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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Milena Barbosa de Melo
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Neurociência é o conjunto de disciplinas científicas que estu-
da o sistema nervoso, com o objetivo de abordar a compreensão dos 
mecanismos que regulam o controle das reações nervosas e o com-
portamento do cérebro. Existem várias disciplinas, como neuroanato-
mia, neurofisiologia, neurofarmacologia, neuroquímica etc. É por isso 
que a neurociência deve ser estudada de forma integrada e comple-
mentar para que se entenda a complexidade do cérebro. Nesta unida-
de veremos que aprender é, em essência, ser capaz de sobreviver. O 
homem aprendeu a fazer fogo para aquecer e cozinhar a carne e, as-
sim, ficar menos doente. Ele aprendeu a cultivar a terra para garantir 
alimentos, independentemente da sorte na caça e construiu casas que 
resistissem à chuva e ao frio. Aprendendo o homem forjou um futuro e 
só assim garantiu a continuidade da espécie. Veremos que, do ponto 
de vista da neurociência educacional, deve-se notar que a inteligência 
é um conceito multidimensional, e é por isso que o mesmo ambiente 
de aprendizagem deve levar as crianças a explorar, pensar e expres-
sar suas ideias através de uma variedade de códigos diferentes.
Neurociência. Aprendizagem. Sistema Límbico. Plasticidade Neural.
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 CAPÍTULO 01
NEUROCIÊNCIA VERSUS EDUCAÇÃO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Antecedentes das Ciências Cognitivas e Neurais ________________
Aprendizagem tendo em Vista a Plasticidade Neural ____________
A Adequação das Ciências Neurais à Educação ___________________
 CAPÍTULO 02
CONCEITOS E APLICAÇÕES DE PLASTICIDADE NEURAL E A APREN-
DIZAGEM
Plasticidade Neural e suas Aplicações ___________________________ 31
27Recapitulando ________________________________________________
21As Chaves da Neurociência Educacional ________________________
Recapitulando _________________________________________________ 45
 CAPÍTULO 03
SISTEMA LÍMBICO VERSUS APRENDIZAGEM
Conceito de Sistema Límbico e suas Aplicações ________________ 49
Aprendizagem no Sistema Límbico _____________________________ 56
Recapitulando ________________________________________________ 64
Considerações Finais __________________________________________ 68
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Fechando a Unidade ____________________________________________ 69
Referências _____________________________________________________ 72
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No que diz respeito à neurociência na educação, hoje existem 
vários testes de como um ambiente de aprendizado equilibrado e mo-
tivador permite que as crianças aprendam melhor. É por isso que as 
crianças aprendem "socialmente", construindo de modo ativo a compre-
ensão e os significados através da interação e dinâmica com o ambien-
te físico, social e emocional com o qual entram em contato.
Ao longo deste módulo, abordaremos questões sobre a neuro-
educação no âmbito da aprendizagem, pautados por estudos e concei-
tos, bem como por aplicações de plasticidade neural à aprendizagem, 
além de tratarmos do sistema límbico aplicado à aprendizagem. Vere-
mos que a neuroeducação recomenda que, durante os primeiros anos 
de vida, as crianças estejam em contato com a natureza e não sejam 
forçadas a permanecer sentadas e paradas por muito tempo. 
Será abordado ao longo do texto que para amadurecer, isto 
é, para criar novas redes de neurônios, o cérebro precisa de novas ex-
periências. De 10 a 12 anos, no entanto, o cérebro é especificamente 
receptivo às habilidades de aprendizado, então é hora de melhorar a 
compreensão de um texto e aprender a raciocinar matematicamente. 
E, na adolescência, o cérebro é totalmente emocional e colide com o 
modelo educacional atual que, nesse estágio, exige que eles aprendambiologia, física, química... assuntos totalmente racionais.
Ao falarmos disso, trataremos sobre a plasticidade neural, con-
siderada como a capacidade das áreas do cérebro ou grupos neuronais 
de responder funcional e neurologicamente, no sentido de suprir as de-
ficiências funcionais correspondentes à lesão. Ela é entendida como a 
capacidade dos neurônios para assumir o papel de outro que é ferido; e 
pela reorganização sináptica e a possibilidade de novas sinapses cres-
cendo a partir de um neurônio ou vários neurônios danificados. Vere-
mos que o termo “plasticidade cerebral” expressa a capacidade adapta-
tiva do sistema nervoso para minimizar os efeitos das lesões através da 
modificação de sua própria organização estrutural e funcional.
Assim, leva-se em conta que a emoção é fundamental no 
aprendizado, para quem ensina e para quem aprende. A informação 
passada pelo professor em sala é capturada através de nossos senti-
dos e percorre o sistema límbico e a área responsável pelo emocional 
no cérebro, antes de ser enviada ao córtex cerebral, responsável pelos 
processos cognitivos. Dentro do sistema límbico, a amígdala desempe-
nha um papel essencial: é uma das partes mais primitivas do cérebro e 
é ativada por eventos considerados importantes para a sobrevivência, 
consolidando uma memória de forma mais eficiente.
Veremos dentro desse tema, que outro fator a ter em mente é a 
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surpresa, pois ela ativa a amígdala. O cérebro é um órgão que gosta de 
processar padrões (entender coisas que se repetem da mesma manei-
ra). É a maneira como ele enfrenta o mundo que o rodeia. Agora, tudo o 
que não faz parte desses padrões é armazenado mais profundamente 
no cérebro. Assim, usar na sala de aula elementos que quebram a mo-
notonia beneficia o aprendizado.
Finalmente, a empatia (a abordagem emocional) é a porta que 
abre o conhecimento e, com ela, a construção do ser humano. Neste es-
tudo, veremos que ao contrário do que se acreditava há muito tempo, o 
cérebro não é estático, mas há períodos críticos em que um aprendizado 
é mais favorecido que outro. Por exemplo, para aprender a falar, o cérebro 
é mais receptivo desde que se nasce até os sete anos de idade. Mas isso 
não significa que depois você não pode adquirir a linguagem: a plasticidade 
do cérebro permitirá que isso aconteça, mesmo que isso custe mais. 
Essa descoberta da existência de períodos de aprendizagem 
abre novos debates sobre o sistema educacional e a necessidade de 
repensar um novo modelo de acordo com essa predisposição cerebral 
para adquirir novos conteúdos concretos em etapas. 
O número de jovens desmotivados que não querem continuar 
seus estudos ou acreditam que o que estão aprendendo é inútil é alar-
mante. E a única maneira de combater essa ideia é através de professo-
res que ensinam as crianças a enfrentar novos desafios, a transformar 
o cérebro de seus alunos se aproveitando de todas as ferramentas que 
a neuroeducação oferece para ensinar melhor. 
Alguns especialistas dizem que, se as aulas fossem mais expe-
rienciais, mais conhecimento poderia ser transmitido em menos tempo. 
Deste modo, o(a) professor(a) pode aproveitar o que se sabe sobre como 
o cérebro trabalha para ensinar melhor, a partir do princípio de que as 
crianças devem estar entusiasmadas com o que estão aprendendo.
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ANTECEDENTES DAS CIÊNCIAS COGNITIVAS E NEURAIS
As ciências disciplinares da educação incorporaram por muito 
tempo muitos dos achados que as ciências cognitivas estabeleceram 
para tratar e investigar o fenômeno da aprendizagem e do ensino nas 
pessoas, constatando repetidamente que as apreciações em relação ao 
tratamento da informação e aos processos mentais de desempenho cog-
nitivo têm aplicação direta na educação da disciplina corretamente, como 
currículo, ensino e avaliação da aprendizagem (TONEGAWA, 2015).
Além disso, talvez se espera repetir essa coalizão feliz, edu-
cadores e pesquisadores em disciplinas educacionais mantendo uma 
credibilidade-expectativa permanente e grande sobre a possível con-
tribuição que a educação pode fazer para o estudo das neurociências. 
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Mas, qual é a real dimensão da contribuição da neurociência para a 
educação? As questões que a educação tem que fazer às neurociên-
cias são claras, ou realmente existem, de modo que estas adquiram a 
transcendência que as ciências cognitivas já têm hoje nas ciências da 
educação? Veja-se a seguir. 
É pertinente notar aqui que esta situação não ocorre da mesma 
forma entre as ciências cognitivas, cujo fim primordial é levantar explica-
ções válidas e confiáveis sobre a inteligência a partir do processamento 
de informações.
Com o surgimento do conexionismo, as neurociências se apro-
ximaram da cognição, e isso contribuiu fundamentalmente para expan-
dir o significado do estudo da função cerebral em seres humanos, em 
relação à forma como eles realizam os diferentes tipos de processa-
mento de informação a partir de modelos cognitivos que são levantados 
usando como base, por exemplo, a teoria de Sistemas Dinâmicos, ou 
processamento paralelo de informações em memória de trabalho. 
Isto é, tanto para as ciências cognitivas como para as neuroci-
ências, a partir de seus próprios modelos, uma sinergia mútua é aceita 
em muitos casos de cooperação, pois elas buscam explicações para as 
quais o objeto a ser conhecido é a aceitação e identificação mútuas; isto 
é, representações mentais como processos emergentes e os resultados 
do funcionamento do cérebro que permitem que estes ocorram. 
O estado emocional condiciona fortemente o funcionamen-
to do cérebro. O estado mental pode modular as funções cerebrais 
superiores (linguagem, tomada de decisão, memória, percepção, 
atenção...), determinando a aquisição de novos conhecimentos. 
Acompanhe a aprendizagem de emoções positivas!
Primeiramente, levanta-se uma observação que parece impor-
tante: as ciências cognitivas não requerem necessariamente arranjos 
neurais – redes, tecidos, circuitos, núcleos ou sistemas neurais – para 
elaborar explicações sobre como a informação pode ser processada 
em um agente do tipo cognitivo. Entretanto, estudos de comportamen-
to animal e humano estabeleceram que um ou outro podem ser vistos 
como agentes cognitivos em essência, uma vez que usam disposições 
neuronais para operar os mecanismos nos quais o processamento da 
informação é realizado. Ou seja, são modelos cognitivos naturais, sem 
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manipulação ou programação intencional para realizar esses processos. 
Mas a troca de opiniões entre as duas ciências não começou 
de maneira tão explícita. Desde os anos 40 do século passado, e por 
cerca de 30 anos, os estudiosos do comportamento tentaram encontrar 
respostas para o dilema de inteligência, protegida pela hipótese compu-
tacional da mente ou cognitivismo simbólico. Isto foi baseado na idéia 
de arranjos simbólicos que, lógica e hierarquicamente sequenciados – 
baseados nas características ou propriedades dos próprios símbolos 
–, poderiam resolver eventos de processamento de dados cujos resul-
tados demonstrassem operações simples e rápidas semelhantes aos 
processos de análise que um indivíduo era capaz de realizar. 
No entanto, no final dos anos 60 e início dos anos 70, tornou-
-se evidente que as explicações baseadas na ideia do processamento 
cognitivo digital apenas deixavam muito espaço para a variedade de 
respostas e ajustes – mediação – que tornavam mais difícil estudar os 
sistemas cognitivos de seres vivos, animais e humanos.O desenvolvimento da ideia de conexionismo agiu como uma ponte nes-
te caso. Que salte sobre dez anos após o cognitivismo representação sim-
bólica ou fez a sua aparição dramática, connectionism postulada como a 
informação pode ser transformado num dispositivo de um sistema de rede 
(por exemplo, redes neurais) em que não há hierarquização do próprio pro-
cessamento da informação, porque o que não é necessário é a informação, 
mas um tratamento dos próprios sinais da rede que dependem da atividade 
limitada dos pontos que a compõem. de rede ou componentes que executam 
operações recursivas de "sinais de dados" que podem ser operados com pro-
cessos lógicos, para os quais é necessário somente - dadas as propriedades 
dos mesmos componentes da rede - que os nós do mesmo contenham ope-
rações restritivas antes a passagem dos sinais de informação que circulam 
através dele, filtrando as possibilidades de operação da rede antes dos sinais 
de que são recebidos. (TONEGAWA, 2015, p. 102-103)
Assim, sem a necessidade de incorporar nas porções de infor-
mação da rede, o que eles processam são seus próprios sinais, a partir do 
que se espera que surjam respostas lógicas derivadas de um código ope-
racional que contenha a mesma rede que um atributo. Entre as caracterís-
ticas mais notáveis dessas redes é a propriedade que neles emerge como 
um resultado de seu próprio operatório que pode ocorrer, apresentando 
uma auto-organização que não poderia estar em designs de computadores 
apresentados nos exemplos de capacidade de cognição simbólica. 
Os sistemas de redes conectivos surgiram da observação ade-
quada dos sistemas neurais e sua analogia deveria apresentar-se à 
rede uma sucessão de padrões com pontos de entrada (unidades de 
sensores), o processamento será reforçado sempre que o pré-ativar e 
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postar conexões em uníssono (modelo do circuito de Hebb), gerando 
com isto um princípio de operação recursiva ou "aprendizagem". As res-
postas, o resultado desse processamento, podem ser resolvidas esta-
belecendo as restrições acima mencionadas. 
Figura 01 – Modelo do circuito de Hebb
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Após o período de aprendizado, mais uma vez apresentando 
o mesmo padrão para o sistema de rede, ele irá reconhecê-lo e repetir 
a operação que já foi capaz de "ensaiar" anteriormente. A investigação 
em torno dos executores centrais no cérebro é um bom exemplo desse 
passo que permitiu estabelecer pontes muito estáveis entre as neuroci-
ências e a psicologia cognitiva. 
Os executores centrais são considerados como mecanismos 
separados de processos cognitivos que desempenham um papel fun-
damental nestes e são encontrados em várias partes do sistema nervo-
so, preferencialmente no córtex pré-frontal. Quando estas regiões são 
danificadas, a capacidade do indivíduo de se adaptar à influência do 
ambiente é grandemente reduzida e a tendência é demonstrar com-
portamentos altamente estereotipados. Os neurocientistas descobriram 
que esses executores centrais estão distribuídos em várias partes do 
cérebro, embora a importância do córtex pré-frontal seja demonstrada. 
Da mesma forma, a consideração do estudo da memória é ou-
tro bom exemplo de uma proposta que deixou de ser focada em fluxos 
de dados disponíveis algorítmicos para ser internalizada, para se tor-
nar uma ocorrência circuital de ação emergente em núcleos e centros 
de hipóteses em processos em série e distribuição hierárquica, foram 
determinados utilizando várias técnicas de gravação entre os que puse-
ram em destaque a neuroimagiologia funcional. 
Ou seja, o conexionismo focado na discussão cognitiva na com-
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preensão das relações que se estabelecem entre si, em vez das caracte-
rísticas dos próprios símbolos, permite estabelecer explicações causais 
de uma ordem superior para cognitivismo, onde emergente explicações 
(isto é, aqueles que tentam explicar os resultados não explicados pelas 
características dos componentes que compõem as partes de um todo) 
podem ser aceitas; e foi a base de explicação, juntamente com a visão de 
sistemas complexos, que deu origem ao estudo de sistemas dinâmicos, 
onde a psicologia cognitiva teve seus pontos de encontro mais decisivo 
com as neurociências. Esta proposta ainda está muito investigada, e é 
possível reconhecer atributos que são compartilhados por redes neurais. 
O cérebro mostrou uma incrível capacidade de aprender e 
reaprender, e é por isso que não devemos prever o sucesso ou o 
fracasso de qualquer aluno. As mudanças que sua personalidade 
sofrerá ao longo de sua vida significam que não podemos estabe-
lecer que um determinado comportamento será repetido por mui-
tos anos sem alterações.
Neste ponto, destaca-se que pode ser também necessário sa-
lientar que as neurociências cognitivas têm várias áreas de especialidade 
já declaradas, entre as quais podemos destacar algumas que fizeram 
uma grande contribuição para as ciências cognitivas, neuropsicologia, 
disciplina que deve ser mencionada na investigação dos executores cen-
trais e cujo objeto de estudo contribui de forma positiva para a arquitetura 
funcional dos processos cognitivos; e análise de neuroimagem funcional, 
que estuda precisamente modelos – que conciliam bases cognitivo-neu-
rais que permitem sua ocorrência no cérebro e contribuir para especificar 
ainda mais o design dos modelos testados em si mesmo, como aconte-
ceu com a investigação da memória descrita acima. 
A ADEQUAÇÃO DAS CIÊNCIAS NEURAIS À EDUCAÇÃO
A partir do que é tradicional, as neurociências especialmente 
aquelas relacionadas à cognição e ao estudo das emoções e ainda ex-
perimentando modelos cognitivos, responde a perguntas como: como a 
memória, percepção, raciocínio e emoção são representados no cérebro? 
Qual é a inter-relação que ocorre entre emoções e cognição? Como o com-
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portamento social é regulado no cérebro? Até que ponto a cultura influencia 
a biologia do indivíduo ou modifica as redes e núcleos neurais? A cognição 
humana é um processo modular ou global? Como as mudanças no desen-
volvimento das pessoas afetam os processos cognitivos e emocionais? 
Mas, descontando o apoio que deram à educação especial, a 
educação tem impactado mais a partir do informal como uma disciplina 
aplicada, estabelecendo continuamente elos fracos entre produtos de pes-
quisa não necessariamente estabelecidos para o último e fazendo nas sa-
las de aula, com resultados frequentemente pobres ou sem sentido. 
Muitas vezes, o prelúdio de disciplinas neurocognitivas têm 
sido irregular, em vez de esporádica, tentando provar que é possível 
construir pontes de interação entre educação e neurociências, notando 
especialmente a ajuda e apoio à educação para "servir" como um agen-
te sob investigação, em vez de participante ativo na investigação. 
Figura 2 – Ciências neurais
Fonte: INFOGLOBO (2014)
Nos últimos quinze anos, foi gerado um intenso movimento cau-
sando grande interesse da academia, na medida em que a Organização 
Econômica Europeia (OCDE) tem promovido a sua relevância e encora-
jado em países desenvolvidos, inclinando a balança de pesquisa neuro-
científica cognitiva em favor de atender às solicitações de educação para 
o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem no mundo atual (OCDE, 
2007) em centros de estudo conotando reputação como a Faculdade de 
Educação da Universidade de Harvard e seu programa Mente, Cérebro 
e Educação, o Centro de neurociência da Universidade de Cambridge 
Education University e o Instituto Max Planck, na Alemanha, estão con-
duzindo processos de ensino e pesquisa em neurociências muito sérios, 
com foco na educação tradicional como disciplina apropriada.
Diante do surgimento desse foco de pesquisa, valea pena per-
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guntar: quais são as questões sobre a educação, como ciência e como 
disciplina, que realmente interessam às neurociências? Para responder 
a essa questão, deve-se primeiro considerar que o objeto a ser inves-
tigado pela educação não é necessariamente o mesmo que pode ser 
analisado a partir das neurociências; e, portanto, o método de pesquisa 
também pode ser diferente. 
Planejar experiências multissensoriais: tente usar recur-
sos diferentes para apresentar informações de maneira atraente 
para promover o aprendizado. As experiências que nos permitem 
perceber o mundo através de todos os nossos sentidos permitem 
que o aprendizado seja muito mais significativo.
Para os pesquisadores educacionais, as neurociências apli-
cam seu próprio modelo de investigação de "ciência médica", cuja abor-
dagem ao fenômeno é positivista e quantitativa, enquanto na educação 
muitas vezes o que é necessário são modelos de pesquisa focados na 
observação de perspectivas qualitativas e metodologias interpretativas 
ou quantitativas em matéria de análise tratamento estatístico descritivo 
e, no máximo, correlacional, onde o que se destaca é a descrição apro-
priada, em profundidade de análise e interpretação subsequente de um 
fenômeno, para enquadrá-lo dentro de explicações que não vão muito 
longe para o objeto que está sendo investigado em sua conexão com 
o ambiente ou com as circunstâncias relacionais que o estabeleceram. 
Dentro das áreas de questões de pesquisa neurocientíficas são 
discutidos os problemas, e sua metodologia tem mais significado diante 
da necessidade de remover o objeto investigado do seu ambiente natural, 
estabelecer com ele um modelo de análise que inclua as variáveis que de-
terminaram principalmente sua ocorrência. Como fazer, então, para que as 
neurociências sejam aplicadas às questões que interessam à educação? 
Figura 2 – Educação e neurociência
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Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Embora grandes progressos na ciência cognitiva tenham sido 
avançados para contribuir realmente para o exercício da profissão do-
cente, confirmados ou suportados com investigação, é preciso atentar 
para esses avanços na neurociência da cognição em relação a sérias 
contribuições que foram feitas até agora destas disciplinas, cuja aplica-
ção ou impacto se dá diretamente nas disciplinas de educação. 
Muitos princípios importantes foram reconhecidos sobre a in-
fluência da ansiedade para aprender (emoções e cognição) e déficits 
de atenção, provavelmente, um dos principais fatores que influenciam 
a qualidade do que é aprendido. Eles estabeleceram processos de in-
teração comunicativa e desempenham papéis transcendentais de com-
preensão e gestos de ação e entendimento, corporeidade e expressões 
faciais, associando estas manifestações para áreas do córtex cerebral 
que processam as informações a partir da percepção de sua associa-
ção com a experiência das pessoas. 
No entanto, para ciências da educação, postular que esses re-
sultados serão encontrar significado no futuro. Como são teorias edu-
cacionais e métodos de ensino para as descobertas mais recentes das 
neurociências cognitivas? É necessário ou útil para o desenvolvimen-
to da teoria educacional ou a geração de políticas educacionais para 
entender a estrutura e a função do cérebro? As neurociências podem 
identificar as diferenças de desenvolvimento que devem ser abordadas 
por diferentes técnicas de ensino? As diferenças individuais existentes 
na aprendizagem são observáveis através da estrutura ou das funções 
cerebrais? É possível que o desenho da avaliação da aprendizagem 
seja beneficiado pelo conhecimento da função cerebral? É uma contri-
buição para o currículo educacional, para conhecer as características 
do desenvolvimento do cérebro das pessoas? 
A capacidade das neurociências aplicadas à educação para 
responder a essas e outras questões – que são demandas permanen-
tes da educação como disciplina -–, determinará no futuro seu valor no 
exercício da educação. 
Da mesma forma, é necessário que as preocupações dos edu-
cadores traduzam em possíveis perguntas a serem investigadas pelas 
disciplinas cognitivas e neurocognitivas, exigindo, como de fato mencio-
nado para estas a presença de especialistas e pesquisadores em neu-
rociências com capacidade de interpretar os requisitos dos professores. 
Mas, para chegar com relevância educacional e responder às 
questões mencionadas acima, a pesquisa neurocientífica deve aproxi-
mar-se metodologicamente das salas de aula e fornecer modelos de 
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pesquisa que podem ser realizados no local ou perto de simulações 
práticas educacionais. 
É necessário, em seguida, participar com pesquisadores das 
neurociências educacionais a fim de entender e conviver naturalmente 
com a ciência educacional e a prática disciplinar na sala de aula, como 
campo neurocientista e modelos de investigação disciplinar, ou seja, a 
disciplina de educação e neurociência devem se estabelecer como tal, 
incorporando-se oficialmente nos currículos de formação de professo-
res e definindo-se no concerto das especialidades do campo educacio-
nal, quer como formação da especialidade, mestrado ou foco na ação 
investigativa nas propostas de doutorado em educação. 
AS CHAVES DA NEUROCIÊNCIA EDUCACIONAL
Enquanto o cérebro humano continua sendo um grande mistério 
para o homem, os pesquisadores cada vez mais aprofundam sua compre-
ensão. Como resultado, surgiram novos campos de estudo que podem ser 
incluídos como neurociência e que buscam vincular o estudo do cérebro 
a uma maior compreensão do ser humano. Alguns desses novos campos 
são: neuromarketing, neuropsicologia, neuroética (para colocar três exem-
plos que combinam ciência e humanidades) e, claro, neuroeducação. 
Sem entrar em aspectos científicos completos, pode-se dizer 
que a neuroeducação (ou educação cerebral) é uma nova visão da edu-
cação baseada no cérebro e no seu funcionamento e que procura me-
lhorar e ajustar os processos de aprendizagem graças a aspectos com-
binados da psicologia, neurociência cognitiva, medicina ou sociologia. 
Neurociência é o estudo de como o sistema nervoso se de-
senvolve, sua estrutura e o que faz. Os neurocientistas se concen-
tram no cérebro e seu impacto no comportamento e nas funções 
cognitivas (do pensamento), mas também investigam o que acon-
tece com o sistema nervoso quando as pessoas têm distúrbios 
neurológicos, psiquiátricos ou de desenvolvimento neurológico.
A parte da neuroeducação observa a base que nem todos os 
processos de aprendizagem e todas as respostas emocionais são iguais 
e que, dada a plasticidade do cérebro, pode adaptar o sistema educati-
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vo para avaliar e melhorar a preparação de ensino e ajudar e facilitar o 
processo de quem aprende, se utilizando de alguns dos seus princípios 
e objetivos, segundo Gonçalves (2010):
• A genética, o ambiente (social, familiar e cultural) e a experiên-
cia interagem no cérebro para moldar o indivíduo e transformar o cérebro;
• Processos cognitivos e emocionais trabalham juntos de uma 
maneira que as emoções facilitam ou dificultam a aprendizagem;
• Os vínculos e o apego são básicos para a mudança, uma vez 
que a interação social é relevante para o aprendizado. Um exemplo 
disso é a importância que a aprendizagem cooperativa está tomando.
A neurociência educacional coloca ênfase nos processos cog-
nitivos, como emoção, curiosidade, atenção, consciência, memória ou 
sono, na medida em que envolve processos de múltiplos circuitos e de 
diferentes áreas do cérebro e que podem ser estimulados em um am-
biente adequado. Este conjunto deprocessos que envolve repetição, 
armazenagem, triagem ou processamento de informações pode ser es-
timulado por plasticidade cerebral para um papel ativo do indivíduo e 
alguns processos cognitivos acionados por uma série de competências 
e habilidades que adquirimos. 
Graças a esses princípios e processos, a neurociência educa-
cional conseguiu criar novas técnicas e/ou abordagens e nos permitiu 
confirmar ou refutar alguns aspectos-chave que podemos levar em con-
ta ao considerar o processo de aprendizagem que, segundo Gonçalves 
(2010), são:
• O ambiente da escola influencia a aprendizagem em diferen-
tes fatores, como luz, ruído externo, temperatura ou a própria arquite-
tura do centro;
• Diferentes ferramentas e processos de ensino podem ser plane-
jados para estimular o pensamento crítico ou criativo e promover a empatia;
• Para detectar e intervir em relação a falhas ou processos psi-
cológicos que podem interferir na aprendizagem normal, memória ou 
mesmo na educação, tais como as dificuldades na alfabetização, mate-
mática ou detecção precoce do TDAH, ansiedade ou dislexia;
• A importância do sonho na aprendizagem e como sua ausên-
cia afeta a velocidade de processamento de informações;
• O impacto positivo da motivação no ensino;
• A necessidade de repetição para consolidar a aprendizagem. 
Não do ponto de vista comportamental, mas de diferentes perspectivas 
complementares (corrigir, avaliar, retificar etc.);
• A "ciência do cérebro" também negou alguns neuromitos, 
como o uso de 10% da capacidade cerebral ou a ideia de hemisférios 
diferenciados (na verdade, ambos os hemisférios trabalham transferin-
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do informações constantemente).
Figura 3 – A ciência do cérebro
Fonte: 123 RTF (2019)
A neurociência também ajuda e dá ferramentas aos professo-
res. Não em vão, o fato de ser capaz de sustentar a prática docente em 
evidências (neuro)científicas pode ser um passo gigantesco para me-
lhorar o conhecimento do ensino em aspectos como atenção, memória 
ou emoção. Essa consciência da prática diária pode nos permitir avaliar 
nosso próprio desempenho, eliminar hábitos ineficientes e melhorar o 
positivo. Além disso, mais obviamente, podemos introduzir ou modificar 
práticas e/ou estratégias de aprendizagem. 
Por fim, favorece o aprendizado contínuo e a atenção à diversida-
de no nível de desenvolvimento de classes, bem como no nível da escola, 
dando importância aos fatores que favorecem o aprendizado supracitado.
Neste ponto, podemos criar um mundo para aplicar recursos 
neurodidáticos em sala de aula, mas temos que dizer que muitas das 
ações que você já está fazendo têm um significado neurocientífico: os 
debates promovem a flexibilidade cognitiva, o trabalho em equipe leva 
de decisões e do uso de pictogramas a organizar os alunos, fornece fer-
ramentas de planejamento e estimula o aprendizado pela descoberta. 
Figura 4 – Neurocientificidade 
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Atualmente, sabemos que cada cérebro é único. Embora os mo-
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delos de organização do cérebro sobre como as pessoas aprendem e as 
áreas relacionadas a cada tipo de aprendizado sejam gerais para todos, 
cada cérebro é único e organizado de uma maneira única. Nem mesmo 
os cérebros dos gêmeos monozigóticos são idênticos. Isso ocorre porque 
cada um tem suas próprias experiências que são diferentes das dos outros. 
O cérebro está mudando devido à sua neuroplasticidade. Mas 
existem limites para essa plasticidade que ocorrem com a idade. Na 
década de 90, pensava-se que os anos cruciais do ponto de vista edu-
cacional foram os primeiros anos, mas agora se sabe que a aprendiza-
gem ocorre ao longo da vida. Isso significa que, em condições normais, 
as habilidades que identificam os estágios normais de desenvolvimen-
to devem ser vistas como pontos de referência, não como obstáculos. 
Desde que podemos aprender por toda a vida. 
O cérebro muda constantemente com a experiência, cada percep-
ção e cada sentimento ou pensamento alteram a sua forma física. Embora 
essas mudanças sejam quase sempre imperceptíveis. Com a repetição e a 
prática, essas mudanças tornam-se permanentes tanto para o bem quanto 
para o mal. Áreas do cérebro que tendem a trabalhar juntas tendem a ser 
reforçadas, enquanto aquelas que não são estimuladas atrofiam. 
A maneira pela qual os neurônios se conectam é o sinal do aprendizado cere-
bral. E a experiência transforma o cérebro dia a dia. As pessoas nascem com 
uma série de habilidades potenciais que podem desenvolver ou até perder, 
dependendo da presença de certos estímulos ou da ausência delas. O que 
os alunos trazem para o contexto da sala de aula, incluindo experiências pas-
sadas e contextos adquiridos, terá impacto sobre como eles recebem esses 
estímulos. Compreender o contexto da sala de aula a soma de diferentes 
componentes, tais como: ambiente de aprendizagem, motivação e conheci-
mento adquirido A chave para o ensino é o potencial. Genes, experiências 
anteriores e o que a criança faz com seu potencial contribuem para seu pró-
prio sucesso como estudante. (GONÇALVES, 2010, p. 29-30)
Então, de acordo com Gonçalves (2010), serão dadas dicas 
com o objetivo de melhorar o desempenho nos processos educacionais:
A Organização da Sala de Aula
Na escola tradicional, os alunos eram geralmente colocados 
de forma que as mesas estivessem alinhadas e olhando para o quadro 
negro ou para o professor. Pelo contrário, as salas de aula que atendem 
aos preceitos da neuroeducação visam tornar-se, pouco a pouco, uma 
comunidade de aprendizagem. 
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Somos seres sociais e aprendemos observando e imitando. O 
cérebro é um órgão social que aprende com os outros. Nos seres huma-
nos, os neurônios-espelho constituem o substrato cerebral da tendência 
automática à imitação que os caracteriza. Isso permite que o cérebro 
correlacione as próprias ações com os outros, dotando-os de um signi-
ficado. Eles intervêm no aprendizado por imitação e no processamento 
da linguagem. A capacidade de imitar é a base da cultura humana. Por-
tanto, constitui um importante recurso educacional. 
O trabalho cooperativo é crucial, portanto a disposição da sala 
de aula deve ser alterada. Na forma de ágora para dar explicações, e 
disposição em grupos de 4 para favorecer o trabalho cooperativo.
As Tarefas na Sala de Aula
Os alunos precisam aprender procedimentos, porque são os 
processos que o cérebro precisará operar. Na escola tradicional, os alu-
nos realizam tarefas fundamentalmente mecânicas. Repita de novo e de 
novo os mesmos tipos de exercícios matemáticos ou linguísticos. Neste 
campo educacional, a avaliação é baseada na habilidade de fazer estes 
procedimentos mecânicos. Isso não permite avaliar se o aluno adquiriu 
as habilidades básicas que lhe permitirão raciocinar e trabalhar com essa 
informação ou outra mais complexa. Sabe-se que o nível de transferência 
de conhecimento com essa metodologia não ultrapassa 15%.
 Para Gonçalves (2010), o necessário é trabalhar com informa-
ções nas quais eles devem ter raciocinado e entendido a mecânica. Se 
com a metodologia tradicional trabalhamos uma receita (bolo de espon-
ja), o procedimento que seria realizado seria o seguinte:
• A criança lê a receita.
• Ela repete e memoriza.
• A memorização da receita é avaliada.
O problema é que, desta forma, não se sabe se a criança é 
capaz de cozinhá-la. Por esta razão, um dos princípios básicos que o 
método neurodidático defende é que sem prática você não aprende!
A escola tem que colocar os meios para treinar as funções 
mentais superiores e as operações mentais, funções mentais superio-
res chamadas de gnosias (nos permitem capturar estímulos), práxis 
(sistema de motor), linguagem e funções executivas(permitem auto-
controle, organização da ação, vontade, perseverança...). 
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O Trabalho da Memória
Como funciona atualmente o processo de memorização na 
sala de aula, dentro do método tradicional de ensino-aprendizagem? O 
modelo atual trabalha dando informações (datas, nomes dos rios, des-
cobertas científicas...) de forma isolada e descontextualizada, carecen-
do de outras informações que as tornem atraentes e que nos permitam 
estabelecer uma relação afetiva. Funciona usando memórias não signi-
ficativas através do uso de repetição de dados. De modo que, se mudar-
mos a ordem, é difícil para nós lembrarmos delas. Estima-se que esta 
memória dura cerca de 72 horas, de forma que após 3 dias podemos ter 
perdido até 50% da informação, e no decorrer de uma semana até 90%. 
Desse modo, hoje sabemos que as emoções positivas têm um 
efeito benéfico na aprendizagem. E melhora processos como atenção, 
memória ou solução criativa de problemas. A observação de diferen-
tes imagens age como um estímulo que ativa o sistema límbico. Isso 
favorece o uso de memórias significativas. É essencial usar estímulos 
atraentes e estimular emoções positivas. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1 
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Serrana - SP Pro-
va: Psicopedagogo 
A Psicopedagogia trata das questões relacionadas à aprendizagem 
humana, e um dos principais espaços de atuação do psicopedago-
go é o escolar. Nesse espaço, compete a esse profissional:
a) Estabelecer metas de sucesso/aprovação para os alunos.
b) Assistir às aulas para apontar os erros que os professores cometem.
c) Exigir que os professores sigam um determinado modelo de plano de 
ensino.
d) Ensinar os docentes a elaborarem diagnósticos de transtornos de 
aprendizagem, como no caso do TDAH.
e) Assessorar os professores na análise do progresso dos estudantes 
relativamente aos processos de aprendizagem.
QUESTÃO 2 
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: Prefeitura de São Luís - MA Pro-
va: Técnico Municipal Nível Superior/Nível IX-A- Psicologia 
Com referência ao fracasso escolar e às abordagens comporta-
mentalista, cognitivista, histórico-cultural, humanista e neuropsi-
cológica, na concepção das dificuldades de aprendizagem, assina-
le a opção correta:
a) Abordagens mais recentes relacionadas à neuropsicologia caracteri-
zam as dificuldades de aprendizagem apenas a partir de déficits sociais 
e lesões cerebrais que gerem prejuízos no funcionamento individual le-
vando ao fracasso escolar.
b) Para os comportamentalistas, o fracasso escolar pode ser superado 
se as contingências ambientais forem modificadas e os indivíduos ade-
quadamente estimulados e motivados.
c) Os cognitivistas atribuem o fracasso escolar ao mau funcionamento dos 
processos mentais superiores como reflexo, associação e autorrealização.
d) Os humanistas defendem a ideia de que a patologização e a medica-
lização das dificuldades de aprendizagem estão centradas no estudante 
e em sua família.
e) Na abordagem histórico-cultural, o processo de internalização e o de 
medicalização do indivíduo são fundamentais para o entendimento das 
dificuldades de aprendizagem.
QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: Quadrix Órgão: SEDF Prova: Professor - Psico-
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logia (Quadrix-2017)
A respeito da psicologia da aprendizagem, julgue o item a seguir:
Edgar Morin propõe uma teoria do funcionamento intelectual hu-
mano que inclui tanto a identificação dos mecanismos cerebrais 
subjacentes à formação e ao desenvolvimento das funções psico-
lógicas quanto à especificação do contexto social em que ocorreu 
tal desenvolvimento.
a) Certo
b) Errado
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: SEDF Prova: Professor de Educa-
ção Básica - Atividades (CESPE-2017) 
Com relação às bases psicológicas da aprendizagem, julgue o item 
seguinte:
Conforme a teoria da aprendizagem por descoberta, o crescimento 
cognitivo da criança se dá por assimilação e acomodação e, para 
isso, o indivíduo constrói esquemas mentais de assimilação para 
abordar a realidade. Essa teoria baseia-se nos pressupostos de 
que todo esquema de assimilação é construído e toda abordagem 
da realidade supõe um esquema de assimilação.
a) Certo
b) Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Garça - SP Prova: 
Professor de Educação Básica I 
Marta Ide (In: Kishimoto, 2009), em seus estudos sobre avaliação 
da capacidade de inteligência e a questão do fracasso escolar, ex-
plica que a maioria das crianças da escola pública, principalmen-
te aquelas que frequentam as classes especiais para deficientes 
mentais leves, provém de ambientes pobres de estímulos cogniti-
vos: ninguém conversa nem estimula o raciocínio dessas crianças. 
Esse quadro, de acordo com a autora, pode ser revertido com:
a) um professor que apregoa a incorporação de valores e de conhe-
cimentos próprios da cultura como fundamentais à formação dessas 
crianças, preparando-os para satisfazer o comportamento acadêmico 
esperado na escola.
b) a presença de um professor que se preocupe em transmitir os conteú-
dos culturalmente reconhecidos, por meio da repetição e de técnicas de 
memorização, para promover o desenvolvimento intelectual dos alunos.
c) a presença de um mediador que crie de forma sistemática ou as-
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sistemática situações que levem o aluno a se desenvolver, utilizando 
instrumentos pedagógicos adequados, possibilitando a construção do 
conhecimento de forma pensante.
d) um método de ensino pautado em técnicas pouco voltadas à ativi-
dade mental assimiladora, porque priorizam a memória de curto prazo, 
garantindo que o aluno consiga ser promovido, evitando o rebaixando 
de sua autoestima.
e) um sistema de promoção automática desses alunos, pois as suces-
sivas repetências provocam prejuízos à autoimagem dessas crianças e 
redundam em ansiedade e falta de motivação para participar das tare-
fas de aprendizagem.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A capacidade das neurociências aplicadas à educação para responder 
a essas e outras questões que são demandas permanentes da educa-
ção como disciplina, determinará no futuro seu valor no exercício da 
educação. Nesse sentido, disserte posicionando-se acerca da possibili-
dade de a aprendizagem mudar o cérebro.
TREINO INÉDITO
No que se refere ao modelo de investigação da ciência médica, as-
sinale a alternativa correta no que tange à abordagem do fenômeno:
a. Reflexiva e quantitativa.
b. Apelativa e reflexiva.
c. Positivista e quantitativa.
d. Oposicionista e quantitativa.
e. Todas as alternativas estão erradas.
NA MÍDIA
O QUE É PLASTICIDADE CEREBRAL E POR QUE ELA É TÃO IM-
PORTANTE.
"Quando você nasce, seu cérebro é extraordinariamente ativo. Forma 
neurônios, constrói conexões (as famosas sinapses), permite que as 
pessoas aprendam a falar, escrever, correr, tocar instrumentos musi-
cais, operar máquinas complexas. Até que o cérebro chega ao auge, 
para de produzir células e começa a envelhecer. E mais: qualquer dano 
mais grave é irreversível, porque o cérebro se organiza em compar-
timentos especializados em atividades específicas — se o centro da 
visão, por exemplo, se perder, a pessoa nunca mais voltará a enxergar. 
Esse era o cenário apresentado pela medicina até poucas décadas 
atrás. Tudo isso mudou a partir dos anos 1980, quando pesquisas com 
macacos começaram a comprovar que o cérebro mantém, ao longo da 
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vida, a capacidade de produzir neurônios. Mais do que isso: ele é extre-
mamente plástico."
Fonte: CORDEIRO, Tiago.
Data: 03/08/2018 
Leia a notícia na íntegra: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o--que-e-plasticidade-cerebral-e-por-queela-e-tao-importante-dxvx9izs-
00qd4rwmibok3k36u/
NA PRÁTICA
Em um campo de batalha, cada função desempenhada contém uma 
mistura de atividades reflexas e cognitivas. Algumas delas podem ser 
objeto de repetidos treinamentos e convertidas em “memória muscu-
lar”, como carregar e disparar uma arma. Outras são de natureza mais 
cognitiva, como solicitar tiros indiretos ou coordenar um ataque sincro-
nizado. Embora cada militar enfrente uma situação tática específica, 
fuzileiros que estão na linha de contato atuam normalmente na região 
das atividades reflexas, ao passo que o componente cognitivo aumenta 
com o grau hierárquico e a responsabilidade.
Os comandantes de pelotão e seus sargentos adjuntos são os primeiros 
comandantes a lidar com a resolução de problemas mais complexos do 
que o engajamento pelo fogo direto. Já os comandantes de tropas no 
escalão companhia estão claramente enquadrados na região cognitiva, 
com eventuais momentos nos quais são exigidas ações reflexas. Os 
comandantes no escalão batalhão raramente irão desempenhar ações 
que não sejam baseadas na cognição premeditada.
Fonte: STEADMAN, Andrew. Neurociência para Comandantes Comba-
tentes: A Liderança no Campo de Batalha Moderno sob uma Abordagem 
Baseada no Cérebro https://www.armyupress.army.mil/Portals/7/military-
-review/Archives/Portuguese/MilitaryReview_20110831_art013POR.pdf
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: Documentário Free the mind 
Peça de teatro: “Não Conta Para os Meus Pais- Como funciona o cére-
bro de um adolescente”
Acesse os links: 
Sobre neurociência na vida escolar https://youtu.be/M5F2S5D5CDE
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PLASTICIDADE NEURAL E SUAS APLICAÇÕES
A plasticidade cerebral é a adaptação funcional do sistema ner-
voso central para minimizar os efeitos de alterações estruturais ou fisioló-
gicas, independentemente da causa original. Isso é possível graças à ca-
pacidade do sistema nervoso de sofrer alterações estruturais-funcionais 
detonadas por influências endógenas ou exógenas, que podem ocorrer 
em qualquer época da vida. A capacidade do cérebro para se adaptar e 
compensar os efeitos da lesão, mesmo que apenas parcialmente, é maior 
nos primeiros anos de vida do que na fase adulta (MOORE, 2014).
Os mecanismos pelos quais os fenômenos de plasticidade são 
realizados são histológicos, bioquímicos e fisiológicos, após os quais o 
sujeito está experimentando uma melhora funcional-clínica, observando 
CONCEITOS E APLICAÇÕES DE
PLASTICIDADE NEURAL E A APREN-
DIZAGEM
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uma recuperação gradual das funções perdidas. A neuroplasticidade, 
como propriedade universal do sistema nervoso (SN), é baseada em 
mecanismos comuns em espécies tão diferentes quanto insetos e seres 
humanos, e eles têm um caráter adaptativo geral, conservando tanto 
ontogenética quanto filogeneticamente. 
Eles são expressos em cada estágio do desenvolvimento de um 
indivíduo, a partir de fenômenos geneticamente programados, como o 
crescimento e a migração neuronal; e também associados a experiências 
individuais como aprendizado ou após a ocorrência de lesões no SN. 
Estudos clínicos e experimentais permitem localizar as estruturas 
cerebrais que assumem a função que foi realizada antes da lesão. A vonta-
de do paciente de se recuperar e o bom senso e conhecimento do neurolo-
gista e do médico de reabilitação podem alcançar resultados espetaculares 
diante de lesões cerebrais não maciças que não são degenerativas. Ape-
sar da maior capacidade de plasticidade no tecido cerebral jovem, é neces-
sário reconhecer que em todas as idades há uma chance de recuperação. 
O cérebro humano tem bilhões de neurônios interconectados 
através de múltiplas sinapses (capacidade instalada), muitos deles mul-
tiplicados ou repetidos (redundância). Os neurônios são células pós-mi-
tóticas, o que significa que elas não se reproduzem por si mesmas; mas 
é possível observar alguma regeneração dendrítica e/ou axonal após as 
lesões, embora seu significado funcional possa ser controverso. Existem 
conexões neurais que aumentam seu nível de atividade quando ocorre 
a morte de um grupo de neurônios que originalmente levou a uma certa 
função (desmascaramento compensatório). Para os elementos anterio-
res, há sempre mudanças associadas no equilíbrio excitatório – inibidor 
de um grupo de sinapses, pela perda da influência dos grupos que pode-
riam ser afetados; com consequências locais e remotas. 
A plasticidade sináptica é a propriedade que emerge do 
funcionamento dos neurônios quando estabelecem comunicação 
entre si e é o que modula a percepção dos estímulos do ambiente.
A eficiência da transmissão sináptica também pode ser modifica-
da pelo aumento das funções excitatórias em um LTP estável ou inibitório 
(LTD). As lesões cerebrais causam déficits motores, sensoriais ou cogniti-
vos. Estes últimos constituem a causa número um de incapacidade e mo-
tivo de consulta nos serviços de Neurologia, Traumatologia e Reabilitação. 
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É por isso que muitas investigações neste campo enfocam a ex-
ploração da função motora e os métodos para alcançar a reabilitação mais 
completa possível. As medidas terapêuticas tomadas desde o início e, uma 
vez iniciada a reabilitação em pacientes, prosseguem o objetivo de incen-
tivar o estabelecimento de mudanças reorganizacionais favoráveis (adap-
tativas) e inibir aquelas consideradas prejudiciais para a recuperação de 
pacientes (mal-adaptativos) que também envolvem mudanças plásticas. 
Por outro lado, o conceito de plasticidade sináptica foi desen-
volvido principalmente em estudos relacionados à memória e à aprendi-
zagem. Variações de duração variável na função sináptica e originadas 
em estímulos externos que condicionam a aprendizagem são chama-
das de plasticidade sináptica. Com diferentes variações, ambas expli-
cam que o aprendizado envolve mudanças plásticas funcionais nas 
propriedades dos neurônios ou suas interconexões. Assim, a aprendi-
zagem poderia ser o resultado de uma modificação morfológica entre as 
interconexões de neurônios, semelhantes aos fenômenos que ocorrem 
durante a formação de sinapses na vida embrionária. 
Mesmo quando os circuitos interneuronais são geneticamente 
estabelecidos, a força ou a eficiência de certas conexões não é total-
mente determinada; a partir disso, inferiram que os ditos circuitos são 
capazes de modificar suas propriedades como resultado de mudanças 
em sua atividade. A hipótese de mudanças dinâmicas foi proposta pela 
Forbes desde 1922, referindo-se ao fato de que a aprendizagem implica 
uma persistência da atividade em cadeia de neurônios interconectados. 
Todas as regiões primárias sensoriais e motoras do cérebro relacionadas, 
de um ponto de vista funcional, estão conectadas por fibras de associação e 
comissurais. As áreas de associação cortical estão diretamente conectadas 
umas às outras, enquanto as áreas corticais primárias estão indiretamen-
te conectadas umas às outras através das áreas de associação. As áreas 
homólogas de ambos os hemisférios estão conectadas através de fibras 
inter-hemisféricas. Essa interconectividade cerebral permite uma interação 
constante dentro de cada hemisfério e entre os dois hemisférios, e adapta as 
respostas global e dinamicamente. (MOORE, 2014, p.154)
A capacidade de analisar e sintetizar múltiplas fontes de infor-
mação e gerar respostas diferentes ilustra a organização centralizada 
e a função do cérebro. Há uma hierarquia na organização do neuroeixo 
de modo que os segmentos inferiores executam funções específicas 
sujeitos ao controle e à modulação de escalões superiores, de modo 
que a complexidadede processamento de informação aumenta gradu-
almente à medida que o nível se torne mais cefálico. Da periferia eles 
podem ser provocados, com certos estímulos, respostas em níveis mais 
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altos que forçam a organização ou a aquisição de certas funções. A la-
teralidade cerebral é expressa em três aspectos: simetria anatômica, as 
diferenças funcionais unilaterais (como a localização de linguagem, fala 
e processamento analítico no hemisfério esquerdo, e espaço-tempo-
rais, habilidades musicais e de repertório emocional e bem-humorado, 
à direita) e controle sensório-motor contralateral. 
Entender a funcionalidade do cérebro nesses três aspectos é 
essencial para entender os processos que ocorrem na reorganização do 
cérebro após uma lesão. A especialização estrutural e funcional é uma 
característica proeminente da organização cortical. Os sistemas senso-
riais e motores possuem células especializadas e distinguíveis de um 
ponto de vista funcional, e isso permite uma maior velocidade de proces-
samento de informação e adaptação das respostas (MOORE, 2014).
Funcionalmente, o SNC (sistema nervoso central) é compos-
to por neurônios sensoriais, motores e de associação. As informações 
provenientes dos receptores sensoriais chegam ao SNC, onde são in-
tegradas (codificação, comparação, armazenamento de decisão) por 
neurônios de associação ou interneurônios, enviando uma resposta que 
atinge um órgão efetor. Deste modo, os movimentos voluntários são 
controlados por um complexo circuito neural no cérebro, interligando os 
sistemas sensoriais e motores, criando um sistema motivacional. 
Figura 5 – Sistema nervoso central
Fonte: Desbravar Biologia (2015)
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Todo o córtex cerebral é organizado em áreas funcionais que 
assumem tarefas comportamentais receptivas, integrativas e motoras. 
Ele é responsável por atos conscientes, pensamentos e pela capaci-
dade de reagir à estimulação ambiental de forma voluntária. Existe um 
verdadeiro mapa cortical com divisões precisas no nível anatômico fun-
cional, que é mais ou menos constantemente ativado dependendo da 
atividade que o cérebro está fazendo, independentemente das necessi-
dades de integração constantes de sua informação contra os comporta-
mentos mais simples. As vias neuronais e suas projeções são subme-
tidas a uma organização topográfica, de modo que cada área visual é 
projetada diferentemente no córtex visual occipital através do tálamo. 
As fibras que conduzem informação visual da retina retêm esta 
informação à medida que progridem para o tronco cerebral, o tálamo e do 
córtex visual. Existe uma continuidade na representação do córtex visual 
das áreas adjacentes do campo visual que estão dispostos em áreas de 
sensibilidade à mesma orientação e na forma de um moedor. A mesma 
relação existe entre uma área definida do córtex auditivo organizada em 
bandas de isofrequência e as células específicas da frequência da cóclea. 
Da mesma forma, informações somatossensoriais são usadas 
para distribuir mapas topográficos ou somatotópicos das diferentes fun-
ções na área motora primária. Por fim, o princípio de organização que 
fundamenta a aplicação de programas de intervenção terapêutica para 
recuperação funcional é a plasticidade cerebral. É a capacidade de re-
organizar e modificar funções, adaptando-se a mudanças externas e in-
ternas. A plasticidade inerente às células cerebrais permite a reparação 
de circuitos corticais, integra outras áreas corticais para realizar funções 
modificadas e responde a várias condições. 
A capacidade do cérebro de se adaptar às mudanças também tem impli-
cações importantes para o aprendizado. As respostas desencadeadas pelo 
SNC são mais complexas, mais exigentes são os estímulos ambientais. O 
cérebro precisa de uma intrincada rede de circuitos neurais que ligam as 
principais áreas motoras e sensoriais, por exemplo, grandes concentrações 
de neurónios que pode armazenar, interpretar e proporcionam respostas efi-
cientes para qualquer estímulo, também ter a capacidade em todos os mo-
mentos, em correspondência com novas informações , para reajustar suas 
conexões sinápticas e novos aprendizados. (MOORE, 2014, p. 166)
O sistema nervoso possui uma proteção química que impede que 
partículas estranhas e substâncias que atingem a corrente sanguínea te-
nham uma influência anormal nos neurônios. Reserve tem uma série de 
magnitude considerável, ou seja, o número de neurônios Yea que são mui-
to mais elevados do que eles precisam para a função normal, a capacidade 
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instalada em nossa SN é bem acima do que vamos usar na vida. 
O cérebro humano contém bilhões de conexões neurais, 
chamadas sinapses, cujo padrão de atividade controla todas as 
nossas atividades cognitivas. Essas conexões sinápticas são mui-
to dinâmicas, de modo que podem ser fortalecidas ou enfraque-
cidas, dependendo da atividade neuronal que elas experimentam.
Um exemplo fácil de entender; quando comparamos as habi-
lidades de um ginasta com um homem comum parece que o primeiro 
tem um SN diferente, no entanto, quanto às características estruturais 
de ambos não foi encontrada diferença na composição anatômica. A 
diferença está, portanto, no estabelecimento de novas relações funcio-
nais de uma expansão no uso dessa capacidade de reserva. Este é um 
exemplo claro de plasticidade do SN e é a base do processo de apren-
dizagem e a reabilitação de funções perdidas devido a lesões SN. 
A partir de agora, veremos sobre os fatores de neuroplasticida-
de na restauração de funções no SN, que são, segundo Moore (2014):
1. Regeneração axôninica dendrítica;
2. Sobrevivência;
3. Desmascararamento;
4. Reorganização de funções (ordenação de excitação inibição);
5. Capacidade disponível;
6. Padrões de ativação.
Em se tratando da regeneração, todos os neurônios são capa-
zes de regenerar seus axônios e seus dendritos quando são feridos ou 
destruídos. No sistema nervoso periférico completo, a restauração anatô-
mica é conseguida quando a lesão afeta a divisão do axônio com garantia 
distal (os amputados axônios de extremidade proximal para uma exten-
são de nervo periférico, quando postos em contato com o órgão periférico 
denervado pela lesão, se dão como motor ou sensível ao nervo lesado). 
Já a colateralização é um outro processo que ocorre no sistema 
nervoso periférico consistindo na emissão e nos ramos terminais de axô-
nios intactos que inervam fibras musculares. As lesões (aguda, crônica, 
traumática, vascular, infecciosa) ocorrem no sistema nervoso e podem 
ser destrutivas para um maior ou menor grau. Quando um neurônio é 
funcionalmente isolado, sem uma conexão sináptica, ele atrofia e morre. 
Ocorrendo trocas metabólicas nos terminais sinápticos dos 
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axônios e a produção de fatores de proteção e crescimento nas regi-
ões afetadas sinápticas atuando estes em constante interação entre os 
neurônios sinapticamente relacionados e entre neurônios e efetores ou 
receptores e esta interação é realizada por elementos químicos que via-
jam no fluxo axonal, em ambas as direções. Assim, quando um neurônio 
é isolado ou interrompido, sua conexão sináptica degenera e morre. 
Essa interação protetora diminui com o tempo e deve repre-
sentar um fator importante no envelhecimento e em algumas doenças 
degenerativas em que a doença neuronal tem uma sistematização mar-
cante. Estudos mostraram que há fatores capazes de proteger ou deixar 
neurônios desprotegidos, expostos à ação favorável ou desfavorável de 
outras substâncias endógenas ou exógenas ao SNC. 
Já o desmascaramento é definido como o uso de sinapses exis-
tentes, mas pouco ou nada funcionalaté aquele momento. Cada neurônio 
fornece um grande número de ligações sinápticas que se relacionam em 
diferentes escalas de intensidade com um grande número de outros neurô-
nios, por vezes, a partir de níveis diferentes e distantes de SN no campo 
dendrítico. Um exemplo é o do neurônio motor espinhal chamado "caminho 
final comum". Sendo neurônios com um grande campo dendrítico, apre-
sentam milhares de contatos sinápticos de vários níveis de SN, de moto-
neurônios piramidais corticais diretamente ou através de neurônios inter-
calados com o próprio segmento espinal e os neurônios do tronco cerebral 
reticuloespinhais e neurônios vestíbulo-espinhais através rubroespinhais. 
 
Figura 6 – Desmascaramento: local
Fonte: UFCG (2007)
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O desmascaramento pode ser entendido no processo de rea-
bilitação pelo efeito de "treino repetitivo", quando se busca uma lesão 
para restaurar a organização de novos caminhos na recuperação do 
movimento normal. Inicialmente, em um paciente hemiplégico, percebe-
-se a dificuldade em realizar movimentos com o lado lesionado e, assim, 
com os exercícios, eles melhoram. 
Já a reorganização de funções, no processo de reabilitação de 
um paciente com lesão neurológica, há um rearranjo das funções de 
perda. Um exemplo ocorre em pacientes com lesões na área da broca 
que têm afasia motora. Esses pacientes se recuperam ao final de um 
período de reabilitação ativa, esta reorganização é realizada em áreas 
adjacentes à área de broca que está lesionada. 
Em se trantando de capacidade disponível, esta se refere-se 
à capacidade anatomofuncional no SN do homem que é tão superior 
às suas próprias necessidades, que garante o bom funcionamento em 
situações de perda de função ou lesão do sistema nervoso. O sistema 
nervoso é organizado anatômica e funcionalmente por certas unidades 
integradas em níveis progressivos de complexidade, criando novas re-
lações em virtude da aprendizagem, memória e experiência. 
E, por fim, os padrões de ativação são demonstrados que as 
propriedades funcionais das unidades motoras (UM) são dependentes 
dos padrões de ativação dos neurônios motores. Isso significa que as 
fibras musculares, apesar de seu alto grau de especialização, têm a 
capacidade de alterar suas propriedades bioquímicas, fisiológicas e es-
truturais em resposta a mudanças nos padrões de ativação de seus 
neurônios. Essas alterações consistem em aumento da densidade capi-
lar, enzimas oxidativas e resistência à fadiga.
Oito fatores relacionados à reorganização de funções após le-
sões cerebrais são indicados, segundo Moore (2014). 
a) O substrato neural. 
b) Terapia apropriada. 
c) Idade. 
d) O tempo. 
e) Motivação. 
f) O meio ambiente. 
g) A família. 
h) O médico.
Em se tratando dos tipos de plasticidade neuronal, existe a 
possibilidade de existirem vários tipos de plasticidade neuronal, nos 
quais fatores como a idade dos pacientes, a natureza da doença e os 
sistemas afetados são fundamentalmente considerados. 
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Por Idade 
a) Plasticidade do cérebro em desenvolvimento. 
b) Plasticidade do cérebro durante o período de aprendizagem.
c) Plasticidade do cérebro adulto. 
Para Patologias 
a) Plasticidade do cérebro malformado. 
b) Plasticidade do cérebro com doença adquirida. 
c) Plasticidade neural em doenças metabólicas. 
Para Sistemas Afetados 
a) Plasticidade em lesões motoras. 
b) Plasticidade nas lesões que afetam qualquer um dos siste-
mas sensoriais. 
c) Plasticidade na afetação da linguagem. 
d) Plasticidade em lesões que alteram a inteligência. 
A explicação anatômica deve ser procurada naqueles que são 
conhecidos como sistemas secundários paralelos do cérebro. Estes são 
principalmente os tratos subcorticoespinhais, que são provavelmente os 
mais importantes em humanos durante o período neonatal. Eles com-
plementam a função dos tratos corticoespinhais mais longos, que tam-
bém têm uma função importante no neonato a termo, mas mostram uma 
expressão diferente no cérebro com um maior grau de maturidade. 
Estas vias suplementares, geralmente polissinápticas, são usa-
das em muitos casos em que as vias fundamentais sofreram perturba-
ções de qualquer tipo. Esses sistemas paralelos podem ser acionados 
por mecanismos intrínsecos ou extrínsecos. A plasticidade anatômica 
dos neurônios no sistema nervoso central é um fenômeno comum na 
sinapse. Tanto a estimulação fisiológica como as condições ambientais 
podem originar alterações numéricas e morfológicas. 
A plasticidade do axônio, no entanto, difere da sinapse, já que é considera-
da como um fenômeno específico apreciado após uma lesão parcial, tenha 
ocorrido no sistema nervoso central ou periférico e que, como é Obviamente, 
é mais pronunciado durante a primeira infância. A plasticidade axonal e si-
náptica não teria utilidade prática se o ciclo funcional não fosse completado 
pela ação de neurotransmissores específicos. Considera-se que mudanças 
na eficácia e liberação delas representam um papel fundamental na plastici-
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dade sináptica (MOORE, 2014, p. 174).
Embora os avanços nas neurociências ofereçam um conhe-
cimento ainda maior sobre o amadurecimento do cérebro e os princí-
pios que governam seu funcionamento e adaptação às lesões, ainda há 
muito a ser entendido e compreendido. Novas linhas de pesquisa são 
abertas todos os dias, tentando descrever e decifrar as respostas que 
o cérebro está dando ao longo da vida para diferentes eventos da vida. 
À medida que se avança no conhecimento dos mecanismos neu-
roquímicos e neuroanatômicos que direcionam a plasticidade do cérebro e 
a sua capacidade de recuperação funcional, é possível projetar estratégias 
específicas de ação precoce cada vez mais apropriadas e adaptar crianças 
com alto risco de sequelas de doenças neurológicas . À luz de estudos 
recentes, surge a possibilidade de intervir e modular a plasticidade cerebral 
com diferentes estratégias: do ponto de vista físico, é possível adaptar pro-
gramas de intervenção, estimulação e reabilitação ao conhecimento sobre 
os diferentes mecanismos com os quais o córtex é capaz de se adaptar, a 
capacidade de plasticidade inter-hemisférica do córtex motor, a plasticida-
de cruzada do córtex visual e auditivo, a reorganização ou a transferência 
contralateral no córtex relacionada à linguagem etc. 
Figura 7 – Córtex e componentes
Fonte: Anatomia do corpo (2019)
Do ponto de vista farmacológico, a fisioterapia pode ser apoia-
da ou combinada com a administração de drogas que prolongam ou 
abrem o período crítico para promover alterações neuroplásticas. A par-
tir da abordagem cognitiva e comportamental, trabalhando a atenção 
durante a execução das tarefas, aprende-se e recupera-se mais fun-
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ções rapidamente. 
Em relação à recuperação do déficit cognitivo e das funções 
mentais superiores, incluindo a linguagem, antes de projetar estraté-
gias de reabilitação, é essencial fazer uma avaliação neuropsicológica 
completa para determinar os componentes afetados do sistema, e quais 
são os conservados que podem servir como suporte e ponto de partida 
para a terapia. Além disso, se obtivermos um tom mais adequado com-
portamentalmente, os estudos sugerem que esse tom comportamental 
atuaria facilitando a plasticidade neuronal por meio da estimulação no-
radrenérgica e serotoninérgica, fundamentalmente. 
Por fim, o uso de técnicas físicas abre a possibilidade de au-
mentar a excitabilidade do córtex de interesse, facilitando seu treina-
mento e possibilitando um aumento na capacidade de aprender o que é 
treinado nas horas subsequentes. 
É possível ser capazes de provar que as armas neurociência oferecehoje 
para promover a recuperação funcional do motor ou córtex somatossensorial 
pode ser aplicado para os mecanismos que regem a cognição e patologia 
neuropsicológica. Isso abriria as portas para a compreensão de doenças 
complexas do desenvolvimento neurológico que se originam nos estágios 
iniciais, tais como aqueles derivados da privação de estímulos em alguns 
grupos de crianças: déficits neurossensoriais, a privação de experiências em 
crianças adotadas, crianças afeições de paralisia cerebral eles não tiveram a 
experiência de um esquema motor normal. (MOORE, 2014, p. 169)
Deste modo, tanto a falta de estimulação e intervenção preco-
ces são capazes de modular a atividade básica gabaérgica para come-
çar alterações neuroplásticas envolvidas na recuperação funcional, per-
mitindo novas possibilidades de estudo e abordagem a várias doenças 
e recuperação. 
APRENDIZAGEM TENDO EM VISTA A PLASTICIDADE NEURAL
A fenomenologia é entendida como uma teoria filosófica que é 
responsável por estudar os fenômenos e tudo o que acontece. Ela en-
tendeu fenômeno como o que se manifesta no nível consciente de um 
indivíduo, como um resultado da atividade perceptual. Então, tudo o que 
vem da experiência sensorial pode ser catalogado dentro do universo 
de fenômenos. 
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Essa capacidade de modificação é conhecida como plas-
ticidade sináptica e é fundamental para o aprendizado e a memó-
ria. De fato, acredita-se que múltiplas doenças cognitivas, como 
autismo, doença de Alzheimer ou várias formas de retardo mental, 
sejam devidas a alterações na plasticidade sináptica. 
Para fazer isso, o conhecimento da função biológica dos organis-
mos envolvidos no processo de aprendizagem, e mais especificamente 
entendidos como os neurônios do cérebro, é de inestimável importância. 
É, talvez, o que pode aproveitar melhor a capacidade do cérebro de se re-
generar e modificar estruturas de pensamento e sua base biológica, para 
corrigir obstáculos oportunos à aprendizagem. Essas habilidades perfor-
mativas requerem uma base teórica que permitirá o desenvolvimento de 
uma práxis hermenêutica com metodologia própria, que pode ser replica-
da até mesmo por estudantes de outras áreas de aprendizagem. 
Observar o crescimento de uma criança é fascinante, não ape-
nas físico, mas também intelectual e emocional. A neuropediatria estu-
da o neurodesenvolvimento, o processo muito complexo de maturação 
anatômica e funcional do sistema nervoso que possibilita a aquisição 
progressiva de habilidades humanas. 
O sistema nervoso das diferentes espécies animais é fruto de 
um complexo desenvolvimento evolutivo pelo qual cada espécie adquiriu 
as habilidades que permitem sua adaptação ao meio ambiente e, portan-
to, sua sobrevivência. Vamos pensar em quão diferentes são os sentidos, 
a mobilidade, a comunicação ou a sociabilidade de cada espécie. 
O sistema nervoso humano leva muitos anos para amadurecer. 
Tem uma herança genética complexa, muito mais "flexível" na sua aprendi-
zagem do que a da maioria das espécies, o que explica a enorme riqueza 
do nosso patrimônio cultural. Deste modo, a aprendizagem humana requer 
múltiplas estruturas cerebrais envolvidas em vários processos. Nosso cére-
bro não nasce com capacidades infinitas que são modificadas pela nossa 
experiência, nem é uma estrutura modular com determinadas capacidades 
inatas. É a constante interação entre nosso patrimônio genético e cultural 
que permite a maturação e a aprendizagem do sistema nervoso. 
Por sua vez, o neurodesenvolvimento humano segue um pro-
grama pelo qual progressivamente, mas simultaneamente, adquirimos 
controle postural, deslocamento, manipulação, comunicação, linguagem 
verbal, interação social e aprendizado acadêmico. E também muitas 
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outras habilidades intrinsecamente humanas, como o reconhecimento 
de rostos, o uso da linguagem falada, música, piadas e brincadeiras 
simbólicas. Todos esses aprendizados modificam as conexões de nos-
so cérebro que, embora tenham um desenvolvimento espetacular nos 
primeiros anos da nossa vida, continuam a mudar até a morte. 
Como visto sobre a plasticidade cerebral, ela é a capacidade 
da estrutura cerebral de mudar com a aprendizagem e depende princi-
palmente de dois fatores: idade e experiência vivida e, por sua vez, tem 
a influência da idade na plasticidade cerebral. A plasticidade cerebral é 
maior nos primeiros anos do neurodesenvolvimento, quando se adquire 
o aprendizado essencial para a adaptação ao meio ambiente (desloca-
mento, comunicação e interação social). Mas não é infinito, uma vez 
que está ligado a períodos críticos durante os quais o cérebro está per-
feitamente preparado para adquirir uma nova função.
A maioria das crianças aprende a perceber seu ambiente, a andar, 
a conversar e a interagir espontaneamente. Elas não precisam de um en-
sino ativo, apenas de um meio que lhes permitam mover, ouvir, contemplar 
como os outros se relacionam, para que elas aprendam essas habilidades. 
Quando seu cérebro tiver estruturas maduras necessárias para "suportar" 
cada uma dessas funções, elas simplesmente as incorporam.
Além disso, existe a influência da experiência na plasticidade 
cerebral, na qual a aprendizagem é uma qualidade humana presente 
em nossas vidas, embora nossa capacidade de aprender diminua com 
a idade. Habilidades dispensáveis para nossa sobrevivência como es-
pécie não são adquiridas espontaneamente, mas requerem um esfor-
ço ativo para o aprendizado. Elas podem ser aprendidas em qualquer 
idade, desde que as estruturas cerebrais necessárias para realizá-las 
estejam maduras. Por outro lado, é claro que, se não forem ensinadas, 
não serão aprendidas, pois, além das habilidades básicas, elas exigem 
ensinamentos ativos, esforço e melhoram com a prática e a experiência. 
Em se tratando dos períodos críticos, eles se referem ao momento em 
que as estruturas cerebrais estão maduras e podem adquirir uma fun-
ção. São chamados de críticos porque se você não adquirir uma certa 
habilidade no momento ideal da maturidade cerebral, será muito mais 
difícil e, às vezes, impossível de aprender. 
A plasticidade neural, que também é conhecida como plas-
ticidade sináptica ou neuroplasticidade, é a propriedade natural e 
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funcional dos neurônios ao estabelecer uma comunicação.
Por exemplo: nascemos com a capacidade de diferenciar todos 
os fonemas humanos, mas depois de alguns anos distinguimos apenas 
os da nossa língua materna. Assim, a detecção e a atenção precoce 
dos problemas do neurodesenvolvimento aumentarão as chances de 
melhorar as habilidades da criança trabalhando para desenvolvê-las ao 
máximo e interagir de forma eficaz e recompensadora com o ambiente. 
Por fim, a aprendizagem humana é um processo extraordina-
riamente complexo que se estende ao longo da vida. Embora nosso 
cérebro seja um órgão incrível cujo dinamismo nos permite adaptar-se a 
múltiplas mídias e situações, sua plasticidade é limitada pela idade e pela 
experiência. É irresponsável e prejudicial usar o argumento da plasticida-
de cerebral para justificar qualquer tipo de intervenção terapêutica. 
Apenas uma análise detalhada de cada caso permitirá oferecer 
o atendimento terapêutico mais apropriado no momento mais relevante, 
com objetivos claros e honestos.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
 Ano: 2016 Banca: UFSC Órgão: UFSC Provas: Assistente em Ad-
ministração 
Indique se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) É necessária a exposição a um número grande de sentenças 
para gerar uma ativação maior da região do cérebro associada à 
aprendizagem e à memória.
( ) Os leitores

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