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FACULDADE EDUCAMAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PASSAGEM DO CONTROLE MANUAL DE NIVEL, VAZÃO E TEMPERATURA PARA AUTOMATICO CLP NO LAMINADOR DE ENCRUAMENTO Alexandre Figueiredo da Silva Piraí/RJ Abril de 2023 FACULDADE EDUCAMAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA ATRAVÉS DA INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL Estudo apresentado ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade Educamais como requisito de avaliação final de curso, sob orientação do Professora Luci Carlos de Andrade. Piraí/RJ Abril de 2023 RESUMO A garantia da qualidade do produto final de tiras de aço em processos de laminação de encruamento está atrelada a controladores precisos e eficientes das variáveis do processo, bem como ao comportamento dinâmico da resposta destes controles mediante perturbações e interferências externas. Devido à importância deste processo no ramo da siderurgia, o desenvolvimento de controladores capazes de agir de modo global tem sido bastante visado para estudos e pesquisas no ramo, o que é facilitado devido à constante evolução da tecnologia. Com aplicações nos mais variados ramos industriais, tais como o siderúrgico, o alimentício, o químico, o farmacêutico e o de bebidas, entre outros, a operação de controle de vazão, nível e temperatura de líquido desempenha importante papel nos processos industriais. Os controladores de vazão constituem uma alternativa aos mecanismos manuais tradicionais, sendo aplicados em processos contínuos. Em muitos casos um controle preciso e eficiente é fator determinante para o sucesso produtivo. Dessa forma, obter modelos de controle automáticos é muito interessante, pois além das indústrias, outros setores como o do agropecuário e comercial, podem ser beneficiados com sistemas que reduzem os possíveis erros causados por um controle manual dos processos que envolvam líquidos. Partindo deste princípio, este estudo que reúne várias técnica e aplicações de controle de vazão, nível e temperatura, atrelado a um Controlador Lógico Programável (CLP) e sendo supervisionado por sistema Supervisório, nos garante um controle do processo adequado aos produtos a serem fabricados e atenuam as exposições de risco do operador. PALAVRAS-CHAVE: CLP, controle de vazão, nível e temperatura, automação industrial, Supervisório. ABSTRACT Quality assurance of the final product of steel strips hardening of lamination processes is linked to accurate and efficient controlling of process variables as well as the dynamic response behavior of these controls by disturbances and external interference. Because of the importance of this process in the steel branch, the development of global mode of action capable of controlling has been quite targeted for study and research in the field, which is facilitated due to the constant evolution of technology. With applications in various industries such as o steel, the food, chemical, pharmaceutical and beverage, among others, the flow control operation, fluid level and temperature of plays an important role in industrial processes. The flow controllers are an alternative to traditional manual mechanisms being applied in continuous processes. In many cases an accurate and efficient control is determinant for productive success. Thus, automatic gain control models is very interesting because in addition to industries, other sectors such as the agricultural and commercial, can benefit from systems that reduce possible errors caused by manual control of processes involving liquids. On this basis, this study what a meets several technical and flow control applications, level and temperature, coupled to a Programmable Logic Controller (PLC) and being supervised by Supervisory system ensures the control of the appropriate process for products to be manufactured and attenuate the risk exposure of the operator. KEYWORDS: PLC, flow control, level and temperature, industrial automation, Supervisory. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Fluxo de produção na UPV. .................................................................................................. 16 Figura 2: Redução de Espessura na Laminação a Frio. ........................................................................ 18 Figura 3: Linhas de Distensão .............................................................................................................. 19 Figura 4: Curva Tensão X Deformação ............................................................................................... 20 Figura 5: Teorema de Stevin ................................................................................................................ 25 Figura 6: Transmissor de pressão diferencial ....................................................................................... 25 Figura 7: Fórmula do Diferencial de Pressão ....................................................................................... 25 Figura 8: IZMIR – Planta de tratamento de água. Wonderwareintouch. ............................................. 30 Figura 9: Sistema SCADA – Diagrama Intouch SCADA. Wonderwareintouch. ................................ 31 Figura 10: Válvula de Controle ............................................................................................................ 32 Figura 11: Atuador tipo Mola Diafragma de Câmara bipartida (em corte) .......................................... 32 Figura 12: Termopar ............................................................................................................................. 36 Figura 13: Configuração Básica de um inversor de frequência ........................................................... 37 Figura 14: Inversor de frequência ........................................................................................................ 38 Figura 15: Medidor de Vazão tipo Engrenagem .................................................................................. 39 Figura 16 (a,b,c) : Caminho percorrido pelo operador para acessar sala de lubrificação .................... 43 Figura 17: Válvulas gavetas de abastecimento de água óleo ............................................................... 44 Figura 18 (a,b) : Válvulas gavetas de abastecimento de vapor, água e óleo. ....................................... 45 Figura 19: Reservatório de emulsão ..................................................................................................... 46 Figura 20: Válvula de descarte de emulsão .......................................................................................... 47 Figura 21: Cabine de operação do laminador de encruamento ............................................................ 48 Figura 22: 1º Deslocamento ................................................................................................................. 48 Figura 23: 2º Deslocamento ................................................................................................................. 49 Figura 24: 3º Deslocamento ................................................................................................................. 49 Figura 25: 4º Deslocamento ................................................................................................................. 50 Figura 26: 5º Deslocamento ................................................................................................................. 50 Figura 27: Transmissor de temperatura aplicado .................................................................................51 Figura 28: Válvula controladora de temperatura Aplicada .................................................................. 52 Figura 29: Sensor de nível por pressão diferencial instalado ............................................................... 52 Figura 30: Transdutor do sensor de nível ............................................................................................. 53 Figura 31: Válvula controladora de vazão de água aplicada ................................................................ 53 Figura 32: Transmissor de temperatura aplicado ................................................................................. 54 Figura 33: Válvula controladora de temperatura aplicada ................................................................... 54 Figura 34: Sensor de nível por pressão diferencial instalado ............................................................... 55 Figura 35: Transdutor do sensor de nível ............................................................................................. 55 Figura 36: Válvula controladora de vazão de óleo aplicada ................................................................ 56 Figura 37: Transmissor de temperatura aplicado ................................................................................. 56 Figura 38: Válvula controladora de temperatura aplicada ................................................................... 57 Figura 39: Sensor de nível por pressão diferencial instalado ............................................................... 57 Figura 40: Transdutor do sensor de nível ............................................................................................. 58 Figura 41: Válvula medidora de vazão de água aplicada ..................................................................... 58 Figura 42: Transdutor da válvula medidora de vazão de engrenagem ................................................. 59 Figura 43: Válvula medidora de vazão de engrenagem ....................................................................... 59 Figura 44: Bomba de óleo tipo parafuso .............................................................................................. 60 Figura 45: Cabine de operação do laminador de encruamento ............................................................ 61 Figura 46: Tela do sistema de controle dos parâmetros de processo ................................................... 61 Figura 47: Tela indicando o possível ajuste do set point da temperatura reservatório de emulsão ..... 62 Figura 48: Tela indicando o monitoramento da aplicação de emulsão na tira ..................................... 63 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Equipamentos de controle de vazão ..................................................................................... 22 Tabela 2: Equipamentos de controle de nível ...................................................................................... 24 Tabela 3: Equipamentos de controle de Temperatura .......................................................................... 35 Tabela 4: Parâmetros do Processo do Laminador de Encruamento ..................................................... 40 Tabela 5: Parâmetros do Processo do Laminador de Encruamento ..................................................... 41 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Indicador de consumo de óleo ............................................................................................ 65 Gráfico 2: Indicador Tonelada Produzida por Homem ........................................................................ 66 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE TABELAS LISTA DE GRÁFICOS 1 INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 11 1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA ______________________________________________ 12 1.2 RELEVANCIAS __________________________________________________________ 13 1.3 OBJETIVOS ______________________________________________________________ 13 1.3.1 Geral __________________________________________________________________ 13 1.3.2 Específicos _______________________________________________________________ 14 1.4 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ___________________________________________ 14 1.5 ESTRUTURAS DO TRABALHO _____________________________________________ 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ____________________________________________ 16 2.1 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL ____ 16 2.2 PROCESSO DE LAMINAÇÃO ______________________________________________ 17 2.2.1 Laminação a Frio __________________________________________________________ 17 2.2.2 Recozimento ______________________________________________________________ 18 2.2.3 Laminador de Encruamento __________________________________________________ 19 2.3 CONTROLE DE VAZÃO ___________________________________________________ 20 2.4 CONTROLE DE NÍVEL ____________________________________________________ 22 2.4.1 Medição de Nível por Pressão Hidrostática ______________________________________ 24 2.5 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E REGULAÇÃO AUTOMÁTICA __________________ 26 2.6 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL - CLP ____________________________ 28 2.7 SISTEMA SUPERVISÓRIO _________________________________________________ 29 2.8 VÁLVULAS DE CONTROLE _______________________________________________ 31 2.9 MEDIDORES DE TEMPERATURA __________________________________________ 34 2.9.1 Termopares _______________________________________________________________ 35 2.10 INVERSOR DE FREQÜÊNCIA ______________________________________________ 36 2.10.1 Vantagens e Desvantagens ___________________________________________________ 37 2.11 MEDIDOR DE VAZÃO POR ENGRENAGEM _________________________________ 38 2.12 PARÂMETROS DE PROCESSO DO LAMINADOR DE ENCRUAMENTO __________ 40 3 METODOLOGIA _________________________________________________________ 42 4 ANÁLISE DO PROCESSO DE MISTURA DA EMULSÃO MANUALMENTE _____ 45 5 ANÁLISE DAS PERDAS DE EMULSÃO POR CONCENTRAÇÃO ACIMA DA PERMITIDA _____________________________________________________________ 46 6 ANÁLISE DAS OPERAÇÕES EXECUTADAS PELO OPERADOR DA SALA DE LUBRIFICAÇÃO _________________________________________________________ 47 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ____________________________________________ 51 7.1 INSTALAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE DO PROCESSO ____________ 51 7.1.1 Reservatório de água _______________________________________________________ 51 7.1.2 Reservatório de óleo ________________________________________________________ 54 7.1.3 Reservatório de emulsão _____________________________________________________ 56 7.2 INSTALAÇÃO DO CONTROLE DOS PARÂMETROS DO PROCESSO _____________ 60 8 CONCLUSÃO ____________________________________________________________ 64 8.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS _________________________________ 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________________ 68 11 1 INTRODUÇÃO Considerada um dos complexos siderúrgicos integrados mais eficientes do mundo, a Companhia Siderúrgica Nacional tem como sua maior unidade siderúrgica, a Usina Presidente Vargas (UPV). Neste complexo siderúrgico estão inseridas as linhas de recozimento contínuo e zincagem, que são responsáveis pela imersão do aço em banho de zinco, para protegê-lo contra a corrosão. Para assegurar as propriedades mecânicas adequadas ao material, além do recozimento, a tira passa pelo laminador de encruamento que garante a rigidez, aplainamento e acabamento superficial da chapa, por meio de um alongamento com redução de espessura. Segundo Ferreira (2007), atualmentecom um cenário cada vez mais competitivo onde as participações das empresas deixam de ser regionais ou estaduais e passam a ser globais, ou seja, a concorrência de hoje está tão grande que o país sofre pressão dos concorrentes que vem às vezes do outro lado do mundo, como a China, por exemplo, no mercado siderúrgico, com isso a busca pela excelência se dá cada vez mais intensa e necessária para que elas se tornem ou pelo menos não deixem de ser competitiva. De acordo com Instituto Aço Brasil (I ABr2009), a fronteira entre o ferro e o aço foi definida na Revolução Industrial, com a invenção de fornos que permitiam não só corrigir as impurezas do ferro, como adicionar-lhes propriedades como resistência ao desgaste, ao impacto, à corrosão, etc. Por causa dessas propriedades e do seu baixo custo o aço passou a representar cerca de 90% de todos os metais consumidos pela civilização industrial. O controle de vazão de líquidos é indicado para indústrias que necessitem realizar dosagens de líquidos ou de produtos químicos em fase líquida, assim como para a transferência e transporte dos mesmos etc. Uma situação muito comum em unidades de processo é a necessidade de manter uma relação entre quantidades. Em unidades com escoamento contínuo, isto se traduz na necessidade de manter uma razão entre vazões de correntes distintas. O controle da vazão de líquidos é fundamental para processos que necessitam de uma razão especificas de seus componentes na mistura final do produto, como em indústrias químicas etc. 12 O Controle de nível é uma das variáveis mais comuns e mais amplamente utilizadas em aplicações industriais. Sensores de nível medem o nível de substâncias que fluem, sejam estas substâncias líquidas, pós ou sólidos granulares. Sua medição se dá em detecção de nível, onde há um sinal que aponta se a substância está acima ou abaixo de um limiar, ou medição contínua, onde, dentro de uma faixa de operação, o nível exato é mensurado. Com o controle integrado da vazão, níveis, temperatura dos reservatórios de óleo, água e emulsão, terão um controle eficaz das variáveis de processo assim mantermos os sets point determinados sobre controle e vigilância. Assim com o monitoramento pelo sistema Supervisório os operadores terão todas as ferramentas necessárias para produzir com qualidade, evitando os desperdícios e aumentando a produtividade. 1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA A redução do tempo e desperdícios e essencial para o aumento da produção e ganho na qualidade, onde temos a necessidade de automatizar alguns processos em linha de laminação, para estudo vamos abordar a automatização da sala de controle de lubrificação da chapa durante o processo. Hoje o controle do processo de lubrificação se dá manualmente, onde o operador está sempre verificando a vazão da mistura para o laminador de encruamento. Atualmente temos cinco operadores que fazem o acompanhamento do tanque de mistura e seu abastecimento e eventualmente faz a diminuição ou o aumento da vazão através das válvulas manuais que se encontra perto de cada saída dos fluidos, o mesmo acontece com os fluidos de mistura que tem respectivas válvulas de saída de água e óleo, mais para este controle seja eficaz quando estiver automatizado, devemos também controlar o nível do reservatório do fluido lubrificante, onde apenas temos o controle de nível superior e inferior, quando necessário seu reabastecimento, acende um sinal de iluminação de alerta, assim o operador também 13 manualmente, aciona o abastecimento fazendo a abertura da válvula, onde não há uma garantia que a mistura esteja sendo feita de forma garantida para o processo. Neste caso o operador deve retirar uma amostra da mistura água e óleo que fica constantemente sendo misturada no tanque de armazenamento da mistura por um agitador, e o operador deve realizar os testes de concentração da mistura para verificar se os parâmetros estão dentro dos especificados para atingir a qualidade do material processado, que deve estar entre 3% a 9% de óleo na mistura, caso a mistura fique fora dos parâmetros o operador deve retornar a sala de lubrificação e fazer as correções manualmente e realizar novamente os testes de laboratório para atestar a qualidade da mistura. Assim com a automatização além de retirar o operador das ações manuais, vamos garantir a segurança nas operações da sala de controle padronizando através de válvulas automáticas a quantidade certa para mistura, 3% a 9% de óleo dependendo do material a ser processado. 1.2 RELEVANCIAS Neste trabalho demonstra que com a evolução e automatização dos controles, podem-se melhorar as condições de trabalho do operador, assim ganhando em qualidade do processo acarretando o aumento de produção, melhor produto fabricado, menor desperdícios e ganho de tempo em cada operação, assim aumentando a competitividade e o desempenho no mercado. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Geral No desenvolvimento deste estudo, sobre a substituição do controle manual da mistura água e óleo para emulsão de laminação para o controle automatizado que caracteriza em redução de custos e ganho em tempo de processo de reabastecimento do tanque de lubrificação, qualidade da mistura de resfriamento e eliminando os riscos que o operador se propõe para mantém as características necessárias no processo. 14 1.3.2 Específicos Os objetivos específicos para o estudo são: - Diminuir do tempo de reatividade de abastecimento do tanque do fluido lubrificante; - Garantir a continuidade de lubrificação de acordo com a velocidade de produção; - Garantir a precisão no controle de vazão para cada fluido (água/óleo); - Manter o abastecimento automático do tanque do fluido com o controle de nível de boia; - Rejeitar o efeito de perturbações externas; - Melhorar a dinâmica do sistema e, eventualmente, estabilizar um sistema naturalmente instável em malha fechada; - Diminuir a sensibilidade do sistema a variações dos parâmetros do processo, ou seja, tornar o sistema robusto. - Reduzir de custos. 1.4 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO Este estudo é delimitado aos colaborados de uma siderurgia que trabalham no processo de laminação, tendo o foco na evolução dos controles do processo de lubrificação da linha, com a implantação automática de controle de vazão e nível do reservatório de mistura e a vazão na saída de linha, atuando no abastecimento automático do tanque de mistura. 1.5 ESTRUTURAS DO TRABALHO Este estudo é composto de seis capítulos que tratam dos aspectos conceituais e práticos abordados para construção do trabalho. No capítulo “um” apresenta-se o contexto a pesquisa com a introdução ao estudo, à descrição do problema, o objetivo geral e os específicos e a delimitação e justificativa para existência desta pesquisa e sua estrutura. Este capítulo compreende toda a estruturação do trabalho e a parte introdutória para esclarecimentos sobre o tema escolhido. No capítulo “dois” é abordada toda fundamentação teórica, levando em consideração as literaturas já existentes sobre laminação de encruamento, controle de processo automatizado, válvulas de controle, sistemas de monitoramento de processo, que constituem toda base para o estudo. O capítulo “três” compreende a metodologia do estudo, é apresentado 15 o método de estudo qualitativo de caráter exploratório com objetivo explícito de se aproximar do problema e também se apoiando nas pesquisas bibliográficas. No capítulo “quatro” demonstra-se a análise do processo anterior a aplicação das técnicas de instrumentação e como era inconsistente. No capítulo “cinco” é destinado a análise das perdas de emulsão do processo por falha humana. No capítulo “seis” demonstram-se os desperdícios de tempo do operador para realizar suas atividades na sala de óleo do laminador. No capítulo “sete”representa a aplicação dos instrumentos e equipamentos para automatizar o processo de obtenção da emulsão para o laminador. No capítulo “oito”, faz-se uma reflexão das técnicas aplicadas ao controle de processo e também indica melhoras no sistema de controle que contribuirão para um controle mais dinâmico e eficiente do processo. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL Consta no sítio eletrônico da CSN, que a empresa foi fundada em 09 de abril de 1941 e iniciou suas operações no dia 01 de outubro de 1946. Ainda, segundo o sítio eletrônico da empresa, a CSN, concentra suas atividades em cinco áreas de negócios: siderurgia, mineração, logística, cimento e energia. Sua maior unidade siderúrgica, a Usina Presidente Vargas, está estrategicamente próxima dos principais mercados de consumo do país, das fontes de matéria- prima e dos centros de escoamento de produtos. O fluxo de produção da Usina Presidente Vargas é dado na Figura 1. Figura 1: Fluxo de produção na UPV. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 17 2.2 PROCESSO DE LAMINAÇÃO 2.2.1 Laminação a Frio Conforme visto na Figura 1, o processo de laminação a frio é abastecido com bobinas do laminador de tiras a quente, mas para que seja possível a redução de espessura desse material a bobina é processada na decapagem. Segundo o Manual de Noções Básicas de Siderurgia (2013), da CSN, a decapagem irá remover a camada de oxidação (ferrugem) ou carepa (óxido de ferro) da superfície do aço, através de uma solução ácida . Segundo a mesma fonte, a CSN-UPV possui 3 laminadores tandem (quando as cadeiras de laminação estão dispostas sequencialmente) a frio compostos por 5 cadeiras de laminação. De acordo com Novaes (2010), cadeira de laminação, é a estrutura e o conjunto de cilindros arranjados verticalmente, por entre os quais passa a tira de aço para ser laminada. A bobina decapada é então preparada para ser laminada, o processo consiste em desenrolar a bobina, laminá-la através das cinco cadeiras de laminação, que reduzirá a espessura da chapa, como pode ser visto na Figura 2. Após a laminação, a bobina é então enrolada para o processo seguinte, neste caso, o processo de recozimento e galvanização (zincagem). O Manual de Noções Básicas de Siderurgia (2013), citado acima, afirma também, que a redução a frio é obtida pela deformação da estrutura cristalina, o que resulta numa elevação da resistência à tração, da dureza superficial, do limite elástico e numa redução da ductilidade (o material fica mais frágil). Por apresentar essa resistência mecânica tão elevada, faz-se necessário o processo de recozimento para adquirir características mecânicas adequadas, e assim, o material ser aplicado. 18 Figura 2: Redução de Espessura na Laminação a Frio. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 2.2.2 Recozimento Segundo Novaes (2010), e conforme já citado acima, a redução de espessura do material no processo de laminação a frio provoca um grande endurecimento na chapa de aço e, para fazê-lo retornar a condição anterior, faz se necessário o processo de recozimento. A linha de zincagem contínua 3 possui um forno de recozimento, que antecede o laminador de encruamento. De acordo com o Manual de Operação da Linha, o material é pré-aquecido a temperaturas que giram em torno de 400 a 500 °C. Após o pré-aquecimento, o material é enviado à seção de aquecimento e encharque, e é nesta seção que o material recupera as propriedades mecânicas que possuía antes da laminação a frio. Então, a chapa é resfriada para evitar a corrosão, e também, para imersão no banho de zinco. Novaes (2010) afirma que, para obter as características necessárias a o processo de estampagem, as bobinas precisam passar pelo laminador de encruamento. 19 2.2.3 Laminador de Encruamento Segundo Novaes (2010), os laminadores de encruamento, também conhecidos como Skinpass Mill, têm a finalidade de proporcionar um endurecimento superficial à tira de aço por meio da aplicação de um alongamento (sem redução de espessura), no caso do laminador no qual o modelo será desenvolvido, esse alongamento é de no máximo 2%. O Manual de Operação da Linha (2013) afirma que, o material perfeitamente recristalizado não pode ser empregado no processo de conformação mecânica, pois surgirão defeitos superficiais denominados linhas de distensão, como mostra a Figura 3. Novaes (2010) afirma que, após o recozimento a tira de aço apresenta se muito flexível diferente do que fora notado após o material ter sido processa do pela laminação a frio. Nesta condição o material não poderia ser empregado, pois qualquer dobramento ou encurvamento provocaria a linhas de distensão, conforme Figura 3. Segundo Novaes (2010) para que isto não ocorra o aço é aplicado à laminação de encruamento. Segue a fonte que, obtém-se o alongamento na região de contato dos cilindros com a chapa, impondo uma deformação homogênea e que o objetivo principal deste tipo de laminação é restaurar as propriedades mecânicas do material recozido e adequá-lo ao processo de estampagem do cliente. Figura 3: Linhas de Distensão Fonte: CSN (2013). 20 Observa-se os objetivos do Laminador de Encruamento LE#3 Objetivos Através de um passe de laminação muito leve, tornar o material adequado para o processo de estampagem do cliente, eliminando o patamar de escoamento (Figura 4) e as linhas de distensão. Melhoria da rugosidade e brilho superficial do material, o que facilita a conformação das chapas, aderência e aspecto de pintura. Melhoria da planicidade do material. Melhoria da aparência superficial através da redução de defeitos. Figura 4: Curva Tensão X Deformação Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 2.3 CONTROLE DE VAZÃO De acordo com H. E. Soisson a vazão de material em um processo ou sistema pode ser medida por uma variedade de métodos que dependem do material, volume, pressão necessária e controle exigido. 21 O controle de vazão de líquidos é indicado para indústrias que necessitem realizar dosagens de líquidos ou de produtos químicos em fase líquida, assim como para a transferência e transporte dos mesmos etc. Uma situação muito comum em unidades de processo é a necessidade de manter uma relação entre quantidades. Em unidades com escoamento contínuo, isto se traduz na necessidade de manter uma razão entre vazões de correntes distintas. O controle da vazão de líquidos é fundamental para processos que necessitam de uma razão especificas de seus componentes na mistura final do produto, como em indústrias químicas etc. De acordo com Heli Ricardo Tadashi Nakagawa (2009), o controle de vazão de líquidos diminui o desperdício de matéria-prima e deixa a produção mais homogênea, além de ser importante para verificação do rendimento dos processos. Outro beneficio do controle automático de vazão é poder substituir o homem em processos que envolvam substâncias nocivas a saúde ou em locais insalubres onde a permanência de trabalhadores seja perigosa. Deste modo, o controle de vazão de líquidos traz diversos benefícios nos processos industriais, justificando um estudo elaborado de suas aplicações pra reduzir seu custo de implementação e manutenção para as empresas. A tabela 01 a seguir demonstra os equipamentos disponíveis para realizar o controle de vazão. Mas abaixo na fundamentação teórica estaremos elencando com maior propriedade os equipamentos que iremos utilizar neste trabalho. 22 Tabela 1: Equipamentos de controle de vazão 2.4 CONTROLE DE NÍVEL Segundo Egídio A. Bega, nível é uma das variáveis mais comuns e mais amplamenteutilizadas em aplicações industriais. Sensores de nível medem o nível de substâncias que fluem, sejam estas substâncias líquidas, pós ou sólidos granulares. Sua medição se dá em detecção de nível, onde há um sinal que aponta se a substância está acima ou abaixo de um limiar, ou medição contínua, onde, dentro de uma faixa de operação, o nível exato é mensurado. O tipo de sensor a ser usado na aplicação depende de uma série de fatores, entre eles: estado físico do material, alguns sensores são mais adequados para medição de líquidos, enquanto outros têm melhor aplicação na medição de sólidos granulares ou pós; temperatura, alguns sensores são mais sensíveis à temperatura, sendo aplicáveis em ambientes controlados ou com poucas variações, além disso, para medição de substâncias com temperatura extremamente altas (aço fundido, por exemplo) é recomendado o uso de medidores sem contato; pressão, vários medidores não são adequados para operação em pressões altas, seja diferencial 23 ou absoluta, e por isso, não devem ser aplicados em tanques pressurizados ou vácuos; composição química, componentes abrasivos e/ou corrosivos pode apresentar desafios para medidores de contato, necessitando de escolha criteriosa de revestimentos; a constante dielétrica do material também deve ser levada em conta, principalmente para medidores capacitivos, já que a medida é diretamente proporcional a esta; a densidade, principalmente em sensores com flutuadores onde a boia deve flutuar de forma satisfatória para uma medida com boa confiabilidade. Além disso, a escolha do medidor pode envolver outras restrições, como o preço, a facilidade de instalação, manutenção e calibração. Segundo Igor Macedo Quintanilha (2013), de forma geral, os medidores contínuos apresentam saída em corrente de 4-20mA, sendo 4mA o menor nível e 20mA o maior nível a ser medido. Desta forma, o medidor deve ser calibrado para o vaso a ser utilizado e a escala é interpretada pelo dispositivo, como um CLP (Controlador Lógico Programável). Os medidores de nível, no geral, possuem uma saída para o acionamento de um relé, que provê a tensão necessária para o acionamento do equipamento ligado. Além disso, sensores com microprocessadores podem se comunicar com outros dispositivos, como computadores, e fornecer opções de configuração, monitoramento e ajuste. A tabela 02 a seguir demonstra os equipamentos disponíveis para realizar o controle de nível. Mas abaixo na fundamentação teórica estaremos elencando com maior propriedade os equipamentos que iremos utilizar neste trabalho. 24 Tabela 2: Equipamentos de controle de nível 2.4.1 Medição de Nível por Pressão Hidrostática Segundo Marcelo Giglio Gonçalves (2003), neste tipo de medição usamos a pressão exercida pela altura da coluna líquida, para medirmos indiretamente o nível, como mostra a seguir o Teorema de Stevin: 25 Figura 5: Teorema de Stevin Fonte: SENAI (2003) Essa técnica permite que a medição seja feita independente do formato do tanque, seja ele aberto, seja pressurizado. Neste tipo de medição, utilizamos um transmissor de pressão diferencial cuja cápsula sensora é dividida em duas câmaras: a de alta (H) e a de baixa pressão (L). Figura 6: Transmissor de pressão diferencial Fonte: SENAI (2003) Este transmissor de nível mede a pressão diferencial, subtraindo-se a pressão da câmara alta (H) da câmara baixa (L). Figura 7: Fórmula do Diferencial de Pressão Fonte: SENAI (2003) 26 2.5 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E REGULAÇÃO AUTOMÁTICA De acordo com M. Georgini (2005), a automação industrial pode ser definida como um conjunto de técnicas específicas aplicada a um processo industrial com o objetivo de torná-lo mais eficiente, com mais qualidade, com menor desperdício e com um menor custo possível. Deste modo a interferência humana no processo é reduzida, gerando uma maior segurança aos trabalhadores, aos materiais ou as informações envolvidas no processo. De acordo com Rosário (2005), a automação industrial pode ser entendida como uma tecnologia integradora de três áreas: a eletrônica responsável pelo hardware, a mecânica na forma de dispositivos mecânicos (atuadores) e a informática responsável pelo software que irá controlar todo o sistema. A regulação automática trata apenas da parte de controle de processos, onde através de dispositivos automáticos e variáveis físicas e/ou químicas medidas por meio de sensores, aciona atuadores que podem regular o processo de acordo com um objetivo pré- determinado. Algumas vantagens da regulação automática podem ser descritas, sendo: o mecanismo automático não está sujeito a erros provenientes da distração ou do cansaço físico e/ou mental que os homens são suscetíveis, tornando a produção mais uniforme; diminui a perda por falhas humanas, economizando matéria prima, tempo de mão de obra e energia, maximizando a produtividade; e torna o processo mais seguro devidas as razões mencionadas acima. Na automação de um processo industrial, são utilizados dispositivos mecânicos, elétricos e eletrônicos que desempenhem funções nas atividades de supervisão e controle, tais como coleta e análise de dados e correção de parâmetros. Com isso foram desenvolvidos os sensores ou instrumentos de medição, que medem e informam os dados sobre o andamento do processo. Foram criados também dispositivos denominados controladores, que recebem e processam as informações fornecidas pelos sensores, calculando as medidas a adotar e emitindo instruções para os atuadores. Segundo Heli Ricardo Tadashi Nakagawa (2009), estes são os dispositivos que executam as ações que corrigem as variações detectadas pelos outros dispositivos ou alteram as respostas do processo. Nesse caso em que a variável de saída é realimentada ao controlador 27 temos um sistema com controle de malha fechada, ou seja, o sistema compara o valor da saída com um valor de referência pré-determinado (set-point) e, em função da diferença entre eles (erro), diminui ou aumenta o valor da entrada, até que o valor da saída fique igual ao valor pré- determinado. Os principais instrumentos que compõem uma malha de controle estejam eles no campo ou em uma sala de controle segundo Marco Antônio Ribeiro (1999), são apresentados a seguir: Controlador - é um dispositivo que monitora e pode alterar as variáveis de saída de um sistema dinâmico por meio do ajuste das variáveis de entrada do sistema. Por essa razão, as variáveis de saída recebem o nome de controladas e as variáveis de entrada são chamadas de manipuladas. Podem ser variáveis, seja de entrada ou de saída, temperatura, pressão, nível, vazão, densidade, tempo, velocidade, potência, tensão (elétrica), corrente, frequência, estado (ligado ou desligado), peso, dimensão e posição. Atuador - é o dispositivo que, recebendo o comando do controlador, o converte em uma ação física no sentido de alterar a variável que está sendo manipulada. Os atuadores mais utilizados na indústria são aqueles associados a válvulas de controle e a motores. No caso das válvulas o sinal recebido do controlador é convertido pelo posicionado da válvula em uma grandeza hidráulica, pneumática ou elétrica capaz de movimentá-la de forma adequada à ação pretendida. Já no caso dos motores, o sinal recebido do controlador comanda a ação dos acionadores dos motores, equipamentos eletrônicos capazes de alterar a frequência ou a tensão de alimentação dos motores, de forma a produzir movimento na velocidade e torque desejados. Sensor - é um instrumento cuja função é medir o valor de uma variável. É composto por dois elementos com funções diferentes: o primeiro de detecção é a parte do instrumento que sofre uma alteração física proporcional à variação do fenômeno que está sendo medido e o segundo é aparte do instrumento que converte a variação física sofrida pelo elemento de detecção em outra grandeza física mais adequada à medição e à leitura, também chamado de transdutor. Transmissor - é um dispositivo que converte o sinal oriundo do sensor em um sinal compatível com o padrão da rede de comunicação. Pode incorporar ou não a função de um 28 sensor. Comercialmente, o termo transmissor é utilizado para designar dispositivos que incorporam as três funções – sensor, transdutor e transmissor – em um único produto. Registrador - é um dispositivo que armazena os valores assumidos pela variável controlada, seja através da impressão de um gráfico, seja pela gravação digital dos dados. Adaptador - é um dispositivo utilizado para permitir a comunicação entre redes. Estão incluídos nesta categoria o gateway, ou porta de ligação, e o linkingdevice, que viabilizam a troca de dados entre redes diferentes. 2.6 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL - CLP Segundo Eng.º Vitor Finkel (CAP 2011) o controlador lógico programável-CLP, também conhecido por PLC do inglês Programmable Logic Controller, é o tipo de controlador mais aplicado na indústria. O CLP surgiu na indústria automobilística na década de 1960 para substituir os antigos painéis de controle a relés que realizavam a lógica sequencial do controle das máquinas. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, o CLP pode ser definido como “um equipamento eletrônico digital com hardware e software compatíveis com aplicações industriais” e segundo a National Electrical Manufacturers Association - NEMA, o CLP “é um aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável para armazenar internamente instruções e para implementar funções específicas, tais como lógica, sequenciamento, temporização, contagem e aritmética, controlando, por meio de módulos de entradas e saídas, vários tipos de máquinas ou processos”. O CLP opera em tempo real e pode ser utilizado para controle de uma ou mais entradas e saídas ao mesmo tempo, sendo ideal para as indústrias, que possuem cada vez mais processos dinâmicos e flexíveis. Outra característica do CLP é poder operar em ambientes com grandes variações de temperatura, alta umidade, vibração, poeira e ruídos extremos. É um equipamento voltado para necessidades específicas dentro de um processo, pois possibilita ao usuário utilizar um software de programação e desenvolver programas para serem aplicados em todo o processo ou em apenas algumas partes deste processo. Geralmente estes programas são feitos em um microcomputador e depois carregados na memória do CLP. 29 2.7 SISTEMA SUPERVISÓRIO Os sistemas supervisórios permitem que sejam monitoradas e rastreadas informações de um processo produtivo ou instalação física. Tais informações são coletadas através de equipamentos de aquisição de dados e, em seguida, manipuladas, analisadas, armazenadas e posteriormente apresentadas ao usuário. Estes sistemas também são chamados de SCADA (Supervisory Controland Data Aquisition). Os primeiros sistemas SCADA, basicamente telemétricos, permitiam informar periodicamente o estado corrente do processo industrial, monitorando sinais representativos de medidas e estados de dispositivos, através de um painel de lâmpadas e indicadores, sem que houvesse qualquer interface com o operador. Atualmente, os sistemas de automação industrial utilizam tecnologias de computação e comunicação para automatizar a monitoração e controle dos processos industriais, efetuando coleta de dados em ambientes complexos, eventualmente dispersos geograficamente, e a respectiva apresentação de modo amigável para o operador, com recursos gráficos elaborados (interfaces homem-máquina) e conteúdo multimídia. Para permitir isso, os sistemas SCADA identificam os tags, que são todas as variáveis numéricas ou alfanuméricas envolvidas na aplicação, podendo executar funções computacionais (operações matemáticas, lógicas, com vetores ou strings, etc) ou representar pontos de entrada/saída de dados do processo que está sendo controlado. Neste caso, correspondem às variáveis do processo real (ex: temperatura, nível, vazão etc), se comportando como a ligação entre o controlador e o sistema. É com base nos valores das tags que os dados coletados são apresentados ao usuário. Os sistemas SCADA podem também verificar condições de alarmes, identificadas quando o valor da tag ultrapassa uma faixa ou condição pré-estabelecida, sendo possível programar agravação de registros em Bancos de Dados, ativação de som, mensagem, mudança de cores, envio de mensagens por Pager, e-mail, celular, etc. 30 Um sistema supervisório é definido como uma interface de fácil leitura, com o objetivo de converter dados do processo de produção em gráficos ou em “telas amigáveis”, de modo a facilitar a percepção e a atuação do operador sobre o processo. De um modo geral é um sistema computacional que obtém os dados do processo e os transforma em dados gráficos, mostrando- os em um monitor conforme Figura 8 que ilustra o supervisório de um sistema de controle de tratamento de água (SILVA, 2004; RIBEIRO, 2001). Figura 8: IZMIR – Planta de tratamento de água. Wonderwareintouch. Fonte: RIBEIRO, 2001 Podendo também ser chamado de IHM (Interface Homem-Máquina), é utilizado também de modo inteligente, ou seja, o sistema supervisório lê os dados do processo, logo em seguida atua em tal processo de modo a corrigir possíveis alterações no mesmo. Este modelo de supervisório inteligente é chamado SCADA (Supervisory Control And Data Aquisition), e é utilizado em larga escala na indústria mundial. Através da Figura 9 podemos observar com mais clareza a relação do sistema SCADA com o controle do processo (SCADA..., 2008; Vianna, 2008) 31 Figura 9: Sistema SCADA – Diagrama Intouch SCADA. Wonderwareintouch. Fonte: Vianna, 2008 2.8 VÁLVULAS DE CONTROLE O controle pode ser automático ou manual: Segundo Marco Antônio Ribeiro (1999), o controle manual pode ser remoto ou local. A válvula de controle abre e fecha a passagem interna do fluido, de conformidade com um sinal de controle. Quando o sinal de controle é proveniente de um controlador, tem-se o controle automático da válvula. Quando o sinal de controle é gerado manualmente pelo operador de processo, através de uma estação manual de controle, tem-se o controle manual remoto. Na atual manual local, o operador atua diretamente no volante da válvula. A função da válvula de controle é efetuar o controle final no processo, de acordo com a malha de controle e seu ajuste. Assim, a válvula manipula uma variável para mantê-la controlada dentro do seu set point. Uma válvula de controle é formada por atuador, corpo / internos e castelo / engajamento. 32 Figura 10: Válvula de Controle Fonte: http://www.mecatronicaatual.com.br/(2015) O atuador fornece a força de trabalho para a haste da válvula. O atuador mais utilizado no acionamento de válvulas de controle é o do tipo mola-diafragma de câmara bipartida. Em uma das partes dessa câmara bipartida, o atuador recebe o sinal de controle/acionamento e, na outra parte, o diafragma é fixado a um prato onde estão apoiadas a haste e a mola. Figura 11: Atuador tipo Mola Diafragma de Câmara bipartida (em corte) Fonte: http://www.mecatronicaatual.com.br/(2015) Segundo a Fisher Controls International LLC (2005) o atuador geralmente recebe seu sinal de um posicionador eletropneumático, que converte o sinal de corrente enviado pelo controlador para um sinal pneumático. Esse sinal pneumático é enviado para a entrada de ar da câmara do atuador, geralmente com valores de 3 a 15 psi (Ibf/pol2), e é aplicado como pressão de acionamento do atuador. Essa pressão se opõe à pressão gerada pela mola que limita o curso33 e controla a posição da haste. A relação entre o sinal de acionamento do atuador é linear com o deslocamento da haste e por sua vez com o obturador da válvula. O corpo da válvula de controle é que permite a passagem do fluido. O obturador é uma das partes molhadas do corpo da válvula que entra em contato com o fluído, restringindo ou liberando sua passagem através do movimento da haste, de acordo com o comando do atuador. O tipo de corpo mais utilizado é o da válvula de deslocamento linear do tipo globo de sede simples. Qualquer que seja o tipo de válvula utilizado, a manipulação do fluido é realizada de forma semelhante, com a diferença que para cada aplicação industrial, existe um tipo específico de válvula. O castelo localiza-se entre o atuador e o corpo da válvula, justamente para conectá-los. Ele tem a função de guiar a haste da válvula, alojar o sistema de selagem do fluido do processo e ainda, exerce a função de trocador de calor do sistema de gaxetas para com o ambiente. Existem quatro tipos de castelos: O castelo normal é o castelo padrão, que é utilizado para aplicações comuns onde a temperatura do fluido está entre -18 °C e 232 °C. Essa limitação é imposta pelo material da gaxeta, visto que, sua localização está bem próxima do flange superior do corpo e, portanto, bem próxima ao fluido. O castelo longo aletado é semelhante ao castelo normal, diferindo em altura, uma vez que a sua altura elevada faz com que a caixa ou sistema de gaxetas fique um pouco mais afastada do fluido. Sua aplicação é destinada a fluidos com temperaturas entre -45 °C e -18 °C e entre 232 °C e 430 °C. O castelo extralongo é fabricado em tubo de aço ou ferro fundido, possuindo ainda mais altura que o castelo longo aletado. Ele geralmente é especificado para baixíssimas temperaturas ou ainda em criogenia, como de -100 °C a -45 °C. Sua função principal é evitar que o teflon das gaxetas se congele. 34 O castelo com fole de selagem é utilizado apenas em aplicações especiais, onde o processo industrial não permite nem o mínimo vazamento do fluido para o meio ambiente, através do sistema de gaxetas. As aplicações desse tipo de castelo normalmente estão relacionadas a fluidos radiativos, tóxicos ou explosivos. Embora o castelo com fole possua características especiais, ele possui uma limitação de operação em processos, pois seu limite de pressão é de 28 kg/cm2 (400 psi) e a temperatura do fluido do processo não podem ultrapassar 232 °C. 2.9 MEDIDORES DE TEMPERATURA O físico irlandês William Thomson (Lorde Kelvin) chegou à conclusão de que, se a temperatura mede a agitação das moléculas, então a menor temperatura possível aconteceria quando as moléculas estivessem em repouso absoluto. A esse estado de repouso térmico chamamos zero absoluto. Baseado no conceito de temperatura, ele criou a Escala Absoluta, conhecida como Escala Kelvin. Segundo Michalski, L., Eckersdorf, K. And McGhee, J., (1991), os instrumentos de medição operam com diferentes princípios físicos, respondendo à variação da temperatura: expansão da substância, provocando alteração de comprimento, volume ou pressão, por alteração da resistência elétrica, interação do potencial elétrico de metais diferentes, alteração da potência radiante, e alteração da intensidade de carga elétrica em um fotodiodo. A tabela 03 a seguir demonstra os equipamentos disponíveis para realizar o controle de temperatura. Mas abaixo na fundamentação teórica estaremos elencando com maior propriedade os equipamentos que iremos utilizar neste trabalho. 35 Tabela 3: Equipamentos de controle de Temperatura 2.9.1 Termopares Um termopar é formado por dois condutores elétricos diferentes. Os condutores são conectados nas duas extremidades formando um circuito elétrico. Quando as duas extremidades conectadas são submetidas a temperaturas diferentes, uma força eletromotriz é gerada. Este é o conhecido efeito Seebeck, que o descobriu em 1821. O aquecimento de dois metais diferentes com temperaturas diferentes em suas extremidades gera o aparecimento de uma F.E.M. (da ordem de mV). Este princípio conhecido, com efeito, Seebeck propiciou a utilização de termopares para medição de temperatura. 36 Figura 12: Termopar Fonte: Escola Superior de Tecnologia (2013) Um termopar ou par termométrico consiste de dois condutores metálicos de natureza distinta, na forma de metais puros ou ligas homogêneas. Os fios são soldados em um extremo ao qual se dá o nome de junção de medição; a outra extremidade, junção de referência é levada ao instrumento medidor por onde flui a corrente gerada. Convencionou-se dizer que o metal A é positivo e B é negativo, pois a tensão e corrente gerada são na forma contínua (cc). 2.10 INVERSOR DE FREQÜÊNCIA Atualmente, a necessidade de aumento de produção e diminuição de custos, se fez dentro deste cenário surgir a automação, ainda em fase inicial no Brasil, com isto uma grande infinidade de equipamentos foram desenvolvidos para as mais diversas variedades de aplicações e setores industriais, um dos equipamentos mais utilizados nestes processos conjuntamente com o CLP é o Inversor de Frequência, um equipamento versátil e dinâmico, vamos expor agora o princípio básico do inversor de frequência. Um inversor de frequência é um dispositivo capaz de gerar uma tensão e frequência trifásicas ajustáveis, com a finalidade de controlar a velocidade de um motor de indução trifásico. 37 Figura 13: Configuração Básica de um inversor de frequência Fonte: coral. ufsm.br/(2015) Circuito de entrada (ponte retificadora não controlada) Circuito de pré-carga (resistor, contator ou relé) Circuito intermediário (banco de capacitores Buss DC, resistores de equalização) Circuito de Saída "inversor" (ponte trifásica de IGBT) Placa de controle (micro processada) Placa de driver's (disparo dos IGBT, fontes de alimentação, etc.) Réguas de bornes de interligação (controle de potência) Módulo de frenagem (interno ou externo) 2.10.1 Vantagens e Desvantagens O inversor de frequência possibilita o controle do movimento do motor CA pela variação da frequência elétrica. Entretanto, também realiza a variação da tensão de saída para que seja respeitada a característica V/F (Tensão / Frequência) do motor, não produzindo aquecimento excessivo quando o motor opera em baixas rotações. Em frequências de operação acima da nominal, o acionamento se dá com perda de torque. O inversor promove a elevação na frequência sem, entretanto, promover o aumento no valor da tensão aplicada. Isto faz com 38 que haja uma redução no fluxo do motor, trazendo como consequência uma redução no conjugado disponível. Esta região de operação é conhecida como região de enfraquecimento de campo em função da redução do fluxo ou campo do motor. Destinados inicialmente a aplicações mais simples, os inversores de frequência são atualmente encontrados nos mais diversos usos, desde o acionamento de bombas até complexos sistemas de automação industrial. Grande parte das aplicações como bombas, ventiladores e máquinas simples, necessitam apenas de variação de velocidade e partidas suaves, sendo atendidas plenamente com o uso de inversores com tecnologia Escalar ou V/F. Algumas aplicações entretanto, como elevadores, guinchos, bobinadeiras e máquinas operatrizes necessitam além da variação de velocidade o controle de torque, operações em baixíssimas rotações e alta velocidade de resposta, sendo atendidas por inversores com tecnologia Vetorial. Figura 14: Inversor de frequência Fonte: jbv.com.br (2015) 2.11 MEDIDOR DE VAZÃO POR ENGRENAGEM Os medidores de vazão do tipo “engrenagem” são acoplados diretamente à tubulação do processo atravésde conexão tipo rosca ou flange. Indicados para medição de vazão de líquidos 39 viscosos propiciam uma excelente resposta dinâmica na medição de graxas, óleos lubrificantes e combustíveis. O fluido se desloca no interior do medidor, levado da entrada para a saída, através dos espaços entre os dentes de suas engrenagens. A cada espaço cabe uma porção bem definida do fluido, o que caracteriza o medidor como volumétrico. Um sensor acoplado ao corpo do medidor detecta a passagem dos dentes das engrenagens, gerando pulsos elétricos que são amplificados, modificados e enviados a um indicador digital, pré-determinador ou totalizador Desenvolvido para aplicações onde os fluidos são extremamente viscosos. o medidor de vazão tipo VDP é construído em diâmetros de 1/8" a 2", em aço carbono, inox, PTFE, latão ou outros materiais. Possui sinais de saída pulso ou 4-20 mA no cabeçote, o que possibilita o envio do sinal diretamente a um sistema de supervisão, CLP´s, módulos de aquisição de dados. Aplicação: óleo BPF, mel, chocolate, resinas, vernizes, asfalto, óleos lubrificantes e outros. Figura 15: Medidor de Vazão tipo Engrenagem Fonte:contechind.com.br(2015) 40 2.12 PARÂMETROS DE PROCESSO DO LAMINADOR DE ENCRUAMENTO Segundo o Manual de operação da linha, que contempla a utilização do padrão operacional PP 600582 onde determinamos todos os Sets poits para a produção de bobinas encruadas conforme solicitação do cliente e material a ser beneficiado. Conforme citado acima este procedimento contém todas as informações necessárias aos operadores para que os mesmos ajustem o equipamento a condição de produção e também descreve o que fazer se os parâmetros estiverem fora da faixa tolerável, na tabela 04 e 05 abaixo contém todas as informações necessárias para a operação do laminador de encruamento. Tabela 4: Parâmetros do Processo do Laminador de Encruamento Fonte: CSN 2023 adaptada pelos autores 41 Tabela 5: Parâmetros do Processo do Laminador de Encruamento Fonte: CSN 2023 adaptada pelos autores 42 3 METODOLOGIA O trabalho consiste em um estudo qualitativo de caráter exploratório, onde visa proporcionar maior proximidade com o problema, objetivando torná-lo explícito ou definir hipóteses. Procura aprimorar ideias ou descobrir intuições. Possui um planejamento flexível, envolvendo, em geral, levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos similares (GIL, 1996; DENCKER, 2000). Com o auxílio da revisão bibliográfica e do conhecimento técnico do problema, utiliza- se um método bastante utilizado para examinar, de forma abrangente, diferentes conclusões sobre o tema a ser estudado. No caso deste trabalho, o estudo de caso foi relevante para a abordagem teórica e técnica, mostrando os problemas e possíveis soluções. Utilizou-se uma abordagem de busca de melhorias em outras empresas do grupo, verificando cada item mostrado na mesma, e assim chegando a algumas sugestões possíveis de melhorias. Trata-se de uma abordagem qualitativa do processo de mistura e homogeneidade da emulsão, necessário ao processo de laminação por encruamento, onde está dentro dos parâmetros definidos pelo processo garante a qualidade superficial das chapas processadas e também há uma garantia de dureza superficial exigida pelos clientes atendidos pela fábrica. O estudo para o processo de mistura de emulsão para laminador de encruamento foi dividido em etapas: Análise do processo de mistura da emulsão manualmente Análise das perdas de emulsão por concentração acima da permitida Análise das operações executadas pelo operador Proposta para instalação de instrumentos de controle do processo Proposta para instalação de controle dos parâmetros de processo Para o estudo em questão foram analisadas as operações necessárias para atingir os níveis de concentração da emulsão do sistema de lubrificação da tira do laminador de 43 encruamento, onde estas operações fragilizam a condição física do operador da sala de lubrificação, pois a mesma se encontra no subsolo do laminador onde temos dois andares e para se realizar está verificação o operador realiza o acesso ao 2º andar inferior conforme Figuras 16 (a,b,c) pelo menos seis vezes a cada abastecimento do reservatório de emulsão o que acontece a cada três horas de produção, gerando um tempo de duas horas de desperdício. Figura 16 (a,b,c) : Caminho percorrido pelo operador para acessar sala de lubrificação Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores O operador necessita abrir e fechar as válvulas gavetas de abastecimento de água e óleo (Figura 17) manualmente. Após o abastecimento é necessário realizar o teste no laboratório para atestar o nível de concentração da emulsão que deve estar entre 3 a 9 % de óleo para os parâmetros de laminação, conforme material a serem beneficiado. 44 Figura 17: Válvulas gavetas de abastecimento de água óleo Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores Para controlar os parâmetros de processo foi sugerida a instalação de válvulas de controladoras de vazão na saída dos tanques de água e óleo, para o controle da concentração da emulsão onde temos através de um PLC os comandos para adicionar na proporção correta a quantidade de água e quantidade de óleo para manter a concentração nos parâmetros estabelecidos. Para o acionamento do sistema de abastecimento de água e abastecimento de óleo foi instalado no reservatório de emulsão um sensor de nível tipo pressão hidrostática, para realizar o acionamento do sistema de abastecimento automático sempre que o reservatório chegar ao nível de 59,9% de sua capacidade e desligar o sistema de abastecimento quando atingir 100% de sua capacidade. Para realizar o controle da temperatura dos reservatórios foram instalados nos reservatórios válvulas de controle de temperatura da água, do óleo e da emulsão o que garante sua homogeneidade e também a qualidade necessária à lubrificação da tira no laminador de encruamento. 45 4 ANÁLISE DO PROCESSO DE MISTURA DA EMULSÃO MANUALMENTE Nas Figuras 18 (a,b) e 19 mostram o local e válvulas que são necessárias ser operadas para a realização do abastecimento do reservatório de emulsão para lubrificação da tira no laminador de encruamento, onde podemos verificar que o operador sofre os riscos ergonômicos por esforço físico para abertura e fechamento das válvulas gavetas e também riscos de fadiga física por exposição a temperaturas elevadas na sala de óleo do laminador de encruamento. Podemos verificar também a grande distância percorrida para o abastecimento dos reservatórios o que demanda um desperdício de recurso humano para atividades que não agregam valor ao produto a ser produzido. Após o abastecimento do reservatório de emulsão o operador realiza as manobras inversas das válvulas gavetas para cessar o abastecimento do reservatório de emulsão. Figura 18 (a,b) : Válvulas gavetas de abastecimento de vapor, água e óleo. Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 46 Figura 19: Reservatório de emulsão Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 5 ANÁLISE DAS PERDAS DE EMULSÃO POR CONCENTRAÇÃO ACIMA DA PERMITIDA Neste caso verificamos a necessidade de após o abastecimento manual do reservatório de emulsão, o operador deve coletar uma amostra da emulsão e se deslocar até o laboratório de análise de emulsão e verificar se a concentração da emulsão está dentro dos parâmetros estabelecidos para o processo de lubrificação da tira no laminador de encruamento que deve estar entre 3 a 9 % de óleo na emulsão. Se este valor ficar acima dos parâmetros estabelecidos o operadordeve retornar a sala de óleo e realizar o descarte de parte desta solução para que o nível do reservatório abaixe e possa ser adicionada água na emulsão para abaixar o percentual de concentração, este desperdício gera um custo em torno de R$ 120.000,00 anual em média com o descarte de solução e desvio de material por manchas de solução. Após um novo abastecimento deverá ser retirado a amostra e realizar a análise no laboratório para checar o nível de concentração da emulsão. 47 Figura 20: Válvula de descarte de emulsão Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 6 ANÁLISE DAS OPERAÇÕES EXECUTADAS PELO OPERADOR DA SALA DE LUBRIFICAÇÃO No posto em questão foi observado que o operador, (neste caso é necessário um por turno), o que resulta em cinco operadores para executar estas tarefas que se resumem a controlar os níveis dos reservatórios de água, de óleo e o de emulsão. Estas tarefas se fazem necessárias para garantir a qualidade do produto final que é produzir chapas de aço encruadas sem defeito superficial e com a dureza necessária para a aplicação dos clientes. Além de se deslocarem constantemente da cabine de operação do laminador conforme (Figura 21) abaixo, onde é controlado o processo os mesmos desprendem 50% do seu tempo para executar está tarefa de abertura e fechamento de válvulas gavetas em um ambiente nocivo a segurança 48 Figura 21: Cabine de operação do laminador de encruamento Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores O operador se desloca duas vezes durante seu turno normalmente para realizar este abastecimento e verificação da concentração da emulsão, onde a prática repetitiva desta atividade de abertura e fechamento de válvulas gaveta se torna um agravante na sua ergonomia, até mesmo pelo esforço gerado na abertura destas válvulas e também o posicionamento físico no equipamento em questão e também pelo seu deslocamento do seu posto de trabalho até a sala de lubrificação conforme ilustra as figuras a seguir: 1ª Escada de acesso à sala de lubrificação: Figura 22: 1º Deslocamento Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 49 2ª Escada de acesso à sala de lubrificação Figura 23: 2º Deslocamento Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 3ª Escada de acesso à sala de lubrificação Figura 24: 3º Deslocamento Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 50 4ª Escada utilizada para acessar o local onde fica localizado o reservatório de emulsão Figura 25: 4º Deslocamento Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 5º Reservatório onde é coletada a amostra da emulsão para análise Figura 26: 5º Deslocamento Fonte: CSN (2017), adaptada pelos autores 51 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1 INSTALAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE DO PROCESSO Foi proposto para realizar o controle do processo de abastecimento de água e óleo no reservatório de emulsão do processo de lubrificação da tira no laminador de encruamento os seguintes equipamentos: 7.1.1 Reservatório de água Para realizar o controle de temperatura foi instalado um PT -100 (Figura 27) para controle de temperatura (60ºC). Figura 27: Transmissor de temperatura aplicado Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores. Que transmite informação para a válvula de vazão de vapor tipo ON/OFF (Figura 28) que atua aberta quando a temperatura atinge o range inferior de 50,9ºC e atua fechada quando a temperatura atinge o range superior a 70ºC. 52 Figura 28: Válvula controladora de temperatura Aplicada Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Para realizar o controle de abastecimento do tanque de água foi instalado um sensor de nível de pressão diferencial (Figura 29), Figura 29: Sensor de nível por pressão diferencial instalado Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 53 Que acoplado a um transdutor (Figura 30), Figura 30: Transdutor do sensor de nível Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Transfere informação para a válvula de vazão tipo ON/OFF (Figura 31), que atua aberta quando o nível do tanque atingir 50% de sua capacidade e atua fechada quando o range superior atinge 100%. Figura 31: Válvula controladora de vazão de água aplicada Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 54 7.1.2 Reservatório de óleo Para realizar o controle de temperatura foi instalado um PT -100 (Figura 32) para controle de temperatura (40ºC) Figura 32: Transmissor de temperatura aplicado Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Transmite informação para a válvula de vazão de vapor tipo ON/OFF (Figura 33), que atua aberta quando a temperatura atinge o range inferior de 31,9ºC e atua fechada quando a temperatura atinge o range superior a 50ºC. Figura 33: Válvula controladora de temperatura aplicada Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 55 Para realizar o controle de abastecimento do tanque de óleo foi instalado um sensor de nível de pressão diferencial (Figura 34) Figura 34: Sensor de nível por pressão diferencial instalado Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Que acoplado a um transdutor (Figura 35) Figura 35: Transdutor do sensor de nível Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 56 Transfere informação para a válvula de vazão tipo ON/OFF (Figura 36), que atua aberta quando o nível do tanque atingir 59,9% de sua capacidade e atua fechada quando o range superior atinge 100%. Figura 36: Válvula controladora de vazão de óleo aplicada Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 7.1.3 Reservatório de emulsão Para realizar o controle de temperatura foi instalado um PT -100 (Figura 37) para controle de temperatura (55 a 65ºC) Figura 37: Transmissor de temperatura aplicado Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 57 Transmite informação para a válvula de vazão de vapor tipo ON/OFF (Figura 38), que atua aberta quando a temperatura atinge o range inferior de 59,9ºC e atua fechada quando a temperatura atinge o range superior a 70ºC. Figura 38: Válvula controladora de temperatura aplicada Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Para realizar o controle de abastecimento do tanque de emulsão foi instalado um sensor de nível de pressão diferencial (Figura 39) Figura 39: Sensor de nível por pressão diferencial instalado Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 58 Que acoplado a um transdutor (Figura 40) Figura 40: Transdutor do sensor de nível Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Transfere informação para a válvula medidora de vazão de água tipo engrenagem (Figura 41), que atua quando o nível do reservatório de emulsão atingir 60% de sua capacidade e se fecha quando o range superior atinge 100%. Figura 41: Válvula medidora de vazão de água aplicada Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 59 Está válvula de medidora de vazão de água está ligada a um transdutor (Figura 42) Figura 42: Transdutor da válvula medidora de vazão de engrenagem Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Que manda informação para válvula medidora de vazão de óleo (Figura 43) Figura 43: Válvula medidora de vazão de engrenagem Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Para que a mesma possa controlar através de um inversor de frequência a velocidade da bomba tipo parafuso (Figura 44), onde se realiza o controle de concentração da emulsão. 60 Figura 44: Bomba de óleo tipo parafuso Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Pois através da diferença de vazão de água 1,535m³/h pela vazão de óleo 0,635m³/h, temos a concentração correta da emulsão que deverá ser aplicada no laminador. 7.2 INSTALAÇÃO DO CONTROLE DOS PARÂMETROS DO PROCESSOFoi proposto para realizar o controle dos parâmetros do processo de abastecimento de água e óleo no reservatório de emulsão do processo de lubrificação da tira no laminador de encruamento, utilizando um CLP (Controlador Lógico Programável) em conjunto com o sistema supervisório, onde proporciona um controle total dos equipamentos instalados na sala de lubrificação pelo operador localizado na cabine de operação (Figura 45) 61 Figura 45: Cabine de operação do laminador de encruamento Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores O sistema é totalmente interativo do tipo toque na tela o que facilita em sua totalidade o monitoramento e o controle dos equipamentos como mostra abaixo a figura da tela principal de operação da sala de lubrificação (Figura 46) Figura 46: Tela do sistema de controle dos parâmetros de processo Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 62 Nesta tela estão disponíveis todas as informações necessárias a operação da sala de lubrificação, como temperatura dos reservatórios, nível dos reservatórios, vazão em cada sistema. Este sistema possibilita a verificação das informações de set point das variáveis e também permite o seu ajuste na própria tela do monitor (Figura 47), o que facilita se houver qualquer necessidade de alteração dos parâmetros de processo. Figura 47: Tela indicando o possível ajuste do set point da temperatura reservatório de emulsão Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Na tela de controle podemos controlar todo processo desde da adição de água e óleo nos respectivos reservatórios até a aplicação da emulsão na tira. Está é controlada por uma válvula de controle de vazão ON/OFF que está regulada para 2,35m³/h, com uma pressão também 63 controlada por uma válvula de controladora de pressão regulada para 4,5kg/cm² como mostra a (Figura 48). Figura 48: Tela indicando o monitoramento da aplicação de emulsão na tira Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores 64 8 CONCLUSÃO Com o objetivo de se manter os parâmetros definidos de qualidade da emulsão foram atingidos aplicando os equipamentos e software que permite o controle automático da sala de lubrificação. Contudo os ganhos não ficaram apenas na garantia de qualidade da emulsão para o processo de encruamento de tiras, podem-se citar outras melhoras importantes com automatização, como por exemplo. O operador não necessita se deslocar a sala de lubrificação duas vezes ao turno para realizar as manobras das válvulas e coletar para análise amostra da emulsão, onde a melhora dos aspectos ergonômicos pôde ser observada pelo conforto gerado para o operador e também pela eliminação da exposição do mesmo a um ambiente com temperaturas elevadas. Podemos notar que com o atual controle automático dos equipamentos a concentração da emulsão permanece sempre dentro dos parâmetros de processo eliminando assim a necessidade do descarte de emulsão, gerando uma redução de custo de R$ 120.000,00 ao ano na média, conforme gráfico 01 abaixo que demonstra a evolução do consumo de óleo antes da instalação do controle automatizado e depois do controle instalado que ocorreu em 2019. 65 Gráfico 1: Indicador de consumo de óleo Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores Com a economia de tempo gerada pela implantação da automatização, os desperdícios de tempo que ocorriam a cada turno com os operadores se deslocando ao 2º andar inferior, onde foi possível deslocar um operador de cada turno no que resulta em cinco operadores para outras atividades dentro da fábrica, gerando assim uma produtividade de mão de obra para produzir as bobinas encruadas. Neste caso pode se observar que o índice que mede a produtividade por homem do laminador de encruamento antes da automatização estava em média anual em 988 toneladas por homem e atualmente este índice se encontra na média anual em 1034 toneladas por homem, o que representa um aumento de produtividade em torno de 4,65%, conforme demonstrado no gráfico 02 abaixo a evolução das toneladas por homem produzido no laminador de encruamento aumentando após a instalação da automatização da sala de óleo. 66 Gráfico 2: Indicador Tonelada Produzida por Homem Fonte: CSN (2023), adaptada pelos autores As oscilações presentes no gráfico 02 acima se devem a quantidade de demanda de produção para o laminador que varia de acordo com a carteira de produção negociada com a área comercial da SIDERÚRGICA. Pode-se notar que após a implantação da automatização do sistema de lubrificação da tira, todos os operadores se mostraram satisfeitos pela melhora da condição de trabalho e alertando aos inspetores de manutenção qualquer anomalia que o sistema apresente para que seja normalizado de imediato, para não retornarem a antiga condição de controle da emulsão. Foram criadas atividades de manutenção preditiva e manutenção preventiva para manter o sistema sempre em condições de operação no modo automático, o que garante a qualidade do processo e o aumento da vida útil dos ativos da empresa. 8.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Com a implantação da automatização e seu funcionamento durante 12 meses, surgiram algumas novas sugestões para serem aplicadas neste sistema de controle dos parâmetros de processo. 67 Verificamos que a válvula de vazão que controla a emulsão aplica nos chuveiros da cadeira de laminação são do tipo ON/OFF e com isso não existe controle para diminuir a aplicação de emulsão na tira a ser laminada na aceleração do laminador no início do processo de encruamento da bobina e também na desaceleração no final da bobina, em todo o tempo que o sistema está com a válvula acionada está com uma vazão de 2,35m³/h. Como toda emulsão que se aplica na tira não é reaproveitada há uma oportunidade de melhoria no sistema que implicara na redução de custo no processo de laminação. Estamos sugerindo a instalação de válvulas de vazão proporcionais que serão acionadas proporcionalmente com a velocidade de laminação, com isso somente será aplicada emulsão suficiente para lubrificação da tira em todo o processo. 68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAASS, W. S.; Automação de um forno para tratamento de chapas com controle via CLP e sistema supervisório. 2000. 99f. Relatório de estágio. Graduação. Universidade Regional de Blumenau. Blumenau: 2000 Harold E. Soisson; Instrumentação Industrial. Hemus Livraria, Distribuidora e Editora S.A. – Curitiba – PR: 2002. SILVEIRA, P.R.; SANTOS, W. Automação e controle discreto. Érica. São Paulo: 1999. ROSÁRIO, J. M.; Princípios de Mecatrônica. São Paulo. Pearson: 2005. GEORGINI, M.; Automação Aplicada: Descrição e implementação de sistemas seqüências com PLC´s. Erica, São Paulo: 2005. http://pt.wikibooks.org/wiki/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos/Classifica%C3%A7%C3%A3o_ dos_medidores_de_n%C3%ADvel (Mecânica dos fluidos/Classificação dos medidores de nível) http://www.ece.ufrgs.br/~jmgomes/pid/Apostila/apostila/node6.html (controle de malha fechada) http://www.emeco.com.br/prod_categoria.asp?categoria=Tipo%20B%C3%B3ia (fornecedor de boia para tanque de mistura) CURSO DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL FUMEP – Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba (apostila) MOURÃO, Marcelo B.; GENTILE, Erberto F. - Introdução à Siderurgia - São Paulo: ABM,2007. http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/1127_1441_01.pdf http://www.inspetordeinstrumentacao.com.br/biblioteca/Valvula%20Controle%205a.pdf Control Valve Handbook 3rd edition – Fisher Controls International. Marshalltown, Iowa- USA, 2001 Catálogos e Manuais de Válvulas de Controle tipo Globo – Masoneilan, 2004. Catálogos e Manuais de Válvulas de Controle
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