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1- A hanseníase é causada por: A Um vírus B Uma micobactéria C Um fungo D Um parasita 2- Sobre a hanseníase e a sua etiologia, assinale a alternativa CORRETA: A É uma doença endêmica no Brasil B O mycobacterium leprae possui baixa infectividade e baixa patogenicidade C Podemos identificar o agente etiológico pela coloração de Gram D Ao anatomopatológico, o bacilo de Hansen se organiza em fila indiana 3- As principais manifestações clínicas da hanseníase são: A Cardiológicas e Dermatológicas B Pulmonares e Neurológicas C Dermatológicas e Neurológicas ( bacilo de Hansen acomete preferencialmente os nervos periféricos, podendo acometer filetes cutâneos, com comprometimento de sensibilidade, ou até troncos neurais, como o nervo radial/ulnar, com comprometimento motor importante. Quanto ao acometimento dermatológico, observamos lesões com alterações de pigmentação (classicamento hipocrômicas), comprometimento de anexos da pele (rarefação de pelos, madarose, xerodermia), sensibilidade térmica, tátil e dolorosa) D Intestinais e Pulmonares 4- A transmissão da hanseníase ocorre principalmente pela via: A Contato pele a pele B Mucosa sexual C Vias aéreas ( a via de entrada do bacilo de Hansen é o a via INALATÓRIA. O microorganismo entra pela mucosa nasal, atingindo a circulação e, via hematogênica, atinge pele e nervos!) D Transfusão sanguínea 5- Sobre o padrão de resposta imunológica predominante nas 2 principais formas de hanseníase, assinale a alternativa CORRETA: A Tanto nas formas paucibacilar quanto multibacilar predomina a resposta humoral (Th2) B Na forma multibacilar, predomina a resposta Th1 (celular); já na forma paucibacilar predomina a resposta Th2 (humoral) C Na forma paucibacilar, predomina a resposta Th2 (celular); já na forma multibacilar predomina a resposta Th1 (humoral) D Na forma paucibacilar, predomina a resposta Th1 (celular); já na forma multibacilar predomina a resposta Th2 (humoral) (A forma paucibacilar ocorre em indivíduos com forte resposta Th1, ou seja, a imunidade celular (ativação de macrófagos) consegue neutralizar a maioria dos bacilos, ocorrendo sintomas mais brandos como leves perdas de sensibilidade e poucas lesões cutâneas. Já indivíduos com resposta predominante Th2, ou seja, imunidade humoral, cursam com inibição da atividade dos macrófagos, logo há maior ação dos bacilos, com mais lesões de pele e nervos. ) 6- Conforme a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a forma paucibacilar da hanseníase é caracterizada por: A Até 3 lesões de pele e nenhuma lesão em tronco nervoso B Até 5 lesões de pele e nenhum tronco nervoso acometido C Até 5 lesões de pele e até 1 tronco nervoso acometido (Pela OMS, a forma paucibacilar é caracterizada no máximo por 5 lesões de pele 1 no máximo um tronco nervoso, já que a resposta predominante nesses indivíduos é a Th1 (celular), conseguindo um bom controle dos sintomas. Acima desses valores, a OMS caracteriza como forma multibacilar) D Até 7 lesões de pele e até 2 troncos nervosos acometidos 7- Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diagnóstico de hanseníase é dado por: A Biópsia B Lesão de pele com sensibilidade alterada ou espessamento neural ou baciloscopia positiva (Pela OMS, o diagnóstico pode ser feito se o paciente apresenta pelo menos uma característica dentre as 3 sensibilidade alterada ou espessamento neural ou baciloscopia positiva em raspado intradérmico Doc, lembrando que se o raspado é positivo, a hanseníase é multibacilar) C Raspado da lesão cutânea D Sorologia ou lesão de pele 8- A prevenção de contatantes da hanseníase é feita por: A Imunoglobilina hansênica B Vacina para hanseníase C Não há uma profilaxia eficaz para contatantes de hanseníase D Vacina BCG (a vacina BCG (que é a vacina da tuberculose) que é usada para profilaxia de comunicantes de hanseníase. Lembre que tanto a tuberculose quanto a hanseníase são causada por Micobactérias, o que pode explicar a eficácia dessa vacina na hanseníase. Ela deve ser aplicada em comunicantes dos últimos 5 anos que não possuam cicatriz de BCG no braço ou que possuam apenas 1 cicatriz de BCG. Pacientes que possuem duas cicatrizes de BCG não precisam receber a profilaxia.) 9- Sobre a transmissão da hanseníase, assinale a alternativa CORRETA: A Após o primeiro dia de tratamento, a transmissibilidade diminui 99% (Após o início da poliquimioterapia (tratamento com várias drogas) para Hanseníase, temos uma chance baixíssima de transmissão. Daí a importância da identificação precoce e tratamento dos doentes.) B O período médio de incubação é de cerca de 3 meses C A transmissão ocorre pelo contato pele a pele D Durante o período de incubação, o indivíduo não transmite a hanseníase 10 - Nas duas principais formas de hanseníase, temos caracteristicamente um teste de Mitsuda: A Positivo na forma tuberculoide e Negativo na forma Virchowiana (O teste de Mitsuda avalia a resposta de hipersensibilidade tardia, ou seja, imunidade CELULAR (Th1). A forma hansênica que possui um padrão de imunidade CELULAR (Th1) é a forma tuberculoide (paucibacilar), logo irá reagir ao teste positivamente. Já a forma Virchowiana possui imunidade predominantemente HUMORAL (Th2), com uma inibição da atividade celular. Logo, o Mitsuda dará negativo.) B Negativo na forma tuberculoide e Positivo na forma Virchowiana C Positivo tanto na forma tuberculoide quanto virchowiana D Negativo tanto na forma tuberculoide quanto na virchowiana 11- Mulher, 30a, primigesta, idade gestacional de 9 semanas, procura atendimento médico por apresentar mancha hipocrômica na coxa direita com diminuição da sensibilidade ao frio. Biópsia de pele: hanseníase. É correto: A Iniciar o tratamento com esquema poliquimioterápico e informar a paciente que a doença não tem cura, mas tem controle. B Esperar o parto e o término da amamentação para iniciar o esquema poliquimioterápico. C Iniciar tratamento com prednisona e talidomida, e após o parto iniciar esquema poliquimioterápico. D Aplicar a vacina BCG intradérmica nos contatos intradomiciliares sem presença de sinais e sintomas de hanseníase. (Além de iniciar o tratamento da gestante com poliquimioterapia, há indicação de profilaxia de contactantes com a vacina BCG, mesmo que eles não apresentem sintomas ou sinais de hanseníase.) 12- Assinale a assertiva incorreta sobre hanseníase. A A forma indeterminada geralmente é a primeira manifestação da doença. B Fácies leoniona é uma possível manifestação da forma virchowiana da doença, C O comprometimento neural é pouco provável na forma tuberculoide. (Falso. O acometimento neurológico ocorre SEMPRE na hanseníase, mesmo que não seja tão pronunciado. Na forma tuberculoide são mais comuns lesões com perda de sensibilidade) D Lesões eritematosas com centro hipocrômico determinado aspecto anular ou foveolar são frequentes na forma dimorfa. E O eritema nodoso hansênico é mais frequente nas formas multibacilares. 13- Com relação à Hanseníase, assinale a alternativa CORRETA. A Trata-se de uma infecção restrita a pele e nervos periféricos. B Na forma tuberculoide, é comum a presença de lesões nodulares com numerosa de BAAR a baciloscopia. C O uso de glicocorticoide para as lesões nervosas pode ser iniciado até 7 dias após o surgimento dos sintomas. D O eritema nodoso é mais comum na fase tuberculoide da doença. E O nervo ulnar é o mais comumente atingido pela manifestação neuropática periférica (ele sempre deve ser examinado na suspeita de hanseníase, pois é o mais comumente acometido) 14- Mulher, 37 anos de idade, no 4° mês de tratamento de hanseníase virchowiana desenvolveu nódulos eritematosos e dolorosos no tronco, face e membros superiores. Qual é a conduta adequada, conforme as normas do Ministério da Saúde? A Manter o tratamento e aguardar a melhora clínica já que a maioriadesses casos tem melhora espontânea em 48- 72 horas. B Suspender o tratamento e iniciar terapia com talidomida (100 a 400 mg/dia), até resolução do quadro e então, reiniciar o tratamento específico. C Suspender apenas a dapsona e iniciar terapia com prednisona (1 a 2 mg/kg/dia). D Manter o tratamento e iniciar terapia com prednisona (1 a 2 mg/kg/dia). (O tratamento deve ser mantido sim! E como trata-se de uma reação tipo II, utilizamos a corticoterapia. Lembrando que a primeira escolha geralmente é a talidomida, porém por conta da idade fértil da paciente, é preferível o uso de prednisona!) E Suspender o tratamento, pois se trata de reação alérgica à clofazimina. 15- Homem, 44 anos, há 9 anos apresenta lesões na pele. No exame clínico, observa-se infiltração difusa da face e orelhas, além de madarose. Há várias pápulas e nódulos infiltrados, de cor eritêmato-acastanhados (imagem). O exame histopatológico de lesão cutânea evidenciou presença de macrófagos espumosos ao redor de filete nervoso. Quais os achados clínico-laboratoriais encontrados na principal hipótese diagnóstica para o caso? A O exame histopatológico mostra depósitos hialinos e hemorragia na derme, evidenciados pela coloração vermelho- congo. B O exame histopatológico mostra epidermotropismo com linfócitos atípicos. C Baciloscopia de lesão cutânea positiva. (O primeiro passo é avaliar a imagem e o quadro clínico apresentado, além da correlação com a biópsia. Esse paciente apresenta lesões nodulares cutâneas de início há aproximadamente 9 meses, de característica infiltrativa e coloração eritemato-acastanhada, e madarose concomitante. A avaliação de fragmentos da lesão em exame histopatológico demonstra a presença de macrófagos espumosos ao redor de filete nervoso, característico de hanseníase. Assim, o quadro clínico do paciente trata-se de uma hanseníase do subtipo vischowiana - pela presença de nódulos infiltrados e madarose. Agora temos um diagnóstico. O que esperamos encontrar em exames adicionais? Para responder essa questão, precisamos considerar as características da forma virchowiana da hanseníase. A forma virchowiana é classificada como multibacilar. Isso se deve à resposta imune não muito eficiente, que permite a proliferação do bacilo em larga escala, contribuindo para o surgimento de diversas lesões cutâneas infiltradas. Como há grande quantidade de bacilos proliferados nas lesões, quando se realiza a baciloscopia delas, espera-se um resultado positivo. Portanto, essa alternativa está corrreta. ) D O exame histopatológico mostra granuloma tuberculoide com necrose caseosa. 16- Homem, 35 anos de idade apresenta há 9 meses, placas de limites imprecisos, disseminadas pelo tegumento, nódulos nos pavilhões auriculares, entupimento nasal crônico e madarose. A pesquisa de sensibilidade nas lesões é duvidosa, pois o paciente não consegue definir claramente área hipoanestésica ou anestésica. A baciloscopia é positiva. De acordo com o Ministério da Saúde, a conduta terapêutica e sua justificativa, respectivamente, são: A Poliquimioterapia paucibacilar, por se tratar da forma dimorfa-dimorfa. B Poliquimioterapia paucibacilar, por se tratar da forma virchowiana. C Poliquimioterapia multibacilar por se tratar da forma tuberculóide. D Poliquimioterapia paucibacilar, por se tratar da forma tuberculóide. E Poliquimioterapia multibacilar, por se tratar da forma virchowiana Mulher, 58a, foi diagnosticada com hanseníase virchowiana e iniciou tratamento com poliquimioterapia por 12 meses. Natural do interior da Bahia e mora em Campinas há 18 anos com o segundo marido. Tem quatro filhos já adultos, do primeiro casamento, que ficaram na Bahia. A CONDUTA A SER REALIZADA DO PONTO DE VISTA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE: A Não há necessidade de investigar os filhos, pois estão afastados do caso-índice há muitos anos, apenas o marido atual deve ser avaliado. B Há necessidade de exame dermatoneurológico completo para os filhos e o atual marido, em busca de lesões suspeitas de hanseníase. C Está indicada vacinação com BCG dose única para melhorar imunidade celular, se o teste de Mitsuda for negativo, para todos os contactantes. D Há indicação de poliquimioterapia profilática para os contactante atual, mas não para os filhos.
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