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3 - 1 Introdução aos lipídeos e ácidos graxos

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Nesta webaula, aprenderemos sobre os lipídeos, destacando as suas funções. Em seguida trataremos sobre um
tipo especial de lipídeo, o ácido graxo, pois ele constitui a unidade de construção da maioria dos lipídeos e é uma
importante fonte energética para os tecidos, especialmente o muscular, por isso, também abordaremos a
biossíntese e a oxidação dos ácidos graxos. Por �m, falaremos sobre os corpos cetônicos e sobre o ácido
araquidônico.
Características gerais e importância biológica dos lipídeo
Os lipídeos têm papel importante na manutenção da vida, pois não só armazenam e fornecem energia ao
organismo como também são os componentes que formam a membrana plasmática de todas as células, tanto as
eucarióticas quanto as procarióticas. 
Há uma grande diversidade de lipídeos com estruturas e funções bem diversas, porém todos os lipídeos são
moléculas apolares. Entre as funções dos diferentes lipídeos e seus produtos metabólicos, podemos destacar as
seguintes:
Reserva de energia.
Fonte de energia.
Hormônios esteroides (estrógeno, progesterona, testosterona, glicocorticoides).
Vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).
Sais biliares.
Surfactante.
Composição de membranas biológicas.
Propriedades dos ácidos graxos
Os ácidos graxos são formados por cadeias hidrocarbônicas, de 4 a 36 átomos de carbono, com grupos carboxila
nas extremidades dessas cadeias.
Os ácidos graxos podem ser classi�cados em:
Saturados
Quando só há ligações simples
entre os átomos de carbono
da cadeia.
Monoinsaturados
Quando só há uma única
ligação dupla entre os
carbonos da cadeia.
Poli-insaturados
Quando há duas ou mais
ligações duplas entre os
carbonos da cadeia.
As ligações duplas entre os carbonos das cadeias de ácidos graxos de origem natural são de con�guração cis. A
con�guração trans é obtida por processos industriais e está associada ao maior risco de doenças
cardiovasculares. 
Os compostos ricos em ácidos graxos saturados são sólidos à temperatura ambiente. Isso ocorre devido à maior
compactação entre esses ácidos graxos que possuem as suas cadeias hidrocarbônicas estendidas. Já os
Fundamentos Bioquímica Aplicada à Saúde
Introdução aos lipídeos e ácidos graxos
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer
hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela
versão digital. Bons estudos!
Biossíntese de ácidos graxos
A alimentação fornece a maior parte dos ácidos graxos utilizados pelo organismo, apesar da capacidade de o
organismo em sintetizar os ácidos graxos saturados e monoinsaturados, principalmente no fígado e nas glândulas
mamárias em lactação. Os ácidos graxos poli-insaturados não são sintetizados pelo organismo, por isso, precisam
ser obtidos, exclusivamente, por meio da alimentação.
compostos ricos em ácidos graxos insaturados são líquidos à temperatura ambiente, pois, devido às curvaturas
nas cadeias hidrocarbônicas, a compactação entre esses ácidos graxos é menor.
Quanto aos ácidos graxos poli-insaturados, vale destacar que são classi�cados em:
Ômega-3
Os ácidos graxos do tipo ômega-3 (ácido
eicosapentaenoico e ácido linolênico) são
precursores de agentes anti-in�amatórios. 
Ômega-6
Os ácidos graxos do tipo ômega-6 (ácido
araquidônico e ácido linoleico) são precursores de
agentes pró-in�amatórios.
Exemplo de alimento rico em ômega-3 e ômega-6: salmão
Fonte: Shutterstock.
A síntese de ácidos graxos ocorre no citosol das células por meio da incorporação de carbonos a partir de acetil-
CoA na cadeia de ácido graxo em crescimento, com uso de energia (ATP) e dos elétrons fornecidos por NADH.
Acetil-CoA é produzido a partir da oxidação da glicose, dos aminoácidos, dos corpos cetônicos e dos ácidos graxos
nas mitocôndrias. Uma vez transferido para o citosol, o acetil-CoA (2 carbonos) é convertido em malonil-CoA (3
carbonos) – um processo que requer gás carbônico e ATP. 
A enzima ácido-graxo-sintase catalisa a transferência de acetato do malonil-CoA, com perda de gás carbônico, para
a cadeia de ácido graxo em crescimento, que sempre cresce em duas unidades de carbono.
Oxidação dos ácidos graxos
O catabolismo dos ácidos graxos ocorre nas mitocôndrias e é chamado de beta oxidação. Nessa via metabólica, os
ácidos graxos são convertidos em moléculas de acetil-CoA. Esse acetil-CoA pode ser usado para o ciclo do ácido
cítrico (produção de energia) ou para a síntese de corpos cetônicos (reserva energética).
As reações oxidativas da beta oxidação geram elétrons que são transferidos para a formação de NADH e FADH2,
que transportam esses elétrons para a cadeia respiratória para a produção de energia.
O transporte de ácidos graxos para dentro das
mitocôndrias depende da carnitina, uma molécula
orgânica obtida da alimentação, principalmente de
carnes, além de ser sintetizada no organismo a partir
dos aminoácidos metionina e lisina.
Alimento com carnitina: carnes
Fonte: Shutterstock.
Corpos cetônicos
Os corpos cetônicos atuam como reservas plasmáticas de acetil-CoA, que podem ser utilizadas pelas células para a
produção de energia.
Existem os seguintes corpos cetônicos: acetoacetato, beta hidroxibutirato e acetona. Apenas os dois primeiros
atuam como reservas energéticas; a acetona não tem utilidade como reservatório de energia e, sendo volátil,
acaba sendo eliminada pelos pulmões.
A cetogênese é a via metabólica mitocondrial em que moléculas de acetil-CoA são convertidas em corpos
cetônicos. Isso ocorre predominantemente nos hepatócitos. E a cetólise é a via catabólica dos corpos cetônicos
para se liberar as moléculas de acetil-CoA e posterior oxidação completa no ciclo do ácido cítrico na mitocôndria.
Ácido araquidônico
Como sabemos, um exemplo de ácido graxo poli-insaturado do tipo ômega-6 é o ácido araquidônico, o qual faz
parte da composição do fosfolipídeo da membrana plasmática. Sob a ação da enzima fosfolipase A2, o ácido
araquidônico é clivado do fosfolipídeo, tornando-se substrato para duas vias metabólicas, a da lipoxigenase e a da
ciclo-oxigenase (COX), originando os eicosanoides (prostaglandinas, leucotrienos, tromboxano A2, lipoxinas). 
Na primeira via metabólica, o ácido araquidônico é convertido, em uma reação catalisada pela lipoxigenase, em
leucotrienos. Esses eicosanoides participam, por exemplo:
Do processo in�amatório, por meio da quimiotaxia (atração de neutró�los, eosinó�los e monócitos para o
local da in�amação).
Do aumento da atividade da oxidase nos neutró�los (produção de radicais livres para a destruição de
patógenos).
Do aumento da permeabilidade vascular (saída de plasma rico em proteínas de defesa, como as do sistema
complemento, para o local da in�amação no tecido).
Da broncoconstrição e do aumento da secreção de muco nas vias aéreas.
Os leucotrienos cisteínicos (LTC4, LTD4 e LTE4), devido aos seus efeitos pró-in�amatórios, à broncoconstrição e ao
aumento da secreção de muco nas vias aéreas, agem como importantes mediadores desencadeadores de asma.
Em vista disso, foi criado um fármaco, o montelucaste, que atua como antagonista dos receptores desses
leucotrienos, impedindo os seus efeitos, que favorecem a crise asmática.
Na outra via metabólica, o ácido araquidônico é convertido em prostaglandinas em uma reação catalisada pela
enzima ciclo-oxigenase. Há duas principais isoformas de ciclo-oxigenase: a COX-1 e a COX-2. Entenda-as a seguir.
A COX-1 gera prostaglandinas, que têm papel importante na manutenção da homeostasia, como vasodilatação,
inibição da agregação plaquetária, proteção gástrica (redução da produção de ácido gástrico e aumento da
produção de muco gástrico), aumento do peristaltismo intestinal e aumento da contração do músculo liso do
útero. Nas plaquetas, a COX-1 catalisa a conversão do ácido araquidônico em tromboxano A2, importante para
a hemostasia, por meio da constrição do vaso lesado e da promoção da agregação plaquetária.
COX-1 COX-2
O misoprostolé um análogo sintético de prostaglandina que foi criado para proteção gástrica com redução da
secreção de ácido gástrico e aumento da produção de muco gástrico. Porém, como a prostaglandina também
provoca a contração do músculo liso uterino, o fármaco acabou sendo utilizado como agente abortivo de forma
ilegal. Atualmente, o seu uso é controlado e apenas para obstetrícia, como em abortos em casos autorizados por
lei.
Para �nalizar, reforçamos que os assuntos trazidos nesta webaula têm implicações clínicas, sendo de grande
relevância para a sua formação pro�ssional na área da saúde. Por isso, gostaríamos de convidá-lo a buscar
mais conhecimentos sobre os conteúdos apresentados!
Pesquise mais
Para que possa aprofundar mais os seus conhecimentos, há excelentes livros de bioquímica disponíveis na
Biblioteca Virtual: Minha Biblioteca. Sugerimos o livro Princípios de bioquímica de Lehninger, um clássico na
área de Bioquímica. Você pode estudar os Capítulos 10 (Lipídeos), 17 (Catabolismo de ácido graxos) e 21
(Biossíntese de lipídeos). 
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
Caso você pre�ra um livro com mais ilustrações e esquemas, sugerimos Bioquímica ilustrada, especialmente
a leitura do Capítulo 16, que aborda a estrutura e o metabolismo dos ácidos graxos. 
FERRIER, D. R. Bioquímica ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 
Para expandir mais os seus horizontes, sugerimos a leitura de artigos cientí�cos relacionados aos conceitos
desenvolvidos nesta webaula, como: 
KAYSER, C. et al. Benefícios da ingestão de ômega-3 e a prevenção de doenças crônico-degenerativas –
revisão sistemática. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v. 4, n. 21, p. 137-
146, maio/jun. 2010.

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