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CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

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Pedro Santos 
 
CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS 
 
Definições 
O reparo de feridas compreende o esforço dos tecidos para restaurar a função e a estrutura normais após 
o trauma. Todas as feridas passam pelas mesmas etapas de reparo, ainda que o tipo de fechamento possa 
variar. 
 
 
Fase inflamatória (hemostasia e inflamação) 
Após o trauma local, a 1ª ação do organismo é promover a hemostasia com a chegada de plaquetas e de 
fatores de coagulação. Nesse ambiente, observa-se o aumento da permeabilida�de vascular, após 
vasoconstrição intensa dos capilares e das arteríolas. Sobre esse subendotélio capilar lesado é formado 
um tampão de eritrócitos e plaquetas, e ocorre a liberação de citocinas e fatores de crescimento. 
Os neutrófilos são as primeiras células que chegam à ferida, liberando fatores de crescimento derivados 
das plaquetas (PDGF) e fator de crescimento tecidual b (TGFb). Esses quimiotáticos atraem, 
respectivamente, fibroblastos e macrófagos. Os macrófagos ativados, considerados as células mais 
importantes nessa fase, causam debridamento celular, síntese da matriz e angiogênese. Os fibroblastos, 
por sua vez, produzem colágeno e, mudando seu fenótipo em miofibroblastos, promovem a contração da 
ferida. Essa fase normalmente dura entre 48 e 72 horas. 
Fase proliferativa 
A fase proliferativa pode durar até 21 dias, e é nela que se inicia a síntese de colágeno, principalmente as 
fibras tipo III. Ocorre a migração de fibroblastos, que se diferenciam em tecido conjuntivo e produzem os 
componentes da matriz extracelular. A multiplicação das células endoteliais, estimulada por citocinas e 
fatores de crescimento, forma os novos capilares. Além disso, há a proliferação das células epiteliais para 
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restituir a defesa da região ferida. Os resultados desses processos são a formação do tecido de granulação, 
a reepitelização e a contração da ferida. 
Maturação e remodelamento (reposição de colágeno na ferida) 
A fase de maturação e remodelamento tem duração que varia de acordo com fatores que podem influenciar 
a cicatrização. A fibrina e a fibronectina são substituídas pelo colágeno como proteína predominante na 
matriz. O colágeno tipo III, presente nas fases iniciais, é substituído pelo colágeno tipo I, que confere maior 
resistência à pele lesada. Após 3 meses, são obtidos 80% da resistência da pele normal. 
Fatores que podem influenciar a cicatrização 
São diversos os fatores associados a cicatrização inadequada. 
 
Cicatrizes patológicas 
Falhas na remodelação da cicatrização, causadas pelo desequilíbrio entre a síntese e a degradação do 
colágeno, bem como a sua organização espacial, resultam em cicatrizes exuberantes, chamadas 
hipertróficas e queloides. 
 
Pedro Santos

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