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CIRURGIA II Infecção odontogênica -> Em uma área onde houve infecção prévia, é necessário ser feito antibióticoterapia no pré-operatório para evitar uma infecção pós-operatória. -> A penicilina benzatina quando utilizada atinge uma dose plasmática baixa e continua por um longo tempo nessa mesma dose plasmática. Já a amoxicilina, quando administrada, ela atinge em menos de 1h a dose plasmática alta e, após 8h, ela diminui. Como a infecção severa é periogoso jogar uma alta dose de antibiótico na corrente sanguínea, a penicilina não é indicada para esse tipo de infecção, mas sim para sífilis que necessita de um longo tempo de exposição do antibiótico. Fatores de virulência · Patógenos intracelulares obrigatórios: precisam viver no interior de uma célula hospedeira para sobreviver e se multiplicar · Patógenos intracelulares facultativos: são capazes de viver de forma intracelular quanto extracelular Evolução · Crônico: antibióticoterapia pré-operatória · Agudo: antibióticoterapia uma semana antes -> Abscesso dento alveolar agudo · É um processo infeccioso agudo caracterizado pela formação de pus que afeta os tecidos que envolvem a região apical. Tem evolução rápida e causa dor violenta · Origem: periapical ou periodontal · Aspecto radiográfico: a radiografia pode apresentar aspecto normal da área apical ou mostrar um ligeiro espessamento na lâmina dura -> Pericoronarite · Dor · Inchaço na gengiva no local acometido · Linfadenomegalia cervical · Presença de mau gosto na boca Mecanismos de resistência · Inativação do antibiótico pelas betalactamases · Alterações conformacionais das PLPs · Redução da permeabilidade celular Propagação da infecção -> A infecção pode se propagar de forma hematogênica, ou seja, caminhar pela corrente sanguínea, pode ocorrer uma invasão de bactérias nos vasos linfáticos e subsequentemente fazer metástase para linfonodos regionais, pode ocorrer também por contigüidade ou por rede venosa Localização da infecção dento-alveolar aguda · Espessura do osso que recobre o ápice – onde há menor espessura de osso é onde essa inflamação vai se localizar · Proximidade do ápice radicular · Relação do local de perfuração do osso com as inserções musculares · Na maxila, o mais importante é o bucinador, pois define espaços onde o processo infeccioso vai: se o ápice radicular estiver localizado abaixo da inserção desse músculo, a secreção vai para dentro da cavidade bucal – mucosa jugal, região vestibular superior – se o ápice radicular estiver acima da inserção desse músculo, a secreção irá para o espaço bucal – para a face; subcutâneo Mandíbula · O músculo milohióideo vai interferir no direcionamento da secreção purulenta · Se o ápice for acima da inserção do músculo do milohióideo, a secreção vai para o soalho da boca/sublingual; se o ápice for abaixo da inserção desse músculo, vai para a região submandibular · No espaço lingual não é indicado drenagem, pois é uma região onde passa o nervo lingual, então na maioria das vezes é feita a extração para a secreção purulenta drenar pelo alvéolo · Se o ápice dentário do dente inferior for mais para vestibular, mais próximo do vestíbulo e acima da inserção do músculo bucinador, a secreção deverá ser drenada pelo vestíbulo – região vestibular inferior. Tomar cuidado para não lesar o mentual Fáscias da cabeça e pescoço -> Fáscia é um tecido conjuntivo único que recobre músculos e vísceras e dá sustentação para o corpo, direcionando as contrações musculares e segurando as vísceras no lugar. Por ser um único tecido, vai haver comunicações entre as partes que ele divide, e essa comunicação favorece que uma infecção caminhe entre os espaço -> Tem a mais superficial, que recobre os músculos da mímica facial e a região de platisma, e superficialmente o músculo da mastigação -> Mais inferiormente, vai circunscrever esses músculos e desenvolver fáscias mais profundas, pegando basicamente os músculos da mastigação, a região submandibular e os músculos mais profundos do pescoço Fáscia cervical profunda -> Corresponde as camadas de fáscias que envolvem a musculatura e vísceras do pescoço. Subdivide-se em camada superficial, média e profunda. Lâmina visceral -> Onde a região vascular se encontra com a coluna visceral e a coluna de sustentação, tem o que se chama de lâmina visceral, sendo que essa lâmina é uma fáscia pré-traqueal e vai revestir a artéria carótida, a veia jugular e o nervo vago. -> Extensões da fáscia pré-traqueal, de tecido conjuntivo e camada superficial contribuem para a formação do revestimento da artéria carótida, veia jugular interna e o nervo vago. Espaço canino · Se encontra entre os músculos elevadores do canto da boca e do lábio superior · Normalmente é acometido quando há uma infecção de caninos superiores · Quando esse espaço é acometido, ocorre o apagamento do sulco nasolabial Espaço bucal · A infecção perfura o osso acima da inserção do músculo bucinador · Pode estar relacionado a dentes superiores e inferiores (pré-molares e molares) Seio cavernoso · Localizado na cabeça · Faz a drenagem sanguínea e joga esse sangue para as veias mais descendentes · Estende-se pela fissura orbitária superior e recebe sangue proveniente da veia oftálmica superior e inferior, veia cerebral superficial média e seio esfenoparietal Trombose de seio cavernoso -> A trombose de seio cavernoso é uma compilação encefálica decorrente de infecções faciais e cranianas, sinusites, otites, infecções odontogênicas. Angina de Ludwig -> Quando os espaços sublingual, submandibular e submentoniano estão envolvidos bilateralmente. O paciente apresenta trismo, sialorréia, dificuldade de deglutição e respiração. CONTROLE DE SANGRAMENTO -> Possibilidades para reverter o sangramento: compressão, soro gelado, agentes que estimulem a formação de fibrina Mecanismos coagulantes -> Hemostasia primária · Superfície endotelial vascular · Plaquetas · Fibrinogênio · Fator de Von Willebrand · Íon cálcio -> Hemostasia secundária · Proteínas de coagulação · Inibidores de proteases · Fosfolipídios · Íon cálcio Mecanismos anticoagulantes de ocorrência natural · Antitrombina III · Proteína C da coagulação · Proteína S da coagulação · Inibidor da via do fator tecidual Hemostasia 1. Vasoconstrição – primeira coisa a acontecer 2. Exposição do colágeno 3. Liberação de serotonina e ADP 4. Adesão plaquetária 5. Tromboxane A2 6. Rede de fibrina 7. Retenção do coágulo 8. Cicatrização Hemostasia secundária ocorre em três etapas: · Formação do ativador de protrombina · Conversão de protrombina e trombina · Conversão de fibrinogênio em fibras de fibrina -> A importância da vitamina K: no fígado, produção de protrombina (ator II), fator VII, fator IX e PTN (fatores de coagulação) Sistema fibrinolítico -> Assim que o tampão hemostático (trombo) é formado para o controle de sangramento, ele já começa a ser dissolvido pelo sistema fibrinolítico endógeno. Processo denominado fibrinólise Antiagregante plaquetário · AAS · Clopidrogrel · Ticodaplina · AINEs Medidas locais para controle de sangramento -> Mecânicas Pressão local (3-7min – tempo de adesão plaquetária, ampliar para 5-10min); sutura (serve para sangramento tecidual); pinçagem -> Físicas: frio, cauterização, laser -> Biológicas: esponja de gelatina, esponja de fibrina, adesivo de fibrina, substâncias tromboplásticas e cera óssea Esponja de gelatina · Agente físico e químico · PTN prepara a partir do colágeno – estimula a via intrínseca Esponja de fibrina · Agente químico · Deve ficar na geladeira · Não é adequado para parada de sangramento arterial e grandes sangramentos venosos Agentes derivados de estrogênio · Ação em hemorragia capilar · Diminuem o sangramento por conta da redução da cascata de coagulação Vitamina K · Não atua no sangramento ativo · Útil quando a hemorragia não tem origem em danos hepáticos FRENECTOMIA LABIAL ->As inserções do freio labial consistem em finas bandas de tecido fibroso coberto com mucosa estendendo-se do lábio e da bochecha ao periósteo alveolar -> Com exceção do freio labial da linha média em associação como diastema, as inserções do freio geralmente não apresentam problema quando a dentição está completa, entretanto, em casos de próteses, pode ser difícil sua confecção quando é necessário acomodar a inserção do freio -> Infiltração anestésica local -> Elevar e everter o lábio durante o procedimento Excisão simples · Pinçar o freio com uma pinça hemostática, uma paralela ao lábio e outra paralela ao longo eixo central · Incisão elíptica estreita ao redor da área do freio, até o periósteo ou cortar com a tesoura por trás das pinças no longo eixo dos centrais · Dissecção cortante do periósteo subjacente ao tecido mole · Dissecção delicada a margens da ferida e reaproximação · A primeira sutura deve ser feita na profundidade máxima do vestíbulo e deve incluir as duas margens da mucosa e o periósteo subjacente na altura do vestíbulo abaixo da espinha nasal anterior · O restante da incisão deve ser fechado com sutura interrompida, ocasionalmente não é possível aproximar a porção próxima a crista alveolar, cicatrizando então por epitelização secundária FRENECTOMIA LINGUAL -> Uma inserção anormal do freio lingual geralmente é constituída por mucosa, tecido conjuntivo fibroso denso e, ocasionalmente, fibras superiores do músculo genioglosso Técnica · Bloqueio lingual bilateral e infiltração local na região · Sutura para tracionamento da ponta da língua · Entrar com a tesoura paralela ao soalho da língua e cortar o freio · Incisão e inserção ao tecido conjuntivo fibroso da base da língua de modo transversal · Fechamento em uma direção linear, liberando completamente a porção anterior da língua · Uma pinça hemostática pode ser colocada na inserção do freio lingual por 3 minutos fazendo uma vasoconstrição e diminuindo o sangramento durante o procedimento · Durante uma incisão deve-se dar atenção especial aos vasos sanguíneos na face inferior da língua e assoalho da região bucal e abertura dos ductos submandibulares · As margens da ferida são cuidadosamente dissecadas e fechadas paralelamente a linha média da língua COMUNICAÇÃO BUCO-ANTRAL -> Os seios maxilares são cavidades que por sua estreita relação anatômica, com os elementos dentários superiores, podem oferecer uma série de complicações cirúrgicas de grande importância, e devem ser tratadas Etiologia · Abertura simples do seio maxilar através da via alveolar · Emprego inadvertido de extratores dentários · Curetagem do alvéolo inadequada · Fratura da tuberosidade Cirurgia de fechamento · Fechamento da comunicação com tracionamento de retalho do palato · Fechamento da comunicação com tracionamento de retalho do vestíbulo da boca, porém é necessário nova cirurgia para aprofundar o vestíbulo da boca posteriormente · Usar gordura da bochecha · Durante 7 dias antes da cirurgia, o paciente irriga com clorexidina pela fístula 4x ao dia, depois da cirurgia continua com o antibiótico por 7 dias SEIOS MAXILARES -> Todos os seios desembocam para a cavidade nasal sendo que a principal abertura é o osteo dos seios maxilares. É localizado no meato médio, chamado hiato semilunar -> Dificilmente um processo infeccioso nos dentes decíduos vai para dentro do seio maxilar, porque terá a barreira dos germes dos permanentes, não há sinusite odontogênica Seios paranasais -> São considerados “espaços entre colunas”, em que tais colunas são os pilares de forças existentes no esqueleto craniano Limites · Superiormente: assoalho da órbita · Lateralmente: arco zigomático e osso zigomático · Medialmente: fossa nasal · Posterior: parede esfeno-palatina Inervação · Ramo maxilar do V nervo craniano – nervo alveolar superior posterior · Ramo maxilar do V nervo craniano – nervos alveolares superiores posteriores, médio e anterior Vascularização · Dada pelos ramos da artéria maxilar interna: a artéria infra-orbitária · Artéria alveolar ântero-superior Doenças que acometem os seios maxilares · Sinusites · Cisto de retenção · Mucocele · Tumores benignos ENDOCARDITE INFECCIOSA -> Endocardite bacteriana é o acometimento infeccioso do endocárdio, causado por bactérias ou fungos. Normalmente a infecção se dá sobre o endocárdio valvar (tecido da valva cardíaca), mas pode acometer outras estruturas como o endocárdio das comunicações interventriculares, a aorta com coarctação e próteses valvares. CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA Tipos de cirurgia – tecidos moles · Hiperplasia fibrosa · Frenectomia · Bridas musculares · Aprofundamento do sulco Tipos de cirurgia – tecidos ósseos · Alveoloplastia · Tuberoplastias · Regulação de exostoses · Remoção de tórus · Enxertos ósseos COMPLICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS -> Pericoronarite · Gengiva do 3° molar edemaciada, vermelha, dolorida, exsudato purulento, trismo, gosto ruim na boca · Tratamento: profilaxia antibiótica (apenas para pacientes sistêmicos); anestesia; remoção do cálculo + irrigar com solução salina estéril + prescrever clorexidina 0,12% + antibiótico + clavulanato de potássio + analgésico + anti-inflamatório -> Conexão buco-sinusal · Durante o procedimento, o seio maxilar é exposto · Pode evoluir para uma sinusite crônicae fístula buco-sinusal crônica · Em comunicações pequenas, suturar bem e recomendar ao paciente que evite pressão negativa · Em comunicações maiores, utilizar retalho de palatino rodado ou ocluir a comunicação com o corpo adiposo da face · Prescrição: antibiótico + clavulanato de potássio + metronidazol + descongestionante nasal -> Lesões de nervos adjacentes · Caso tenha ocorrido a secção parcial ou completa do nervo, encaminhar ao cirurgião bucomaxilo facial para realização de ligadura do nervo · Parestesia: perda da sensibilidade · Paralisia: perda da mobilidade -> Hemorragia · Arterial: pinçar a artéria e aguardar cerca de 10 minutos ou usar cera para o osso · Venosa: gaze por 5 minutos, esponja de fibrina ou celulose
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