterior.
Sulco vestíbulo labial anterior.
Freio lateral.
Processo zigomático da maxila.
Espaço retrô zigomático.
Tuberosidade.
Sulco pterigomaxilar ou hamular.
Linha vibratória ou linha do “ah”.
•Mandíbula – limites e estruturas
Freio labial anterior.
Sulco vestíbulo labial anterior.
Freio lateral.
Linha oblíqua externa.
Região disto lingual.
Linha milo-hióidea.
Sulco alveolar lingual.
Freio lingual.
Papila piriforme.
Fossa retro milo-hióidea.
Introdução da moldeira na boca do paciente
A introdução da moldeira na boca deve ser realizada como descrito anteriormente, na seleção da moldeira.
Centralização e assentamento inicial da moldeira
Após a introdução, a moldeira deve ser centralizada, de modo que o seu cabo coincida com a linha mediana da face. Em seguida, o profissional deve elevar o lábio superior do paciente, observar a posição do freio labial, que serve de orientação, e realizar uma discreta compressão da moldeira na região anterior. Posteriormente, o profissional deve se posicionar atrás do paciente, verificar a centralização da moldeira e realizar o seu assentamento inicial sobre o rebordo alveolar na região posterior.
Compressão
Para a maxila, após a correta centralização e com a moldeira localizada com precisão na região anterior, o operador, utilizando os dedos indicador e médio de ambas as mãos na goteira, na região correspondente aos pré-molares, em ambos os lados, faz uma compressão leve, uniforme e lenta e de mesma intensidade nos dois lados. O escoamento do material e a resistência à compressão da moldeira são indicativos de um aprofundamento adequado.
Em seguida, o operador deve deslocar os dedos indicador e médio de uma das mãos para o centro da moldeira e imobilizar o molde, promovendo sua estabilização, pois a moldeira deve ficar estática para que o molde não sofra distorções. Ao mesmo tempo, a outra mão faz a tração da bochecha para baixo, sem deslocar o molde de posição. Esse procedimento visa a simular a dinâmica do fundo de sulco. A seguir, repetem-se os mesmos passos para o lado oposto. Também deve ser feita a tração do lábio superior para baixo, mantendo a moldeira em posição.
Após esses procedimentos, deve-se aguardar para que o material de moldagem complete seu tempo de reação final, uma vez que, caso esse tempo não seja respeitado, podem ocorrer distorções.
Remoção do molde 
Após a reação final do material moldador, para a remoção do molde, é necessário romper seu vedamento periférico, afastando o lábio e/ou bochecha do paciente, a fim de permitir a entrada de ar entre o molde e a fibromucosa. Se necessário, pode ser utilizado o jato de ar da seringa tríplice.
Após o rompimento do vedamento periférico, distende-se a comissura dos lábios e faz-se uma pequena tração na moldeira para baixo (maxila) ou para cima (mandíbula), que se destaca facilmente da área moldada.
Modelo preliminar maxilar
Após a correta espatulação, coloca-se uma pequena porção de gesso no centro do molde, utilizando-se um vibrador, e promove-se o escoamento sobre o molde.
Uma vez coberto com gesso todo o molde, o restante do gesso espatulado é colocado sobre uma superfície lisa (azulejo) e o molde é posicionado sobre ela de maneira invertida, voltado para baixo em seguida, realiza-se o acabamento necessário.
4-Confecção da moldeira individual 
A moldeira individual é confeccionada especialmente para um determinado paciente. Existem várias técnicas para a sua confecção, mas todas devem ter como objetivos:
possibilitar a delimitação final da área chapeável por meio do ajuste da moldeira individual na boca do paciente;possibilitar a moldagem funcional; guardar um espaço no seu interior em relação a toda a área chapeável, compatível com o material de moldagem a ser utilizado, de forma que a moldagemnão provoque deformações nos tecidos moldados; proporcionar espessura uniforme do material de moldagem, minimizando suas alterações dimensionais.
Além disso, as moldeiras devem apresentar os seguintes requisitos:
extensão adequada, no limite da área chapeável;
confeccionadas em resina acrílica autopolimerizável;
espessura uniforme em torno de 3 mm; bordas lisas e arredondadas.
4.1- Técnica de confecção – resina laminada
Assim que a resina acrílica atingir a fase plástica, deve-se manipulá-la para homogeneização do monômero na massa e, na sequência, colocá-la em um laminador. Também é possível utilizar duas placas de vidro isoladas, sendo que, em uma delas, deve-se adaptar um espaçador de 3 mm em cada extremidade, para obter uma lâmina de resina acrílica de espessura uniforme. Adapta-se a lâmina de resina sobre o modelo até o limite desejado, recortando e realizando o acabamento.
Em seguida, a moldeira deve ser desinfetada e armazenada em água por, pelo menos, 24 horas antes de sua utilização, com a finalidade de minimizar alterações dimensionais e reduzir o monômero residual. 
5- Moldagem Funcional 
O objetivo primordial da moldagem funcional é obter um molde, ou a reprodução em negativo, de toda a área de assentamento basal ou de suporte da prótese, bem como de toda a área periférica, sob ação dinâmica. A partir desse molde, obtém-se o modelo funcional ou de trabalho. Deve-se entender que uma moldagem realizada de maneira dinâmica ocorre quando os tecidos são registrados sob a ação de movimentos musculares circundantes à área chapeável.
Ainda por meio da moldagem funcional, deverão ser obtidas as características de retenção, suporte e estabilidade, que terão importante papel no sucesso do tratamento com a futura prótese.
5.1 - Alívios de moldeira individual : 
Existem dois tipos de alívios que devem ser observados e realizados quando da
confecção das moldeiras individuais. Um é classificado como alívio obrigatório, isto é, aquele que deve sempre ser realizado com o objetivo de evitar áreas que não devem ser comprimidas. Como citado anteriormente, são dois os principais materiais empregados na moldagem inicial: godiva e alginato. Para esses diferentes materiais são demarcados e aliviados no modelo inicial obtido as seguintes áreas de alívio consideradas obrigatórias:
a) Se o material de moldagem usado for alginato, deve-se aliviar a região da arborescência palatina, papila incisiva e linha de rafe mediana.
b) Se o material de moldagem usado for godiva, deve-se aliviar a região da arborescência palatina, papila incisiva, linha de rafe mediana e buracos palatinos posteriores.
O outro tipo de alívio refere-se ao Alívio Não Obrigatório, que correspondem a áreas de tecido flácido, áreas de retenções, etc. Estas zonas de alívio diferem de boca para boca.
5.2 - Materiais de moldagem 
Pasta zinco enólica (técnica do molde seccionado);Silicona de condensação;Silicona de adição;Poliéter Polissulfeto (mercaptanas) 
5.3- Selamento periférico
O selamento ou fecho ou vedamento periférico tem por finalidade proporcionar uma relação íntima da borda da moldeira com o fundo de vestíbulo, impedindo a passagem de ar entre a base da prótese e a mucosa.
O primeiro passo antes de proceder o selamento periférico consiste no ajuste da moldeira individual em boca para verificar se há sobre extensão da mesma. A borda da moldeira deve manter uma distância de 2 a 3 mm do fundo do vestíbulo, exceto na região de término posterior na maxila. Dessa forma, é viabilizado o espaço para o material de moldagem e, por sua vez, a passividade da moldeira e, consequentemente da futura prótese, sobre o rebordo.
5.4- Moldagem funcional 
Durante o procedimento de moldagem, são preconizados movimentos ou manipulações funcionais realizados, respectivamente, pelo paciente ou pelo profissional, visando a movimentação da musculatura paraprotética. Porém, a associação de ambas as técnicas é o procedimento mais comumente realizado.
Com base no princípio de que a prótese total permanece em repouso durante a maior parte do tempo, contudo requer retenção e estabilidade em repouso e em função, na maioria dos casos, a moldagem funcional deve ser realizada com pressão seletiva. Essa técnica busca combinar as características da moldagem compressiva e não compressiva, proporcionando extensão máxima dentro da tolerância dos tecidos.
Para a execução da técnica da moldagem funcional propriamente dita, após a manipulação do material de acordo com as recomendações do fabricante, deve-se carregar a moldeira até o material cobrir toda a superfície. Em seguida, a moldeira deve ser inserida na boca do paciente e posicionada com compressão leve e uniforme. A moldeira deve ser mantida imóvel, enquanto manipulações ou movimentos para protéticos são realizados.
Após a presa final do material, o molde deve ser retirado da boca do paciente, lavado em água corrente e enxugado com jatos de ar. Excessos de material de moldagem extravasado devem ser recortados.
O molde deve ser analisado quanto a presença de detalhes nítidos das características anatômicas; espessura adequada do material; presença de retenção e estabilidade e; ausência de falhas, bolhas e fraturas.
6- Base de prova 
São bases provisórias, confeccionadas sobre os modelos funcionais. Também denominada de chapa de prova ou ainda base experimental. Essa base de prova é uma base acrílica, provisória, em resina acrílica autopolimerizável que vai ser confeccionada em um modelo funcional. São chamadas de provisórias porque só ficam sob o modelo até um certo momento da construção das prótese totais.
Servem para construção dos planos de orientação. (Planos de orientação são aqueles que vão orientar o posicionamento dos dentes artificiais que vão ser utilizados para construção das próteses totais, com os planos de orientação conseguimos contar os dentes artificiais dentro de um correto plano oclusal, respeitando curvas de compensação presentes na dentição natural e harmonizando a estética).
Base de prova não tem cabo, não confundir com moldeira individual.
7- Plano de orientação desdentado total 
O plano de orientação compreende um plano artificial criado na superfície oclusal da base de registro superior, sob orientação de referências anatômicas e estéticas, com o objetivo de orientar a montagem dos dentes artificiais para o desenvolvimento da oclusão e da estética das próteses totais.
· Linha bipupilar: é uma linha imaginária horizontal que passa pelo centro de ambas as pupilas, sendo uma linha de referência para a face do paciente, observada no plano frontal.
· Plano de Camper: é um plano que abrange a região da espinha nasal anterior até a porção média dos meatos auditivos direito e esquerdo. Esse plano é considerado uma referência paralela ao plano oclusal.
· Linha auriculonasal ou asa-trágus: é uma linha imaginária que compreende desde a porção média do trágus até a borda inferior da asa do nariz. Representa o plano de Camper sobre a pele nos lados direito e esquerdo. Assim, essa linha também é considerada referência paralela ao plano oclusal.
· Plano protético: é o plano determinado pelas linhas auriculonasal direita e esquerda. Por isso, é considerado uma projeção do plano de Camper sobre a pele.
Na oclusão desenvolvida para as próteses totais, durante o movimento protrusivo, devem ocorrer contatos dentais anteriores e posteriores simultâneos entre os dentes maxilares e mandibulares e contatos simultâneos nos lados de trabalho e balanceio durante os movimentos de lateralidade. Esse tipo de oclusão, denominada oclusão bilateral equilibrada (OBE), visa a uma melhor estabilização das próteses na boca.
A curva de Spee, portanto, compensa o abaixamento dos côndilos, possibilitando o necessário contato na protrusão entre os dentes posteriores maxilares e mandibulares. 
7.1- Método de confecção do plano de orientação 
São roletes de cera que vão ser acomodados sobre essas bases de prova para que seja possível montar os dentes artificiais. Recebe esse nome porque esses roletes vão ser ajustados. Se eu acomodarum rolete de cera sob a base de prova, eu nao tenho como garantir que a montagem desses dentes vai ficar na posição correta, eu não tenho como garantir que a estética vai ser satisfatória, a partir do momento que eu ajusto esses roletes seguindo algumas orientações eu tenho os chamados planos de orientação, e ai conseguimos que o técnico do laboratório monte corretamente os dentes artificiais.
· Sequência :
1. Suporte labial 
2. Altura incisal 
3. Linha do sorriso 
4. Corredor bucal 
5. Linhas de orientação (média, alta, caninos) 
8- Registro Relação Maxilomandibular
Relação maxilomandibulares(RMM) são todas as posições na qual a mandíbula assume em relação a maxila.
Quando consideramos a dimensão vertical em reabilitação oral, existem duas distâncias verticais importantes: a de oclusão e a de repouso. A dimensão vertical de oclusão (DVO) corresponde à distância entre dois pontos selecionados, sendo um na maxila (ponto fixo) e outro na mandíbula (ponto móvel), quando os dentes artificiais/naturais ou bases de registro estão em oclusão. Já a dimensão vertical de repouso (DVR) corresponde à distância entre dois pontos selecionados, sendo um na maxila (ponto fixo) e outro na mandíbula (ponto móvel), quando esta está na posição de repouso postural. A diferença existente entre a DVR e a DVO é denominada espaço funcional livre (EFL), que é de fundamental importância para o descanso mandibular, sendo que, em reabilitação oral com próteses totais, tal espaço deve estar entre 2 e 4 mm.
9- Montagem em ASA
É importante que os modelos sejam montados em articuladores, pois após os ajustes os planos de referência sobre a bases de prova devem ser relacionados em um articulador para reproduzir a relação estática e dinâmica da mandíbula com a maxila, de acordo com os parâmetros estéticos e funcionais previamente estabelecidos nos ajustes dos planos de referência. O arco facial permite a montagem do modelo superior no articulador na mesma posição espacial que a maxila apresenta em relação ao crânio e transfere a distancia intercondilar do paciente e o eixo de rotação nos côndilos para o articulador. 
Montagem do modelo mandibular no ASA:
1- O articulador, previamente calibrado em suas guias condilares (30°) e ângulo Bennet (15°), deverá ter a mesa incisal metálica montada com sua angulação em 0°. Posteriormente, no momento da montagem dos dentes artificiais, essa angulação será definida conforme as necessidades do caso clínico. O pino incisal deverá estar zerado e montado com a ponta biselada voltada para a mesa incisal metálica, tocando o orifício correspondente ao seu eixo de rotação. O contato do pino nessa posição é muito importante, pois permite que a angulação da mesa incisal seja modificada, sem alterações na dimensão vertical do articulador, o que ocasionaria erros na dimensão vertical do caso clínico. Como o modelo funcional maxilar já foi montado previamente, este deverá estar em posição no articulador, bem como a placa de montagem para o modelo mandibular.
2- Os entalhes para a técnica do modelo dividido são confeccionados na base do modelo mandibular.
3- Os modelos maxilar e mandibular são examinados quanto à possibilidade da existência de restos de cera que possam interferir na adaptação das respectivas bases de registro.
4- A base de registro maxilar – fixada no conjunto base de registro maxilar/ base de registro mandibular – é posicionada cuidadosamente sobre o modelo maxilar, e verifica-se, na região posterior, antes de seu assentamento, se existe interferência entre a resina da base de registro mandibular e o gesso do modelo maxilar. Existindo interferência, esta deve ser eliminada por meio de desgaste seletivo no modelo e/ou na base de registro mandibular. Qualquer interferência nessa região impedirá o correto assentamento da base de registro maxilar sobre o modelo ou deslocará a fixação entre as bases de registro. Portanto, deve ser observada, nessa região, ausência de interferências.
5- O conjunto base de registro maxilar/base de registro mandibular é removido do modelo funcional maxilar e assentado sobre o modelo funcional mandibular, para que seja observada a possibilidade de interferências entre a resina da base de registro maxilar e o modelo de gesso mandibular. Havendo interferência, realiza-se o desgaste seletivo.
6- A base de registro maxilar – fixada no conjunto base de registro maxilar/base de registro mandibular —, que está assentado sobre o modelo mandibular, é acomodada cuidadosamente sobre o modelo maxilar, para que seja possível observar a existência de interferências entre os modelos de gesso. Havendo interferências, desgastes seletivos devem ser realizados.
10- Prova dos dentes artificiais
Os dentes industrializados, também chamados de pré-fabricados, estão atualmente disponíveis em: resina acrílica (convencional e modificada), resina composta e porcelana, sendo os dentes de resina o material de escolha primário na confecção da maioria das próteses totais convencionais.
Os dentes artificiais devem ser esteticamente agradáveis, com uma aparência natural capaz de reproduzir a anatomia, a cor e a textura dos dentes naturais. Um quesito relevante na seleção do material dos dentes artificiais é a resistência ao desgaste. Uma resistência ao desgaste adequada contribui significantemente para a longevidade da prótese total, uma vez que o desgaste excessivo dos dentes resulta em perda da anatomia dentária e diminuição da dimensão vertical de oclusão. Dentes artificiais também devem ser capazes de resistir à ação de fluidos bucais e solventes que possam ser utilizados na confecção das próteses.
É necessário que na escolha dos dentes artificiais, o cirurgião-dentista analise as á o seu longo eixo pedido para o paciente uma foto antiga para analisar os tamanhos, formatos e a cor do dente, porém sempre levando em consideração a opinião e o desejo do paciente.
· Considerar espaço desdentado X tamanho do modelo de dentes artificiais.
· Morfologia oclusal dos dentes artificiais: altura das cúspides. 
· Levar em consideração próteses antigas do paciente.
· Considerar formato facial como guia.
10.1- Montagem de dentes
· Inicia-se pelos dentes anteriores
· Os dentes superiores guiam a montagem dos dentes inferiores. 
· Os incisivos laterais não devem tocar o planos protético e seu longo eixo deve ser levemente inclinado para distal quando visto pela face vestibular.
· Os incisivos laterais não devem tocer o plano protético e seu longo eixo deve ser levemente inclinado para distal quando visto pela face vestibular. O canino terá o seu longo eixo perpendicular ao plano protético com sua cúspide tocando o plano.
· A montagem dos dentes mandibulares inicia com o primeiro molar em chave de oclusão.
11- Instalação da PT
As próteses deverão ser inseridas na boca de forma cuidadosa, de acordo com a melhor trajetória de inserção, de modo a evitar lesões no rebordo alveolar. Elas devem estar molhadas e ser assentadas bilateralmente, até que seja encontrada uma discreta resistência. Deve-se observar com atenção os limites da área chapeável. A espessura e a extensão das flanges da prótese devem ser avaliadas após a inserção, e essas bordas devem guardar a espessura determinada na moldagem funcional. Flanges excessivamente estendidas podem interferir na retenção e traumatizar o paciente. Em muitas ocasiões, as áreas com excesso de extensão são detectadas apenas durante o período de controle posterior.
Em qualquer uma das situações, ao identificar excessos de resina acrílica, devem ser realizados ajustes para permitir a adaptação adequada da prótese nos tecidos de suporte. Os ajustes podem ser feitos com fresas maxicut ou minicut ou discos de carburundum (alívio de freios e bridas), seguidas de polimento das asperezas por meio de pastas de polimento e pontas de feltro. 
11.1- Retenção, estabilidade e suporte 
Após a inserção da prótese na cavidade oral do paciente, testes visando a avaliar retenção, estabilidade e suporte devem ser realizados de forma individualizada para cada uma das próteses(superior e inferior). É necessário que o paciente permaneça com a prótese em posição por alguns minutos, a fim de que a saliva permeie toda a interface base da prótese/área de assentamento, antes de realizar o teste. 
· Retenção
Teste de retenção: segura-se a prótese na região dos incisivos maxilares ou mandibulares, que são tracionados verticalmente. Caso haja deslocamento da prótese, pode ser um indicativo de que a retenção está deficiente.
Teste de selado posterior: realizam-se suaves toques na face palatina ou lingual dos incisivos maxilares ou mandibulares com o dedo indicador no sentido posteroanterior. Espera-se que a prótese não se desloque facilmente na região posterior. Caso contrário, é um indicativo de deficiência no selado posterior.
Teste de selado lateral: realizam-se toques com o dedo indicador na região dos pré-molares maxilares ou mandibulares, de palatino ou lingual para vestibular (Figura 14.13). Espera-se que a prótese não se desloque no lado oposto. Caso contrário, é um indicativo de deficiência no selado periférico do lado em que a prótese se deslocou.
· Estabilidade
Avaliação da estabilidade, segurando a prótese bilateralmente na região de pré-molares, uma força horizontal é aplicada no sentido lateral e anteroposterior. Havendo movimentação da prótese, ela pode ser considerada instável.
· Suporte
O teste de suporte, aplica-se uma força compressiva com o dedo indicador sobre a superfície oclusal dos pré-molares, de um lado e do outro, alternadamente, em direção à área basal. Deve-se observar se a prótese se desloca no lado oposto, o que indica falha de suporte, podendo estar relacionada com as características de flacidez da fibromucosa e, consequentemente, prejudicar a retenção da prótese. Após a realização dos testes, caso constatada alguma deficiência, o cirurgião-dentista deve avaliar a necessidade de ajustes, reembasamento ou orientação ao paciente, já que algumas falhas nesses testes podem ser esperadas em casos de características anatômicas ou fisiológicas desfavoráveis.
Relação caso clínico:
O paciente, desdentado total na arcada superior necessita de confecção de prótese total superior e prótese parcial removível na arcada inferior. Para que a prótese seja bem feita e adaptada existem muitos passos clínicos até que ela seja entregue, trabalho conjunto do paciente, cirurgião dentista e laboratório responsável por confeccionar a prótese. 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE COLETIVA
•Redes de atenção à saúde
As redes de atenção à saúde são estruturas organizacionais que têm como objetivo melhorar a qualidade, eficiência e acesso aos serviços de saúde no Brasil. São fundamentadas em pilares e diretrizes que orientam sua organização e funcionamento. Alguns dos principais pilares e diretrizes adotados:
1. Integralidade: Visa oferecer uma atenção integral e contínua à saúde, considerando todas as necessidades dos indivíduos e das comunidades. Isso envolve desde a prevenção de doenças até o tratamento e a reabilitação, integrando os diversos níveis de atenção.
2. Regionalização: Busca organizar a assistência à saúde em regiões geográficas, levando em conta as características e necessidades específicas de cada local. A regionalização permite uma distribuição equitativa dos recursos e serviços de saúde, garantindo o acesso adequado à população.
3. Hierarquização: Estabelece uma ordenação dos serviços de saúde de acordo com sua complexidade e capacidade de resolução dos problemas de saúde. Isso significa que cada nível de atenção possui suas responsabilidades e deve atuar em conjunto, de forma integrada, encaminhando os pacientes quando necessário.
-Já as diretrizes das redes de atenção à saúde:
1. Organização em rede: As redes de atenção à saúde são baseadas em uma articulação entre diferentes pontos de atenção, como unidades básicas de saúde, hospitais, centros especializados e outros serviços. Essa integração permite a troca de informações, o compartilhamento de recursos e a continuidade do cuidado.
2. Atenção centrada no paciente: Coloca o paciente como protagonista do cuidado, respeitando suas necessidades, valores e preferências. A escuta ativa, a participação do paciente nas decisões e o acolhimento são elementos fundamentais nesse contexto.
3. Promoção da saúde e prevenção de doenças: Valoriza ações que visam promover a saúde e prevenir doenças, priorizando ações de promoção da alimentação saudável, prática regular de atividade física, prevenção do tabagismo, entre outros fatores que influenciam a saúde.
4. Gestão participativa: Propõe a participação dos diversos atores envolvidos na gestão da saúde, como gestores, profissionais de saúde, usuários e representantes da sociedade civil. A gestão participativa visa a uma tomada de decisão mais democrática, considerando as necessidades da população.
Elas são compostas por diversos participantes e sua composição no Brasil pode variar de acordo com a região e o contexto específico, mas geralmente envolve diferentes níveis de atenção, desde a atenção básica até a atenção especializada e hospitalar. Essas redes também abrangem serviços de promoção da saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
-Os principais elementos que compõem as redes de atenção à saúde no Brasil incluem:
1. Atenção básica: É a porta de entrada para o sistema de saúde, onde os pacientes recebem cuidados primários, como consultas médicas, vacinação, exames preventivos e acompanhamento de condições crônicas. Os profissionais de saúde da atenção básica desempenham um papel fundamental na coordenação e encaminhamento dos pacientes para outros níveis de atenção, quando necessário.
2. Atenção especializada: Engloba serviços mais especializados e complexos, como consultas com especialistas, exames de diagnóstico avançados e procedimentos cirúrgicos. Essa etapa da rede de atenção à saúde é acionada quando o tratamento ou o diagnóstico requerem conhecimentos e recursos específicos.
3. Hospitais e serviços de emergência: São componentes importantes das redes de atenção à saúde, oferecendo cuidados hospitalares agudos, internações, cirurgias, tratamentos intensivos e atendimento de emergência. Eles são essenciais para casos que necessitam de cuidados de alta complexidade ou intervenções imediatas.
4. Serviços de apoio: Além dos cuidados diretos aos pacientes, as redes de atenção à saúde no Brasil também podem incluir serviços de apoio, como farmácias, laboratórios de análises clínicas, serviços de reabilitação, transporte médico e assistência social. Esses serviços desempenham um papel complementar na promoção da saúde e no suporte aos pacientes durante o processo de tratamento.
A composição das redes de atenção à saúde no Brasil é determinada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode variar de acordo com as políticas e diretrizes estabelecidas. O objetivo visa a melhoria da saúde e bem-estar da população, com ênfase na continuidade do cuidado, prevenção de doenças e tratamento eficaz.
•Modelos de atenção à saúde
1. Brasil Sorridente: O Brasil Sorridente é um programa do governo brasileiro que busca ampliar o acesso da população aos serviços odontológicos. Lançado em 2004, o programa tem como objetivo principal promover a saúde bucal e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, especialmente aqueles que têm dificuldade em acessar tratamentos odontológicos. Por meio do Brasil Sorridente, são oferecidos serviços gratuitos, como consultas, exames, tratamentos preventivos, cirurgias e próteses dentárias, nas unidades de saúde e centros especializados em odontologia.
2. Sistema Incremental: O sistema incremental é uma abordagem adotada na saúde bucal que prioriza o tratamento progressivo dos problemas dentários. Em vez de focar em procedimentos complexos e invasivos desde o início, o sistema incremental busca tratar os problemas em etapas, começando com ações preventivas e conservadoras. Isso permite que o tratamento seja realizado de forma gradual, de acordo com as necessidades e possibilidades de cadapaciente, evitando procedimentos mais invasivos quando não são estritamente necessários.
3. Odontologia Integrada: A odontologia integrada é uma abordagem que busca promover a interdisciplinaridade no tratamento odontológico. Isso significa que diferentes especialidades odontológicas trabalham em conjunto, compartilhando informações e planejando o tratamento de forma colaborativa. Com a odontologia integrada, busca-se uma visão mais abrangente da saúde bucal do paciente, considerando não apenas a parte específica tratada por cada especialidade, mas também a relação entre elas e sua influência no tratamento como um todo.
4. Odontologia Simplificada: A odontologia simplificada é uma proposta que busca tornar os procedimentos odontológicos mais acessíveis e compreensíveis para a população. Por meio dessa abordagem, os profissionais de odontologia buscam simplificar a linguagem técnica, explicar de forma clara os procedimentos e as opções de tratamento, e adotar técnicas que demandem menos tempo e recursos, mas ainda garantindo a qualidade do atendimento. A odontologia simplificada tem como objetivo principal reduzir as barreiras de acesso aos cuidados dentários e promover a saúde bucal em um contexto mais acessível e compreensível.
5. Programa de Inversão de Atenção: O Programa de Inversão de Atenção é uma iniciativa que busca direcionar a atenção para a prevenção e cuidados com a saúde bucal na primeira infância, ou seja, desde o nascimento até os seis anos de idade. A proposta é criar estratégias de educação em saúde bucal, fornecer orientações aos pais e responsáveis sobre a higiene bucal adequada, promover visitas regulares ao dentista e realizar intervenções precoces para evitar problemas dentários futuros. O programa visa a prevenir doenças bucais e garantir um desenvolvimento saudável da dentição desde os primeiros anos de vida.
6. Odontologia Precoce: A odontologia precoce refere-se à atenção odontológica voltada para bebês e crianças pequenas. É fundamental que a saúde bucal seja acompanhada desde os primeiros meses de vida, visando prevenir problemas dentários, orientar os cuidados de higiene oral e monitorar o desenvolvimento dos dentes e da boca. A odontologia precoce envolve ações como orientação aos pais sobre a amamentação, higiene bucal adequada, alimentação saudável e acompanhamento regular com o dentista. Essa abordagem busca estabelecer uma base sólida para a saúde bucal desde a infância, garantindo um sorriso saudável ao longo da vida.
•Epidemiologia 
-levantamentos epidemiológicos:
são estudos que visam coletar e analisar dados sobre a saúde e doenças em determinada população. Eles fornecem informações valiosas sobre a ocorrência, distribuição e fatores de risco associados a diferentes condições de saúde. Esses estudos podem ser conduzidos em diferentes escalas, desde comunidades locais até níveis regionais ou mesmo globais.
Os levantamentos epidemiológicos têm como objetivo principal identificar e monitorar doenças, determinar sua causa e avaliar a eficácia de intervenções de saúde pública. Eles são fundamentais para a tomada de decisões informadas em relação a políticas de saúde, planejamento de recursos e implementação de medidas de prevenção e controle.
Existem diferentes tipos de levantamentos epidemiológicos, incluindo estudos observacionais e experimentais. Os estudos observacionais analisam dados existentes ou coletam novos dados sem intervenção direta nos participantes. Esses estudos podem ser de corte transversal, retrospectivos ou prospectivos. Já os estudos experimentais envolvem a aplicação de intervenções específicas em grupos de indivíduos para avaliar seus efeitos na saúde.
A coleta de dados em levantamentos epidemiológicos pode ser realizada por meio de entrevistas, questionários, exames físicos, análise de registros médicos, testes laboratoriais e outras técnicas. Esses dados são analisados estatisticamente para identificar tendências, padrões e associações entre variáveis.
É importante ressaltar que os levantamentos epidemiológicos têm limitações, como possíveis erros de medição, vieses de seleção e dificuldades na interpretação dos resultados. No entanto, eles continuam sendo uma ferramenta essencial para entender e enfrentar os desafios de saúde pública, fornecendo evidências para apoiar ações efetivas de prevenção, controle e tratamento de doenças.
-vigilância em saúde:
é um processo contínuo de coleta, análise e interpretação de dados relacionados à saúde de uma população. Ela desempenha um papel fundamental na identificação de ameaças à saúde, no monitoramento de doenças e no desenvolvimento de estratégias de prevenção e controle. Existem diferentes tipos de vigilância em saúde, cada um com seus objetivos e métodos específicos. Vamos explorar alguns deles:
1. Vigilância epidemiológica: É o tipo mais comum de vigilância em saúde. Ela envolve a coleta sistemática de dados sobre a ocorrência, distribuição e determinantes de doenças e outros eventos de saúde relevantes. A vigilância epidemiológica permite identificar surtos de doenças, rastrear sua propagação, avaliar fatores de risco e orientar ações de controle e prevenção.
2. Vigilância sanitária: Concentra-se na identificação e controle de riscos à saúde associados a produtos, serviços e ambientes. Ela abrange a fiscalização de alimentos, medicamentos, cosméticos, saneamento básico, qualidade do ar e da água, entre outros. A vigilância sanitária visa garantir a segurança e qualidade desses elementos, protegendo a saúde da população.
3. Vigilância em saúde ambiental: Está relacionada à identificação e monitoramento de riscos à saúde decorrentes do ambiente físico. Isso inclui a análise da qualidade do ar, da água, do solo, bem como a avaliação de poluentes e substâncias tóxicas presentes no ambiente. A vigilância em saúde ambiental ajuda a prevenir exposições nocivas e a promover ambientes saudáveis.
4. Vigilância de eventos adversos: Envolve a detecção e notificação de eventos adversos relacionados a medicamentos, vacinas, dispositivos médicos e procedimentos de saúde. Essa vigilância é importante para identificar problemas de segurança, investigar suas causas e tomar medidas corretivas para prevenir danos adicionais.
5. Vigilância sindrômica: É um tipo de vigilância que monitora a ocorrência de sintomas e sinais inespecíficos em tempo real. É comumente utilizada em emergências de saúde pública, como surtos de doenças desconhecidas ou eventos bioterroristas. A vigilância sindrômica permite a detecção precoce de tendências incomuns e facilita a resposta rápida para controlar a disseminação de doenças.
Esses são apenas alguns exemplos de tipos de vigilância em saúde. Cada um desempenha um papel específico na identificação, monitoramento e resposta a diferentes aspectos da saúde pública.
-Bioética:
A bioética é uma disciplina que busca examinar questões éticas relacionadas à vida e à saúde. Ela envolve a aplicação de princípios éticos e valores morais no campo da medicina, da pesquisa científica e das práticas relacionadas à saúde. A bioética visa equilibrar os avanços científicos e tecnológicos com a proteção dos direitos e da dignidade humana.
*Existem quatro princípios fundamentais que servem como base para a bioética:
1. Autonomia: A autonomia refere-se ao respeito pela capacidade das pessoas de tomar suas próprias decisões e controlar seu próprio destino. Esse princípio reconhece a importância do consentimento informado e da autonomia dos pacientes no contexto médico. Os profissionais de saúde devem fornecer informações adequadas e permitir que os pacientes participem ativamente das decisões sobre seu tratamento e cuidados de saúde.
2. Beneficência: A beneficência enfoca o bem-estar dos indivíduos e a promoção de ações que visam beneficiar os outros. Os profissionais de saúde têm a obrigação de agir no melhor interesse de seus pacientes, procurando seu benefício e proteção. Isso envolve oferecer tratamentos eficazes, cuidados compassivos e garantir que os riscos e benefícios sejamadequadamente equilibrados.
3. Não maleficência: O princípio da não maleficência significa "não causar dano". Os profissionais de saúde devem evitar intencionalmente causar dano aos pacientes. Isso implica em minimizar os riscos e efeitos colaterais dos tratamentos, garantir a segurança dos procedimentos médicos e proteger os pacientes de qualquer forma de exploração ou abuso.
4. Justiça: A justiça busca a equidade na distribuição de recursos, benefícios e encargos. Ela envolve tratar as pessoas de forma imparcial, sem discriminação, e garantir um acesso igualitário aos cuidados de saúde. Isso abrange questões como equidade no acesso a tratamentos, alocação justa de recursos limitados e participação equitativa em pesquisas científicas.
Correlação com o caso:
Com base no caso descrito, podemos identificar várias correlações com os assuntos de rede de atenção à saúde:
1. Atenção Primária à Saúde (APS): O paciente procurou a Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) em busca de atendimento odontológico. A APS é o primeiro nível de contato dos indivíduos com o sistema de saúde, onde são realizados atendimentos preventivos, diagnósticos, tratamentos e encaminhamentos para outros níveis de atenção, quando necessário.
2. Equipe multiprofissional: O paciente foi acolhido por alunos do Centro Universitário Christus e pela preceptora Dra. Mariana. A atuação de uma equipe multiprofissional é essencial na rede de atenção à saúde, permitindo a integração de diferentes profissionais para uma abordagem abrangente do paciente.
3. Acesso aos serviços: Apesar da necessidade urgente do paciente, houve dificuldade em obter o atendimento necessário devido à falta de vaga disponível. Esse problema está relacionado ao acesso aos serviços de saúde, uma vez que a fila de espera pode causar atrasos no tratamento e impactar negativamente a saúde do paciente.
4. Referência e Contrarreferência: O paciente foi encaminhado para o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) para realizar avaliação da lesão observada e confecção de próteses. Essa referência é um processo importante na rede de atenção à saúde, garantindo que o paciente seja encaminhado adequadamente para serviços especializados.
5. Agravos bucais relacionados a hábitos de vida: O paciente relata ser fumante e etilista, o que pode ter contribuído para a deterioração de sua saúde bucal. Esses hábitos de vida podem aumentar o risco de doenças bucais, como cáries, doença periodontal e lesões na mucosa oral.
6. Atendimento de urgência: Após a fratura do dente, o paciente retornou à unidade básica de saúde para atendimento de urgência. Esse tipo de atendimento é essencial na rede de atenção à saúde para lidar com situações emergenciais e garantir que o paciente receba o cuidado necessário no momento adequado.
Essas correlações destacam a importância da atenção primária, da equipe multiprofissional, do acesso aos serviços, da referência e contrarreferência, do cuidado em relação aos hábitos de vida e do atendimento de urgência na rede de atenção à saúde.
CLÍNICA III
Paciente Francisco Raimundo, 60 anos, residente da comunidade Conjunto Novo, que se encontra sob responsabilidade da Unidade Básica de Saúde Rigoberto Romero, Cidade 2000. Francisco Raimundo é casado e pai de três filhos e têm enfrentado problemas com sua prótese total superior, uma vez que este buscou atendimento na referida UBS expressando interesse em realizar a substituição de sua prótese, pois segundo ele, a prótese estava muito manchada, mas, além disso, já haviam 10 anos que a mesma fora confeccionada. 
Anamnese
Ao realizar anamnese, a equipe evidenciou a condição de tabagista e etilista crônico, uma vez que o paciente Francisco Raimundo consome álcool e fuma um total de 30 cigarros rotineiramente, equivalente a um maço e meio de cigarros por dia há 25 anos. As informações obtidas na anamnese classificam Francisco Raimundo no grupo de risco para o surgimento de câncer oral, pois álcool em associação ao tabaco aumenta em 40% a chance de desenvolver carcinoma espinocelular (CEC). O cenário em que se está inserido o paciente, denota desafios que merecem a atenção da equipe ao estabelecer um plano de cuidado e plano de tratamento eficaz e responsivo, pois a concepção de não procura do serviço quando há ausência de urgência, é reflexo da baixa escolaridade, que determina obstáculos e limitações que merecem a atenção da equipe.
Exame Clínico
A cirurgiã-dentista Dra. Mariana observou ao exame clínico que Francisco Raimundo é edêntulo, sendo desdentado total em sua arcada superior e, parcialmente na arcada inferior e, apesar das ausências inferiores, este não fazia uso de prótese parcial removível para reabilitação dos elementos ausentes, possuindo apenas os remanescentes 35, 32, 31, 41, 42, 43 e 44.
Ao remover a prótese total superior de Francisco Raimundo, Dra. Mariana Evidenciou também a presença de placa branca associada a área eritematosa em palato mole e prontamente realizou o encaminhamento para o Centro de Especialidades Odontológicas para avaliação da lesão e posterior confecção de próteses total e parcial para reabilitação.
Procedimento
Depois do período de 3 meses após a consulta com Dra. Mariana, Francisco Raimundo procurou novamente atendimento na UBS Rigoberto Romero, solicitando urgência, pois havia sofrido fratura coronária do elemento 44 sem sintomatologia dolorosa que, quando observada clínica e radiograficamente, indicava a existência de tratamento endodôntico satisfatório com 3mm de remanescente coronário. Dra. Mariana optou então por restaurar provisoriamente com cimento de ionômero de vidro, afim de preservar o referido tratamento contra possíveis infiltrações.
Plano de Tratamento
Francisco Raimundo é desdentado total em sua arcada superior e parcialmente desdentado em sua arcada inferior, o que gera necessidade de confecção de próteses dentárias para ambas as arcadas, sendo a superior uma prótese total e a inferior uma prótese parcial removível. Além de que devido a sobrecarga oclusal sobre o elemento 44, houve fratura coronária com 3mm de remanescente coronário, fazendo-se necessária a confecção de um prótese fixa unitária retida à pino, uma vez que o elemento apresenta tratamento endodôntico satisfatório.
PROTOCOLO PARA CONFECÇÃO DE PRÓTESE TOTAL SUPERIOR
Primeira sessão clínica
Na primeira sessão o profissional irá realizar os exames clínicos e radiográficos, afim de observar as características anatômicas e/ou possíveis alterações de mesmo cunho, para assim, traçar possibilidades e adequar as expectativas do paciente à sua realidade oral.
Nessa mesma sessão, é realizada também a moldagem anatômica com alginato, que, após a vazagem com gesso do tipo III, dará origem ao que chamamos de modelo de estudo. Modelo no qual o profissional pode realizar o planejamento de sua intervenção protética e confeccionar a moldeira individual, utilizada para a moldagem que dará origem ao modelo de trabalho.
Segunda sessão clínica
Na segunda sessão, utilizando a moldeira individualizada, realiza-se a moldagem de trabalho ou funcional superior e inferior com elastômeros e, essa moldagem deve ser enviada ao laboratório, para que assim, o técnico em prótese dentária possa vazar em gesso tipo IV e confeccionar a base de prova em cera, que servirá para a elaboração das delimitações estéticas e funcionais da prótese pelo dentista na sessão seguinte.
Terceira sessão clínica
Uma vez com a base de prova em mãos, o profissional irá realizar a prova, ajustando para que esta esteja de acordo com os parâmetros necessários para se obter estética e função favorável, imaginando que, os limites da cera determinam onde serão colocados os dentes artificiais. Logo, é necessário que, utilizando a espátula lecron, o profissional determine suporte labial, altura incisal, linha do sorriso, corredor bucal, linha média e altura do sorriso. Após essas delimitações o profissional irá montar o modelo superior no articulador com auxílio do arco facial ou plano de Camper. Os modelos deverão ser montados no articuladorcom referências na base de gesso que possibilitem a sua remontagem após a acrilização, afim de notar e tentar corrigir possíveis alterações dimensionais provenientes da distorção da resina que podem prejudicar a oclusão.
Ainda nessa sessão clínica, o profissional escolhe a cor com base na escala e registra na guia para o protético, que receberá novamente o modelo agora montado em articulador semiajustável e com marcações na base de prova que irão guiar a montagem dos dentes.
Quarta sessão clínica
Na quarta sessão, acontecerá a prova dos dentes montados em cera, onde o dentista irá verificar se a montagem realizada pelo protético, condiz com marcações estabelecidas na sessão anterior. Essa sessão é crucial, pois nela, caso o dentista observe a necessidade de alguma alteração, seja em espessura da cera ou posicionamento dos dentes, é possível retornar o trabalho ao laboratório para que o protético realize o ajuste.
Uma vez que a prova dos dentes tenha sido um sucesso, o profissional deve realizar o registro fotográfico para respaldar-se de possíveis alterações na peça que venham a ocorrer no laboratório antes da acrilização e, por fim, o profissional juntamente ao paciente, deverão determinar a cor da gengiva ou até mesmo texturização desta, podendo oferecer ao paciente a opção de ceroplastia, que confere características anatômicas naturais à resina após a acrilização.
Quinta sessão clínica
Na quinta e última sessão clínica, o profissional agora com a prótese propriamente dita em posse, realiza a instalação da mesma, se atentando à possíveis erros, como por exemplo alterações estruturais que possam ter ocorrido antes do processo de acrilização. Logo, o profissional fará uma comparação da prova de dentes montados em cera, com a peça acrilizada através de registros fotográficos realizados na sessão anterior.
PROTOCOLO PARA CONFECÇÃO DE PRÓTESE FIXA RETIDA A PINO
Passo a passo para confecção de prótese fixa retida à pino:
1. É necessário realizar o tratamento endodontico do elemento antes de estabelecer o pino, caso o mesmo já não tenha. A desobstrução do conduto para o estabelecimento do pino deve ser de 2/3 do conduto, repeitando o selamento apical mínimo de 4mm, a mesma deve ser feita com broca Gates de diâmetro condizente com o conduto radicular. Em seguida utiliza-se broca Largo ou Peeso para continuar a desobstrução.
2. Em seguida verifica se o pino está no comprimento adequado e insere no conduto, se o pino estiver justaposto, não há necessidade de reembasamento do mesmo.
3. Preparar a porção coronária do pino para realizar a reconstrução em resina composta. E em seguida aplicar um incremento de resina e modelar ao redor do pino. Não há necessidade de se reconstruir completamente o dente, basta pôr resina o suficiente para permitir realizar um preparo de coroa total. Estabelecendo o efeito férula, como se fosse mimetizar um término chanfro. Por fim, realizar a cimentação do pino.
4. Confeccionar provisório para reestabelecer estética e função.
5. Em outra sessão em o profissional deve realizar a moldagem com silicone de adição, utilizando pasta leve na região do remanescente e pasta pesada para as demais estruturas, visando assim, obter melhor qualidade de registro da referida região. Para realizar a confecção do coping.
6. Após realizar o teste do coping e ter êxito, será confeccionada a prótese fixa, sendo esta mataloceramica ou matal free.
7. Cimentação da Prótese fixa:
Nessa etapa, o profissional realizará prova e ajuste da prótese fixa, onde esta é colocada sobre o núcleo fundido para prova inicial. Nesse estágio, são feitos ajustes para garantir o encaixe adequado, conforto e estética. Estando a coroa bem adaptada, o profissional deverá realizar a cimentação final, onde a prótese é cimentada permanentemente, podendo utilizar Fosfato de Zinco ou Cimentos Resinosos.É fundamental que haja acompanhamento pós-tratamento para avaliar a adaptação do paciente à prótese e se necessário, realizar ajustes adicionais.
ESTOMATOLOGIA
DISPLASIA EPTELIAL
A displasia epitelial é definida como uma lesão pré-cancerígena do epitélio escamoso estratificado, caracterizada por atipia celular e perda de maturação normal, podendo se transformar em um carcinoma in situ, é encontrada em cerca de 5% a 25% das leucoplasias orais. Alterações displásicas começam nas porções basais e parabasais do epitélio. Quanto mais displásico o epitélio, maior a chance das atipias epiteliais se estenderem em toda a espessura do epitélio. 
As alterações histopatológicas das células epiteliais displásicas são semelhantes às do carcinoma epidermóide e podem incluir: Núcleos e células aumentados; Nucléolos grandes e proeminentes; Aumento da relação núcleo-citoplasma; Hipercromatismo (coloração escura excessiva dos núcleos); Núcleos e células pleomórficas (forma anormal);Disqueratose (queratinização prematura individual das células); Aumento da atividade mitótica (número excessivo de mitoses); Figuras de mitose anormais (mitoses tripolares ou em forma de estrela ou figuras mitóticas acima da camada basal); Cristas epiteliais bulbosas ou em forma de lágrima; Perda de polaridade (falta de maturação progressiva para a superfície); Pérolas de queratina (coleções focais, redondas e concêntricas de células queratinizadas); Perda de coesão típica das células epiteliais.
O grau de displasia epitelial se relaciona à sua “gravidade” ou intensidade:
1. Displasia epitelial leve se relaciona a alterações limitadas às camadas basal e parabasal.
2. Displasia epitelial moderada mostra envolvimento da camada basal até a porção média da camada espinhosa. 
3. Displasia epitelial intensa mostra alterações a partir da camada basal até um nível acima do ponto médio do epitélio.
4. Carcinoma in situ é definido como uma displasia que envolve a espessura total do epitélio. Pode ou não existir uma fina camada de queratina na superfície. O epitélio pode ser hiperplásico ou atrófico. Algumas autoridades consideram o carcinoma in situ como uma lesão potencialmente maligna, já outros acreditam que ele represente uma neoplasia verdadeira, descoberta antes da invasão. Entre suas características estão a ausência de invasão e, sem invasão, metástases não ocorrem. 
LEUCOPLASIA
A leucoplasia (leuko = branca; plakia = patch) representa “uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença”. O termo é estritamente clínico e não implica uma alteração histopatológica específica do tecido. A definição de leucoplasia é incomum e torna o diagnóstico dependente não apenas da aparência clínica, mas também na exclusão de outras doenças que se manifestam com placas brancas na mucosa oral. Embora a leucoplasia não constitua um diagnóstico histopatológico específico, considera-se uma lesão potencialmente maligna, cuja frequência de transformação maligna é maior do que a mucosa normal. 
Geralmente afeta pessoas acima de 40 anos. A prevalência aumenta rapidamente com a idade, em especial para os homens, sendo afetados 8% dos homens com mais de 70 anos. A idade média (60 anos) é semelhante à de pacientes com carcinoma oral; no entanto, alguns estudos mostram que a leucoplasia ocorre cerca de cinco anos mais cedo (em média) do que o carcinoma epidermoide oral.
Lesões únicas podem ter aparência clínica variada e tendem a mudar ao longo do tempo. No início, a leucoplasia leve ou delgada aparece como uma placa branca ou acinzentada, plana ou ligeiramente elevada, podendo ser translúcida, fissurada ou enrugada. É geralmente macia com bordas bem delimitadas, mas às vezes pode gradualmente se mesclar com a mucosa normal. Leucoplasias finas podem desaparecer ou continuar inalteradas e raramente exibem displasia na biopsia. Para os tabagistas que não reduzem o hábito, dois terços das lesões tendem a aumentar em tamanho e progredir para uma fase chamada de leucoplasia homogênea ou espessa, caracterizada por placas brancas espessas e bem delimitadas com fissuras profundas. A maioria permanece indefinidamente nessa fase. Noentanto, um terço delas regride ou desaparece. Algumas lesões desenvolvem aumento de irregularidades de superfície e são chamadas de leucoplasia granular ou nodular. Lesões com projeções afiadas, rombas ou verruciformes são denominadas leucoplasia verrucosa ou verruciforme.
Uma forma especial de leucoplasia de alto risco, leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é caracterizada pelo desenvolvimento lento de múltiplas placas queratóticas com projeções rugosas de superfície. A relação dos casos descritos como leucoplasia verrucosa é incerto. A gengiva frequentemente está envolvida, mas outros sítios podem ser afetados. Embora as lesões geralmente se iniciem como hiperqueratoses planas, indistinguíveis da leucoplasia comum, a LVP exibe crescimento persistente, podendo se tornar exofítica e verrucosa. Com a progressão, as lesões podem passar por uma fase indistinguível do carcinoma verrucoso, podendo tardiamente apresentar displasia e transformar-se em carcinoma epidermoide (muitas vezes oito anos após o diagnóstico inicial de LVP). Essas lesões raramente regridem, independente da terapia. Entre as leucoplasias, a LVP é incomum, apresentando uma forte predileção pelo sexo feminino (1: 4) sem associação com o uso de tabaco. A leucoplasia pode se tornar displásica ou maligna, sem qualquer alteração em sua aparência clínica. No entanto, algumas lesões, podem apresentar manchas vermelhas dispersas, denominadas eritroplasias. Essas áreas representam locais nos quais as células epiteliais são imaturas ou atróficas impossibilitando a produção de queratina. Esta lesão com a mistura de áreas brancas e vermelhas denominada eritroleucoplasia ou leucoplasia mosqueada, frequentemente exibe displasia epitelial no exame histopatológico.
ERITROLEUCOPLASIA
A eritroplasia é definida como uma mancha ou placa vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição. O termo eritroplasia de Queyrat foi originalmente usado para descrever uma lesão potencialmente maligna vermelha no pênis. A eritroplasia oral é clínica e histopatologicamente semelhante à lesão genital. Quase todas as eritroplasias verdadeiras demonstraram displasia epitelial, carcinoma in situ, ou carcinoma epidermoide. Presume-se que as causas da eritroplasia sejam as mesmas daquelas associadas ao carcinoma epidermoide. Também pode ocorrer conjuntamente com a leucoplasia e tem sido encontrada concomitantemente com um grande número de carcinomas epidermoides microinvasivos. Embora a eritroplasia seja mais rara que a leucoplasia, possui maior potencial para apresentar alterações displásicas no momento da biopsia ou para desenvolver um carcinoma mais tarde.
É predominantemente uma doença da meia-idade em adultos mais velhos, sem predileção de gênero. O assoalho bucal, língua e palato mole são os locais de maior envolvimento e lesões múltiplas podem estar presentes. A lesão aparece como uma mancha ou placa bem delimitada, eritematosa de consistência macia e textura aveludada. Normalmente é assintomática e pode ser associada a uma leucoplasia adjacente (eritroleucoplasia). A biopsia é necessária para distinguir eritroplasia de outras condições com uma aparência clínica semelhante, tais como mucosite não específica, candidíase, psoríase ou lesões vasculares.
Lesões vermelhas da mucosa oral, especialmente aquelas de assoalho bucal e região ventrolateral da língua devem ser vistas com suspeita, e uma biopsia precisa ser realizada. Se uma fonte de irritação puder ser identificada e removida, a biopsia pode ser postergada por duas semanas, permitindo assim a regressão de uma lesão inflamatória clinicamente similar. Tal como acontece com a leucoplasia, o tratamento da eritroplasia é guiado pelo diagnóstico histopatológico. Displasia moderada ou intensa justifica excisão completa ou ablação. A excisão é preferível, pois permite o exame microscópico para descartar carcinoma invasivo. Recorrência e envolvimento multifocal são comuns. Dessa forma, é sugerido longo período de acompanhamento.
CANDIDÍASE
A infecção pelo fungo de levedura Candida albicans é denominada candidíase. Assim como muitos outros fungos patogênicos, a C. albicans pode existir em duas formas – um traço conhecido como dimorfismo. Acredita-se que a forma de levedura do organismo seja relativamente inócua, mas a forma de hifa geralmente está associada à invasão do tecido hospedeiro. A candidíase é, de longe, a infecção fúngica oral mais comum nos seres humanos e tem uma série de manifestações clínicas, às vezes dificultando o diagnóstico. 
Pelo menos três fatores gerais podem determinar se existem evidências clínicas de infecção: O estado imune do hospedeiro; O ambiente da mucosa oral; A cepa da C. albicans.
No passado, a candidíase era considerada a única infecção oportunista, afetando indivíduos debilitados por outra doença. Certamente, esses pacientes perfazem uma grande porcentagem dos atuais portadores de infecções por Candida. No entanto, hoje os clínicos reconhecem que a candidíase oral pode-se desenvolver em pessoas saudáveis. Como consequência dessa complexa interação entre hospedeiro e organismo, a infecção por Candida pode variar de um envolvimento brando da mucosa, observado na maioria dos pacientes, até uma doença disseminada fatal nos pacientes gravemente imunocomprometidos. 
CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA
A forma mais bem reconhecida de infecção por Candida é a candidíase pseudomembranosa. É caracterizada pela presença de placas brancas aderentes que se parecem com queijo cottage ou leite coalhado na mucosa oral. As placas brancas são compostas de massas emaranhadas de hifas, leveduras, células epiteliais descamadas e detritos. A remoção dessas placas pode ser feita com uma espátula ou esfregando uma gaze seca. A mucosa subjacente pode parecer normal ou eritematosa. Se ocorrer sangramento, então a mucosa provavelmente também foi afetada por outro processo, como o líquen plano erosivo ou tratamento quimioterápico.
A candidíase pseudomembranosa pode ser desencadeada pela exposição do paciente a antibióticos de amplo espectro (eliminando assim as bactérias concomitantes) ou pelo comprometimento do sistema imune do paciente. As disfunções imunes vistas nos pacientes leucêmicos ou nos pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) estão frequentemente associadas à candidíase pseudomembranosa. Os bebês também podem ser afetados ostensivamente devido ao seu sistema imune pouco desenvolvido. A exposição a antibióticos geralmente é responsável por uma expressão aguda (rápida) da condição; normalmente as alterações imunológicas, uma forma crônica (início lento, longa duração) da candidíase pseudomembranosa.
Os sintomas, se ocorrerem, costumam ser relativamente brandos, consistindo em uma sensação de queimação da mucosa oral ou um gosto desagradável na boca, descrito variadamente como salgado ou amargo. Às vezes os pacientes se queixam de “vesículas”, quando na verdade há a sensação das placas elevadas em vez de verdadeiras vesículas. As placas são distribuídas normalmente na mucosa jugal, palato e dorso da língua.
O diagnóstico da candidíase costuma ser estabelecido pelos sinais clínicos, associado à citologia esfoliativa. Embora uma cultura possa identificar de maneira definitiva o microrganismo como a C. albicans, esse processo pode não ser prático na maioria dos consultórios. Os achados citológicos devem demonstrar a fase de hifa do microrganismo e a terapia antifúngica pode ser instituída. Se a lesão for clinicamente sugestiva de candidíase hiperplásica crônica, mas não responder à terapia antifúngica, deve ser realizada uma biopsia para excluir a possibilidade de C. albicans superposta à displasia epitelial, carcinoma espinocelular ou líquen plano. A identificação definitiva do organismo pode ser feita por meio de cultura. 
Foram desenvolvidas várias medicações antifúngicas para tratar a candidíase oral, cada uma com suas vantagens e desvantagens. A nistatina é formulada para uso oral como uma suspensão ou em pastilhas (lozenge). Muitospacientes relatam que a nistatina tem um gosto muito amargo, o que pode reduzir sua adesão ao tratamento; portanto, o gosto tem que ser disfarçado com sacarose e agentes aromatizantes. Se a candidíase for decorrente de xerostomia, o teor de sacarose da preparação de nistatina pode contribuir para as cáries relacionadas à xerostomia nesses pacientes. O trato gastrintestinal pouco absorve a nistatina e outros antibióticos poliênicos, como a anfotericina; portanto, sua eficácia depende do contato direto com as espécies de Candida. Isso exige várias doses diárias para que as leveduras sejam adequadamente expostas ao medicamento. A nistatina combinada com creme ou unguento de acetonida triancinolona pode ser aplicada topicamente, sendo eficaz para a queilite angular que não tenha um componente bacteriano.
CASO CLÍNICO 
O paciente Francisco Raimundo, após a remoção da prótese total superior, apresentou a presença de uma placa branca associada com área avermelhada em região de palato mole. Tal lesão levanta duas suspeitas diagnósticas para o cirurgião dentista: (1) displasia epitelial (eritroleucoplasia) e (2) candidíase pseudomembranosa. Para fazer o diagnóstico diferencial, a conduta tomada deve ser a raspagem da lesão com algum instrumental, notando se essa lesão é ou não destacável. Em caso de destacável é provável que se esteja diante de uma candidíase pseudomembranosa. Logo, pode-se coletar esse material destacado e enviar para citologia esfoliativa ou para um meio de cultura, devendo-se também iniciar a terapia medicamentosa com bochecho de 15 ml de Nistatina 100.000 UI, três vezes ao dia durante 14 dias. Em caso da lesão não ser destacável é provável que se esteja diante de um processo de displasia epitelial. Nesse caso, devemos fazer a biopsia incisional da parte mais displásica do local acometido para confirmar o diagnóstico e, se possível, fazer a remoção da lesão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRÉ CLÍNICA IV
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/133243/ISSN1677-6704-2013-34-01-14-19.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-comunitaria-da-regiao-de-chapeco/protese-total/bases-de-provas-e-planos-de-orientacao-em-protese-total/24283990
Reabilitação Oral com Próteses Totais - Prática Clínica e Laboratorial 1ª Edição
Prótese Total Convencional - Livro do Estudante
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
LAVRAS, Carmen. Atenção primária à saúde e a organização de redes regionais de atenção à saúde no Brasil. Saude soc. [online]. 2011, vol.20, n.4 [cited 2016-10-29], pp.867-874.
FONSECA, Dirce Aparecida Valerio da et al . Influência da organização da atenção básica e das características sociodemográficas da população na demanda pelo pronto atendimento odontológico municipal. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 19, n. 1, p. 269-278, jan. 2014. 
AUSTREGESILO, Silvia Carréra et al . A Interface entre a Atenção Primária e os Serviços Odontológicos de Urgência (SOU) no SUS: a interface entre níveis de atenção em saúde bucal. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 20, n. 10, p. 3111-3120, Oct. 2015
CLÍNICA III
PEGORARO, LF; VALLE, AL; ARAUJO, CRP; BONFANTE, G; CONTI, PCR. Prótese fixa - Bases para o planejamento em reabilitação oral. 2ªed. São Paulo: Artes médicas, 2013.
TELES, D. Prótese Total Convencional. 1a ed. Santos, 2011
ESTOMATOLOGIA
NEVILLE, Brad W. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 4. ed. Rio deJaneiro: Elsevier, 2016.
TOMMASI, M.H.M. et al. Diagnóstico em patologia bucal. 4. ed. Elsevier,2014.

Outros materiais