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Resumo Primeira prova de Patologia Clínica

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Resumo AV2 Patologia Clínica
Introdução
Na patologia clínica usam-se métodos analíticos para análise de sangue (utilizado em hemogramas e com o soro e o plasma são feitas análises bioquímicas), de urina (auxilia em processos patológicos nos rins e na bexiga) e utilizam-se outros fluídos orgânicos como líquor, líquido sinovial e líquidos cavitários). 
Hemograma
É muito utilizado devido a sua praticidade, rapidez, baixo custo e grande utilidde clínica. Para obter resultados confiáveis, a colheita deve ser adequada, pois amostras mal coletadas pode haver micro coágulos que impossibilira a realização do exame, pois a contagem será infiel. 
O hemograma revela o estado metabólico e parasitário, é considerado um exame de trigem e pode ser definitivo quando se encontra hemoparasitos. É definido como o conjunto de testes laboratoriais que avalia quantitativamente (número de células) e qualitativamente (morfologia das células) os elementos celulares do sangue. 
É utilizado em pacientes pré-cirúrgico, pois alguns fatores vão interferir no bom andamento da cirurgia ou do pós-cirúrgico, são eles:
· Anemia: complicações anestésicas devido à hipóxia. 
· Desidratação: hipotensão no momento da anestesia.
· Leucocitose: o que pode ser devido à inflamação, estresse ou excitação. Nestes casos, deve ser feita terepia com antibiotico antes da cirurgia. 
· Leucopenias: nestes casos, haverá dificuldade em promover a resposta anti-inflamatórua no pós-operatório. 
· Trombocitopenia: baixa no número de plaquetas pode gerar risco de sangramento.
O hemograma é subdividido em eritrograma (série vermelha, ou seja, são as hemácias/eritrócitos, hemoglobima e hematócritos), leucograma (são os glóbulos brancos/células de defesa) e plaquetas (ou trombócitos).
Manipulação do paciente: deve ser contido adequadamente, com o minimo de estresse. Em alguns animais é necessária a tricotomia para melhor vizualização do vaso sanguíneo, seguido se antissepsia local. 
Tubos de coleta e anticoagulantes:
· EDTA: tubo de tampa roxa – contém anticoagulante. Utiliza para hemogramas por não interferir na morfologia celular, preservando-a por até 24h se refrigerado adequadamente. 
· Heparina: tampa verde – não recomendado no hemograma por interferir na coloração do esfregaço sanguíneo. Utilizado pata gasometria.
· Fluoreto de sódio: tampa cinza – utlizado para glicose, por inibir a sua utilização pelas células. 
· Citrato de sódio: tampa azul – utilizado para medir os fatores de coagulação e avaliar a capacidade hemostática do animal. 
· Tubos sem anticoagulantes: tampa vermelha ou amarela – utilizados para exames bioquímicos. O amarelo é melhor por possuir gel separador que auxilia muito mais na separação do soro, enquanto o vermelho possui apenas um ativador. 
Eritropoiese e Eritrocinética
O sangue é composto por uma parte liquida e parte celular (eritrócitos, leucócitos e plaquetas).
Aves, répteis, anfibios e peixes: todas as células possuem núcleo e as plaquetas são chamadas de trombócitos. 
Nos mamíferos apenas os leucócitos possuem núcleos. 
Volume de sangue nas espécies domésticas 6-10% (55% é plasma e 45% - hemácias). 
Sangue: função de transporte. Hemácias: transporte de oxigênio. Plaquetas: atuam na coagulação sanguniea e Leucócitos: defesa, junto com o SI. (basofilo e eosinofilos liberam granulos e não fazem fagocitose) Onde:
· Neutrófilos inflamação 
· Monócitos (nos tecidos é chamado de macrófagos) fagocitose
· Eosinófilos parasitas e processos alérgicos 
· Linfócitos resposta imune
Hematopoiese: consistem no processo de divisão, diferenciação e maturação celular. Na vida embrionária (pré-natal): saco vitelino. Primeira metade do desenvolvimento fetal: fígado, baço e medula óssea. Na segunda metade: medula óssea e orgãos linfoides perifericos. Após nascimento: medula óssea. Orgãos envolvidos na hematopoiese:
· Baço: hematopoiese inicial. Armazena e matura reticulócitos (hemácias sem núcleo, poreém imaturas). Responsaveis tbem pela hemocaterese e degradação da hemoglobina, armazena ferro e remove hemácias parasitadas. 
· Fígado: é responsável pela hematopoiese inicial, deposita ferro, produz fatores de coagulação e eritropoietinogênio e realiza o metabolismo das bilirrubinas.
· Estômago: produz fator intrínseco necessário para a absorção da vitamina B12. 
· Linfonodos: produzem linfócitos B e T (maturação). 
· Mucosa intestinal: absorção de vitamina B12 e folato. Controla a taxa de absorção de ferro em relação às taxas corporais (importante na produção de hemácias).
· Rins: produzemeritropoetina.
Eritropoiese: é o processo de produção e maturação de glóbulos vermelhos (eritrocitos maduros). Dura em torno de 7 a 8 dias. Ocorre na medula óssea a partir da célula-tronco. As células eritrócides morfologicamente identificáveis são: rubriblasto pró-rubrícito rubrícito basofílico rubrícito policromático (adquire maior quantidade de hemoglobina) metarrubrícito (última fase com núcleo) reticulócitos eritrócito. Fase de proliferação (célula-tronco até metarrubrícito): 2 a 3 dias. E a fase de maturação: leva em torno de 5 dias. O estímulo fundamental para a eritropoiese é a tensão tecidual de oxigênio (PO2). 
· Metarrubrícitos: eritrocitos nucleados e imaturos. Citoplasma azulado (pouca hemoglobina).
· Reticulócitos: primeira fase em núcleo, porém imaturos. Ipresença na circulação sanguinea indica boa resposta da medula óssea. 
Substratos importantes para a multiplicação eritrocitária: vitamina B12, Vitamina B6 e cobalto. A deficiência de algum desses substratos podem levar a fromação de macrófagos (hemacias grandes) que não se dividem, havendo assim poucas hemácias podendo gerar a anemia megablásica. 
Destruição eritrocitária: hemacias devem possuir deformabilidade. Hemacias danificadas e/ou envelhecidas são fagocitadas por macrofagos no baço e no fígado. Existem duas formas de destruição:
· Destruição Extravascular (fisiológica): em hemácias envelhecidas e parasitadas. Ocorre fagocitose pelos macrófagos com formação de bilirrubina.
· Destruição intravascular (patológica): ocorre em deposição de anticorpos e em casos em que os parasitas rompem as hemácias. Há liberação de hemoglobina e plasma e a hemoglobina poderá ser encontrada na urina. 
* No caso de babesiose a destruição das hemácias pode ser tanto extravascular quando intravascular.
EXAME DS HEMÁCIAS
Tamanho:
· Normocítica: tamanho normal;
· Macrocítica: aumentado (hemácias jovens - terminaram a divisão e fisiológico em poodles).
· Microcítica: diminuido (anemia crônica ferropriva e fisilógico em akita – homogêneo).
· Anisocitose: variação de tamanho (animais jovens – não estarem maduras – menores e mais [])
Cor: 
· Normocrômica: coloração normal
· Hipocrômica: mais claro (anemia por deficiência de ferro – ferro necessario para produção de hemoglobina que dará a cor).
· Policromasia: variação da coloração (animais jovens – não estarem maduras – menores e mais [])
Forma:
· Esferócitos: forma esférica com intensa coloração (perda de membrana, sem perda de hemoglobina) – anemia hemolítica primária ou induzida por drogas ou transfusão incompatível.
· Aglutinação: aglomerados celulares irregulares e esfericos (devido à formação de pontes relacionadas com anticorpos) - sugestivo de anemia hemolítica imunomediada.
· Pontilhados basofilicos: formação de pequenos grânulos basofílicos. Em ruminantes – eritrócitos imaturos. Cães e gatos – anemia altamente regenerativa. Em casos não associados à anemia são sugestivos de intoxicação por chumbo. 
· Corpúsculos de Howell-Jolly: restos nucleares dentros dos eritrócitos, são pequenas inclusões, arredondadas, coloração azul-escuro e possui tamanhos variados. Podem estar associados à anemia regenerativa, esplenectomia e supressão da função esplênica. 
· Metarrubrícitos: eritrócitos nucleados. Casos de regeneração, hipoxia ou tumor de MO. 
· Reticulócitos: hemácias jovens – boa resposta medular. Estarão azuladas e haverá agrupamento
· Corpúsculo de Heinz: ocorre devido à desnaturação oxidativa, haverá abaulamento da membrana. Cebola, alhoe paracetamol podem provocar a formação deses corpúsculos. 
· Acantócito: células com esporões, irregulares e distribuidos aleatoriamente. Frequentemente observados em esfregaços sanguíneos de gatos com Lipidose hepática e também comumente vistos em esfregaços de cães com hemangiossarcoma.
· Esquistócito: fragmentos irregulares. Animais com CID (coagulopatia intravascular disseminada) e com deficiência de ferro.
· Dacrócito: hemácias em forma de gota. Mielofibrose ou sedordens mieloproliferativas. 
· Leptócito: dobras de membrana. Pouca importância no diagnóstico. Pode formar in vitro. 
· Rouleaux: forma de pilhas lineares, semelhante a uma pilha de moedas. Em equinos é normal. Em aumento de certas concentrações de proteinas e de fibrinogênio. 
· Crenação: hemácias em forma de enfrenagem. Comum em bovinos.
· Corpúsculo de Lentz: (inclusão viral): corpusculo eosinofilico (rosa) no citoplasma de eritrócitos e leucócitos. É patognomonico para cinomose canina. 
Parasitas:
· Mycoplasma haemofelis: aderidos na membrana externa – anemia por hemólise;
· Microfilaria de Dirofilaria immits: verme do coração – pode destruir as hemácias;
· Trypanosoma evansi: equinos e gatos. Não são intracelulares, mas liberam substâncias que causam anemia.
· Anaplasma: pequeno ponto na margem da hemácia. Causa hemólise extravascular. 
· Babesia: formato de pera ou mais arredondado. Hemólise extra ou intravascular. 
Anemias
A anemia (baixa concentração de hemácias) causa hipóxia (falta de oxigenação no tecido). Não é uma doença e sim o resultado de uma doença/desordem primária (destruição de hemácias - hemólise, perda de sangue ou menor produção de hemácias). 
São CLASSIFICADAS como relativa (expansãodo volume plasmático, ocorrendo à diminuição relativa da [hemácias], ocorre na gestação, em récem-nascidos e em fluidoterapia) e absoluta (relacionada à enfermidade). 
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS ABSOLUTAS:
Morfológica:
· Tamanho das hemácias: normocítica, macrocítica ou microcítica – feito o cálculo do volume corpuscular médio (VCM), onde: (hematócrito *10)/ eritrócitos/hemácias.
· Coloração: normocrômica ou hipocrômica. É feito o cálculo de concentração de hemoglobina cospuscular média (CHCM), onde: (hemoglobina *100)/ hematócrito. 
· Resposta da MO: arregenerativa (sem resposta) ou regenerativa (com resposta). 
· Arregenerativa primária: algum processo que leve a diminuição diretamente na MO. Pode ser causada por: aplasia eritróide (destruição da linhagem eritróide), doenças mieloproliferativas (leucemias) e linfoproliferativas (leucemias linfoides – produz só a linhagem linfoide).
· Arregenerativa secundária: ocorrem externamente a M.O. Pode ser causada por: inflamações crônicas/neoplasias, medicamentos que induzem a anemia (cloranfenicol em cães e gatos, estrógeno, antineoplásicos e imunossupressores como a ciclofosfamida), insuficiência renal e agente infeccioso (Felv e o vírus da anemia infecciosa equina). 
Sinais de anemia regenerativa: reticulócitos, metarrubrícitos. Comum encontrar essa anemia em hemorragias e em hemólises. 
CAUSAS DAS ANEMIAS:
· Anemia Normocítica Normocrômica: significa que não há hemácias jovens sendo formadas. Pode ocorrer por insuficiância renal (não há estimulo para resposta da M.O), inflamação crônica ou neoplasias (citocinas atingem a M.O e impossibilita a produção de hemácias jovens), leucemias (apenas uma linhagem é produzida, não produzindo hemácias jovens), infecções por vírus – leucemia felina e lesão tóxica da M.O – radiação (os últimos dois casos também afetam a medula óssea).
· Anemia Macrocítica Normocrômica: deficiância de vitamina B12 e B6 (ácido fólico). Em bovinos: deficiência de cobalto. 
· Anemia Macrocítica Hipocrômica: sempre regenerativa. Pode ocorrer por perda aguda de sangue e por anemia hemolítica aguda. 
· Anemia Microcítica Hipocrômica: deficiência de ferro (neonatos) – é comum em leitões, anemia ferropriva dos leitões. Perda crônica de sangue (por perda de ferro – dificulta síntese de hemácias). Ficam menores, pois se dividem maior número de vezes na tentativa de obter mais Fe.
EXEMPLOS:
	Eritrograma
	Valor de Referência
	Hematocrito (HT)
	30
	37-55
	Hemácias (He)
	4,8
	5,5-7,0
	Hemoglobina (Hb)
	10,2
	12-18
	VCM
	55
	60-77
	CHCM
	38,9
	32-36
	Reticulócitos
	15%
	1%
Anemia Microcítica Normocrômica Regenerativa
Para classificar a anemia sempre olha o HT, pois se o mesmo estiver baixo, as He e Hb tendem a serem baixas também. 
	Eritrograma
	Valor de Referência
	Hematocrito (HT)
	12,0
	37-55
	Hemácias (He)
	2,8
	5,5-7,0
	Hemoglobina (Hb)
	15,0
	12-18
	VCM
	79,2
	60-77
	CHCM
	33,6
	32-36
	Reticulócitos
	-
	1%
	Eritroblastos
	3%
	
Anemia Macrocítica Normocrômica Regenerativa
	Eritrograma
	Valor de Referência
	Hematocrito (HT)
	18,0
	37-55
	Hemácias (He)
	4,3
	5,5-7,0
	Hemoglobina (Hb)
	11,0
	12-18
	VCM
	58,1
	60-77
	CHCM
	30,9
	32-36
	Reticulócitos
	-
	1%
	Eritroblastos
	-
	
Anemia Microcítica Hipocrômica arregenerativa.
	Eritrograma
	Valor de Referência
	Hematocrito (HT)
	18,0
	37-55
	Hemácias (He)
	4,4
	5,5-7,0
	Hemoglobina (Hb)
	12,0
	12-18
	VCM
	78,0
	60-77
	CHCM
	37,0
	32-36
	Reticulócitos
	12%
	1%
	Eritroblastos
	5%
	
Anemia macrocítica normocrômica regenerativa.
	Eritrograma
	Valor de Referência
	Hematocrito (HT)
	8,0
	37-55
	Hemácias (He)
	0,8
	5,5-7,0
	Hemoglobina (Hb)
	7,2
	12-18
	VCM
	47,0
	60-77
	CHCM
	28,0
	32-36
	Reticulócitos
	-
	1%
	Eritroblastos
	-
	
Anemia microcítica hipocrômica arregenerativa
Policitemia e Eritrocitose 
Policitemia: aumento do número total de hemácias, de hematócrito e da concentração de hemoglobina, ou seja, aumento na série vermelha do sangue. Pode ser relativa ou absoluta (primária/ vera ou secundária). 
Policitemia Absoluta: aumento da massa total de eritrócitos. Sangue está mais viscoso, devido ao maior acúmulo de células vermelha. Essa viscosidade diminui o fluxo sanguíneo, o que pode levar a formação de pequenos trombos. Sinais clínicos> cianose, congestão das mucosas, aumento da resistência vascular pulmonar e diminuição do débito cardíaco. 
· Primária/Vera: aumenta o número de hemácias ou eritrócitos circulantes devido a uma lesão direta na medula óssea. Ocorre por doença/distúrbio mieloproliferativos (desordem na linhagem mieloide). Aumento de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. É independente da eritropoetina. 
· Secundária: secundária a alterações que levam a hipóxia, a qual leva a um aumento de eritropoetina. Diferente da primária, a secundária está sempre estpa relacionado ao aumento da eritropoetina. Pode ocorrer devido: doenças cardiopulmonares crônicas, altitudes elevadas, tetralogia de Fallot e tumores ou cistos renais. 
Policitemia Relativa: é a diminuição da parte líquida do sangue, ou seja, do volume plasmático. Ocorre em desidratações (diarréias, vômito, poliúria – elimina muita urina sem hidrtação compensatória). Pode ocorrer também na contração esplênica, que liberar momentaneamente hemácias. Essa contração do baço pode ocorrer após exercício e em animais excitados, assustador ou com dor. Ocorre também o aumento de proteína plasmática, pois como a parte líquida diminui, os outros componentes do sangue acabam se concentrando. 
 
Testes laboratoriais: descobre através do hemograma, analisando o aumento de hemácias, hemoglobina e hematócrito. Absoluta primária: PO2 normal e eritropoetina normal (independe da eritropoetina). Absoluta secundária: PO2 reduzida e eritropoetina aumentada (hipóxia aumenta a produção de eritropoetina no rim). Relativa: parâmetros normais com elevação da proteína plasmática.
Leucócitos
Composição do sangue: parte líquida (plasma e soro) e parete celular (eritrócitos, leucócitos e plaquetas). Os leucócitos (glóbulos brancos) são produzidos na medula óssea (leucopoiese) e liberados na corrente sanguínea, migrando para os tecidos realizando a proteção e defesa do organismo. 
IL-1, IL-3, IL-6, fator de crescimento de colônia e fator estimulante de colônia linhagem mielóide;
IL-1, IL-2 e fator estimulantede ligante estimulam a célula-tronco a diferenciar em linhagem linfoide. 
Unidade Formadora de Colônia Granulocítica-Monocítica (UFC-GM) célula com potencial de produzir neutrófilos e monócitos. 
Compartimento de proliferação: ainda há divisão na M.O (mieloblasto, progranulócito e mielócito).
Compartimento de maturação e estocagem: meramielócito, bastonetes e neutrófilo segmentado.
Em condições normais, as células permancem na medula, para multiplicação e maturação de 7-10 dias. Na inflamação esse tempo é de 2-3 dias. As células vão para a corrente sanguínea aonde permancem por 24 horas e vão para os tecidos, onde permanecem por 5-7 dias. 
Na circulação existe o compartimento circulante e o compartimento marginal. 
Compartimento marginal: endotélio dos vasos sanguíneos, no qual as células estão aderidas e prontas para irem para os tecidos quando necessário. 
A relação de quantidade de células no compartimento marginal e circulante no cão é de 1:1, ou seja, metades das células estão no circulante e a outra metade no marginal. Já em gatos, a relação é de 3:1, ou seja, existem mais neutrófilos no compartimento marginal do que no compartimento circulante.
Taxa de consumo tecidual de leucócitos: meia vida dos leucócitos. Essa taxa se equilibra com a taxa de produção e liberação pela medula, em consições normais. 
Alteração tóxica: neutrófilos basofílicos no citoplasma, com ou sem granulações. Medula não consegue maturar adequadamente algumas células, devido a maior demanda. 
Neutrofilia: aumento de neutrofilos na circulação.
Desvio à esquerda: aumento de células imaturas na circulação. 
Os leucócitos são divididos em agranulócitos (monócitos e linfócitos) e granulócitos (neutrófils, eosinófilos e basófilos). 
Neutrófilos: eliminação ocorre pelo trato respiratório ou digestivo. Não faz recirculação. O compartimento marginal é primariamente localizado no baço e pulmões, e consiste em leucócitos aderidos momentaneamente na parede dos capilares e pequenos vasos sanguíneos para sairem para os tecidos. Nos cães, bovinos e equinos a proporção é de 1:1, enquanto nos gatos é de 2,5/3:1, ou seja, nos gatos os neutrófilos são predominantes no compartimento marginal. O compartimento marginal pode ser mobilizado rapidamente sob a influência de epinefrina e corticoides endógenos liberados por estímulos fisiológicos ou patológicos como estresse*, exercício, traumas e infecções. Pode ocorrer também em equinos, no entanto, em felinos é mais observado devido a maior reserva no compartimento marginal.
Sequência na maturação de neutrófilos: (mielócito metamielócito bastonete e segementado hipersegmentado [5 ou mais lóbulos]), o citoplasma vai ficando mais claro e o núcleo vai tendo sua forma modificada a medida em que as células vão maturando. 
Funções: quimiotaxia (movimento direcionado para um alvo em particular, sob influência do grandiente de [substâncias quiotáticas] no local), aderência (aderem nos vasos, fazem rolamento até que consigam fazer a migração. É influenciada pelas integrinas e selectinas), diapedese (migração para os tecidos, através de junções intercelulares, capacidade de deformidade e motilidade dos neutrófilos), e fagocitose que pode ser morte oxigênio dependente ou explosão respiratória e morte independente de oxigênio.
Eosinófilos: núcleo é bilobulado ou multilobulado, possuem grânulos rosa. Possuem meia vida intravascular curta (menos de 1 hora no cão), comum encontrar em casos de resposta alérgica ou quando existem parasitas. Funções: não faz fagocitose, libera as enzimas peroxidade e histaminase. A primeira é responsável pela degeneração de parasitas gastrointestinais e a segunda inativa a histamina, atraindo mais neutrófilos. 
Basófilos: são raros na corrente sanguínea, pois vão diretamente para os tecidos. Podem ser observados em bovinos e equinos (com valores de refência em torno de 0-200). Possui núcleo segmentado, possui maior diametro que os neutrofilos e os grânulos são roxo escuro. Funções: ativados nas reações inflamatórias de hipersensibilidade, atraem os eosinófilos (liberam histamina), liberam bradicina, serotonina, heparina e substância de reação lenta de anafilaxia, servem como células apresentadoras de antígeno. 
Monócitos: da corrente sanguínea os monócitos vão diretamente para os tecidos (macrófagos). O seu aumento na corrente sanguínea indica processo inflamatório crônico. Morfologicamnte, são células maiores com núcleo grande e irregular (formato de feijão) e vacúolos no citoplasma. Não a pool de estoque na medula óssea. Liberado da medula óssea em torno de 2 a 2,5 dias. Funções: limpeza e defesa, secreção de citocinas para a produção de mais monócitos, regulam a hematopoiese (armazena o ferro e o libera quando é necessária a produção de mais hemácias), faz hemocaterese (remove hemácias velhas e parasitadas), segunda linha de defesa sob a infecção (primeira: neutrófilos).
Linfócitos: origina os precursores de linfócitos B e T, não é possivel difrencia-los na lâmina. É um grupo heterogênio tanto morfologicamente como funcionalmente. São arredondados com núcleo grande e possui pouco citoplasma. 50 a 70% dos linfócitos no sangue são do tipo T. Único que faz recirculação. São a base no desencademaneto e execução da resposta imune. 
Leucograma
Observam-se valores relativos (%) e absolutos, verificando se há aumento ou diminuição. E analisam-se informações sobre a morfologia dos leucócitos (se há alterações basófilicas citoplasmáticas, granulações tóxicas). A interpretação é feita pelo valor absoluto e compara-se com os valores de referência. Nos leucócitos totais, onde se contam leucócitos, diferenciando cada um deles. 
Variações fisiológicas:
· Interespécie: cão e gatos possuem mais neutrófilos. Os bezerros nascem com maior % de neutrófilos e em bovinos adultos os linfócitos predominam. Não se faz leucograma em bovinos, pois não reflete bem o processo inflamatório, visto que demora a ocorrer aumento e não há compartimento de reserva de neutrófilos na medula óssea. Usa-se o fibrinogênio para observar a inflamação. 
· Morfologia das células: alterações basofilicas e granulações.
· Coleta da amostra: estresse e coagulos podem causar interferências. 
· Influência da idade: um exemplo é os bezerros que possuem mais neutrófilos e posteriormente mais linfócitos. 
· Histórico e exame clínico: exemplo é suspeita de alguma parasitose. 
Os sufixos –filia ou –citose referem-se ao aumento da contagem. Exemplos: neutrofilia, leucocitose neutrofílica, eosinofilia, basofilia e monocitose. 
· Leucocitose: aumento do número de leucócitos. Mais comum e sinais são menos graves.
· Leucopenia: diminuição do número de leucócitos. Mais grave e menos comum.
Desvio a esquerda: o processo inflamatório aumenta a demanda de neutrófilos, desta forma, a medula óssea acaba liberando neutrófilos imaturos na circulação. Podem ser classificados como regenerativo ou degenerativo. 
· Regenerativo: há leucocitose, neutrofilia e quando os neutrófilos maturos forem maior que os imaturos. Indica boa resposta do hospedeiro e ocorre quando a medula tem tempo suficiente para responder a demanda tecidual (3-5 dias). 
· Degenerativo: contagem total de leucócitos pode ser normal, diminuída ou moderadamente elevada (rara). No entanto, a resposta principal é a presença de neutrófilos imaturos acima dos neutrófilos maturos. Isto indica que a medula óssea, no momento, esgotou a reserva de neutrófilos segmentados e consequentemente há liberação de neutrófilos imaturos acima dos maturos. Em muitas espécies, este é um prognostico desfavorável, no entanto, em bovinos este desvio é comum acontecer no estágio inicial de doenças infecciosas ou inflamatórias hiperagudas ou agudas. Isso ocorre, provavelmente, devido ao compartimento de reserva da medula óssea de bovinos ter um suprimento limitado de neutrófilos maturos. Sendo assim, o desvio à esquerda degenerativo em bovinos não deve ser considerado como um sinal sério no prognóstico, a não ser que este tenha persistido por vários dias. 
Desvio à direta: quando há vários neutrófiloshipersegmentados (+5 lóbulos). A hipersegmentação nuclear ocorre devido à presença de corticoides, tanto endógenos (hiperadrenocorticismo) como exógenos (corticoide terapia). Os corticoides diminuem a aderência dos neutrófilos no compartimento marginal, no endotélio do vaso, impedindo sua saída da circulação. Os neutrófilos hipersegmentados não são contados separadamente, apenas há uma observação da presença dos mesmos. 
Leucocitoses: pode ser fisiológica, reativa ou proliferativa. 
· Fisiológica: está relacionada com a distribuição intravascular, ou seja, com a movimentação dos neutrófilos no compartimento marginal e circulante. A ação da adrenalina, no estresse agudo, desfaz a aderência do compartimento marginal e aumenta o tempo na circulação. A adrenalina faz neutrofilia e linfocitose, desta forma, haverá aumento de neutrófilos e linfócitos na circulação. Pode haver ação do corticoide (já não é mais tão fisiológico, ocorre mais em doenças mais crônicas), que também diminui a aderência no compartimento marginaldos neutrófilos e movimenta uma pequena quantidade de neutrófilos do compartimento de armazenamento da medula. Causam neutrofilia, linfopenia (são tóxicos para os linfócitos), eosinopenia (impede que eles saiam da medula óssea) e monocitose em cães (não se sabe bem o porquê). 
· Reativa: depende da reação de algum estímulo que está ocorrendo no organismo, como a demanda tecidual (inflamação), gerando uma resposta no aumento da produção, liberação e ingresso tecidual. Pode ocorrer com ou sem desvio a esquerda. 
· Reação leucemóide: grande número de leucócitos totais, no entanto, aumenta apenas um tipo de leucócitos que geralmente é neutrofilos ou neutrofilo segmentado. Ocorrem em alguns processos inflamatórios. Ocorrem em lesões supurativas locais como piometra canina, pleurire ou piotórax, peritonite, prostatite e pneumonia. 
· Proliferativa ou autônoma: aumento na producão de leucócitos devido a um aumento na produção por uma desordem na medula óssea, o que ocorre nas leucemias. 
Leucograma de estresse: apresenta neutrofilia, linfopenia, eosinopenia, monocitose em cães. Não tem desvio a esquerda. Sabemos assim, que ocorreu por ação do corticoide. 
Neutrofilias: pode ocorrer devido ao aumento na produção, saída exagerada do compartimento de estoque da medula óssea para o sangue, aumento da movimentação do compartimento marginal para o sangue e diminuição da saída para o tecido. 
 
· Inflamação aguda: grande quantidade de bastonetes e segmentado, pois diminui o armazenamento na medula óssea.
· Inflamação crônica: ocorre hiperplasia, pois aumenta a produção de granulócitos na medula. 
· Neutrofilia por esteroide: diminui o compartimento marginal e movimenta um pouco do armazenamento. Pode ocorrer devido ao estresse, hiperadrenocorticismo e terapia com corticoides. 
· Neutrofilia fisiológica: diminui a saída de neutrófilos para a circulação. Sem desvio a esquerda. Ocorre devido à adrenalina. 
· Leucemia mieloide crônica: aumenta a produção de células desta linhagem em detrimento das outras. Ocorre também o aparecimento de muitas células imaturas e precursores na circulação. 
Linfocitose: pode ocorrer devido a:
· Inflamação crônica: há estimulo de produção devido ao estimulo de antigenos e saem em grande quantidade para a circulação.
· Linfocitose Fisiológica: adrenalina desfaz a adesão dos linfócitos que permanecem circulando (mais neutrófilos e linfócitos) – saída do compartimento marginal para o circulante. 
· Linfoproliferativas: (em casos de linfomas e leucemias – produção exacerbada) predomínio de linfócitos a outros tipos de células brancas. Terá o acometimento de órgãos linfoides e a presença de precursores.
· Vírus da Leucose Bovina: onde são comuns os bovinos cometidos por este vírus fazerem a proliferação de linfócitos. 
Eosinofilia: podem ser aumentados nos seguintes casos:
· Parasitismo e condições alérgicas (mastócitos e basófilos liberam histamina que atrai os eosinófilos). Estes são os casos mais comuns.
· Doenças em certos tecidos corporais ou órgãos ricos em mastócitos (pele, pulmão, útero, intestino), pois os mastócitos teciduais liberam histamina que atrai os eosinofilos. 
· Neoplasias de mastócitos: mastocitomas liberam histamina.
· Leucemia eosinofílica: proliferação na medula óssea com produção de eosinofilos em excesso.
Basofilia: é raro, porém quando ocorre está associado a casos de alergias, parasitismo e neoplasias. Ocorre junto com eosinofilia. Ocorre em casos de leucemia basofilica (produção de basófilos em excesso pela medula óssea). 
Monocitose: ocorre em:
· Corticosteroides em cães: leucograma de estresse
· Processo inflamatório crônico: as citocinas para aumento de granulócitos são basicamente as mesmas para o aumento de monócitos, desta forma, além de aumento de granulócitos há o aumento de monócitos. 
· Leucemia monocítica (raro): proliferação na medula óssea, produção de monócitos em excesso. 
Leucopenias: em muitos animais, ocorre por neutropenia e linfopenia, pois os neutrófilos e linfócitos são as células mais proeminentes nos animais. 
Neutropenias:
· Neutropenia inflamatória: neutrófilos vão para o tecido, devido à demanda aguda, o que diminui o número na circulação. 
· Por endotoxinas: aumenta a adesão no compartimento marginal através de citocinas liberadas por bactérias gram negativas. 
· Destruição periférica: ocorre em doença imunomediadas onde há anticorpos contra os neutrófilos. 
· Hiperplasia granulocítica ou sencundária a produção reduzida: associada com a falência primária da medula óssea que não consegue produzir adequadamente. Não acompanha desvio a esquerda. Diminui a produção na medula óssea, como por vírus, hemoparasitos e medicamentos tóxicos. 
· Produção inefetiva ou diminuída: Neutropenia imunomediada, resultando em sobrevivência reduzida. Ocorre em animais, mas não tem sido bem documentada. Não há desvio para a esquerda (quando tiver será degenerativo) e o compartimento de estoque na medula óssea aparece normal ao exame até que todos os compartimentos sejam utilizados.
· Pancitopenia: quando houver diminuição acentuada de todas as linhagens. 
Linfopenias
· Glicocorticoides (linfopenia por estresse): devido ao efeito linfotóxico dos corticoides (lise de linfócitos). 
· Linfopenia por depleção: quando ocorre ruptura de vasos linfáticos (ex: Quilotórax – rompimento dos vasos linfáticos acúmulo da linfa no interior do tórax leva a ruptura e extravasa grande quantidade de linfa, a qual é rica em linfócitos diminui o número de linfócitos circulantes).
· Hipoplasia ou aplasia linfoide: (diminui a produção na medula): drogas imunossupressoras, radiação, infecções virais (destruição, com exceção do vírus da leucose bovina). 
· Linfopenia Inflamatória Aguda: Mediadores do processo que alteram a cinética dos linfócitos (adesão no compartimento marginal).
Eosinopenia não é comum, no entanto, pode ser causado por:
· Glicocorticóides: estresse agudo (glicocorticoides endógenos), hiperadrenocorticismo, administração de esteroides. 
· Estresse agudo (adrenalina) 
· Hipoplasia ou aplasia medular 
Fibrinogênio: é uma proteína de fase aguda da inflamação produzida no fígado. A inflamação ativa o sistema fagocítico mononuclear liberando IL-1 e fator de necrose tumoral (TNF) que age sobre os hepatócitos promovendo a síntese de fibrinogênio. Em bovinos o fibrinogênio é um importante parâmetro a ser avaliado, porque pode ser a única indicação de uma resposta inflamatória ativa. Pois, estes animais não demonstram leucocitose, devido à demora ao conseguir fazer inversão das taxas e por não conseguir fazer o compartimento de reserva na medula.

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