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Dor Visceral,Dor Visceral, Litíase Renal eLitíase Renal e AntiespasmódicosAntiespasmódicos SP 1.4 SP 1.4Índice Gabriella Faria 1 - Anatomia dos Ureteres 2 e 3- Dor Visceral e Referida 4 e 5- Litíase Renal e Cólica Renal 6- Antiespasmódicos 7- Referências Anatomia Histologia 1 Mucosa epitélio de revestimento + lâmina própria Epitélio de revestimento de transição, é um epitélio estratificado cuja camada mais superficial é formada por células globosas, nem pavimentosas e nem prismáticas. A forma dessas células muda de acordo com o grau de distensão do órgão, podendo ficar achatadas quando o mesmo estiver repleto. Lâmina própria constituída de tecido conjuntivo que varia de frouxo ao denso. Muscular É constituída por uma camada longitudinal interna e circular externa. Na parte proximal da uretra, a musculatura da bexiga forma o esfíncter interno da mesma. O ureter atravessa obliquamente a parede da bexiga, de modo que se forma uma válvula que impede o refluxo de urina. A parte do ureter colocada na parede da bexiga mostra apenas o músculo longitudinal cuja contração abre a válvula e facilita a passagem da urina do ureter para a bexiga. Adventícia Constituída por Tecido Conjuntivo Fibroelástico que reveste externamente o ureter. O ureter é composto por três túnicas, que são as seguintes: Anatomia dos UreteresAnatomia dos Ureteres Dor Visceral VS Dor Somática Dor Referida VS Dor Irradiada Trata-se de um tipo de dor sentida à distância de sua origem, mas obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou pelo nervo cuja estimulação nóxica é responsável pela dor. Ocorre, portanto, em virtude do comprometimento direto de um nervo ou de uma raiz nervosa espinal. Um exemplo clássico é a dor ciática provocada pela compressão de uma raiz nervosa por hérnia de disco lombar. Dor irradiada: 2 A explicação mais aceita para esse fenômeno é a convergência de impulsos dolorosos somáticos e viscerais para neurônios nociceptivos comuns localizados no corno dorsal da medula espinal. Tendo a pele suprimento nociceptivo muito mais exuberante do que as estruturas somáticas profundas e viscerais, a representação talâmica e cortical dos viscerais é muito menor. Com isso, os impulsos dolorosos provenientes das estruturas profundas seriam interpretados pelo cérebro como oriundos do tegumento. Dor Referida: Em determinadas situações, os sinais de dor dos receptores dos órgãos internos são incorretamente interpretados como provenientes de áreas distantes dos reais estímulos, como se viessem da superfície corpórea. Dor Visceral e ReferidaDor Visceral e Referida Somática Causada por ativação de nociceptores da pele, tendões, músculos, articulações e ossos. Visceral Causada por ativação de nociceptores localizados nas vísceras. Difícil de ser localizada, pode se tornar referida em outras áreas Exemplo: dor do infarto no braço e dor de cólica renal Via e características da Dor Visceral Onde as dores viscerais podem ser referidas? 3 As vias para a sensação visceral são difusamente organizadas tanto periférica como centralmente. As fibras nervosas primárias aferentes inervam as projeções viscerais para o sistema nervoso central através de três vias: 1) nervo vago e seus ramos 2) no interior e ao longo das vias eferentes das fibras simpáticas; 3) no nervo pélvico (com eferentes parassimpáticos) e as suas ramificações. A passagem através dos gânglios periféricos ocorre com potencial contato sináptico. O trato gastrointestinal e os gânglios periféricos formam extensos plexos neuronais que controlam as funções autonómicas. Os corpos celulares dos aferentes primários que viajam para o sistema nervoso central residem principalmente no gânglio nodoso (vagal) e no T2-L2 e nos gânglios da raiz dorsal S1-5 (simpático-associado e nervo- pélvicoassociado). Os aferentes vagais podem desempenhar um papel na sensibilidade nociceptiva. Alguns aferentes espinais estão inequivocamente associada à sensação de dor. Demonstrou-se que os aferentes viscerais primários entram na medula espinal e a arborizam extensivamente, inclusivamente no trato Lissauer, para penetrar vários segmentos espinais, acima e abaixo do segmento de entrada. Estes aferentes estabelecem contato sináptico com ambos os neurónios superficiais e profundos do corno dorsal ipsilateral e contralateral ao lado da entrada. O resultado é a ativação ampla e difusa do sistema nervoso central. Dor Visceral e ReferidaDor Visceral e Referida Fisiopatologia Manifestações Clínicas Epidemiologia Cálculos de cálcio (70%) - oxalato de cálcio associado ou não a fosfato de cálcio Estruvita -> fosfato de amônia Ácido úrico Cistina O cálculo causa obstrução, principalmente nos seguintes pontos de estreitamento: Litíase renal -> Pedra nos rins Formação de cálculos (pedras) no trato urinário, incluindo os rins, ureteres, bexiga e uretra. A formação de cálculos renais pode ser devido a uma variedade de fatores, como uma dieta rica em proteínas, sódio e açúcar, desidratação crônica, infecções urinárias, anormalidades metabólicas e genéticas, além de certas condições médicas, como hiperparatireoidismo e doença inflamatória intestinal. Quando a concentração de certas substâncias na urina aumenta, elas podem formar cristais que eventualmente se aglomeram e se transformam em pedras: A diminuição do fluxo urinário também pode contribuir para a formação de cálculos renais. A prevalência de pedra nos rins é de 1 a 15% em todo o mundo Maior incidência em países desenvolvidos. Incidência maior em homens do que em mulheres, com uma proporção de 3:1 4 Litíase Renal e Cólica RenalLitíase Renal e Cólica Renal Dor intensa e aguda na região lombar ou no flanco pode se estender para a virilha e a para a região genital. Nos homens, pode ser referida para os testículos A dor é geralmente intermitente e pode durar alguns minutos ou várias horas. Náusea e vômito devido à intensidade da dor. Presença de sangue na urina (hematúria) Pode ser visível a olho nu ou detectada em exames laboratoriais. Disúria -> Dor ou ardor ao urinar. Polaciúria -> Vontade de urinar com frequência. Dificuldade para urinar. Febre e calafrios em casos de infecção associada. Os sintomas da litíase renal (cálculo renal) podem variar de acordo com o tamanho e a localização da pedra, bem como com a resposta individual do paciente. Os sintomas mais comuns da litíase renal incluem: Litíase Renal VS Cólica Renal A cólica renal é um sintoma caracterizado por dor aguda e intensa que ocorre na região lombar ou abdominal, geralmente causada por obstrução do trato urinário por uma pedra. A litíase renal é a formação de pedras nos rins (ou trato urinário superior). A litíase renal pode não apresentar sintomas, mas quando uma pedra se move do rim para o trato urinário inferior, pode causar obstrução e consequentemente dor intensa, isso é conhecido como cólica renal. Dieta rica em substâncias como sódio, açúcar e proteínas Desidratação Obesidade Histórico familiar Algumas condições médicas, como a síndrome metabólica e a doença inflamatória intestinal. Fatores de risco: Diagnóstico Tratamento Complicações Análise de urina: detectar sinais de infecção ou sangue na urina, o que pode ser um sinal de litíase renal. Análise de cristais de urina, o que pode ajudar a identificar o tipo de pedra. Imagem: TC (mais sensível!) É a imagem de escolha para avaliação de litíase renal devido à sua alta sensibilidade e especificidade. Raio X de abdômen (menos sensível, visualização mais difícil) Pode ser usado como um exame inicial para identificar cálculos radiopacos. Ultrassonografia: (situações mais urgentes, mas não é o melhor exame) Alternativa à TC em casos de contraindicação ou quando não há disponibilidade de TC. Outros exames complementares, como exames de sangue, podem ser realizados para avaliar a função renal e investigar possíveis causas subjacentes da litíase renal. Pode ser realizado com base em uma combinação de história clínica, exame físico e examescomplementares, como imagem e análise de urina. Diretrizes da American Urological Association de 2020: Litíase Renal e Cólica RenalLitíase Renal e Cólica Renal 5 Beber muita água: Isso pode ajudar a eliminar a pedra pela urina e reduzir o risco de novas pedras nos rins. Analgésicos e Antiespasmódicos (AINEs são efetivos mas podem prejudicar a função renal, então antiespasmódicos acabam sendo escolhidos) -> (veja mais na próxima pag) Alfa-bloqueadores: Esses medicamentos podem ajudar a relaxar os músculos do trato urinário, facilitando a passagem da pedra. Acompanhamento médico. Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC): Uma opção não invasiva que usa ondas de choque para quebrar a pedra em partes menores que podem ser sair pela urina. Ureteroscopia: Minimamente invasivo, envolve a inserção de um ureteroscópio através da uretra para visualizar a pedra e removê-la ou quebrá-la em pedaços menores. Nefrolitotomia percutânea (PCNL): Mais invasiva, envolve a inserção de um tubo através da pele na região lombar diretamente no rim para remover ou quebrar a pedra. Cirurgia aberta: É uma opção muito rara e geralmente é reservada para pedras muito grandes e complexas. O tratamento de pedras nos rins pode variar de acordo com o tamanho, a localização e a composição da pedra, bem como das condições de saúde do paciente. Geralmente, pedras menores que 10mm têm maior probabilidade de passar naturalmente pela urina, enquanto pedras maiores podem exigir intervenção médica. Para pedras menores que 10mm, o protocolo inicial de tratamento pode incluir: Para pedras maiores que 10mm, o protocolo de tratamento pode incluir: Ocorre quando há dilatação ou inchaço do sistema coletor renal devido a um acúmulo de urina. Isso pode ocorrer quando há uma obstrução parcial ou total do fluxo de urina do rim até a bexiga, o que pode levar a uma pressão aumentada dentro do sistema coletor. Sistema coletor renal: Formado pelos cálices renais, pelve renal e ureter. Estase da urina -> a urina fica parada, presa no trato superior Hidronefrose Ocorre quando bactérias conseguem subir até o rim A pionefrose é uma condição grave que pode causar dor, febre e complicações sérias, como sepse e falência renal. As causas mais comuns de hidronefrose incluem cálculos renais, estenose ureteral, tumores, obstruções da bexiga, anomalias congênitas do trato urinário e outras condições que interferem no fluxo normal de urina. Pionefrose = Complicação da hidronefrose e ocorre quando a urina acumulada no rim fica infectada por bactérias -> pode levar à destruição total ou parcial do parênquima. Farmacocinética Farmacodinâmica Efeitos Adversos Buscopan Absorção: A absorção dos antiespasmódicos é variável, dependendo da via de administração e do medicamento específico. Administração: Oral Absorvidos pelo intestino delgado e disponibilizados para a circulação Via oral reduz a biodisponibilidade! Subcutânea Intramuscular Intravenosa Outras vias Distribuição: os antiespasmódicos são amplamente distribuídos pelo corpo e podem atravessar a barreira hematoencefálica e a placenta. Metabolismo: muitos antiespasmódicos são metabolizados no fígado por meio de enzimas do citocromo P450. Alguns medicamentos, como a atropina, têm um metabolismo mais lento em pacientes idosos. Eliminação: a eliminação dos antiespasmódicos ocorre principalmente por via renal e hepática. AntiespasmódicosAntiespasmódicos 6 Boca seca Constipação Aumento de frequência cardíaca Palpitações Arritmia Aumento da vontade de urinar Vômito Vertigem Outros Aumento do simpático e diminuição do parassimpático Interações medicamentosas: os antiespasmódicos podem interagir com outros medicamentos que atuam no sistema nervoso central, como tranquilizantes e sedativos. Atuam nas células do músculo liso São muito utilizados no tratamento de cólica renal AINES são mais efetivos, mas estes podem prejudicar a função renal. Portanto, os antiespasmódicos acabam sendo escolhidos. Controle dos espasmos musculares nos ureteres e na bexiga, ajudando a reduzir a dor, a urgência e a frequência da micção Antagonistas dos receptores de acetilcolina Classificação de acordo com os receptores aos quais se ligam: Antimuscarínicos Antinicotínicos Classificação de acordo com a estrutura do fármaco: Amina terciária: atravessa a barreira hematoencefálica Amônio quaternária Atuam relaxando os músculos lisos do trato gastrointestinal ou urinário, impedindo a contração muscular excessiva que causa dor e espasmos. Buscopan é o nome comercial de um medicamento chamado butilbrometo de escopolamina. É classificado como um antiespasmódico e é usado para tratar espasmos musculares no trato gastrointestinal e geniturinário, incluindo cólicas menstruais, dor abdominal, síndrome do intestino irritável, colite, cólica renal, entre outros. A escopolamina é um derivado da atropina e atua bloqueando os receptores muscarínicos, o que relaxa os músculos lisos no trato gastrointestinal e geniturinário. Importante: o Buscopan NÃO é um tratamento para os cálculos renais! Ele apenas reduz a cólica renal. Portanto, seu uso deve ser combinado com outras terapias, como hidratação adequada, analgésicos e, em alguns casos, medicamentos para ajudar a dissolver ou remover os cálculos renais. Além disso, é sempre recomendado procurar orientação médica para avaliar a gravidade da cólica renal e a necessidade de intervenções adicionais. Júlia Oliveira são um grupo de substâncias que previnem ou interrompem a contração dolorosa e involuntária dos músculos do intestino, abdômen e sistema reprodutor¹. Essa contração, conhecida também como espasmos ReferênciasReferências Clínica Médica: Diagnóstico e Tratamento - Sociedade Brasileira de Clínica Médica" Goodman & Gilman - As Bases Farmacológicas da Terapêutica 13ª edição, publicada em 2017. Pearle, M. S., & Lotan, Y. (2018). Urinary lithiasis: etiology, diagnosis, and medical management. In Campbell-Walsh Urology (12th ed., pp. 1364-1407). Elsevier. Romero, V., & Akpinar, H. (2021). Nephrolithiasis (Kidney Stones). In StatPearls. StatPearls Publishing. Coe, F. L., & Worcester, E. M. (2015). Kidney stone disease. New England Journal of Medicine, 373(3), 254- 263. Khan, S. R. (2013). Reactive oxygen species as the molecular modulators of calcium oxalate kidney stone formation: evidence from clinical and experimental investigations. Journal of urology, 189(3), 803-811. Assimos, D., Krambeck, A., Miller, N. L., Monga, M., Murad, M. H., Nelson, C. P., ... & Turk, T. M. (2016). Surgical management of stones: American urological association/endourological society guideline, PART II. Journal of endourology, 30(1), 1-10. Schoenthaler, M., Buchholz, N. P., & Farin, E. (2018). Medical therapy for the acute management of symptomatic ureteral stones in adults: a systematic review. 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