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8-PSICOPATOLOGIA

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Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5 
1 PSICOPATOLOGIA ................................................................................... 6 
1.1 Fenômenos em Psicopatologia ................................................................. 7 
2 O NORMAL E O PATOLÓGICO .............................................................. 11 
3 O DIAGNÓSTICO EM SAÚDE MENTAL ................................................. 13 
3.1 Avaliação Psicopatológica ....................................................................... 15 
4 AS FUNÇÕES MENTAIS ........................................................................ 16 
4.1 Transtornos Mentais ................................................................................ 17 
4.2 Manifestação dos sintomas e transtornos mentais .................................. 18 
5 SÍNDROMES DEPRESSIVAS ................................................................. 19 
6 SÍNDROMES MANÍACAS E TRANSTORNO BIPOLAR ......................... 20 
7 SÍNDROMES ANSIOSAS ........................................................................ 23 
7.1 Transtorno de Ansiedade Generalizada – TAG ....................................... 24 
7.2 Crises de Pânico ..................................................................................... 24 
7.3 Transtorno de Pânico .............................................................................. 25 
7.4 Transtorno Fóbico ................................................................................... 25 
7.5 Transtorno de Estresse Pós-Traumático ................................................. 25 
7.6 Transtorno Obsessivo Compulsivo .......................................................... 25 
7.7 Transtorno Hipocondríaco ....................................................................... 26 
8 SÍNDROMES PSICÓTICAS .................................................................... 26 
8.1 Esquizofrenia ........................................................................................... 27 
8.2 Transtorno Delirante ................................................................................ 27 
8.3 Transtorno Esquizoafetivo ....................................................................... 28 
9 SÍNDROME PSICOMOTORA ................................................................. 28 
9.1 Síndrome de Agitação Psicomotora ........................................................ 28 
9.2 Síndromes de Estupor ............................................................................. 29 
 
9.3 Síndrome de Comportamento Disruptivos na Infância e Adolescência ... 30 
9.4 Transtorno disruptivos da desregulação do humor .................................. 30 
9.5 Transtorno de Oposição Desafiante ........................................................ 30 
9.6 Transtorno da Conduta ............................................................................ 31 
9.7 Transtorno Explosivo Intermitente ........................................................... 31 
10 TRANSTORNOS ALIMENTARES ........................................................... 31 
10.1 Anorexia Nervosa.............................................................................. 32 
10.2 Bulimia Nervosa ................................................................................ 32 
11 TRANSTORNO DEVIDO AO USO DE SUBSTÂNCIAS E 
COMPORTAMENTOS ADITIVOS ........................................................... 33 
11.1 Transtornos por uso de substâncias ................................................. 34 
11.2 Transtornos induzidos por substâncias ............................................. 35 
11.3 Transtornos por uso do álcool ........................................................... 35 
11.4 Transtornos por uso da maconha ..................................................... 36 
11.5 Transtorno por cocaína e crack ........................................................ 36 
12 TRANSTORNOS ASSOCIADO AO SONO ............................................. 37 
12.1 Transtorno de insônia ....................................................................... 38 
12.2 Transtorno de hipersonolência .......................................................... 38 
12.3 Síndrome das pernas inquietas ........................................................ 39 
12.4 Transtornos do sono relacionados à respiração ............................... 39 
12.5 Transtornos do sono-vigília do ritmo circadiano ................................ 39 
12.6 Narcolepsia ....................................................................................... 40 
12.7 Parassonias ...................................................................................... 40 
13 SEXUALIDADE E PSICOPATOLOGIA ................................................... 40 
14 TRANSTORNOS OU DISFUNÇÕES SEXUAIS ...................................... 41 
14.1 Disfunções do desejo e da resposta sexual ...................................... 41 
14.2 Transtornos parafílicos e parafilias ................................................... 42 
14.3 Homofobia e Transfobia .................................................................... 42 
 
15 TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS ................................................. 43 
16 DEMÊNCIAS E OUTROS TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS DE 
LONGA DURAÇÃO .................................................................................. 43 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 46 
 
5 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e 
prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
6 
 
 
1 PSICOPATOLOGIA 
 
Segundo o autor Campbell (1986), a psicopatologia é o ramo da ciência que 
cuida da natureza essencial da doença ou transtorno mental, quais são suas 
causas, as mudanças estruturais e funcionais a ela associadas e suas maneiras de 
manifestação. Numa compreensão mais ampla, a psicopatologia pode ser descrita 
como o conjunto de conhecimentos pertinentes ao adoecimento mental do ser 
humano. É um conhecimento que busca ser organizado, esclarecedor e 
desmistificante. 
 
 
 
Fonte: i.ytimg.com 
 
Estudo que propõe ser científico, a psicopatologia não abarca parâmetros 
de valor, tão pouco acolhe supostas verdades. No estudo e na prática da 
psicopatologia, não há preconceitos ao que se estuda; tem como objetivo a 
observação, identificação e compreensão dos diferentes componentes do 
transtorno mental. Na psicopatologia não se aceita suposições, verdades rígidas, 
inflexíveis, seja qual for sua natureza, filosófica, religiosa, biológica ou psicológica. 
Portanto o entendimento buscado está propício a reavaliações, considerações, 
reestruturações contínuas. 
 
O campo da psicopatologia inclui uma variedade de fenômenos 
h umanos especiais, associados ao que se denominou historicamente de 
doença mental. São vivências,estados mentais e padrões 
7 
 
 
comportamentais que apresentam, por um lado, uma especificidade 
psicológica (as vivências das pessoas com doenças mentais apresentam 
dimensão própria, genuína, não sendo apenas “exageros” do normal) e, 
por outro, conexões complexas com a psicologia do normal (o mundo da 
doença mental não é totalmente estranho ao mundo das experiências 
psicológicas “normais”). (Dalgalarrondo, 2019) 
 
Para Dalgalarrondo (2019), apesar de se beneficiar das tradições 
neurológicas, psicológicas e filosóficas, a psicopatologia não se confunde com a 
neurologia das chamadas funções corticais superiores (não se resume, portanto, a 
uma ciência natural dos fenômenos relacionados às zonas associativas do cérebro 
lesado) nem com a hipotética psicologia das funções mentais desviadas. Assim, 
podemos defini-la como uma ciência autônoma, e não um prolongamento da 
neurologia, da neuropsicologia ou da psicologia (seja ela experimental, seja ela 
psicométrica ou social). Ela é ricamente nutrida por essas tradições, mas não se 
confunde com elas. 
 
“[...] quanto mais reconhece e caracteriza o típico, o que se acha de 
acordo com os princípios, tanto mais reconhece que, em todo indivíduo, 
se oculta algo que não pode conhecer” (Jaspers, 1979, p. 12). 
 
 
1.1 Fenômenos em Psicopatologia 
 
 
O conhecimento pela doença ou transtorno mental, se dá pela observação 
minuciosa de suas manifestações, assim como qualquer busca por conhecimentos. 
A observação propicia a exposição dos fenômenos e sua disposição. Que irá 
determinar, especificar, organizar o objeto de estudo em certa concepção, se 
direcionando com determinada coerência na observação e classificação. 
Dalgalarrondo (2019) classifica três distintos tipos de fenômenos humanos 
na psicopatologia, sendo eles: 
Fenômenos semelhantes em todas ou quase todas as pessoas. É o 
plano dos fenômenos psicológicos, fisiológicos, daquilo que é o normal. De modo 
geral, todo ou quase todo ser humano sente fome, sede ou sono. Aqui se inclui 
também o medo de um animal perigoso, a ansiedade perante desafios difíceis, o 
desejo por uma pessoa amada, etc. Embora haja uma qualidade pessoal própria 
para cada ser humano, certas experiências são basicamente semelhantes para 
todos. 
8 
 
 
Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes. É o plano em 
que o psicológico e o psicopatológico se sobrepõem. São fenômenos que o ser 
humano comum experimenta, mas que apenas em parte são semelhantes aos 
vivenciados pela pessoa com transtorno mental. Assim, todo indivíduo comum pode 
sentir tristeza, mas a alteração profunda, avassaladora, que uma paciente com 
depressão psicótica experimenta é apenas parcialmente semelhante à tristeza 
normal. A depressão grave, por exemplo, com ideias de ruína, lentificação 
psicomotora, apatia, etc., introduz algo qualitativamente novo na experiência 
humana. 
Fenômenos qualitativamente novos, distintos das vivências normais. É 
o campo específico das ocorrências e vivências psicopatológicas. São 
praticamente próprios a apenas (ou quase apenas) certas doenças, transtornos e 
estados mentais. Aqui, incluem-se alguns fenômenos psicóticos, como alucinações 
e delírios, ou cognitivos, como turvação da consciência, alteração da memória nas 
demências, entre outros. 
De acordo com Dalgalarrondo (2019), a psicopatologia é, por natureza e 
destino histórico, um campo de conhecimento que requer debate constante e 
aprofundado, no qual não há e não pode haver uma teoria ou perspectiva 
amplamente hegemônica. Aqui, o conflito de ideias não é uma debilidade, mas uma 
necessidade. Não se avança em psicopatologia negando e anulando diferenças 
conceituais e teóricas; evolui-se, sim, pelo esforço de esclarecimento e 
aprofundamento de tais diferenças, em discussão aberta, desmistificante e 
honesta. 
Dentre as principais linhas de estudo da psicopatologia que se dispõe de 
modo aleatório, devido rigorosas razões didáticas, pode-se destacar: 
PSICOPATOLOGIA DESCRITIVA E PSICOPATOLOGIA DINÂMICA 
A psiquiatria descritiva, refere-se especialmente a definição das maneiras 
que ocorrem as mudanças psíquicas, a organização dos sintomas, detalha e 
qualifica a manifestação doentia como sinais quase que específicos. 
A psiquiatria dinâmica se volta para a essência das experiências, as mudanças 
intrínsecas dos afetos, vontades e receios da pessoa. 
A prática em saúde mental requer a conciliação de ambas abordagens descritiva 
9 
 
 
dinâmica. 
Quando um médico se defronta com a grande tarefa de ajudar uma 
pessoa psiquicamente enferma, vê à sua frente dois caminhos: ele pode 
registrar o que é mórbido. Irá, então, a partir dos sintomas da doença, 
concluir pela existência de um dos quadros mórbidos impessoais que 
foram descritos. [...] ou pode trilhar outro caminho: pode escutar o doente 
como se fosse um amigo de confiança. Nesse caso, dirigirá a sua atenção 
menos para constatar o que é mórbido, para anotar sintomas 
psicopatológicos e, a partir disso, chegar a um diagnóstico impessoal, e 
mais para tentar compreender uma pessoa humana na sua singularidade 
e co-vivenciar suas aflições, seus temores, seus desejos e suas 
expectativas pessoais (Bleuler, 1985, p. 1). 
 
PSICOPATOLOGIA MÉDICA E PSICOPATOLOGIA EXISTENCIAL 
Na concepção médica o estudo se volta para o corpo humano, na biologia do 
ser, como ser universal. Então o sofrimento mental é descrito como desajuste, 
transtorno, alteração no cérebro ou parte dele, o sistema biológico. 
Na concepção existencial, a percepção do paciente é em sua vivência individual, 
única, como um ser natural e biológico, na sua extensão fundamental, ser 
substancialmente histórico e humano. Nessa concepção a construção do ser se dá 
através de suas vivências sociais, singulares, que são determinantes para sua 
construção pessoal. Aqui o sofrimento mental tem sua causa tanto no desajuste 
psicológico quanto biológico, significando a singularidade de cada ser que se 
constrói em grande parte de maneira dolorosa. 
PSICOPATOLOGIA COMPORTAMENTAL/COGNITIVISTA E 
PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA 
Sob o olhar comportamental, o indivíduo é percebido como um complexo com 
comportamentos perceptíveis, passível de dimensionar, controlados por impulsos 
peculiares e comuns, como também pelas consequências inerentes aos 
comportamentos. O comportamento se fundamenta em determinados preceitos e 
motivadores do conhecimento. Não separada do olhar comportamental, a 
concepção cognitiva, focaliza nas abstrações cognitivas singular de cada pessoa. As 
abstrações são fundamentais para desenvolvimento mental, seja ele são ou doentio. 
As manifestações dos sinais procedem de comportamentos e abstrações 
desequilibrados, assimilados e ampliados a partir das vivências social e familiar. Já 
a concepção psicanalítica vê o indivíduo como um ser determinado por vários 
fatores, comandado por energias, vontades, confrontos internos, inconscientes. 
10 
 
 
Nessa perspectiva os afetos têm relevância, pois seriam eles que controlam a 
psique. O autocontrole, a coerência, autonomia aqui é um devaneio para o ser 
humano. 
PSICOPATOLOGIA CATEGORIAL E PSICOPATOLOGIA DIMENSIONAL 
A linha de estudos categorial classifica as doenças mentais, descrições 
específicas, particularizadas, muito bem delimitados, com caráter biológico, da qual 
o reconhecimento rigoroso, estabelece um dos papéis da psicopatologia. Deste 
modo as patologias são identificadas em sua natureza básica, pois nessa 
perspectiva há a distinção clara das mesmas. 
Paralelo ao estudo categorial, tem a linha de estudo dimensional, que se aproxima 
mais à rotina da clínica. Nessa perspectiva as patologias são dimensionadas por 
exemplo a esquizofrenia tem formas mais ou menos deteriorantes, com 
sintomas/comprometimentos leves à graves. Nesse sentido podemos exemplificar 
as extremidades dimensionaisem psicopatologia como: depressão moderada, 
bipolar ou grave, transtornos afetivos menores, esquizofrenia benigna ou deficitária. 
PSICOPATOLOGIA BIOLÓGICA E PSICOPATOLOGIA 
SOCIOCULTURAL 
A perspectiva biológica se volta para os aspectos neurofisiológicos, 
cerebrais das doenças mentais. Nesse viés, o todo transtorno mental ocorre devido 
alterações nos mecanismos neurais e de áreas específicas, no funcionamento 
cerebral. O psiquiatra Griesinger (1997) sintetiza essa concepção “[...] doenças 
mentais devem ser vistas como afecções do cérebro”. Já na perspectiva 
sociocultural os transtornos mentais são entendidos como condutas divergentes, 
que se manifestam em resposta a condições socioculturais, tais como migração, 
pobreza, discriminação, estresse ocupacional entre outros. Analisados sob o olhar 
de seu cenário sociocultural, histórico e simbólico. Os transtornos e sintomas são 
significados de acordo com os valores e normas culturais eminentes, sendo 
passíveis de estudos, uma vez que a cultura é fator substancial na delimitação 
entre o normal e patológico, desde o estabelecer de um transtorno à terapêutica 
que trata destes. 
11 
 
 
PSICOPATOLOGIA OPERACIONALPRAGMÁTICA E PSICOPATOLOGIA 
FUNDAMENTAL 
A atuação operacional-pragmática, delineia os sintomas e transtornos de 
modo eventual, de acordo com seu aproveitamento prático, direcionado à produção 
de estudos. Nesse olhar, a essência das doenças e sintomas e seu embasamento 
não são relevantes. Em contrapartida a concepção da psicopatologia 
fundamental, concentra-se no embasamento teórico e histórico de toda definição 
patológica, que realça a ideia de doença mental como suplício, indiferença, paixão. 
Tais divisões denotadas expõe a diversidade conceitual assim como 
aplicabilidade prática das abordagens. Percepções que agregam de modo 
imparcial são mais interessantes, pois sobressaem às divisões dos aspectos 
ambientais e biológicos. 
 
2 O NORMAL E O PATOLÓGICO 
 
 
 
Fonte: encrypted-tbn2.gstatic.com 
 
 
Para Almeida Filho (2000), o conceito de saúde e de normalidade em 
psicopatologia é questão de grande controvérsia, sendo fundamental o 
questionamento permanente e aprofundado sobre o que seriam o normal e o 
patológico. 
Determinar o que é normal ou patológico não é tarefa fácil, pois tal definição 
se relaciona ao que é desejável ou não, aprazível ou não, e mesmo que de modo 
12 
 
 
implícito tendo a rotular a pessoa como normal ou anormal. Ademais, a conduta e a 
condição mental dos indivíduos são aspectos relevantes, inerentes aos propósitos 
humanos, que não permanece inerte no cuidado para com os sentimentos, 
condição mental e comportamento alheio. 
Como afirma Dalgalarrondo (2019), classificar de normal/anormal ou 
patológico/saudável alguém cuja orientação do desejo erótico é homossexual ou 
cuja identidade de gênero é de transgênero afeta marcadamente milhares de 
pessoas reais, para as quais essas definições interferem diretamente em suas 
vidas. Assim, o debate sobre normalidade em psicopatologia é um debate vivo, 
intenso, interessado, repleto de valores (explícitos ou não), com conotações políticas 
e filosóficas (explícitas ou não) e conceitos que implicam o modo como milhares de 
pessoas serão situadas em suas vidas na sociedade. 
Casos onde o comprometimento mental é grave, produzindo distúrbios 
intensos, bem como psicose grave, demência profunda, delimitar entre o saudável 
e patológico é menos complexo. Todavia, em casos onde os sintomas/sinais são 
mais leves, e casos onde a definição é complexa, a definição entre saudável e 
patológico se torna delicado. 
 
O conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria 
definição do que é saúde e doença/transtorno mental. Os próprios termos 
levantam discussão. No século XIX, usava-se o termo “alienação”, oriundo 
do direito; no século XX, passou-se a usar o termo “doença mental”; e, nas 
últimas décadas, com os sistemas diagnósticos Classificação 
internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID) e 
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM) ganhando 
protagonismo, passou-se a usar o termo “transtorno mental”. 
(Dalgalarrondo, 2019) 
Sobre a normalidade, Canguilhem (1978) diz, há vários e distintos critérios 
de normalidade e anormalidade em medicina e psicopatologia. A adoção de um ou 
outro depende, entre outras coisas, de opções filosóficas, ideológicas e 
pragmáticas do profissional ou da instituição em que ocorre a atenção à saúde. 
Entre os critérios basilares acerca da normalidade aplicados na psicopatologia, 
podemos destacar: normalidade como ausência de doença, onde a ausência de 
sinais e sintomas é sinônimo de saúde, sendo este um critério muito precário por se 
embasar na negativa dos sintomas para determinar a normalidade, conforme cita 
LERICHE (1936), “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos”; normalidade ideal, cria-
13 
 
 
se hipoteticamente um ideal que se constitui na sociedade, que dependerá dos 
aspectos ideológicos, dogmáticos, socioculturais de cada sociedade; normalidade 
estatística, este quantifica os fenômenos, sua ocorrência e regularidade, delimita-
osna população, sendo também um critério falho, pois a frequência não significa 
que é saudável; normalidade como bem-estar, critério disposto pela Organização 
Mundial da Saúde e, 1946, caracterizando a normalidade como bem-estar físico, 
mental e social, por ser muito amplo poucas pessoas se adequariam; normalidade 
funcional, relaciona-se a questões funcionais, onde patológico é quando o 
fenômeno é disfuncional, desestruturado causando dor, sofrimento ao indivíduo ou 
para os que estão ao seu redor; normalidade como processo, ressalta-se questões 
dinâmicas da evolução psicossocial, suas alterações ao longo do tempo, sua 
concepção é de grande utilidade quando se refere à psicopatologia clínica de 
crianças, adolescentes e idosos; normalidade subjetiva, a concepção subjetiva do 
indivíduo tem maior relevância no tocante a sua condição de saúde, tal critério 
deixa lacunas o sentir-se feliz ou saudável, pode estar presentes em muitas 
pessoas, inclusive em situação de fase maníaca do transtorno bipolar; 
normalidade como liberdade, onde a ausência, perda da liberdade de viver, existir 
é caracterizado como doença mental, como afirma Henry Ey (2008),[...] as 
enfermidades físicas são ameaças à vida, as enfermidades mentais são ataques à 
liberdade. [...] no transtorno mental [...] o processo mórbido travando, bloqueando, 
dissolvendo a atividade psíquica, diminui a liberdade e responsabilidade do 
paciente mental; normalidade operacional, tal critério é parcial, com desígnios 
objetivos e claros, ao determinar o que é normal e patológico, empenha-se 
funcionalmente acerca do conceito. 
Diante do exposto, percebe-se a variabilidade dos critérios de normalidade 
bem como sua aplicabilidade, que dependerá da orientação teórica do profissional 
ou instituição, não descartando a possibilidade da aplicação de diversos critérios. 
Contudo uma conduta de análise, atenta do profissional é necessária. 
 
3 O DIAGNÓSTICO EM SAÚDE MENTAL 
 
Para o diagnóstico em saúde mental, faz-se necessário seguir alguns 
princípios das ciências médicas, que também apresentam questões singulares, 
como destaca Dalgalarrondo (2019): 
14 
 
 
O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado 
preponderantemente nos dados clínicos. É importante ressaltar, entretanto, que os 
exames complementares (semiotécnica armada) não substituem o essencial do 
diagnóstico psicopatológico: uma história clínica bem colhida e um exame do 
estado mental minucioso, ambos interpretados com habilidade; o diagnóstico 
psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos (delirium, demências, 
síndromes focais, etc.), de modo geral, não é baseado em mecanismos etiológicossupostos pelo avaliador. Baseia-se principalmente no perfil de sinais e sintomas 
apresentados pelo paciente na história do transtorno, desde que surgiu até o 
momento atual da avaliação. De modo geral, não existem sinais ou sintomas 
psicopatológicos específicos de determinado transtorno mental; 
O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com 
a observação do curso do transtorno. Dessa forma, o padrão evolutivo de 
determinado quadro clínico obriga o psicopatólogo a repensar e refazer 
continuamente seu diagnóstico. Uma das funções do diagnóstico em medicina é 
prever e prognosticar a evolução e o desfecho da doença (o diagnóstico deveria 
indicar o prognóstico). Ressaltou o psiquiatra brasileiro Leme Lopes (1954), o 
diagnóstico psiquiátrico deve ser sempre pluridimensional. Várias dimensões 
clínicas e psicossociais devem ser incluídas para uma formulação diagnóstica 
completa: identifica-se um transtorno mental como a esquizofrenia, a depressão, a 
dependência de álcool, etc., diagnosticam-se condições ou doenças ou condições 
físicas associadas (hipertensão, cirrose hepática, obesidade, etc.) e avaliam-se a 
personalidade e o nível intelectual desse paciente, sua rede de apoio social, além 
de fatores ambientais protetores ou desencadeantes; 
Confiabilidade e validade do diagnóstico em psicopatologia, a confiabilidade 
de um procedimento diagnóstico (técnica de entrevista padronizada, escala, teste, 
diferentes entrevistadores, etc.) diz respeito a sua capacidade de produzir, em 
relação a um mesmo indivíduo ou para pacientes de um mesmo grupo 
diagnóstico, em circunstâncias diversas, o mesmo diagnóstico. Ao mudar 
diferentes aspectos do processo de avaliação (avaliador ou momento de 
avaliação), o resultado final permanece o mesmo. Assim, quando a avaliação é 
feita por examinadores distintos ou em diferentes momentos, obtém-se o mesmo 
diagnóstico. Tem-se um indicador de reprodutibilidade do diagnóstico. 
15 
 
 
3.1 Avaliação Psicopatológica 
 
A avaliação dos pacientes em psicopatologia é realizada principalmente 
através de entrevistas. Esta não deve ser considerada superficial, apenas um 
questionar o paciente sobre determinados aspectos da vida. Na verdade, além da 
observação cuidadosa dos indivíduos, é também a principal ferramenta de 
conhecimento da psicopatologia. Por intermédio da entrevista feita com 
habilidades e estratégias, os profissionais podem obter valiosas informações 
clínicas diagnósticas, compreender a dinâmica emocional do paciente e, mais 
relevante, pragmaticamente, para as intervenções e planos de tratamento mais 
adequados. 
A prática profissional em saúde mental tem como pilares essenciais, atingir 
compreensão significativa do atendimento ao paciente, e nesse momento conduzir 
de maneira proficiente e produtiva. Os elementos centrais da avaliação na 
entrevista psicopatológica são a anamnese e exame psíquico. Inclui-se também a 
avaliação física, avaliação neurológica, avaliação psicológica (psicodiagnóstico), 
exames complementares. 
O método e a aptidão em desenvolver entrevistas são características 
essenciais e imprescindível do especialista da saúde mental em particular. Essa 
aptidão pode ser desenvolvida ou ser característica do perfil do especialista, de 
sua percepção das relações interpessoais, sendo neste caso instintiva. 
Em primeiro lugar, pode-se dizer que as habilidades do entrevistador são 
reveladas pelas perguntas que faz, pelas perguntas que evita e quando e como 
falar ou apenas pela decisão de calar-se. Uma particularidade essencial dos 
entrevistadores é a aptidão de estabelecer uma relação empática e tecnicamente 
útil com a prática clínica. O profissional deve ser capaz de acolher a dor do 
paciente, propiciar uma escuta qualificada, ouvindo suas dificuldades e 
características. Além de serenidade e respeito, os profissionais também precisam 
de certo temperamento e habilidade para instituir limites para os pacientes 
ofensivos ou severos, a fim de se proteger e garantir o contexto da entrevista. A 
entrevista bem desenvolvida dependerá do “felling” do profissional em discernir o 
momento em que se faz necessário ouvir o paciente com tranquilidade e atenção 
do momento em que sua intervenção e participação são mais significantes. 
16 
 
 
A primeira entrevista bem estruturada e elaborada é primordial para um bom 
desenvolver do tratamento, proporciona ao paciente segurança, alívio, confiança, 
do contrário onde a estruturação não existe, havendo desencontros, causando 
sentimentos de hostilidade no paciente, tende ao afastamento do tratamento. 
Dalgalarrondo (2019) destaca, logo no início, o olhar e, com ele, toda a 
comunicação não verbal já têm sua importância: é o centro da comunicação, que 
inclui toda a carga emocional do ver e ser visto, do gesto, da postura, das 
vestimentas, do modo de sorrir ou expressar sofrimento. 
 
“A primeira impressão tem o seu valor próprio e dificilmente poderá ser 
recapturada em ocasiões posteriores [...] com maior frequência, essa 
impressão é correta, mesmo que desapareça aos poucos ou passe a ser 
considerada como enganosa, quando a atenção estiver voltada para os 
detalhes, as ideias e as informações fornecidas pelo paciente”. Mayer-
Gross, Slater e Roth (1976). 
 
4 AS FUNÇÕES MENTAIS 
 
 
 
Fonte: super.abril.com.br 
 
Embora se perceba basilar a análise minuciosa das funções mentais 
estremadas tal como suas variações, importante salientar que a disjunção da 
atividade mental e da vida em diversos planos ou funções psíquicas mostra-se um 
movimento por demais ilusório. Tal disjunção refere-se somente ao procedimento de 
interpretação da vida mental, demonstrando-se prestadio por um lado propiciando 
análise minuciosa de certas questões da vida psíquica (normal e patológica), porém 
perigoso, por tender a equívocos e reducionismo indevido, fomentando a crença na 
17 
 
 
autonomia de tais fenômenos. O exercício clínico leva a presumir que a afetividade, 
memória, a vontade, a consciência sejam esferas autônomas e naturais, 
independentes. 
Nesse sentido Dalgalarrondo (2019) pontua, deixa-se de lembrar o que elas 
realmente são, isto é, construtos aproximativos da psicologia e da psicopatologia 
que permitem uma comunicação mais fácil e um melhor entendimento dos fatos. 
Que fique claro: não existem funções psíquicas isoladas e alterações 
psicopatológicas compartimentalizadas desta ou daquela função. É sempre a 
pessoa na sua totalidade que adoece. 
Na doença mental, discorre-se não somente sobre as séries dos sintomas 
que se manifestam com frequência expondo sua origem. Sendo tais sintomas, 
componentes da doença mental, conectados e dispostos entre si. A divisão de 
qualquer psicopatologia se torna perigoso para o diagnóstico. 
 
Em um ato psíquico, apenas pode ocorrer uma separação teórica, não 
uma separação real, entre as distintas qualidades psíquicas de que se 
trata. [...] na observação e descrição do mundo das manifestações 
psíquicas e psicopatológicas tendemos, de há muito, à fragmentação: 
descrevemos funções psíquicas singulares (como a sensação, a 
percepção, a atenção, a memória, o pensamento, o juízo). [...] se reunirmos 
estes fragmentos, ficamos com a impressão de que a vida psíquica pode 
ser compreendida como um mosaico, a partir de uma soma de 
manifestações isoladas. Esta impressão, não obstante, não corresponde 
à realidade. [...] cada função parcial na vida psíquica e cada aspecto da 
realidade psíquica só existem em vinculação estreita com toda a vida e 
com a realidade psíquica total. (Eugen Bleuler 1985, p. 16) 
 
4.1 Transtornos Mentais 
De acordo com Ferreira (1999), transtorno tem por característica um 
comportamento que exprime contrariedade, decepção, marcadas por atitudes que 
revelam desarranjo ou desordem neurológica. Em alguns casos, o termo pode 
referir- se também aqualquer perturbação da saúde. 
Transtornos mentais (ou doenças mentais, transtornos psiquiátricos ou 
psíquicos, entre outras nomenclaturas) são condições de anormalidade, 
sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Em 
geral, um transtorno representa um significativo impacto na vida do paciente, 
provocando sintomas como desconforto emocional, distúrbio de conduta e 
enfraquecimento da memória. 
Dentre os fatores causadores, a genética, a química cerebral (problemas 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Decep%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurologia
18 
 
 
hormonais ou uso de substâncias tóxicas que afetam o cérebro) e o estilo de vida 
são tidos como os principais desencadeadores dos diversos transtornos existentes. 
Doenças em outras partes do corpo podem afetar a mente, e inversamente, 
transtornos ou doenças mentais podem também desencadear outras doenças pelo 
corpo, produzindo sintomas somáticos. 
Uma doença ou transtorno mental pode ser cuidado por meio de 
intervenção medicamentosa, ou diversas formas de psicoterapia. O diagnóstico 
envolve o exame do estado mental e seu histórico clínico, podendo também ser 
utilizados testes psicológicos, exames neurológicos, de imagem e exames físicos. 
4.2 Manifestação dos sintomas e transtornos mentais 
Importante destacar a particular ligação entre histórico de vida, eventos vitais 
e propósito de vida do indivíduo. Ademais, no que refere aos sintomas quanto às 
síndromes, interessante elucidar as prováveis condições que predispõe, tais como 
fatores genéticos, vivências emocionais tanto na infância como na adolescência, 
circunstâncias precedentes de vida e precipitantes como stress, rompimentos, 
causas atuais e o aparecimento dos desarranjos mentais. É indispensável atentar a 
forma que se manifesta no decorrer da vida, a junção das condições biológicas, 
psicológicas e sociais para a incidência de sintomas, síndromes ou transtornos 
mentais. 
Então em psicopatologia, acredita-se que junto às condições genéticas 
(gestacional e perinatal), que antecedem o começo da vida relacional do indivíduo, 
existem as razões predisponentes. No desenvolvimento gestacional, as pessoas 
trazem junto de si uma fragilidade própria, a hereditariedade, para os diversos 
transtornos. Tais razões predisponentes se constituem com a conexão da 
fragilidade própria e as vivências iniciais, que compõem a primeira e segunda 
infância. 
As síndromes são grupos de sinais e sintomas que se agregam de modo 
regular e são analisados na atuação clínica diária. Esses agrupamentos regulares 
dos sintomas, são desenvolvidos por diversas razões. De acordo com Lemes 
Lopes (1980), identificar síndromes é o primeiro passo no sentido de ordenar a 
observação psicopatológica dos sinais e dos sintomas dos pacientes. 
O diagnóstico sindrômico é uma prática clínica simples, porém 
http://www.galenoalvarenga.com.br/testes-psicologicos
http://www.galenoalvarenga.com.br/testes-psicologicos
19 
 
 
habilidosamente relevante no discernimento clínico. Segundo Van Den Berg (1970) 
é uma indicação preciosa para o diagnóstico. Desse modo, o discernimento clínico 
se desenvolve progressivamente no decorrer das avaliações iniciais, promovendo 
um entendimento mais intenso acerca do paciente e seu desarranjo mental. 
Para Dalgalarrondo (2019), é interessante e mais útil que os transtornos 
sejam definidos segundo sistemas internacionais de diagnóstico e classificação, 
estabelecidos por grupos de pesquisadores e profissionais experientes (como 
DSM-5 e CID-11), com vocabulário e construtos compreendidos e utilizados de 
forma estável pelos profissionais e pesquisadores, visto que, dessa forma, o 
conhecimento pode progredir no mundo todo, de modo mais rápido e fecundo. 
 
Em muitas situações clínicas, por dispor-se de pouca informação sobre o 
paciente, pela dificuldade intrínseca do caso ou pela insuficiência de 
conhecimento científico, faz-se necessário utilizar e se contentar 
provisoriamente com o diagnóstico sindrômico (Eisenberg, 1993). 
 
5 SÍNDROMES DEPRESSIVAS 
 
Na perspectiva da psicopatologia, as síndromes depressivas apresentam 
como características relevantes o humor triste, o desânimo, relativamente 
acentuado. Na depressão, a tristeza e o desânimo são, desmedidamente 
profundos e prologados comparados às reações corriqueiras de tristeza que se 
manifestam no decurso da vida. Os quadros depressivos caracterizam-se por uma 
multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos e neurovegetativos, ideativos e 
cognitivos, relativos à autovaloração, à vontade e à psicomotricidade. 
(Dalgalarrondo,2019). 
Em quadros graves de depressão, é passível de se manifestarem sintomas 
psicóticos, como alucinação ou delírio, notável mudança psicomotora (lentidão), 
como também fatos biológicos associados. 
Dos sintomas característicos das síndromes depressivas podemos citar 
conforme Dalgalarrondo (2019): 
Tristeza, sentimento de melancolia, na maior parte do dia, todos ou quase 
todos os dias; 
Choro fácil e/ou frequente Apatia (indiferença afetiva) na maior parte do dia, 
todos ou quase todos os dias; 
20 
 
 
Sentimento de falta de sentimento; 
Sentimento de tédio, de aborrecimento crônico Irritabilidade aumentada (a 
ruídos, pessoas, vozes, etc.), na maior parte do dia, todos ou quase todos os dias; 
Também se manifestam comumente a angústia, ansiedade, o desespero e 
a desesperança, entre outros agrupamentos de sinais e sintomas como alterações 
da volição e da psicomotricidade, alterações ideativas, alterações da esfera 
instintiva e neurovegetativa, alterações da autovaloração, alterações cognitivas, 
sintomas psicóticos. 
Sobres as síndromes depressivas, vale ressaltar que são distribuídas em 
subtipos, sendo eles – Episódio de depressão e transtorno depressivo maior 
recorrente; Transtorno depressivo persistente e transtorno distímico; Depressão 
atípica; Depressão tipo melancólica ou endógena; Depressão psicótica; Estupor 
depressivo ou depressão catatônica; Depressão ansiosa ou com sintomas 
ansiosos proeminentes e transtorno misto de depressão e ansiedade; Depressão 
unipolar ou depressão bipolar Depressão como transtorno disfórico pré-menstrual; 
Depressão mista; Depressão secundária ou transtorno depressivo devido a 
condição médica (incluindo aqui o transtorno depressivo induzido por substância 
ou medicamento). 
6 SÍNDROMES MANÍACAS E TRANSTORNO BIPOLAR 
 
 
Fonte: 
www.minutopsicologia.com.br 
 
Belmaker, (2004) destaca que, a base da síndrome maníaca são sintomas 
http://www.minutopsicologia.com.br/
21 
 
 
de euforia, alegria exacerbada, elação (expansão do Eu), grandiosidade ou 
irritabilidade marcante, desproporcionais aos fatos da vida e distintos do estado 
comum de alegria ou entusiasmo que o indivíduo sadio apresenta em sua vida. 
Nos quadros maníacos, frequentemente se nota o taquipsiquismo 
(aceleração das funções psíquicas), ocasionando agitação psicomotora, 
loquacidade e pressão para falar, exaltação, bem como aceleração do pensamento 
e escape das ideias. Para o diagnóstico, o quadro deve permanecer por pelo menos 
uma semana, no entanto a média de permanência do episódio maníaco gira em 
torno de três meses. 
Geralmente o indivíduo em estado maníaco, demonstra-se eufórico, alegre, 
brincalhão, como também arrogante, irritado e por vezes agressivo. As alterações 
ocorrem também na área ideativa, com pensamentos de conteúdo de 
grandiosidade, imprecisão, alegria, sendo imprudente e aparente. De acordo com 
Binswanger (1973) na mania “o paciente fala mais do que pensa”. 
Dalgalarrondo (2019) pontua que, o manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais (DSM-5) exige, para o diagnóstico de episódio maníaco, que 
estejam presentes, na maior parte do dia, por pelo menos uma semana 
(geralmenteduram bem mais que isso), além de humor elevado (euforia, elação), 
pelo menos mais três dos sintomas de mania (quatro, se o humor for apenas 
irritável). 
Sobre os sintomas de mania podemos citar: aumento da autoestima, 
diminuição da necessidade de sono, loquacidade, logorreia, pressão para falar, 
alterações formais do pensamento, distraibilidade, aumento de atividade ou 
agitação psicomotora, envolvimento excessivo em atividades potencialmente 
perigosas ou danosas, labilidade afetiva, agitação psicomotora, arrogância, 
heteroagressividade., desinibição social e sexual, grandiosidade, ideias de 
grandeza não psicóticas, confusão, irritabilidade, euforia, expansibilidade 
(sensação do eu engrandecido, elação), redução da necessidade de sono, 
comportamentos de ataque ou comportamentos violentos, hiper-religiosidade 
(aumento de atividades religiosas, pregação, canto de hinos, etc.), catatonia, 
incontinência fecal e/ou sujidade (comportamento de urinar ou defecar em 
qualquer lugar). 
Dos sintomas psicóticos no episódio de mania podemos citar: delírio de 
22 
 
 
grandeza, delírio de perseguição, delírio de passividade, alucinações auditivas, 
alucinações visuais, alucinações olfativas, história de sintomas psicóticos no 
passado, transtornos do pensamento. 
As síndromes maníacas são descritas nos subtipos – mania franca ou 
grave, mania irritada ou disfórica, mania com sintomas psicóticos, mania mista ou 
mania com características mistas, hipomania (ou episódio hipomaníaco), ciclotimia 
ou transtorno ciclotímico. 
O transtorno bipolar tem caráter fásico (episódios), possui vários tipos. 
Tanto os episódios de mania e depressão acontecem de forma um tanto quanto 
definida no tempo, com certa frequência, com períodos atenuados, onde o humor 
da pessoa fica normal, eutímico, com o regresso das modificações psicopatológicas 
intensas. 
Mesmo com a probabilidade de períodos de melhora quase completa, o 
transtorno bipolar é um transtorno mental grave, com consequências significativas 
no que tange a decadência na qualidade de vida, na performance e interação social 
dos indivíduos acometidos, como também dano neuropsicológico e propensão a 
doenças físicas e suicídio. A probabilidade de suicídio é intensificada em indivíduos 
que manifestam episódios mistos, aumento dos sintomas ansiosos e mudança 
súbita dos episódios, geralmente no início do transtorno bipolar, que não recebem 
tratamento adequado. Em casos de comorbidades com transtornos de 
personalidade ou uso de substâncias ilícitas (drogas) a probabilidade é ainda 
maior. 
Então o transtorno bipolar é caracterizado como do tipo I e II e ciclagem 
rápida. Sendo que no tipo I, pode-se dizer mais leve, apresenta os episódios 
depressivos alternados com período normal e ao menos uma fase maníaca, já no 
tipo II apresenta episódios depressivos com fases hipomaníacas. No caso do 
transtorno bipolar I e II, os sintomas característicos da fase maníaca são: 
autoestima elevada ou grandiosidade muito falante, loquaz ou logorreico, fuga de 
ideias distraibilidade, queda da necessidade de sono, aceleração psicomotora, 
desinibição social e/ou sexual ou aumento do gasto de dinheiro, aumento 
envolvimento em atividades prazerosas de risco. Para o diagnóstico é preciso 
identificar humor anormal elevado, expansivo ou irritável e com ao mais três dos 
sintomas supracitados, com duração mínima de uma semana. 
23 
 
 
De acordo com Dalgalarrondo (2019) o episódio hipomaníaco, deve se 
apresentar por pelo menos quatro dias, haver três ou mais sintomas bem 
demarcados de humor persistentemente elevado, irritado ou expansivo. Não pode 
haver sintomas psicóticos, assinala que os sintomas não perturbam claramente o 
funcionamento profissional ou social, e não há necessidade de hospitalização. 
No transtorno bipolar tipo ciclagem rápida, caracterizado pela alteração 
súbita de episódio, em seu diagnóstico é necessário que seja observado no período 
de dozes meses a manifestação ao menos quatro episódios bem definidos e 
distintos de transtorno do humor, mania (ou hipomania) e/ou depressão. 
Embora seja um tema polêmico e centro de muita discussão, o transtorno 
bipolar pode acometer crianças e adolescentes. Nesse caso para o diagnóstico de 
episódio de mania antes da adolescência, a identificação de sintomas como 
grandiosidade, fuga de ideias ou pensamento acelerado, hipersexualidade, euforia, 
diminuição da necessidade de sono é um requisito. Estudioso ampliam esses 
sintomas, defendendo que a irritabilidade, impulsividade, raiva e ataques de birra, 
concentração ruim, hiperatividade e dificuldades comportamentais são sintomas 
apresentados na infância que podem configurar o transtorno bipolar infantil, nesse 
sentido tal diagnóstico na infância se torna mais frequente. 
7 SÍNDROMES ANSIOSAS 
 
 
Fonte: 
www.galenoalvarenga.com.br 
24 
 
 
As síndromes ansiosas têm uma incidência significante na sociedade, 
grande parte da população sofreu ou já sofreu algum transtorno de ansiedade e/ou 
fobia. Pode-se dizer que as síndromes ansiosas num primeiro momento são 
referenciadas em dois ordens, sendo ansiedade generalizada, livre e flutuante que 
apresentam uma característica permanente e constante, e as crises de ansiedade 
abruptas relativamente intensas, também chamadas crises de pânico. Quando tais 
crises se manifestam de modo recorrente, caracteriza o transtorno de pânico. 
 
 
7.1 Transtorno de Ansiedade Generalizada – TAG 
 
É caracterizada pela manifestação de sintomas ansiosos descomedido, 
estão presentes em grande parte do dia e permanece por muito meses. 
Ocasionando irritabilidade, ansiedade e preocupação na pessoa. O diagnóstico 
deve ser feito através da análise dos sintomas, sua duração e interferência na 
vida pessoal, social e no trabalho, se está causando sofrimento na vida da pessoa. 
Os sintomas característicos da TAG são: falta do sono, dificuldade em relaxar, 
angústia contínua, irritabilidade elevada e dificuldade em concentrar-se, dores de 
cabeça, dores musculares, dores ou queimação no estômago, taquicardia, tontura, 
formigamento e sudorese fria. 
7.2 Crises de Pânico 
 
Como descreve Dalgalarrondo (2019), as crises de pânico são crises 
marcantes de ansiedade, nas quais ocorre importante descarga do sistema 
nervoso autônomo. Nelas ocorrem sintomas como batedeira ou taquicardia, suor 
frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, 
formigamentos em membros, dedos e/ou lábios. Nas crises intensas, os pacientes 
podem experimentar diversos graus da chamada despersonalização, que se revela 
como sensação de a cabeça ficar leve, de o corpo ficar estranho, sensação de 
perda do controle, estranhar- se a si mesmo. Pode ocorrer também a desrealização, 
ou seja, a sensação de que o ambiente, antes familiar, parece estranho, diferente, 
não familiar.
25 
 
 
7.3 Transtorno de Pânico 
 
De acordo com Dalgalarrondo (2019), o transtorno de pânico é denominado 
com a manifestação de crises recorrentes, com evolução do medo de ter novas 
crises, desconfortos com prováveis consequências da crise (perda do controle, 
ataque cardíaco ou sentimento de enlouquecer) e sofrimento intrínseco relevante. 
Tal transtorno pode ou não ser manifestado junto de agorafobia, causando 
desconforto expressivo e medo de lugares extensos e agrupamentos. 
 
7.4 Transtorno Fóbico 
 
Esse transtorno é descrito por medo agudo e incoerente, desmedidos, 
ocasionados por momentos, objetos ou animais que absolutamente não 
apresentam 
à pessoa risco real e congruente à força de tal medo. Dentre os transtornos 
fóbicos podemos citar Agorafobia, fobia simples ou específica, ansiedade social e 
fobia social. 
 
7.5 Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
 
Caracterizado pela elevada manifestação de ansiedade que surge após a 
vivência da pessoa a uma oumais situações excessivamente ameaçadores, 
traumáticos e horríveis (como violência sexual, rapto, assalto, homicídio, 
desabamentos, incêndios, catástrofes naturais, entre outros). O indivíduo é pego 
por lembranças recorrentes da situação vivida no trauma, normalmente essas 
lembranças trazem consigo emoções fortes (ansiedade, medo, sensações físicas). 
 
7.6 Transtorno Obsessivo Compulsivo 
 
São caracterizados por pensamentos, imaginação e imagens obsessivas e 
por ação, ritos ou condutas compulsivas, agindo como uma imposição sobre o 
indivíduo, fazendo-o se submeter a tal situação, como se estivesse sendo obrigado 
a tal ato. 
 
26 
 
 
7.7 Transtorno Hipocondríaco 
 
Nesse transtorno a pessoa busca continuamente por atendimento médico e 
serviços de saúde devido ao temor de adoecer, assim ele pode “se assegurar” de 
não ter doenças. Muito embora exista o anseio de adoecer, não caracteriza 
comportamento delirante, pois em algum momento a pessoa pode questionar o 
excesso de preocupação. Constantemente comorbidades de personalidade se 
manifestam junto a este transtorno. 
 
8 SÍNDROMES PSICÓTICAS 
 
 
 
Fonte: gilsantosnoticias.com 
 
 
As síndromes psicóticas são caracterizadas por vivências como delírios e 
alucinações, desestrutura significativa do pensamento e do comportamento. 
Sensação de perseguição ou ameaça, mudanças na vida familiar, social e pessoal, 
são situações que se manifestam com frequência nesses quadros. 
Dalgalarrondo (2019) expõe que a orientação da psiquiatria clínica, enfatiza 
a noção de psicose como presença de sintomas psicóticos (delírios, alucinações, 
desorganizações marcantes de pensamento e comportamento). Esses elementos 
clínicos são os critérios de identificação e diagnóstico de psicoses propostos pela 
CID11 e DSM-5.
27 
 
 
8.1 Esquizofrenia 
 
A esquizofrenia é das síndromes psicóticas com mais incidência no mundo. 
Nos primeiros estudos, a esquizofrenia era classificada com subtipos, a paranoide, 
catatônica, hebefrênica, simples, no entanto tais classificações não foram 
mantidas pelos sistemas de classificação atuais por não se demonstrarem úteis. 
Assim os estudos buscaram identificar grupos de sintomas e comportamentos que 
manifestam nas diversas faces da esquizofrenia, estes grupos de sintomas em 
alguns casos se combinam de modo variado. Os grupos de sintomas foram 
delimitados da seguinte forma: sintomas negativos; positivos; de 
desorganização; psicomotores/catatonia; humor; prejuízos cognitivos. 
8.2 Transtorno Delirante 
 
De acordo Dalgalarrondo (2019), o transtorno delirante é uma forma distinta 
de psicose próxima à esquizofrenia, que se caracteriza pelo surgimento e pelo 
desenvolvimento de um delírio ou sistema delirante (vários delírios de alguma 
forma interligados tematicamente) com considerável preservação da 
personalidade, da afetividade, da cognição e do resto do psiquismo do indivíduo 
acometido. Não deve haver pensamento e/ou comportamento francamente 
desorganizado ou sintomas negativos marcantes. 
 
O transtorno delirante, tal como descrito nos sistemas diagnósticos atuais 
(CID-11 e DSM-5), é um construto heterogêneo. Poucos casos são 
subagudos e transitórios, com remissão completa após alguns meses, e 
outros evoluem para quadros mais graves de esquizofrenia. Entre esses 
dois extremos, há pessoas com delírios persistentes, que expressam a 
ideia clássica de paranoia (Opjordsmoen, 2014). 
 
A ocorrência do transtorno delirante é mais comum em pessoas acima de 
40 ou 50 anos de idade e normalmente tem um percurso crônico e estável. A 
duração do delírio deve durar ao menos um mês (DSM-5) ou três meses (CID-11), 
podendo ser mais longa, durando anos. 
Há também o transtorno psicótico agudo que apresenta sintomas parecidos 
com a esquizofrenia, como o delírio e alucinação. Tem surgimento agudo bem 
como a remissão dos sintomas é também rápida. 
Dalgalarrondo (2019) alerta que, o transtorno psicótico agudo pode 
28 
 
 
confundir- se com transtorno de estresse pós-traumático ou com quadros graves e 
prolongados de transtorno dissociativo (frequentemente denominado na tradição 
psicopatológica de histeria). Transtornos ou traços de personalidade do grupo B 
(sobretudo transtornos da personalidade borderline e histriônica) e transtorno da 
personalidade esquizotípica, além de traços de personalidade do tipo “psicoticismo”, 
podem preceder ou predispor as pessoas a apresentar transtorno psicótico 
agudo/breve. 
8.3 Transtorno Esquizoafetivo 
 
O transtorno esquizoafetivo é caracterizado pelo surgimento de sintomas 
requisitados para o diagnóstico de esquizofrenia em conjunto (no mesmo episódio, 
concomitantemente, ou com espaço de poucos dias entre eles) com sintomas 
próprios de um quadro de depressão maior, de mania ou de episódio misto (para a 
CID-11, concomitância com duração de pelo menos um mês). 
9 SÍNDROME PSICOMOTORA 
 
As síndromes psicomotoras são classificadas como de agitação psicomotora 
e as de estupor e lentificação psicomotora. Compreender essas síndromes é muito 
importante para a atuação clínica em psiquiatria e atendimentos à saúde mental. 
 
9.1 Síndrome de Agitação Psicomotora 
 
Nas síndromes de agitação psicomotoras, é percebida intensa 
aceleramento da esfera motora e elevação da excitabilidade; ademais, o paciente 
se apresenta desinquieto, andando de um lado para outro, gesticulando, 
expressando contínua inquietação. Podem estar relacionados à agitação 
psicomotora sintomas como loquacidade ou logorreia, insônia, irritabilidade, 
hostilidade e agressividade. 
A agitação psicomotora é classificada por subtipos como, agitação maníaca, 
paranoide, catatônica, psico-orgânica, nas demências, nos quadros de deficiência 
intelectual, explosiva associada a transtorno da personalidade, histriônica, ansiosa. 
Na agitação maníaca pode-se identificar agitação psicomotora intensa, 
29 
 
 
logorreia, inquietude, ideia de grandeza, irritabilidade, arrogância, irritabilidade. 
Na agitação paranoide pode-se identificar ideias delirantes, desconfiança, 
estado de vigília, tensão. 
Na agitação catatônica identifica-se impulsividade, reações agressivas, 
presença de alucinação e delírio. 
Na agitação psico-orgânica identifica-se confusão mental, desorientação, 
dificuldade de compreensão das situações ao redor. Sua maior incidência é em 
situações de uso abusivo de drogas, síndromes de abstinência. 
Na agitação nas demências, em pessoas acometidas por alzheimer, dentre 
outras, identifica-se muita desconfiança, medo, cognição comprometida. 
Na agitação nos quadros de deficiência intelectual, devido ao 
comprometimento cognitivo, e ter dificuldade em lidar com determinadas situações, 
pode manifestar choro, grito, birra, agressividade num momento de agitação. 
Na agitação explosiva associada a transtorno da personalidade, pessoas 
acometidas por tais transtornos tem propensão a reagir a frustrações, de maneira 
agressiva e explosiva. Essa agitação pode surgir subitamente e sumir quando a 
pessoa consegue o que deseja. 
Na agitação histriônica tem por característica um comportamento de chamar 
a atenção, teatral, a pessoa se demonstra escandalosa, buscando ser o centro das 
atenções. 
Na agitação ansiosa, pessoas com quadros elevados de ansiedade 
apresentam inquietude, tensão nas mãos, ato de roer unhas, profunda angústia. 
Devido a ansiedade intensa há o risco de suicídio. 
 
9.2 Síndromes de Estupor 
 
De acordo com Rasmussen et. al. (2016) as síndromes de estupor incluem 
quadros de diferentes etiologias, com retardo psicomotor em graus variáveis e 
ausência de reatividade com preservação de consciência. Definida pela inabilidade 
ou negativa das pessoas em responder, reagir ou conduzir-se conforme exigências 
do ambiente. Frequentemente a pessoa apresenta mutismo, se limitando à sua 
cama ou a uma cadeira,sem interação social, não se alimenta. Tal comportamento 
é involuntário, a pessoa não escolhe agir assim. 
30 
 
 
Dalgalarrondo (2019) expõe que existem quatro subtipos de estupor, 
relacionados a quadros nosológicos específicos ou distintos mecanismos 
produtores: estupor depressivo, estupor na esquizofrenia, estupor psicogênico e 
estupor orgânico. 
9.3 Síndrome de Comportamento Disruptivos na Infância e Adolescência 
 
Tem maior presença na infância e adolescência, se associa ao autocontrole 
do comportamento e das emoções. A presença desse transtorno traz dificuldades 
com o controle emocional, potencializa condutas agressivas que infringem direitos 
de outros, atos destrutivos consigo e como os outros, causando atritos com regras 
sociais. 
9.4 Transtorno disruptivos da desregulação do humor 
 
Tem por característica principal a irritabilidade crônica grave. Seu 
diagnóstico geralmente é realizado antes dos dez anos de idade, no entanto não 
pode ser feito em crianças menores de seis meses. Os sintomas manifestados 
neste transtorno são explosão de raiva, humor constante irritável e zangado, 
podem surgir em diferentes ambientes. 
 
9.5 Transtorno de Oposição Desafiante 
 
A respeito desse transtorno, Dalgalarrondo (2019) fala que nessa condição, 
observa-se, em crianças e adolescentes, humor de base irritável ou raivoso, assim 
como comportamento frequentemente desafiante ou questionador e índole 
vingativa. E complementa, o comportamento desafiante e/ou questionador revela 
frequente questionamento de figuras de autoridade (pais, professores, pessoas 
adultas com papel de educador ou disciplinar), recusa a obedecer a regras ou 
pedidos de tais figuras e atitude desafiadora dirigida a tais pessoas. Crianças com 
o transtorno com frequência culpam outros por seus erros ou mau comportamento 
e incomodam deliberadamente as demais pessoas. 
Crianças com esse transtorno apresentam humor raivoso, se incomodam 
com facilidade e com frequência perdem a calma. 
31 
 
 
9.6 Transtorno da Conduta 
 
Também chamado de transtorno dissocial de conduta, é definido por 
condutas violentas que violam normas (leis, regras, direitos alheios), de modo 
recorrente e resistente. Para seu diagnóstico é necessário a presença desses 
comportamentos num período mínimo de um ano. 
9.7 Transtorno Explosivo Intermitente 
 
Caracterizado por explosões comportamentais regular, a criança ou 
adolescente não consegue conter os impulsos de agressividade, acarretando em 
verbalização agressiva com xingamentos, discussões violentas, agressividade 
física (com pessoas ou animais), podendo também quebrar objetos. 
A dimensão da agressividade expressa durante as explosões é claramente 
desproporcional em relação às provocações ou aos estressores 
psicossociais desencadeantes. Deve-se atentar aqui para o fato de as 
explosões de agressividade não poderem ser premeditadas, não terem 
objetivos de atingir a um fim predeterminado tangível (obter dinheiro, 
intimidar os outros ou obter mais poder). São explosões impulsivas, e não 
instrumentais para obter ganhos desejados. (Dalgalarrondo, 2019). 
10 TRANSTORNOS ALIMENTARES 
 
Gerbasi et al. (2014) enfatiza que a conduta alimentar é motivada pelas 
sensações básicas de fome, sede e saciedade. Estas são geradas, controladas e 
monitoradas por diversas áreas do organismo: o hipotálamo (centro da saciedade) 
e várias estruturas límbicas e corticais, mediadas por substâncias como a insulina, 
a leptina e a grelina. Além disso, mudanças sociais e culturais relacionadas ao 
padrão de beleza, sobretudo feminina (beleza magra), têm tido impacto 
internacional sobre a prevalência e o curso das síndromes de comportamento 
alimentar, que têm aumentado em muitas regiões do mundo. 
32 
 
 
10.1 Anorexia Nervosa 
 
Fonte: encrypted-tbn3.gstatic.com 
É definida pela presença de baixo peso relacionado ao peso ideal por 
consequência da redução de alimentação necessária, a pessoa não se alimenta, 
provoca vômitos, faz uso de laxantes, diuréticos e anorexígenos, levando a perda 
de peso autoinduzida. Existindo um empenho infindável de emagrecer por medo 
exagerado e doentio de ficar ou parecer gordo. 
Há busca implacável de magreza e medo intenso e mórbido de parecer ou 
ficar gorda, trazendo outras complicações para a saúde. Ela apresenta dois 
subtipos, o tipo restritivo e o tipo compulsão alimentar purgativa. 
10.2 Bulimia Nervosa 
 
 
Fonte: www.infoescola.com 
http://www.infoescola.com/
33 
 
 
A bulimia nervosa para Mehler (2003) é descrita por preocupação excessiva 
com controle do peso corporal, que leva o paciente a tomar medidas extremas, 
como vômitos autoinduzidos, purgação, enemas e diuréticos, a fim de mitigar os 
efeitos do aumento de peso decorrente da ingestão de alimentos. A pessoa 
acometida por esse transtorno apresenta medo resistente de comer e a vontade de 
se alimentar, propiciando episódio de hiperfagia, os constantes de “ataques à 
geladeira”. Pessoas acometidas por este transtorno normalmente é negam tal 
prática quando questionadas por profissional da saúde. É dividido em níveis de 
gravidade, sendo leve, moderada, grave e extrema. 
O transtorno de compulsão alimentar tem por característica, a pessoa 
manifesta o ato de comer compulsivamente, tem o sentimento que perdeu o 
controle em comer, sofre rejeita seus comportamentos, sente culpa, mas nesse 
caso não apresenta comportamentos purgativos. 
No transtorno de ruminação há a presença de conduta recorrente e 
proposital de regurgitar o alimento engolido. 
11 TRANSTORNO DEVIDO AO USO DE SUBSTÂNCIAS E 
COMPORTAMENTOS ADITIVOS 
 
 
Fonte: 
www.adesg.net.br 
 
http://www.adesg.net.br/
34 
 
 
Substâncias como cafeína, tabaco, álcool, cocaína, maconha, crack, 
opioides, alucinógenos, anfetamínicos, sedativos, inalantes, hipnóticos e 
ansiolíticos agem sobre o cérebro, proporcionam sensação de prazer ou excitação 
(ativando o sistema de recompensa do cérebro). Gardner (2011) destaca que as 
principais estruturas desses circuitos são o nucleus accumbens (NAc), a área 
tegmental ventral e a amígdala, e o principal neurotransmissor envolvido é a 
dopamina. 
Há uma tendência maior das pessoas com transtornos mentais graves em 
desenvolver dependência à essas substâncias. 
Dalgalarrondo (2019) cita que segundo a Classificação internacional de 
doenças e problemas relacionados à saúde (CID-11), os transtornos devidos a 
substâncias são ordenados em categoria única, para cada tipo de substância 
(álcool, cocaína, maconha, etc.). Nessa categoria (p. ex., transtorno devido ao 
álcool), para cada tipo de problema, deve-se, quando necessário, acrescentar os 
especificadores ou subtipos – por exemplo, transtorno devido ao álcool: 
intoxicação, dependência, abstinência e quadros psicopatológicos induzidos. 
O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), 
classifica os transtornos associados a substâncias em dois grupos, sendo 
transtornos por uso de substâncias e transtornos induzidos por substâncias. 
 
Não há uma razão única que explique, para todas as pessoas, por que se 
passa a usar substâncias ou quando e por que tal uso se torna um 
transtorno destrutivo para o indivíduo e para a sociedade (Dawes et al., 
2000). 
 
Observa-se que o começo do uso de substâncias, geralmente na 
adolescência, é associado a aspectos como a curiosidade, convivência 
(companheiros (as) que já fazem o uso), busca por aceitação pelo grupo, 
sentimento de pertença a uma subcultura, prazer em infringir normas (fazer algo 
ilegal), desejo de diminuição de sentimentos desagradáveis como ansiedade, 
solidão, impotência, tensão, tristeza, baixa autoestima. 
 
11.1 Transtornos por uso de substâncias 
 
Nessa situação, é identificado o uso constante e habitual de uma 
35substância, mesmo diante dos prejuízos relevantes que o uso traz. A pessoa 
acometida por esse transtorno não consegue ter controle sobre o uso, é submetido 
a problemas psicossociais e sociais visíveis, prejuízos psicológicos e físicos, 
apresenta tolerância e abstinência. 
A pessoa apresenta sentimento de fracasso, devido às tentativas frustradas 
em cessar o uso, a fissura, que geralmente é incitada pelo ambiente de uso da 
substância. Apresenta comprometimento na responsabilidade em cumprir deveres 
como trabalho, estudos, assim como a deserção de atividades importantes da vida. 
Não conseguindo extinguir o uso mesmo com os s prejuízos em sua vida pessoal, o 
afastamento das pessoas, isolamento, bem como os prejuízos na saúde física. A 
tolerância à substância utilizada é cada vez maior, ou seja, a necessidade do 
aumento da quantidade utilizada, para obtenção do efeito esperado. Apresente 
também a abstinência, que ocorre quando o teor da substância no organismo 
diminui causando ansiedade, tremores, insônia, sudorese, os sintomas variam de 
acordo com a substância usada. 
11.2 Transtornos induzidos por substâncias 
 
De acordo com Dalgalarrondo (2019), os transtornos induzidos são, devidos 
aos efeitos fisiológicos da substância no cérebro. Há uma relação específica entre 
o uso e a síndrome induzida. Trata-se de quadros geralmente reversíveis que 
podem durar horas ou dias, mas que não ultrapassam, de modo geral, um mês 
sem o uso da substância. Os transtornos induzidos podem ser a intoxicação, a 
síndrome de abstinência da substância, diversas psicopatologias como depressão, 
transtorno neurocognitivo, ansiedade, psicose, delirium. A intoxicação apresenta 
mudanças mentais e comportamentais, perda do grau de consciência, confusão da 
atenção, do pensamento, da percepção, do julgamento, da psicomotricidade, 
agressividade, provocados pelo consumo intenso de uma substância. 
 
11.3 Transtornos por uso do álcool 
 
De acordo com a CID-11, os transtornos oriundos do uso de álcool 
representam um modelo de consequências negativas subsequente ao uso da 
substância, até mesmo intoxicação, uso arriscado, dependência, síndrome de 
36 
 
 
abstinência e transtornos mentais induzidos pelo álcool. 
Duffy (1995) cita que é comum que o indivíduo negue terminantemente ou 
minimize que o álcool seja um problema em sua vida, que usa bebidas alcoólicas 
de forma claramente perigosa e prejudicial, que não consegue parar de beber ou 
que perdeu o controle sobre seu padrão de ingesta. O uso abusivo de álcool pode 
causar delirium tremens, alucinose alcoólica (alucinações audioverbais), delírio de 
ciúmes, embriaguez patológica. 
11.4 Transtornos por uso da maconha 
 
O transtorno por uso da maconha tem como fatores de risco problemas nas 
relações familiares, dificuldades escolares, influência de familiares próximos, o 
fácil acesso à droga. O início do uso normalmente é antes dos quinze anos e seus 
efeitos pode variar entre sensação de prazer, relaxamento, riso sem motivo, 
muita fome, 
confusão da percepção tempo-espacial, dispersão da atenção e concentração, 
boca seca, olhos vermelhos. 
11.5 Transtorno por cocaína e crack 
 
A cocaína pode ser inalada, injetada ou fumada (no caso do crack). A ação 
da cocaína no organismo quando aspirada é rápida, durando até 45 minutos. No 
caso do crack, a ação é imediata, no entanto dura cerca de 10 minutos, causando 
enorme fissura para o uso, favorecendo a dependência, sendo esta uma das 
dependências mais graves. 
Dalgalarrondo (2019) destaca que os efeitos imediatos mais frequentes da 
cocaína (pó ou crack) são: “sensação subjetiva de bem-estar ou euforia”, de estar 
“mais ativo, mais alerta, autoconfiante ou forte”, com “mais energia” e pensamento 
acelerado, fisicamente, pode haver taquicardia, aumento da frequência 
respiratória, sudorese, dilatação das pupilas, tremores leves de mãos e pés, tiques 
e contrações musculares de língua e mandíbula, ansiedade e crises de pânico, 
sensação de desconfiança, perseguição, sua ação no coração está relacionada a 
risco aumentado de infarto do miocárdio, arritmias, dor torácica, acidentes 
37 
 
 
vasculares cerebrais e morte súbita em jovens usuários. 
Outros transtornos como jogo e apostas, dependência da internet, 
compulsão por sexo e compras, trazem também grandes prejuízos às pessoas por 
ele acometido como a perda de controle e a intensidade crescente de prioridade de 
tal atividade, o que prejudica significativamente outros aspectos relevantes da vida. 
12 TRANSTORNOS ASSOCIADO AO SONO 
 
 
 
Fonte: encrypted-tbn1.gstatic.com 
 
A necessidade do sono é uma questão individual, há pessoas com maior 
necessidade dele para sentir-se descansada e outras que com poucas horas de 
sono estão renovadas para realizar suas atividades diárias. Portanto para seu 
diagnóstico, é importante uma anamnese minuciosa, sobre os comportamentos 
ligados ao sono e à sonolência, de preferência acompanhado com alguém de seu 
convívio que trará observações quanto seu padrão de sono e vigília. Geralmente, 
dificuldades com o sono são seguidas de depressão, distúrbios cognitivos, 
ansiedade, agravando o transtorno. 
Entre os transtornos de sono mais relevantes podemos destacar o 
transtorno de insônia, transtorno de hipersonolência, síndrome das pernas 
inquietas, transtornos do sono relacionados à respiração (apneias do sono), 
transtornos do sono-vigília do ritmo circadiano (tipo fase do sono atrasada e fase 
do sono avançada), narcolepsia, parassonias (sonambulismo, terror noturno, 
bruxismo). Estes tem elevada frequência e grande impacto na sociedade. 
38 
 
 
12.1 Transtorno de insônia 
 
Segundo especificações da APA (2014), a insônia é um dos sintomas mais 
comuns em saúde mental; calcula-se que cerca de um terço da população 
adulta tenha pelo menos alguns dias de insônia clinicamente significativa durante 
um ano e que 6 a 10% da população adulta apresentem o transtorno de insônia. É 
caracterizado pela dificuldade em “pegar no sono” e permanecer dormindo, acordar 
pela madrugada e não conseguir mais dormir, que devem ser observadas ao 
menos três vezes na semana por um período mínimo de três meses. Além do 
cansaço, baixa produtividade, a insônia causa prejuízos na qualidade de vida, na 
saúde física e emocional. 
Entre os fatores que estão relacionados ao sono podemos citar a ingestão 
de café à tarde ou à noite e de bebidas alcoólicas à noite, alimentação copiosa à 
noite, trabalhos difíceis e estressantes no período noturno, atividade tensa no 
período noturno, televisão no quarto, hábito de despertar e levantar da cama a 
cada dia em horários muito diferentes, trabalho em turnos. Já os que facilitam o 
sono são o hábito de acordar todos os dias na mesma hora, não forçar o sono e 
retirar o despertador do lado da cama, atividades relaxantes no período noturno, 
quarto escuro, fresco e silencioso, peso corporal adequado, atividade física 
regular. 
12.2 Transtorno de hipersonolência 
 
Neste caso, mesmo dormindo, a pessoa relata excesso de sono ao longo do 
dia. Dalgalarrondo (2019) enfatiza que pessoas com esse transtorno conseguem 
dormir rapidamente, e há boa eficiência do sono (≥ 90%); entretanto, podem ter 
dificuldade para acordar pela manhã e, às vezes, parecem confusas ou atáxicas 
(desequilíbrio motor) ao acordar. Queda da habilidade motora, percas de memória, 
confusão no tempo e no espaço e sensação de atordoamento são alguns sintomas 
vivenciados por pessoas acometidas por esse transtorno quando acordadas no 
meio do sono. 
39 
 
 
12.3 Síndrome das pernas inquietas 
 
Esta síndrome é caracterizada pela precisão de movimentar as pernas 
durante o sono, podem ter sensação de desconforto nas pernas, formigamentos. O 
desconforto é aumentado quando a pessoa está em repouso, aliviando com o 
movimento. É agravado devidoa inatividade, prejudicando o sono. 
Esse desconforto se intensifica com o repouso e melhora com o movimento. 
A sensação se agrava durante período de repouso ou inatividade e é pior no final 
da tarde ou à noite, prejudicando gravemente o sono. 
 
12.4 Transtornos do sono relacionados à respiração 
 
A apneia do sono caracteriza-se pela ocorrência de muitas pausas 
respiratórias curtas, de 10 a 50 segundos, durante o sono. Nos episódios de 
apneia, o indivíduo pode roncar, a saturação sanguínea de oxigênio cai, e, com 
frequência, ocorre breve despertar (Dalgalarrondo, 2019). 
Esse transtorno é subdividido em: 
Apneia e hipopneia obstrutivas do sono que é um tipo de apneia/hipopneia 
provocada pelo bloqueio das vias aéreas superiores, abalando-as. Comumente 
relacionado à obesidade, pescoço curto, mudanças estruturais da cavidade 
orofaríngea. Roncos são comuns nesse caso. 
Apneia central do sono é causada pela oscilação no empenho respiratório 
(involuntário), apresenta episódios repetidos de apneia e hipopneia durante o 
sono. Neste caso, com frequência, a pessoa acordo ao longo da noite, muitas 
vezes sentindo sufocamento, tendo sonolência, insônia, cansaço pela manhã. 
Hipoventilação relacionada ao sono, apresenta respiração no sono reduzida 
associada a níveis elevados de gás carbônico. Pessoas acometidas por esse 
transtorno sentem sonolência exagerada ao longo do dia, dores de cabeça ao 
amanhecer, insônia. 
 
12.5 Transtornos do sono-vigília do ritmo circadiano 
 
É caracterizado por um modelo insistente ou periódico de conturbação do 
40 
 
 
sono causado pelas mudanças do sistema circadiano (regulação fisiológica do 
ritmo sono- vigília durante 24 horas), onde há instabilidade entre o ritmo circadiano 
endógeno (o ritmo biológico do indivíduo, durante o dia) e os horários de sono e de 
vigília propostos pelo ambiente físico (como a luminosidade) e social, podendo ser 
as regras da família, ou requisitos do trabalho e/ou escola. 
 
12.6 Narcolepsia 
 
Nesta situação, a pessoa tem uma necessidade incontrolável de dormir, 
cochilar durante o dia, com sonolência acentuada e repentina, Dalgalarrondo 
(2019) descreve que além da sonolência diurna, a narcolepsia manifesta-se 
clinicamente por ataques de cataplexia, que é uma crise breve (de segundos a 
minutos) de perda bilateral de tônus muscular, com manutenção da consciência, 
geralmente desencadeados por risos ou brincadeiras. A pessoa acometida por 
este transtorno, cai inesperadamente no chão. Para seu diagnóstico os ataques 
devem se manifestar ao menos três vezes por semana, pelo período mínimo de 
três meses. 
 
12.7 Parassonias 
 
São caracterizadas por fatos comportamentais ou fisiológicos diferentes 
relacionados a estágios característicos do sono ou da transição sono-vigília, 
mudanças do despertar ou despertar incompleto. O sonambulismo, o terror 
noturno, o sonilóquio, a paralisia do sono, bruxismo, enurese noturna, pesadelos, 
são situações presentes nesse transtorno. 
 
13 SEXUALIDADE E PSICOPATOLOGIA 
 
 
Basson (2006) descreve que a sexualidade, desejo fundamental do ser, 
ocupa um lugar central em nossa condição existencial. Ela compreende três 
dimensões básicas: biológicas, psicológicas e socioculturais. 
Na dimensão biológica temos os aspetos neuronais, hormonais e 
anatomofisiológicos genitais. Na dimensão psicológica destaca-se aos aspectos 
41 
 
 
singulares e individuais da vontade erótica, das fantasias sexuais e da extensão 
subjetiva de prazer que a vida sexual pode produzir. Nas dimensões socioculturais 
estão referenciados padrões culturais, atos, produções e objeções expressa por 
cada sociedade relacionados à sexualidade. 
 
14 TRANSTORNOS OU DISFUNÇÕES SEXUAIS 
 
 
Nas palavras de Dalgalarrondo (2019) as disfunções sexuais são síndromes 
que incluem as várias formas pelas quais indivíduos adultos apresentam 
dificuldades na experiência pessoal de atividade sexual não coercitiva. E de acordo 
com CID-11 a disfunção sexual para ser conceituada como tal, necessariamente tem 
que apresentar as condições abaixo: 
 Ocorrência frequente do transtorno ou disfunção, podendo estar 
ausente em algumas situações; 
 O transtorno deve estar presente por pelo menos alguns meses; 
 O transtorno deve estar associado a sofrimento ou disfunção 
clinicamente significativos. 
 
14.1 Disfunções do desejo e da resposta sexual 
 
Nesse transtorno, acontecem disfunções que prejudicam a satisfação/prazer 
do ato sexual. Dos distúrbios relacionados com esse transtorno podemos citar a 
inibição do desejo sexual que é caracterizada pela constante inibição de desejo de 
cunho sexual, que é influenciada aos valores culturais, idade e momento da vida 
da pessoa acometida. Se esta ausência do desejo sexual causa sofrimento na 
pessoa acometida ou em seu parceiro (a), identifica-se o transtorno. Dificuldades 
intrínsecas, proibição voltada para assuntos sexuais, ligação da sexualidade ao 
pecado devido normas culturais, sentimento de culpa, bem como disfunções 
fisiológicas são fatores que favorecem a inibição do desejo sexual. 
Vale citar também o transtorno da dor gênito-pélvica/penetração (ocorre na 
mulher), transtorno do orgasmo feminino (dificuldades ou ausência de excitação), 
transtorno erétil (falha parcial ou total em alcançar e/ou manter a ereção), 
transtornos da ejaculação (ejaculação precoce ou retardada). 
42 
 
 
14.2 Transtornos parafílicos e parafilias 
 
Esses transtornos se referem a formatos de fantasias, estímulos sexuais 
que envolvem sofrimento expressivo vivenciado pela pessoa acometida por 
este transtorno. Neste caso a realização do estímulo sexual acarreta prejuízo a 
outros, como quando o outro não consente a realização sexual, ou quando envolve 
pedofilia. Entre os transtornos parafílicos estão o transtorno exibicionista, o 
transtorno voyeurista, transtorno do sadismo sexual, transtorno do masoquismo 
sexual, transtorno pedofílico, transtorno fetichista, zoofilia, transtorno transvéstico, 
transtorno frotteurista. Para o diagnóstico é necessária a relação com elevado 
sofrimento ou prejuízo para si e/ou outros, com a duração mínima de seis meses. 
Na hipersexualidade ocorre estímulos e comportamentos sexuais 
exacerbados, que causa sofrimento significativo, sejam em homens ou mulheres. 
Há a tendência em tensões excessivas e recorrentes com fantasias sexuais, uma 
precisão excessiva de sexo. 
 
14.3 Homofobia e Transfobia 
 
São tipos de preconceitos repulsivos que agridem psicologicamente a 
pessoa homossexual ou transgênero. A homofobia e são relatos e convicções, 
condutas, atos e práticas de ódio, para com pessoas homossexuais somente pelo 
fato de serem homossexuais ou bissexuais. Na transfobia ocorre o mesmo para 
com a população transgênero, na maioria das vezes mais expressiva. São formas 
de preconceito e discriminação hediondas e inaceitáveis e que devem ser 
claramente combatidas. 
A homofobia internalizada e a transfobia internalizada retratam a 
autoimagem negativa construída, internalizada pela pessoa LGBT, que 
desencadeia sentimentos de vergonha, culpa, experiências negativas direcionada 
a si própria. Está relacionada a valores, mensagens e ideologias socioculturais e 
políticas negativas.
43 
 
 
15 TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS 
 
 
Nesses transtornos se encaixam delirium, demências, transtorno 
amnéstico, Alzheimer, Parkinson, encefalite, insuficiências renal ou hepática, entre 
outros. Esses transtornos se subdividem em delirium e transtorno neurocognitivo 
de longa duração. O delirium é uma síndrome aguda onde acontece rebaixamento 
do nível da consciência e alteração da atenção, desorientação alopsíquica, 
pensamento ilógico, confuso e desorganização do discurso, alterações da 
sensopercepção, alteração do humor, labilidade afetiva, agitação psicomotora, 
sonolência, alucinações

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