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VALDILENE OLIVEIRA SOUSA| TURMA EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE – UNIDADE III Na Unidade III, Passamos a discutir o ESPAÇO DA DIVERSIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/cadernos/article/view/230 EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE – UNIDADE III O ESPAÇO DA DIVERSIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR OBJETIVOS Refletir sobre a questão das relações étnico-raciais, entendendo-as como um desafio, bem como uma potencialidade para o campo educacional e para as novas estratégias de democratização e transformação da sociedade; Analisar a questão da diversidade em seus aspectos biológicos e culturais, com ênfase nas questões de gênero; Reconhecer a constituição das diferentes culturas manifestadas na escola. UNIDADE III TÓPICO I O DEBATE SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE TÓPICOS: TÓPICO 1: O DEBATE SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE TÓPICO 2: AS RELAÇÕES ÉTNICAS E A CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA TÓPICO 3: O PAPEL DO DOCENTE E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA UNIDADE III TÓPICO I O DEBATE SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE 1 INTRODUÇÃO O espaço do debate sobre gênero e sexualidade na educação exige o reconhecimento dos aspectos biológicos e culturais da questão de gênero e sexualidade, bem como a compreensão das identidades de gênero presentes em nossa sociedade e, por consequência, na escola. 2 PORQUE TRATAR DA QUESTÃO DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO? As questões de gênero e sexualidade compõem esse universo, na medida em que a escola vivencia os reflexos de situações como a violência contra a mulher e a homofobia. Considerando esse contexto, fica evidente a relevância desse debate para a educação e para a promoção da garantia do acesso e permanência de todos na escola e no respeito à diversidade. UNIDADE III TÓPICO I O DEBATE SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE 3 GÊNERO E SEXUALIDADE: RESGATANDO CONCEITOS A partir dos anos 1960 a questão da identidade ganha espaço no debate cultural na medida em que estudantes, negros, mulheres, minorias sexuais e étnicas passam a questionar os padrões sociais excludentes e consolidados até então. UNIDADE III TÓPICO I O DEBATE SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE 4 GÊNERO E EDUCAÇÃO NO BRASIL A história da educação no Brasil foi marcada pela exclusão das mulheres do contexto educacional. Além disso, somavam-se a esse contexto a influência da sociedade ibérica que considerava a mulher como inferior, e a obra educativa da Companhia de Jesus orientada pelos valores religiosos (BELTRÃO; ALVES, 2009). UNIDADE III TÓPICO II AS RELAÇÕES ÉTNICAS E A CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA 1 INTRODUÇÃO A formação da sociedade brasileira é constantemente representada e recontada a partir da noção de diversidade cultural que remete ao processo de colonização europeia, das tentativas de escravização dos povos tradicionais, ao uso da mão de obra escrava dos povos africanos e aos processos de imigração europeia para substituição de mão de obra após o fim da escravidão. UNIDADE III TÓPICO II AS RELAÇÕES ÉTNICAS E A CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA 2 RELAÇÕES ÉTNICAS E A CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA Os rostos e as expressões escolhidas pela artista para representar os indivíduos que formavam os operários no período inicial da industrialização brasileira refletem uma característica mais marcante da cultura e da população brasileira: a diversidade. UNIDADE III TÓPICO II AS RELAÇÕES ÉTNICAS E A CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA 3 USOS DO TERMO MULTICULTURALISMO O termo multiculturalismo é utilizado em diferentes áreas do conhecimento. A discussão que resgata as noções de igualdade e desigualdade recorre a terminologias diversas que provocam a reflexão de pensadores em diferentes áreas. Quando falamos em multiculturalismo, nos referimos a uma pluralidade de culturas e à compreensão da complexidade das relações de significados que incorporam diferentes etnias, nacionalidades, sexualidades, gerações e classes sociais. UNIDADE III TÓPICO III O PAPEL DO DOCENTE E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, veremos reflexões teóricas que nos apontam novos entendimentos através das noções de alteridade e multiculturalismo. A ênfase dos nossos estudos está no papel do docente e na função social da escola perante o respeito à diversidade e à construção da cidadania. 2 DIVERSIDADE, ALTERIDADE E EDUCAÇÃO Diversidade: qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado; variedade. Alteridade: A alteridade é o reconhecimento e o respeito das diferenças entre as pessoas. Educação: é o ato de educar, de instruir, é polidez, disciplinamento. No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. UNIDADE III TÓPICO III O PAPEL DO DOCENTE E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA 3 DESAFIOS DO PROFESSOR EM RELAÇÃO À ALTERIDADE A tolerância é essencial para pensarmos em uma educação de qualidade e na construção de um processo formativo no qual todos os sujeitos possam encontrar as mesmas condições para adquirir novos conhecimentos e desenvolver competências e habilidades. O encontro com o outro, mesmo despertando o sentimento de estranhamento e angústia, pode ser um momento positivo. É fundamental que o professor esteja atento à sua tarefa do próprio reconhecimento. Mudar a forma como reconhecemos a nós mesmos abre caminho para reconhecer o outro. A pedagogia pode ser antipedagogizante quando parte da condição do não saber. UNIDADE III TÓPICO III O PAPEL DO DOCENTE E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA 4 DESAFIOS DO PROFESSOR EM RELAÇÃO AO MULTICULTURALISMO A diversidade cultural que compõe as sociedades impõe desigualdades decorrentes da estratificação social. Em muitos casos, a cultura representa uma desvantagem social. As diversas formas de expressões culturais tomam espaço na escola, por esse motivo a escola não pode ser pensada apenas por um determinado grupo social. O sistema que conhecemos hoje teve origem no século XIX como resultado das demandas criadas pela construção das democracias e dos Estados nacionais e pela expansão do sistema econômico e do mercado. O conhecimento transmitido e construído na escola, por vezes, ainda carrega e reproduz as desigualdades sociais que fazem parte da nossa sociedade. UNIDADE III TÓPICO III O PAPEL DO DOCENTE E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA 5 CAMINHOS PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO Superar os desafios apresentados até aqui nos leva a compreender a relevância de uma educação democrática, consciente de sua fu~ção social e, de fato, inclusiva, respeitando a diversidade dos sujeitos que ocupam posição nesse processo. Tal afirmação coloca luz na responsabilidade que a escola possui em relação à sociedade. A escola de uma sociedade democrática deve promover a transformação para uma sociedade justa, mas acaba reproduzindo os padrões de exclusão existentes. É preciso compreender que a diversidade está entrelaçada no universo da educação e, por não configurar uma relação específica. Quando se prepara um profissional de qualidade, a educação democrática é fundamental. EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE – UNIDADE III A atual forma de organização escolar constitui um desafio para a gestão democrática. O respeito à diversidade prevê a participação de todos na construção do projeto pedagógico e na tomada de decisões sobre a vida escolar. https://br.stockfresh.com/image/9364526/tree-with-human-hands-for-social-work-help Por extensão, precisamos considerar a importância dos aspectos relacionados à gestão escolar. Entre eles, lembremos que: A gestão democrática é uma ação coletiva de elaboração do processo pedagógico. A educação como direito depende da participação da comunidade escolar na gestão escolar. O acesso ao ensino básico possibilita um caminho para a participação dos sujeitos na vida políticae social e promove a cidadania. A autoridade e ação restrita às questões técnicas são contradições da gestão democrática no Brasil. “ Entre as formas de participação mais comuns nas escolas está a participação nos órgãos colegiados, como: Conselho Escolar, Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres e Grêmio Estudantil. Para promover a gestão democrática são necessárias ações do gestor para propiciar o acesso ao ensino básico, a permanência de todos na escola e qualidade do ensino na escola “ Educação e Diversidade – Unidade III Nessa perspectiva, o feminismo busca a igualdade de gêneros e a superação da representação binária (masculino/feminino) que envolve as representações de gênero. A história da educação no Brasil remete a períodos de exclusão das mulheres em relação ao espaço escolar, formando um hiato de gênero. https://outraspalavras.net/feminismos/oito-teses-sobre-a-revolucao-feminista/ A educação formal possui características que acabam reforçando padrões de gênero excludentes. A transformação da educação, no sentido de novas práticas voltadas à emancipação e à liberdade, contribui para a superação das desigualdades de gênero. Outro importante conjunto de aspectos relacionados ao tema da Diversidade diz respeito ao Multiculturalismo. As relações étnicas brasileiras representam diversas formas de preconceito que vão além da diferenciação entre brancos e negros. As diferentes formas de preconceito esbarram no mito da democracia racial, no qual a valorização da diversidade cultural representaria uma sociedade sem preconceitos. “ O uso do termo multiculturalismo se refere à pluralidade cultural e à complexidade de significados que essas diversidades produzem em termos de padrões culturais e sociais. As noções de igualdade e desigualdade são centrais para a compreensão do conceito de multiculturalismo, pois remetem aos padrões de exclusão e valorização das culturas. As críticas ao uso do termo multiculturalismo remetem ao excesso de valorização de determinadas culturas e à criação de uma nova forma de puritanismo. “ A cultura representa um espaço privilegiado para a superação dos padrões de reprodução das desigualdades e da marginalização de grupos sociais. A educação multicultural requer o reconhecimento da multiplicidade cultural sem atribuição de juízo de valor para classificar as representações culturais e a promoção do respeito à diversidade cultural “ Uma das formas mais comuns de classificar o outro na contemporaneidade é através dos padrões de consumo. A diferença é parte constitutiva da nossa sociedade e não deve ser superada, mas sim reconhecida e valorizada, especialmente na escola. Os principais desafios do professor e da escola diante das diferenças estão na superação da educação como padronizadora de normas, valores e comportamentos identitários e culturais. “
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