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Antônio e Henrique celebraram contrato locação de imóvel em Belém, ficando ajustado o preço de R$ 2.000,00 a ser reajustado anualmente e definido o foro da comarca da capital do Pará para dirimir quaisquer conflitos. De forma abrupta após seis meses do contrato Henrique o locatário recebeu comunicação do locador que o aluguel seria majorado para R$ 2500,00 já no sétimo mês de vigência do contrato, em razão do aumento dos valores locatícios na cidade. Como estava na vigência do contrato Henrique notificou Antônio, manifestando a sua expressa discordância. Na data aprazada para pagamento do aluguel Henrique se dirigiu a residência de Antônio para o pagamento e este recusou o recebimento, argumentando que somente receberia e daria quitação se o pagamento fosse de R$ 2.500,00. Antônio procura você como advogado para buscar solução acerca da questão. (Fonte: FGV Projetos Exame XVII OAB - adaptada) Tendo em vista a recusa do credor em receber o pagamento do aluguel no montante pactuado entre as partes, a medida cabível para que o devedor exerça o seu direito de pagar é a consignação em pagamento. Tal instituto processual se pauta no fato da lei não apenas obrigar o devedor ao pagamento, como também lhe garantir o direito de pagar. Desta feita, não logrando êxito o devedor em se liberar da obrigação de pagar por recusa do credor, a ação de consignação aparece como sendo o meio pelo qual se extinguirá a obrigação, através do deposito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais. O pagamento em consignação possui previsão legal do art. 334 do Código Civil, e a ação de consignação em pagamento tem seus regramentos elencados a partir do art. 539 do Código de Processo Civil. Da análise do caso em tela, é possível visualizar que o locatário busca a majoração do aluguel fora da época adequada, de forma abrupta. Neste prisma, ante a discordância do locador em aceitar a majoração do aluguel fora de época, o credor se recusou à receber o pagamento do aluguel na data aprazada, argumentando que somente receberia o valor caso estivesse majorado. Com isso, em se tratando de situação locatícia, tem-se que o adequado é observar o disposto pela L8245/91, qual seja a Lei de Locações. Dito isso, é importante que se observe o art. 67 da referida Lei de Locações, que estabelece o necessário para a consignação do pagamento de aluguéis. Deve o locador, portanto, efetivar o deposito dos R$2.000,00 (dois mil reais) em até vinte e quatro horas, tendo em vista que a Lei de Locações determina prazos diferenciados em relação à regra geral do Código de Processo Civil. Caso as próximas prestações de aluguéis sejam igualmente recusadas pelo locatário, pode o locador consignar as vincendas no mesmo dia de seus respectivos vencimentos.
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