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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO Leucócitos e Leucograma Os leucócitos ou glóbulos brancos fazem parte do sangue juntamente com os eritrócitos e plaquetas. São produzidos na medula óssea a partir de uma célula tronco que vai repopular a medula. A capacidade proliferativa depende de estímulos apropriados de hormônios estimuladores da leucopoiese. Exercem papel de defesa do organismo, combatendo microrganismos, como fungos, bactérias, vírus, além de apresentarem ações contra parasitas e outros antígenos. Podem também apresentar ações indesejadas como em doenças autoimunes e imunomediadas. →Classificação morfológica Os leucócitos são classificados em polimorfonucleares e mononucleares. Os leucócitos polimorfonucleares têm núcleo condensado e segmentado. São células comumente referidas como granulócitos porque elas contém grande número de grânulos citoplasmáticos que são lisossomas, contendo enzimas hidrolíticas, agentes antibacterianos e outros compostos. São três tipos de granulócitos, os neutrófilos, eosinófilos e basófilos, que são diferenciados a partir das características de coloração de seus grânulos. Os mononucleares são classificados como monócitos e linfócitos. Podem apresentar grânulos mas sempre em menor quantidade. →Granulopoiese A granulopoiese envolve a produção de neutrófilos, basófilos e eosinófilos, tendo origem de um único precursor celular, o promielócito, e demora cerca de 5 a 7 dias para formar células maduras. A formação dessas células ocorre na medula óssea, sob estímulo apropriados, uma célula pluripotente origina células progenitoras que produzem os granulócitos. Esta célula com potencial de produção é conhecida como Unidade Formadora de Colônia Granulocítica-Monocítica (UFC-GM), sendo que seu estágio inicial é bipotencial. Após estímulo a UFC-GM, diferencia-se em células uni potencial UFC-G e UFC-M. Essas células uni potencial são morfologicamente identificáveis e são precursores dos mieloblastos, que vão se dividir e maturar-se formando granulócitos sanguíneos específicos. Existem também os progenitores celulares distintos para eosinófilos (UFC-Eos) e basófilos (UFC-Bas). → Monocitopoiese O monócito é uma célula que descende da célula progenitora bipotencial (UFC-GM), que pode produzir neutrófilos ou monócitos. O Fator Estimulador de Colônia Monocítica (FEC-M) é responsável pela diferenciação de UFC-GM em UFC-M e na proliferação dos precursores monocíticos (monoblasto e pró-monócito) em monócitos. O monoblasto divide-se uma vez e o DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO pró-monócito uma ou duas, já o monócito dificilmente se divide na medula óssea. →Linfopoiese Os linfócitos são produzidos na medula óssea, nos órgãos linfóides como o timo, linfonodos e baço, além dos tecidos linfóides viscerais, que incluem as placas de Peyer, tonsilas e apêndices. A formação de linfócitos inicia durante a vida intra-uterina, onde a célula tronco pluripotencial indiferenciada origina-se no saco vitelino e posteriormente no fígado,baço e medula óssea fetais. A partir de estímulos do micro-ambiente e outros, os progenitores linfóides continuam colonizando os órgãos linfóides primários (Bursa de Fabricius nas aves ou medula óssea nos mamíferos, e o timo). Nestes orgãos duas populações funcionais e fenotipicamente distintas de precursores linfocíticos desenvolvem-se. Estas células então migram para os órgãos linfóides secundários ou periféricos (como linfonodos e baço). Assim, a partir de antígenos apropriados ocorre a proliferação de subséries imunocompetentes de linfócitos T ou B. O tempo de produção dos linfócitos é estimado entre 6 e 8 horas, e em alguns casos podem levar menos de 2 horas. O número de mitoses envolvidas variam com o tipo celular (6 a 8h para células T e 2 a 3h para B). A linfopoiese é estimulada por exposição antigênica e deprimida por corticóides, hormônios sexuais e má nutrição. → Avaliação do Leucograma Feito a partir da contagem de leucócitos totais podendo ser manual (com diluição em líquido de Turk e utilizando Câmera de Neubauer). Também deve ser feito o diferencial de leucócitos (contabilizando 100) fazendo ainda a avaliação morfológica. ● Conceitos Indicam aumento: citose (leucocitose, linfocitose, monocitose..) e filia (neutrofilia, eosinofilia, basofilia). Indica diminuição: penia (leucopenia, neutropenia, linfopenia, eosinopenia). ● Fatores fisiológicos que influenciam a resposta leucocitária ○ Espécie e raça ○ Idade (maiores contagens nos filhotes) ○ Variação circadiana (avaliar preferencialmente no início da manhã) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO → Neutrófilos São a primeira linhagem de defesa do organismo, sendo que os neutrófilos maduros emergem na circulação em torno de 3 a 5 dias no cão, e de 4 a 6 nos bovinos, permanecendo cerca de 10 horas na corrente sanguínea. Apresenta uma grande reserva medular que pode suprir o cão por cerca de 4 a 8 dias. Auxiliam na resposta inflamatória devido a seu papel de quimiotaxia positiva em tecidos com inflamação e também realizam fagocitose de organismos lesivos e outros materiais estranhos. Após ser feito a fagocitose, os grânulos lisossômicos fundem-se aos fagossomos para conseguir eliminar os microrganismos e degradar o material por digestão enzimática. Os neutrófilos apresentam núcleo segmentado e citoplasma incolor a um discreto vermelho. A liberação de neutrófilos na corrente sanguínea é influenciada por vários fatores, incluindo microambiente medular, localização anatômica, propriedades celulares como a deformabilidade, fluxo nos sinusóides medulares, fatores de liberação celular e fatores neuro-hormonais. As células maduras são as primeiras a migrar através das junções intercelulares dos sinusóides medulares, pois possuem maior capacidade de deformabilidade e motilidade. O compartimento marginal consiste em neutrófilos aderidos nas paredes de capilares e pequenos vasos sanguíneos localizados principalmente no baço e pulmões. Esse compartimento varia de acordo com as espécies, sendo que o cão, bovino e eqüino possui no marginal metade dos neutrófilos vasculares, enquanto que no gato esta reserva chega a 2,5 vezes o compartimento circulante. O compartimento marginal pode ser mobilizado rapidamente sob a influência de epinefrina e corticóides endógenos liberados por estímulos fisiológicos ou patológicos como estresse, exercício, traumas e infecções Os fatores que estão envolvidos na marginação dos neutrófilos incluem: C5a, prostaciclina (PGI2) produzidas pelas células endoteliais das paredes dos vasos e, com maior importância, alguns componentes dos grânulos dos neutrófilos, incluindo moléculas de adesão dos leucócitos. A adrenalina diminui a aderência dos neutrófilos por aumentar a produção de AMP cíclico. ● Neutrofilia É o aumento dos números de neutrófilos no sangue periférico. Podendo ser reativa (leucogramaDIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO inflamatório) em casos de infecções/inflamações locais ou sistêmicas, necrose tecidual, doenças imunomediadas e neoplasias. Por desordem proliferativa em casos de leucemias mielóides ou fisiológica em respostas a epinefrina e corticoides ou em decorrência de estresse e exercício. ● Neutropenia É a diminuição do número de neutrófilos no sangue. Ocorre devido a uma demanda/consumo excessivo das células em casos de inflamação/infecção aguda muito grave. Por diminuição da produção quando exaustão da medula, ocorrendo em casos de, infecções bacterianas graves persistentes, hipoplasia medular (reversível ou irreversível) e leucemias. Ou ainda em decorrência de uma produção ineficiente em animais com leucemias e FeLV. ● Desvios à esquerda O desvio à esquerda ocorre quando há um aumento do número de neutrófilos bastonetes (imaturos). Sendo classificado quanto: ● A intensidade → Leve (até bastonetes), Moderado (até metamielócitos) e Intenso (mielócitos). ● De acordo com a gravidade/proporção da resposta→ regenerativo ou degenerativo. O desvio à esquerda regenerativo está associado a Leucocitose com neutrofilia e/ou predomínio de formas maduras (o número de neutrófilos imaturos encontra-se abaixo do número de neutrófilos maduros). É significativo uma resposta adequada da medula à inflamação. Já o desvio a esquerda degenerativo está associado a leucócitos normais ou leucopênico, ocorrendo o predomínio de formas imaturas de neutrófilos na corrente sanguínea. Significativo de uma resposta inadequada de medula a inflamação, devido a depleção da medula óssea. Entretanto, em bovinos o desvio à esquerda degenerativo é comum durante o estágio inicial de doenças infecciosas ou inflamatórias hiperagudas a agudas. Isso ocorre, provavelmente, devido ao compartimento de reserva da medula óssea de bovinos ter um suprimento limitado de neutrófilos maduros. ● Hipersegmentados Significativo de desvio a direita, onde ocorre um aumento de neutrófilos hipersegmentados, com mais de 5 lobulações. Geralmente resultante de uma inflamação crônica (resposta adequada) ou em decorrência do uso de corticoides que levam a diminuição da quimiotaxia e migração. → Eosinófilos São produzidos na medula óssea principalmente, mas também em outros órgãos como timo, baço, linfonodos cervicais. Levam de 2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO a 6 dias para serem produzidos e adentram a circulação aproximadamente 2 dias após. Ficam pouco tempo no sangue circulante, aproximadamente 30 minutos, após entram no tecido alvo e não retornam para a circulação. Os eosinófilos apresentam núcleo segmentados e sua característica padrão é a presença de grânulos intracitoplasmáticos vermelho-alaranjados. C- Eosinófilos de cão F- Eosinófilos de felino E- Eosinófilos de equino B- Eosinófilo de bovino Essas células atuam na modulação da inflamação devido a suas propriedades anti-histamínicas e anti-inflamatórias, seus grânulos também apresentam substâncias que inibem as propriedades de indução de edema como a serotonina e bradicinina. Também atuam na defesa contra parasitas, devido a presença de proteínas que se ligam e causam danos às membranas dos parasitas, responsáveis por promover uma defesa contra estágios larvais da infestação parasitária Ainda, agem na regulação da resposta alérgica devido aos seguintes funções: ● Os eosinófilos podem fagocitar complexos imunes e grânulos dos mastócitos; ● As prostaglandinas (PGE1 e PGE2) e zinco dos eosinófilos inibem a liberação de histamina, serotonina e FAP dos mastócitos; ● Os eosinófilos contém fatores que inibem o fornecimento de histamina pelos mastócitos; ● A histaminase dos eosinófilos inativa a histamina livre; ● A fosfolipase C dos eosinófilos inibe a liberação FAP pelos mastócitos ● Eosinofilia É o aumento do número de eosinófilos no sangue. A eosinofilia comumente acontece como resposta a parasitismo (fase tecidual), hipersensibilidades alérgicas (ex. dermatite alérgica a pulgas, alergias inalatórias ou síndrome asmáticas, síndrome hipereosinofílica felina e gastroenterites que podem ter componentes alérgicos) ou em resposta à histamina de mastócitos (como na pele, trato respiratório, trato gastrointestinal), ou em casos de granuloma/gastroenterite eosinofílica. Ainda pode se encontrar aumento de eosinófilos em casos de terapia com determinadas drogas, no período de estro em cadelas, hipoadrenocorticismo, predisposição racial e desordens purulentas. A ausência de eosinófilos não exclui suas causas → Basófilos A produção de basófilos ocorre também na medula óssea como os demais granulócitos. Apresentam função desconhecida mas contêm grânulos de histamina e heparina, além de imunoglobulina na membrana citoplasmática, agindo portanto no início de processos inflamatórios. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO As concentrações de basófilos na corrente sanguínea são muito baixas, sendo difícil encontrar na contagem diferencial de rotina. Apresentam núcleo segmentado e sua característica são os grânulos intracitoplasmáticos azul/roxo. C- cão F- felino LA- grandes animais ● Basofilia O aumento de basófilos no sangue é incomum, mas podem ocorrer em casos de reações alérgicas e parasitismos e em casos de leucemia basofilica. Geralmente é acompanhada de eosinofilia, porém não apresenta grandes significados (basofilia). → Linfócitos São produzidos na medula óssea, nos órgãos linfóides como o timo, linfonodos e baço, além dos tecidos linfóides viscerais, que incluem as placas de Peyer, tonsilas e apêndices. O tempo de produção dos linfócitos é estimado entre 6 e 8 horas, e em alguns casos podem levar menos de 2 horas. A linfopoiese é estimulada por exposição antigênica e deprimida por corticóides, hormônios sexuais e má nutrição. Os linfócitos exercem diferentes funções e possuem receptores de membrana para o reconhecimento de antígenos. Existe uma população de linfócitos que não expressam receptores de antígenos em suas membranas, as células exterminadoras naturais (Natural Killer), que são derivadas da medula óssea e possuem habilidade de lisar certas linhagens de células tumorais sem prévia sensibilização. As principais funções dos linfócitos incluem a imunidade humoral, imunidade celular, regulação imune, atividade citotóxica e vigilância imune e secreção de linfocinas. Os linfócitos são reconhecidos por apresentar núcleo de arredondado a oval e quantidade mínima de citoplasma claro, quase incolor. ● Linfocitose O aumento de linfócitos no sangue pode ocorrer em decorrência de fatores fisiológicos, em casos de estresse e medo, decorrentes da coleta devido a liberação de adrenalina (transitória). Também em decorrência de uma reação infecciosa/inflamatória crônica, devido à estimulação antigênica crônica ou em casos de DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO Leishmaniose, erliquiose, brucelose, leucosebovina. Também pode ocorrer um aumento devido a reações pós vacinais. Pode-se encontrar também uma leucocitose em animais com hiperadrenocorticismo, e em animais jovens (fisiológico). Há também a possibilidade de ocorrer em decorrência de uma neoplasia linfóide ou linfoma (Linfócitos acima de > 12.000 cães e > 20.000 gatos). ● Linfopenia A diminuição dos linfócitos pode ocorrer em casos de inflamação aguda, devido a migração de células para o tecido inflamado ou pelo direcionamento aos tecidos linfóides. Também por infecções virais agudas onde ocorre a migração dos linfócitos e posteriormente sua destruição. Também pode ocorrer devido ao uso de corticoides pois estes causam lise, destruição e ainda inibem a produção de linfócitos. Diminuição por perda de linfa em casos de enteropatias ou quilo. Em animais idosos também pode se encontrar uma linfopenia discreta. → Monócitos São consideradas células intermediárias de um processo contínuo de maturação. Eles migram para o interior dos tecidos, onde continuam o desenvolvimento até a forma de macrófagos. São responsáveis por fagocitar bactérias, grandes microrganismos complexos, células danificadas, debris celulares e partículas estranhas. Essas células desempenham importante função imunorreguladora por apresentarem o antígeno processado aos linfócitos T. Essas células são também responsáveis pela destruição fisiológica dos eritrócitos, com reciclagem metabólica do ferro, e pela maioria dos processos patológicos que envolvem destruição eritrocitária. Morfologicamente podem apresentar núcleo de várias formas, incluindo oval, feijão, amebóide ou ferradura (semelhante aos neutrófilos). São de grande tamanho, com citoplasma acinzentado, podendo conter grânulos ou vacúolos. ● Monocitose O aumento do número de monócitos no sangue pode ocorrer em casos de inflamação/infecção, pois ocorre um aumento na produção de monócitos estimulado por citocinas e pelo aumento da necessidade de macrofagos no tecido alvo (devido a processos como necrose, hemorragia interna, doenças granulomatosas e em casos de hemólise). A terapia com corticoides também pode causar um aumento de monócitos circulantes devido a marginalização, principalmente em cães. Também pode ocorrer aumento em casos de leucemia monocíticas (raras). DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO → Condições especiais que afetam o Leucograma ● Leucocitose induzida por adrenalina A leucocitose fisiológica ocorre como uma resposta a adrenalina em resposta a excitação/medo ou exercício físico, no qual o compartimento marginal de neutrófilos (de marginalização de neutrófilos maduros) e/ou linfócitos (em felinos e equinos) são mobilizados para a circulação geral, aumentando a contagem total de leucócitos (leve) e o número de neutrófilo absoluto e/ou linfócitos. Assim, uma neutrofilia e/ou linfocitose transitória, podem se manifestar. Esta condição é comum em animais jovens e geralmente é desencadeada por distúrbios emocionais e físicos. Raramente o número de monócitos e eosinófilos aumenta. ● Leucograma de estresse Leucocitose induzida por corticosteróide (exógeno, em terapias) ou estresse – a leucocitose pode ocorrer em condição de saúde (fisiológica) ou nas doenças (patológicas), como no hiperadrenocorticismo. A liberação de glicocorticóide endógeno ou administrado terapeuticamente causa consideráveis mudanças hematológicas. Tipicamente produz leucocitose causada por neutrofilia, usualmente sem desvio à esquerda, linfopenia e eosinopenia. Monocitose ocorre no cão. A neutrofilia ocorre pela mobilização dos neutrófilos segmentados do compartimento de reserva da medula óssea e pela diminuição da diapedese das células para os tecidos. A linfopenia ocorre principalmente pela linfólise dos linfócitos T sensíveis a esteróides no sangue e tecido linfóide, ou pela marginação e sequestro dos linfócitos nos locais extravasculares. Eosinopenia ocorre principalmente pela diminuição da saída destas células da medula óssea, devido à interferência com o efeito quimiotático da histamina nos eosinófilos. A causa da monocitose permanece desconhecida. A resposta dos basófilos, ao corticóide, é similar à dos eosinófilos, mas não é reconhecida usualmente, porque os basófilos são raros no sangue. → Alterações morfológicas dos leucócitos ● Neutrófilos As alterações tóxicas podem ocorrer devido a resposta medular acelerada, processos supurativos/purulentos, geralmente devido a resposta inflamatória. Ocasionando uma basofilia citoplasmática, granulações tóxicas e corpúsculo de Dohle. Podendo apresentar ainda a vacuolização citoplasmática por outras causas. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO Pode ocorrer também alteração morfológica (hipersegmentação) devido a retenção do neutrófilo na circulação. Ainda, pode-se encontrar alterações hereditárias, entretanto são raras. ● Monócitos DIAGNÓSTICO LABORATORIAL VETERINÁRIO ● Linfócitos ● Inclusões virais e parasitas