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Faculdade Educacional da Lapa (Org.)
Contabilidade 
Básica
2ª Edição
Curitiba
2018
Contabilidade
Básica
Faculdade Educacional da Lapa (Org.)
Clarete de Itoz
Doriane Braga Nunes Bilac
Maria Rosa Arantes Pavel
Valtuir Soares Filho
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
C759 Contabilidade básica / Clarete de Itoz, et al. – 2. ed – Curitiba: 
Fael, 2018. 
206 p.: il.
ISBN 978-85-5337-014-6
Nota: conforme Novo Acordo Ortográfico da Língua 
Portuguesa.
1. Contabilidade gerencial I. Itoz, Clarete de II. Bilac, Doriane 
Braga Nunes III. Dozza, Marcos Antônio IV. Soares Filho, Valtuir 
V. Faculdade Educacional da Lapa 
CDD 657
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão Mário Duenhas
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Capa Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/pedrosek
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Apresentação
Toda organização existe devido a inúmeras finalidades, 
mas a maior parte delas objetiva com sua existência a lucrativi-
dade. Para que atuem no mercado com eficiência, efetividade, 
desfrutando de clientes satisfeitos, os quais necessitam que os pro-
cessos pertinentes a ela sejam executados, de maneira impecável; 
para que o serviço ou o produto final seja o esperado e estipulado 
no planejamento da organização. 
Para que a organização obtenha sucesso, não basta apenas 
ela ofertar bens tangíveis ou intangíveis de qualidade, ela também 
necessita de um controle rigoroso que, apresente todas as entradas 
e saídas de matéria-prima, de produtos inacabados e acabados e, 
principalmente, de valores pertinentes a ela. 
– 4 –
Contabilidade Básica
E, para que esse processo organizacional ocorra de forma transparente 
e efetiva, a empresa conta com a contabilidade e os processos inerentes a ela.
O presente material foi estruturado com o objetivo de proporcionar 
o conhecimento perante as noções básicas do estudo da contabilidade, sua 
estruturação e conceitualização, bem como a sua utilização dos processos 
pertinentes a ela.
Propiciará um conhecimento diferenciado acerca das aplicabilidades 
básicas da Contabilidade nas organizações, ressaltando o estudo da classifica-
ção e da identificação das contas que compõe a Escrituração Contábil, bem 
como o processo e a importância da utilização do mesmo. Também, será pos-
sível o contato com a conceitualização do Plano de Contas e as formas que o 
mesmo deve ser instituído na organização, tendo por base os conhecimentos 
teóricos e práticos utilizados na aplicação Contábil.
Buscou-se oportunizar a exposição de conceitos referentes à compo-
sição e a origem dos lançamentos contábeis, bem como a composição e a 
utilização do razonete no cotidiano organizacional, a checagem do balan-
cete de verificação, os conceitos pertinentes ao balanço patrimonial, suas 
especificações e sua elaboração, assim como, as suas apurações e as suas 
demonstrações de resultado.
Este material permite ainda que, seja estabelecido um contato com a 
conceituação da Demonstração de Resultados do Exercício, sua estruturação, 
sua finalidade e sua execução, assim como, a Apuração dos Resultados do Exercício. 
Apresentando, também, a identificação e a classificação dos fatos contábeis, 
que envolvem diversas operações inerentes ao cotidiano organizacional. 
O estudo da Contabilidade proporciona o entendimento do controle 
das especificações e da classificação do patrimônio da empresa, de suas altera-
ções no decorrer do tempo, de uso do mesmo pela organização, e a influencia 
que essas alterações podem gerar no balanço patrimonial.
Este estudo lhe proporcionará a identificação do plano de contas da 
empresa comercial, como acontece a sua realização, sua estruturação, bem 
como a sua importância de utilização perante os processos organizacionais.
Faz parte também deste estudo sobre Contabilidade, o controle das ope-
rações de compra e vendas de mercadorias, ou seja, as entradas e saídas das 
– 5 –
Apresentação
mercadorias e suas oscilações, não deixando de lado o interesse perante o 
cálculo do custo de mercadoria vendida. 
A Contabilidade também trata das questões pertinentes à folha de paga-
mento da organização, suas operações e resultados, que são tidos como fonte 
de dados para a Contabilidade e seus processos, assim como, cabe tratar os 
processos pertinentes às operações financeiras da organização.
O estudo da Contabilidade Básica proporcionar–lhe-á um maior enten-
dimento perante o controle dos processos burocráticos inerentes às roti- 
nas organizacionais. 
Curitiba
2018
Contabilidade
Básica I
Faculdade Educacional da Lapa (Organização)
Doriane Braga Nunes Bilac
Valtuir Soares Filho
Maria Rosa Arantes Pavel
Sumário
Contabilidade Básica I | 9
1 Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo | 11 
2 Método das partidas dobradas: origem 
e aplicações de recursos | 27
3 Contas e plano de contas | 37
4 Escrituração, lançamento e razonete | 57
5 Prática: balancete de verificação | 77
6 Apuração do resultado do exercício (ARE) | 87
7 Balanço patrimonial | 105
 Referências | 113
1
Contabilidade: 
seu ambiente e 
objeto de estudo
Você já ouviu falar que existe uma ciência que registra e con‑
trola o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas? Pois bem, essa 
ciência é a Contabilidade.
Neste primeiro momento, vamos estudar a Contabilidade 
e seu ambiente compreendendo um pouco de sua história, seus 
 objetivos, seu objeto de estudo e sua aplicabilidade.
– 12 –
Contabilidade Básica
Conta‑se que a história da Contabilidade surge com a própria histó‑
ria da civilização humana, em que a necessidades de troca de mercadoria 
predominava. À medida que o homem necessitava de diferentes produtos e 
mercadorias, havia a troca e alguns começaram a registrar esses fatos. Hoje, 
sabe‑se que essas primeiras escritas que registravam a troca de mercadorias são 
as primeiras escritas contábeis da humanidade.
Um dos principais objetivos da Contabilidade é o de prestar contas de 
seus registros. Essa prestação de contas é feita através de demonstrativos, 
sendo que o principal deles é o balanço patrimonial, assunto dos próximos 
capítulos. O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das entidades 
(pessoas jurídicas) e das pessoas físicas.
A Contabilidade é uma ciência aplicável irrestritamente a todas as enti‑
dades, com ou sem fins lucrativos (finalidade de lucro em suas operações).
Os conteúdos possibilitarão a você conhecer essa ciência. A Contabili‑
dade registra, controla e analisa o patrimônio das entidades. Todo esse pro‑
cesso é realizado para que as pessoas físicas e jurídicas tomem decisões com as 
informações de ordem patrimonial fornecidas pela Contabilidade.
Vamos começar estudando a história da Contabilidade e sua evolução.
1.1 Um pouco da história da 
contabilidade e de sua evolução
A origem da Contabilidade é bastante remota, pois, desde tempos 
antigos, o homem já se preocupava em controlar sua riqueza, determinar 
suas posses e avaliá‑las. Segundo historiadores, há indícios da existência de 
controles rudimentares da riqueza patrimonial na Antiguidade. Entretanto 
a Contabilidade teve seu desenvolvimento, como sistema de controle 
patrimonial, a partir do momento em que o frade Luca Paccioli escreveu e 
publicou sua famosa obra, cujo título era Summa de Arithmetica, Proportioni 
et Proportionalita (século XV). Essa obra descreve, em um dos seus capítulos, 
o método para registrar e controlar o patrimônio das entidades, denominado 
método das partidas dobradas. A partir desse momento, diversos trabalhos 
são publicados provocando grandes discussões sobre a teoria contábil 
(IUDÍCIBUS, 1997, p. 30).
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Realce
– 13 –
Contabilidade: seu ambientee objeto de estudo 
No Brasil, a Contabilidade pode ser dividida em dois estágios.
1.1.1 Anterior a 1964
Em 1908, aconteceu uma das primeiras manifestações contábeis no 
país com a publicação do alvará que obrigava os contadores gerais a apli‑
carem o método das partidas dobradas na escrituração. O Código Comer‑
cial Brasileiro de 1850 foi umas das primeiras legislações na área contábil. 
A partir dele tornou‑se obrigatória a escrituração contábil e a elaboração 
anual da demonstração do balanço geral. Em 1890, a Escola Politécnica do 
Rio de Janeiro passou a oferecer as disciplinas de Direito Administrativo 
e Contabilidade, seguindo a tendência inicial de colocar a Contabilidade 
como uma disciplina intimamente ligada ao direito. Em 20 de abril de 
1902, surge a Escola Prática de Comércio Álvares Penteado, que teve, em 9 
de janeiro de 1905, o reconhecimento oficial do curso de guarda‑livros e de 
perito‑contador. Em 1946, foi criada a faculdade de Ciências Contábeis da 
USP e é também desse ano a criação do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) (IUDÍCIBUS, 1997, p. 36‑37).
1.1.2 Posterior a 1964
A partir de 1964, inicia‑se a segunda fase da Contabilidade no Brasil, 
marcada, principalmente, pela apresentação do método de ensino norte‑ame‑
ricano pelo professor José da Costa Boucinhas. Ainda em 1964, ocorreu a 
implantação da Lei 4.320 (estatui normas gerais de direito financeiro para 
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal). Em 1971, ocorreu a criação do livro de 
Contabilidade Introdutória pelos professores da USP. A Contabilidade brasi‑
leira teve um importante estímulo legal, em 1972, quando o Banco Central 
baixou as circulares 178 (obriga o registro do auditor independente exclu‑
sivo para contadores) e 179 (trata dos princípios e normas da Contabilidade 
oficializando a expressão: Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos 
– PCGA). Em 1976, ocorreu a promulgação da Lei 6404 que regulamenta 
as Sociedades por Ações e, no mesmo ano, foi criada a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM). No ano seguinte, a CVM editou uma norma sobre a 
Correção Integral de Balanço (IUDÍCIBUS, 1997, p. 36‑37).
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Realce
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– 14 –
Contabilidade Básica
1.2 Conceito
A Contabilidade somente foi reconhecida como ciência no século XIX. 
Seu nome deriva do termo contabilità, da escola italiana, que significa registro 
de contas. Franco (1997, p. 21) afirma que a Contabilidade é
[...] a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patri‑
mônio das entidades, mediante o registro, a classificação, 
a demonstração expositiva, a análise e a interpretação des‑
ses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – 
necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do 
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decor‑
rente da gestão da riqueza patrimonial.
Na definição de Contabilidade, temos vários pontos a destacar, entre 
eles: estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio (transformação patri‑
monial); registra, classifica e demonstra (através da técnica da escrita con‑
tábil, classifica para registrar, dentro do grupo de contas, a que pertence o 
fato patrimonial, e demonstra, através dos demonstrativos contábeis, sendo o 
principal deles o balanço patrimonial); analisa e interpreta os fatos (o regis‑
tro possibilita a transformação dos fatos contábeis e a análise e interpretação 
do impacto do fato no patrimônio); oferece informações e orientação (atra‑
vés do produto final da Contabilidade que são os demonstrativos, é possível 
analisar as informações e orientar procedimentos, possibilitando a tomada de 
decisão imediata e de curto e longo prazo); variações do resultado econô‑
mico são as variações que acontecem no patrimônio sem que haja a aplicação 
de recursos.
1.3 Campo de aplicação e objeto 
de estudo da contabilidade
Franco (1997, p.19), sobre o objeto da Contabilidade, afirma que
o objeto da Contabilidade é o patrimônio e seu campo de 
aplicação o das entidades econômico‑administrativas, 
assim chamadas aquelas que para atingirem seu objetivo, uti‑
lizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão adminis‑
trativo que pratica os atos de natureza econômica e financeira 
necessários a seus fins.
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Realce
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– 15 –
Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo 
A Resolução 774, de 16 de dezembro de 1994, do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC, 2000, p. 30) define o patrimônio como o conjunto de 
bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou a um conjunto 
de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou 
instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, em 
seu aspecto estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas 
pela riqueza patrimonial), e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos.
A Resolução do CFC caracteriza que por aspecto qualitativo do patri‑
mônio entende‑se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, 
valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de 
materiais ou de mercadorias, etc.
1.4 Objetivo da contabilidade
Para Franco (1997, p. 19), o objetivo da Contabilidade é “fornecer 
informações, interpretações e orientações sobre a composição e as variações 
do patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores”.
Modernamente, na Contabilidade, temos duas finalidades.
a) Planejamento – a informação contábil pode ser um forte suporte 
para o planejamento, quando, estabelecendo padrões, torna claras 
situações futuras.
b) Controle – está ligado à análise das definições adotadas pe‑ 
la organização.
Qual a importância da Contabilidade para o 
 planejamento e controle das entidades?
1.5 Função da contabilidade
Uma das principais funções da Contabilidade é divulgar informações 
para o processo de tomada de decisão. Através das informações divulgadas, 
verifica‑se a produção do período da entidade, a transformação ocorrida no 
– 16 –
Contabilidade Básica
patrimônio e a geração do resultado da atividade. Isso possibilita a comparação 
de resultados com períodos anteriores e a projeção de resultados futuros.
Franco (1997, p. 19) nos ensina que a função da Contabilidade é
[...] registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos 
os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, 
objetivando fornecer informações, interpretações e orienta‑
ção sobre a composição e as variações do patrimônio, para a 
tomada de decisões de seus administradores.
Favero e outros (1997, p. 13) acrescentam que a Contabilidade pretenda
[...] analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocor‑
rem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, buscando 
demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios 
(Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração 
das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração 
de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimo‑
nial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e 
outros), as informações diversas sobre a empresa tais como: 
análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia 
de capitais próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras 
e os clientes, etc.
Além dessas funções citadas pelos autores, temos ainda uma das prin‑
cipais funções da Contabilidade que é a de informar ao usuário interessado 
dados e informações verídicas e tempestivas acerca da entidade.
1.6 Usuários da contabilidade
São chamados de usuários da Contabilidade os indivíduos que se benefi‑
ciamda informação produzida pela mesma. Os usuários da Contabilidade são 
agentes internos e externos da entidade caracterizados da seguinte maneira.
a) Agentes internos: são todos os indivíduos que têm relação direta 
com a entidade. Nesse caso, esses agentes têm facilidade de acesso 
às informações contábeis. Como agentes internos, temos: os geren‑
tes, que utilizam a informação contábil para a tomada de decisão; 
os colaboradores, que têm interesse de almejar melhorias traba‑
lhistas; a diretoria da entidade, que utiliza a informação contábil 
para planejar ações organizacionais.
– 17 –
Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo 
b) Agentes externos: são todos os indivíduos que têm relação indireta 
com a entidade. Nesse caso, precisam de fontes para acessar a infor‑
mação da entidade. Como agentes externos, temos: os bancos, que 
utilizam a informação para a concessão de créditos e financiamentos; 
os concorrentes, que utilizam a informação contábil para conhecer 
a situação da entidade no mercado; o governo, que procura saber o 
montante de receitas e despesas geradas no período pela entidade, 
pois esse procedimento dá condições de saber se a entidade cumpre 
seu papel social (arrecadadora de impostos e tributos), sem haver 
sonegação fiscal; os fornecedores, que têm interesse em conhecer 
a capacidade de pagamento da entidade para poder continuar ou 
não vendendo a prazo, medindo assim a capacidade de pagamento 
futura da entidade; os clientes, que querem saber a integridade da 
entidade e a garantia de que sua compra (pedido) será atendida no 
prazo acordado; os investidores, que utilizam a informação con‑
tábil para identificar a situação econômico‑financeira da entidade 
tendo garantias do valor investido.
1.7 Ramos de atuação da contabilidade
De sua estrutura inicial voltada para as necessidades de registros dos 
fatos de comércio, a Contabilidade foi ampliando seu campo de atuação e se 
ramificando para registrar e controlar as finanças governamentais, os negócios 
de indústrias, bancos, entidades de financiamento, seguros, pecuária, agricul‑
tura, prestadores de serviços, entidades sem fins lucrativos e de todo tipo de 
entidades que foram surgindo ao longo do tempo e que necessitam de con‑
trole patrimonial, econômico e financeiro (TEIXEIRA, 2006).
Comercial Industrial
Pública
Rural
Financeira
Imobiliária
Seguros e
previdência privada
Sociedades
por Ações
Hotelaria
Cooperativas
Gerencial
Custos
Contabilidade
– 18 –
Contabilidade Básica
Esses são alguns ramos de atuação da Contabilidade. O método de regis‑
tro dos fatos contábeis (método das partidas dobradas) é igual para todos os 
ramos. Contudo cada entidade tem suas próprias características e, por conse‑
quência, fatos contábeis distintos.
1.8 Técnicas contábeis
Para realizar o controle patrimonial, a Contabilidade desenvolveu algu‑ 
mas técnicas.
a) Escrituração: é o registro das transações realizadas pelas empresas.
b) Demonstrações contábeis : é a exposição ordenada do patrimô‑ 
nio registrado de acordo com a formatação especificada na Lei n. 
6.404/76 (Lei das S/A), Lei n. 11.638/2007 (Nova Lei das S/A), e 
nas normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON). Acordo com a 
Lei das S/A, as demonstrações que as empresas devem elaborar são: 
Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), Demonstração do Lucro e Prejuízo Acumulado (DLPA), 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), 
Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) e Demonstração do 
valor adicionado (DVA) somente para companhias abertas;
c) Auditoria: consiste em verificar a veracidade da situação patrimonial.
d) Análise de balanços: consiste em examinar as demonstrações, para 
identificar os pontos positivos e negativos da gestão empresarial.
1.9 Classificação da ciência contábil
Com relação ao estudo da Contabilidade, há uma quase unanimidade 
em classificá‑la no campo das ciências sociais aplicadas, ainda que uns poucos 
advoguem a tese de que seja enquadrada no rol das ciências exatas. Quanto 
ao objeto de estudo da Contabilidade, pequenas variações também ocorrerão, 
marcadamente em função de o estudioso se encontrar no grupo da chamada 
escola européia ou no grupo da escola norte‑americana de Contabilidade 
(TEIXEIRA, 2006).
– 19 –
Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo 
1.10 Objeto de estudo da 
contabilidade: o patrimônio
Um dos objetivos da Contabilidade é controlar o montante patri‑
monial da entidade. O patrimônio da entidade é o objeto de estudo da 
Contabilidade. Essa movimentação é realizada devido às operações de 
compra, venda, pagamentos, recebimentos, etc. que são executadas dia‑
riamente pelos gestores das entidades. Ao registrar esses fatos contábeis, 
a Contabilidade terá condição de fornecer informações sobre a situação 
patrimonial, econômica e financeira da empresa, sempre que solicitada.
Definimos patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obriga‑
ções de uma entidade.
a) Bens: é o conjunto de coisas capazes de atender às necessida‑
des do ser humano e que são passíveis de avaliação econômica. 
Podem ser classificados em: bens de uso – representados pelas 
máquinas, equipamentos, móveis e utensílios; bens de consumo 
– representados pelo conjunto de matérias necessárias para 
desenvolver a atividade da empresa como materiais de escritório 
e material de limpeza; bens de troca – representados pelas mer‑
cadorias e produtos que irão ser dispostos à venda.
b) Direitos: são os valores expressos em moeda e que a entidade 
tem a receber de terceiros. Geralmente, os terceiros são repre‑
sentados pelos clientes da entidade, aí dizemos que duplicatas 
a receber são um direito da entidade, pois ela vendeu a mer‑
cadoria a prazo ao cliente e terá o direito a receber do mesmo. 
Outros títulos podem ser direitos a receber como é o caso de 
promissórias a receber. Ao se proceder ao registro contábil, os 
títulos representativos de direitos são acrescidos da expressão 
a receber.
c) Obrigações: também conhecidas como “passivos exigíveis”. São 
o montante de valores que a entidade assumiu para pagar a ter‑
ceiros. Ao se proceder ao registro contábil, os títulos representa‑
tivos de obrigações são acrescidos da expressão a pagar, como, 
por exemplo, duplicata a pagar, nota promissória a pagar, etc.
– 20 –
Contabilidade Básica
1.11 Aspecto qualitativo e 
quantitativo do patrimônio
O patrimônio de uma entidade é analisado sob os aspectos da qualidade 
e da quantidade. Os aspectos qualitativos são as nomenclaturas simbólicas 
de cada um dos elementos que compõem o patrimônio, tais como: caixa e 
bancos – que são os bens numerários; mercadorias e produtos – que são os 
bens de venda; veículos e imóveis para alugar – que são os bens de renda da 
entidade; máquinas e equipamentos, materiais de uso e consumo – que são 
os bens de uso, como é o caso de materiais para escritório.
Os aspectos quantitativos são os elementos patrimoniais expressos em 
valores monetários. Por exemplo: máquinas e equipamentos R$ 10.000.
1.12 Representação gráfica do patrimônio
Para que a Contabilidade alcance seu objetivo de fornecer informações 
sobre a situação patrimonial, precisa representar o patrimônio de alguma 
forma. A maneira escolhida foi a representação em forma gráfica (forma de 
“T”), conforme o modelo a seguir:
Patrimônio
Bens
Direitos
Obrigações
O lado esquerdo é denominado contabilmente de ativo e o direito de 
passivo.
a) Ativo: recebe este nome, porque é composto pelos bens e pelos 
direitos (contas a receber), que formam o conjunto dos elementos 
positivos da empresa.
b) Passivo: recebe este nome, porque é composto pelas obrigações (contas 
a pagar), que formam o grupo dos elementos negativos da empresa.
 
Lado
esquerdo
Lado
direito
Patrimônio
Obrigações
Ativo Passivo
Bens
Direitos
– 21 –
Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo 
1.13 Equilíbrio patrimonial
O gráfico na forma da letra“T”, utilizado para representar o patrimônio 
das empresas, denomina‑se Balanço Patrimonial.
Balanço lembra balança de dois pratos. Para que haja equilíbrio entre os 
dois pratos, o peso total do lado direito deve ser igual ao do lado esquerdo.
A empresa também precisa estar em equilíbrio. Sendo assim, para 
que o Balanço Patrimonial possa refletir adequadamente a situação finan‑
ceira da empresa, o total do lado direito deverá ser igual ao total do 
lado esquerdo.
Lado direito = Lado esquerdo
Ativo = Passivo
Bens + Direitos = Obrigações
Na prática, nem sempre a soma de bens e direitos é igual à soma 
das obrigações. Para que essa igualdade seja concretizada, aparecerá no 
gráfico um outro grupo de elementos patrimoniais que denominaremos 
de Patrimônio Líquido. Esse novo elemento será colocado no gráfico 
sempre no lado do passivo. Podemos, então, representar o patrimônio da 
seguinte maneira:
Lado
Direito
Lado
Esquerdo
Obrigações
Patrimônio
Líquido
Bens
Direitos
Ativo Passivo
Patrimônio
Transcrevemos, a seguir, um Balanço Patrimonial, num modelo bem 
simplificado para que você possa perceber sua estrutura.
– 22 –
Contabilidade Básica
Empresa Bom Começo S/A
Balanço Patrimonial em 31/12/2004
Ativo Passivo
Bens Obrigações
Caixa 100 Contas a pagar 1.200
Móveis 1.000 Títulos a pagar 800
Terrenos 5.000 Duplicatas a pagar 1.700
Veículos 6.000 Empréstimos 1.800
Mercadorias 2.000 Salário a pagar 900
Impostos a pagar 200
Direitos Patrimônio Líquido
Contas a receber 500 Capital Social 7.000
Duplicatas a receber 600 Reservas 1.000
Títulos a receber 400 Lucro 1.500
Prejuízo (500)
Total do Ativo 15.600 Total do Passivo 15.600
1.14 Equação fundamental do patrimônio
A equação fundamental do patrimônio é uma fórmula que evidencia o 
equilíbrio patrimonial.
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Bens + Direitos = Obrigações + Patrimônio Líquido
Bens + Direitos = Obrigações + (Capital + Reservas + Lucro)
1.15 Situação líquida ou patrimônio líquido
Situação Líquida é a diferença entre Ativo e Passivo. O passivo, neste 
momento, é entendido como o total das obrigações exigíveis.
SL = Ativo – Passivo Ou SL = Bens + Direitos – Obrigações
– 23 –
Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo 
Você já sabe que o patrimônio (bens, direitos e obrigações) é avaliado em 
moeda. Assim, para calcularmos a situação líquida ou o patrimônio líquido, 
devemos ter em nossas mãos o valor total do lado do ativo e o valor total das 
obrigações exigíveis. Ao subtrairmos esses montantes, teremos o valor da situ‑
ação líquida. Veja o exemplo a seguir.
Balanço Patrimonial em 31/12/2004
Ativo Passivo
Bens Obrigações Exigíveis
Caixa 100 Contas a pagar 300
Direitos Patrimônio Líquido
Duplicatas a receber 600 ?????
Total Do Ativo 700 Total Do Passivo ?????
Cálculo da Situação Líquida ou Patrimônio Líquido
Total do ativo = Bens + Direitos = 100 + 600 = 700
Total das obrigações exigíveis = 300
Situação líquida ou patrimônio líquido = Ativo – obrigações exigíveis = 700 – 300 = 400
1.16 Situações líquidas patrimoniais possíveis
Os elementos patrimoniais podem estar configurados com valores diver‑
sos. Consequentemente, poderão gerar situações líquidas patrimoniais diferen‑
tes, tais como: positiva, negativa ou nula.
a) Situação líquida positiva, ativa ou superavitária
Balanço Patrimonial Ativo > Obrigações
A = O + PL
O = A – PL
PL = A – O
Ativo > zero
Obrigações > zero
PL > zero
Ativo (A) Passivo (P)
Bens (B) 100
Direitos (D) 80
Obrigações (O) 50
Patrimônio líquido (PL) 130
Total Ativo 180 Total Passivo 180
– 24 –
Contabilidade Básica
b) Situação líquida negativa, passiva, deficitária, passiva a descoberto
Balanço Patrimonial Ativo < Obrigações
A = O ‑ PL
O = A + PL
PL = O – A
Ativo > zero
Obrigações > zero
PL < zero
Ativo (A) Passivo (P)
Bens (B) 80
Direitos (D) 20
Obrigações (O) 150
Patrimônio líquido (PL) (50)
Total Ativo 100 Total Passivo 100
c) Situação nula
Balanço Patrimonial Ativo = Obrigações
A = O
O = A
PL = ZERO
Ativo > zero
Obrigações > zero
PL = zero
Ativo (A) Passivo (P)
Bens (B) 180
Direitos (D) 20
Obrigações (O) 200
Patrimônio líquido (PL) 00
Total Ativo 200 Total Passivo 200
d) Situação líquida de inexistência de ativo
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo < Obrigações
A = ZERO
O = A + PL
PL = A – O
Ativo = zero
Obrigações > zero
PL < zero
Ativo (A) Passivo (P)
Bens (B) 00
Direitos (D) 00
Obrigações (O) 40
Patrimônio líquido (PL) (40)
Total Ativo 00 Total Passivo 00
e) Situação líquida plena ou inexistência de passivo
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo > Obrigações
A = O + PL
O = A – PL
PL = A – O
Ativo > zero
Obrigações = zero
PL > zero
Ativo (A) Passivo (P)
Bens (B) 30
Direitos (D) 20
Obrigações (O) 00
Patrimônio líquido (PL) 50
Total Ativo 50 Total Passivo 50
– 25 –
Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo 
f ) Situação líquida patrimonial impossível
Ao analisar as situações patrimoniais apresentadas, você deverá 
ter concluído que o ativo e o passivo somente poderão ser iguais 
ou maiores que zero, mas o Patrimônio Líquido (PL) poderá ser 
menor, igual ou maior que zero. Assim sendo, a única situação 
impossível de acontecer será aquela em que o Patrimônio Líquido 
será superior ao valor total do ativo.
Assim, a Contabilidade é uma ciência que estuda, registra e controla 
o estado patrimonial das entidades, em seus diversos segmentos.
Conclusão
Neste capítulo, você conheceu a Ciência Contábil: conceito, objeto 
(patrimônio das entidades econômico‑administrativas, com ou sem fins 
lucrativos), função, objetivos, campo de aplicação, técnicas, usuários, ramifi‑
cações e sua classificação dentro da ciência.
2
Método das partidas 
dobradas: origem e 
aplicações de recursos
O termo “contábil” determina que o conjunto de bens, 
direitos e obrigações seja denominado de patrimônio. A peça con‑
tábil, que evidencia de forma ordenada e estática o patrimônio, é o 
Balanço Patrimonial. Para o registro dos atos e fatos que comporão 
o patrimônio empresarial e o balanço patrimonial contábil, utiliza‑
mos a técnica de Registro Contábil de Partidas Dobradas, a técnica 
do débito e do crédito.
– 28 –
Contabilidade Básica
Para realizarmos um registro contábil, dentro da técnica do débito e 
do crédito, temos que analisar os fatos da seguinte forma: para contas que 
compõem o ativo (conjunto de bens e direitos), sempre que há o registro 
de entrada, utilizamos a forma do débito. O registro de saída ou baixa 
dos bens e direitos será efetuado na forma de crédito. Para contas que 
compõem o passivo (conjunto de obrigações mais o patrimônio líquido), 
sempre que há o ingresso de novas obrigações ou aumento do patrimônio 
líquido, o registro é efetuado na forma de crédito e o registro da quitação 
ou pagamento das obrigações ou baixa do valor patrimonial é efetuado na 
forma de débito. Receitas (ingressos de recursos pela prestação de serviços 
ou pela venda de mercadoria) serão sempre registradas a crédito e contas de 
custos e despesas (dispêndios da entidade para a geração de receita) serão 
sempre registradas a débito.
As origens de recursos são os valores que financiam as operações de uma 
entidade. As fontes da origem de recursos são identificadas através da análise 
do valor do patrimônio líquido e do passivo exigível.
Vamos começar nosso estudo pelo método das partidas dobradas.
2.1 Método das partidas dobradas
O Método das Partidas Dobradas é também denominado o método 
veneziano (el modo de Vinegia) publicado pela primeira vez por Luca Paccioli 
em seu livro Summa de Arithmetica, Proportioni et Proporcionalita, em 1494. 
Como se vê, é um método matemático de que a Contabilidade se vale para 
efetuar os registros dos atos e fatos. É o sistema padrão usado pela Contabili‑
dade para registrar as transações financeiras de entidades.
Sua premissa é de que a condição econômico‑financeira e os resultados 
das operações da entidade são mais bem representados por diversas variáveis 
denominadas de contas, em que cada uma, em particular,tem a função de 
refletir o aspecto do valor monetário do registro.
Cada transação tem seu valor financeiro registrado em pelos menos duas 
contas, nas quais o total dos créditos, sob qualquer pretexto, deve ser igual 
ao valor dos débitos. Por exemplo, paraw registrarmos o valor patrimonial de 
formação do capital da entidade, fazemos os seguintes registros:
– 29 –
Método das partidas dobradas: origem e aplicações de recursos
a) no Livro Diário:
Débito (D): conta caixa – ativo
Crédito (C): conta capital – patrimônio líquido
b) no Livro Razão:
Caixa Capital Social
D C
Para se proceder aos registros contábeis temos várias formas, como: 
1ª fórmula: um débito (D) para um crédito (C); 2ª fórmula: um débito 
para dois ou mais créditos; 3ª fórmula: dois ou mais débitos e um valor a 
crédito; 4ª fórmula: dois ou mais valores de débitos e dois ou mais valores 
de créditos.
A quarta fórmula deve ser usada com cautela, e muitas vezes até restrita, 
sendo indicada somente quando não houver possibilidade de se obscurecer 
a informação, considerando que todos os registros contábeis devem indicar 
com clareza e precisão a contrapartida.
O método publicado por Paccioli se dá da seguinte forma: entradas de 
débito (contas do grupo do ativo) serão registradas no lado esquerdo e as 
entradas de crédito (contas do grupo do passivo) serão registradas no lado 
direito do razonete.
Razonete representa sinteticamente o Livro Razão. O Livro Razão e o 
Livro Diário são dois dos mais importantes livros de registros contábeis. No 
Livro Razão, apresenta‑se o valor do registro e dos saldos das contas ou do 
grupo de contas; no Livro Diário, é apresentado o valor do registro diário de 
cada uma das contas que compõem o patrimônio da entidade.
O razonete é representado graficamente da seguinte forma.
(Título da conta)
Débito Crédito
R$ R$
(Saldo da conta)
– 30 –
Contabilidade Básica
No razonete, identificam‑se o título da conta de registro (por exemplo, 
conta caixa), os valores de débitos (fatos causados pelo valor patrimonial) e 
créditos (fatos da causa do fato) e, por fim, destaca‑se o saldo do mesmo, ou 
seja, a diferença de somatória entre o débito e o crédito. O valor do saldo será 
destacado sempre do lado da natureza da conta, por exemplo, se for conta 
caixa, então o saldo da conta aparecerá no lado do débito.
Caixa
Débito Crédito
R$ R$
(Saldo da conta)
Esse fato ocorre porque o saldo da conta acompanha a natureza da 
mesma, ou seja, se for conta de ativo (natureza devedora), o saldo é apresen‑
tado no lado esquerdo, se for conta de passivo (natureza credora), o saldo é 
apresentado no lado direito.
Vamos trabalhar alguns exemplos de registros de fatos no razonete e 
no diário.
a) Registro quotas‑partes de capital no valor de R$ 1.000, em dinheiro:
Caixa Capital Social
(1) 1.000 1.000 (1)
D – Caixa – Ativo
C – Capital Social – Passivo........................... R$ 1.000
Pelo valor das quotas‑partes de capital registradas nesta data e qui‑
tadas em dinheiro.
b) Registro de valor de depósito bancário no valor de R$ 200:
Caixa Banco c/c Movimento
(1) 1.000 200 (2) (2) 200
Saldo = 800
– 31 –
Método das partidas dobradas: origem e aplicações de recursos
D – Banco c/c Movimento – Ativo
C – Caixa – Ativo ....................................... R$ 200
Pelo valor de depósito em conta corrente movimento bancária, 
nesta data.
c) Pagamento de despesas administrativas da empresa no valor de 
R$ 100:
Caixa Desp. administrativas
800 100 (3) (3) 100
Saldo = 700
D – Despesas administrativas – Grupo de resultado despesa
C – Caixa – Ativo
Pelo valor pago em dinheiro de despesas administrativas nesta data.
2.2 Origens e aplicações de recursos
O Balanço Patrimonial é um dos relatórios que demonstra as origens e 
aplicações de recursos de uma entidade. Você então poderia perguntar: “Qual 
lado representa a origem e qual a aplicação de recursos?”.
Bem, vamos responder analisando o balanço a seguir.
Balanço Patrimonial em 31/12/2004
Ativo PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa 100 Contas a pagar 150
Móveis 200
Direitos Patrimônio Líquido
Duplicatas a receber 600 Capital social 750
Total do Ativo 900 Total do Passivo 900
– 32 –
Contabilidade Básica
Analisando o balanço, podemos identificar o total de recursos (R$ 900) 
que a empresa obteve e que está à sua disposição. O lado do ativo mostra 
onde a empresa aplicou os recursos (bens = R$ 300 e direitos = R$ 600); 
o lado do passivo, onde a empresa conseguiu esses recursos (obrigações = 
R$ 150 e patrimônio líquido = R$ 750).
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
Aplicações de Recursos
Em Bens
Em Direitos
Origens de Recursos
De terceiros (passivo exigível)
Próprio (patrimônio líquido)
Total das Aplicações Total das Origens
a) Ativo: aplicação de recursos
Os recursos que a empresa tem a sua disposição podem ser aplica‑ 
dos em:
 2 aplicações permanentes – correspondem às aplicações rea‑
lizadas em bens e direitos que serão utilizados pela empresa 
(imobilização técnica – veículos, móveis, marcas e patentes, 
despesas com a organização da empresa, etc.) e em bens 
e direitos que não serão utilizados pela empresa, mas que 
geram renda para a mesma (imobilizações financeiras – obras 
de arte, imóveis para alugar, ações de outras empresas, etc.);
 2 aplicações circulantes – correspondem às aplicações em bens 
e direitos que serão convertidos em dinheiro e transformados 
ou consumidos dentro do exercício social, tais como: caixa, 
banco, mercadorias, duplicatas a receber, despesas antecipa‑
das, materiais de consumo, aplicações financeiras, etc.
Aplicações 
de 
recursos
Aplicação 
permanente
Imobilização técnica
Bens de uso
Direitos de uso
Imobilização 
financeira
Bens de renda
Direitos de renda
– 33 –
Método das partidas dobradas: origem e aplicações de recursos
Aplicações 
de 
recursos
Aplicação 
circulante 
ou corrente
Bens numerários
Bens de consumo ou de transformação
Bens de venda
Direitos de funcionamento
Direitos de financiamento
Aplicações financeiras
b) Passivo: origem dos recursos
Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem origi‑
nar‑se de duas fontes.
 2 Recursos de terceiros – correspondem às obrigações exigí‑
veis, isto é, são recursos de terceiros que a empresa utiliza 
no seu giro normal. Esses recursos podem originar‑se em 
consequência de dívidas contraídas para a empresa funcio‑
nar (fornecedores, obrigações fiscais, obrigações trabalhistas, 
obrigações previdenciárias, etc) e de dívidas contraídas junto 
a instituições financeiras (empréstimos e financiamentos).
 2 Recursos próprios – correspondem às obrigações não exigí‑
veis. Esses recursos podem originar‑se em consequência do 
capital inicial investido pelo titular (capital social), sócio ou 
acionista na empresa, bem como pelos resultados calculados em 
decorrência da gestão normal da empresa (lucros e reservas).
Origem 
de 
recursos
Capital próprio 
(não exigível)
Titular, sócio, 
acionista
Formação do capital
Reserva de capital
Das operações
Reserva de lucro
Lucro acumulado
Capital de 
terceiros 
(exigível)
Obrigações de funcionamento
Obrigações de financiamento
– 34 –
Contabilidade Básica
2.3 Passivo: obrigações 
exigíveis e não exigíveis
As obrigações estão divididas em dois grupos: as obrigações exigíveis 
(ou capital de terceiros) e as obrigações não exigíveis (ou capital próprio ou 
patrimônio líquido).
 2 Exigíveis (capital de terceiros): são exigíveis por terem data certa 
de vencimento e, portanto, necessitam de liquidação presente e 
futura. Podemos citar como exemplos: duplicatas a pagar, financia‑
mentos, salários a pagar, ICMS a recolher, IR a pagar, obrigações 
previdenciárias, etc.
 2 Não exigíveis (capital próprio): são não exigíveis por não existir 
data certa para sua liquidação. Estão demonstradas no patrimônio 
líquido. Podemos citar como exemplo as contas: capital social (valor 
aplicado na empresa pelos sócios ou acionistas), lucro ou prejuízo 
(resultados obtido em consequenciado funcionamento da empresa), 
reservas (valores retidos para destinações específicas). O capital social 
é definido como obrigação, porque a empresa está devendo esse 
valor para seus proprietários e, por lei, esses não podem exigir seus 
recursos de volta, enquanto a empresa estiver em funcionamento.
2.4 Termos técnicos envolvendo 
o balanço patrimonial
Balanço Patrimonial do sr. Adão
Ativo Passivo
Bens
Dinheiro no banco R$ 100
Poupança R$ 3.000
TV a cores R$ 900
Automóvel R$ 10.000
Apartamento R$ 35.000
 R$ 49.000
Obrigações
Prestações do apartamento R$ 20.000
Prestações do automóvel R$ 8.500
Prestações da TV R$ 500
 R$ 29.000
– 35 –
Método das partidas dobradas: origem e aplicações de recursos
Balanço Patrimonial do sr. Adão
Ativo Passivo
Direitos
Valor a receber de José R$ 1.000
Patrimônio Líquido (PL)
Capital social R$ 20.000
Capital a realizar R$ 1.000
Reservas R$ 500
Lucro R$ 1.500
 R$ 21.000
Total do Ativo R$ 50.000 Total do Passivo R$ 50.000
Capital total = Recurso total = R$ 50.000
Capital nominal = Capital social = Capital inicial = Capital subscrito = 
R$ 20.000
Capital a realizar = Capital a integralizar = R$ 1.000
Capital realizado = Capital integralizado = R$ 19.000 (20.000 ‑ 1.000)
Capital de terceiros = Obrigações exigíveis = R$ 29.000
Capital próprio = Obrigação não exigível = Patrimônio líquido = 
Situação líquida = R$ 21.000
Patrimônio bruto = Total ativo = Total passivo = R$ 50.000
Total das origens = Total do passivo = R$ 50.000
Total das aplicações = Total do ativo = R$ 50.000
A técnica de origem e aplicações dos recursos se apresenta de forma a 
evidenciar o valor dos financiamentos das atividades da entidade da seguinte 
forma: origem de recursos (empréstimos, financiamentos ou capital próprio) 
grupo do passivo; aplicações dos recursos (conta contábil de destino do valor 
das aplicações), grupo do ativo.
Conclusão
Neste capítulo, conhecemos o Método das Partidas Dobradas e os con‑
ceitos de origem e aplicação de recursos. O Método das Partidas Dobradas 
– 36 –
Contabilidade Básica
é utilizado para o registro contábil dos atos e fatos contábeis. É conveniente 
que sempre identifiquemos primeiro a conta de débito, para depois identifi‑
carmos a conta de crédito. Contas de ativo são contas de natureza devedora 
e deverão ser debitadas, sempre que houver entrada de bens ou direitos, e 
creditadas, sempre que houver fatos que venham a registrar valor de saída ou 
baixa desses bens ou direitos. Contas de passivo são de natureza credora e 
deverão ser creditadas, sempre que houver valor que acrescente o valor das 
obrigações ou do patrimônio líquido, e debitadas, sempre que houver baixa 
do valor desses. Origem de recursos é representada pelo fato causador do 
evento (empréstimo bancário, por exemplo) e aplicação é representada pelo 
efeito de causa do mesmo (registro na conta banco).
3
Contas e plano 
de contas
Conforme vimos anteriormente, todas as transações eco‑
nômicas realizadas pelas entidades podem ser classificadas em bens, 
direitos, obrigações, receitas e despesas. Das transações, represen‑
tadas por um documento, origina‑se um fato a ser registrado na 
Contabilidade. Cada fato envolve um ou mais elementos do patri‑
mônio. Cada elemento patrimonial deve receber uma denomina‑
ção que permita identificá‑lo com precisão. O nome utilizado para 
representar cada elemento do patrimônio envolvido nas transações 
realizadas é conhecido como conta.
– 38 –
Contabilidade Básica
Contas Patrimoniais Contas de Resultado
Ativo Passivo Despesas Receitas
Bens + Direitos
Obrigações + Patri-
mônio Líquido
3.1 Conta: conceito
Conta, em Contabilidade, é definida como nome que representa a natu‑
reza do fato contábil, ou seja, a denominação do bem, do direito, da obriga‑
ção, da receita e da despesa (FRANCO, 1997).
Conta é uma palavra ou expressão que transmite a ideia dos elemen‑
tos patrimoniais que representa. Pode representar um elemento isolado ou 
vários componentes que tenham o mesmo fim. O dinheiro, por exemplo, 
que é um bem, portanto, um elemento patrimonial, é representado pela 
conta caixa.
Valores a receber de outras pessoas, ou seja, direitos, que também são 
elementos patrimoniais, são representados pela conta duplicatas a receber 
ou clientes. As dívidas decorrentes de compra a prazo, que são uma obriga-
ção, são representadas pelas contas fornecedores ou duplicatas a pagar juros 
recebidos de terceiros, que são uma receita, são representados pela conta 
juros ativos ou juros recebidos. Juros pagos a terceiros, que são uma despesa, 
são representados pela conta juros passivos ou juros. Assim como apresen‑
tamos as contas anteriores, temos também as contas de bancos; veículos, 
móveis, imóveis, instalações, empréstimos, impostos a recolher, capital, 
lucro ou prejuízo e muitas outras, de acordo com a natureza dos elementos 
que representam.
3.2 Classificação das contas
As contas podem ser classificadas de várias maneiras, conforme a linha 
de pensamento defendida por seus doutrinadores. No Brasil, a Contabilidade 
fundamenta‑se na Escola Patrimonialista, apresentada e defendida pelo ita‑
– 39 –
Contas e plano de contas
liano Vincenzo Masi. Essa escola, que considera o patrimônio como o objeto 
de estudo da Contabilidade, classifica as contas em patrimoniais e de resultado.
a) Contas de resultado: são contas que representam as despe‑
sas e receitas. Através do confronto entre as receitas e despesas, 
podemos calcular o resultado (lucro ou prejuízo) da entidade, 
aumentando ou diminuindo o patrimônio líquido. Essas contas 
estão discriminadas na Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE). São abertas no início do exercício financeiro e extintas no 
final do  exercício.
b) Contas patrimoniais: são contas que representam bens, direitos, 
obrigações exigíveis e o patrimônio líquido. Estão subdivididas 
em ativo e passivo. Estão discriminadas na demonstração contábil, 
denominada Balanço Patrimonial. Elas demonstram a posição do 
patrimônio em determinado momento.
Contas Patrimoniais
Contas de Resultado
Ativo Passivo
Contas de bens
Caixa
Veículo
Contas de direitos
Duplicata a 
receber
Clientes
Contas de obrigações
Duplicata a pagar
Fornecedores
Contas do patri-
mônio líquido
Capital social
Reservas
Lucro
Contas de receita
Venda de mercadorias
Venda de serviços
Contas de despesas
Energia consumida
Salário
Juros passivos
Receitas: são o ganho obtido pela venda de mercadorias ou prestação 
de um serviço. Essas contas aumentam o valor do patrimônio 
líquido. Exemplo: juros ativos, desconto obtido, vendas, etc.
Despesas: são gastos realizados pelo consumo de bens 
ou pela utilização de serviços para produzir receitas. 
– 40 –
Contabilidade Básica
Essas contas diminuem o valor do patrimônio líquido. 
Exemplo: energia, água, telefone, salário, juros pas-
sivos, desconto concedido, depreciação, etc.
3.3 Abertura e movimentação das contas
As contas são abertas à medida que se tenha necessidade de registrar 
os fatos a elas relacionados; são movimentadas sempre que ocorrer outro 
fato da mesma natureza; são encerradas quando tiverem seu saldo nulo, 
porque a inexistência de saldo indica que não existe mais aquele elemen‑ 
to patrimonial.
Ao registrar a constituição de uma empresa, duas contas são abertas: 
capital e caixa, para registrar o valor do seu capital inicial. Essas contas serão 
movimentadas quando aumentar ou diminuir seu valor. Esse processo será 
realizado com todas as contas abertas, para registrar o patrimônio das empre‑
sas, porque, uma vez criada a conta, todas as operações realizadas que tenham 
a mesma natureza deverão ser nela registradas.
3.4 Função das contas
Além de ser um nome que permite identificar cada elemento patrimo‑
nial, a conta é também uma representação gráfica de bens, direitos, obriga‑
ções, receitas e despesas. A função de cada conta é identificar o fato registrado, 
facilitar o trabalho de planejamento e controle contábil, possibilitar oregistro 
das variações patrimoniais e informar o saldo de cada elemento patrimonial 
em um determinado momento. Sá (2000, p. 101) afirma que:
a conta, sabemos, é um complexo que identifica o fato 
dimensionalmente em seu surgir, evoluir e concluir, preo‑
cupando‑se: por seu título, em evidenciar a Qualidade; pelo 
crédito, em evidenciar as causas; pelo débito, em evidenciar 
os efeitos; pelo valor, em denotar o aspecto quantitativo; 
pelas datas, o tempo de ocorrência ou percepção do fato; 
pela classificação do local ou da atividade, o espaço; ou seja, 
apresenta toda a dimensionalidade da essência do fenô‑ 
meno patrimonial.
– 41 –
Contas e plano de contas
De forma gráfica, podemos dizer que a conta evidencia os seguin‑ 
tes aspectos.
Identificada cada
elemento patrimonial
de forma clara e objetiva.
Existem as contas
sintéticas e as analíticas.
Título Classificação Funcionamento
Evidencia se a conta é
patrimonial (bem,
direito e obrigação) ou
de resultado
(receita e despesa).
Apresenta o que
devemos fazer para
aumentar ou diminuir
o valor de uma conta.
Contacontábil
3.5 Representação gráfica das contas
Cada conta é representada hoje por fichas ou folhas soltas, cujo conjunto 
forma o livro chamado Razão. Essas fichas ou folhas soltas podem ter estru‑
tura diferenciada. Veja um exemplo a seguir.
Título da conta: banco conta corrente
Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
10/1/2005
11/1/2005
Depósito n. 12
Cheque n. 888 emitido 
em 10/1/2005
100
000
00
80
100
20
D
D
As contas do ativo (bens e direitos) e as de despesas têm saldo 
devedor. As contas do passivo (obrigações e patrimônio 
líquido) e as de receitas têm saldo credor.
A partir do exemplo anterior, podemos perceber que a conta possui 
os seguintes elementos: título, data, histórico, coluna do débito, coluna do 
 crédito, coluna que indica a natureza do saldo, coluna do saldo. Desse modo, 
cada conta é representada em fichas separadas.
– 42 –
Contabilidade Básica
Existe outra representação gráfica das contas que passou a ser usada 
nas salas de aula e nos livros didáticos. Essa representação surgiu para 
facilitar o trabalho dos alunos na execução dos exercícios. Essa represen‑
tação gráfica tem a forma da letra “T” e é conhecida nos meios contábeis 
como razonete.
O razonete é uma simplificação da ficha da conta, em que somente são 
usadas as colunas de débito e crédito. O saldo é apurado pela diferença entre 
as somas das duas colunas.
Título da conta: banco conta corrente
Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
Na forma da letra “T”, o razonete ficará assim:
Nome Da Conta
Estrutura e exemplo 
de um razonete
Banco Conta Corrente
DÉBITO
R$ ...
CRÉDITO
R$ ...
200
300
soma 
500
50
150
soma 200
Saldo 
devedor
Saldo credor
 Saldo 
300
Razonete
Razonete é uma simplificação do Livro Razão, usado na didá-
tica contábil pela facilidade de uso e efeito visual objetivo e 
claro, já que utiliza apenas as colunas de débito e crédito e o 
título da conta que representa.
Observe que o razonete tem a forma de um “T”, devendo os 
lançamentos a débito (D) serem registrados no lado esquerdo 
e os a crédito (C), no lado direito. Ao final dos lançamentos, 
apura-se o resultado pela confrontação dos lançamentos.
– 43 –
Contas e plano de contas
 Saiba mais
Plano de Contas é um elenco de todas as contas que se 
prevê que sejam necessárias para os registros dos fatos 
contábeis de uma entidade, com sua respectiva classifica-
ção e codificação.
3.6 O planejamento do plano de contas
Ao elaborar o Plano de Contas, devemos observar a legislação perti‑
nente, a saber:
a) os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA) (Reso‑
lução n. 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade);
b) as normas legais estabelecidas pela Lei 11.638/2007 (nova lei das 
S/As); Lei 11.941/2009; 
c) a legislação específica do ramo de atividade exercido pela empresa.
3.7 Composição do plano de contas
O Plano de Contas é composto dos seguintes elementos.
a) Elenco de contas: é o rol das contas que serão empregadas para os 
registros dos atos e fatos contábeis com seu nome (intitulação) e seu 
código representativo de registro.
b) Manual de contas: é um conjunto de explicações do uso adequado 
de cada conta, componente do Plano de Contas. É um guia para 
os profissionais da Contabilidade, possibilitando os registros con‑
tábeis de maneira uniforme. No manual de contas, discrimina‑se a 
função, o funcionamento e a natureza do saldo de cada conta. Veja 
como essas explicações podem ser elaboradas.
Conta Caixa
Função: representa o valor dos bens numerários disponíveis, portanto de livre e 
imediata movimentação.
Funcionamento: debitada pela entrada de dinheiro; creditada pelas saídas de dinheiro.
Natureza do saldo: sempre haverá saldo devedor.
– 44 –
Contabilidade Básica
c) Lançamentos explicativos: são modelos de lançamentos para o 
registro de fatos que raramente ocorrem na empresa.
3.8 Estrutura do plano de contas
Atualmente, o Plano de Contas deve obedecer às disposições contidas na 
Lei 11.638/2007 (nova lei das S/As); Lei 11.941/2009. Essas leis regulamentam 
a disposição de grupos e as contas pertencentes a eles. Apresentamos a seguir a 
estrutura básica de um Plano de Contas, em que estão relacionados os princi‑
pais grupos de contas.
A – Contas Patrimoniais
1 – Ativo 2 – Passivo
 1.4 Ativo circulante
 1.4.1 Disponível
 1.4.2 Direitos
 1.4.3 Estoques
 1.5 Ativo não circulante
 1.5.1 Ativo realizável a longo prazo
 1.5.2 Investimentos
 1.5.3 Imobilizado
 1.5.4 Intangível
 2.1 Passivo circulante
 2.2 Passivo não circulante
 2.3 Patrimônio líquido
 2.3.1 Capital
 2.3.2 Reservas
 2.3.3 Ajustes de avaliação patrimonial 
 2.3.4 Ações em Tesouraria
 2.3.5 Lucros/Prejuízo
B – Contas de Resultado
3 – DESPESAS E CUSTOS
 3.1 Despesas operacionais
 3.1.1 Despesas com vendas
 3.1.2 Despesas administrativas
 3.1.3 Despesas financeiras
 3.1.4 Outras despesas operacionais
 3.2 Custos operacionais
 3.2.1 Custo das compras
 3.3 Outras Despesas
– 45 –
Contas e plano de contas
B – Contas de Resultado
4 – RECEITAS
 4.1 Receitas operacionais
 4.1.1 Receita bruta com as vendas
 4.1.2 Receitas financeiras
 4.1.3 Outras receitas operacionais
 4.2 Outras Receitas
5 – APURAÇÃO DO RESULTADO
 5.1 Resultado bruto
 5.2 Resultado não operacional
 5.3 Resultado líquido
Para que você não confunda as contas e seus grupos, convém que você 
utilize um código numérico para cada conta. O código numérico é composto 
por um ou mais algarismos utilizados para identificar cada conta que compõe o 
Plano de Contas. Ele serve para classificar as contas de resultado e as patrimo‑
niais; substituir o título da conta pelo seu código (registro pelo computador); 
facilitar a organização e a utilização das contas e dos registros contábeis.
3.9 Modelo de um plano de contas
A – Contas Patrimoniais
1 – Ativo 2 – Passivo
1.1 Ativo circulante
1.1.1 Disponível
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Banco
1.1.1.3 Aplicações
1.1.2 Direitos
1.1.2.1 Clientes
1.1.2.2 Duplicata a receber
1.1.2.3 (–) Dp Descontada
1.1.2.4 (–) PCLD (Provisão para 
crédito de liquidação duvidosa)
2.1 Passivo circulante
2.1.1 Obrigação a fornecedores
2.1.1.1 Duplicata a pagar
2.1.1.2 Fornecedor
2.1.2 Obrigações financeiras
2.1.2.1 Empréstimos
2.1.2.2 Financiamento a pagar
2.1.2.3 Promissória a pagar
2.1.3 Obrigações fiscais
2.1.3.1 COFINS a recolher
2.1.3.2 ICMS a recolher
– 46 –
Contabilidade Básica
A – Contas Patrimoniais
1 – Ativo 2 – Passivo
1.1.2.5 Promissória a receber
1.1.2.6 Adiantamento a empregado
1.1.2.7 Dividendos a receber
1.1.3 Impostos a recuperar
1.1.3.1 ICMS a recuperar
1.1.3.2 IPI a recuperar
1.1.3.3 IRRF a recuperar
1.1.3.4 Outros impostos a recuperar
1.1.4 Estoques
1.1.4.1 Mercadorias
1.1.4.2 Material de embalagem
1.1.4.3 Material de expediente
1.1.4.4 (–) Provisão p/ perdas
1.1.4.5 (–) Redução ao valor de mercado
1.1.5 Despesas do exercício seguinte
1.1.5.1 Aluguéis a vencer
1.1.5.2 Juros a vencer
1.1.5.3 Prêmio de seguro a vencer
1.2ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.1 Ativo realizável em longo prazo
1.2.1.1 Contas a receber
1.2.1.1.1 Clientes
1.2.1.1.2 Duplicata a receber
1.2.1.1.3 Promissórias a receber
1.2.1.1.4 (–) PCLD
1.2.1.2 Outros Direitos
1.2.1.2.1 Adiantamento a diretores
1.2.1.2.2 Empréstimo a coligada
1.3 Investimentos
1.3.1Participações coligadas
1.3.2 Participações controladas
1.3.3 Obras de arte
1.3.4 Investimento permanente
2.1.3.3 IPI a recolher
2.1.3.4 IRRF sobre LL (Lucro 
Líquido) a recolher
2.1.3.5 ISS a recolher
2.1.3.6 PIS a recolher
2.1.4 Obrigações trabalhistas
2.1.4.1 Previdência a recolher
2.1.4.2 13º a pagar
2.1.4.3 Férias a pagar
2.1.4.4 FGTS a recolher
2.1.4.5 Salários a pagar
2.1.5 Outras obrigações
2.1.5.1 Clube social a pagar
2.1.5.2 Sindicato a recolher
2.1.5.3 Dividendos a pagar
2.1.5.4 Imposto e taxa a recolher
2.1.5.5 Participações a pagar
2.1.6 Provisões
2.1.6.1 para contribuição social
2.1.6.2 para 13º
2.1.6.3 para encargos sociais
2.1.6.4 para férias
2.1.6.5 para imposto de renda
2.2 Passivo não Circulante
2.2.1 Obrigações a fornecedores
2.2.1.1 Duplicata a pagar
2.2.1.2 Fornecedores
2.2.2 Obrigações financeiras
2.2.2.2 Banco conta empréstimo
2.2.2.3 Debêntures
2.2.2.4 Financiamento a pagar
2.2.2.5 Promissória a pagar
2.2.3 Outras obrigações
– 47 –
Contas e plano de contas
A – Contas Patrimoniais
1 – Ativo 2 – Passivo
1.3.5 (–) Perdas no investimento
1.3.6 Imóveis de renda
1.3.7 (–) Depreciação acumulada
2.3 Resultado de exercícios futuros
2.3.1 Aluguéis ativos a vencer
2.3.2 Receitas financeiras a vencer
1.3.2 Imobilizado
Bens Materiais (Tangíveis)
1.3.2.2 Micro e periféricos
1.3.2.3 Imóveis
1.3.2.4 Instalações
1.3.2.5 Móveis e utensílios
1.3.2.6 Veículos
1.3.2.7 (–) Depreciação acumulada
1.3.2.8 Recursos naturais
1.3.2.9 (–)Exaustão acumulada
Bens imateriais (Intangíveis)
1.3.2.10 Benfeitoria em bem de terceiro
1.3.2.11 Direitos de uso
1.3.2.12 Fundo de comércio
1.3.2.13 Marcas e patentes
1.3.2.14 (–) Amortização acumulada
2.3.3 (–) Custos operacionais a vencer
2.3.4 Receita não operacional a vencer
2.3.5 (–) Custo não operacional a vencer
2.4 Patrimônio líquido
2.4.1 Capital social
2.4.1.1 Capital subscrito
2.4.1.2 (–) Capital a realizar
2.4.2 Reservas de capital
2.4.2.1 Ágio de ações
2.4.2.2 Alienação de debêntures
2.4.2.3 Venda partes beneficiárias
2.4.2.4 Doações e subven-
ções p/ investimentos
2.4.3 Ajustes de avaliação patrimonial
2.4.4 Reservas de lucros
2.4.4.1 Reserva legal
2.4.4.2 Reservas estatutárias
2.4.4.3 Reservas p/ contingências
2.4.4.4 Reservas p/ investimentos
2.4.4.5 Reservas de lucro a realizar
2.4.5 Lucros ou prejuízos acumulados
2.4.5.1 Lucros acumulados
2.4.5.2 (–) Prejuízos acumulados
2.4.5.3 (–) Ações em tesouraria
B – Contas de Resultado
3 – Despesas e Custos
3.1 Despesas Operacionais
3.1.1 Despesas com vendas
– 48 –
Contabilidade Básica
B – Contas de Resultado
Pessoal
3.1.1.1 Assistência médica e social
3.1.1.2 Comissões sobre vendas
3 – Despesas e Custos
3.1.1.3 Condução e transporte
3.1.1.4 Contribuições para o FGTS
3.1.1.5 Contribuições de previdência
3.1.1.6 Décimo terceiro salário
3.1.1.7 Encargos sociais
3.1.1.8 Férias
3.1.1.9 Gratificações
3.1.1.10 Indenizações
3.1.1.11 Lanches e refeições
3.1.1.12 Salários
3.1.1.13 Seguros de acidente de trabalho
3.1.1.14 Viagens e estadias
3.1.1.15 Outras despesas com pessoal
Outras
3.1.1.16 Brindes e presentes
3.1.1.17 Combustíveis
3.1.1.18 Despesa com PCLD
3.1.1.19 Fretes e carretos
3.1.1.20 Material de embalagem
3.1.1.21 Perdas com clientes
3.1.1.22 Propaganda e publicidade
3.1.1.23 Serviços de terceiros
3.1.1.24 Despesas eventuais
– 49 –
Contas e plano de contas
B – Contas de Resultado
3.1.2 Despesas administrativas pessoal
3.1.2.1 Assistência médica e social
3.1.2.2 Condução e transporte
3.1.2.3 Contribuição para o FGTS
3.1.2.4 Contribuições de previdência
3 – Despesas e Custos
3.1.2.5 13º salário
3.1.2.6 Encargos sociais
3.1.2.7 Férias
3.1.2.8 Honorários da diretoria
3.1.2.9 Indenizações
3.1.2.10 Lanches e refeições
3.1.2.11 Pró-labore
3.1.2.12 Salários
3.1.1.13 Seguro de acidente de trabalho
3.1.1.14 Viagens e estadias
3.1.1.15 Outras despesas com pessoal
Gerais
3.1.1.16 Água e esgoto
3.1.1.17 Aluguel passivo (pago)
3.1.1.18 Amortização
3.1.1.19 Combustíveis
3.1.1.20 Correios e telégrafos
3.1.1.21 Depreciação
3.1.1.22 Energia elétrica
3.1.1.23 Fretes e carretos
3.1.1.24 Jornais e revistas
– 50 –
Contabilidade Básica
B – Contas de Resultado
3.1.1.25 Material de expediente
3.1.1.26 Prêmio de seguro
3.1.1.27 Telefone
3.1.1.28 Despesas eventuais
3.1.1.29 Material de limpeza
Tributárias
3.1.1.30 Impostos e taxas
Outras
3.1.1.31 Serviços de terceiros
3.1.1.32 Despesas eventuais
3.1.3 Despesas financeiras
3.1.3.1 Descontos concedidos
3.1.3.2 Juros passivos (pagos)
3.1.3.3 IOF
3.1.3.4 Despesas bancárias
3.1.4 Outras despesas operacionais
3.1.4.1 Multas fiscais
3.1.4.2 Perda na realização de investimentos
3.1.4.3 Variações monetárias passivas
3.1.4.4 Despesas de participações societárias
3.2 Custos Operacionais
3.2.1 Custo das compras
3.2.1.1 Compras de mercadorias
3.2.1.2 Fretes e seguros sobre as compras
3.2.1.3 (–) Compras anuladas
3.2.1.4 (–) Descontos incondicionais obtidos
3.3 Despesas não Operacionais
– 51 –
Contas e plano de contas
B – Contas de Resultado
3.3.1 Perdas em transações do ativo permanente
4 – Receitas
4.1 Receitas Operacionais
4.1.1 Receita bruta com as vendas
4.1.1.1 Venda de mercadorias
4.1.1.2 Receitas de serviços prestados
4.1.1.3 (–) Vendas anuladas
4.1.1.4 (–) Descontos incondicionais concedidos
4.1.1.5 (–) ICMS sobre as compras
4 – Receitas
4.1.1.6 (–) Impostos sobre serviço (ISS)
4.1.1.7 (–) PIS sobre o faturamento (Programa de Integração Social)
4.1.1.8 (–) COFINS
4.1.2 Receitas financeiras
4.1.2.1 Descontos obtidos
4.1.2.2 Juros ativos (recebidos)
4.1.2.3 Rendimentos sobre aplicações financeiras
4.1.3 Outras receitas operacionais
4.1.3.1 Aluguéis ativos (recebidos)
4.1.3.2 Perdas recuperadas
4.1.3.3 Receitas de participações societárias
4.2 Receitas não Operacionais
4.2.1 Ganhos em transações do ativo permanente
4.2.2 Doações recebidas
4.2.3 Recebimento de indenizações
5 – Apuração do Resultado
5.1 Resultado bruto
– 52 –
Contabilidade Básica
B – Contas de Resultado
5.1.1 Custo da mercadoria vendida (CMV)
5.1.2 Custo dos serviços prestados (CSP)
5.1.3 Resultado da conta de mercadorias (RCM)
5.1.4 Lucro sobre vendas (lucro bruto)
5.1.5 (–) Prejuízo sobre vendas
5.2 Resultado não operacional
5.2.1 Ganhos ou perdas de capital
5.3 Resultado líquido
5.3.1 Resultado do exercício
Fonte: adaptado de Ribeiro (2002).
Esse Plano de Contas é um simples exemplo. Ele não abrange operações 
de empresas industriais, do ramo financeiro, securitário, pecuário, agrícola, 
etc. Ele também não contempla todas as possíveis contas necessárias ao 
controle do patrimônio, somente as principais.
Para um plano mais completo, você deve consultar o livro Manual de 
Contabilidade das Sociedades por Ações, da FIPECAFI (IUDÍCIBUS e outros, 2011).
3.10 Depreciação
 2 Conceito: é a diminuição do valor dos bens materiais registrados 
no ativo permanente imobilizado, resultante do desgaste pelo uso, 
pela ação da natureza ou pela obsolescência normal.
 2 Por que depreciar? Quando a empresa compra um bem, ela efetua 
um gasto. Esse gasto, por ser considerado como investimento, não 
pode ser classificado como despesa. Entretanto, quando esses bens são 
utilizados pela empresa, desgastam‑se e perdem o valor. Essa perda de 
valor é denominada depreciação. Através dela, a empresa pode con‑
siderar como despesas o valor gasto na compra dos seus bens de uso.
 2 Motivos para depreciar: desgaste pelo uso, ação do tempo, expo‑
sição ao sol ou à chuva; obsolescência por defasagem em relação ao 
desenvolvimento tecnológico.
– 53 –
Contas e plano de contas
 2 Métodos de depreciação: método linear, método da soma dos dígi‑
tos, método do saldo decrescente, etc. O mais usado éo método 
linear que consiste em aplicar taxas anuais constantes pelo tempo 
de vida útil estimado do bem.
 2 Vida útil do bem: é o prazo (ano, mês ou dia) durante o qual o 
bem tem utilidade econômica para a empresa.
 2 Lançamento da depreciação: debitar – despesa de depreciação; cre‑
ditar: depreciação acumulada. A conta despesa de depreciação vai para 
a apuração do resultado do exercício e a conta depreciação acumulada 
é uma conta retificadora do ativo permanente imobilizado.
 2 Bens que não podem ser depreciados: bens que aumentam de 
valor com o tempo (obras de arte), terrenos, prédios ou construções 
não alugados e nem utilizados pela empresa.
 2 Período para fazer a depreciação: pode ser feita mensalmente 
ou anualmente.
 2 Tipos de depreciação: normal (quando o bem é utilizado em 
um único turno, a ele será aplicada a taxa normal); acelerada 
(quando o bem for utilizado durante dois turnos, será aplicada a 
taxa multiplicada pelo coeficiente 1,5; se for utilizado durante três 
turnos, será aplicada a taxa multiplicada pelo coeficiente 2,0).
 2 Prazos usualmente admitidos: veja exemplo na tabela a seguir.
Contas Prazos Admitidos Taxas
Computador 5 anos 20% ao ano
Imóveis, exceto terrenos 25 anos 4% ao ano
Instalações 10 anos 10% ao ano
Móveis e utensílios 10 anos 10% ao ano
Veículos 5 anos 20% ao ano
Conta retificadora é uma conta que vai diminuir o valor da conta 
principal. Por exemplo:
Móveis 200
(–) Depreciação
– 54 –
Contabilidade Básica
Acumulada (2)
198
 
 2 Exemplo do cálculo da depreciação normal: uma máquina com‑
prada por R$ 50.000, com tempo de vida útil estimado em 10 anos, 
e uma quota de depreciação de 10% ao ano. O valor da depreciação 
será de R$ 5.000 (50.000 x 10%).
 2 Exemplo do cálculo da depreciação acelerada: suponhamos que 
a máquina descrita anteriormente seja utilizada em dois turnos de 
8 horas. Sabendo que a taxa normal é de 10% ao ano, devemos 
calcular a taxa acelerada assim: 10% x 1,5 = 15%. O valor da depre‑
ciação será de R$ 7.500 (50.000 x 15%).
3.11 Amortização
 2 Conceito: é a diminuição do valor dos bens imateriais, cuja exis‑
tência ou exercício tenha duração limitada, em razão do tempo.
 2 Lançamento da amortização: debitar: despesa de amortização; 
creditar: amortização acumulada. A conta despesa de amortização 
vai para a apuração do resultado do exercício e a conta amortização 
acumulada é uma conta retificadora do ativo permanente.
 2 Bens que podem ser amortizados: bens cuja utilização pela 
empresa tenha prazo limitado por lei ou contrato e direitos cuja 
existência tenha duração limitada. Por exemplo: despesas pré‑ope‑
racionais, despesas de reorganização, benfeitorias em prédios de 
terceiros, marcas e patentes, etc.
 2 Período para fazer a amortização: pode ser feita mensalmente ou 
anualmente.
 2 Prazos usualmente admitidos: veja exemplo na tabela a seguir.
Contas Prazos Admitidos Taxas
Despesas pré-operacionais 
ou de reorganização.
Mínimo em 5 anos 20%
Máximo em 10 anos 10%
– 55 –
Contas e plano de contas
Benfeitorias em 
prédio de terceiros ou 
marcas e patentes.
De acordo com o tempo 
de validade dos mesmos 
(10 anos, 20 anos, etc.).
Conta retificadora é uma conta que vai diminuir o valor da conta 
principal. Por exemplo:
Marcas e Patentes 100
(–) Amortização
Acumulada 
(2)
99
 2 Exemplo do cálculo da amortização: supor que na conta benfei‑
torias em imóveis de terceiros tenha um saldo de R$ 40.000, o qual 
deve ser amortizado à taxa de 10% ao ano. O valor da amortização 
será de R$ 4.000 (40.000 x 10%).
3.12 Exaustão
 2 Conceito: é a diminuição do valor de bens ou direitos do ativo, 
ao longo do tempo, decorrente de sua exploração (extração ou 
aproveitamento). Representa perda de valor, pela utilização de uma 
lavra, jazida ou reserva florestal. Dessa forma, a empresa registra a 
diminuição do valor de aquisição do bem, em função da quanti‑
dade extraída.
 2 Lançamento da exaustão: debitar: despesa de exaustão; creditar: 
exaustão acumulada. A conta despesa de exaustão vai para a apura‑
ção do resultado do exercício e a conta exaustão acumulada é uma 
conta retificadora do ativo permanente.
Conta retificadora é uma conta que vai diminuir o valor da conta 
principal. Por exemplo:
Jazida 300
(–) Exaustão
– 56 –
Contabilidade Básica
Acumulada 
(30)
270
Conclusão
Estudamos a planificação das contas em forma de Plano de Contas 
contábeis. Plano de Contas contábeis é um instrumento fundamental de 
trabalho do contador. A qualidade da informação depende da estruturação 
do Plano de Contas. O Plano de Contas é estruturado pelos grupos na 
seguinte sequencia: ativo (composto pelos bens e direitos); passivo (obriga‑
ções mais o patrimônio líquido); receita (composta pela contas e grupo de 
contas que representam o ingresso de valores); despesas (compostas pelas 
contas e grupo de contas que representam os gastos despendidos para a pro‑
dução de receitas). Existem contas que são de natureza redutora dos grupos 
de contas como é o caso da depreciação, amortização e exaustão. Essas repre‑
sentam a perda no valor de aquisição de bens e direitos registrados no ativo 
permanente e são registradas com valores (saldos) a crédito, portanto são 
consideradas contas redutoras do grupo de ativo.
PLANO DE CONTAS
Visa:
fixar os
procedimentos a
serem adotados na
escrituração;
determinar títulos,
funções, classificações
e funcionamento das
contas.
É um guia que orienta
o contabilista sobre o
funcionamento de cada
conta, seus relaciona-
mentos e as implicações
diretas e indiretas de
cada uma com o
conjunto delas.
Deve evidenciar:
contas de escrituração
geral;
contas de escrituração
financeira;
contas de escrituração
de custos.
4
Escrituração, 
lançamento e razonete
Cumprida a etapa de identificação dos elementos patrimo‑
niais, da denominação das contas e de sua classificação no Plano 
de Contas, torna‑se necessário fazer os registros dos fatos contá‑
beis. A técnica contábil utilizada para registrar os fatos, segundo 
sua espécie e natureza, nos livros contábeis, é a escrituração. Evi‑
dentemente, não se registra tudo o que foi executado (atos e fatos 
administrativos), mas os fatos que tenham documentação que 
comprove a sua realização.
– 58 –
Contabilidade Básica
Os registros tornam‑se mais acessíveis, práticos e funcionais quando as 
anotações são feitas em ordem cronológica e em livros próprios. A grande 
vantagem de se utilizar a técnica de escrituração para documentação dos fatos 
contábeis está na possibilidade de obter‑se a informação precisa, na hora exata 
em que se fizer necessária, sem precisar perder‑se em montanhas de papéis 
para localizar uma transação realizada.
4.1 Conceito de escrituração
É a técnica contábil para o registro de todos os fatos contábeis ocorridos 
em uma entidade, obedecendo aos princípios de Contabilidade e às normas 
vigentes. É através dessa técnica que a Contabilidade atinge seu objetivo de 
estudar, controlar e fornecer informações sobre o patrimônio e suas variações.
4.2 Função da escrituração
Ao executar o registro dos fatos contábeis, a escrituração atende a duas 
funções básicas:
a) função histórica: ao registrar os fatos em ordem cronológica (dia, 
mês, ano), a escrituração acaba retratando a verdadeira história 
do patrimônio;
b) função monetária: ao registrar os fatos em seus valores mone‑
tários, a escrituração possibilita a análise econômica, financeira 
e patrimonial.
4.3 Métodos de escrituração
Método é a maneira de fazer certas coisas. Método de escrituração é a 
forma de registro dos fatos contábeis. Existem dois métodos fundamentais 
para o registro dos fatos.
a) Método das Partidas Simples – esse método é utilizado para 
registro de um valor apenas de débito ou apenas de crédito. A 
entidade que controla suas transações registrando apenas o livro 
caixa está utilizando esse método, pois sua preocupação maior é 
– 59 –
Escrituração, lançamento e razonete
apenas o controle do dinheiro. Não há a preocupação em registraroutros elementos patrimoniais e nem mesmo o resultado das 
transações realizadas. O método é incompleto, pois não permite 
o controle total do patrimônio, e, como consequencia, imperfeito 
para ser usado no processo de tomada de decisões, por falta de 
insuficiência de dados. As entidades que utilizam apenas esse 
método só conseguem conhecer seu resultado econômico ao 
comparar o patrimônio existente no início com o existente no 
final do período.
b) Método das Partidas Dobradas ou Digrafia – o método tem 
como princípio fundamental o fato de que, a cada lançamento a 
débito de uma ou mais contas, deverá corresponder um crédito 
equivalente ao mesmo valor em uma ou mais contas. Ou seja, 
não há débito sem crédito correspondente. Como consequencia 
do Método das Partidas Dobradas, o registro de um fato con‑
tábil exige a movimentação de, no mínimo, duas contas. Por 
essa razão é conhecido como partida dobrada. Assim, não há 
devedor sem credor.
Como para cada débito há um crédito equivalente, a soma dos valores 
debitados será igual à soma dos valores creditados. Como a natureza dos sal‑
dos corresponde à diferença entre os valores debitados e creditados na mesma 
conta, a soma dos saldos devedores será igual aos valores da soma dos saldos 
credores. E, também, o total do ativo será igual ao total do passivo.
Por meio desse método, os registros são realizados, inicialmente, no 
Livro Diário e, posteriormente, no Livro Razão. Esse método foi divulgado 
pela primeira vez, na cidade de Veneza (Itália), em 10 de novembro de 1494, 
pelo frade Luca Paccioli. É o método que foi empregado pelos comerciantes, 
desde o século XV, e, até hoje, é utilizado pelos contabilistas, ou seja, é um 
método de uso universal. Marion nos ensina que:
o Método das Partidas Dobradas já fez 500 anos de idade 
após sua oficialização. Nos últimos 50 anos observamos as 
maiores descobertas e invenções do mundo, entretanto, nada 
ainda substituiu na Contabilidade este método. Na verdade, 
este método é tão perfeito que nunca sofreu qualquer ameaça 
de substituição (MARION, 2004, p. 152).
– 60 –
Contabilidade Básica
Exemplo de Partida Dobrada
Fato: compra à vista de móveis R$ 1.000
Lançamento: Débito (aplicação): Móveis 1.000; Crédito (origem): Caixa 1.000
Razonete da Conta Móveis Razonete da Conta Caixa
Débito Débito
1.000 1.000
Crédito Crédito
Lançamento duplo
Débito = Crédito
Observando o registro anterior, podemos perceber que teremos sem‑
pre uma Partida e uma Contrapartida. Se debitarmos uma conta, devemos 
automaticamente creditar o mesmo valor em outra conta e vice‑versa.
4.4 Sistema de escrituração
A Contabilidade, como disciplina adulta, utilizou‑se de alguns 
processos de escrituração que foram evoluindo no transcorrer do tempo. 
Assim, temos os sistemas de escrituração manual, maquinizado, mecanizado 
e eletrônico.
4.5 Livros de escrituração
A Contabilidade utiliza vários livros para registrar os fatos contábeis, 
controlar o patrimônio e atender às exigências legais e de fiscalização. A quan‑
tidade e a natureza dos livros alteram‑se em função do porte, da forma jurí‑
dica e do ramo de atividades da empresa.
Para que tenham validade jurídica e fiscal, os livros de escrituração obri‑
gatórios devem conter certas formalidades legais extrínsecas e intrínsecas 
(Decreto Federal 64.567).
– 61 –
Escrituração, lançamento e razonete
a) Formalidades extrínsecas (externas): são requisitos que os livros 
devem conter, antes de serem escriturados, tais como: numeração 
mecâni ca, termos de abertura e encerramento, registro na reparti‑
ção competente, encadernação.
b) Formalidade intrínseca (interna): são requisitos que o contabi‑
lista deve observar ao preencher os livros, tais como: sem rasuras, 
borrões ou emendas, em ordem cronológica, clareza, exatidão, sem 
registros nas entrelinhas e nas margens.
A escrituração das variações patrimoniais ocorridas numa empresa é 
feita nos livros contábeis, livros auxiliares, livros fiscais, livros trabalhistas e 
livros societários. Apresentamos, no quadro a seguir, uma relação de livros 
previstos pela legislação brasileira. Estudaremos, neste capítulo apenas os 
dois principais livros da Contabilidade, a fim de que você não se espante, 
quando estiver em plena atividade profissional no campo da Contabili‑
dade, pelo contraste entre os princípios aprendidos e o que o cotidiano 
exigir‑lhe‑á.
Relação de livros usados na contabilidade
Código Civil
Diário Lei n. 10.406/02 Código Civil
Registro de Duplicatas (em desuso) Lei n. 5.474/68
Legislação societária
Lei n. 6.404/76
Regula as sociedades 
por ações; ver capítulo 
IX, Art. 100
Atas das assembleias gerais
Presença de acionistas
Atas das reuniões da diretoria
Atas das reuniões do conselho de administração
Atas de pareceres do conselho fiscal
Registro de ações nominativas
Registro de transferência de par-
tes beneficiárias nominativas
Registro de partes beneficiárias endossáveis
Registro de debêntures endossáveis
Registro de bônus de subscrição endossáveis
Registro de transferência de ações nominativas
– 62 –
Contabilidade Básica
RELAÇÃO DE LIVROS USADOS NA CONTABILIDADE
Legislação tributária
Apuração do imposto do lucro real 
(LALUR) Decreto-Lei n. 1.598/77
Apuração do IPI
Apuração do ICMS
Apuração do ISS
Registro de entradas
Registro de saídas
Registro de controle de produção e de estoque
Registro de selo especial de controle
Registro de impressão de documentos fiscais e termos de ocorrência
Registro de inventário
Livro Razão (Lei n. 8.218/91)
Livro Caixa (Lei n. 8.541/92) para pessoas jurídicas que 
optarem pela tributação com base no lucro presumido
Legislação trabalhista – CLT
Registro de empregados
Registro de inspeção do trabalho
Livros facultAtivos
Livro conta corrente
Livro controle de contas a receber
Livro controle de contas a pagar
Livro Caixa (exceto para as entidades que optarem 
pela tributação com base no lucro presumido)
4.5.1 Livro diário
No Livro Diário, são registradas diariamente todas as transações que afe‑
tam a situação patrimonial. Ele é um livro obrigatório pelo Código Civil que 
regula o direito de empresas. Por ser obrigatório, está sujeito às formalidades 
intrínsecas e extrínsecas. Porém a adoção desse sistema não exclui a empresa 
da obediência às formalidades descritas anteriormente.
Quadro 1 Modelo de Livro Diário Mecanizado.
Data Histórico Debito Crédito Conta Nº
Transporte 1
– 63 –
Escrituração, lançamento e razonete
4.5.2 Livro razão
O Livro Razão é um livro de valor inestimável, porque possibilita o 
conhecimento do volume das operações de cada elemento do patrimônio. 
No Livro Razão, abre‑se uma folha para cada conta, registrando nessa folha, 
a débito e a crédito, todas as operações que afetam a respectiva conta. A qual‑
quer momento, podemos apurar o seu saldo. Durante muito tempo, o Livro 
Razão era um livro facultativo. Sua escrituração passou a ser obrigatória a 
partir de 1991 (Art. 14, da Lei n. 8.218, de 29 de agosto de 1991).
Quadro 2 Modelo de Livro Razão mecanizado.
Data Histórico Débito Crédito Conta Nº Saldo D/C
Transporte
4.6 Atos e fatos administrativos
O patrimônio das empresas está em constante movimento em função 
dos acontecimentos que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem 
ser divididos em dois grupos.
a) Atos administrativos
São ocorrências da entidade que não geram alterações no patrimô‑
nio. Por exemplo, cotação de preço, admissão de empregados, assi‑
naturas de contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, 
aval de títulos, fiança em favor de terceiros, etc.
b) Fatos administrativos ou fatos contábeis
São eventos que geram alterações qualitativas e quantitativas no patri‑
mônio, podendo ou não alterar o patrimônio líquido da entidade. Por 
alterarem o patrimônio, precisam ser contabilizados por meio das con‑
tas patrimoniais e das contas de resultado. Para tanto, é fundamental 
que o fato seja representado por um documento que o comprove. Os 
fatos administrativos podem ser classificadosem três grupos.
– 64 –
Contabilidade Básica
 2 Fatos permutativos: são aqueles que trocam os dados componentes 
do ativo e/ou do passivo, sem alterar o valor do patrimônio líquido. 
Pode haver troca entre os dados do ativo e do passivo e entre os 
dois ao mesmo tempo. Por exemplo: compra de veículo à vista, 
pagamento de duplicatas, recebimento de nota promissória, etc.
 2 Fatos modificativos: são aqueles que causam modificações no 
patrimônio líquido da entidade. Abrangem somente uma conta 
patrimonial e uma ou mais contas de resultado. Por exemplo, 
pagamento de água, pagamento de telefone, etc.
 2 Fatos mistos: são os que abrangem, ao mesmo momento, um fato 
permutativo e um fato modificativo, podendo originar alterações 
no ativo, no passivo e no patrimônio líquido, ao mesmo tempo. 
Abrangem duas ou mais contas patrimoniais e uma conta de 
resultado. Por exemplo, pagamento de guia de impostos com juros, 
recebimento de duplicata com juros, etc.
4.7 Princípios contábeis
O registro dos fatos contábeis deve ser realizado de acordo com as nor‑
mas contábeis, pois o contabilista não deve fazer aquilo que ele acha que deve 
ser feito, mas sim o que determina a legislação. A desobediência acarretará em 
multas e até mesmo na suspensão do registro profissional (Resolução do CFC 
n. 750/93, Art. 11).
Segundo a
Resolução CFC 803,
de 10/10/96,
são regras,
conceitos e
procedimentos,
fixados para
orientar os
contabilistas a
exercerem com zelo
a profissão contábil.
De acordo com a
Resolução 750 do CFC,
art. 2, os princípios
norteiam osprocedimentos
do registro dos fatos
contábeis.
Eles são imutáveis.
As convenções têm a
finalidade de limitar ou
mesmo restringir a
aplicação de um
princípio fundamental
de contabilidade.
Elas são mutáveis.
Normas Contábeis
Princípios Convenções
– 65 –
Escrituração, lançamento e razonete
Essas regras são emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC), pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e 
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
CFC IBRACON CVM
O IBRACON tem a função
de desenvolver e aprimorar
as questões éticas e técnicas
dos contabilistas em geral e
dos auditores em particular.
Emite os seguintes
documentos normativos.
a) Normas e procedimentos
de contabilidade.
b) Normas e procedimentos
de auditoria.
c) Interpretações técnicas.
d) Comunicados técnicos.
e) Boletins eletrônicos.
A CVM tem o
objetivo de disciplinar,
fiscalizar e auxiliar a
desenvolver o mercado
de valores mobiliários
nacional. Emite os
seguintes tipos de atos
normativos.
a) Deliberações.
b) Instruções.
c) Notas explicativas.
d) Pareceres de
orientação.
Normas Contábeis
O CFC emite dois tipos
de normas.
1. Normas profissionais
denominadas de
NBCP.
2. Normas técnicas
denominadas de
NBCP.
O CFC, através das
normas brasileiras de
contabilidade, estabelece
as regras de conduta
profissional e de
procedimentos técnicos
a serem observadas pelos
contabilistas que atuam
no Brasil.
4.8 Método da partida dobrada: 
noção de débito e crédito
Débito e crédito são convenções contábeis. No dia‑a‑dia e na lingua‑
gem comum, débito significa dívidas e crédito significa valores a receber. Na 
Contabilidade, do ponto de vista dos elementos patrimoniais (bens, direitos e 
obrigações), débito significa aplicação de recursos e crédito, origem de recur‑
sos. Portanto procure, a partir de agora, não ligar os significados técnicos com 
o que eles representam na linguagem comum. Vamos ver agora como se faz a 
localização de débito e crédito.
 2 Débito está no lado esquerdo da conta ou do razonete.
 2 Crédito está no lado direito da conta ou do razonete.
– 66 –
Contabilidade Básica
Veja a seguir as regras que devemos obedecer para realizarmos os lança‑
mentos.
Contas Patrimoniais
Contas do Ativo (Bens e Direitos) Contas d Passivo (Obrigações)
Débito Crédito Débito Crédito
• Quando seu 
valor aumenta
• Quando é 
aplicação
• Quando seu 
valor diminui
• Quando é origem 
• Quando seu 
valor diminui
• Quando é 
aplicação
• Quando seu 
valor aumenta
• Quando é origem
Todas as contas do ativo devem ter 
saldo devedor, exceto as retificadoras.
Todas as contas do passivo devem ter 
saldo credor, exceto as retificadoras.
CONTAS DE RESULTADO
Contas de receitas Contas de despesas
Débito Crédito Débito Crédito
• Quando seu valor 
é cancelado
• Quando seu 
valor aumenta
• Porque é origem 
de recurso 
• Quando seu 
valor aumenta
• Porque é aplica-
ção de recurso
• Quando seu valor 
é cancelado
Todas as contas de receita 
devem ter saldo credor.
Todas as contas de despesa 
devem ter saldo devedor.
Como você pôde observar, há regras específicas para registrar a movi‑
mentação de cada elemento patrimonial. Tenha sempre em mente essas 
regras, pois são elas que fundamentarão todo o processo contábil.
4.9 Lançamento: conceito e elementos
É o elemento pelo qual se verifica a escrituração contábil. É o meio de 
se verificar o registro de cada fato no Livro Diário. Para fazer um lançamento, 
trabalhamos com três instrumentos: o fato contábil, o débito/crédito e a conta.
Na vida prática, ao depararmo‑nos com um fato a ser contabilizado, 
no Livro Diário, precisamos registrá‑lo obedecendo ao Método das Partidas 
– 67 –
Escrituração, lançamento e razonete
Dobradas. Esse método exige o aparecimento do devedor e do credor, a 
descrição do fato e o valor movimentado. Isso significa dizer que todo registro 
a ser efetuado no Livro Diário, em forma de lançamento, deve conter os 
seguintes elementos: a) local e data da ocorrência do fato; b) conta a ser 
debitada; c) conta a ser creditada; d) histórico; e) valor.
Veja como fica a estrutura de um lançamento, com todos os seus elementos:
Palmas, 20 de março de 2005
Mercadorias
a Caixa
N/ pagamento da nota fiscal n. 254,
de 18/3/2005, 
a Kara Ltda., ref. a compra de
mercadorias. R$ 1.000 
Local e data
Conta devedora
Conta credora
Histórico valor
4.9.1 Elaboração do lançamento: 
registro dos fatos contábeis
Para elaborar um lançamento, é necessário que se proceda da seguin‑ 
te maneira.
1º passo: identificar o local e a data da ocorrência do fato. O local é a 
cidade onde a empresa está estabelecida e a data é a que consta no 
documento que comprova a existência do fato contábil. Se não 
houver documento idôneo, o fato não poderá ser contabilizado. 
Exemplo de documentos: nota fiscal, duplicata, contrato, nota 
promissória, recibo, cheque, etc.
2º passo: identificar, no fato, os elementos patrimoniais envolvidos. Em 
cada fato contábil, poderá haver a movimentação de um bem, 
direito, obrigação, receita e despesa. Você deverá identificá‑lo.
3º passo: identificar as contas que serão utilizadas para registrar os elementos 
envolvidos. Significa procurar no plano de contas um nome (conta) 
que represente cada fato. Esse nome (conta) estará discriminado em 
cada razonete.
– 68 –
Contabilidade Básica
4º passo: identificar que conta será debitada e que conta será creditada. 
Após identificar as contas envolvidas no fato contábil, precisamos 
saber qual delas será debitada e qual será creditada. Você deve uti‑
lizar as regras que foram descritas na página anterior. Temos cinco 
opções para realizarmos a tarefa de identificar a conta devedora e 
a conta credora.
a) 1ª opção: origem x aplicação
Uma das contas envolvidas representa a origem dos recursos, isto 
é, de onde a empresa retirou o respectivo valor, e a outra conta 
representa a aplicação do recurso, ou seja, em que a empresa 
investiu esse valor. Dessa forma, teremos:
DÉBITO: aplicação de recursos
CRÉDITO: origem de recursos
b) 2ª opção: aumento ou diminuição do saldo da conta
Aqui a conta a ser debitada e a ser creditada será identifi‑
cada pela natureza de seu saldo. Saldo é a diferença entre os 
valores lançados a débito e os valores lançados a crédito na 
respectiva conta. Assim, toda vez que desejarmos aumentar 
o valor de uma conta do ativo e de uma despesa, devemos 
debitar a respectiva conta. Por outro lado, se desejarmosaumentar o valor das contas do passivo e de receitas, deve‑
mos creditá‑las. Mas, se desejamos diminuir o valor de uma 
conta do ativo, devemos creditá‑la e, se a conta for do pas‑
sivo, devemos debitá‑la.
c) 3ª opção: preparar o histórico do lançamento
Nesse momento, você deverá narrar o fato. Podemos usar a 
frase que desejarmos para representar a história da transação, 
evitando o uso de muitas palavras. Devemos ser claros e obje‑
tivos. No histórico, devemos mencionar: número e espécie 
do documento; nome da pessoa ou empresa com que se rela‑
ciona; identificação da “coisa” relacionada; tipo de transação: 
compra, venda, recebimento, pagamento, etc.
– 69 –
Escrituração, lançamento e razonete
d) 4ª opção: elaborar o lançamento no Livro Diário
Você deve verificar o sistema de escrituração (manual, mecani‑
zado, maquinizado, eletrônico) adotado pela empresa e, então, 
proceder ao lançamento do fato no Livro Diário.
e) 5ª opção: transcrever os valores do Livro Diário para o 
Livro Razão
Didaticamente, o Livro Razão é substituído pelo razonete. 
Razonete é um gráfico no formato da letra “T” utilizado 
para o controle individualizado de cada conta. A estrutura do 
razonete é:
Nome da conta: duplicata a receber
Lado do Débito Lado do Crédito
 R$ 1.000
 R$ 2.000
 R$ 900
 R$ 1.300
Soma R$ 3.000 Soma R$ 2.200
Saldo R$ 800
4.9.2 Exemplos de lançamentos
Apresentamos alguns fatos e seus respectivos lançamentos para que você 
desenvolva o raciocínio correto na aplicação da técnica de lançamento pelo 
método das partidas dobradas.
a) Compra à vista de um computador por R$ 2.000 pela Empresa Soares.
Com esse fato contábil, a empresa trocou um bem (dinheiro) por 
outro bem (computador). Houve uma aplicação de recursos na 
compra do computador. A origem dos recursos utilizados para o 
pagamento foi o dinheiro disponível. Assim, temos dois lados.
Compra Pagamento
O computador que a empresa compra 
e passa a fazer parte de seu patrimô-
nio. Indica a aplicação de recursos de 
R$ 2.000. O bem aumentou de valor.
O dinheiro que a empresa usa para 
pagar o computador. Indica a ori-
gem de recursos de R$ 2.000. O bem 
diminuiu de valor.
– 70 –
Contabilidade Básica
Fato contábil: compra de um computador à vista
Débito: computador R$ 2.000
Crédito: dinheiro R$ 2.000
Débito Crédito Débito Crédito
2.000 2.000
Razonete da conta computador Razonete da conta dinheiro (caixa)
b) Depósito em dinheiro no Banco Dindim S/A (R$  1.000) pela 
Empresa Soares.
Com esse fato contábil, a Empresa trocou um bem (dinheiro) 
por outro direito (banco). Houve uma aplicação de recursos no 
depósito bancário. A origem dos recursos utilizados para o depósito 
foi o dinheiro disponível.
Depósito no banco Dinheiro
O depósito que a empresa faz. 
Essa conta bancária passa a fazer 
parte de seu patrimônio. Indica a 
aplicação de recursos de R$ 1.000. 
O direito aumentou de valor.
O dinheiro que a empresa usa 
para fazer o depósito. Indica a 
origem de recursos de R$ 1.000. 
O bem diminuiu de valor.
Fato contábil: depósito bancário em dinheiro
Débito: Banco Dindim R$ 2.000
Crédito: dinheiro R$ 2.000
Débito Crédito Débito Crédito
1.000 1.000
Razonete da conta computador Razonete da conta dinheiro (caixa)
c) Venda a prazo de mercadorias para o cliente José por R$ 200 pela 
Empresa Soares.
Com esse fato contábil, a empresa trocou um bem (mercadorias) 
por um direito (DP a receber cliente José). Houve uma aplicação de 
– 71 –
Escrituração, lançamento e razonete
recursos na DP a receber do cliente. A origem dos recursos utiliza‑
dos é a venda da mercadoria em estoque. Assim, temos dois lados.
Cliente José Venda a prazo
A duplicata a receber do cliente José 
que a empresa possui passa a fazer 
parte de seu patrimônio. Indica a 
aplicação de recursos de R$ 200. 
O direito aumentou de valor.
A venda da mercadoria em 
estoque para o cliente. Indica a 
origem de recursos de R$ 200. 
A receita aumentou de valor.
Fato contábil: venda de mercadoria a prazo para José
Débito: DP a receber R$ 200
Crédito: venda de mercadoria R$ 200
Débito Crédito Débito Crédito
200 200
Razonete da conta DP a 
 receber ou cliente José
Razonete da conta venda mercadoria
d) Em 28/5/2005, a Empresa Soares efetua o pagamento, em dinheiro, 
do telefone do mês de maio de 2005, R$ 400.
Com esse fato contábil, a empresa trocou um bem (dinheiro) por 
uma despesa (telefone consumido). Houve uma aplicação de recur‑
sos no telefone. A origem dos recursos utilizados é o dinheiro dis‑
ponível. Assim, temos dois lados.
Telefone Dinheiro
O serviço com o telefone 
que a empresa consumiu. 
Indica a aplicação de 
recursos de R$ 400. A des-
pesa aumentou de valor.
O dinheiro que a empresa 
usa para pagar o telefone. 
Indica a origem de 
recursos de R$ 400. O 
bem diminuiu de valor.
– 72 –
Contabilidade Básica
Fato contábil: pagamento de telefone
Débito: despesa com telefone R$ 400
Crédito: dinheiro R$ 400
Débito Crédito Débito Crédito
400 400
Razonete da conta 
despesa telefone Razonete da conta dinheiro (caixa)
O saldo das contas é a diferença entre os valores lançados a débito e os 
valores lançados a crédito na respectiva conta.
Voltando aos exemplos anteriores, podemos perceber que a conta dinheiro 
(caixa) foi movimentada três vezes. Imaginando que o saldo inicial de dinheiro 
na Empresa Soares fosse de R$ 4.000, poderemos afirmar que seu saldo será de 
R$ 600 (4.000 – 3.400). Veja como ficaria o razonete da conta dinheiro.
Razonete da conta dinheiro (Caixa)
 4.000
 2.000
 1.000
 400
 4.000 (soma) 3.400 (soma)
 600 (saldo devedor)
OrigensAplicação
Veja outros exemplos de lançamentos.
a) Fato: compra de um veículo, à vista, no valor de R$ 8.000. Pagou com cheque.
Débito: veículo 8.000
É um bem, está no ativo, aumen-
tou de valor, debita.
Crédito: banco 8.000
É um direito, está no ativo, dimi-
nuiu de valor, credita.
b) Fato: pagamento de uma dívida denominada impos-
tos a recolher, no valor de R$ 200. 
– 73 –
Escrituração, lançamento e razonete
Débito: imposto a recolher 200
É uma obrigação, está no passivo, diminuiu 
de valor, debita.
Crédito: caixa 200
É um bem, está no ativo, diminuiu de valor, 
credita.
c) Fato: recebimento de um direito da cliente Ana, no valor de R$ 500.
Débito: caixa 500
É um bem, está no ativo, aumentou de 
valor, debita.
Crédito: cliente Ana 500
É um direito, está no ativo, diminuiu de 
valor, credita.
d) Fato: obtenção de um empréstimo no Banco Dindin, no valor de R$ 1.000.
Débito: banco 1.000
É um direito, está no ativo, aumentou de valor, 
debita.
Crédito: empréstimo 1.000
É uma obrigação, está no passivo, aumentou de 
valor, credita
4.9.3 Fórmulas de lançamento
Ao seguir os princípios do Método das Partidas Dobradas, o lançamento 
indica de maneira compulsória o devedor e o credor, representados pelas 
contas. O mesmo lançamento pode apresentar mais de um devedor ou 
credor. A pluralidade de devedores e credores fez surgir quatro fórmulas 
de lançamentos no diário, levando em consideração o número de contas 
debitadas e creditadas. Lembrar que o total do débito deverá ser igual ao total 
do crédito.
a) Primeira fórmula: quando aparece uma conta debitada e uma 
conta creditada.
Fato: compra de veículo à vista R$ 5.000
Débito: conta veículo 5.000
Crédito: conta caixa 5.000
– 74 –
Contabilidade Básica
b) Segunda fórmula: quando aparece uma conta debitada e várias 
contas creditadas.
Fato: compra de veículo com entrada de R$ 2.000 e res-
tante em 5 parcelas de R$ 600 cada
Débito: conta veículo 5.000
Crédito: conta caixa 2.000
Crédito: conta duplicata a pagar 3.000
c) Terceira fórmula: quando aparecem várias contas debitadas e uma 
conta creditada.
Fato: venda de veículo. Recebeu R$ 3.000 de entrada 
e restante em 4 parcelas de R$ 700 cada
Débito: conta caixa 3.000
Débito: conta duplicata a receber 2.800
Crédito: veículo 5.800
d) Quarta fórmula: quando aparecem várias contas debitadas e várias 
contas creditadas.
Fato: compra de geladeira e de um computador
Forampagos no ato R$ 2.000 e restante em 3 parcelas de R$ 500 cada.
Débito: conta móveis 1.000
Débito: conta computador 2.500
Crédito: conta caixa 2.000
Crédito: conta duplicata a pagar 1.500
4.9.4 Erros de lançamento e sua correção
Na escrituração dos livros, há a possibilidade de ocorrerem erros, mesmo 
quando você tiver observado o Método das Partidas Dobradas, pois errar é 
humano. Com a informatização da escrituração, erros com borrões, rasuras, 
saltos de linha ou de páginas, escrito nas entrelinhas praticamente deixaram 
de existir. Apresentamos, na tabela a seguir, os erros mais comuns e a forma de 
corrigi‑los como fonte de informação.
– 75 –
Escrituração, lançamento e razonete
Erros de escrituração Modos de corrigí‑los
1 – Erro de redação no histórico
1. Se for descoberto antes de finalizar 
o lançamento, usam-se as expres-
sões: “digo”, “aliás”, “em tempo”, 
repetindo a redação certa.
2. Se for descoberto após finalizar o lança-
mento, deve-se estornar o lançamento 
errado e fazer um novo correto.
2 – Borrões, rasuras Fazer ressalva por profissional habilitado.
3 – Saltos de linhas Preenchê-la por um traço.
4 – Salto de páginas Preenchê-las com traços diagonais.
5 – Erro de algarismo lançado a mais
1. Fazer lançamento retificativo 
excluindo a diferença lançada a mais.
2. Estornar o errado e fazer 
um novo correto.
6 – Erro de algarismo lançado a menos
1. Fazer lançamento complementar.
2. Estornar o errado e fazer 
um novo correto.
7 – Troca de uma conta por outra
1. Fazer lançamento retificativo 
excluindo ou invertendo as contas.
2. Estornar o errado e fazer 
um novo correto.
8 – Inversão de contas 
debitadas e creditadas
1. Fazer lançamento retifica-
tivo invertendo as contas.
2. Estornar o errado e fazer 
um novo correto.
9 – Omissão de lançamentos
Fazer, na data da descoberta, o lan-
çamento omitido, reportando-se à 
data em que se realizou o fato.
10 – Repetição de lançamentos Estornar o lançamento repetido.
– 76 –
Contabilidade Básica
Para concluir, destacamos que o contador só pode registrar as transações 
econômicas que possam ser comprovadas por documentos idôneos, e todos os 
registros devem ser realizados pelo Método das Partidas Dobradas.
Conclusão
Vimos que a escrituração determina os procedimentos que o contador 
deve realizar para controlar o patrimônio de uma entidade. O registro de cada 
fato de forma individualizada é denominado de lançamento. O lançamento é 
realizado nos livros contábeis em obediência às regras do Método das Partidas 
Dobradas. Para facilitar o controle de cada conta, devemos elaborar um razo‑
nete para cada conta movimentada e transcrever para ele os valores constantes 
nos lançamentos.
5
Prática: balancete 
de verificação
Já sabemos como fazer os lançamentos usando o Método das 
Partidas Dobradas. Agora, é convidado a verificar se a escrituração 
realizada está correta. Neste momento, poderá estar se perguntando 
o porquê de tanto trabalho. Respondemos convidando você a ela‑
borar o primeiro relatório que lhe permitirá ter uma visão geral da 
entidade de forma imediata. De posse de um único papel, você 
identificará todos os elementos patrimoniais com suas alterações e 
respectivos saldos. Pense que, verificando o que foi lançado, estamos 
controlando nossas ações para que no futuro não sejamos surpre‑
endidos com alguma irregularidade. Todo trabalho executado tem 
uma razão de ser.
Agora, vamos apresentar como se deve elaborar o Balancete 
de Verificação.
– 78 –
Contabilidade Básica
5.1 Conceito
Em conformidade com a RESOLUÇÃO N.º 1.330/11 do Conselho 
Federal de Contabilidade, o Balancete de Verificação, ou simplesmente 
Balancete, é um demonstrativo que relaciona todas as contas do Livro Razão 
com seus respectivos saldos devedores ou credores, dispostos na mesma 
ordem do Plano de Contas elaborado.
5.2 Finalidades do balancete
Toda conta que lançamos a débito faz surgir o mesmo valor, em outra 
conta, a crédito. Assim, o valor total dos saldos devedores deve ser exata‑
mente igual ao valor total dos saldos credores. Essa é a principal finalidade 
do Balancete, ou seja, verificar se a soma dos saldos devedores é igual à soma 
dos saldos credores. Ele serve também para:
a) apurar o saldo total das contas do Razão, pela subtração do saldo 
devedor com o saldo credor;
b) comprovar se o princípio das partidas dobradas foi observado 
(saldo devedor = saldo credor);
c) servir de base para, no final do exercício, apurar o resultado opera‑
cional e elaborar as demonstrações contábeis;
d) verificar as modificações de cada elemento patrimonial;
e) identificar de imediato a existência de erros de lançamento que 
possam distorcer a natureza do saldo de uma conta. Exemplo: a 
Conta Caixa deve ter saldo sempre devedor. Se, no Balancete, seu 
saldo for credor, a conta deverá, ser analisada, e deverá ser locali‑
zado o erro de lançamento.
Você poderia perguntar: todos os erros podem ser descobertos atra‑
vés do Balancete? A resposta é não. Por exemplo: se uma conta do ativo 
ou despesa aparecer, no Balancete, com saldo credor, e uma conta do 
passivo ou receita, com saldo devedor, sabendo que os saldos desses gru‑
pos deverão ser devedor (ativo e despesa) e credor (passivo e receita), 
esse demonstrativo somente indica que houve uma inversão de contas 
debitadas e creditadas.
– 79 –
Prática: balancete de verificação
Veja também que, se você debitou e creditou em contas indevidas ou se 
você debitou e creditou as contas com valor diferente do contido no documento, 
isso o Balancete não poderá acusar. Nesse sentido, podemos afirmar que a 
igualdade dos saldos devedores e credores, no Balancete de Verificação, não 
significará, necessariamente, que os lançamentos estão completamente corretos.
Então como podemos descobrir se há erros? Você deverá, após analisar o 
Balancete, fazer os inventários físicos e confrontá‑los com seus registros, a fim 
de sanar toda e qualquer irregularidade existente. Por exemplo:
a) conta banco: confronte os saldos das contas bancárias, contidos nos 
extratos, com os saldos contábeis;
b) conta estoque: conte fisicamente seu estoque e, depois, confronte 
esse valor com o saldo contábil da conta mercadorias.
5.3 Estrutura do balancete
Os elementos mínimos que devem constar no Balancete são: a) iden‑
tificação da entidade; b) data de elaboração; c) período a que se refere; d) 
identificação das contas; e) saldos devedores e credores; f ) soma dos saldos 
devedores e credores.
5.3.1 Balancete de duas colunas de valores monetários
É o modelo mais comum, em que você trabalhará apenas com o saldo 
de cada uma das contas. Esse formato é conhecido como Balancete sintético.
Empresa Sapo Ltda.
Balancete de verificação elaborado em 31/1/2005
Referente ao período de janeiro de 2005
Contas
Saldos
Devedores Credores
Caixa 1.000
Mercadorias 5.000
Fornecedores 2.000
Capital social 4.000
Totais 6.000 6.000
– 80 –
Contabilidade Básica
5.3.2 Balancete de quatro colunas 
de valores monetários
Neste modelo, você demonstrará o valor movimentado no período e o res‑
pectivo saldo de cada conta. Este formato é conhecido como Balancete analítico.
Empresa Sapo Ltda.
Balancete de verificação elaborado em 31/1/2005
Referente ao período de janeiro de 2005
Contas
Movimento Saldo
Devedor Credor Devedor Credor
Caixa 2.000 1.000 1.000
Mercadorias 5.000 5.000
Fornecedores 300 2.300 2.000
Capital 4.000 4.000
TOTAIS 7.300 7.300 6.000 6.000
5.3.3 Balancete de seis colunas de valores monetários
Neste modelo, você apresentará o saldo do período anterior, o movi‑
mento do período atual e o respectivo saldo final de cada conta. É conhecido 
como Balancete complexo. Veja a seguir um modelo.
Empresa Sapo Ltda.
Balancete de verificação elaborado em 28/2/2005
Referente ao período de fevereiro de 2005
Contas
Saldo anterior Movimento Saldo final
Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor
Caixa 1.000 2.000 1.200 1.800
Mercadorias 5.000 1.000 2.000 4.000
Fornecedores 2.000 200 1.800Capital 4.000 4.000
TOTAIS 6.000 6.000 3.200 3.200 5.800 5.800
Podemos observar, nos modelos anteriores, que as somas dos valores 
lançados na coluna do movimento devem ser iguais entre si; o mesmo se 
aplica às somas dos valores lançados na coluna do saldo e na coluna do saldo 
– 81 –
Prática: balancete de verificação
anterior. No entanto, os totais do saldo anterior, do movimento e do saldo 
podem ser diferentes.
5.4 Elaboração do balancete
Para elaborar o balancete de qualquer empresa, você deve realizar os 
seguintes procedimentos:
a) fazer o lançamento de cada fato no Livro Diário;
b) em seguida, transcrever os lançamentos para o Livro Razão ou 
razonete;
c) finalizados os lançamentos, calculamos o valor total do lado do 
débito e também do lado do crédito de cada razonete e apuramos 
o saldo de cada razonete;
d) desenhamos a estrutura do Balancete de quatro colunas de valores;
e) registramos no Balancete o nome de todas as contas movimentadas;
f ) transferimos para a coluna movimento devedor do Balancete a 
soma do lado do débito de cada razonete;
g) transferimos para a coluna movimento credor do Balancete a soma 
do lado do crédito de cada razonete;
h) transferimos para a coluna saldo do Balancete o saldo de cada razo‑
nete. Esse valor é lançado a débito ou a crédito, conforme identifi‑
cado nos razonetes;
i) somamos os valores das colunas movimento e das colunas saldos;
j) verificamos se os totais das colunas movimento são iguais entre si;
k) verificamos se os totais das colunas saldo são iguais entre si.
Após elaborar o Balancete, você sempre deverá examiná‑lo:
a) verificar se o princípio do Método das Partidas Dobradas foi obser‑
vado, pois o total dos saldos devedores deverá ser igual ao total dos 
saldos credores;
b) verificar se todas as contas relacionadas apresentam saldos de acordo 
com sua natureza.
– 82 –
Contabilidade Básica
Saldo de natureza devedora
Contas do ativo (bens e direitos)
Contas de despesas
Saldo de natureza credora
Contas do passivo (obrigações)
Contas de receitas
Você também poderá elaborar o Balancete a partir de uma relação de 
contas dispostas na vertical. Nessa situação, você deverá identificar a natureza 
do saldo de cada conta para, posteriormente, montar o Balancete de duas 
colunas de valores monetários.
5.5 Exemplo de elaboração do 
Balancete da empresa do Sr. João
Para que possamos compreender bem o processo de elaboração do 
Balancete, vamos constituir uma empresa individual para o Sr. João, registrar 
as transações (fatos contábeis) que ele realizou no Livro Diário, transcrever os 
registros para o Livro Razão (razonetes) e, em seguida, elaborar seu Balancete 
de Verificação.
a) Registro no Livro Diário: lançamentos
1. João montou uma empresa com capital em dinheiro de 
R$ 2.000.
Débito – Caixa (aplicação): R$ 2.000.
Crédito – Capital Social (origem): R$ 2.000.
2. João pagou o contador para legalizar a empresa (R$ 100) e registrou 
como despesa operacional.
Débito – Despesa com legalização (aplicação): R$ 100.
Crédito – Caixa (origem): R$ 100.
3. João comprou 40 mercadorias por R$ 5 cada uma. A compra 
foi à vista e totalizou R$ 200. O estoque está sendo controlado 
pelo inventário periódico.
Débito – Compras de mercadoria (aplicação): R$ 200.
Crédito – Caixa (origem): R$ 200.
– 83 –
Prática: balancete de verificação
4. João comprou 60 mercadorias por R$ 5 cada uma. A compra 
foi realizada a prazo (6 parcelas de R$ 50 cada) na loja Soares e 
totalizou R$ 300.
Débito – Compras (aplicação): R$ 300.
Crédito – DP a pagar ou fornecedor Soares (origem): R$ 300.
5. João vendeu 50 mercadorias à vista: R$ 200.
Débito – caixa (aplicação): R$ 200.
Crédito – Vendas de mercadoria (origem): R$ 200.
6. João vendeu 50 mercadorias a prazo para Maria num total de 
R$ 250 em 5 parcelas de R$ 50 cada.
Débito – DP a receber ou cliente Maria (aplicação): R$ 250.
Crédito – Vendas de mercadoria (origem): R$ 250.
7. João pagou energia: R$ 30.
Débito – energia paga (aplicação): R$ 30.
Crédito – caixa (origem): R$ 30.
8. João pagou a primeira prestação na Loja Soares R$ 50 (fato n. 4).
Débito – DP a pagar ou Fornecedor Soares (aplicação): R$ 50.
Crédito – Caixa (origem): R$ 50.
9. João recebeu a primeira prestação de Maria: R$ 50 (fato n. 6)
Débito – caixa (aplicação): R$ 50.
Crédito – DP a receber ou Cliente Maria (origem): R$ 50.
10. João pagou a segunda prestação na loja Soares com juros de 
R$ 5 (valor da prestação: R$ 50).
Débito – Juros pagos (aplicação): R$ 5.
Débito – DP a pagar ou fornecedor Soares (aplicação): R$ 50.
Crédito – caixa (origem): R$ 55.
11. João recebeu de Maria a segunda prestação com juros de R$ 3 
(valor da prestação: R$ 50).
Débito – caixa (aplicação): R$ 53.
Crédito – Juros recebidos (origem): R$ 3.
Crédito – DP a receber ou cliente Maria (origem): R$ 50.
– 84 –
Contabilidade Básica
12. João pagou a terceira prestação na loja Soares com desconto de 
R$ 2 (valor da prestação: R$ 50).
Débito – DP a pagar ou fornecedor Soares (aplicação): R$ 50.
Crédito – Desconto obtido (origem): R$ 2.
Crédito – Caixa (origem): R$ 48.
13. João recebeu de Maria a terceira prestação com desconto de 
R$ 1 (valor da prestação: R$ 50).
Débito – Caixa (aplicação): R$ 49.
Débito – Desconto concedido (aplicação): R$ 1.
Crédito – DP a receber ou cliente Maria (origem): R$ 50.
14. Provisão do salário do mês de fevereiro, que será pago em 
março no valor de R$ 300.
Débito – Com salário (aplicação): R$ 300.
Crédito – Salário a pagar (origem): R$ 300.
b) Transcrição dos registros para o Livro Razão: razonetes
Após realizar os lançamentos, você deve abrir um razonete para 
cada conta que foi movimentada e transcrever os valores registra‑
dos em cada fato contábil. É conveniente que os razonetes estejam 
dispostos na sequência da estrutura legal do Plano de Contas apre‑
sentado anteriormente. Veja como ficarão os razonetes da empresa 
do Sr. João.
 2 Contas do ativo
Caixa Duplicata a receber
 2.000
 200
 50
 43
 49
 100
 200
 30
 50
 55
 48
 250 50
 50
 50
 2.352 483 250 150
 1.869 100
– 85 –
Prática: balancete de verificação
 2 Contas do passivo
Duplicata a pagar Salário a pagar Capital social
50
50
50
300 300 2.000
150 300
150
 2 Contas de receitas
Vendas Juros recebidos Desconto obtido
200
250
3 2
450
 2 Contas de despesas
Compras
Despesa com 
legalização Energia
200
300
100 30
500
Juros pagos
Desconto 
concedido Salário
5 1 300
c) Elaboração do Balancete de Verificação
Para elaborar o Balancete, você deve transferir as somas dos razo‑
netes para a coluna movimento e os saldos de cada razonete para 
a coluna saldos. Posteriormente, some cada coluna para verificar 
se o valor do débito é igual ao valor do crédito. Veja como ficará o 
Balancete da empresa do Sr. João.
– 86 –
Contabilidade Básica
Empresa do sr. João
Balancete de verificação elaborado em 31/1/2005
Referente ao período de janeiro de 2005
Contas
Movimento Saldo
Devedor Credor Devedor Credor
Caixa 2.352 483 1.869
Duplicata a receber 250 150 100
Duplicata a pagar 150 300 150
Salário a pagar 300 300
Capital 2.000 2.000
Vendas de mercadorias 450 450
Juro recebido 3 3
Desconto obtido 2 2
Compras de mercadorias 500 500
Despesa com legalização 100 100
Energia 30 30
Juros pagos 5 5
Desconto concedido 1 1
Salário 300 300
TOTAIS 3.688 3.688 2.905 2.905
Para concluir, é conveniente ressaltar que o Balancete de Verificação deve 
ser elaborado com regularidade, de preferência mensalmente. Se isso não for 
possível, poderá ser elaborado de acordo com as necessidades da administração, 
considerando‑se que quanto maior for um período entre um balancete e outro 
maior será a dificuldade de localizar os erros de escrituração.
Conclusão
Vimos, neste capítulo, que o Balancete de Verificação é um relatório 
contábil que possibilita aos contadores verificar se o Método das Partidas 
Dobradas foi atendido, as contas movimentadas com seus respectivos saldos 
e se a escrituração está correta. Sua estrutura vai dependerdo objetivo pelo 
qual está sendo elaborado. Contudo a estrutura mais utilizada é a que possui 
duas colunas de valores.
6
Apuração do resultado 
do exercício (ARE)
Você já descobriu, nos temas anteriores, que escriturar é 
transcrever para os livros de Contabilidade os fatos contábeis. E 
verificar a escrituração significa comprovar se todas as contas foram 
lançadas corretamente. A partir dessa verificação, podemos dar iní‑
cio à avaliação do desempenho administrativo através da apuração 
do resultado. Apurar o resultado significa verificar, através das con‑
tas de resultado (receitas e despesas), se a movimentação do patri‑
mônio da empresa apresentou lucro ou prejuízo no período. Neste 
capítulo, vamos apresentar um roteiro para que possamos conhecer 
o resultado do exercício.
– 88 –
Contabilidade Básica
6.1 Período administrativo e 
exercício financeiro
Uma entidade poderá ter seus gestores contratados ou eleitos por um 
período relativamente longo. A partir da posse, os gestores praticam diversas 
ações administrativas, classificadas na Contabilidade como atos e fatos 
administrativos, com o intuito de levar a empresa ou a entidade a atingir seus 
objetivos: de lucro ou sociais. Todas essas ações são consideradas atos de gestão. 
Ao conjunto dos atos de gestão verificados numa entidade denominamos 
de gestão. A gestão é contínua, porém é necessário que se estabeleçam 
 períodos dentro dos quais possamos medir os resultados da administração, 
sob o aspecto econômico‑financeiro, isto é, conhecer o lucro, o prejuízo e a 
situação patrimonial da entidade em determinado momento. A esse período 
de tempo denominamos de período administrativo. À gestão econômica 
desenvolvida pela administração dentro do período administrativo dá‑se o 
nome de exercício social (ou exercício financeiro).
A Legislação das Sociedades Anônimas (Lei n. 6.404, de 15 de dezem‑
bro de 1976), estendida a todas as demais formas societárias, estabelece em 
seu Art. 17: “O exercício social terá duração de um ano e a data do término 
será fixada no estatuto. Na constituição da companhia e nos casos de altera‑
ção estatutária, o exercício social poderá ter duração diversa”.
O exercício social tem, portanto, pela Lei das S/A, a duração de um 
ano, mas não há necessidade de coincidir com o ano civil (1/1 a 31/12). A 
data de seu início e de seu término será fixada no contrato social. A legislação 
do imposto de renda, porém, estabelece que os balanços apresentados 
como base para pagamento do imposto devem compreender o período de 
doze meses e encerrar‑se em 31 de dezembro de cada ano, podendo esse 
período ser inferior a 12 meses, quando a empresa for constituída no meio 
do exercício.
6.2 Regimes contábeis
Dividimos a gestão administrativa em períodos para apurar seus resul‑
tados dentro de um lapso de tempo. Para que possamos conhecer o resultado 
de um exercício, é preciso subtrair o total das despesas com o total das receitas 
do respectivo exercício.
– 89 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
Em um exercício, podemos efetuar o pagamento de: a) despesas ocorridas 
no exercício anterior (exemplo: pagamento de salário); b) despesas ocorridas 
no próprio exercício (exemplo: compra à vista de material para consumo); c) 
despesas que irão ocorrer no exercício seguinte (exemplo: aquisição de seguro).
O mesmo pode acontecer com as receitas, ou seja, em determinado 
exercício, podemos: a) receber dinheiro proveniente de receitas ocorridas 
no exercício anterior (exemplo: venda a prazo de mercadorias); b) receber 
dinheiro proveniente de receitas ocorridas no próprio exercício (exemplo: 
venda à vista de mercadoria); c) receber dinheiro proveniente de receitas que 
ocorrerão no exercício seguinte (exemplo: recebimento antecipado de uma 
mercadoria encomendada).
Dependendo do regime contábil adotado pela entidade, haverá a defi‑
nição das despesas e receitas que devem ser consideradas no levantamento do 
resultado do respectivo exercício. Desse modo, o regime de caixa e o regime 
de competência disciplinam a apuração do resultado do exercício.
a) Regime de caixa: é o procedimento contábil pelo qual as despe‑
sas e receitas são consideradas após a sua realização, ou seja, após 
o pagamento dos gastos e o recebimento das receitas. Em outras 
palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resul‑
tado as despesas pagas e todas as receitas recebidas no respectivo 
exercício, independentemente da data da ocorrência de seus fatos 
geradores. Nessa apuração não serão levadas em consideração as 
despesas ainda não pagas ou as receitas ainda não recebidas.
b) Regime de competência: determina que o resultado seja apurado ao 
final do exercício, considerando‑se todas as receitas realizadas e as des‑
pesas incorridas, não importando se as despesas ou receitas passaram 
pelo caixa (pagas ou recebidas). O que vale é a data da ocorrência 
dos respectivos fatos geradores. Portanto, os registros contábeis das 
despesas são realizados na data da compra de bens ou serviços, e as 
receitas são reconhecidas no momento da entrega de bens ou serviços, 
independentemente de pagamento ou recebimento. A legislação do 
imposto de renda não admite o regime de caixa para as empresas com 
fins lucrativos e impõe a adoção do regime de competência, derivado 
do princípio da competência de exercícios. Esse regime está regula‑
mentado no Art. 9 da Resolução CFC n. 750/93.
– 90 –
Contabilidade Básica
6.3 Resultado
Andando pela cidade, você poderá ver diversas entidades desenvolvendo 
determinada atividade com o objetivo de obter um resultado: a) o lucro, em 
se tratando de uma empresa; b) os fins sociais, em se tratando de entidade 
sem fins lucrativos. Para que isso seja possível, o dirigente de cada empresa 
deverá administrar o patrimônio à sua disposição. No desenvolvimento dessa 
atividade administrativa, o gestor realiza diversas transações que devem, 
portanto, apresentar uma despesa (custo), produzir um ingresso (receita) e 
apresentar um resultado, positivo ou negativo, através do confronto entre as 
despesas e as receitas.
O resultado é a avaliação da atividade administrativa, realizada em perí‑
odos de tempo que não poderão ultrapassar os 12 meses, por meio da qual a 
Contabilidade identifica se a empresa apresentou lucro ou prejuízo.
a) Despesa: é o gasto realizado para se obter um bem ou um serviço 
que foi consumido, quer os mesmos tenham sido pagos, quer 
permaneçam como obrigação a pagar. Existem despesas operacionais 
(despesas com vendas, despesas financeiras, despesas administrativas) 
e despesas não operacionais (o custo do bem do ativo permanente 
que foi baixado ou vendido). As despesas são registradas pelo preço 
de aquisição do bem ou serviço descrito na nota fiscal. Você poderia 
perguntar: todo gasto é despesa? Nem sempre. O gasto não será 
despesa quando provocar um aumento no valor de bens ou direitos 
do ativo. Quando a empresa compra um equipamento, por exemplo, 
realiza um gasto classificado como investimento e não como despesa, 
porque o equipamento comprado aumentou os valores dos bens do 
ativo. O gasto será despesa quando diminuir os valores do ativo ou 
aumentar os valores do passivo. Por exemplo: pagamento de energia, 
provisão do salário, etc.
b) Receita: constitui a recuperação da despesa por parte da empresa, 
através de venda à vista ou a prazo. Existem receitas operacionais 
(receita bruta, receita líquida, receita financeira) e receitas não ope‑
racionais (venda de bens ou direitos que estavam registrados no 
ativo permanente). As receitas são registradas pelo valor de venda 
da mercadoria, produto ou serviço especificado na nota fiscal. Toda 
– 91 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
vez que entrar dinheiro na empresa é uma receita? Não. Por exem‑
plo, se uma empresa contrair um empréstimo bancário no valor de 
R$ 1.000, haverá uma entrada de dinheiro, mas também uma obri‑
gação a pagar, aumentando assim o passivo. Portanto, essa entrada 
de dinheiro não será receita.A entrada de dinheiro só será receita 
quando aumentar o valor do ativo, sem aumentar o valor do pas‑
sivo. Há receita também que, em vez de representar entrada de 
dinheiro, poderá representar a entrada de direitos a receber, como 
quando a empresa faz uma venda a prazo.
c) Custos: são os valores gastos pela empresa na compra e/ou produção 
de mercadorias/produtos a serem comercializados por ela. O custo 
da mercadoria vendida é o valor gasto pela empresa na compra das 
mercadorias que já foram vendidas. É conhecido como CMV.
d) Lucro ou prejuízo: quando o resultado for positivo, ou seja, o total 
da receita for maior que o total da despesa, a empresa estará obtendo 
lucro. Quando for negativo, ou seja, quando o total da receita for 
menor que o total da despesa, a empresa estará sofrendo um prejuízo.
6.4 Rotinas para calcular o resultado
Vamos agora para a Apuração do Resultado do Exercício (ARE) da 
Empresa do Sr. João, constituída no capítulo anterior, seguindo o roteiro que 
você deverá cumprir toda vez que for apurar o resultado de uma empresa que 
controla e registra suas mercadorias pelo inventário periódico.
1º passo: elaborar o Balancete de Verificação com o saldo de todas as con‑
tas patrimoniais e de resultado. Você deve considerar o Balan‑
cete de Verificação da empresa do Sr. João.
2º passo: fazer o inventário de mercadorias para saber o valor das mer‑
cadorias que ainda estão na empresa para a venda futura. Esse 
valor será registrado na conta estoque (final) de mercadoria. Na 
empresa do Sr. João, o inventário de mercadorias identificou 
que, no final do exercício social, não havia estoque de mercado‑
ria para venda futura. Portanto o estoque final de mercadoria é 
igual a zero.
– 92 –
Contabilidade Básica
3º passo: criar um razonete denominado Custo da Mercadoria Vendida 
(CMV). Ele tem a seguinte estrutura e conteúdo.
Custo da Mercadoria Vendida – CMV
Estoque inicial de mercadorias R$
Compras de mercadorias R$
Frete sobre a compra R$
Seguro sobre a compra R$
Devolução de compras R$
Desconto incondicional 
obtido na compra R$
Impostos sobre a compra R$
Estoque final de mercadorias R$
Soma R$ Soma R$
Saldo Devedor R$ Saldo Credor R$
4º passo: transferir para o CMV os saldos das contas referentes às transa‑
ções com as compras de mercadorias, conforme descrito ante‑
riormente. Após a transferência, os saldos dessas contas, exceto a 
do estoque final de mercadorias, serão iguais a zero. Você deverá 
fazer os seguintes lançamentos para poder transferir os saldos 
para o CMV. Para cada conta proceda assim.
Debitar: CMV
Creditar: estoque inicial 
de mercadorias
Debitar: CMV
Creditar: compras 
de mercadorias
Debitar: CMV
Creditar: frete sobre a compra
Debitar: CMV
Creditar: seguro sobre a compra
Debitar: estoque final 
de mercadorias
Creditar: CMV
Debitar: devolução de compra
Creditar: CMV
Debitar: desconto incondicional 
obtido na compra
Creditar: CMV
Debitar: impostos 
sobre a compra
Creditar: CMV
– 93 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
Na empresa do Sr. João, só apareceu a conta compras de mercadorias. 
Portanto a transferência será realizada assim.
Debitar
Creditar
CMV R$ 500
Compra de mercadorias R$ 500
Veja como ficou o CMV após as transferências.
CMV
Ei 00
Compras 500
Frete na compra 00
Seguro na compra 0
00 Devolução de compra
00 Desconto obtido na compra
00 Impostos sobre a compra
00 Estoque final de mercadoria
Soma 500 00 Soma 
Saldo 500
5º passo: criar um razonete denominado Apuração do Resultado do 
Exercício (ARE). Ele tem a seguinte estrutura e conteúdo.
Apuração do Resultado do Exercício – ARE
 Despesas R$
 CMV R$
 Receitas R$
 Receitas R$
 Soma das despesas e CMV R$ Soma das receitas R$
 Saldo devedor R$ Saldo credor R$
6º passo: transferir para o ARE os saldos das contas de despesas. Você 
deverá fazer os seguintes lançamentos para poder transferir o 
saldo das despesas para o ARE. Para cada despesa proceda assim.
Debitar
Creditar
Conta ARE R$
Contas de despesas e o CMV R$
Após a transferência, os razonetes de despesas e o CMV ficarão 
com saldo igual a zero. Veja como fazer a transferência das 
despesas e do CMV da empresa do Sr. João.
– 94 –
Contabilidade Básica
Debitar ARE 500
Creditar CMV 500
Debitar ARE 100
Creditar Desp. 
c/ legal. 100
Debitar ARE 30
Creditar Energia 30
Debitar ARE 5
Creditar Juro Pago 5
Debitar ARE 1
Creditar Desc. 
Concedido 1
Debitar ARE 300
Creditar Salário 300
7º passo: transferir para o ARE os saldos das contas de receitas. Você 
deverá fazer os seguintes lançamentos para poder transferir o 
saldo das receitas para o ARE. Para cada receita, proceda assim.
Debitar
Creditar
Contas de receitas R$
Conta ARE R$
Após a transferência, os razonetes de receitas ficarão com saldo 
igual a zero. A empresa do Sr João tem três receitas. A transfe‑
rência será realizada assim.
Debitar 
Vendas 450
Creditar A 
RE 450
Debitar Juro 
recebido 3
Creditar ARE 3
Debitar Desc. 
obtido 2
Creditar ARE 2
8º passo: apurar o saldo da conta ARE subtraindo o total das 
receitas com o total das despesas e do CMV.
Veja como ficou a conta ARE após as transferências.
Apuração do Resultado do Exercício – ARE
500
100
30
5
1
300
450
3
2
Soma das despesas 936 Soma das receitas 455
Saldo devedor 481
– 95 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
9º passo: transferir o saldo do ARE para a conta lucros ou prejuízos acu‑
mulados. Se esse razonete ainda não existir, você deverá criá‑lo. 
O lançamento dessa transferência é o seguinte.
Se o saldo do ARE for 
devedor, o lançamento será:
Se o saldo do ARE for 
credor, o lançamento será:
Debitar Conta preju‑
ízo acumulado R$
Creditar Conta ARE R$
Debitar Conta ARE R$
Creditar Conta lucro 
acumulado R$
Veja a transferência da empresa do Sr. João.
O saldo do ARE foi devedor
Debitar Conta prejuízo acumulado R$ 481
Creditar Conta ARE R$ 481
Após essa transferência, o razonete da conta ARE sempre ficará 
com saldo igual a zero. Veja esse processo na empresa do Sr. João.
ARE Prejuízo acumulado
500
100
30
5
1
300
450
3
2
481
481
Soma 936 936 
Saldo 000
10º passo: não é obrigatório, mas aconselhamos elaborar um segundo 
Balancete de Verificação, após a apuração do resultado. Nesse 
relatório as contas de receitas, despesas, custo e o ARE devem 
ter saldo igual a zero. Veja como ficará o Balancete da empresa 
do Sr. João.
– 96 –
Contabilidade Básica
Vão para 
o balanço 
patrionial
Vão 
para a 
DRE
Empresa do sr. João
Balancete de verificação elaborado em 31/1/2005
Referente ao período de janeiro de 2005
Contas
Movimento Saldo
Devedor Credor Devedor Credor
Caixa 2.352 483 1.869
Duplicata a receber 250 150 100
Duplicata a pagar 150 300 150
Salário a pagar 300 300
Capital 2.000 2.000
Prejuízo acumulado 481 481
Vendas de mercadorias 460 450
Juro recebido 3 3
Desconto obtido 2 2
Compras de 
mercadorias
500 500
Despesa pré‑operacional 100 100
Energia 30 30
Juros pagos 5 5
Desconto concedido 1 1
Salário 300 300
ARE 936 936
CMV 500 500
Totais 6.070 6.070 2.450 2.450
Com os dados desse Balancete de Verificação podemos elaborar a 
Demons tração do Resultado do Exercício (DRE).
6.5 Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE)
É uma demonstração contábil que contém todas as contas de resultado 
da empresa e seus respectivos saldos. Com efeito, a DRE apresenta, sintetica‑
– 97 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
mente, um quadro completo e ordenado das receitas e despesas e do custo de 
uma empresa em determinado momento, possibilitando às pessoas interessa‑
das conhecer a situação econômica, bem como identificar os elementos que 
contribuíram para o resultado apurado.
A legislação sobre a estrutura da Demonstração do Resultado do Exer‑
cício é a Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), Art. 187. A DRE é 
apresentada em uma coluna simples, iniciando com a receita bruta, demons‑
trando os custos e despesas incorridas e finalizando com o resultado do 
perío do.Veja sua estrutura no modelo a seguir.
Demonstração do resultado do exercício Jose Carlos S/A
31/12/2004
+ Receita operacional bruta (venda bruta)
(–) Deduções com as vendas
Desconto, devolução, ICMS, PIS, COFINS
= Receita líquida (venda líquida)
(–) CMV – custo mercadoria vendida 
=Lucro bruto 
(–) Despesas operacionais
de vendas
administrativas
de depreciação
financeiras
+ Receita operacional
Receita financeira
=Lucro operacional
(–) Outras Despesasl
+ Outras receitas
= Lucro antes do imposto
(–) Provisão para contribuição social
(–) Provisão para imposto de renda
=Lucro depois do imposto
(–) Participações
participações de debenturistas
participação de empregado e/ou administrador
participação de partes beneficiárias
participação de institutos de previdência
= Lucro líquido do exercício Lucro líquido por ações
800
...
(10)
790
(650)
140
...
(30)
(60)
(10)
(30)
...
10
20
(0)
00
20
(2)
(6)
12
...
00
(4)
00
00
8
– 98 –
Contabilidade Básica
Cálculo do lucro líquido por ações ou quotas
Lucro Líquido 
n. de ações ou quotas
Ações, se a empresa é uma sociedade anônima.
Quotas, se a empresa é limitada.
Na tabela a seguir, apresentamos o significado de cada termo que com ‑
põe a DRE.
Grupos da demonstração do resultado do exercício
Receita 
Operacional 
Bruta
É a receita principal da empresa, incluindo todos os impos‑
tos e contribuições incidentes. Por exemplo: venda de mer‑
cadorias, venda de produtos, venda de serviços.
Deduções 
das Vendas
Devoluções de venda 
ou venda anulada.
Valor das mercadorias devolvidas pelos clientes 
para a empresa.
Descontos incondicio‑
nais concedidos.
Descontos concedidos no ato da venda da mer‑
cadoria para os clientes.
Impostos sobre a 
venda.
Valor dos impostos incidentes sobre a venda de 
mercadorias/serviços aos clientes (ICMS, PIS, 
COFINS).
Receita 
Operacional 
Líquida
É a diferença entre a receita operacional bruta e as deduções de venda. É 
considerada como a receita real obtida pela empresa. Os impostos serão 
repassados às repartições públicas. As devoluções de venda deverão ser 
abatidas da receita bruta.
Custo das 
Mercadorias 
Vendidas
Representa quanto a empresa gastou na mercadoria que foi 
vendida, no serviço que foi prestado ou no produto fabricado e já 
vendido. É conhecido pelas siglas CMV, CPV ou CSP. A formula 
do CMV é estoque inicial + compra líquida – estoque final.
– 99 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
Grupos da demonstração do resultado do exercício
Lucro ou 
Prejuízo 
Bruto
É a diferença entre a receita operacional líquida e o custo da mer‑
cadoria vendida. É o resultado da venda das mercadorias.
Despesa 
Operacional
Despesas 
com vendas
São os gastos para comercializar e distribuir os 
produtos da empresa. Por exemplo: comissão sobre 
venda, viagens dos vendedores, propaganda, perdas 
estimadas com as vendas, salário do vendedor, etc.
Despesas 
financeiras
São os gastos oriundos da utilização de 
capitais de terceiros. Por exemplo: tarifas 
bancárias, desconto concedido ao cliente pelo 
pagamento antecipado, juros bancários.
Despesas 
adminis‑
trativas
São gastos inerentes à atividade da área administrativa 
da empresa, ou seja, sua gestão. Por exemplo: 
aluguel, energia, honorário da diretoria, despesas 
judiciais, salário da administração, etc.
Outras 
Receitas 
Operacionais
São ganhos obtidos pela realização de operações acessórias à atividade 
principal da empresa. Por exemplo: dividendos recebidos de um investi‑
mento em outra empresa, etc.
Lucro ou 
Prejuízo 
Operacionais
É a diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais acrescida 
de outras receitas operacionais. É o resultado das atividades principais e 
acessórias da empresa.
Outras 
Despesas
São gastos realizados com transações que não estão ligados à atividade 
principal da empresa. Por exemplo: custo do bem do ativo permanente 
que está sendo vendido, etc.
Outras 
Receitas
São ganhos com transações que não estão ligados à atividade principal 
da empresa. Por exemplo: recebimento de doações, venda do bem que 
está registrado no ativo permanente, etc.
– 100 –
Contabilidade Básica
Grupos da demonstração do resultado do exercício
Lucro Antes 
dos Tributos 
É a diferença entre o lucro operacional e as despesas não operacio‑
nais acrescidas das receitas não operacionais. É classificado como 
lucro contábil. Esse lucro será transferido para o livro de apuração 
do lucro real (LALUR), para a apuração do valor do imposto de 
renda de pessoa jurídica tributada com base no lucro real (lucro tri‑
butável).
Para o imposto de renda, o lucro real e o lucro ou prejuízo contábil do 
período‑base ajustado pelas inclusões, exclusões ou compensações pres‑
critas ou autorizadas pela legislação fiscal.
Provisões
Imposto de renda
É o valor que a empresa deverá pagar aos cofres 
públicos por ter obtido lucro no exercício. Sua 
alíquota está prevista na legislação do imposto 
de renda. Atualmente ela é de 15%.
Contribuição social
É o valor que a empresa deverá pagar aos cofres 
públicos por ter obtido lucro no exercício. Sua 
alíquota está prevista na legislação do imposto 
de renda. Atualmente ela é de 9%.
Lucro Depois 
dos Tributos 
É a diferença entre o lucro antes dos tributos e as provisões. Se for lucro, 
será a base de cálculo para a empresa fazer a sua distribuição às pessoas 
que poderão participar desse resultado. Essas pessoas estão previstas no 
contrato ou estatuto social da empresa.
Participações
Debêntures
São títulos de longo prazo emitidos pelas S/A. 
As pessoas que os possuem têm direito a juros, 
participação nos lucros, etc.
Empregados
Seu valor deve estar previsto em convenção 
coletiva ou de acordo com as decisões tomadas 
pela administração.
Administradores
Seu valor deve estar estabelecido no estatuto ou 
contrato social.
– 101 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
Grupos da demonstração do resultado do exercício
Participações Partes beneficiárias
São títulos mobiliários que dão direito a pessoas 
que prestaram relevantes serviços à empresa a 
participarem do lucro da empresa.
Participações
Contribuição para os 
institutos de previ‑
dência ou assistência 
de empregados.
São contribuições destinadas a entidades prees‑
tabelecidas que tratam da complementação de 
aposentadoria dos empregados da empresa.
Lucro ou 
Prejuízo 
Líquido
É a diferença entre o lucro depois dos tributos e as participações. Repre‑
senta a confrontação entre todas as despesas incorridas e todas as receitas 
realizadas em um determinado período. Esse resultado será transferido 
para o balanço patrimonial, no grupo do passivo, subgrupo patrimônio 
líquido, em conta denominada “lucros acumulados”.
6.6 Passos para elaborar a DRE
Após apurar o resultado, você deverá elaborar as demonstrações contá‑
beis. Para elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), você 
deve seguir os seguintes passos.
1º passo: elaborar a estrutura da DRE, deixando espaço entre os gru‑
pos e subgrupos para podermos incluir as contas nos seus 
respectivos lugares.
2º passo: transcrever as contas do Balancete que representam receitas, 
custo e despesas, com seus respectivos saldos, para a estru‑
tura elaborada. Outra opção é transcrever todas as contas 
que estão no razonete ARE para a DRE.
3º passo: fazer as operações de adição e subtração de acordo com o 
sinal que está ao lado de cada grupo e subgrupo, apurando 
os resultados parciais e o resultado final.
Veja como ficou a DRE da empresa do Sr. João.
– 102 –
Contabilidade Básica
DRE
Contas R$
Receita operacional bruta (venda bruta)
(–) Deduções na venda
Desconto incondicional concedido
Devolução de venda
= Receita operacional líquida (venda líquida)
450
(000)
(000)
450
(–) CMV (custo da mercadoria vendida)
= Lucro bruto
(–) Despesas operacionais
Vendas
Administrativas (salário + ener‑
gia + desp. pré‑operacional)
Financeira (juro pago + desconto concedido)
+ Receitas operacional
Financeira (juros recebido + desconto obtido)
= Prejuízodo exercício
(500)
(50)
(430) 
(6)
5
(481)
Este valor deve ser exatamente 
igual ou apurado no razonete 
ARE. Faça essa conferência.
Para concluir, destacamos que é por meio do resultado apurado que 
podemos avaliar a situação econômica de uma empresa. Se o resultado for 
– 103 –
Apuração do resultado do exercício (ARE)
negativo, em diversos períodos sucessivos, medidas administrativas devem ser 
adotadas para sanar as deficiências na atividade operacional.
Conclusão
A cada doze meses, a empresa deve ser avaliada por meio da apuração 
do seu resultado. Essa apuração ocorre pelo confronto entre receitas, despesas 
e custo da mercadoria vendida. Após os cálculos, um relatório deve ser ela‑
borado para que os gestores possam analisar a sua situação econômica. Esse 
relatório é denominado de DRE.
7
Balanço patrimonial
Os relatórios são informes padronizados que relatam a 
situação da empresa, seja no aspecto financeiro, patrimonial ou 
econômico. As informações contidas nesses relatórios são essenciais 
para a empresa avaliar o seu desempenho e estabelecer planos 
e negócios futuros. Daí a importância que se dá não só à sua 
elaboração, mas à sua correta leitura e análise.
Dos inúmeros relatórios contábeis, destacamos aqueles que 
são obrigatórios de acordo com a Lei 6.404, de 15/12/76. Essa lei, 
conhecida como Lei das Sociedades Anônimas (LSA), denomina os 
relatórios contábeis de demonstrações financeiras.
– 106 –
Contabilidade Básica
As demonstrações financeiras estão regulamentadas por essa lei, no capí-
tulo XV, Art. 175 a 205. O Novo Código Civil (NCC), Lei n. 10.406/02, 
que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003, também regulamenta 
as demonstrações financeiras, em seus Arts. 1.183, 1.184, 1.188, 1.189 e 
Lei nº 11.638, de 2007 e outros.
As demonstrações obrigatórias são:
a) Balanço Patrimonial (BP);
b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), que no NCC 
é denominada de demonstração dos resultados econômicos ou 
demonstração de lucros e perdas;
c) Demonstração do Lucro ou Prejuízo Acumulado (DLPA);
d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). 
e) Demonstração dos fluxos de caixa (DFC); 
f ) Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado( DVA). 
7.1 Balanço patrimonial: conceito e finalidade
É um relatório contábil que contém todas as contas patrimoniais 
(bens, direitos e obrigações) de forma sintética, completa e organizada, em 
um determinado momento, para as pessoas físicas e jurídicas que estão inte-
ressadas em conhecer as situações econômica, patrimonial e financeira.
Situação econômica: fala da rentabilidade e lucratividade da 
empresa.
Situação financeira: fala da capacidade de a empresa pagar suas 
dívidas, das fontes e das aplicações de recursos.
Situação patrimonial: fala de bens, direitos e obrigações da empresa.
7.2 Apresentação do balanço patrimonial
O Balanço, em geral, é apresentado em duas colunas. Na coluna da 
esquerda, as contas do ativo e, na coluna da direita, as contas do passivo e o 
patrimônio líquido.
– 107 –
Balanço patrimonial
Balanço Patrimonial
Ativo (aplicações) Passivo (origens)
Bens
Direitos
Obrigações exigíveis
Patrimônio líquido
a) Ativo
No ativo, representamos os bens e direitos de propriedade da 
empresa que são elementos positivos do patrimônio. Como exem-
plo de bens e direitos, apresentamos: terrenos, veículos, máquinas, 
equipamentos, móveis, direitos de explorar jazidas minerais, edifí-
cios, aplicações financeiras, ações de outras empresas, dinheiro no 
caixa e no banco, duplicatas a receber, estoque de mercadorias, etc.
b) Passivo
No passivo, representamos as obrigações da empresa para com 
terceiros. Como exemplo de obrigações, apresentamos: duplicata a 
pagar, salário a pagar, tributos a pagar, dividendos a pagar, emprés- 
timos, financiamentos, capital social, lucro ou prejuízo, reservas, etc.
7.3 Estrutura legal do balanço patrimonial
Os grupos e subgrupos que o Balanço Patrimonial deve conter, são:
Balanço Patrimonial
1 – Ativo 2 – Passivo
1.4 Ativo circulante
1.4.1 Disponível
1.4.2 Direitos
1.4.3 Estoques
1.5 Ativo Não Circulante
1.5.1 Ativo realizável a longo prazo
1.5.2 Investimentos
1.5.3 Imobilizado
1.5.4 Intangível
2.1 Passivo circulante
2.2 Passivo não circulante
2.3 Patrimônio líquido
2.3.1 Capital
2.3.2 Reservas
2.3.3 Ajustes da avaliação patrimonial
2.3.4 Ações em Tesouraria
2.3.5 Lucro/Prejuízo 
– 108 –
Contabilidade Básica
Veja a seguir o significado de cada grupo do Balanço Patrimonial.
a) Grupos e subgrupos do ativo
ATIVO 
CIRCULANTE 
– AC
(curto prazo)
Contém contas 
que representam 
bens e direitos 
que serão 
convertidos em 
dinheiro até o 
final do próximo 
exercício. O 
ativo circulante é 
conhecido como 
capital de giro.
Disponível
Valores convertidos em dinheiro e que a 
empresa pode usar a qualquer momento. Por 
exemplo: caixa, banco, aplicação financeira.
Direitos
Valores que a empresa tem a receber 
de terceiros. Por exemplo: duplicata a 
receber, clientes, títulos a receber.
Estoques
São os bens que a empresa tem para vender, ou 
para usar na produção ou no seu dia a dia. Por 
exemplo: estoque de mercadorias, estoque de 
produtos acabados, estoque de matéria‑prima, 
estoque de material para consumo.
Despesas 
antecipadas
São gastos com bens ou serviços, já pagos 
ou a pagar, e que ainda não foram consu‑
midos pela empresa. Por exemplo: seguro 
a vencer, juros pagos antecipadamente.
ATIVO NÃO 
CIRCULANTE.
Ativo Realizável de 
Longo Prazo – ARLP 
Contém contas que 
representam bens e 
direitos que serão 
convertidos em 
dinheiro após o final 
do próximo exercício.
Bens ‑ Bens desativados, 
desimobilizados e 
colocados à venda.
Direitos ‑ Valores que a empresa 
tem a receber de terceiros, decor‑
rentes de vendas ou de opera‑
ções financeiras. Por exemplo: 
duplicata a receber, adiantamento 
e empréstimos a coligadas, 
diretores, administradores.
Investimento
Contém bens e direitos que não são 
usados na atividade da empresa, 
mas que geram receitas. Por exem‑
plo: obras de arte, ações de outras 
empresas, terrenos para alugar.
– 109 –
Balanço patrimonial
IMOBILIZADO
Contém bens e direitos que são 
usados pela empresa. Por exemplo: 
veículos, móveis, instalações, 
marcas e patentes, concessões 
obtidas, terrenos, edifícios.
INTANGÍVEL
Os chamados “ativos intangíveis” 
(inapropriadamente denominados 
de “bens intangíveis”) são aqueles 
que não têm existência física. 
Como exemplos de intangíveis, os 
direitos de exploração de serviços 
públicos mediante concessão 
ou permissão do Poder Público, 
marcas e patentes, softwares e o 
fundo de comércio adquirido.
b) Grupos e subgrupos do passivo
PASSIVO 
CIRCULANTE 
– PC
(curto prazo)
Contém contas que 
representam dívidas que 
a empresa deve pagar a 
terceiros até o final do 
próximo exercício.
Obrigações 
com forne‑
cedores
Dívidas contraídas pela 
compra de mercadorias a 
prazo. Por exemplo: forne‑
cedores, duplicata a pagar.
Obrigações 
sociais e 
trabalhistas
Dívidas decorrentes da 
contratação de mão de obra 
ou serviços, com vínculo 
empregatício. Por exemplo: 
salário a pagar, INSS a 
pagar, FGTS a pagar.
Obrigações 
tributárias
Dívidas decorrentes de 
impostos e taxas diversas. 
Por exemplo: IR a pagar, 
ICMS a recolher.
Outras 
obrigações
Dívidas contraídas com 
instituições financeiras, 
gastos mensais. Por 
exemplo: empréstimo a 
pagar, energia a pagar.
– 110 –
Contabilidade Básica
PASSIVO NÃO 
CIRCULANTE.
 Contém contas que representam bens e 
direitos que serão convertidos em dinheiro 
após o final do próximo exercício.
PATRIMÔNIO LIQUIDO Capital Social
Reservas
Ajustes de Avaliaçao Patrimonial
( ‑ ) Ações em Tesouraria
Lucros Ou Prejuízos
7.4 Modelo de balanço patrimonial
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
2004 2004
ATIVO CIRCULANTE
Caixa
Cliente
Estoque de mercadorias
..........
13.900
2.000
6.000
21.900
PASSIVO CIRCULANTE
Duplicata a pagar
Imposto a pagar
........
3.100
1.200
4.300
ATIVO NÃO CIRCULANTERealizável A Longo Prazo
Duplicata a receber
..........
3.000
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Títulos a pagar
........
5.000
– 111 –
Balanço patrimonial
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
2004 2004
IMOBILIZADO
Móveis e utensílios
(–)Depreciação
........
7.000
(700)
6.300
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
Reservas
Lucro acumulado
..........
14.000
1.000
6.900
21.900
Total 31.200 Total 31.200
Veja que, no Balanço Patrimonial, podemos ter contas com sinal nega-
tivo. Elas são denominadas de contas retificadoras. No ativo, podemos ter as 
contas de perda no valor do estoque, desconto de duplicatas, provisão para 
devedores duvidosos, depreciação acumulada, amortização acumulada, exaus-
tão acumulada e perda na avaliação dos investimentos. No passivo, podemos 
ter a conta de prejuízo acumulado.
7.5 Passos para elaborar o balanço patrimonial
Após apurar o resultado, você deverá elaborar as demonstrações contábeis. 
Para elaborar o Balanço Patrimonial, você deve seguir os seguintes passos.
1º passo: elaborar a estrutura do Balanço Patrimonial, deixando espaço 
entre os grupos e subgrupos para podermos incluir as contas 
nos seus respectivos lugares.
2º passo: transcrever as contas que representam bens e direitos, com 
seus respectivos saldos, para o lado do ativo.
3º passo: transcrever as contas que representam as obrigações e o 
patrimônio líquido, com seus respectivos saldos, para o lado 
do passivo.
– 112 –
Contabilidade Básica
4º passo: somar os valores do lado do ativo e também do passivo. Esses 
montantes deverão ser iguais.
Veja como ficou o Balanço Patrimonial da empresa do Sr. João.
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
2004 2004
ATIVO CIRCULANTE
Caixa
Duplicata a receber
...
1.869
100
1.969
PASSIVO CIRUCLANTE
Duplicata a pagar
Salário a pagar
...
150
300
450
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
IMOBILIZADO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Prejuízo acumulado
...
2.000
(481)
1.519
Total 1.969 Total 1.969
Capital próprio: R$ 1.519,
Capital de terceiros: R$ 450,
Aplicações: R$ 1.969,
Origens: R$ 1.969,
Para concluir, destacamos que, se você analisar o Balanço Patrimonial, 
poderá identificar o nível de endividamento, a capacidade que a empresa tem de 
quitar suas dívidas (liquidez) e a imobilização dos seus recursos.
Conclusão
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que evidencia 
todas as contas patrimoniais e o resultado apurado no final do exercício 
social. Por meio dele, podemos gerar diversas informações que serão úteis no 
processo de tomada de decisão.
Referências
– 114 –
Contabilidade Básica
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais 
de Contabilidade – Resolução CFC n. 750. Publicada no DOU, em 18 
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______. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por 
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______. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007 (Nova Lei das Sociedades 
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______. Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009 – Dispõe Sobre Alterações a 
lei das Sociedades por Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37. Acesso em: 16 junho 
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______. Resolução n. 774, de 16 de dezembro de 1994. Apêndice à resolução 
sobre os princípios fundamentais de contabilidade. Disponível em: <http://
www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm>. Acesso 
em: 9 out. 2007.
EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade introdutória. 
10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
FAVERO. H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1997.
______. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDICIBUS, S. de; MARION, J. C. Curso de contabilidade para não con-
tadores. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
______.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de Contabilidade 
das Sociedades por Ações – FIPECAFI. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
______.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. MANUAL DE CONTA-
BILIDADE SOCIETÁRIA: Aplicável a todas as Sociedades de Acordo 
– 115 –
Referências
com as Normas Internacionais e do CPC – FIPECAFI.1ª. ed. São Paulo: 
Atlas,2010
______. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
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MARION, J. C. Contabilidade básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
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TEIXEIRA, J. M. Contabilidade geral III. In: Fundação Universidade do 
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Ciências Contábeis. Palmas-TO, 2006. (Apostila EAD)
Curitiba
2018
Contabilidade
Básica II
Faculdade Educacional da Lapa (Organização)
Doriane Braga Nunes Bilac
Valtuir Soares Filho
Sumário
Contabilidade Básica II | 117
1 Procedimentos contábeis básicos: escrituração, 
contas, registros iniciais | 121
2 Registro das operações de compra e 
venda de mercadorias | 137
3 Inventário periódico e permanente de mercadorias | 151
4	 Operações	com	folha	de	pagamento	 |	 165
5	 Operações	financeiras	 |	 171
6	 Regime	de	Competência	e	seus	reflexos	na	
apropriação	das	receitas	e	despesas	 |	 183
7 Elaboração do balanço patrimonial | 195
 Referências | 205
1
Procedimentos 
contábeis básicos: 
escrituração, contas, 
registros iniciais
Neste capítulo, veremos as noções básicas de contabilidade, 
com ênfase na escrituração, nas contas, nos lançamentos, utilizando 
o método das partidas dobradas e noções de débito e crédito.
A compreensão da metodologia contábil nas entidades será 
uma constante no seu dia a dia como contador. A partir de agora, 
sua inserção nas práticas contábeis irá cada vez mais aprofundar‑se. 
Então, mãos à obra, e vamos iniciar a viagem prometida nos 
caminhos da contabilidade apresentada na introdução deste livro.
– 122 –
Contabilidade Básica II
1.1 O patrimônio das entidades comerciais
Toda entidade possui um patrimônio que é registrado pela contabili‑
dade. O patrimônio é a essência da contabilidade, pois esta controla todas as 
riquezas e nos fornece subsídios para que tenhamos informações detalhadas 
do desempenho e da evolução do patrimônio, em um determinado período.
Ao registrar esses fatos administrativos, a contabilidade terá condições 
de fornecer informações sobre a situação patrimonial, situação econômica e 
situação financeira da empresa, sempre que solicitada. Sendo assim, podemos 
definir patrimônio como sendo o conjunto de bens, direitos e obrigações das 
empresas (entidades ou aziendas).
Mas vejamos o que significa cada um dos elementos do patrimônio.
 2 Bens: são coisas capazes de satisfazerem as necessidades do ser 
humano e que são suscetíveis de avaliação econômica. Podem ser 
classificados em bens de uso (prateleiras, máquinas, calculadoras), 
bens de venda (mercadorias) e bens de consumo (papel, caneta, 
material de limpeza).
 2 Direitos: são todos os valores que a empresa tem a receber de ter‑
ceiros. Ao serem registrados, recebem o nome do documento acres‑
cido da expressão a receber (duplicata a receber, nota promissória 
a receber).
 2 Obrigações: são todos os valores que a empresa deve pagar a ter‑
ceiros. Ao serem registrados, recebem o nome do documento acres‑
cido da expressão a pagar(duplicata a pagar, nota promissória a 
pagar, impostos a pagar).
1.1.1 A composição do patrimônio
O patrimônio das empresas é composto por ativo e passivo.
 2 Ativo: é o lado esquerdo do gráfico patrimonial. Recebe esse nome 
porque é composto pelos bens e pelos direitos, que formam o con‑
junto dos elementos positivos da empresa.
 2 Passivo: é o lado direito do gráfico patrimonial. Recebe esse nome 
porque é composto pelas obrigações, as quais formam o grupo dos 
elementos negativos da empresa.
– 123 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
O patrimônio está representado pela situação gráfica a seguir:
Tabela 1 Formação do patrimônio.
Formação do patrimônio
Ativo (A) Passivo (P)
Bens (B) 100
Direitos (D) 80
Obrigações (O) 50
Patrimônio Líquido (PL) 130
Total Ativo 180 Total Passivo 180
Importante: a legislação entende que o patrimônio líquido é a dife‑
rença entre o total do ativo e o total das obrigações. Representa a riqueza que 
a empresa possui e será composto por apenas três elementos: capital, reservas 
e lucros ou prejuízos acumulados. A equação existente entre os elementos 
patrimoniais pode ser representada pelo seguinte diagrama:
Ativo = obrigações + patrimônio líquido
(Bens + Direitos) = Obrigações + (Capital + Reservas + Lucro)
1.2 A escrituração
Para a Contabilidade alcançar a função de controle do patrimônio, há a 
necessidade de registrar todos os fatos que ocorrem na empresa. Este registro 
é feito pela da escrituração.
A escrituração, uma das técnicas da contabilidade, consiste em registrar 
nos livros próprios (diário, razão, etc.), por meio do lançamento, todos os 
fatos que modificam o patrimônio da empresa.
No processo de registro dos fatos que incidem sobre o Patrimônio da 
empresa, utiliza‑se uma conta. Para Ribeiro (1999) conta, em contabilidade, 
é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bem, direito, obriga‑
ção) e aos elementos de resultado (receita e despesa).
A conta pode representar um elemento isoladamente ou vários compo‑
nentes que tenham o mesmo fim. Se a conta está representando bem, direito 
ou obrigação, será classificada como conta patrimonial, mas, se estiver repre‑
sentando receita ou despesa, será classificada como conta de resultado.
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Contabilidade Básica II
Tabela 2 Estrutura de contas.
Contas patrimoniais
Contas de resultado
Ativo Passivo
Contas de Bens
Caixa
Veículo
Conta de Direito
Nota a receber
Contas de Obrigações
Fornecedores
Nota a pagar
Contas do PL
Capital social
Reservas
Lucro ou prejuízo
Receita Despesa
Venda de 
 mercadorias
Receita de serviços
Venda de ativos
Gasto com água
Gasto com mate‑
rial de limpeza
Gasto com folha 
de pagamento
Cada conta é representada hoje por fichas ou folhas soltas, cujo conjunto 
forma o livro chamado razão. Essas fichas ou folhas podem ter estruturas 
diferenciadas. O razão possui os seguintes elementos: título, data, histórico, 
coluna do débito, coluna do crédito, coluna que indica a natureza do saldo, 
coluna do saldo. Veja um exemplo a seguir:
Tabela 3 Exemplo de extrato de livro razão.
Título da Conta: Banco Itaú – conta corrente
Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
10/01/08
11/01/08
Depósito n. 123
Cheque n. 888 emi‑
tido em 10/01/08 
100 80
100
20
D
D
1.3 Noções de débito e crédito 
no lançamento contábil
Os fatos realizados na empresa são registrados nos livros próprios, por 
meio da técnica denominada lançamento. Para efetuar o lançamento contábil, 
você precisa, antes de mais nada, identificar a conta devedora e a conta credora.
– 125 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
No dia a dia, ou seja, na linguagem comum, débito significa dívidas e 
crédito significa valores a receber. Na contabilidade, do ponto de vista dos 
elementos patrimoniais (bens, direitos e obrigações), débito significa aplicação 
de recursos e crédito, origem de recursos. Portanto, evite, a partir de agora, ligar 
os significados técnicos com o que eles representam na sua linguagem comum.
Vamos ver, agora, como se faz a localização de débito e crédito:
 2 débito está no lado esquerdo da conta;
 2 crédito está no lado direito da conta.
Veja a seguir o esquema técnico para o registro das contas:
Tabela 4 Regras para lançamento – contas patrimoniais.
Contas patrimoniais
Contas do ativo (Bens e Direitos) Contas do passivo (Obrigações)
Débito Crédito Débito Crédito
Quando seu 
valor aumenta
Quando é aplicação
Quando seu 
valor diminui
Quando é origem 
Quando seu 
valor diminui
Quando é aplicação
Quando seu 
valor aumenta
Quando é origem
Todas as contas do ativo devem ter 
saldo devedor, exceto as retificadoras.
Todas as contas do passivo devem ter 
saldo credor, exceto as retificadoras.
Tabela 5 Regras para lançamento – contas de resultado.
Contas de resultado
Contas de receitas Contas de despesas
Débito Crédito Débito Crédito
Quando seu valor 
é cancelado
Quando seu 
valor aumenta
Porque é origem 
de recurso 
Quando seu 
valor aumenta
Porque é aplicação 
de recurso
Quando seu valor 
é cancelado
Todas as contas de Receita 
devem ter saldo credor.
Todas as contas de Despesa 
devem ter saldo devedor.
– 126 –
Contabilidade Básica II
Como você pôde observar, há regras específicas para registrar a movi‑
mentação de cada elemento patrimonial. Tenha sempre em mente essas 
regras, pois são elas que fundamentarão todo o processo contábil.
A contabilidade utiliza‑se das contas para efetuar os registros contábeis. 
Os registros realizados nas contas serão feito por meio do razonete, ou seja, 
por uma simplificação do livro Razão, em que são usadas somente as colunas 
de débito e crédito.
Tabela 6 Exemplo de extrato de livro razão.
Título da conta: Banco conta corrente‑ 620‑7 itaú
Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
A função de cada razonete é possibilitar o registro dos valores movimen‑
tados em cada elemento patrimonial e informar o seu respectivo saldo, em 
um determinado momento.
Cada razonete possui os seguintes elementos: título da conta, coluna 
esquerda (débito), coluna direita (crédito) e saldo.
Nome da conta Conta banco
Lado do Débito 
R$ 
Lado do Crédito 
R$ ...
 200
 300
 50
 150
Saldo Devedor Saldo Credor
Soma 500 Soma 200
Saldo 300
1.4 A base da contabilidade – 
o método das partidas dobradas
Para registrar os valores nos razonetes, devemos utilizar o Método das 
Partidas Dobradas. Esse método tem como princípio fundamental o fato de 
que, para cada lançamento a débito de uma ou mais contas, deverá corres‑
ponder um crédito equivalente ao mesmo valor em uma ou mais contas, ou 
seja, não há débito sem crédito correspondente.
Como para cada débito, há um crédito equivalente, então a soma dos 
valores debitados será igual à soma dos valores creditados. Como a natureza 
– 127 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
dos saldos corresponde à diferença entre os valores debitados e creditados na 
mesma conta, a soma dos saldos devedores será igual aos valores da soma dos 
saldos credores. E, também, o total do ativo será igual ao total do passivo.
Como consequencia do método das partidas dobradas, o registro de 
um fato administrativo exige a movimentação de, no mínimo, duas contas. 
Por essa razão, é conhecido como partida dobrada. Assim, não há devedor 
sem credor.
Este método foi divulgado pela primeira vez, na cidade de Veneza, Itália, 
em 10 de novembro de 1494, pelo frade Luca Paccioli. É o método que foi 
empregado pelos comerciantes desde o século XV, e até hoje é utilizado pelos 
contabilistas, ou seja, é um método de uso universal.
Veja, a seguir, um exemplo de registro pelo Método das Partidas Dobradas:
Tabela 7 Lançamento contábil.
Fato Compra de um veículo, à vista, no valor de R$ 8.000.
Débito Veículo 8.000 É um bem, está no ativo, aumentou de valor.
Crédito Banco 8.000 É um bem, está no ativo diminuiu de valor.
1.5 O balancete de verificação
Após o registrodos fatos, há a necessidade de verificar se todos os lança‑
mentos foram realizados, sem omissão de valores entre os débitos e os crédi‑
tos. A ferramenta contábil que permite fazer essa verificação é o balancete de 
verificação, ou simplesmente balancete.
A forma mais comum de balancete é a de duas colunas, em que você tra‑
balhará com o saldo de cada uma das contas. Entretanto, há outros modelos 
mais completos, trazendo outras informações, como o balancete de quatro, 
seis ou oito colunas.
Suponhamos que uma empresa realizou as seguintes transações:
a) constituição da empresa com dinheiro, no valor de R$ 1.000;
b) compra de mercadorias à vista, no valor de R$ 300,00;
c) compra, à vista, de um móvel, no valor de R$ 200.
– 128 –
Contabilidade Básica II
Tabela 8 Lançamento contábil.
Registro no Livro Diário
Fato 1 Fato 2 Fato 3
Debitar: caixa 1.000
Creditar: capital 1.000
Debitar: mercadorias 300
Creditar: caixa 300
Debitar: móvel 200
Credita: caixa 200
Registro nos Razonetes (Livro Razão)
Caixa Mercadorias Móvel Capital
1.000
300
200 (3) 300 (4) 200 (5) 1.000
(1) 1.000 (2) 500
Tabela 9 Lançamento contábil.
Balancete de verificação
Contas
Movimento Saldo
Devedor Credor Devedor Credor
1
2
3
4
Caixa
Mercadorias
Móvel
Capital
(1) 1.000
(3) 300
(4) 200
......
(2) 500
.....
.....
(5) 1.000
500
300
200
....
....
...
...
1.000
Totais 1.500 1.500 1.000 1.000
1.6 A constituição de uma entidade comercial
A constituição de uma entidade deverá ser feita por meio da elaboração 
do contrato social ou do estatuto social. A legalização se dá através do registro 
dos atos constitutivos nas repartições públicas (Junta Comercial, Secretaria da 
Receita Federal, Prefeitura Municipal da localidade, Secretaria da Fazenda do 
Estado, Previdência Social, Delegacia Regional do Trabalho). E, dependendo 
do ramo de atividade a ser desenvolvido, poderá ainda estar sujeita a registros 
em outros órgãos e à concessão de alvarás.
– 129 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
1.6.1 A definição do tipo da entidade
Para definir o que seja uma empresa comercial, vamos analisar a con‑
versa entre Ana e o administrador Pedro:
A função do contador, no processo de constituição de uma entidade, 
que chamamos de abertura de empresa, será orientar o futuro empresário 
na adoção do regime comercial a ser adotado na futura entidade. As formas 
jurídicas mais comuns são:
– 130 –
Contabilidade Básica II
 2 empresário individual;
 2 sociedade limitada – Ltda;
 2 sociedade anônima – SA.
Mas a escolha não fica por aí na abertura de uma entidade, há aquelas que 
funcionam com fins lucrativos e aquelas que funcionam sem fins lucrativos. 
Comece a familiarizar‑se com esses situações, visitando o site governamental 
<http://www.jucetins.to.gov.br>, para entender os passos e a documentação 
necessária para a abertura de uma empresa.
1.7 Entidade comercial: conceito 
de seus elementos
Para a empresa iniciar suas atividades, necessitará de recursos. Esses 
recursos são fornecidos pelo titular (se empresa individual), acionistas (se for 
uma sociedade por ações) ou cotistas (se for empresa de responsabilidade 
limitada). O montante inicial, denominado de capital social, está discriminado 
no contrato social ou no estatuto social, sendo estes instrumentos a base para 
o registro do capital.
Na fase de constituição da empresa, os sócios ou o proprietário efetuam 
uma série de gastos necessários à sua organização e instalação.
Esses gastos, normalmente, envolvem as despesas de legalização 
(pagamento ao contador pelo serviço prestado, pagamentos de taxas nas 
repartições públicas, compras de impressos, compra de livros fiscais) e as 
despesas com reformas (pagamento a pedreiros, engenheiros, decoradores, 
pintores, treinamento de pessoal), assim como aquisições de bens 
(equipamentos, móveis, material de expediente), para que possa desenvolver 
sua atividade econômica.
1.7.1 Conceito de capital
Capital é o total de recursos (dinheiro vivo, bens ou direitos) que são 
aplicados para o início de um determinado empreendimento.
Esse capital pode aumentar ou diminuir. Essas alterações acontecem de 
acordo com a vontade dos sócios ou acionistas. Citamos, como exemplo de 
– 131 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
acréscimo a aplicação de novos recursos pelo proprietário da empresa e, como 
diminuição, a retirada de um sócio ou acionista da empresa.
Mas você deve distinguir, no momento da constituição da empresa, 
o capital que foi simplesmente registrado, ou seja, que consta no Contrato 
Social e o que foi efetivamente realizado, isto é, aplicado na empresa.
Digamos que Ana e Carlos estão combinando a constituição de uma 
empresa. Analise o diálogo dos dois:
Na elaboração do contrato, constará um total de R$ 2.000, sendo que 
cada sócio está subscrevendo (prometendo) R$ 1.000. No caixa da empresa, 
estará registrado R$ 1.300, representando, neste momento, a realização ou 
integralização do capital. Mas a empresa ainda tem a receber R$ 700 do 
Sr. Carlos, este é denominado de capital a realizar.
Analisando o texto acima, podemos concluir os seguintes conceitos:
 2 capital subscrito: é o valor que está descrito no contrato social. 
Também é conhecido por capital nominal, capital inicial, capi‑
tal social;
 2 capital integralizado: é o valor que os sócios ou acionistas depo‑
sitaram no caixa ou na conta banco da empresa. Também é conhe‑
cido como capital realizado;
 2 capital a realizar: é o valor que o sócio ou acionista deve, ainda, 
entregar para a empresa. Também é conhecido como capital 
a integralizar.
– 132 –
Contabilidade Básica II
Ao analisar um balanço patrimonial, você poderá identificar os três con‑
ceitos acima, assim como os dois termos descritos a seguir:
 2 capital próprio: corresponde ao valor total do Patrimônio Líquido;
 2 capital de terceiros: são os recursos que a empresa obteve com ter‑
ceiros, ou seja, são todas as obrigações, de curto e de longo prazo, 
assumidas pela empresa.
Tabela 10 Balanço patrimonial simplificado.
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Ativo Circulante 130
Ativo Não Circulante
Realizável Longo Prazo 100
Imobilizado 300
Passivo Circulante 150
Passivo Não Circulante
Outras contas a pagar 50
Patrimônio Líquido
Capital 300
(‑) Capital a realizar (70)
Lucro 100
 330 
Total do Ativo 530 Total do Passivo 530
1.7.2 O registro do capital da empresa de Ana e Carlos
Sociedade é a reunião de duas ou mais pessoas para exercer uma atividade 
comum. Na sociedade limitada, os sócios têm responsabilidade limitada ao 
valor do capital social (Decreto‑Lei n. 3.708, de 10/01/1919). Veja como são 
realizados os lançamentos de constituição do capital.
a) Subscrição do capital
Debitar o capital a realizar Ana R$ 1.000
Debitar o capital a realizar Carlos R$ 1.000
Creditar o capital social R$ 2.000
– 133 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
b) Integralização do capital
Debitar o caixa r$ 1.300
Creditar o capital a realizar Ana R$ 1.000
Creditar o capital a realizar Carlos R$ 300
1.7.3 Os primeiros passos da empresa, 
a compra do imóvel para se instalar
Se o empresário comprar um imóvel para instalar sua empresa, você, como 
contador, deverá registrar o valor do terreno, do prédio e dos tributos incidentes 
sobre essa aquisição. O lançamento será realizado da seguinte maneira.
Compra do imóvel e pagamento de despesas
Debitar: imóveis e edificações R$ 800
Debitar: terrenos R$ 200
Creditar: caixa (avista) ou conta a pagar (a prazo) R$ 1.000
1.7.4 A compra dos móveis e utensílios
Esses bens serão utilizados na empresa para o seu funcionamento. O 
registro da aquisição desses bens é feito da seguinte maneira:
Debitar: móveis e utensílios R$ 200
Creditar: caixa (à vista) ou duplicata a pagar (a prazo) R$ 200
1.8 O planejamento das contas 
na empresa aberta
Assim como o piloto de um avião não decola semo plano de voo, o 
contador não deve iniciar uma escrituração sem elaborar um programa e sem 
estabelecer um plano de ação detalhado.
Nesse estudo preliminar, o contador deverá conhecer a empresa, as ativi‑
dades que ela desenvolve, os objetivos que deseja alcançar e os aspectos admi‑
– 134 –
Contabilidade Básica II
nistrativos que merecem um maior controle gerencial. Agindo dessa forma, 
o contador terá condições de elaborar um planejamento, de acordo com as 
necessidades específicas da entidade.
O resultado desse planejamento é uma relação de contas que será 
utilizada como guia para o registro dos fatos contábeis. Não significa uma 
relação de contas das mais variadas possíveis e nem estranhas às atividades 
da entidade. São contas necessárias para demonstrar a verdadeira situação 
patrimonial da entidade em questão. Essa relação é conhecida como plano 
de contas.
O plano de contas é um elenco de todas as contas, que se prevê sejam 
necessárias aos registros contábeis de uma determinada entidade. Ele se destina 
a orientar o registro das operações da empresa e é o principal instrumento de 
consulta e base para uniformizar o trabalho de escrituração contábil.
a) Princípios de Contabilidade – PC ‑ (Redação dada pela Resolução 
CFC nº. 1.282/10) 
 b) As normas legais estabelecidas pelas Leis n. 6.404/76, Lei 11.638/2007 
e 11.941/2011; 
c) A legislação específica do ramo de atividade exercido pela empresa. 
Lembre‑se de que cada empresa terá um plano de contas próprio. Entre‑
tanto, após a aprovação da Lei n. 6.404/76 (Lei das S/A), alterada pelas Leis 
n. Lei 11.638/2007 e 11.941/2011, a estrutura do Plano de Contas passou a 
ser uniforme, ou seja, comum para todas as formas societárias. No entanto, 
há algumas entidades que são obrigadas a seguir Planos de Contas já elabo‑
rados, tais como:
a) entidades da administração pública: municípios, estado, União, 
autarquias devem obedecer a um plano de contas, estabelecido na 
Lei n. 4.320/64;
b) empresas de energia elétrica: são obrigadas a usar o plano de con‑
tas do Serviço Público de Energia Elétrica, elaborado de acordo 
com a orientação do Departamento Nacional de Águas e Energia 
Elétrica do Ministério das Minas e Energia – Decreto Lei n. 82.962 
de 29 de dezembro de 1978;
– 135 –
Procedimentos contábeis básicos: escrituração, contas, registros iniciais
c) entidades do sistema financeiro: O Banco Central do Brasil 
(Bacen), criado em 1964, determina normas e pareceres cabíveis a 
todas as instituições que trabalham com valores monetários e títulos 
de créditos. Editou o Plano de Contas dos Bancos, conforme circu‑
lar n. 387 de 20 de julho de 1978, de uso obrigatório, a partir de 31 
de dezembro de 1978, pelas entidades do sistema financeiro.
1.8.1 Estrutura legal do plano de contas
Quanto à disposição das contas, temos o seguinte: em primeiro lugar, 
aparecem as contas patrimoniais, com os grupos e subgrupos do ativo e do 
 passivo, que fazem parte do Balanço Patrimonial e, em seguida, as contas de 
resultado que fazem parte da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.
Apresentamos, a seguir, a estrutura legal do Plano de Contas de acordo 
com a lei n. 6.404/76 e 11.638/7.
Tabela 11 Estrutura do plano de contas.
A – Contas patrimoniais
1 – Ativo 2 – Passivo
1.1 Ativo Circulante
 1.1.1 Disponível
 1.1.2 Direitos
 1.1.3 Estoques
 1.1.4 Despesas Antecipadas
1.2 Ativo Não Circulante
 1.2.1 Realizável a longo prazo
 1.2.2 Investimentos
 1.2.3 Imobilizado
 1.3.3 Intangível
2.1 Passivo Circulante
2.2 Passivo Não Circulante
2.3 Patrimônio Líquido
 2.3.1 Capital Social
 2.3.2 Reservas
 2.3.3 Ajustes de Avaliação
 2.3.4 Reserva de Lucros
 2.3.5 Ações em Tesouraria
 2.3.6 Prejuízos Acumulados
– 136 –
Contabilidade Básica II
B – Contas de resultado
3 – Despesas e Custos
 3.1 Despesas operacionais
 3.2 Custos operacionais
 3.3 Outras Despesas operacionais
4 – Receitas
 4.1 Receitas operacionais
 4.2 Outras Receitas operacionais
5 – Apuração do resultado
 5.1 Resultado bruto
 5.2 Resultado líquido
Conclusão
Os conceitos básicos de contabilidade são essenciais para o registro e 
controle do patrimônio. Cada elemento do patrimônio deve receber um 
nome (contas), que, ao ser registrado (lançamento), receberá um valor, e este 
poderá aumentar ou diminuir (débito e crédito). Para confirmarmos se os 
registros obedeceram ao método das partidas dobradas, devemos elaborar o 
balancete de verificação.
O patrimônio é demonstrado por meio de uma tabela de duas colunas, 
conhecida como balanço patrimonial. O lado esquerdo é conhecido como 
ativo (bens e direitos) e o lado direito é conhecido como passivo (obrigações 
exigíveis e patrimônio líquido).
Entidade é toda pessoa capaz de adquirir bens e direitos e contrair dívi‑
das. A constituição legal de uma entidade ocorre mediante a elaboração e 
registro nos órgãos competentes do contrato social ou estatuto social.
Seguida a constituição de uma entidade, o contador irá registrar os fatos 
contábeis por ela praticados, utilizando um planejamento prévio das contas, 
denominado plano de contas, ou seja, um rol de todas as contas que sejam neces‑ 
sárias para o registro das operações realizadas por uma determinada entidade. A 
estrutura deste plano está normatizada na Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 
1976 (Lei das Sociedades por Ações), 11. 638, de 27 de dezembro de 2007 e 
Lei 11.941/2011;
2
Registro das operações 
de compra e venda 
de mercadorias
As mercadorias compreendem todos os bens que as empre-
sas compram para revender. Entretanto, o que diferencia a compra 
de um bem classificado como mercadoria dos outros bens adquiri-
dos é o fato de que aqueles são adquiridos para revenda e os outros 
são destinados ao uso ou consumo interno da empresa. Essas merca-
dorias, adquiridas para revenda, recebem, também, a denominação 
de bens de venda.
Mas, para que possamos apurar o resultado (lucro ou pre- 
juízo) que a empresa obtém ao revender as mercadorias, há a neces-
sidade de calcularmos o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
– 138 –
Contabilidade Básica II
Bem, neste momento você pode estar pensando: como posso calcular o 
CMV? Como posso controlar as entradas e saídas de mercadorias do estoque? 
Como posso registrar as transações de compra e venda? O que pode modificar 
os valores das compras e vendas?
Todas essas perguntas serão respondidas neste capítulo.
2.1 Compra de mercadorias
Como vimos anteriormente, as empresas comerciais compram mercado-
rias para revendê-las. Essas compras podem ser realizadas à vista ou a prazo. 
Quando compramos à vista, o pagamento é realizado no ato da compra. 
Quando compramos a prazo, criamos uma obrigação, junto ao fornecedor 
para pagamento futuro.
2.1.1 Valor das mercadorias compradas
a) Valor da compra
O valor a ser lançado é o valor efetivamente pago ou a ser pago pela mer-
cadoria adquirida. Em outras palavras, o lançamento de registro das compras 
de mercadorias será realizado pelo valor total da nota fiscal, que compreende 
o valor da mercadoria, com ICMS já incluso e, se houver, o valor do IPI apre-
sentado na nota fiscal.
Compra de mercadoria à vista
Debitar: conta Estoque de Mercadoria
Creditar: conta Caixa 
R$ 3.300
R$ 3.300
Compra de mercadoria a prazo
Debitar: conta Estoque de Mercadoria
Creditar: conta Duplicata a Pagar 
R$ 3.300
R$ 3.300
É conveniente destacar que o valor de aquisição das mercadorias poderá 
sofrer alterações. Isso acontece devido a alguns elementos que constam na 
Nota Fiscal e que acabam alterando o valor de aquisição das mercadorias, 
– 139 –
Registro das operações de compra e venda de mercadorias
tais como: impostos sobre as compras, descontos incondicionais sobre as 
compras, devolução de compras, fretes e seguros sobre as compras. Veja, a 
seguir, como registrar os fatos que alteram (aumentando ou diminuindo) o 
valor das compras.
b) Valor do frete e do seguro na compra
Se a empresa que está comprando as mercadorias responder pelo valor 
do fretedo que foi adquirido até o seu estabelecimento comercial, bem como 
pelo seguro da mercadoria transportada, tais valores deverão ser somados ao 
seu custo de aquisição. O registro desse fato é:
Se a transação for à vista
Debitar: conta Estoque de Mercadoria
Creditar: conta Caixa (valor da mercadoria + frete 
sobre compra + seguro sobre a compra) 
R$ 3.300
R$ 3.300
Se a transação for a prazo
Debitar: conta Estoque de Mercadoria
Creditar: conta Duplicata a pagar (valor da mercadoria)
Creditar: conta Frete a pagar
Creditar: conta Seguro a pagar
R$ 3.300
R$ 2.500
R$ 500
R$ 300
c) Devolução de mercadorias compradas
A devolução de compra ocorre devido ao produto não estar nas condi-
ções que foram combinadas no ato da compra. Como a empresa não ficará 
com o produto, ela deve registrar o valor que está sendo devolvido. Seu regis-
tro será:
Debitar: conta Caixa ou a Duplicata a pagar
Creditar: conta Estoque de Mercadorias 
R$ ...
R$ ...
É conveniente ressaltar que raramente a empresa que está devolvendo 
a mercadoria recebe imediatamente o dinheiro. O mais comum é criar uma 
conta denominada Créditos a receber, para devolução de mercadorias.
– 140 –
Contabilidade Básica II
d) Desconto ou abatimento incondicional obtido
Desconto Incondicional Obtido é o desconto que a empresa ganha, 
no ato da compra da mercadoria. É também conhecido como Desconto 
Comercial na Compra. Seu valor irá diminuir o custo da mercadoria 
comprada. O registro do desconto incondicional obtido é realizado da 
seguinte maneira:
Debitar: conta Estoque de Mercadorias (valor total)
Credito: Conta Caixa
R$ ...
R$ ...
Debitar: conta Caixa
Credito: Conta Estoque de Mercadoria (Valor do desconto) 
R$ ...
R$ ...
e) Tributos incidentes na compra
Para fins de informação, citamos:
 2 ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mer-
cadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação;
 2 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.
2.2 O valor da venda de mercadorias
Como vimos anteriormente, as empresas comerciais vendem mer-
cadorias para obter o lucro. Essas vendas podem ser realizadas à vista 
ou a prazo. Quando vedemos à vista, há o recebimento no ato da venda 
e, quando vendemos a prazo, criamos um Direito junto ao cliente para 
recebimento futuro.
a) Valor da venda
O valor a ser lançado é o valor efetivamente recebido ou a ser recebido 
pela mercadoria vendida. Em outras palavras, o lançamento de registro das 
vendas de mercadorias será realizado pelo valor total da nota fiscal de venda, 
que compreende o valor da mercadoria, com ICMS já incluso.
– 141 –
Registro das operações de compra e venda de mercadorias
Venda de mercadoria à vista (registro da receita)
Debitar: conta Caixa
Creditar: conta Venda de Mercadorias 
R$ 3.300
R$ 3.300
Venda de mercadoria a prazo (registro da receita)
Debitar: conta Duplicata a Receber
Creditar: conta Venda de Mercadorias 
R$ 3.300
R$ 3.300
Venda de mercadoria (registro da baixa)
Debitar: conta Custo da Mercadoria Vendida
Creditar: conta Estoque de Mercadorias 
R$ 2.500
R$ 2.500
É conveniente destacar, também, que o valor de venda das mercadorias 
poderá sofrer alterações. Isso acontece devido a alguns elementos que cons-
tam da Nota Fiscal, que acabam alterando o valor de venda das mercadorias, 
tais como: impostos sobre as vendas, descontos incondicionais sobre as ven-
das e devolução de vendas. Veja, abaixo, como registrar os fatos que alteram 
(aumentando ou diminuindo) o valor das vendas.
b) Devolução de mercadorias vendidas
A devolução de venda ocorre devido ao produto não estar nas condições 
que foram exigidas no ato da venda. Como a empresa receberá o produto de 
volta, ela deve cancelar a venda registrada anteriormente. O registro é:
Debitar: conta Estoque de Mercadorias
Creditar: conta Caixa ou Duplicata Receber 
R$ ...
R$ ...
c) Desconto ou abatimento incondicional concedido
Desconto Incondicional Concedido é o desconto que a empresa dá para 
o cliente, no ato da venda da mercadoria. É também conhecido como des-
conto comercial na venda. A contabilização do desconto incondicional con-
cedido é realizada da seguinte maneira:
Debitar: conta Caixa ou Duplicata a Receber
Debitar: desconto Incondicional Concedido
Crédito: conta Venda de Mercadoria 
R$ ...
R$ ...
R$ ...
– 142 –
Contabilidade Básica II
d) Tributos incidentes na venda
Para fins de informação, os mais comuns são:
 2 ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mer-
cadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação;
 2 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (para indústria);
 2 ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (para presta-
dora de serviço);
 2 PIS – Programa de Integração Social;
 2 COFINS – Contribuição Social sobre o Faturamento.
2.3 Apuração do Custo 
da Mercadoria Vendida (CMV)
Custo é o gasto que está diretamente relacionado à obtenção de um 
produto que será vendido pela empresa.
Normalmente, as empresas utilizam o sistema de Inventário Periódico 
para registrar os fatos referentes a compras e vendas. A empresa que adota esse 
sistema faz, no final do ano, um inventário físico, ou seja, uma contagem do 
estoque de mercadorias da empresa, determinando o estoque final. Conhecido 
o estoque final, aplica-se a seguinte fórmula para calcular o CMV:
Fórmula para calcular o CMV
CMV = Estoque Inicial + Compras líquidas – Estoque Final
Fórmula para calcular as compras líquidas
Compra Líquida = compras – devoluções de compra – desconto incondicional obtido 
na compra – ICMS sobre a compra + frete na compra + seguro na compra
2.4 Resultado da venda de mercadorias
O resultado das transações realizadas com as mercadorias é conhe-
cido como Resultado Bruto do Exercício ou simplesmente Lucro Bruto. 
– 143 –
Registro das operações de compra e venda de mercadorias
Esse resultado poderá ser lucro ou prejuízo. A fórmula para calcular esse 
resultado é:
Fórmula para calcular o resultado da conta mercadorias
Lucro Bruto = Vendas Líquidas – Deduções com as vendas – CMV
Fórmula para calcular as vendas líquidas
Venda Líquida = vendas – devoluções de venda ‑ desconto incondicional concedido 
na venda – ICMS sobre a venda – PIS sobre faturamento – COFINS sobre as vendas.
2.5 Métodos para o registro 
das operações com mercadorias
Existem dois métodos para registrar e controlar a conta de mercadorias:
 2 método da Conta Mista;
 2 método da Conta Desdobrada.
2.5.1 Método da conta mista
Esse método não é mais utilizado pelos contabilistas. Porém, como fonte 
de informação, apresentamos seu conceito.
O método da Conta Mista usa uma única conta para registrar todas as 
transações realizadas com as mercadorias. Essa conta é denominada de mer-
cadorias. Nessa conta, serão registradas as compras, vendas, devoluções de 
compra e de venda, estoque inicial e final de mercadorias, apresentando ainda 
seu resultado (Lucro ou Prejuízo).
Podemos concluir então que esta conta é considerada mista por apre-
sentar duas funções:
 2 a função de Conta Patrimonial, por registrar o estoque inicial 
e final;
 2 a função de Conta de Resultado, por registrar o movimento de 
compras e de vendas e do resultado (Lucro ou Prejuízo).
– 144 –
Contabilidade Básica II
2.5.2 Método da conta desdobrada
Este é o mais usado pelos contabilistas, para registrar as operações com 
mercadorias. O Método da Conta Desdobrada consiste em desdobrar a 
conta Mercadorias em várias outras. Cada conta terá uma função específica. 
Veja alguns exemplos de contas:
 2 mercadorias;
 2 compras de mercadorias;
 2 compras anuladas;
 2 descontos incondicionais sobre a compra;
 2 vendas de mercadorias;
 2 devolução de vendas;
 2 descontos incondicionais sobre a venda, etc.
Dentro desse método, podemos usar dois sistemas para contro-
lar monetariamente os estoques: Inventário Periódico e o Inventário 
Permanente.
 2 Inventário periódico:consiste em controlar o valor do 
estoque a cada período contábil. Assim, o valor do estoque 
só é conhecido ao final do período, mediante levantamento 
físico (contagem física) das mercadorias ( expressão de fim de 
ano “Empresa Fechada para Balanço”).
 2 Inventário permanente: consiste em controlar diaria‑
mente o valor do estoque de mercadorias. Assim, a cada 
compra realizada, seu valor (custo) é incluído no estoque; 
e a cada venda efetuada, seu valor (custo) é diminuído 
do estoque, possibilitando atualização constante e perma‑
nente do estoque de mercadorias.
– 145 –
Registro das operações de compra e venda de mercadorias
2.6 Método da conta desdobrada 
usando o inventário periódico
Este sistema usa três contas para registrar todas as transações realizadas 
com as mercadorias. Essas contas são denominadas de:
 2 estoque de mercadorias;
 2 compras de mercadorias;
 2 vendas de mercadorias.
A conta Estoque de Mercadorias registrará o estoque inicial e o final de 
mercadorias. A conta Compras de Mercadorias registrará o valor das compras, 
das devoluções de compras, frete sobre as compras, seguro sobre as compras, 
descontos incondicionais sobre a compra. Já a conta Vendas de Mercado-
rias registrará as vendas, as devoluções de venda, os descontos incondicionais 
sobre a venda.
No final do exercício financeiro, os saldos dessas contas serão transfe-
ridos para as Contas de Apuração do Resultado, a fim de identificar se a 
empresa obteve lucro ou prejuízo.
Veja, agora, um exemplo prático do registro das transações com merca-
dorias, usando a conta desdobrada e controlando o estoque pelo inventário 
periódico. Vamos supor que uma empresa que possuía no seu Caixa R$ 200 
realizou as seguintes transações:
 2 fato n. 1 – empresa comprou mercadorias do fornecedor Soares 
Ltda., conforme Nota Fiscal n. 10, no valor de R$ 80. A compra 
foi realizada à vista e em dinheiro;
 2 fato n. 2 – a empresa devolve algumas mercadorias compradas do 
Fornecedor Soares Ltda., no valor de R$ 10, através da Nota Fiscal 
de Devolução n. 741 e recebe o dinheiro de volta, no ato;
 2 fato n. 3 – a empresa vende mercadorias à vista, para sua cliente 
Carla, conforme Nota Fiscal n. 742, no valor de R$ 50;
 2 fato n. 4 – a empresa recebe em devolução mercadorias que havia 
vendido para a cliente Carla, no valor de R$ 5. A empresa devolve 
o dinheiro correspondente no ato. Houve emissão da Nota Fiscal 
de Entrada n. 03.
– 146 –
Contabilidade Básica II
Agora, veja como são realizados os lançamentos desses fatos:
Fato n. 1
Debitar: Compras de Mercadorias R$ 80
Creditar: Caixa R$ 80
Fato n. 2
Debitar: Caixa R$ 10
Creditar: Compras de mercadorias (compra anulada) R$ 10
Fato n. 3
Debitar: Caixa R$ 50
Creditar: Venda de Mercadorias R$ 50
Fato n. 4
Debitar: Vendas de Mercadorias (venda anulada) R$ 5
Creditar: Caixa R$ 5
Veja, agora, a representação dos lançamentos acima nos razonetes. 
Lembramos que deve ser criado um razonete para cada conta, conforme 
exemplo abaixo.
Caixa Compras Vendas
SI 200
 10
 50
80
5
80 10 5 50
Soma 260 85
Saldo 175 70 45
Vamos supor que a empresa fechou sua loja e está fazendo o Inventário 
das Mercadorias que ainda possui, para revenda futura. No final dessa 
atividade, identificou que o Estoque Final de Mercadorias totalizava em 
valor monetário R$ 40,00. A empresa deseja saber qual foi o resultado de 
suas transações comerciais. Para calcular o resultado, você deverá aplicar as 
seguintes fórmulas:
Fórmula para calcular as compras líquidas
Compra Líquida = compras – devoluções de compra – desconto incondicional 
obtido na compra – ICMS sobre a compra + frete na compra + seguro na compra
Compra líquida = 80 – 10 – 0 – 0 + 0 + 0 = 70
– 147 –
Registro das operações de compra e venda de mercadorias
Fórmula para calcular o CMV
CMV = Estoque Inicial + Compras líquidas – Estoque Final
CMV = 0 + 70 – 40 = 30
Fórmula para calcular as vendas líquidas
Venda Líquida = Vendas brutas – devoluções de venda – desconto incon‑
dicional concedido na venda – ICMS sobre a venda – PIS – COFINS
Venda Líquida = 50 – 5 – 0 – 0 – 0 – 0 = 45
Fórmula para lucro bruto
Lucro Bruto = Vendas líquidas – CMV
Lucro Bruto = 45 – 30 = 15
2.7 Método da conta desdobrada 
usando o inventário permanente
Este sistema usa três contas para registrar todas as transações realizadas 
com as mercadorias. Essas contas são denominadas de:
 2 estoque de mercadorias;
 2 custo das mercadorias vendidas (CMV);
 2 vendas de mercadorias.
A conta Estoque de Mercadorias registrará o estoque inicial, o esto-
que final, as compras, as devoluções de compras, os fretes sobre as com-
pras, os seguros sobre as compras, os descontos incondicionais sobre a 
compra. Já a conta Vendas de Mercadorias registrará as vendas, as devolu-
ções de venda, os descontos incondicionais sobre a venda. A conta CMV 
registrará o custo de aquisição das mercadorias que estão sendo baixadas 
do estoque.
No final do exercício financeiro, os saldos dessas contas serão transfe-
ridos para as Contas de Apuração do Resultado, a fim de identificar se a 
empresa obteve lucro ou prejuízo.
– 148 –
Contabilidade Básica II
Veja agora um exemplo prático do registro das transações com merca-
dorias, usando a conta desdobrada e controlando o estoque pelo inventário 
permanente. Vamos supor que uma empresa que possuía no seu Caixa R$ 
500 realizou as seguintes transações:
 2 fato n. 1 – empresa comprou mercadorias do fornecedor Nunes 
Ltda., conforme Nota Fiscal n. 11, no valor de R$ 100. A compra 
foi realizada à vista;
 2 fato n. 2 – a empresa devolve algumas mercadorias compradas do 
Fornecedor Nunes Ltda., no valor de R$ 20, através da Nota Fiscal 
de Devolução n. 750;
 2 fato n. 3 – a empresa vende mercadorias à vista, para sua cliente 
Paula, conforme Nota Fiscal n. 751, no valor de R$ 60 (custo dessa 
mercadoria R$ 40);
 2 fato n. 4 – a empresa recebe em devolução mercadorias que havia 
vendido para a cliente Paula. A empresa devolve o dinheiro corres-
pondente no ato, R$ 30. Houve emissão da Nota Fiscal de Entrada 
n. 02. (custo dessa mercadoria R$ 20).
Agora, veja como são realizados os lançamentos desses fatos:
Fato n. 1
Debitar: Estoque de Mercadorias ............................................R$ 100
Creditar: Caixa ........................................................................R$ 100
Fato n. 2
Debitar: Caixa ...........................................................................R$ 20
Creditar: Estoque de Mercadorias (compra anulada) ................R$ 20
Fato n. 3
Na venda devemos efetuar dois lançamen‑
tos: o da Receita e o da Baixa.
Lançamento da receita: pelo valor total da venda
 Debitar: Caixa ...................................................................R$ 60
 Creditar: Venda de Mercadorias .......................................R$ 60
Lançamento da baixa da mercadoria: pelo valor de custo
 Debitar: CMV ....................................................................R$ 40
 Creditar: Estoque de Mercadorias .....................................R$ 40
– 149 –
Registro das operações de compra e venda de mercadorias
Fato n. 4
Na Devolução de Venda devemos efetuar dois lançamentos: o do Can‑
celamento da Receita e o do Cancelamento da Baixa de Mercadoria.
Lançamento do cancelamento da receita: 
pelo valor proporcional da venda.
 Debitar: Venda de Mercadorias.........................................R$ 30
 Creditar: Caixa ..................................................................R$ 30
Lançamento do cancelamento da baixa: 
pelo valor proporcional de custo.
 Debitar: Estoque de Mercadoria ........................................R$ 20
 Creditar: CMV...................................................................R$ 20
Veja, agora, a representação dos lançamentos acima nos razonetes. Lem-
bramos que deve ser criado um razonete para cada conta, conforme exemplo 
a seguir:
Caixa
Estoque 
mercadorias
Vendas CMV
SI 500
 20
 60
100
30
100
20
20
40
30 60 4020
Soma 580 130 120 60
Saldo 450 60 30 20
A empresa deseja saber qual foi o resultado de suas transações 
comerciais. Para calcular o resultado, você deverá aplicar as seguin- 
tes fórmulas:
Fórmula para calcular as compras líquidas
Compra Líquida = compras – devoluções de compra – desconto incondicional 
obtido na compra – ICMS sobre a compra + frete na compra + seguro na compra
Compra líquida = 100 – 20 – 0 – 0 + 0 + 0 = 80
– 150 –
Contabilidade Básica II
Fórmula para calcular o CMV
CMV = Estoque Inicial + Compras líquidas – Estoque Final
CMV = 0 + 80 – 60 = 20
Fórmula para calcular as vendas líquidas
Venda Líquida = Vendas brutas – devoluções de venda – desconto incon‑
dicional concedido na venda – ICMS sobre a venda – PIS – COFINS
Venda Líquida = 60 – 30 – 0 – 0 – 0 – 0 = 305
Fórmula para lucro bruto
Lucro Bruto = Vendas líquidas – CMV
Lucro Bruto = 30 – 20 = 10
Conclusão
Mercadorias são bens adquiridos para serem revendidos. O valor da 
compra de mercadorias pode aumentar, devido a gastos realizados pela 
empresa com o frete e o seguro, para trazer este bem até o seu estoque, mas há 
fatos que fazem o valor da compra diminuir, como as devoluções, os decontos 
obtidos e os impostos incidentes sobre a compra. O valor das vendas também 
pode alterar para menos, devido às devoluções, descontos concedidos e 
impostos incidentes sobre a venda.
Para registrar as operações com mercadorias, a contabilidade desenvolveu 
dois métodos de registro: Método da Conta Mista e Método da Conta 
Desdobrada. O Método da Conta Mista utiliza apenas uma conta para 
registrar todas as transações de compra e venda de mercadorias. O Método 
da Conta Desdobrada utiliza diversas contas, para representar as operações de 
compra e venda com mercadorias.
3
Inventário periódico 
e permanente de 
mercadorias
Constantemente, uma empresa compra mercadorias 
para revenda. No final do exercício financeiro, deve efetuar o 
levantamento das mercadorias compradas e ainda não vendidas 
(estoque final). Esse procedimento de levantar e de atribuir valores 
ao estoque de mercadorias é denominado de Inventário.
As empresas utilizam duas formas para inventariar o estoque 
de mercadorias: o inventário periódico e inventário permanente.
– 152 –
Contabilidade Básica II
Neste capítulo, apresentaremos como o Inventário Periódico de Mer‑
cadorias controla as entradas e saídas de mercadorias da entidade, calcula o 
Custo das Mercadorias Vendidas – CMV e apura o valor do estoque final de 
mercadorias no almoxarifado.
Esse procedimento é necessário, para que a empresa possa apurar o resul‑
tado bruto (lucro/prejuízo bruto) e controlar o que possui em estoque.
3.1 Conceito de inventário 
e seus desdobramentos
O inventário é o documento no qual se descrevem e se avaliam os 
componentes patrimoniais de uma entidade, no todo ou em parte. É um 
arrolamento de bens. Quando fazemos o inventário de mercadorias, esta‑
mos discriminando cada espécie de mercadoria e seu valor. Dessa forma, 
temos uma descrição analítica do elemento patrimonial denominado 
Mercadorias. O total apurado no inventário aparecerá de forma sintética 
no Balanço Patrimonial. É um dos meios utilizados pelos gestores para 
a fiscalização dos bens existentes em poder de uma entidade e, na sua 
essência, para o levantamento do Balanço Patrimonial e para a apuração 
do resultado do exercício.
O controle do estoque de mercadorias inicia com a sua aquisição de 
estoques pelo departamento de compras. Em seguida, dá‑se a entrada da mer‑
cadoria no almoxarifado e, quando vendida, procedemos à sua baixa. No final 
do exercício, apura‑se o estoque final.
Quando esse controle for realizado por meio de contagem física das 
mercadorias existentes no almoxarifado, no momento em que a empresa 
estiver elaborando seu balanço patrimonial, estará utilizando o método de 
Inventário Periódico.
O Inventário Periódico também é conhecido como: inventário físico, 
inventário extracontábil ou inventário eventual. Por ser simples e barato, é 
utilizado pelas pequenas empresas.
Quando esse controle for realizado diariamente, após cada compra e 
venda, a empresa estará utilizando o método de Inventário Permanente. 
– 153 –
Inventário periódico e permanente de mercadorias
Esse controle é realizado por meio de fichas, para cada mercadoria, onde esta‑
rão discriminadas as quantidades compradas e vendidas; os preços unitário e 
total, os estoques remanescentes e seus respectivos saldos.
3.1.1 Conhecendo o Inventário 
Periódico de mercadorias
Para registrar as operações com mercadorias, por este método, serão 
necessárias as seguintes contas:
 2 estoque de mercadorias (estoque inicial);
 2 compras de mercadorias ou compras;
 2 compras anuladas ou devolução de compras;
 2 vendas de mercadorias ou vendas;
 2 vendas anuladas ou devolução de vendas;
 2 ICMS sobre vendas;
 2 PIS;
 2 COFINS.
Além das contas, devemos realizar a contagem física dos estoques no 
final do exercício financeiro, para identificar o valor do estoque final de 
mercadorias, isto é, o valor total das mercadorias que não foram vendidas.
Identificados os elementos que foram descritos acima, você deverá utili‑
zar as fórmulas descritas abaixo para calcular o valor do Custo das Mercado‑
rias Vendidas – CMV:
Fórmula para calcular o CMV
CMV = Estoque Inicial + Compras líquidas – Estoque Final
Fórmula para calcular as compras líquidas
Compra Líquida = compras – devoluções de compra – desconto incondicional 
obtido na compra – ICMS sobre a compra + frete na compra + seguro na compra
– 154 –
Contabilidade Básica II
Em seguida, você poderá apurar o resultado da conta de mercadorias ou 
lucro bruto, ao aplicar a fórmula:
Fórmula para lucro bruto
Lucro Bruto = Vendas líquidas – CMV
Fórmula para calcular as vendas líquidas
Venda Líquida = Vendas brutas – devoluções de venda – desconto incon‑
dicional concedido na venda – ICMS sobre a venda – PIS – COFINS
3.1.2 Levantamento de estoque 
pelo Inventário Periódico
Se você usa esse inventário, a única informação que você terá, para defi‑
nir o valor do estoque final de mercadorias, será a contagem física que você 
realizar no final do exercício.
Para comprovar a validade do inventário, no aspecto de quantidade 
física e não pelo valor monetário, será necessário fazer a seguinte operação:
+ Quantidade demonstrada no Inventário do Exercício Anterior
+ Quantidade registrada no Livro de Registro de Entradas
(‑) Quantidade registrada no Livro de Registro de Saídas
= Quantidade inventariada do exercício encerrado
Esses três livros fiscais serão a base de comprovação do inventá‑ 
rio realizado.
Agora, vamos fazer uma demonstração prática, para que você tenha 
segurança quanto à apuração do CMV e ao lucro bruto, usando o inven‑ 
tário periódico.
3.1.3 Registro das operações com 
mercadorias pelo Inventário Periódico
Suponhamos que você tenha em suas mãos os seguintes saldos:
– 155 –
Inventário periódico e permanente de mercadorias
Relação de contas Valor em R$
Estoque de Mercadorias
Compras de Mercadorias
Devolução de Compras
Vendas de Mercadorias
Devolução de Vendas
ICMS sobre as vendas
ICMS sobre as compras
PIS sobre o faturamento
COFINS sobre o faturamento
Frete e Seguro na Compra
Desconto Incondicional Obtido
Desconto Incondicional Concedido
 50
170
5
320
10
48
28
9
4
12
4
3
Após a contagem física das mercadorias, foi identificado que a empresa 
possui R$ 90 de mercadorias em estoque, no final do exercício financeiro.
a) Apuração extra‑contábil
Fórmula para calcular as compras líquidas
Compra Líquida = compras – devoluções de compra – desconto incondicional 
obtido na compra – ICMS sobre a compra + frete na compra + seguro na compra
Compra Líquida = 170 – 5 – 4 – 28 + 12 = 145
Fórmula para calcular o CMV
CMV = Estoque Inicial + Compras líquidas – Estoque Final
CMV = 50 + 145 – 90 = 105 
Fórmula para calcular as vendas líquidas
Venda Líquida = Vendas brutas – devoluções de venda – desconto incon‑
dicionalconcedido na venda – ICMS sobre a venda – PIS – COFINS
Venda Líquida = 320 – 10 – 3 – 48 – 9 – 4 = 246
– 156 –
Contabilidade Básica II
Fórmula para lucro bruto
Lucro Bruto = Vendas líquidas – CMV
Lucro Bruto = 246 – 105 = 141 (lucro)
b) Apuração contábil
Inicialmente, devemos elaborar os razonetes que são necessários ao 
registro das compras e vendas pelo inventário periódico.
I. Razonetes do ativo
Estoque de mercadorias
50
II. Razonetes de despesas
Compras ICMS s/ compras
 170
 12
5
4
28
Soma 182 9
Saldo 173
III. Razontes de receitas
Vendas
ICMS 
s/ venda
PIS COFINS
 10
 3
320 (g) 48 (f) 9 (h) 4
Soma 13 320
(e) saldo 307
Em seguida, fazem‑se os lançamentos para calcular o Custo da 
Mercadoria Vendida – CMV. Será criado um razonete denomi‑
nado CMV. Para ele serão transportados todos os valores das 
contas compras, devolução de compras, descontos incondicio‑
nais sobre as contas, frete sobre a compra, seguro sobre a compra, 
– 157 –
Inventário periódico e permanente de mercadorias
ICMS sobre as compras, estoque de mercadorias e o estoque 
final de mercadorias apurado por contagem física. Ao final dessa 
movimentação de valores, os saldos das contas de despesas citadas 
acima ficarão zerados.
Veja como ficarão os razonetes, após essa transferência.
Estoque de mercadorias Compras
 50
EF© 90
(b) CMV 50 Saldo 173 (a) CMV 173
Soma 140 50 Saldo 000
Saldo 90
ICMS s/ compra CMV
CMV (d) 28 28
(b) 50
(a) 173
(d) 28
(c) 90
Saldo 000 Soma 223 118
Saldo (i) 105
Identificado o valor do CMV, devemos fazer a Apuração do Resul‑
tado do Exercício (ARE). Você deverá criar um razonete denomi‑
nado ARE e para ele transportar todos os saldos dos razonetes de 
receita, do CMV e das demais despesas que ainda possuam saldo. 
Veja os lançamentos:
Transferência dos valores para o ARE
Debitar: Vendas de Mercadorias R$ 307 Debitar: ARE (g) R$ 48
Creditar: ARE (e) R$ 307 Creditar: ICMS s/ venda R$ 48
Debitar: ARE (f) R$ 9 Debitar: ARE (h) R$ 4
Creditar: PIS R$ 9 Creditar: COFINS R$ 4
– 158 –
Contabilidade Básica II
Veja como ficarão os razonetes após essa transferência.
Vendas
ICMS 
s/ venda
PIS COFINS
ARE 
307
307 
saldo
Saldo 
48
48 
ARE
Saldo 
9
9 
ARE
Saldo 4 4 
ARE
Saldo 
000
Saldo 
00
Saldo 
000
Saldo 
000
CMV ARE
Saldo 105 105 ARE (g) 48
(f) 9
(h) 4
(i) 105
(e) 307
Saldo 000 Soma 166 307
saldo (j) 141
Você, agora, deve transferir o saldo do ARE para o Razonete deno‑
minado Lucro ou Prejuízo Acumulado.
ARE Lucro acumulado
 141 141 saldo
(j) 141
Saldo 0000
Olhando os razonetes acima, você deve ter percebido que os razo‑
netes de receitas, despesas, CMV e ARE ficaram zerados.
Após todo esse processo, você deverá elaborar as Demonstrações 
Contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do 
Exercício – DRE).
– 159 –
Inventário periódico e permanente de mercadorias
Balanço patrimonial DRE
Ativo Passivo Contas R$
AC
Caixa .....
Estoque 90
ANC
PC
PNC
PL
Capital .....
Lucro 141
Venda Bruta
(‑) Deduções na venda
desconto concedido
devolução de venda
ICMS s/ venda
PIS
COFINS
= Venda Líquida
(‑) CMV
= Lucro Bruto
320
(3)
(10)
(48)
(9)
 (4)
246
 105
141 
Total ............... Total ...............
3.2 Conhecendo o Inventário 
Permanente de mercadorias
Como já adiantamos, no início deste capítulo, o Inventário Permanente 
é realizado diariamente, após cada compra e venda, daí sua denominação de 
permanente. O controle por ficha permite a apresentação dos saldos, na conta 
mercadorias, após cada operação de compra ou venda de produtos do estoque. 
É importante destacar que a valoração do estoque, por este inventário, poderá 
ser realizada pelos critérios:
 2 PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai;
 2 UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai;
 2 Custo Médio – média aritmética.
Desses critérios, o mais utilizado é o Custo Médio e, por isso, adotado 
como exemplo nesta unidade.
– 160 –
Contabilidade Básica II
Tabela 1 Modelo de ficha de controle de estoque.
Ficha de controle e avaliação de estoque
Mercadoria Método de Controle de Estoque
Data
Entrada Saída Saldo
Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total
Total compras Total CMV Estoque final
3.2.1 Registro das operações com mercadorias 
pelo Inventário Permanente
Para registrar as operações com mercadorias, por este método, serão 
necessárias as seguintes contas:
 2 estoque de mercadorias ou mercadorias;
 2 Custo das Mercadorias Vendidas – CMV;
 2 vendas de mercadorias ou vendas;
 2 vendas anuladas ou devolução de vendas;
 2 ICMS sobre vendas;
 2 PIS;
 2 COFINS.
Informamos que a ficha de controle de estoque de mercadorias será 
movimentada toda vez que houver compras e vendas. Nela, serão registrados 
os valores das compras, devoluções de compras, os descontos incondicionais 
obtidos nas compras, o estoque inicial e o estoque final de mercadorias.
Quando desejar apurar o resultado das operações de compra e venda, 
você deverá pegar o total do CMV descrito na Ficha de Controle de Estoque 
e aplicar a fórmula do Lucro Bruto, ou seja:
– 161 –
Inventário periódico e permanente de mercadorias
Fórmula para calcular as vendas líquidas
Venda Líquida = Vendas brutas – devoluções de venda – desconto incon‑
dicional concedido na venda – ICMS sobre a venda – PIS – COFINS
Fórmula para lucro bruto
Lucro Bruto = Vendas líquidas – CMV
3.2.2 Registro das operações com mercadorias 
pelo Inventário Permanente
Vamos supor que uma empresa tenha realizado as seguintes transações:
 2 1/1/2007 tem um Estoque Inicial de 30 panelas Tramontina, com‑
pradas por R$ 10 cada uma, em um total de R$ 300;
 2 3/2/2007 comprou 10 unidades por R$ 20 cada uma;
 2 10/2/2007 vendeu três unidades para a cliente Maria por R$ 25 
cada uma;
 2 15/2/2007 vendeu 28 unidades para José por R$ 24,50 cada uma.
 2 20/2/2007 comprou cinco unidades por R$ 27 cada uma;
 2 22/2/2007 vendeu 10 unidades para a cliente Ana por R$ 24 
cada uma.
Tabela 2 Modelo de controle de estoque.
Ficha de controle e avaliação de estoque
Mercadoria: Panelas tramontina 
Método de Controle de Estoque: custo médio
Data
Entrada Saída (baixa) Saldo
Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total
Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total
Quan‑
tidade
Preço
Uni‑
tário
Total
01/1 30 10,00 300,
– 162 –
Contabilidade Básica II
Ficha de controle e avaliação de estoque
Mercadoria: Panelas tramontina 
Método de Controle de Estoque: custo médio
Data
Entrada Saída (baixa) Saldo
Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total
Quan‑
tidade
Preço 
Uni‑
tário
Total
Quan‑
tidade
Preço
Uni‑
tário
Total
03/2 10 20,00 200,00 40 12,50 500,00
10/2 3 12,50 37,50 37 12,50 462,50
15/2 28 12,50 350,00 09 12,50 112,50
20/2 5 27,00 135,00 14 176,78 247,50
22/2 10 176,78 176,80 04 176,78 70,70
Total Compras 335,00 Total CMV 564,30 Estoque Final 70,70
As vendas realizadas totalizaram:
Total de vendas realizadas
10/2/2007 3 unidades x R$ 25,00 = R$ 75,00
15/2/2007 28 unidades x R$ 24,50 = R$ 686,00
22/2/2007 10 unidades x R$ 24,00 = R$ 240,00
Total de vendas (receita) R$ 1.001,00
Caixa Estoque de mercadorias
EI 2.000,00
 75,00
 686,00
 240,00
 R$ 200,00
 R$ 135,00
Ei R$ 300,00
 R$ 200,00
 R$ 135,00
 R$ 37,50
 R$ 350,00
 R$ 176,80
Soma R$ 3.001,00 R$ 335,00 Soma R$ 635,00 R$ 564,30
Saldo R$ 2.666,00 Saldo R$ 70,70
– 163 –
Inventário periódico e permanente de mercadorias
Em seguida, realizamos os lançamentos, para fazer a Apuração do Resul‑
tado do Exercício (ARE). Você deverá criar um razonete denominado de ARE 
e para ele transportar todos os saldos dos razonetes de receita, do CMV e das 
demais despesas que ainda possuam saldo. Veja os lançamentos:
Transferência dos valores para o ARE
Debitar: Vendas de Mercadorias R$ 1.001,00
Creditar: ARE R$ 1.001,00
Debitar: ARE R$ 564,30
Creditar: CMV R$ 564,30
Veja como ficarão os razonetes, após essa transferência.
Vendas CMV ARE
ARE 1.001R$ 1.001,00 
saldo
Saldo 
R$ 564,30
R$ 564,30 
ARE
R$ 564,30 R$ 1.001,00
Saldo 000 Saldo R$ 00,00 saldo R$ 436,70
Você, agora, deve transferir o saldo do ARE para o razonete denominado 
lucro ou prejuízo acumulado.
ARE Lucro acumulado
 R$ 436,70 saldo R$ 436,70
R$ 436,70
Saldo R$ 00,00
Após todo esse processo, você deverá elaborar as demonstrações contá‑
beis (balanço patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício – DRE).
Balanço patrimonial DRE
Ativo Passivo Contas R$
AC
Caixa 2.666,00
Estoque 70,70
ANC
PC
PNC
PL
Capital....
Lucro 436,70
Venda Bruta
(‑) Deduções na venda
= Venda Líquida
(‑) CMV
= Lucro Bruto
1.001,00
 (00)
1.001,00
 564,30
436,70
Total ................... Total ...................
– 164 –
Contabilidade Básica II
Conclusão
O Inventário Periódico é o método que calcula o estoque final de merca‑
dorias pela contagem física do estoque ao final do exercício social. Nessa data, 
faz‑se um levantamento da quantidade, modelo e valor de cada mercadoria 
que a empresa ainda possui no estoque. Deduzindo o valor encontrado na 
contagem física do total de mercadorias que estava disponível para a venda 
naquele período, podemos encontrar o valor das mercadorias que já foram 
vendidas, ou seja, o CMV.
O Inventário Permanante é o método que calcula o estoque final de mer‑
cadorias diariamente por meio das fichas de controle de estoque. O controle 
de estoque; esse inventário poderá ser realizado pelos métodos PEPS, UEPS 
ou Custo Médio. Diariamente, após cada transação de venda, a entidade sabe 
exatamente a quantidade e o valor de cada item de mercadoria que possui no 
seu estoque. Deduzindo o valor baixado diariamente do total de mercadorias 
que estava disponível para a venda naquele dia, podemos encontrar o valor do 
estoque final de mercadorias.
4
Operações com folha 
de pagamento
Dentre as diversas operações realizadas nas entidades, des‑
tacam‑se as operações com folha de pagamento. As entidades, para 
atingir seus objetivos, necessitam de mão de obra para o desempe‑
nho das atividades inerentes aos mais variados ramos de ativida‑
des. É importante ressaltar que neste livro nos ateremos apenas ao 
método contábil do registro.
– 166 –
Contabilidade Básica II
4.1 Conceito elementares
No conjunto de termos e expressões utilizadas na contabilização da 
folha de pagamento há aqueles que são de suma importância no momento 
da classificação dos entes envolvidos. Nesse sentido surge a necessidade de 
conceituar mos contrato de trabalho, empregado e empregador.
4.1.1 Contrato de trabalho, empregado e empregador
O contrato de trabalho é caracterizado pela relação de emprego entre 
empregado e empregador. A atividade laboral deverá ser realizada por uma 
pessoa física, que prestará serviços de natureza não eventual ao empregador. 
O contratado deverá subordinar‑se ao empregador e receber remuneração por 
seus serviços prestados.
Para ser considerado empregado, deverá observar cinco requisitos: o tra‑
balho deverá ser executado por pessoa física; ser contínuo; haver subordinação 
da pessoa ao seu superior; ter salário e ser pessoal (serviço deve ser executado 
pela pessoa contratada e não por outrem). Ainda de acordo com a CLT, para 
ser considerado empregador a empresa individual ou coletiva assumirá riscos da 
atividade econômica, admitir, assalariar e dirigir a prestação do serviço.
4.1.2 Remuneração e salário
Nascimento (2001, p. 629) propõe, na ausência de um conceito legal 
para o termo salário, que salário seja a “totalidade das percepções econômicas 
dos trabalhadores, qualquer que seja a forma ou meio de pagamento, que 
retribua o trabalho efetivo, os períodos de interrupção do contrato e os des‑
cansos compatíveis na jornada de trabalho”.
Em uma forma mais simplificada, podemos afirmar que salário, do latim 
salariu, será o valor econômico pago a um empregado por um serviço regu‑
lado geralmente por contratos de trabalho e remuneração, do latim, remune-
ratione, o conjunto de pagamentos provenientes do empregador ou de tercei‑
ros, recebidos em decorrência da prestação de serviços subordinados.
4.1.3 Folha de pagamento
A folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para 
efeito de fiscalização trabalhista e previdenciária. Para sua elaboração, não 
– 167 –
Operações com folha de pagamento
existe modelo oficial, podendo ser adotado critérios que melhor atendam 
aos interesses de cada empresa, observadas as informações que legalmente 
deve conter.
A folha de pagamento deverá informar a remuneração paga ao empregado 
e discriminar todas as verbas que a compõem, ou seja, salário, horas‑extras, 
adicional noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, etc. Assim, ao 
elaborar a folha de pagamento, devem‑se destacar as verbas pagas, discrimi‑
nando‑as uma a uma.
Na contabilização da folha de pagamento devem ser considerados, 
além da remuneração paga ao empregado, os tributos que incidem sobre 
a respectiva folha, a saber: FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço, as contribuições relativas ao INSS e contribuições sindicais, 
quando for o caso.
4.2 Contabilizando uma folha 
de pagamento – caso prático
Para o entendimento do tema, proporemos uma situação hipotética 
para, em seguida, realizar a contabilização dos fatos contábeis.
A empresa Mercadinho Anjinho Dourado Ltda possui, na sua relação de 
empregados, os seguintes colaboradores:
a) Homero Herói Grego na função de atendente com salário de 
R$ 350,00, totalizando uma remuneração de R$ 700,00;
b) José da Silva Herói Brasileiro na função de gerente com salário 
de R$ 700,00 mais gratificação de 10% sobre o salário, totalizando 
uma remuneração de R$ 770,00;
c) Joana Darque Guerreira na função de assistente de limpeza com 
salário de R$ 350,00, totalizando uma remuneração de R$350,00;
d) João Cobra Criada na função de cobrador com salário de 
R$ 350,00, totalizando uma remuneração de R$ 350,00;
De posse da relação de empregados e suas respectivas remunerações 
deveremos seguir os seguintes passos:
– 168 –
Contabilidade Básica II
I. Calcular o valor das contribuições a serem pagas e recolhidas
Sobre a remuneração dos empregados deverá incidir o FGTS e o 
INSS. O primeiro é uma contribuição na alíquota de 8% (alíquota 
base) a ser paga pelo empregador, e o segundo sendo 8 % no mínimo 
(ver tabela do INSS no final do tema) a ser recolhido do empregado e 
repassado ao Instituto de Previdência – INSS e ainda 25,8% a serem 
pagos pela empresa ao instituto de previdência. Para simplificar o 
registro dos cálculos da folha de pagamento, é recomendável construir 
um resumo de folha de pagamento como o modelo sugerido 
a seguir:
Empregado
 Remuneração 
Total
Desc. do INSS 
do empregado 
a recolher
INSS a pagar 
parte patronal
FGTS a pagar
Homero... R$ 700,00 R$ 56,00 R$ 180,60 R$ 56,00
José... R$ 770,00 R$ 61,60 R$ 198,66 R$ 61,60
Joana... R$ 350,00 R$ 28,00 R$ 90,30 R$ 28,00
João... R$ 350,00 R$ 28,00 R$ 90,30 R$ 28,00
Total R$ 2.170,00 R$ 173,60 R$ 559,86 R$ 173,60
Nota‑se que da contribuição patronal de 25,8% a ser paga 20% é 
alíquota fixa e 5,8% é alíquota, variável em decorrência do ramo de 
atividade da empresa. O INSS publica periodicamente as tabelas de 
contribuições com a indicação da alíquota em decorrência do ramo 
de atividade.
Neste exemplo não consideramos o RAT – Risco de Acidente de Trabalho.
II. Realizar a provisão das despesas com salários e contribuições a serem 
recolhidas no final de cada mês
Agora que você possui os valores a serem pagos aos empregados, a título 
de remuneração, e as contribuições necessárias, passaremos a realizar 
os lançamentos que o departamento da contabilidade deverá fazer para 
apropriar a respectiva despesa. Veja como ficará:
– 169 –
Operações com folha de pagamento
Lançamento do salário dos empregados
D – Despesa com salários .................R$ 2.004,00 (conta de resultado)
C – Salários a pagar ..........................R$ 2.004,00 (conta patrimonial)Lançamento da contribuição descontada do empregado
D – INSS parcela dos empregados ....R$ 173,60 (conta patrimonial)
C – INSS a recolher ..........................R$ 173,60 (conta patrimonial)
Lançamento do INSS a pagar – parte patronal
D – Despesa com INSS Patronal ......R$ 559,86 (conta de resultado)
C – INSS a pagar ..............................R$ 559,86 (conta patrimonial)
Lançamento do FGTS a pagar
D – Despesa com FGTS ...................R$ 173,60 (conta de resultado)
C – FGTS a pagar ............................R$ 173,60 (conta patrimonial)
III. Realizar pagamento das despesas com salários e contribuições a 
serem recolhidas
Após a apropriação das despesas, chega o momento da realização do 
pagamento e, por consequencia, de efetuar o registro contábil do paga‑
mento. É importante ressaltar que cada despesa acima apropriada possui 
uma data específica para a realização do pagamento e registro contábil. 
Veja:
lançamento do pagamento do salário
D – Salários a pagar ..........................R$ 2.004,00 (conta patrimonial)
C – Caixa/Banco ..............................R$ 2.004,00 (conta patrimonial)
lançamento do pagamento da contribuição descontada do empregado
D – INSS a recolher .........................R$ 173,60 (conta patrimonial)
C – Caixa/Banco ..............................R$ 173,60 (conta patrimonial)
lançamento do pagamento do INSS a pagar – parte patronal
D – INSS a pagar .............................R$ 559,86 (conta patrimonial)
– 170 –
Contabilidade Básica II
C – Caixa/Banco ..............................R$ 559,86 (conta patrimonial)
Lançamento do pagamento do FGTS a pagar
D – FGTS a pagar ............................R$ 173,60 (conta patrimonial)
C – Caixa/Banco ..............................R$ 173,60 (conta patrimonial)
Importante: O INSS a recolher deverá ser recolhido junto com o INSS 
até o dia 10 de cada mês, no documento de arrecadação chamado de 
GPS – Guia da Previdência Social. O FGTS deverá ser pago até o dia 
sete de cada mês na GFIP‑ Guia de Recolhimento do FGTS e Informa‑
ções a Previdência Social. E o salário dos empregados deverá ser pago até 
o quinto dia útil de cada mês.
Conclusão
Ao final deste capítulo, foi apresentado a você os procedimentos 
contábeis adotados para efetuar o registro contábil da folha de pagamento 
e os conceitos básicos da relação empregado‑empregador, bem como a 
definição de salário e remuneração. Neste capítulo, também, você identificou 
os tributos básicos que incidem sobre a folha de pagamento. A contabilização 
da folha de pagamento é uma rotina constante na contabilidade das entidades 
que possuem em seus quadros empregados contratados. Na contabilização da 
folha de pagamento, deverá ser levada em consideração a tributação necessária 
às legislações previdenciária e trabalhista.
5
Operações financeiras
As operações financeiras são realizadas com o objetivo de 
obter ou emprestar dinheiro. São, normalmente, realizadas em esta‑
belecimentos bancários, como aplicações, empréstimos e operações 
com duplicatas.
Os empréstimos, em curto prazo, são efetuados para atender às 
necessidades dentro do ciclo operacional. As parcelas que vencerem 
a partir do décimo terceiro mês, serão classificadas no longo prazo.
Se existe a necessidade de ampliação das instalações físicas, 
por exemplo, o empréstimo mais indicado será o de longo prazo, 
por ter seu prazo de pagamento superior a um ano.
– 172 –
Contabilidade Básica II
5.1 Entendendo os tipos de aplicações
Quando o assunto é poupar, o mercado financeiro disponibiliza inú‑
meras modalidades. As modalidades mais comuns são aquelas que possuem 
rendimentos com taxas pré e pós fixadas e as de liquidez imediata. A seguir 
vamos conhecer a contabilização de cada uma delas.
5.1.1 Aplicações de liquidez imediata
Exemplo: em dois de setembro, a empresa Roda Viva aplicou a 
importância de R$ 10.000, com taxa de 2% ao mês, no Banco dos 
Ipês S/A, em que mantém conta corrente. Após 30 dias, resgatou 
a importância de R$ 10.200, correspondendo R$ 10.000 ao valor 
aplicado e R$ 200 aos rendimentos, sendo que, em obediência ao RIR 
– Regulamento do Imposto de Renda, o banco descontou a importância 
de R$ 55, referentes ao Imposto de Renda (27,5% sobre o rendimento).
Contabilização da aplicação
D – Aplicações de Liquidez Imediata ......................................... 10.000
C – Banco Conta Movimento (Banco dos Ipês) ......................... 10.000
Contabilização do Resgate
D – Banco Conta Movimento ................................................... 10.145
D – IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte ............................... 55
C – Aplicações de Liquidez Imediata ........................................ 10.000
(Resgate do Valor Aplicado)
C – Receitas Financeiras ................................................................. 200
(Crédito de Rendimentos)
5.1.2 Aplicações com rendimentos prefixados
Chamam‑se operações prefixadas todas as operações em que as taxas são 
prefixadas, ou seja, aquelas que, no momento da aplicação, os contratantes 
sabem qual a taxa em que está sendo realizado o negócio.
– 173 –
Operações financeiras
Exemplo: sabendo‑se que a Cia. ABC fez uma aplicação financeira 
no Banco dos Ipês S/A, no valor de R$ 100, em 01.12.2001, taxa de 
2% ao mês, pelo período de 30 dias, será necessário fazer‑se o seguinte 
registro contábil:
Registro da Aplicação:
D – Aplicações Financeiras .......................................................... $ 100
C – Bancos .................................................................................. $ 100
Registro da receita financeira ganha até 31.12.2001
D – Aplicações financeiras ............................................................... $ 2
C – Receitas financeiras ................................................................... $ 2
Assim, o saldo da conta Aplicações Financeiras, no Balanço de 31.12.2001, 
será de $ 102. Se a empresa desejar resgatar o valor aplicado, deverá realizar 
o seguinte lançamento:
D – Bancos .................................................................................. $ 102
C – Aplicações financeiras ............................................................ $ 102
5.1.3 Aplicações com rendimentos pós‑fixados
Nas operações pós‑fixadas, é contratada a operação com uma taxa 
de juros determinada, mais um índice de preços, uma moeda estrangeira, 
etc. As aplicações com rendimentos pós‑fixados normalmente são de pra‑ 
zos longos.
Exemplo: admita que a Cia. Boa Viagem fez uma aplicação de $ 100 no 
Banco dos Ipês S/A, no dia 01.12.2001, com taxa de 1% ao mês, mais 
a taxa de variação da inflação, que no mês de dezembro/2001 foi de 
2%. Nesse caso, temos que registrar a receita financeira ganha, mas não 
recebida, como segue:
Registro da Aplicação, em 01.12.2001
D – Aplicações Financeiras .......................................................... $ 100
C – Banco ................................................................................... $ 100
– 174 –
Contabilidade Básica II
Registro da Receita Financeira Ganha até 31.12.2001
D – Aplicações Financeiras ...................................................... $ 3,02
C – Receita de Variações (100 x 2%) ....................................... $ 2,00
C – Receita de Juros (102 x 1%) .............................................. $ 1,02
O saldo da conta Aplicações Financeiras, em 31.12.2001, será de 
$ 103,02.
5.2 Empréstimos e financiamentos 
a curto e longo prazo
Em nosso dia a dia, a maioria das pessoas tem dificuldade em definir 
o que é empréstimo e o que é financiamento. Na contabilidade, costuma‑se 
diferenciar os empréstimos dos financiamentos através de uma caracterís‑
tica muito simples: o valor dos empréstimos é disponibilizado na conta da 
empresa, para que a mesma utilize o dinheiro da forma que achar necessário, 
enquanto que os financiamentos se caracterizam pelo repasse do dinheiro 
diretamente ao fabricante de um bem (a empresa que vender uma máquina 
ouequipamento), o qual está adquirindo, especificamente, com o dinheiro 
proveniente deste financiamento. Tanto os empréstimos quanto os financia‑
mentos podem ser realizados a curto ou longo prazo.
Consideramos curto prazo um empréstimo ou financiamento realizado 
com prazo de pagamento até 360 dias (um ano). Caso o prazo seja superior 
a um ano, considera‑se como de longo prazo.
5.2.1 Operação prefixada
Chamamos de Operação Prefixada um empréstimo no qual, desde o 
início, já estão definidos e prefixados os valores das taxas e despesas cobra‑
das pelo banco, assim como o montante total que a empresa irá pagar até o 
vencimento. Para facilitar o entendimento, suponhamos que uma empresa 
efetue um empréstimo no Banco dos Ipês, nas seguintes condições:
 2 data da realização do empréstimo: 31.10.2001;
 2 valor do empréstimo: $ 2.000;
– 175 –
Operações financeiras
 2 data do vencimento do empréstimo: 29.01.2002 (três meses);
 2 taxa de juros: 6% ao mês;
 2 despesas cobradas pelo banco: comissão de 1% sobre o valor do 
empréstimo e mais taxa bancária no valor de $ 140.
Você poderá identificar, desde o dia da assinatura do contrato de emprés‑
timo, quais os valores que deverão ser lançados.
Os lançamentos são os seguintes (em 31.10.2001):
D – Conta corrente Banco dos Ipês .......................................... $ 1.840
D – Despesa bancária com comissões ............................................ $ 20
D – Despesa bancária com taxas .................................................. $ 140
D – Juros a transcorrer ................................................................. $ 360
C – Empréstimos a pagar .......................................................... $ 2.360
A conta juros a transcorrer é uma conta redutora do passivo, para 
demonstrar que o valor do principal do empréstimo não é de $ 2.360,00, já 
que R$ 360,00 será de juros e apenas R$ 2.000,00 do principal. A conta juros 
a transcorrer não representa uma despesa paga antecipada, pois o valor dos 
juros somente serão liquidados no vencimento da dívida. Note que a opera‑
ção bancária custará à empresa R$ 160,00 (R$ 140,00 + R$ 20,00), que serão 
descontados pelo banco no ato do repasse do empréstimo a empresa.
As despesas de comissões e taxa bancária são lançadas diretamente na 
despesa (resultado), pois seus valores não são recuperáveis.
O lançamento da apropriação dos juros a transcorrer deverá ser feito a 
cada 30 dias, a contar da data da assinatura do contrato de financiamento, 
pois, pelo regime de competência, devemos considerar uma despesa após 
a utilização dos serviços; no caso dos juros de empréstimo a utilização do 
dinheiro irá ocorrer a cada 30 dias.
Sendo assim, teremos que efetuar três lançamentos no valor de $ 120, 
para que possamos zerar a conta Juros a Transcorrer que é de R$ 360, respec‑
tivamente, nas datas de 30.11.2001, 31.12.2001 e 29.01.2002.
Veja, a seguir, os lançamentos dos juros a apropriar.
– 176 –
Contabilidade Básica II
Lançamento da Apropriação da Despesa de Juros – parcela 1
D – Despesas de juros (ou despesa financeira) .............................. $ 120
C – Juros a transcorrer ................................................................. $ 120
Lançamento da Apropriação da Despesa de Juros – parcela 2
D – Despesas de juros (ou despesa financeira) .............................. $ 120
C – Juros a transcorrer ................................................................. $ 120
Lançamento da Apropriação da Despesa de Juros – parcela 3
D – Despesas de juros (ou despesa financeira) .............................. $ 120
C – Juros a transcorrer ................................................................. $ 120
Quando a empresa realizar o pagamento do Empréstimo, no dia 
29.01.2002, efetuamos os seguintes lançamentos.
D – Empréstimos a pagar ......................................................... $ 2.360
C – Conta Corrente Banco dos Ipês ......................................... $ 2.360
5.2.2 Operação pós‑fixada
Chamamos uma operação de Pós‑fixada, quando se torna conhecido o 
valor total dos encargos (taxas de juros, variações monetárias, etc.), durante o 
vencimento da operação. Uma operação financeira poderá ter, além de uma 
taxa de juros determinada, um outro fator, como, por exemplo, a variação do 
dólar, variação da TR (Taxa de Referência), variação do IGP‑M (Índice Geral 
de Preços do Mercado), etc.
Suponhamos que uma operação com Variação Cambial (em dólar), mais 
2% ao mês de juros, teria os seguintes lançamentos:
(Comissão de 1% sobre o valor do Empréstimo: $ 2.000 x 1% = $ 20, 
Despesa Bancária: $ 140).
Lançamento do Valor do Empréstimo (em 31.10.2001)
D – Conta Corrente Banco dos Ipês ......................................... $ 1.840
D – Despesa Bancária com Comissões ........................................... $ 20
D – Despesa Bancária com Taxas. ................................................ $ 140
C – Empréstimos a pagar em moeda estrangeira ....................... $ 2.000
– 177 –
Operações financeiras
Percebemos que o valor debitado na conta corrente é o valor líquido, 
já descontadas as despesas com comissões e taxas bancárias. O Valor dos 
Juros e a Variação Cambial somente poderão ser apropriados como despesas. 
depois de ocorridos 30 dias, conforme lançamento a seguir, (em 30.11.2001, 
31.12.2001 e 29.01.2002):
D – Despesas com variação cambial ............................................... $ 10
C – Empréstimos a pagar em moeda estrangeira ............................ $ 10
Histórico: despesa da variação cambial de 0,5% referente ao período 
de 31.10 a 30.11.2001 sobre o empréstimo com o Banco dos Ipês de 
30.11.01.
Neste caso, o lançamento dos juros e a variação cambial ocorrem após 
decorridos 30 dias, data em que é possível saber o valor real da variação cam‑
bial. Os juros serão calculados sobre o valor do capital corrigido, ou seja, o 
valor do empréstimo mais a variação cambial.
Sendo assim, o valor dos juros será de $ 40,20 (2.010 x 2%) e o lança‑
mento será:
D – Despesa de juros ................................................................ $ 40,20
C – Juros a pagar (ou a própria conta do empréstimo) .............. $ 40,20
Histórico: Valor dos juros referente ao empréstimo feito junto ao Banco 
dos Ipês em 31.10.2001.
5.3 Operações com duplicatas
No início deste capítulo tratamos da contabilização das aplicações finan‑
ceiras, a seguir vamos discutir acerca das modalidades de busca de recursos 
que na atual conjuntura econômica, tem sido uma das alternativas para a 
sobrevivência das empresas.
5.3.1 Desconto de duplicatas
As duplicatas a receber, registradas no ativo de uma empresa, são fruto 
de suas vendas a prazo e podem ser negociadas com bancos. Vários motivos 
levam a empresa a descontar seus títulos, como a necessidade de reposição dos 
estoques ou levantar capital de giro.
– 178 –
Contabilidade Básica II
As duplicatas descontadas são uma forma disfarçada de empréstimo, 
havendo, portanto, a cobrança de juros por parte dos bancos. Caso o devedor 
da duplicata não honre o compromisso até a data do vencimento, e a dupli‑
cata tenha sido descontada, a empresa deverá restituir ao banco a quantia 
correspondente ao valor da duplicata descontada.
A conta Duplicatas Descontadas é uma conta retificadora (subtrativa) 
da conta Duplicatas a Receber e indica o quanto foi recebido, antecipada‑
mente, do saldo da conta Duplicatas a Receber. Após emitir uma duplicata, a 
empresa pode adotar uma das seguintes atitudes:
a) ficar com o a duplicata em seu poder, até que a mesma seja paga 
pelo devedor;
b) endossar e enviar a duplicata para um banco, para que este faça a 
cobrança em nome da empresa;
c) endossar e enviar a duplicata para um banco, transferindo para 
o mesmo a propriedade dessa duplicata e recebendo em troca o 
valor do título, descontados os juros incidentes e demais despe‑ 
sas bancárias.
Por esse motivo, a contabilidade criou uma conta, redutora do ativo, 
chamada de duplicatas descontadas, coma finalidade de registrar o valor de 
duplicatas a receber que foi endossado e enviado para o banco para desconto.
Quando do desconto de duplicatas, realizamos o seguinte lançamento:
D – Conta Corrente Banco dos Ipês S/A (valor líquido)
C – Duplicatas Descontadas
Histórico: Desconto de duplicatas no Banco dos Ipês.
D – Juros a vencer (Conta do Ativo)
Histórico: Valor dos juros ref. duplicatas descontadas.
D – Despesas Bancárias
Histórico: Valor das despesas de cobrança de duplicatas.
Quando há a quitação das duplicatas o procedimento será o seguinte:
suponhamos que, na data do vencimento, o banco receba as impor‑
tâncias correspondentes a todas as duplicatas e comunique este fato à 
empresa por meio de aviso bancário.
– 179 –
Operações financeiras
Nesse caso, faremos os seguintes registros contábeis:
D – Duplicatas descontadas
C – Duplicatas a receber/clientes
Nesse momento, devem ser lançadas as despesas financeiras provenien‑
tes de juros sobre essas duplicatas recebidas, caso ainda não tenha sido 
efetuado o lançamento.
Quando não há a quitação das duplicatas o procedimento será o 
seguinte:
se após o vencimento, o cliente não pagar o título, o banco fará a devo‑
lução para a empresa e o mesmo será reembolsado, mediante crédito na 
conta bancária da empresa e, assim, comunicará o fato à empresa.
Exemplo: se no nosso desconto houvesse a falta de pagamento de 
R$ 2.000,00, a contabilização ficaria assim:
D – Duplicatas descontadas ...................................................... $ 2.000
C – Banco conta movimento .................................................... $ 2.000
Devolução de DPL descontadas
5.4 Provisão para devedores duvidosos
Esta provisão representa a estimativa de prejuízos prováveis oriundos de 
riscos assumidos com a concessão de créditos a clientes da empresa. Registra, 
portanto, as possíveis perdas pela expectativa da falta de pagamento das con‑
tas a receber. É uma conta retificadora (subtrativa) do ativo.
5.4.1 Cálculo da provisão
Existem diversas formas de se prever os prejuízos futuros que devem ser 
contabilizados no exercício em que forem observados. A mais comum, adotada 
pela grande maioria de nossas empresas, é aquela em que se aplica um percen‑
tual sobre o saldo médio dos últimos três exercícios dos créditos a receber.
Esta provisão será constituída ao término de cada exercício social, utili‑
zando‑se, como contrapartida, uma conta de despesa, intitulada despesa com 
devedores duvidosos. Veja como este percentual deve ser apurado:
– 180 –
Contabilidade Básica II
Dados extraídos da escrita contábil de uma empresa comercial:
Ano
Saldos da conta duplicatas a 
receber em 31 de dezembro
Perdas – valores
X1 10.000 100
X2 20.000 1.000
X3 30.000 700
TOTAIS 60.000 1.800
Neste caso, em 31 de dezembro, o percentual para fins de cálculo da 
provisão será de 3%.
Se deduzirmos da conta duplicatas a receber o valor das perdas por 
devedores duvidosos, encontraremos o saldo líquido a receber.
Vamos considerar que o saldo de R$ 40.000 está registrado na conta 
duplicatas a receber. Ao aplicarmos o percentual encontrado teremos o valor 
da PDD, que será de $ 1.200.
O lançamento deverá se feito da seguinte forma:
D – Devedores duvidosos (despesa) ............................................. 1.200
C – Provisão para devedores duvidosos ........................................ 1.200
Estimativa das perdas com devedores duvidosos.
5.4.2 Baixa de duplicatas incobráveis
Imaginemos que, durante o exercício social, tornou‑se incobrável uma 
duplicata do Sr. Anônimo Beltrano, no valor de R$ 100. Por se tratar de 
direito a um valor que a empresa não mais irá receber em seus cofres, a 
contabilidade deve efetuar a baixa da duplicata, com o seguinte lançamento:
D – Provisão para devedores duvidosos ..................................... R$ 100
C – Duplicatas a receber ........................................................... R$ 100
Baixa de duplicata do Sr. Anônimo Beltrano, considerada incobrável.
– 181 –
Operações financeiras
Desta maneira, debitamos na conta provisão para devedores duvidosos 
e não em uma conta de despesa, pois quando da constituição da provisão já 
incluí mos este valor como despesa.
5.4.3 Ajuste de saldo na conta provisão 
para devedores duvidosos
Por ser uma estimativa, o valor provisionado pode ser maior ou menor 
que o valor real de perdas.
Quando a perda com devedores for maior que o valor provisionado, 
devemos contabilizar o valor excedente:
D – Devedores duvidosos (resultado)
C – Provisão para devedores duvidosos (ativo circulante)
Excesso de perdas com devedores duvidosos.
Neste caso, o saldo da conta provisão para devedores duvidosos, no final 
do exercício, será igual a zero, pois, com a confirmação das perdas, a contabi‑
lidade deve proceder a baixa como duplicata ou título incobrável.
Quando a perda com devedores for menor que o valor provisionado, 
haverá, no fim do exercício, saldo credor na conta provisão para devedores 
duvidosos, correspondente ao excesso provisionado. Esse saldo não utilizado 
deverá ser revertido para o resultado com o seguinte lançamento:
D – Provisão para devedores duvidosos (ativo circulante)
C – Receitas diversas (resultado)
Reversão do saldo de provisão para devedores duvidosos não utilizado.
5.4.4 Recuperação de créditos anteriormente baixados
Poderá ocorrer de um crédito ser baixado por ser considerado incobrável 
e, posteriormente, o cliente efetuar o pagamento da sua dívida. Nesse caso, 
quando houver recebimentos e a duplicata já tenha sido baixada como inco‑
brável, devemos fazer o seguinte lançamento:
D – Caixa (ativo)
C – Recuperação de créditos baixados (resultado).
– 182 –
Contabilidade Básica II
Conclusão
No dia a dia contábil, a entidade realiza diversas operações comerciais. 
Dentre elas, destacamos, neste tema, as operações de financiamentos, fonte 
em algumas entidades, imprescindíveis para a continuidade do empreendi‑
mento comercial. Os empréstimos a curto prazo são efetuados para atender 
as necessidades dentro do ciclo operacional, ou seja, com vencimento até 
360  dias. Se existe a necessidade de ampliação das instalações físicas, por 
exemplo, o empréstimo mais indicado será o de longo prazo por ter seu prazo 
de pagamento superior a um ano.
6
Regime de Competência 
e seus reflexos na 
apropriação das 
receitas e despesas
A contabilidade realiza o registro de suas operações, obede‑
cendo a dois tipos de regime, que podem ser adotados para definir 
quais as receitas e despesas irão fazer parte da apuração do resultado, 
levando‑se em consideração um espaço de tempo: o Regime de Caixa 
e o Regime de Competência. As receitas e despesas, apropriadas no 
resultado da empresa, poderão ser de natureza operacional, aquelas 
que resultam da atividade principal da empresa ou não operacionais, 
aquelas que resultam de atividades periféricas das empresas.
– 184 –
Contabilidade Básica II
A prática da contabilidade realiza o confronto entre receitas e despesas, 
para encontrar o resultado da empresa com base no regime de competência, 
a fim de evidenciar lucro, quando receitas são superiores a despesas, ou preju‑
ízo, quando a equação matemática oferece resultado contrário.
6.1 Regimes contábeis
Para a apuração do resultado das entidades, utilizamos o período de 
gestão da empresa, o qual chamamos de exercício contábil. Esse período 
de tempo, geralmente um ano, coincide com o ano civil. A Lei n. 6.404, de 
1976, estabelece que os resultados das sociedades deverão ser apurados numa 
periodicidade anual, sem fixar a época em que devem iniciar ou terminar 
os períodos administrativos. A apuração em períodos deve ser considerada 
em regime de caixa, quando consideramos apenas os recebimentos e 
pagamentos efetuados. Esse regime é admissível em entidades sem fins 
lucrativos. Nas entidades com fins lucrativos, há a neces sidade de ir além da 
contabilização das receitas e despesas, passando pelo custo. Daí a apuração 
do resultado ser evidenciadapelo regime de competência. Nesse regime, os 
registros contábeis das despesas são realizados na data da compra de bens 
ou serviços, e as receitas são lançadas pelas entregas de bens ou serviços, 
independentemente de pagamento ou recebimento. Vamos explicar melhor.
Receita pelo regime de competência, considera‑se a receita gerada em deter‑
minado exercício social, não importando o recebimento dela, o que importa é o 
período em que a Receita foi ganha (fato gerador) e não o seu recebimento.
Exemplo: recebimento, em dezembro de 2007, de R$ 1.000,00, refe‑
rentes ao aluguel de imóvel de propriedade da sociedade e relativos ao 
mês de janeiro de 2008.
A contabilização será da seguinte forma:
pelo recebimento em dezembro de 2007
D – Caixa ou bancos ................................................................ $ 1.000
C – Aluguéis recebidos antecipadamente .................................. $ 1.000
pela apropriação ao resultado do período em janeiro de 2008
– 185 –
Regime de Competência e seus reflexos na apropriação das receitas e despesas
D – Aluguéis recebidos antecipadamente .................................. $ 1.000
C – Receita de aluguéis ............................................................. $ 1.000
Despesa no que se refere à despesa, o raciocínio é o mesmo: importa a 
despesa ocorrida em determinado período contábil, sem levar em consi‑
deração se ela foi paga ou não. Vamos aos exemplos.
Exemplo 1: compra à vista de 500 folhas de papel ofício e seis canetas 
esferográficas, conforme NF Nr. 001, da Papelaria Aliança, no valor de $ 8.
Contabilização:
D – Despesa com material de expediente ......................................... $ 8
C – Caixa ........................................................................................ $ 8
Exemplo 2: a Cia. ABC pagou, em 1/3/X7, prêmio de seguro no valor 
de R$ 12.000, em dinheiro. A cobertura será de 2/3/X7 a 1/3/X8. A 
contabilização do pagamento do prêmio e da apropriação da despesa de 
seguro mensal é a seguinte:
registro do pagamento do prêmio (1/3/X7)
D ‑ Seguros a vencer (ativo circulante) ....................................... 12.000
C – Caixa .................................................................................. 12.000
registro da apuração da despesa mensal (31.3.X7)
D – Despesas de seguros (despesa) ............................................... 1.000
C – Seguros a vencer .................................................................... 1.000
6.2 Elementos indispensáveis na 
apuração do resultado da empresa
A finalidade da apuração do resultado do exercício é apresentar, de 
forma dedutiva, o confronto das receitas, custos e despesas, para que possa‑
mos visua lizar a procedência do lucro ou do prejuízo, sabendo quais as contas 
mais relevantes (de receitas e despesas) contribuíram para tal.
Todas as receitas geradas e todas as despesas ocorridas deverão fazer parte 
da demonstração do resultado do exercício, o qual é apurado a cada final de 
– 186 –
Contabilidade Básica II
exercício para evidenciar o resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), 
sendo que sua elaboração deverá obedecer ao regime de competência 
de exercícios.
6.2.1 Receita operacional bruta e suas deduções
É o somatório das receitas geradas pela exploração das atividades opera‑
cionais, principais e acessórias, desenvolvidas pela empresa.
Essas receitas representam o valor total de vendas ocorridas no exercício 
social (1/1 a 31/12). Indica o total bruto vendido no período, proveniente das 
operações normais de venda a prazo ou à vista, no mercado interno e externo, 
de mercadorias, produtos ou serviços.
Na apuração do resultado, o somatório das receitas recebe deduções que 
são os valores deduzidos da Receita Bruta que representam as Devoluções de 
Vendas, os Abatimentos sobre Vendas, Descontos Comerciais e os Impostos 
incidentes sobre as vendas, tais como IPI (Imposto sobre Produtos Industria‑
lizados), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), ISS 
(Imposto sobre Serviços).
6.2.2 Receita operacional líquida e os custos
Constituída pela diferença entre a receita operacional bruta e as deduções 
da receita operacional bruta. A partir daí, diminuem‑se os custos que são incor‑
ridos na produção dos bens ou serviços vendidos ou ainda, os custos de aquisi‑
ção das mercadorias vendidas. Os custos representam o valor gasto para aqui‑
sição de mercadorias, o valor gasto para produzir um produto ou o valor gasto 
para prestar um serviço, representados pela atividade operacional da empresa.
6.2.3 Resultado operacional bruto
É o resultado bruto das operações, depois de deduzidos os custos per‑
tinentes, ou seja, a diferença entre a receita operacional líquida e os custos 
operacionais da receita.
Será lucro bruto quando a receita for maior que os custos; caso contrá‑
rio, resultará em resultado operacional líquido.
– 187 –
Regime de Competência e seus reflexos na apropriação das receitas e despesas
6.2.4 As despesas operacionais
São as despesas que contribuem para a realização das operações do perío‑ 
do, representando os gastos incorridos, como nas áreas comercial, administra‑
tiva e financeira, para obtenção das receitas operacionais.
As despesas operacionais são responsáveis para manter a empresa em 
funcionamento. São gastos executados com a finalidade de gerar receitas. As 
despesas podem diminuir o ativo ou aumentar o passivo, mas sempre pro‑
vocam diminuições no patrimônio líquido. As despesas reduzem a riqueza 
própria do patrimônio. As despesas operacionais subdividem‑se em despesas 
administrativas, despesas com vendas, despesas e receitas financeiras e outras 
receitas e despesas operacionais.
6.2.5 Resultado operacional líquido
Representado pela diferença entre o lucro ou prejuízo operacional bruto 
e as despesas operacionais, obtendo‑se lucro operacional líquido, quando o 
lucro operacional bruto for superior ao total das despesas operacionais; caso 
contrário, haverá prejuízo operacional líquido.
6.2.6 Outras Receitas Operacionais
As outras receitas operacionais são ganhos decorrentes de atividades não 
ordinárias da empresa.
6.2.7 Outras Despesas Operacionais
As outras despesas operacionais são perdas decorrentes de atividades não 
ordinárias da empresa
a) Provisão para contribuição social
É uma contribuição destinada à seguridade social. É calculada através de 
uma alíquota (taxa), a qual é divulgada pelo Governo Federal, aplicada 
sobre o resultado antes do imposto de renda e contribuição social.
b) Provisão para pagamento do imposto de renda
Valor obtido extra‑contabilmente através do Livro de Apuração do 
Lucro Real ‑ LALUR, de escrituração obrigatória para todas as pessoas 
– 188 –
Contabilidade Básica II
jurídicas contribuintes do imposto de renda, com base no lucro real, 
apurado mensalmente.
Esta provisão representa o valor a ser pago, a cada mês, a título de imposto 
de renda incidente sobre o lucro fiscal do período (lucro ou prejuízo con‑
tábil (+) inclusões e (–) exclusões).
O RIR – Regulamento do Imposto de Renda determina que o imposto 
incide sobre o lucro real ou lucro fiscal e não sobre o lucro contábil, 
podendo ocorrer as seguintes situações:
 2 poderá ocorrer lucro contábil e lucro fiscal, havendo imposto de 
renda a pagar;
 2 o resultado do período é lucro contábil, porém, prejuízo fiscal, não 
havendo imposto de renda a pagar;
 2 o resultado do período é prejuízo contábil, todavia, lucro fiscal, a 
empresa tem imposto de renda a pagar;
 2 ou ainda, prejuízo contábil e prejuízo fiscal, sem pagamento de imposto.
6.2.8 Resultado líquido do exercício 
depois do imposto de renda
Resultado líquido do exercício antes do imposto de renda e contribuição 
social Trata‑se do resultado da soma algébrica do lucro ou prejuízo opera‑
cional líquido e das “Outras Receitas Operacionais” , deduzido das “Outras 
Despesas Operacionais”, o qual servirá de base de cálculo da provisão para o 
Imposto de Renda e a Contribuição Social, depoisde deduzidos os prejuízos 
acumulados anteriormente, caso existam.
6.2.9 Participações
São os valores devidos como participações no lucro, a serem pagos aos 
diretores, sócios e empregados da empresa, e contribuições a entidades de pre‑
vidência e de assistência social de seus funcionários, conforme contrato social 
ou estatuto da empresa. São participantes:
a) administradores e funcionários: é uma complementação à remu‑
neração dos administradores e funcionários, de um percentual sobre 
o lucro da empresa;
– 189 –
Regime de Competência e seus reflexos na apropriação das receitas e despesas
b) debêntures: são títulos de crédito emitidos por sociedades anôni‑
mas (S/A), que, com o passar do tempo, podem ser convertidos em 
ações. Esses títulos, normalmente, rendem juros, correção monetá‑
ria e participação nos lucros;
c) partes beneficiárias: são títulos negociáveis, criados pelas socie‑
dades anônimas. Podem ser negociados ou cedidos pela empresa 
a empregados, clientes ou qualquer outra pessoa, de acordo com 
a vontade da empresa. A pessoa que possuir esse tipo de título 
terá participação (não superior a um décimo ou 10%) nos lucros 
da empresa;
d) assistência e previdência: são doações para constituir fundações 
com, a finalidade de dar assistência aos funcionários, ou fundo de 
previdência particular para complementação de aposentadoria.
6.3 Lucro ou prejuízo do exercício
É o resultado final do exercício, considerado lucro líquido do exercí‑
cio quando positivo, após a dedução das contribuições e participações, e 
prejuízo líquido do exercício, antes das participações, o qual será, obrigato‑
riamente, compensado com lucros acumulados, reservas de lucros e reserva 
legal, nessa ordem.
O resultado deverá ser transferido para o balanço patrimonial, na conta 
lucros ou prejuízos acumulados.
O lucro líquido poderá ser destinado para constituição de reservas de 
lucros ou constituição de dividendos.
Reservas de Lucros são contas criadas para destinação do lucro, segundo 
a Lei das S.A:
a) reserva legal: do lucro líquido, 5% serão aplicados, antes de qualquer 
outra destinação, na constituição da reserva legal, que não deve exce‑
der 20% do capital social. A companhia poderá deixar de constituir 
a reserva legal no exercício em que o saldo desta reserva, acrescido 
do montante das reservas de capital, exceder 30% do capital social. 
Sua finalidade é assegurar a integridade do capital social e somente 
poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar capital.
– 190 –
Contabilidade Básica II
b) reservas estatutárias: o estatuto poderá criar reservas, desde que, 
para cada uma:
 2 indique, de modo preciso e completo, sua finalidade;
 2 fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros 
líquidos que não serão destinados à sua constituição;
 2 estabeleça o limite máximo da reserva.
c) reservas para contingências: a Assembleia Geral poderá, por 
propostas dos órgãos da administração, destinar parte do lucro 
líquido à formação de reserva, com finalidade de compensar, em 
exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda jul‑
gado provável, cujo valor possa ser estimado. A proposta deverá 
indicar a causa da perda prevista e justificar a constituição da 
reserva. Esta será revertida no exercício em que deixarem de 
assistir as razões que justificaram a sua constituição ou em que 
ocorrer a perda.
d) reservas de lucros para expansão (reservas orçamentárias): a 
Assem bleia Geral poderá, por propostas dos órgãos da administra‑
ção, reter parcela do lucro líquido do exercício em orçamento de 
capital por ela previamente aprovado. Esse orçamento deverá com‑
preender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou 
circulante, e poderá ter a duração de até cinco exercícios.
e) reservas de lucros a realizar ‑ RLR: a constituição desta reserva é 
facultativa. Busca evidenciar a parcela de lucro não realizado finan‑
ceiramente. O objetivo é evitar a distribuição de dividendos sobre 
esta parcela e até mesmo o IR. Para efeito da constituição, a RLR 
deve‑se obter este valor da seguinte forma:
Reservas de Lucros a Realizar = Lucros a Realizar – (Reserva legal + 
Reserva Estatutário + Reserva para Contingência + Reserva Orça‑
mentária). Lucros a Realizar: lucros que se realizarão após o término 
do exercício seguinte.
Dividendos são partes dos lucros que a Sociedade Anônima destina a 
seus acionistas.
– 191 –
Regime de Competência e seus reflexos na apropriação das receitas e despesas
Assim como os acionistas, todo sócio titular da empresa individual ou 
qualquer outro tipo de sociedade, tem direito a receber ou retirar parte do 
lucro apurado no exercício social.
No caso das sociedades por ações S/A, a Lei n. 6.404/76 garante aos 
acionistas um valor mínimo de retirada, a partir do lucro apurado.
No caso de empresas individuais, o proprietário titular decidirá o quanto 
irá retirar.
Para as demais empresas, deve ser obedecido o que constar no contrato 
social, ou no caso de não constar no contrato social, os próprios sócios deci‑
dem o valor a ser retirado.
Agora que você compreendeu cada campo de uma apuração do resul‑
tado do exercício, veja como fica estruturada de acordo com a Lei n. 6.404 
de 1976.
Tabela 1 Modelo da estrutura da D.R.E.
Demonstração do resultado do exercício
(+) Receitas brutas de vendas/receita operacional bruta
(–) Deduções e abatimentos
 ‑ Impostos sobre vendas
 ‑ Abatimentos sobre vendas
 ‑ Devoluções de vendas
 ‑ Cancelamento de vendas
 ‑ Descontos incondicionais sobre vendas
(=) Receita operacional líquida/receita líquida das vendas
(–) Custos operacionais
 CPV – Custo dos Produtos Vendidos
 CMV – Custo das Mercadorias Vendidas
 CSP – Custo dos Serviços Prestados
– 192 –
Contabilidade Básica II
Demonstração do resultado do exercício
(=) Lucro ou prejuízo operacional bruto/resultado operacional bruto
(–) Despesas operacionais
 ‑ Despesas com vendas
 ‑ Despesas administrativas
(+/–) Resultado financeiro
 + Receitas financeiras
 – Despesas financeiras
+ Receitas Operacionais
‑ Outras despesas operacionais
(=) Resultado do Exercício antes das participações e dos impostos
(–) Provisão para a Contribuição Social
(–) Provisão para o Imposto de Renda
(–) Participações
 ‑ Debêntures
 ‑ Funcionários
 ‑ Administradores
 ‑ Partes beneficiárias
 ‑ Assistência e Previdência
(=) Lucro ou prejuízo do exercício
Conclusão
Vimos, neste capítulo, de que forma podemos apurar o resultado econô‑
mico da empresa, o qual é o primeiro indicador de desempenho de suas ativi‑
dades operacionais. As entidades realizam, no decorrer do ano civil, diversas 
atividade de natureza contábil. Essas operações são registradas, obedecendo à 
legislação pertinente. Para seguir as normas contábeis, o contador deve ade‑
– 193 –
Regime de Competência e seus reflexos na apropriação das receitas e despesas
quar o registro da entidade a regimes contábeis específicos. O regime de caixa 
(usado pela entidade sem fins lucrativos) e o regime de competência (adotado 
nas demais instituições) são os dois tipos de regimes adotados na contabi‑
lidade. Na apuração do resultado das empresas, evidenciamos as receitas e 
despesas, operacionais e não operacionais, bem como os custos incorridos ao 
longo do exercício que se tornaram necessários para a realização das atividades 
diárias da empresa.
7
Elaboração do 
balanço patrimonial
Neste capítulo, iremos resolver um exercício completo de 
apuração do resultado, partindo com os saldos apresentados no 
balancete de verificação do dia 30.11.2004. 
Durante a resolução, vamos considerar as receitas e despe‑
sas com base no regime de competência, realizando os ajustes neces‑
sários, conforme orientação dada no exercício.
– 196 –
Contabilidade Básica II
7.1 Primeiro passo
Para iniciar a resolução da atividade, analise o balancete de verificação a 
seguir, para ter certeza da sua real apresentação. Verifique o saldo das contas e 
confirme o valor total da coluna devedore credor.
O balancete de verificação da Cia. Juá, em 30/11/04, apresentava os 
saldos das seguintes contas:
Tabela 1 Balancete de verificações.
Contas Devedor Credor
Caixa 33.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Bancos 8.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Empréstimos a Pagar ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 5.000
Duplicatas a Receber 20.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Provisão Devedores Duvidosos ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 1.000
Mercadorias 200.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Equipamentos 60.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Terreno 30.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Despesas de Salários 45.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Depreciação Acumulada ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 5.000
Despesa de Aluguel 20.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Fornecedores ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 100.000
Capital ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 169.000
Títulos a Pagar ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 50.000
Seguros a Vencer 12.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Despesas Gerais 2.000 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Vendas ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 100.000
Total 430.000 430.000
– 197 –
Elaboração do balanço patrimonial
7.2 Segundo passo
Antes de prosseguir com a apuração do resultado, realize os ajustes soli‑
citados.
Dados para ajustes
a) A taxa de depreciação dos equipamentos é de 10% ao ano e foram 
adquiridos em 1/1/04;
b) O inventário inicial de dezembro representa 2.000 unidades a 
R$ 100 por unidade;
c) Em dezembro comprou‑se R$ 200.000 a prazo;
d) O inventário final representa 2.080 unidades valoradas em 
R$ 219.000;
e) Apure o CMV;
f ) As vendas de dezembro totalizaram R$ 233.400 à vista;
g) As despesas com vendas somaram R$ 25.000;
h) As despesas gerais totalizaram R$ 22.000;
i) Haverá participação de 1% sobre o lucro distribuído;
j) O lucro do exercício deve ser distribuído aos acionistas.
7.3 Razonetes
Com a contabilização das operações de dezembro, teríamos os razonetes 
com os saldos iniciais e os lançamentos dos ajustes como a seguir:
Tabela 2 Razonete das contas patrimonias (ajustes).
Contas patrimoniais 
Ativo Passivo
Caixa Emprestimos a pagar
SI 33.000 SI 5.000
233.400 
266.400 
– 198 –
Contabilidade Básica II
Contas patrimoniais 
Ativo Passivo
Bancos Capital social
SI 8.000 SI 169.000
 
 
Equipamentos Títulos a pagar
SI 60.000 SI 5.000
 
 
Duplicata a receber Fornecedores
SI 20.000 SI 100.000
 200.000
 300.000
Terrenos 
SI 30.000 Contas a pagar
 47.000
 
PPDV 
 1.000 Depreciação AC. 
 SI 5.000
 6.000
Seguros a vencer 11.000
SI 12.000
 Mercadoria
 SI 200.000 200.000
 EF 219.000 
 219.000 
– 199 –
Elaboração do balanço patrimonial
Tabela 3 Razonetes das contas de resultado (ajustes).
Contas de Resultado 
Despesas Receitas
Despesa salários Vendas
SI 45.000 SI 100.000
233.400
333.400
Despesa geral
SI 2.000
22.000
24.000 Custo
Despesa venda CMV
25.000 200.000 219.000
200.000
181.000
Despesa aluguel
SI 20.000
Compras
200.000 200.000
0
Despesa depreciação
6.000
– 200 –
Contabilidade Básica II
7.4 Terceiro passo: balancete de verificação
Após a realização dos ajustes, chega a hora de montar o balancete de 
verificação, com os saldos de 31 de dezembro.
Tabela 4 Balancete de verificação.
Balancete em 31 de dezembro Saldo Saldo
Contas Devedor Credor
Caixa 266.400,00 ‑
Bancos 8.000,00 ‑
Equipamentos 60.000,00 ‑
DPL a receber 20.000,00 ‑
Terrenos 30.000,00 ‑
PDDV ‑ 1.000,00 
Seguros a vencer 12.000,00 ‑ 
Depreciação acumulada 11.000,00 
Mercadorias 219.000,00 ‑
Contas a pagar ‑ 47.000,00 
Empréstimo a pagar ‑ 5.000,00 
Capital social ‑ 169.000,00 
Títulos a pagar ‑ 50.000,00 
Fornecedores ‑ 300.000,00 
Vendas ‑ 333.400,00 
Despesa geral 24.000,00 ‑
Despesa venda 25.000,00 ‑
Despesa depreciação 6.000,00 ‑
Despesa salários 45.000,00 ‑
Despesa aluguel 20.000,00 ‑
CMV 181.000,00 ‑
Saldo 916.400,00 916.400,00 
– 201 –
Elaboração do balanço patrimonial
7.5 Quarto passo: demonstração 
do resultado da empresa
Tabela 5 DRE.
Demonstração do resultado R$
(+) Receita operacional bruta 333.400,00
(–) Deduções 0
(=) Receita líquida vendas 333.400,00
(–) CMV 181.000,00
(=) Resultado operacional bruto 152.400,00
(–) Despesas operacionais 
(–) Despesas com vendas 25.000,00
(–) Despesas gerais 24.000,00
(–) Despesa com depreciação 6.000,00
(–) Despesa com salários 45.000,00
(–) Despesa com aluguel 20.000,00
(=) Lucro antes da tributação 32.400,00
(–) Provisão CSLL (9%) 2.916,00
(–) Provisão IRPJ (15%) 4.860,00
(=) Lucro depois da tributação 24.624,00
(–) Participações 
(–) Empregados (1%) 246,00
(=) Lucro líquido do exercício 24.378,00
7.6 Quinto passo: destinações do lucro
No final do gráfico da apuração do resultado, calculamos as reservas 
a serem constituídas em função lucro. Veja o que são e para que servem as 
reservas a seguir.
O resultado da empresa deverá ser transferido para a conta lucros ou 
prejuí zos acumulados.
– 202 –
Contabilidade Básica II
Do lucro acumulado, as empresas podem constituir reservas de lucros 
ou distribuir dividendos (lucros).
As reservas de lucros são classificadas em:
 2 reserva legal: conforme o Artigo 193, da Lei n. 6.404/76, 5% do 
lucro líquido do exercício são destinados, à constituição da reserva 
legal, cujo valor não poderá ser superior a 20% do capital social.
 2 reservas estatutárias: são criadas em virtude das disposições con‑
tidas nos estatutos da empresa, os quais fixarão seus limites.
 2 reserva para contingência: tem a finalidade de compensar, em 
exercícios futuros, a diminuição do lucro decorrente de perda jul‑
gada improvável, cujo valor possa ser estimado. Sendo assim, a Cia. 
Juá prevê um período de greve dos funcionários por não conceder 
os aumentos salariais de costume, na ocasião do dissídio coletivo.
 2 reserva orçamentária (reserva de lucros para expansão): a 
empresa poderá constituir reserva para sua expansão. A expan‑
são deve estar aprovada pela Assembleia Geral e prevista no orça‑
mento de capital da empresa que justifique a retenção dos lucros. 
A duração da reserva para expansão poderá ser de até cinco anos 
ou superior, quando a execução do projeto requer um prazo maior.
 2 reserva de lucros a realizar: segundo Marion (2007), a reserva 
de lucros a realizar é constituída quando houver parte do lucro 
líquido que ainda não foi realizado financeiramente.
Por isso, a Reserva de Lucros a Realizar poderá ser (é optativa) deduzida 
do Lucro Líquido do exercício, sendo revertida (somada novamente ao lucro) 
em exercícios futuros, em que houver a realização financeira. Por ser optativa, 
não iremos calcular neste exercício social.
Acompanhe, a seguir, o cálculo das reservas e dividendos a pagar:
Tabela 6 Cálculo das reservas.
Constituição das reservas
(‑) Reserva legal (5%) 1.218,90
(‑) Reserva estatutária (10%) 2.437,80
– 203 –
Elaboração do balanço patrimonial
(‑) Reserva contingência (8%) 1.950,23
(‑) Reserva orçamentário (6%) 1.462,68
(=) Dividendos a pagar 17.308,39
7.7 O balanço patrimonial
Balanço patrimonial em 31 de dezembro
Ativo Saldo (R$) Passivo Saldo (R$)
Ativo circulante Passivo circulante
Disponível Contas a pagar 47.000,00
Caixa 266.400,00 Empréstimo a pagar 5.000,00
Bancos 8.000,00 Títulos a pagar 50.000,00
Estoque Fornecedores 300.000,00
Mercadorias 219.000,00 CSLL a pagar 2.916,00
Direitos IRPJ a pagar 4.860,00
DPL a receber 20.000,00
Participações 
empregados a pagar
246,24
(–) PDDV (1.000,00) Dividendos a pagar 17.308,39
Despesa antecipada
Seguros a vencer 12.000,00
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Ativo permanente -
Investimento Patrimônio líquido
Imobilizado Capital social 169.000,00
Terrenos 30.000,00 Reserva legal (5%) 1.218,90
Equipamentos 60.000,00 Reserva estatutária (10%) 2.437,80
(11.000,00) Reserva contingência (8%) 1.950,23
(–) Depreciação 
acumulada
Reserva orçamentário 
(6%)
1.462,44
Intangível 0
Ajuste avaliação 
patrimonial
–
Diferido Ações em tesouraria –
Total ativo 603.400,00 Total passivo 603.400,00
– 204 –
Contabilidade Básica II
Conclusão
Vimos, neste capítulo, de que forma podemos apurar o resultado de 
uma empresa. Durante o processo de apuraçãodo resultado de uma enti‑
dade, ajustes deverão ser realizados como a apropriação de receitas e despesas 
compreendidas para o exercício contábil em apuração. Após a realização dos 
ajustes contábeis, chega o momento de se calcular o custo do período e con‑
frontar as receitas e as despesas para apurar o lucro, quando as receitas forem 
superiores às despesas e custos ou prejuízo se a operação matemática oferecer 
dados para o oposto. Enfim, é chegada o momento de reunir os dados apura‑
dos e apresentá‑los no balanço patrimonial.
Referências
– 206 –
Contabilidade Básica
BRASIL. Lei n. 11.638, de 27 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato20072010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso 
em: 27 fev. 2007.
COLLI, J. A. Contabilidade bancária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
EQUIPE de Professores da FEA/USP. Contabilidade introdutória. 9. ed. 
São Paulo: Atlas,1998.
FRANCO, H. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDICIBUS, S. DE; MARTINS, E. Manual de Contabilidade das Socie-
dades por ações. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010;
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LEGISLAÇÃO básica para registro de empresas. Disponível em: <http://
www.to.gov.br//redirect.php?url=http://www.dnrc.gov.br/legislacao/legisla-
cao.htm>. Acesso em: 27 fev. 2007.
NASCIMENTO, E. D. Linguagem forense. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 
2007.
NETO, A. A. Mercado financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2004.
TABELA de Contribuição Mensal do INSS. Disponível em: <http://www.
inss.gov.br/pg_secundarias/contribuicoes_02.asp>. Acesso em: 27 fev. 2008.
Toda organização existe devido a inúmeras finalidades, mas a 
maior parte delas objetiva com sua existência a lucratividade. Para que 
atuem no mercado com eficiência, efetividade, desfrutando de clientes 
satisfeitos, os quais necessitam que os processos pertinentes a ela sejam 
executados, de maneira impecável; para que o serviço ou o produto final 
seja o esperado e estipulado no planejamento da organização. 
O estudo da Contabilidade Básica proporcionar-lhe-á um maior 
entendimento perante o controle dos processos burocráticos inerentes às 
rotinas organizacionais. 
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