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Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA Espirometria Respiração tem diversas funções, sendo o aparelho efetor, o aparelho respiratório. Principal função: troca gasosa (hematose) Existe o controle de sistemas: ● Controle neurológico da respiração ● Mecanismos toracopulmonares ● Características circulatórias ● Transporte sanguíneo No bulbo existe nosso centro respiratório, que é o gerador do padrão ventilatório. O centro respiratório, através dos quimiorreceptores e termorreceptores, gera o nosso padrão respiratório. ● Inspiração - movimento ativo da respiração. ● Expiração - movimento passivo da respiração. Existe uma integração com os neurônios periféricos, para desencadear todo o processo de respiração. O bulbo vai ser influenciado por todo um contexto orgânico da parte cardiovascular, se a pessoa está em atividade de repouso, se tem alguma comorbidade (ex: anemia) ou algum contexto emocional que possa influenciar a nossa ventilação. CICLO RESPIRATÓRIO Fase de inspiração ● Fase ativa ● ● Contração do músculo diafragmático (mecanismo de alça de balde dos arcos costais que vão aumentar o diâmetro látero-lateral e anteroposterior, desencadeando um processo de movimentação de ar). Na ventilação em repouso ou na atividade física, sempre vamos estar mobilizando o volume corrente com uma certa frequência respiratória por minuto (TV). Quando uma pessoa faz uma inspiração máxima, ela vai usar o volume de reserva inspiratório. Quando ela faz um expiração máxima, ela vai usar o volume de reserva expiratório (ERV). Como não somos capazes de eliminar todo ar que tem dentro do pulmão, porque não ocorre colabamento total, na inalação sempre vai ter um volume residual (RV). Azul escuro VT = volume corrente IRV = Volume de reserva respiratória ERV = volume de reserva expiratório Branco VC = capacidade vital Roxo IC = capacidade respiratória FRC = capacidade residual funcional Verde RV = volume residual Azul claro Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA TLC = capacidade pulmonar total A capacidade é a soma de 2 ou mais volumes (ex: Se somar o volume corrente com volume de reserva inspiratório, eu tenho a capacidade inspiratória. Se somar IRV, TV e ERV, eu tenho a capacidade vital (VC). Se somar ERV com RV, eu tenho capacidade residual funcional (FRC). Se somar todos os volumes (IRV, TV, ERV, RV) se tem a capacidade pulmonar total. MOVIMENTAÇÕES DE AR A movimentação de ar ocorre de um gradiente de maior para o de menor pressão (do ambiente externo, da pressão atmosférica - que positiva, para ambiente interno, dentro da caixa torácica, em que a pressão é negativa). Essa movimentação de ar vai depender de propriedades mecânicas: estáticas e dinâmicas. ● Mecânica estática: depende das características individuais do pulmão (capacidade pulmonar, constituição do pulmão em termo de fibras elásticas) e da caixa torácica (se tem alguma deformidade que restrinja sua ventilação; ex: nascer com escoliose). ● Essas características vão determinar os volumes pulmonares do paciente (compartimento pulmonares). APRESENTAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DO AR A ● Fase final exalatória: Pressão alveolar é semelhante à atmosférica (externa). ● Sempre vai ter uma pressão pleural negativa, que não permite o colabamento do pulmão. Qual é outra característica do pulmão que não permite o colabamento total dos alvéolos, além da pressão pleural negativa? R = Surfactantes, vão manter a tensão no alvéolo, não permitindo seu colabamento. B ● Durante o processo de inspiração, a nossa pressão pleural negativa fica mais negativa, fazendo uma diferença de pressão do ambiente externo (mais positivo) para o ambiente externo (mais negativo) (o ar vai se movimentar em direção a via aérea distal). C ● Ao final da inspiração, em que você atinge sua capacidade pulmonar total, mobilizando volume de reserva inspiratório, a pressão pleural fica mais negativa ainda e ocorre um equilíbrio entre o ambiente interno e externo. ● Quando começa o processo de exalação, essa pressão vai ficando cada vez mais próxima de zero, e movimento do ambiente interno para o ambiente externo. Pressão transpulmonar = pressão alveolar (Pa) - pressão pleural (Ppl) FORÇA ELÁSTICA E VOLUMES PULMONARES ● Fibras elásticas ● Força de recolhimento: pode levar ao colapso, se não houver pressão pleural negativa e a presença do surfactante. ● Caixa torácica - faz o movimento de alça de balde, e depois tende ao repouso (recolhimento) - expansão (aumento de 1 L). ● Essa capacidade de inspiração, de mobilização de ar está relacionada com a complacência (capacidade de ar que consegue ser mobilizado em determinado indivíduo) Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA MECÂNICA PULMONAR DINÂMICA Leis de Newton ● O ar é considerado um fluido (princípios da dinâmica dos fluidos). ● Quando um fluido se movimenta ao longo de um tubo (via aérea), este assume um padrão laminar ou turbulento. ● O fluxo é determinado tanto pela pressão propulsora aplicada quanto pela resistência ao fluxo do sistema. À medida que o ar se desloca pela via aérea, ele vai encontrando uma área maior de superfície, que é a via aérea mais terminal (bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios e alvéolos). Nessa região, o fluxo laminar ou turbulento vai se propagar por difusão, permitindo uma troca gasosa maior. TESTES DE FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Testes ventilatórios ● Espirometria ● Teste de caminhada dos 6 minutos ● Pletismografia ● Capacidade de difusão ● Pressões respiratórias máximas ● Pico do fluxo expiratório ● Testes de bronco-provocação Testes de avaliação da troca gasosa pulmonar ● Oximetria ● Gasometria arterial Testes de exercício ● Teste cardiopulmonar de exercício ● Teste de exercício para dessaturação de oxigênio ● Teste para broncoespasmo induzido por exercício FUNÇÃO PULMONAR - PRINCIPAIS TESTES ● Espirometria (mais acessível) - porém tem um limitante, que é a não mensuração direta do volume residual. ● Difusão ● Pletismografia Difusão e pletismografia examinam todos os volumes e capacidades pulmonares. ESPIROMETRIA ● Medidas de volume e capacidade ● Durante o exame, o paciente é orientado a executar algumas manobras respiratórias através do bocal e um clip nasal para fazer um circuito fechado, através de manobras lentas ou forçadas. INDICAÇÃO DA ESPIROMETRIA Diagnóstica ● Avaliação de manifestações, sinais ou testes laboratoriais anormais. ● Medida do efeito de uma doença sobre a função pulmonar. ● Triagem de indivíduos sob risco de apresentar doença pulmonar (fumantes) ● Avaliação de risco pré-operatório ● Avaliação do estado de saúde antes do início de atividade física Monitorização ● Resposta terapêutica imediata e a longo prazo ● Acompanhamento da evolução de doenças pulmonares ● Avaliação de indivíduos expostos a agentes inaláveis (doenças ocupacionais) ● Efeitos adversos pulmonares de fármacos com conhecida toxicidade Incapacidade ● Avaliação para fins de seguro ● Avaliação em processos judiciais de aposentadoria, obtenção de medicações ● Avaliação antes do início de um programa de reabilitação pulmonar ou de transplante de pulmão Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA Saúde pública ● Pesquisas epidemiológicas ● Criação de equações de referência para normalidade ● Pesquisa clínica ● Avaliação e acompanhamento deprogramas para tratamento de doenças pulmonares ● Seleção de pacientes aptos a receberem medicação para problemas respiratórios SUBCOMPARTIMENTOS DA CAPACIDADE PULMONAR TOTAL Volume de reserva inspiratório: 3 L Volume corrente: 0,5 L Volume de reserva expiratório: 1 L Volume residual: 2,5 L MOVIMENTAÇÃO DO AR A representação gráfica da espirometria permite a visualização desses volumes, ilustrando a movimentação de ar nos pulmões, em litros, ao longo do tempo, em segundos. É possível ver se o paciente teve o tempo exalatório adequado ou se teve alguma intercorrência (tosse ou obstrução na via aérea). Auxílio na aferição do diagnóstico. Na curva fluxo-volume, pode-se ter uma curva em que o paciente atinge o pico de fluxo expiratório e tem uma fase descendente exalatória, onde será obtido os fluxos intermediários. A parte descendente se encontra do lado direito (linha direita da curva). Nessa curva descendente, se pode inferir se o paciente tem uma doença restritiva ou uma doença obstrutiva. Na obstrução, essa curva se torna mais prolongada e com aspecto de rampa ou concavidade. Já na curva descendente de uma restrição pulmonar, ela fica semelhante a um dedo de luva ou chapéu de bruxa. CAPACIDADE VITAL E LONGEVIDADE A medição da função pulmonar vem desde 1840, quando o cirurgião John Hutchinson conseguiu medir a capacidade vital e com isso, relacionando a altura e idade do paciente, inferir a longevidade. Com a função pulmonar, também é possível dizer um pouco sobre o prognóstico, dependendo dos achados. Em 1940, Tiffeneau e Pinelli descobriram o volume expiratório forçado no 1 segundo (VEF1). Em 1958, Hyatt e colaboradores, fizeram a elaboração gráfica da curva fluxo-volume. ESPIROMETRIA Método de avaliação da função pulmonar. Interpreta múltiplos elementos do sistema respiratório. Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA Principais parâmetros funcionais da espirometria? ● Capacidade vital forçada ● Capacidade inspiratória ● Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) ● Relação VEF1/ CVF ● Fluxo expiratório forçado médio entre 25- 75% da CVF (FEF 25-75%) ● Pico de fluxo expiratório (PFE) Classificação dos resultados da espirometria ● Espirometria normal ● Distúrbio ventilatório restritivo ● Distúrbio ventilatório obstrutivo ● Distúrbio ventilatório inespecífico ● Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida ● Distúrbio ventilatório misto ou combinado Depois de analisar as curvas, deve-se analisar os parâmetros - CVF, VEF1, VEF1/CVF De acordo com a interpretação desses parâmetros, pode-se confirmar o observado na curva: ● CVF normal - acima de 80% ● VEF1 normal - acima de 80% ● Relação VEF1/ CVF - acima de 80% Se a capacidade vital forçada for normal, volume expiratório forçado no 1 segundo for reduzido, e a relação matemática entre eles for baixa, se tem um padrão de distúrbio respiratório obstrutivo. Se a capacidade vital forçada for baixa, volume expiratório forçado no primeiro 1 segundo for reduzido e a relação matemática entre eles for normal, se tem um padrão de distúrbio respiratório restritivo. Principais padrões de espirometria NORMAL OBSTRUTIVO RESTRITIVO VEF/CVF Normal Baixa Normal CVF Normal Normal ou baixa Baixa VEF1 Normal Normal ou reduzido Normal ou reduzido Classificação da gravidade VEF1 (%) CVF (%) VEF1/ CVF (%) Leve 60 - limite inferior 60 - limite inferior 60 - limite inferior Moderado 41 - 59 51 - 59 41 - 59 Grave ≤ 40 ≤ 50 ≤ 40 Geralmente na interpretação da espirometria, é necessário saber a idade, sexo, peso, altura do paciente - isso irá impactar nos valores previstos para o paciente, valores de capacidade, de volume e o índice tifenol. Depois, analisar a questão das curvas de fluxo-volume, volume-tempo.
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