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Hipertensivas A expressão “pressão arterial (PA) acentuadamente elevada” deve ser utilizada para os pacientes que chegam ao pronto-socorro (PS) com PA muito elevada e que não apresentam riscos de eventos cardiovasculares em curto prazo muito maiores do que hipertensos não controlados acompanhados ambulatorialmente. Alguns autores consideram um nível de PA diastólica maior que 120 mmHg como parte da definição; entretanto, o nível da PA tem importância secundária, uma vez que podemos ter lesão aguda de órgãos-alvo com pressões diastólicas menores que 120 mmHg, particularmente nos indivíduos que não são hipertensos crônicos, como na eclâmpsia e nas glomerulonefrites agudas. Hipertensos crônicos não tratados, por sua vez, podem apresentar pressões diastólicas maiores que 120 mmHg sem nenhum sintoma ou evidência de lesão aguda em órgãos-alvo. A HAS é predominante em mulheres, entretanto, as emergências hipertensivas são predominantes em homens. • Hipertensão Leve: controlada com uma única medicação. • Hipertensão Moderada: controlada com 2 medicações. • Hipertensão Grave: controlada com 3 ou mais medicações. A história deve incluir: • Duração e gravidade da hipertensão previamente existente. • Presença de lesão prévia de órgão-alvo (insuficiência cardíaca, doença coronariana, insuficiência renal, doença cerebrovascular). • Uso de medicações anti-hipertensivas, grau de aderência ao tratamento e controle da PA. • Uso de outras substâncias como simpaticomiméticos ou drogas ilícitas. • Presença de sintomas específicos sugerindo comprometimento de órgãos-alvo: dor torácica (isquemia miocárdica ou dissecção de aorta), dorsalgia ou lombalgia (dissecção de aorta), dispneia (insuficiência cardíaca), sintomas neurológicos focais, cefaleia, convulsões e alterações do nível de consciência. O exame físico deve incluir: • Aferir a PA nos dois braços. • Aferir a PA com o paciente deitado e em pé (se possível). • Os pulsos devem ser verificados: em membros superiores e inferiores. • Procurar sinais de insuficiência cardíaca (IC): taquipneia, estase jugular, crepitações pulmonares, B3, ictus desviado, hepatomegalia, edema de membros inferiores. • Procurar sinais de dissecção de aorta: como pulsos assimétricos, medidas significativamente diferentes da PA nos dois braços, sopros cardíacos e abdominais, massas pulsáteis. • Exame neurológico: deve avaliar o nível de consciência e orientação, sinais de irritação meníngea, campo visual e sinais neurológicos focais, além do exame de fundo de olho. Pseudocrises hipertensivas são situações nas quais o aumento acentuado da PA é desencadeado por dor (cólicas, cefaleia, fibromialgia), desconforto (tonturas, mal-estar), ansiedade, abandono do tratamento, ou por associação desses fatores. Esse grupo de pacientes é provavelmente o responsável pela maior procura por um pronto-socorro (PS) com PA acentuadamente elevada. Esses pacientes devem receber sintomáticos (analgésicos, antivertiginosos, benzodiazepínicos) e não anti-hipertensivos. A avaliação clínica deve ser feita pela PA acentuadamente elevada na vigência de queixas como cefaleia, tontura, dor torácica inespecífica, dispneia e exclusão de lesão de órgão-alvo ou risco de desenvolvimento dessas lesões a curto prazo. Conduta se baseia na solicitação de exames complementares, como MRPA (monitorização residencial da pressão arterial em 2 horários do dia por pelo menos 2 semanas, preferencialmente fazer em horários diferentes, variar os horários, uma vez que tem pacientes que fazem hipertensão no final do dia, tem pacientes que acordam hipertensos) ou MAPA (monitorização automática da PA), apenas com base na suspeita clínica. Esses pacientes devem ser avaliados minuciosamente para que não se dê alta hospitalar para doentes com emergência médica não suspeitada. A conduta terapêutica se baseia na medicação com sintomáticos e observação no PS com avaliação posterior. Urgências hipertensivas são situações em que existe risco potencial de lesão aguda de órgãos-alvo, como em pacientes que já apresentam alguma lesão prévia de órgão-alvo (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca) e que, portanto, apresentam risco maior de novas complicações em curto prazo na vigência de PA acentuadamente elevada (acima de 180x120mmHg). Em outras palavras, a urgência hipertensiva é o aumento de pressão acima de 180x120mmHg, mas sem sinais de lesão aguda de órgãos- alvo, isto é, a PA representa um risco, mas ainda não houve lesão aguda em órgão-alvo. A maioria desses pacientes tem antecedente de lesão prévia de órgão-alvo, com potencial risco de morte. A PA deve ser rapidamente confirmada com repetição da aferição. Na ausência de sintomas, uma redução gradual da PA é sugerida. O objetivo terapêutico é reduzir a PA para 160x100mmHg em várias horas a dias e controlar a PA em dias a semanas, ambulatorialmente. Tratamento - Hipertensao PREVIAMENTE TRATADA: Se o paciente já estava tratando, vou pensar em aumentar a dose ou associar com droga de outra classe, orientar a reintrodução das Terapia anti-hipertensiva agressiva Queda de PA abaixo do nível para manutenção da perfusão tecidual Risco de isquemias miocárdia ou cerebral medicações caso o paciente não seja aderente, fazer a adição de um diurético (se o paciente estiver congesto e HAS ou congesto e edemaciado → associar furosemida; se o paciente estiver só HAS → hidroclorotiazida) e reforço da necessidade de dieta hipossódica em pacientes com HAS piorada pela ingestão excessiva de sódio. Tratamento- Hipertensao Nao-Tratada: Deve-se considerar os riscos individuais do paciente com a persistência de hipertensão grave e riscos de isquemia miocárdica ou cerebrovascular com a redução rápida na PA. Tratamento Geral: Após a administração de uma dessas drogas, o paciente deve ser observado por algumas horas, até que uma redução de 20 a 30mmHg seja alcançada. Após isso, uma droga de ação prolongada deve ser prescrita e o paciente deve receber alta hospitalar com encaminhamento ambulatorial para seguimento em poucos dias. OBS: Os iECA podem proporcionar queda da PA relativamente prolongada, o que pode ser muito duradouro entre os pacientes com estenose de artéria renal unilateral hemodinamicamente significante. • Opções de Medicamentos: ➢ IECA: Captopril (age mais rápido do que o enalapril, mas possui meia vida mais curta), administra até 50mg de 8/8h, com dose máxima diária de 150mg. Outro representante desta classe é o Enalapril, administra inicialmente 10mg de 12/12h. Os efeitos colaterais dessa classe geralmente é tosse. ➢ BRA: Losartana, a dose habitual é de 50mg (1x ao dia ou de 12/12h) e a dose máxima é de 100mg, uma vez ao dia (normalmente na parte da manhã). ➢ Betabloqueadores: Propanolol, 40mg, normalmente 3 vezes ao dia, podendo chegar à dose máxima 80mg de 8/8h; pode gerar bradicardia (não cardiosseletivo, gera mais efeitos colaterais). Atenolol, 25 ou 50mg de 12/12h, ajuda na profilaxia de enxaquecas (não cardiosseletivo). Labetolol também faz parte dessa classe. O metoprolol e carvidilol são beta bloqueadores cardiosseletivos (possuem potencial de diminui pressão menor do que o propranolol) ➢ Bloqueadores de canais de cálcio: boa escolha para idosos (normalmente possuem hipertensão por conta da rigidez das artérias, em que a pressão sistólica é muito alta e a diastólica nem tanto) por ser vasodilatador. Anlodipino, 5 a 10mg de 12/12h. ➢ Agonista α2- adrenérgico: Clonidina (Atensina), faz com que a pressão abaixe bastante, mas costuma ter efeito rebote. ➢ Diurético de alça: Furosemida (Lasix), utilizado quando o paciente está caminhando para emergência hipertensiva (paciente com dispnéia – sinal de edema agudo) Introduçao: Emergências hipertensivas são situações com lesão aguda de órgãos- alvoe risco iminente de morte, que necessitam de redução imediata da PA (não necessariamente para níveis normais). Tais emergências devem ser tratadas preferencialmente com agentes anti-hipertensivos parenterais. Fisiopatologia: A fisiopatologia das emergências hipertensivas funciona da seguinte maneira: paciente já tem HAS grave, assim, quando não toma remédio ou come uma comida muito salgada sua pressão aumenta (desencadeando a crise hipertensiva), o que leva ao dano endotelial (em todos os órgãos – principalmente cérebro, rim, coração), isto é, machuca a camada interna dos vasos. Como consequência, ocorre a deposição de plaquetas e fibrinas, aumentando o risco de trombose intravascular, uma vez que tem uma perda maior da autorregulação vascular. Por conta dessa perda, ocorre a necrose fibrinóide arteriolar, ou seja, a artéria fica “exposta” com a pressão muito alta, faz força para conter a pressão fazendo necrose da parede do vaso, o que leva a isquemia do órgão-alvo. Essa isquemia faz com que ocorra liberação de mais substâncias vasoativas (principalmente angiotensina II, vasopresina e norepinefrina), aumentando ainda mais a pressão arterial e o dano endotelial. Essas substâncias também aumentam a vasoconstrição e a proliferação miointimal (as paredes das arteríolas ficam musculosas, e consequentemente rígidas), piorando a hipertensão. Lembrando que: FS (fluxo sanguíneo) = PP (Pressão perfusão) / RV (Resistência vascular), ou seja, o fluxo sanguíneo depende da pressão de perfusão e da resistência vascular. Há mecanismos da auto- regulação, que possuem a função de manter o fluxo sanguíneo quando a pressão sistêmica encontra-se reduzida e limitar a lesão vascular induzida pela pressão quando ela se encontra aumentada. OBS: Cada leito vascular específico varia em sensibilidade para um determinado aumento ou queda na PA. Os indivíduos normotensos usam de dilatação e contração do vaso de acordo com a PA média para manter constante o fluxo sanguíneo cerebral. Em pacientes hipertensos, por conta da proliferação da intima dos vasos e sua consequente rigidez, seu relaxamento é dificultado, não conseguindo vasodilatar e levando a níveis de pressão maiores mantendo o mesmo fluxo sanguíneo cerebral. Ou seja, uma pressão média de 100mmHg, por exemplo, em indivíduos normotensos leva a 50ml/100g per min de fluxo cerebral enquanto em hipertensos, leva ao fluxo cerebral de metade. Isso também ocorre nas coronárias, em que a curva de pressão/fluxo fica desviada, já que o indivíduo hipertenso passa a tolerar cada vez mais pressões mais altos e tolerar menos pressões mais baixas. Manifestaçoes Cliniças: • Retinopatia: interessante realizar exame de fundo de olho. É o extravasamento de sangue e de plasma (exsudatos algodonosos – manchas claras apontadas pelas setas na imagem abaixo) nos vasos da retina. Pode manifestar papiloedema, que é uma doença em que o aumento da pressão no cérebro ou em volta do cérebro faz inchar parte do nervo óptico dentro do olho. • No cérebro: importante pedir ressonância magnética e tomografia computadorizada de cérebro. Na imagem da esquerda (ressonância) mostra uma hemorragia intraparenquimatosa e na da direita (tomografia) uma hemorragia subaracnóidea Podem ocorrer infartos/isquemias lacunares, comuns em pacientes idosos com demência vascular. O paciente pode desenvolver um quadro agudo chamado de leucoencefalopatia posterior reversível, que se assemelha a AVC que se dá nas duas porções posteriores do cérebro e gera alteração do nível de consciência. Tende a se resolver entre 10-15 dias, se a pressão estiver controlada. Se difere de AVC por não ser resultado de obstrução vascular e ser simétrico. • Nefroesclerose maligna (necrose fibrinóide de capilares e arteríolas): ïmagem em casca de cebola”. Para evitar que a pressão alta chegue ao glomérulo, o rim faz vasoconstrição da arteríola aferente (a que leva sangue para o glomérulo). Quando a pressão está alta cronicamente, essa vasoconstrição ocorre constantemente, levando a hipertrofia dessa arteríola. Essa alteração é extremamente sugestiva de nefropatia hipertensiva. Diagnostiços Diferençiais: Abordagem ao Paçiente: • Hospitalização e repouso (preferencialmente em leito de UTI); • Acesso venoso profundo (não é necessário administrar drogas anti- hipertensivas em cateter venoso central, diferentemente de noradrenalina e epinefrina); • Monitorização da PA (pelo menos de 15 em 15 min); • Determinação do débito urinário e estado de volemia; • Nível de consciência (Glasgow de 2/2h); • Monitorização eletrocardiográfica Tratamento: Depende de 3 elementos importantes para determinar velocidade e magnitude da redução da PA: idade, tipo de emergência e estado volêmico. o Por exemplo, se a emergência hipertensiva possuir área de penumbra (AVC, IAM), deve-se diminuir a PA de forma mais lenta e em menor magnitude. o Se o paciente estiver hipervolêmico, o ideal é colocá-lo em estado volêmico adequado (diuréticos) antes de iniciar o tratamento com anti-hipertensivos ou, em caso de pressão muito alta, pode administrar diuréticos junto com os anti-hipertensivos (como no edema agudo de pulmão) o Se o paciente for idoso, deve-se diminuir a pressão mais lentamente. Se for jovem, pode-se diminuir mais rapidamente. Uma vez confirmada (ou com forte suspeita clínica) uma emergência hipertensiva, deve-se imediatamente iniciar o tratamento com agentes anti-hipertensivos parenterais. De maneira geral, considera-se que a PA deva ser reduzida em questão de minutos a uma hora nas emergências hipertensivas. A redução inicial não deve ultrapassar 20% a 25% da PA média inicial. Em termos práticos, não se deve reduzir de imediato a PA diastólica para menos de 100 a 110 mmHg. Para tanto, devem ser empregados agentes anti-hipertensivos de uso parenteral, com monitorização constante da PA (se possível, monitorização invasiva). As características dos anti-hipertensivos parenterais são: • Nitroprussiato de sódio: um composto de baixo peso molecular, lipofílico, fotossensível, não proteináceo, que tem sido usado no tratamento das crises hipertensivas por mais de trinta anos. É um potente vasodilatador de curta ação (meia-vida de dois a três minutos), necessitando de infusão intravenosa contínua. Age tanto no território de resistência arteriolar como no sistema venoso de capacitância. Mediante a interação do nitroprussiato com grupos sulfidrila das hemácias e da parede vascular há liberação dos íons cianeto e do grupo óxido nítrico; este último age como vasodilatador direto. Tais ações resultam em redução da resistência periférica sem aumentar o retorno venoso. Dessa forma, pela redução da pré e da pós-carga, o nitroprussiato melhora a função ventricular esquerda em pacientes com IC e baixo débito cardíaco, e reduz o consumo miocárdico de oxigênio em pacientes com insuficiência coronariana. Inúmeros estudos mostram que o nitroprussiato é efetivo no tratamento de vários tipos de emergências hipertensivas. Entretanto, quando há síndrome coronariana aguda associada, a nitroglicerina deve ser usada preferencialmente. Em relação a emergências hipertensivas neurológicas, o nitroprussiato deve ser usado com cautela, pois em razão da vasodilatação venosa e arteriolar intracraniana há um aumento do volume intracraniano com consequente aumento da pressão intracraniana (PIC), associado a uma redução da pressão arterial média (PAM) por vasodilatação sistêmica, o que causa redução adicional da pressão de perfusão cerebral (PPC), podendo haver lesão cerebral isquêmica iatrogênica. Entretanto, seu uso em emergências hipertensivas neurológicas não é contraindicado, necessitando-se apenas de um controle da PA e do exame neurológico mais frequente. • Nitroglicerina: apresenta maior potênciavenodilatadora, embora não seja tão eficaz quanto o nitroprussiato para baixar a PA. Tem grande utilidade no tratamento do edema agudo de pulmão e em síndromes coronarianas agudas. Nessas situações, se não houver controle adequado da PA com nitroglicerina, deve-se associar o nitroprussiato. • Hidralazina: vasodilatador arterial, mais útil em grávidas. • Esmolol: β-bloqueador de ação ultracurta, com excelente perfil de segurança. Muito útil em dissecção de aorta, emergências neurológicas, embora tenha uso limitado em razão do alto custo do medicamento. • Metoprolol ou propranolol: amplamente disponíveis, são úteis em emergências cardiológicas e dissecção aguda de aorta. Hipert • Drogas Via Oral: ➢ Captopril e enalapril por VO, monitora a PA (10 em 10 min, ou no máximo de 30 em 30min) e tenta transferir o paciente para local com mais recursos. Limitações: início de ação lento, tempo de ação prolongado, dificuldade em controlar o grau de redução da PA. ➢ Opções fora do Brasil: captopril sublingual (25 mg) ou nifedipina sublingual (10 mg). Efetividade: reduzem substancialmente a PA dentro de 10 a 30 minutos em muitos pacientes. Riscos: eventos isquêmicos (por exemplo, angina pectoris, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral), devido a uma resposta hipotensora excessiva e descontrolada (Evita utilizar bloqueador de canal de cálcio por conta disto). Com o uso de ninfedipina (Bloqueador de canal de cálcio), o risco maior é no cérebro e no coração. Na emergência hipertensiva, ocorre liberação excessiva de catecolaminas e ao utilizar esse medicamento ocorre queda incontrolável da PA, levando a um desvio do fluxo sanguíneo devida vasodilatação excessiva. Quando ocorre redução muito rápida da PA, ocorre alteração no processo de auto-regulação cerebral, aumentando a contratilidade cardíaca, a frequência cardíaca e o trabalho cardíaco, agravando a isquemia no caso de um IAM. Essa alteração na auto-regulação cerebral também causa isquemia cerebral (AVC). Objetivo Terapeutiço: 1. Redução rápida da PA (PAD: 100 - 105 mmHg, em 2 a 6 horas; ↓ PAS não superior a 25 % do valor apresentando inicialmente, pela possibilidade de evento isquêmico). 2. Uma vez controlada a PA: iniciar terapia oral de modo a permitir uma redução gradual da PAD a 85 - 90 mmHg durante 2-3 meses, o que de início é frequentemente associada a uma pequena piora da função renal (normalmente transitória - 1 a 3 meses). OBS: o Suspensão da terapia anti-hipertensiva apenas se houver redução excessiva da PA. o Mudança da medicação: indicada se o declínio da função renal é temporalmente relacionado à terapia com um iECA ou BRA, que podem interferir na auto- regulação renal e produzir Insuficiência Renal Aguda em pacientes com estenose bilateral da artéria renal. Prognostiço: Mesmo com uma tratamento anti-hipertensivo otimizado: a maioria dos pacientes que tiveram hipertensão maligna ainda terão lesão vascular crônica e aguda, moderada a grave, e estão em risco permanente para doença coronariana, cerebrovascular e renal. A sobrevida global melhorou ao longo do tempo. Hipertensao Açelerada Maligna: Antigamente era classificado da seguinte maneira: • Hipertensão Acelerada: hipertensão acentuada e graves alterações no fundo de olho (hemorragias retinianas, exudatos), mas s/ papiledema. • Hipertensão Maligna: hipertensão acentuada c/ papiledema. Atualmente define-se Hipertensão Acelerada-Maligna como hipertensão acentuada c/ alterações no fundo de olho – retinopatia Graus III ou IV (c/ ou s/ papiledema, pelo prognóstico e necessidade de tratamento semelhantes). Também pode haver envolvimento renal, chamado nefroesclerose maligna. Incide em 1% dos hipertensos, 2 x mais frequente em homens. Em brancos: 80% associado a HAS secundária, principalmente se antes dos 30 anos. Em negros: 82% associado a HAS essencial, incluindo jovens. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS HA grave associada a: • Sintomas oftalmológicos: Turvação visual (55%), retinopatia grau III (s/ papiledema) ou IV (c/papiledema). Ocorre vasoconstrição, com espasmos dos vasos das arteríolas e edema de papila. • Sintomas gerais: Fraqueza (30%), astenia, mal-estar, fadiga, perda de peso. • Sintomas cardiovasculares: ICC (11%), falência de VE e doença coronariana. • Sintomas neurológicos: Cefaléia (85%), confusão, tontura, encefalopatia hipertensiva • Envolvimento renal: Noctúria (38%), hematúria, proteinúria nãonefrótica a uremia progressiva (Cr > 2,3mg/dL em 31%). HISTÓRIA E EXAME FÍSICO Devem ser buscados ativamente sinais de comprometimento de múltiplos órgãos- alvo, que podem deteriorar rapidamente. OBS: Pesquisar hipotensão postural, pois: DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE PAPILOEDEMA • Anormalidades bilaterais: aumento da pressão intracraniana, pseudopapiledema, problemas na papila relacionados ao diabetes, outros problemas relacionados a hiperviscosidades e toxinas • Anormalidades unilaterais: não pensa-se em doenças orgânicas e sim localizadas – isquemia do nervo ótico, neurite, papilite. NEFROESCLEROSE ARTERIOLAR RENAL “Imagem em casca de cebola”. É vista a arteríola aferente com necrose hialina (fibrinóide) próxima ao glomérulo (a arteríola está sendo apontada pela seta). A necrose fibrinóide da arteríola aferente gerará nefroesclerose maligna, isquemia do glomérulo, fazendo com que este glomérulo “morra”, ativando o sistema renina angiotensina aldosterona, aumentando ainda mais a pressão, gerando um efeito cascata que pode evoluir com insuficiência renal (tanto crônica quanto aguda) EXAMES COMPLEMENTARES • Exames gerais: hemograma, U, Cr, Na, K, Mg, Ca, U, Cr, Gli, Urina 1, ECG • Marcadores de hemólise: Bili indireta, DHL, reticulócitos, esquizócitos, haptoglobina (anemia micro-angiopática é comum) • Outros exames guiados pelas suspeitas clínicas. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Todas as condições associadas à crises hipertensivas, com lesão de órgãos- alvo, além de condições que podem simular (condições que geram vasoconstrição), tais como: • crises adrenérgicas (cocaína e simpaticomiméticos), • sindrome de abstinência graves, • crises de feocromocitoma (tumor que gera aumento de pressão por conta de secreção de hormônios) • síndrome neuroléptica maligna. TRATAMENTO • HAS s/ complicações: pode ser tratada como uma urgência hipertensiva, com medicações VO e metas de redução de PA em 24 a 48 hs. • HAS graves, com acometimento de vários órgãos e sistemas: deve ser tratada como uma emergência hipertensiva, com droga EV (nitroprussiato, p. ex.), com meta de redução de 20 a 25 % da PAM inicial em 1 a 2 horas, sem PAD < 100 a 110mmHg • Se associado a IAM: considerar beta-bloqueador, entre outras medidas o Se edema agudo pulmonar: associar furosemida, morfina, oxigênio, nitroglicerina e considerar VNI. • Se uremia: considerar a hipótese de diálise de urgência. OBS: comum ↑ da creatinina após controle de PA. Ençefalopatia Hipertensiva: Síndrome cerebral orgânica aguda causada por aumento intenso e rápido da PA e consequente falência do mecanismo de auto- regulação vascular cerebral. Tríade clássica: Ou seja, para realizar esse diagnóstico, é necessário realizar exame de fundo de olho. Havendo essa tríade, deve-se pensar se o paciente sofreu um AVC (principalmente isquêmico), devendo realizar ressonância/ TC na fase aguda para descartar AVC hemorrágico e realizar tomografia após 2 dias (AVCi somente apresenta alterações radiológicas após um certo tempo). • Em ∆ normotensos: quadro mais agudo e intenso, com elevações moderadas da PA (PAM>130–140mmHg) - glomerulonefrite aguda, pré- eclâmpsia, eclâmpsia, p. ex. • Em ∆ hipertensos: (a maioria): quadro subagudo, com elevação importante da PA (PAM>170-180mmHg), geralmente com HAS nãocontrolada.FISIOPATOLOGIA Essas alterações possuem relação com a capacidade fisiológica do organismo responder a crise hipertensiva: QUADRO CLÍNICO PA acentuadamente elevada associada a: • Alteração do nível de consciência: aguda ou subaguda - Ansiedade/agitação; Letargia; Confusão mental; Desorientação; Cefaléia; Convulsões • Alterações visuais: desde Turvação visual até amaurose; Retinopatia; Papiledema • Outros: Déficits neurológicos focais transitórios; Náusea e vômitos Condições geralmente associadas à HAS/ encefalopatia hipertensiva: Insuficiência renal; Terapia imunossupressora; Uso de eritropoetina; PTT; Eclâmpsia EXAMES COMPLEMENTARES • Exames gerais: HMG, U, Cr, Na+, K+, Mg++, Ca++, Urina 1, AP, TTPA • ECG • Rx tórax o TC de crânio ou idealmente RM de crânio ACHADO CARACTERÍSTICO - À neuroimagem: Leucoencefalopatia posterior reversível (LPR) Acometimento predominante da substância branca parieto- occipital bilateral. Mais bem observadas na RM (áreas puntiformes ou confluentes de sinal aumentado na densidade de prótons e T2) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Doenças cerebro-vasculares: AVCi, AVCh, HSA, Vasculites • Tumores • Encefalopatias Imagem com difusão (DWI) auxilia na distinção de LPR do AVC de a. basilar. Edema vasogênico é normalmente visualizada como um sinal hipo ou isointenso (às vezes um pouco hiperintenso em T2) e aumento do sinal no coeficiente de difusão aparente (ADC): TRATAMENTO • Proteção de vias aéreas, monitorização, oxigênio, acesso venoso • Reduzir a PAM 20-25% na 1-2 h • Não reduzir a PAD abaixo de 100 mm Hg o Cuidado com as reduções rápidas e exageradas, principalmente em pacientes idosos (risco de isquemia) • Se houver alterações neurológicas durante o tratamento elevar a PA • OPÇÕES: o Reduzir a pressão arterial: Nitroprussiato, Labetalol o Se convulsões: Benzodiazepínicos, Fenitoína Disseççao Aguda de Aorta: A dissecção de aorta é classificada em tipo A, se envolve a aorta ascendente, e tipo B, se não a envolve. Em geral, as dissecções proximais (tipo A) ocorrem em indivíduos que apresentam anormalidades do colágeno (por exemplo: síndrome de Marfan), e as dissecções distais (tipo B) em indivíduos com HAS de longa data. As dissecções do tipo A respondem melhor ao tratamento cirúrgico, enquanto as do tipo B, ao tratamento clínico, embora ambas devam ser estabilizadas clinicamente de início. ACHADOS CLÍNICOS O quadro clínico é muito variável, mas deve ser suspeitado na presença de: • Dor torácica grave de início agudo. • Localização: quase sempre anterior (retroesternal), irradiando-se frequentemente para o dorso (interescapular inicialmente) e algumas vezes para o abdome. • Sintomas adrenérgicos (palidez, sudorese intensa, taquicardia etc.). • Outros sintomas: síncope, sintomas neurológicos focais, sinais de isquemia em outros órgãos, insuficiência cardíaca, tamponamento cardíaco e paraplegia sugerem já uma complicação da dissecção. EXAME FÍSICO • O paciente parece estar em choque, mas a PA quase sempre está elevada. • Os pulsos podem apresentar-se assimétricos e a PA medida em ambos os braços pode apresentar diferença significativa (> 30 mmHg da PA sistólica). • Pode-se ouvir sopro de regurgitação aórtica, bem como podem ser encontrados sinais de tamponamento cardíaco e de derrame pleural. • Achados de complicações da dissecção: déficits neurológicos variáveis, isquemia de extremidades etc. Exames complementares • Colher exames gerais (hemograma, eletrólitos, função renal, estudos de coagulação, urina tipo I, enzimas cardíacas e outros, conforme avaliação clínica). • ECG: pode mostrar sinais de hipertrofia ventricular esquerda decorrente da HAS crônica; pode ser normal ou pode eventualmente mostrar anormalidades agudas, predominantemente da parede inferior, se a dissecção envolver o óstio coronariano direito. Cuidado com elevação do segmento ST em parede inferior; eventualmente, pode ser uma dissecção de aorta. • RX de tórax: muitas vezes mostra um alargamento de mediastino (inespecífico) e um contorno aórtico anormal, podendo ser encontrados sinais de derrame pericárdico e pleural. DIAGNÓSTICO DE DISSECÇÃO ■ Ecocardiograma transtorácico: também pode ser utilizado, porém apresenta uma sensibilidade menor (75% para dissecções do tipo A e apenas 40% para dissecções do tipo B). ■ Ecocardiograma transesofágico: especialmente útil em pacientes na sala de emergência (sensibilidade de 98%). ■ Tomografia helicoidal: as mais novas TCs (já disponíveis no pronto-socorro do Hospital das Clínicas) conseguem excelente acurácia e, sobretudo, rapidez na execução (< 1 minuto). ■ Ressonância: apesar da excelente acurácia, exige deslocamento do paciente e tempo de execução maior que os outros exames. TRATAMENTO CLÍNICO • Suporte clínico: monitorização, oxigênio, acesso venoso e coleta de sangue. • β-bloqueador: a meta é deixar a frequência cardíaca < 60 bpm, se tolerado. Prescrever metoprolol (5 mg) IV em três a cinco minutos; no caso de dissecção, a dose máxima será aquela que consegue β- bloquear. A redução da frequência cardíaca e do inotropismo são essenciais no manejo de dissecção aguda (se houver contraindicação ao β-bloqueador, pode-se prescrever verapamil IV ou diltiazem IV). • Redução da PA: redução ao menor valor tolerado pelo paciente; se possível, deixar a PA sistólica próxima de 100-110 mmHg: para isso, prescrever o nitroprussiato de sódio; iniciar em 0,3-0,5 µg/kg/minuto com aumentos de 0,5 µg/kg/minuto a cada três a cinco minutos. • Morfina: doses de 2 a 4 mg IV, até se atingir uma analgesia adequada. Interrupçao Abrupta de Terapia Anti-hipertensiva: • Drogas mais comuns: bloqueador simpático de curta duração (como a clonidina, metildopa ou propanolol) • Quadro clinico: hipertensão grave até isquemia coronariana. • Mecanismo: “upregulation” dos receptores simpáticos. • Tratamento: ✓ Readministração da droga descontinuada ✓ Se necessário, nitroprussiato, fentolamina, ou labetalol (transitoriamente). Aumento Agudo da Atividade Simpatiça: • Sinais e sintomas: crise hipertensiva, taquicardia, palpitações, sudorese, palidez, cefaléia, ansiedade e midríase. • Causas: ✓ Interrupção de drogas (clonidina ou metildopa) ✓ Feocromocitoma ✓ Disfunção autonômica, como na síndrome de Guillain-Barré ou pós-lesão da medula espinhal ✓ Uso de drogas simpatomiméticas (anfetamina, efedrina, fenilefrina, cocaína, anfetaminas, fenciclidina) ✓ Combinação de um inibidor da MAO (monoamina oxidase) e a ingestão de alimentos que contêm tiramina (como a maioria dos queijos fermentados, defumados ou embutidos, champanhe e abacates) – declínio do metabolismo intestinal da tiramina induzido pelo iMAO, seguido pelo aumento da absorção da tiramina e subsequente liberação das catecolaminas endógenas induzida pela tiramina. Caso 1: - Perguntar ao paciente se está com a medicação em dia, caso não esteja é preciso apenas medicar com o remédio correto (enalapril por ex) - Interessante ser encaminhado para a emergência - Hipertenso crônico sem sinal de lesão de órgão-alvo → medicamento VO e verificar a pressão novamente, esperar chegar no nível adequado 160/100 → sem necessidade de investigação - IR crônica é lesão de órgão alvo, mas é crônica e não aguda, assim, deve ser decorrente da HAS Caso 2: - Consta que o paciente tem papiledema - Nesse caso, é preciso fazer a medicação - Medicação hipertensiva EV: nitroglicerina (tridil → age nos receptores alfa, vasodilatador e coronáriodilatador → efeito colateral: cefaleia) e o nitroprussiato (nipride → vasodilatador arterial e venodilatador → diminui a pré-carga → se em altas doses por muito tempo pode intoxicar o paciente com tilcianato) **Se o paciente está apenas com dor torácica uso o tridil, setiver outra coisa dou o nipride** - Nitroglicerina é o tridil, é medicamento chamado de vasodilatador porque dilata os vasos sanguíneos do corpo, utilizado para baixar a pressão arterial, melhorar a circulação do sangue no coração em casos de dor no peito, infarto do coração ou insuficiência cardíaca - Nitroprussiato é o nipride, é um potente vasodilatador bastante eficaz em emergências hipertensivas e no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca aguda descompensada, age tanto em arteríolas, diminuindo a resistência vascular periférica, quanto em vênulas, diminuindo o retorno venoso - O Isordil também é um nitrato, porém é via sublingual e de ação rápida, é melhor coronário dilatador que anti-hipertensivo, por isso não é a melhor escolha como anti-hipertensivo - Monocrodil é um nitrato via sublingual de ação lenta, normalmente combinado com hidralazina → hipertenso + insuficiente renal - Papiledema consegue ser visto no fundo de olho, precisa ver se é bilateral, entende que tem dilatação do nervo óptico e indica uma provável hipertensão intracraniana - Apresenta lesão de órgão alvo pela dor de cabeça (a pressão subiu pela dor de cabeça ou a cabeça está doendo pelo aumento da pressão?) - Pressão alta + Pressão Intracraniana → precisa do controle adequado da pressão 180/100mmHg ou 160/100mmHg seja a lesão hemorrágica ou isquêmica → ideal entrar com nitroprussiato (nipride), encaminhar para TC de crânio sem contraste - Se tiver lesão cerebral pode ser isquêmica ou hemorrágica, se for isquêmica tem uma área isquêmica central e uma área mal perfundida e se diminuir muito a pressão aumenta a isquemia (área de penumbra) → por isso em um AVCi o aumento da pressão é uma forma do corpo se proteger desse mecanismo de aumento da isquemia - Se fosse uma lesão cerebral hemorrágica, vai precisar diminuir a pressão, fazer vasoconstrição, por isso se o paciente estiver em AVC hemorrágico não posso baixar muito a pressão - Nesse caso, é preciso fazer o exame de imagem craniana para poder definir a conduta, com a TC consegue excluir hemorragia - Se o paciente tem quadro clínico de AVC e fez uma TC sem alterações, pensa em AVC isquêmico → na maior parte das vezes faz a TC, estabiliza o paciente, mantém na UTI e após 48hrs faz a TC que irá revelar a área isquêmica - AVC na fase aguda é revelado pela RM - Um AVC isquêmico pode sofrer transformação hemorrágica Caso 3: - Paciente estava muito nervosa, nessa caso, a conduta adequada é prescrever um ansiolítica e um analgésico para a dor (buscopam + Diazepam – por exemplo) - Hipertensão de etiologia reacional - Se não melhorar com o medicamento, precisa de investigação (por ser jovem) e pode ser hipertensa - Hipertensão Arterial Sistêmica Primária: vasos rígidos, vasos contraídos, aumento da pressão → a própria hipertensão é a doença - Hipertensão Arterial Sistêmica Secundária: tem uma doença que provoca alguma alteração que leva a hipertensão, por isso tenho que tratar a doença de base **PRINCIPALMENTE SE NÃO TEM HISTÓRIA DE HIPERTENSÃO NA FAMÍLIA** - Doenças que podem levar a HAS secundária: hiperaldosteronismo, estenosa de artéria renal, insuficiência renal Caso 4: - Anti-hipertensivo sistêmico EV + TC de crânio (pode ter acontecido uma hemorragia subaracnoidal, hematoma subdural, AVC hemorrágico intraparenquimatoso, AVC isquêmico de tronco) 1. Feitosa-Filho GS, Lopes RD, Poppi NT, Guimarães HP. Emergências hipertensivas. Rev Bras Ter Intensiva. 2008; 20(3):305-312. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n3/v20n3a14.pdf 2. 7a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTEN SAO_A RTE RIAL.pdf 3. Martins, Herlon Saraiva e cols. Emergências Clínicas - Abordagem Prática - USP,11 a edição, Editora Manole, 2016, Cap. 29, 30 e 31. 4. Harrison e cols. Medicina Interna – Editora. Mc GrawHill,17a. edição, 2013. Cap. 247 (Doença vascular hipertensiva) 5. Medicina de Emergência: Abordagem Prática por Irineu Tadeu Velasco. 6. Resumos da Med http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n3/v20n3a14.pdf http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_A%20RTE%20RIAL.pdf http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_A%20RTE%20RIAL.pdf
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