Prévia do material em texto
1 Prof. Douglas Agostinho Tempos e Métodos Aula 3 Conversa Inicial Caros alunos, bem-vindos a mais uma aula de Tempos e Métodos Finalizamos a aula anterior, deixando um trabalho para casa, no qual vocês deveriam realizar a cronometragem da montagem de 5 canetas, anotando o tempo de cada elemento Fizeram isso? Foi fácil? Conversa Inicial Assista ao vídeo a seguir e compare os resultados dele aos que você encontrou http://vod.grupouninter.com.br/2017/OUT/201702726.mp4 Na sequência da aula de hoje, veremos como analisar o ritmo de trabalho do operador, as concessões aplicadas sobre o tempo cronometrado e faremos o cálculo do tempo padrão Os seguintes temas serão abordados: 1. Avaliação de desempenho 2. Interrupções no trabalho 3. Tolerâncias concedidas 4. Conversão de tempos 5. Exercícios sobre o conteúdo Bons estudos! 2 Tema 1 – Avaliação de desempenho Quem tem melhor desempenho em uma prova de atletismo? Kaliva/Shutterstock Martin Good/Shutterstock Osain Bolt Mary Keitany Todo trabalho realizado pelo ser humano sofre alterações de ritmo por diversas causas, como: Falta de treinamento Excesso de confiança do operador Nervosismo Distração Fadiga Mal-estar Interferências externas, entre outros E como corrigir isso? Tranquilizar o operador Observar se o operador está treinado Verificar se o método usado leva à fadiga Influências externas Avaliar o desempenho do operador Christian Lagerek/Shutterstock Algumas técnicas usadas para se fazer avaliação de ritmo de trabalho: Sistemas de avaliação de desempenho Bedaux – padrões estabelecidos em “B” (minuto- padrão) – é avaliado o esforço; a habilidade, por meio de uma tabela de fadiga; e, com isso, um trabalhador normal deve realizar 60 “B”/ hora 3 Westinghouse – análise de 4 fatores que são avaliados individualmente (habilidade, esforço, condições e consistência) Avaliação sintética do ritmo – consiste em comparar o tempo cronometrado com valores tabelados Avaliação objetiva do ritmo – consiste em apenas avaliar a velocidade em relação a uma velocidade padrão, sem considerar demais dificuldades Avaliação do grau de rendimento (gr) – consiste em analisar o operador em todos os aspectos, concentrando sua avaliação na habilidade e no esforço Conceitos Habilidade – É determinada pela destreza e agilidade Esforço – Intensidade com a qual o trabalhador procura superar as dificuldades Obs.: Aplicando o grau de rendimento (gr) sobre o tempo cronometrado, teremos o tempo normalizado (Tn) * (novo termo) Tema 2 – Interrupções no trabalho Toda interferência no processo produtivo é considerada interrupção e deve ser muito bem avaliada pelo cronoanalista, levando em conta: A interrupção ocorreu em virtude da própria estrutura organizacional? Essa interrupção poderia ser evitada? 4 É uma interrupção inevitável, ou seja, inerente ao processo produtivo? Deve-se considerar como um elemento acíclico? As interrupções estão diretamente ligadas à: Manutenção corretiva Troca de ferramentas Regulagem ou aferição do equipamento Falta de material Falta de meios de fabricação Falta de energia Preparação do posto Manipulando EPI Arrumação do posto de trabalho Operador recebendo orientações, entre outros Obs.: O tempo incorporado à fabricação deverá agregar valor ao produto Tema 3 – Tolerâncias concedidas Toda e qualquer tarefa desenvolvida por um trabalhador gera gasto de energia e requer certo tempo de recuperação, o qual deve ser incorporado ao cálculo final do tempo padrão Essa recuperação é chamada de tolerância e divide-se em 3 tipos: Perdas pessoais (5% H 7% M) Interrupções inevitáveis ou perdas gerais (5%) Fadiga (biológica, fadiga- trabalho, neurossensorial – LER) – até 50% 5 Fadiga – é a que mais tem sido combatida nas empresas. Um estudo ergonômico é um grande aliado, pois busca a adaptação da máquina ao trabalhador, dando, assim, melhores condições ao ser humano Adwo Images/Shutterstock junrong/Shutterstock Evgeniy Zhukov/Shutterstock Kirk Wester/Shutterstock noomcpk/Shutterstock As porcentagens para cobrir a “fadiga” podem chegar a 50% Como visto, as concessões são feitas para se corrigir possíveis defasagens e deixar o tempo padrão o mais próximo da realidade possível Tema 4 – Conversão de tempos Como já visto: 1 dia = 24 horas ➔ 24h 1 hora = 60 minutos ➔ 60‘ 1 minuto = 60 segundos ➔ 60“ E agora veremos: 1 segundo tem quantos minutos? 1 minuto tem quantas horas? 1 hora tem quantos dias? 6 Como já visto: 1 dia = 24 horas ➔ 24h 1 hora = 60 minutos ➔ 60‘ 1 minuto = 60 segundos ➔ 60“ E agora veremos: 1 segundo tem quantos minutos? 1 minuto tem quantas horas? 1 hora tem quantos dias? Usando a regra de três simples, podemos responder às perguntas: 60 seg 1 min 1 seg X ➔ X = 1/60 = 0,0166 seg 60 min 1 hora 1 min X ➔ X = 1/60 = 0,0166 hora 24 horas 1 dia 1 hora X ➔ X = 1/24 = 0,0416 dia Vimos até o momento como avaliar o grau de rendimento, as interrupções que ocorrem no trabalho, assim como as concessões dadas sobre o tempo cronometrado. Veremos agora como aplicar tudo isso para se determinar o tempo padrão de produção de um determinado produto Supondo que após a preparação de um posto de trabalho e cronometragem, o tempo cronometrado foi de 1’ 30” (ou 1,5’), o grau de rendimento do operador observado pelo cronoanalista foi de 90%, as concessões para perdas pessoais foi de 5% e para perdas gerais 7%, pergunta-se: Estudo de caso a) Qual é o tempo padrão? b) Qual é a produção horária? c) Qual é a capacidade de produção desse produto em um turno de 8 horas? 7 Tempo padrão Tp – é o tempo normalizado (Tn) mais as concessões necessárias (perdas pessoais – Pp, perdas gerais – Pg) com isso temos: Tn = Tc * gr/100 ➔ 1,5 * 90/100 = 1,35’ Tp = Tn + Tn*%Pp + Tn*%Pg Tp = 1,35 + 1,35*5/100 + 1,35*7/100 Tp = 1,35 + 0,068 + 0,094 Tp = 1,51’ Produção horária – como o Tp = 1,51’, ou seja, cada peça é produzida nesse tempo: 1 peça 1,51’ x 60’ ➔ X = 60/1,51 = 39,7 Capacidade horária de 39,7 peças Produção em 1 turno de 8 horas – Prod. = 8 * 39,7 = 317 peças por turno Tema 5 – Exercícios sobre o conteúdo Se pensarmos na construção das pirâmides, nas empresas de cerâmica que existiam desde 800 a.C., concluímos que a atividade de produzir é realmente muito antiga, porém seu desenvolvimento era muito lento Na história do desenvolvimento da produção, ocorreu um fato marcante no século XVIII, entre os anos de 1765 e 1785, a partir do qual a aceleração do desenvolvimento iniciou-se e dura até os dias de hoje. Qual fato foi esse, onde ocorreu e qual foi o “pivô” desse fato? Considerando as terminologias usadas em Tempos e Métodos, responda: As descrições a seguir se referem a quais termos? É a porcentagem de tempo concedida ao executante para compensar pequenas esperas eventuais inerentes ao trabalho e para algumas tarefas de curta duração que se repetem ocasionalmente durante a jornada de trabalho 8 É a maneira como é executado o processo em relação à sequência dos movimentos usados pelo operador, o trajeto percorrido pelo objeto e outros fatores que influenciam no resultado do tempo e da distância percorrida É a soma dos tempos médios ou selecionados dos elementos da operação, após corrigidos ou nivelados pelo fator de atividade ou ritmo, que representa o tempo requerido de um operário qualificado Quando um operador, durante a realização de seu trabalho, apresenta uma habilidade considerada boa, ou seja, tem confiança em si mesmo, ritmo constante com raras hesitações. Em relação ao esforço, trabalha com constância e confiança e muito pouco ou nenhum tempo perdido (...) (...) O cronoanalista deve avaliar o ritmo de trabalhado desse operador, atribuindo a esse ritmo qual faixa de porcentagem de correção? Preencha esta tabela básica de conversão dehoras, minutos e segundos: Hora Minuto Segundo Hora 1 Minuto 1 Segundo 1 Depois de cronometrada determinada operação, o cronoanalista atribui 110% para o grau de rendimento do operador e concedeu as seguintes concessões: 5% para perdas pessoais e 35% para perdas gerais, pois se tratava de um trabalho em ambiente sob altas temperaturas e a fadiga do trabalhador era visível. Feitos os cálculos iniciais, o tempo cronometrado “Tc” foi de 2,45’ 9 Calcule: o tempo normalizado “Tn” e o tempo padrão “Tp” Tn = Tc * gr/100 = 2,45 * 110/100 Tn = 2,695’ Tp = Tn + Tn*5/100 + Tn*35/100 Tp = 2,695 + 2,695*0,05 + 2,695*0,35 Tp = 2,695 + 0,135 + 0,943 Tp = 3,773