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TDICs 2 2 SUMÁRIO TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TDIC) .......................................................................................................................... 4 As diferente Tecnologias ........................................................................... 4 Diferentes terminologias no decurso da evolução tecnológica ...... 4 A origem da Internet: breve histórico ..................................................... 7 A evolução da Web ...................................................................................... 8 Imigrantes e nativos digitais ..................................................................... 9 Geração atual e perspectivas futuras ................................................... 11 AS TICs, O MARKETING E O MARKETING DIGITAL ........................................... 24 Ambiente Online: ferramenta de comunicação ................................. 27 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A SOCIEDADE ............................................. 29 MATERIAL DE APOIO ................................................................................................ 33 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO SUPORTE À GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO NA PEQUENA EMPRESA (Adaptado) .................................................................................................................................... 33 VÍDEOS DE APOIO ..................................................................................... 54 Vídeo 1: Tecnologia, TIC e TDIC: definição, utilização e diferenças dos conceitos .......................................................................................................... 54 Vídeo 2: TICs — Tecnologias da informação e comunicação ....... 54 Vídeo 3: Curta-metragem tecnologia da informação e comunicação .................................................................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 55 3 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 4 TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TDIC) As diferente Tecnologias Segundo Kenski (2012), “as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana”. A palavra tecnologia se traduz desde os artefatos pré-históricos, como a descoberta do fogo ou a invenção da roda, até os objetos mais modernos, como os dispositivos móveis digitais (LOPES; MONTEIRO, 2014). A linguagem também é uma tecnologia (LEITE, 2015), e assim é possível compreender que o lápis, a caneta, o papel, entre tantas outras invenções, também são consideradas tecnologias. “Faz-se substancial romper com a equivocada, porém fortemente disseminada, ideia de que tecnologia se restringe aos mais recentes aparatos eletrônicos ou digitais” (LOPES; MONTEIRO, 2014, p. 31). Por lidar muito tempo com livros, manuais, materiais impressos, a cultura escolar não mais os consideram tecnologias (LION, 1997). Assim, ao falar de tecnologias, devem ser considerados os avanços sociais que provocaram e favoreceram o seu desenvolvimento (CASTELLS, 2005). Para tanto, será apresentado um breve histórico da evolução das tecnologias, desde sua origem até as inovadoras TDICs, presentes no atual contexto da sociedade. Diferentes terminologias no decurso da evolução tecnológica A evolução tecnológica não se restringe somente a utilização de novos produtos ou equipamentos, ela reflete também em comportamentos. A ampliação e o uso de determinadas tecnologias se sobressaem à cultura existente, e transformam o comportamento individual e coletivo (KENSKI, 2012). 5 5 Estas mudanças refletem também no vocabulário da sociedade, conforme aponta Ponte (2000, p. 3): Temos aqui um problema de terminologia. Durante muitos anos falava- se apenas no computador. Depois, com a proeminência que os periféricos começaram a ter (impressoras, plotters, scanners, etc.) começou a falar-se em novas tecnologias de informação (NTI). Com a associação entre informática em telecomunicações generalizou-se o termo tecnologias de informação e comunicação (TIC). Atualmente, surge um novo conceito: Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), que se diferenciam das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) pela aplicação de elementos digitais (FONTANA; CORDENONSI, 2015). Além destas, outras terminologias aparecem com frequência. Os termos mais recorrentes são: novas tecnologias, tecnologias digitais e analógicas, tecnologias educativas ou educacionais, informática educativa e ambientes virtuais (MILL, 2013). Maia e Barreto (2012) citam que, embora se reconheça que os termos TICs e TDICs tenham uma pequena distinção conceitual, os mesmos vêm sendo utilizados como sinônimos na literatura acerca do assunto. O conceito de TIC é utilizado para expressar a convergência entre a informática e as telecomunicações, agrupando ferramentas computacionais e meios tele comunicativos como: rádio, televisão, vídeo e Internet, facilitando a difusão das informações (MISKULIN et al., 2006; CARDOSO, 2011; LEITE, 2014a; 2015). Já as TDICs englobam, ainda, uma tecnologia mais avançada: a digital. Por meio desta é possível processar qualquer informação, o que provocou mudanças radicais na vida das pessoas, principalmente no que se refere a comunicação instantânea e busca por informações (KENSKI, 2012). Para melhor compreender as distinções entre TICs e TDICs, é possível fazer uma comparação na área da educação, as diferentes lousas disponíveis atualmente: a lousa analógica e a digital. Um quadro negro (lousa analógica) é uma tecnologia, é uma TIC, já a lousa digital é uma TDIC, pois através da 6 6 tecnologia digital permite a navegação na Internet, além do acesso a um banco de dados repletos de softwares educacionais (FONTANA; CORDENONSI, 2015). A sigla TDIC, utilizada por Fontana e Cordenonsi (2015), como uma nomenclatura mais atual e contemplar as tecnologias digitais, cada vez mais presentes na sociedade. Contudo, far-se-á também uso da palavra tecnologia em designação às TDICs, nas ocasiões em que se mostra mais adequada no contexto da escrita. Desta forma, vale ressaltar que em casos de citações, em respeito aos autores, serão mantidas as terminologias originais. No seguimento deste estudo será apresentada a origem e a evolução da Internet, esclarecendo também o conceito de “Web” e seu histórico, que iniciou com a chamada Web 1.0 e evoluiu para a Web 2.0, t Web 3.0, também chamado de Web² ou Web Inteligente e a Web 4.0, que tende a intensificar o uso da inteligênciade dados e a estreitar a linha que separa humano e máquina, expandindo algo que já vem sendo visto na Web 3.0. Figura 1: Linha do tempo da evolução da WEB Fonte: https://pt.slideshare.net/paolasandoval875/lnea-de-tiempo-web-10-20-30-y-40 https://br.hubspot.com/blog/marketing/inteligencia-de-dados https://pt.slideshare.net/paolasandoval875/lnea-de-tiempo-web-10-20-30-y-40 7 7 Figura 2: WEB 4.0 A origem da Internet: breve histórico De acordo com o dicionário Michaelis (2015, texto digital), a Internet é uma “rede remota internacional de ampla área geográfica, que proporciona transferência de arquivos e dados, juntamente com funções de correio eletrônico para milhões de usuários ao redor do mundo”. Sabe-se que, na prática, esse conceito é muito mais abrangente. Como nenhum outro meio de comunicação, até então, a Internet oportuniza a interatividade, superando barreiras culturais e principalmente distâncias geográficas, facilitando, e muito, a vida das pessoas (SEABRA, 2010). Segundo Dumas (2015, texto digital), ela surgiu em plena Guerra Fria, no final da década de 1960, em razão da iniciativa do Departamento de Defesa americano, que almejava dispor de uma comunicação militar entre suas 8 8 diferentes bases. Para isso, o pesquisador Paul Baran elaborou um conjunto que teria como base um sistema descentralizado. “Ele pensou em uma rede [...] na qual os dados se movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo ‘esperar’ caso as vias estivessem obstruídas, [...] batizada de packet switching, ‘troca de pacotes’”. A primeira rede de computadores foi construída entre a Universidade da Califórnia - Los Angeles, SRI - Stanford Research Institute, Universidade de Utah e Universidade da Califórnia - Santa Bárbara. No dia 1 de Dezembro de 1969 “nascia” a ARPANET. Os alunos destas quatro Universidades criaram um grupo de trabalho que autodenominaram Network Working Group - NWG. Entre esses alunos existia um tal Vinton Cerf que, mais tarde, seria considerado o “pai” oficial da Internet (ALMEIDA, 2005, p. 2-3). Os quatro iniciais pontos da rede, um em cada universidade, foram ampliados para 30 em meados de 1972, podendo ser considerado este ano como o marco para o início das atividades de uma comunidade virtual. Em 1990 a Advanced Research Projects Agency Network (ARPANET) se popularizou e foi batizada de Internet (ALMEIDA, 2005). A Internet é vista com uma “forma de organização caracterizada fundamentalmente pela sua horizontalidade, isto é, pelo modo de inter-relacionar os elementos, sem hierarquia” (COSTA et al., 2003, p. 42). A horizontalidade desfaz a concentração do poder comunicacional nas mãos de um indivíduo, favorecendo as comunicações no sentido de todos para todos (SOUZA; SCHNEIDER, 2012), reafirmando a importância de cada um para o processo de interação (RECUERO, 2009). A evolução da Web “Web” significa em inglês “rede” ou “teia de aranha”. É uma definição muito propícia, considerando as diversas ligações que são possíveis através da Internet, conectando os computadores por todo o mundo (LEITE, 2015). O conceito de World Wide Web (WWW) foi criado por Tim Berners-Lee, em 1990, 9 9 permitindo navegar de um local, chamado site ou página, a outro (DUMAS, 2015). A Web é um serviço que opera na Internet, utilizando protocolos de comunicação que permitem a troca de mensagens. Para melhor entende-la, é interessante saber como ela funciona. A Web é baseada em três padrões: Uniform Resource Locator (URL), Hyper Text Transfer Protocol (HTTP) e Hyper Text Markup Language (HTML). O padrão URL é um sistema que define como cada página na rede pode ser encontrada, através de um endereço (link) único. O padrão HTTP é um protocolo que define como o servidor Web e o navegador se comunicam entre si. Já o HTML é uma linguagem de marcação utilizada para codificar a informação de maneira a ser exibida em quantidade, em diversos dispositivos (LEITE, 2015). Assim, o WWW é um sistema de documentos interligados que são executados na Internet. Seu utilizador (usuário) pode “navegar” ou “surfar” de uma página a outra, percorrendo os diversos links, consultando e enviando informações. Imigrantes e nativos digitais A terminologia adotada por Prensky (2001) contempla mais de uma geração. Ele classifica os usuários das tecnologias em dois grupos: “imigrantes digitais” e “nativos digitais”. O autor chama de “imigrantes” as pessoas provenientes de uma cultura que se organizava basicamente em torno de materiais impressos, como livros e jornais, e que agora precisam se adaptar, “migrar” para as novas tecnologias de interação e comunicação digital. O segundo grupo, os “nativos”, nasceram e cresceram junto com o desenvolvimento e expansão das tecnologias, especialmente a Internet, desenvolvendo uma espécie de “vida online”, em que o “ciberespaço” faz parte do cotidiano. 10 10 A palavra ciberespaço é citada frequentemente por Lévy (1994; 1999; 2000), tido como um novo espaço de comunicação, sociabilidade, organização, transação, informação e conhecimento, em um universo virtual. Segundo o autor, a palavra de origem norte americana foi utilizada pela primeira vez, em 1984, pelo escritor de ficção científica, William Gibson, em sua obra “Neuromancer”. Lévy (2000, p. 208), ainda cita o ciberespaço como o sistema com o desenvolvimento mais rápido da história das comunicações, destacando a comunicação interativa e coletiva como “a principal atração do ciberespaço”. Segundo Pereira (2014, p. 20), os nativos digitais [...] se relacionam com as pessoas através das novas mídias e se deixam, sem recusa, surpreender com as inúmeras possibilidades que encontram nas novas tecnologias. Sem medo, navegam, clicam, copiam, colam, enviam, deletam. Eles constroem, administram sua identidade pessoal e social através de constantes mudanças. E essa identidade é construída a partir de suas características pessoais, de seus interesses sob a ótica digital. Prensky (2001) considera que os indivíduos que nasceram e cresceram no mundo digital, cercados pelas tecnologias, desde seus brinquedos eletrônicos até as mais novas ferramentas da era digital, possuem uma maneira distinta de ver e se relacionar com o mundo, em todos os aspectos: em casa, no trabalho, na escola, ou ainda nas questões de relacionamentos, quando comparados com os imigrantes digitais, que aprenderam posteriormente a usar as ferramentas tecnológicas do mundo digital. Tapscott (2010) também afirma que a época em que os indivíduos nasceram influencia suas atividades na sociedade, principalmente na forma como os nativos digitais pensam, tomam decisões, recebem e transmitem as informações. Já os imigrantes digitais, em algum momento de suas vidas são atraídos e adotam as novas tecnologias, seja por necessidade, seja para se adaptar ao ambiente (PRENSKY, 2001). “O fato é que a revolução tecnológica é um caminho sem volta” (BORTOLAZZO, 2012, p. 3). 11 11 Geração atual e perspectivas futuras Estamos vivendo um momento único da história em relação às TDICs, pois a atual geração de pais e professores é a última geração que nasceu em um mundo sem a influência da Internet (BARROS, 2013). Isto altera não só o modo de vida daqueles que nasceram após o advento tecnológico, como também dos que aqui estavam com a chegada da Internet. Diferente da era precedente da modernidade ‘sólida’, que vivia para a ‘eternidade’ [...] a modernidade líquida não estabelece objetivos nem traça uma linha terminal. Mais precisamente, só atribui a qualidade da permanência ao estado de transitoriedade. O tempo flui – não “marcha” mais (BAUMAN, 2007, p. 88). A sociedade líquida, citada por Bauman (2007),é caracterizada por condições que mudam em um tempo muito curto, anterior a consolidação de hábitos ou rotinas. A vida líquida é uma vida incerta, uma inconstância, que despreza ideais a longo prazo e torna o conhecimento volúvel. Para Schneider (2013, p. 25), é a primeira vez na humanidade que o conhecimento é repassado de baixo para cima, da geração mais nova para a geração mais velha. “Hoje, quando alguém de mais de 35 anos se atrapalha com algum assunto ‘digital’ pede ajuda a alguém mais moço, que detém o conhecimento”. Pela primeira vez na história, há um volume grandioso de informações sendo repassados dos filhos para os pais, dos netos para os avós, uma inversão de papéis em uma visão não muito distante. Diversos são os estudos que surgem no sentido de melhor compreender essa grande transformação tecnológica que afeta os estilos de vida das diferentes gerações, perpassando por questões comportamentais que refletem na educação. Além das gerações já descritas neste trabalho, caracterizadas por estudiosos ao longo dos tempos, recentes trabalhos apontam para o surgimento de uma nova geração, subsequente a geração Z. 12 12 Tratam-se dos nascidos após o ano de 2010, a chamada geração Alpha, apontada por alguns especialistas como a geração “mais inteligente” (SILVA, 2014). Conforme Granero e Couto (2013), em artigo publicado na Revista Geminis, ainda são poucas as características que definem os filhos da geração X ou Y, que estão em contato com a tecnologia desde o nascimento, como é o caso dos bebês que mexem em tablets e smartphones, interagindo com aparelhos digitais de toque na tela desde pequenos. Segundo Souza (2011), em seu trabalho de dissertação da Universidade de Potiguar, as tendências apontadas para esta nova geração é que sejam indivíduos consumistas, visto que a tecnologia está em constante aperfeiçoamento, o que instigará ainda mais estes indivíduos pelo novo. Tendem a ser a geração educada de modo mais formal, já que entrarão na escola mais cedo e estudarão por mais tempo que as gerações anteriores. Imagina-se que o conteúdo para a geração Alpha deixará de ser o foco principal do ensino, e o aluno se tornará o centro das atenções, atuando o professor como um mentor, em aulas baseadas em projetos mais complexos, misturando crianças de idades e perfis diferentes. Estas são as previsões para um futuro próximo, mas que já vem sendo testadas em algumas escolas brasileiras (FILHOS, 2013). Em casa tendem a ter uma educação menos hierárquica, estabelecendo uma relação de troca entre pais e filhos, presada pela espontaneidade. Filhos de pais com menos irmãos, possivelmente serão bem-sucedidos, pois os pais investirão mais recursos neles. Terão como desafio lidar com problemas de segurança relacionados a tecnologia e a crescente quantidade de informações disponibilizadas na Internet, o que assusta as gerações, mas que tende a ser visto com naturalidade por esta nova geração (SOUZA, 2011; FILHOS, 2013). Para Galileu (2015), diante de tanta tecnologia, nosso cérebro vem sofrendo constantes alterações. Consumimos três vezes mais informação do 13 13 que há 50 anos, e se isso já não fosse o suficiente para afetar nosso cérebro, não realizamos as coisas com calma, fizemos tudo ao mesmo tempo, várias atividades simultaneamente. Desta forma, a criatividade e a capacidade de resolvermos problemas diminui, devido as dificuldades de concentração. E, então, surge o Google e outras ferramentas de pesquisa para substituir nossa reflexão. Não sabe como montar um currículo? Pergunte ao Google. Seu computador está dando erro? O Google ensina a resolver. Não sabe o que dar de presente para sua mãe? Não tem problema, o Google tem a sugestão perfeita (GALILEU, 2015, texto digital). Com isso, os estudiosos têm considerado que o mecanismo de buscas está substituindo nossa memória. Para realizar uma pesquisa, anterior à Internet, era preciso buscar informações em locais físicos, como livros, jornais e revistas, além de conversar com pessoas. Com este esforço, nosso cérebro lembrava mais facilmente dos resultados depois que conseguíamos a resposta. Com a presença da Internet, em que as pesquisas são realizadas facilmente, o cérebro ficou mais “preguiçoso”, visto que é fácil conseguir as informações, não sendo necessário memorizá-las (GALILEU, 2015, texto digital). CONHECIMENTO NUNCA É DEMAIS! Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) ou Novas Tecnologias da Comunicação e Informação (NTCI) ou Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) 14 14 As Novas Tecnologias da Comunicação e Informação na Educação – NTIC devem ser entendidas como um conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, organizados num sistema capaz de executar um conjunto de tarefas” (SANTOS; PEQUENO, 2011, p. 79). “O termo Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) está relacionado com o grande desenvolvimento tecnológico, com a evolução das ferramentas utilizadas como meio de informação e comunicação” (COSTA, 2017). Costa (2017); Camas e Brito (2017) e Wiley (2000) reforça que as TDIC vão além do computador, pois também trata das tecnologias móveis, celulares, smartphones, tablets, conexões wifi, 3G, 4G e assim por diante. Tanto NTIC quanto TDIC abrangem os dispositivos eletrônicos e tecnológicos, como o computador, a internet, o tablet, smartphone e “qualquer outro dispositivo que permita a navegação na internet” (COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015) Tecnologia Assistiva “É uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social” (BRASIL 2007, apud BRITO; SIMONIAN, 2016, p. 184). Tecnologias Educacionais “Recursos tecnológicos que utilizamos com nossos alunos para proporcionar conhecimento, que vão desde a nossa exposição oral/dialogada ao 15 15 uso do computador e dispositivos que estão ligados ao mundo do conhecimento” (BRITO; SIMONIAN, 2016, p. 184). Tecnologia Social “O processo coletivo que visa questionar o que, como, por que e para quem a tecnologia se desenvolve, para que o cidadão se aproprie dos bens sociais e culturais numa ação conscientizadora de seu papel na sociedade democrática, que alia saber tácito das camadas populares ao saber científico gerado ao longo da história da ciência a fim de que esta contribua para a diminuição dos índices de desigualdade social” (KENYON, 2003, apud BRITO; SIMONIAN, 2016, p. 184). Tecnosocialidade “São novos modos de socialização […] Constroem-se grupos de iguais através da sociabilidade na rede, em que os contatos são cada vez mais seletivos e autônomos” (CANCLINI, 2008, p. 53). “[…] pode designar as novas formas de interações sociais, propiciadas pelas novas tecnologias, que aparecem por todo o mundo em todos os lugares, diversificando as artes, os modos de agir, as profissões e os processos em nossa vivência cotidiana tanto real como virtual (FREITAS, 2008, p.102) Tecnologia Independente (Simples) “[…] são as que não dependem de recursos elétricos ou eletrônicos para a sua produção e/ou utilização” (LEITE apud BRITO; FILHO, p. 21, 2009). “[…] podem ser classificadas como: álbum seriado, cartaz, ensino por fichas, história em quadrinhos, ilustração, jogo, jornal, jornal escolar, livro didático, mapa e globo, mural, peça teatral, quadro-de-giz, sucata e textos” (ALTOÉ; NETO, 2008, p. 3). 16 16 Tecnologia Dependente (Complexa) “[…]são as que dependem de um ou vários recursos elétricos ou eletrônicos para serem produzidos e/ou utilizados” (LEITE apud BRITO; FILHO, p. 21, 2009). “[…] são: computador, fita de vídeo, fita sonora e CD, internet e suas ferramentas (www, chats, correio eletrônico, lista de discussão, vídeo- conferência, programas de computadores, slides), televisão comercial, televisão educativa, transparência para retroprojetor e educação à distância” (ALTOÉ; NETO, 2008, p. 3). De forma mais atualizada: “[…] blog, correio eletrônico, computador, ambiente virtual de aprendizagem, áudio-conferência, chat ou bate-papo, comunidades virtuais de aprendizagem, DVD, internet e suas ferramentas, vídeo, data show e televisão” (CORRÊA; 2018, 2018, p. 23-24). A diferença entre TIC e TDIC Afonso (2002, p.169) apresenta a diferença entre TIC e TDIC, da seguinte forma: as tecnologias de informação e comunicação (TIC) existem desde tempos imemoriais, mas suas formas digitais, as TDIC, são um fenômeno que se consolidou na última década do século XX” A diferença entre TDIC e NTIC Apresentamos as colocações de Kenski (2012) e Brito e Filho (2009), que trabalhavam o termo NTIC, mas recentemente o TDIC se tornou mais usado. O TDIC é visto com frequência e, indistintamente, em Baranauskas & Valente (2013), Costa, Duqueviz e Pedrosa (2015) e também em Pinheiro (2018). Ou seja, ambos tem o mesmo significado. 17 17 Figura 1: Quadro Teórico-Conceitual 18 18 19 19 Fonte: adaptado 20 20 Figura 2: Tecnologias no Campo Educacional Fonte: adaptado 21 21 Com as TDICs desenvolve-se ferramentas de comunicação cada vez mais interativas e participativas que podem dar suporte ao acesso, ao uso e à interação que acontecem nos diversos ambientes e áreas do conhecimento. Os valores que afloram com a globalização, principalmente estar informado, comunicar-se bem e frequentemente, ser desenvolvedor e disseminador de informações, tornam-se cada vez mais relevantes e vitais para o desenvolvimento econômico, social e cultural das pessoas. Nesse sentido, os processos que envolvem a geração, a organização e a comunicação de informação, com a possibilidade de transformação em conhecimento e inovação, têm um papel central na sociedade contemporânea. As TDICs que atuam como infraestrutura nesse contexto, configuram elementos fundamentais na produção e compartilhamento de informações na chamada sociedade em rede. Sabe-se que o processo de globalização, no qual se evidencia uma cultura virtual é irreversível, sendo assim, a biblioteca precisa integrá-lo ao seu cotidiano, oferecendo suporte às ações comportamentais das pessoas que buscam informações via web. É possível também encontrar na literatura a presença de outros termos que reconfiguram o sentido da palavra tecnologia, tais como “digitais”, “informação” e “comunicação”. O termo – Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) – pode ser compreendido na perspectiva de referência aos dispositivos eletrônicos e tecnológicos, incluindo computadores, tablets e smartphones, e demais tecnologias criadas antes do fenômeno digital na sociedade contemporânea, tais como o telégrafo, o rádio, a televisão e o jornal. 22 22 No entanto, há pesquisadores como Kenski (2012) que utiliza o termo Tecnologias Digitais da Comunicação e da Informação (TDICs) para se referir às tecnologias digitais conectadas a uma rede e há ainda outros como Valente (2013) que nomeiam as TDICs, a partir da convergência de várias tecnologias digitais como: vídeos, softwares, aplicativos, smartphones, imagens, console, jogos virtuais, que se unem para compor novas tecnologias. As TDICs referem-se a qualquer equipamento eletrônico que se conecte à internet, ampliando as possibilidades de comunicabilidade de seus usuários (VALENTE, 2013). Podemos aplicar também as definições sobre as TICs, de modo mais abrangente, quando se torna possível englobar no escopo de sua definição para além das tecnologias digitais, tais como o computador, outros tipos de tecnologias, como as ópticas e analógicas. Figura 3: Tecnologias da Informação e da Comunicação Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2544158/mod_resource/content/1/ARQUIVO% 202.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2544158/mod_resource/content/1/ARQUIVO%202.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2544158/mod_resource/content/1/ARQUIVO%202.pdf 23 23 Figura 4: TIC’s Fonte: https://pt.slideshare.net/Erisleny_Santos/tecnologias-da-informao-e-comunicao- 126065733 https://pt.slideshare.net/Erisleny_Santos/tecnologias-da-informao-e-comunicao-126065733 https://pt.slideshare.net/Erisleny_Santos/tecnologias-da-informao-e-comunicao-126065733 24 24 AS TICs, O MARKETING E O MARKETING DIGITAL É importante conhecer as conceituações que existe sobre a comunicação virtual é importante que se entenda o que é virtual. Lévy (1996) aborda com maestria a virtualidade e suas consequências nas relações, na educação e no mundo. Para Lévy, o virtual opõe-se ao real, no sentido do mesmo ser atual. “O real seria da ordem do 'tenho', enquanto o virtual seria da ordem do 'terás', ou da 'ilusão'.” (LÉVY, 1996, p.5) Lévy (1996, p. 5) observa: A palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o que existe em potência e não em ato. O virtual não se opõe ao real, mas ao atual: virtualidade e atualidade são apenas duas maneiras de ser diferentes. Partindo deste conceito, o virtual se opõe ao atual, ou seja, o processo de atualização seria como a resolução constante do nó de tendências que apresenta a virtualidade; a solução escolhida a cada momento pelo que potencialmente a entidade pode ser. O real se aproximaria ao possível; este que "já está todo constituído, mas permanece no limbo. O possível se realizará sem que nada mude em sua determinação ou natureza. É um real fantasmático, latente. O possível é exatamente como o real, só lhe falta a existência.” (LÉVY, 1996, p.5). Por meio de uma retrospectiva histórica, sociológica e antropológica, pode-se constatar que a comunicação sempre existiu, não é algo novo, e a comunicação virtual só faz parte de um processo evolutivo do homem. O homem, desde o tempo das cavernas se comunica por meio dos desenhos registrados nas paredes, com a invenção da fala, com seus hieróglifos, nos rituais aos seus deuses, com a invenção da imprensa, e assim sucessivamente. Portanto, a comunicação é praticada há muito tempo. Podemos inferir que a comunicação virtual é mais um meio de se comunicar e provavelmente foi criada para atender as necessidades do homem moderno, uma vez que foi criando mecanismos e ferramentas para se comunicar de acordo com seus recursos, em cada época da existência da humanidade. A evolução humana não só atingiu o corpo, mas 25 25 também o raciocínio e a cultura. Nesse eterno processo, o homem criará novas ferramentas e formas de se comunicar, permanentemente. A comunicação virtual não tem limites para sua expansão, assim como o homem. Conforme Lévy (1999, p. 21) As técnicas vieram de outro planeta, do mundo das máquinas, frio, sem emoção, estranho a toda significação e qualquer valor humano, como uma certa tradição de pensamento tende a sugerir? É o mesmo homem que fala, enterra seus mortos e talha o sílex. Propagando-se até nós o fogo de Prometeu cozinha os alimentos, endurece a argila, funde os metais, alimenta a máquina a vapor, corre nos cabos de alta-tensão, queima nas centrais nucleares, explode nas armas e engenhos de destruição.Mcluhan (1964, p. 76) afirma: Todos os meios são metáforas ativas em seu poder de traduzir a experiência em novas formas. A palavra falada foi a primeira tecnologia pela qual o homem pôde desvincular-se de seu ambiente para retomá- lo de novo modo. As palavras são uma espécie de recuperação da informação que pode abranger a alta velocidade, a totalidade do ambiente e da experiência. O marketing existe desde muito tempo nas organizações. De acordo com Casas (2012) o marketing tradicional sempre visou a realização da venda, chamar a atenção do consumidor para que o mesmo viesse a adquirir o produto desejado naquele ambiente específico, de forma mais enfática o Marketing é a forma de comunicação entre empresas e clientes. Segundo Kotler e Keller (2012) dentre os diversos objetivos que o Marketing apresenta um dos principais é o desenvolvimento cada vez maior do relacionamento no âmbito organizacional, não apenas com pessoas (clientes, funcionários, fornecedores, etc.), mas também com outras organizações, pois ambas podem vir a interferir de alguma forma as atividades que o Marketing poderá gerar. A invenção da web foi essencialmente o Big Bang do Marketing Moderno. A relação de dependência do Marketing com a tecnologia tem a ver com o surgimento e a ascensão das empresas de tecnologia. Produziu uma explosão de novas expectativas nos clientes e oportunidades de diferenciação, web, 26 26 pesquisa, social, mobile etc., que continuam a se expandir. A cada ano, novas inovações disruptivas surgem em nosso mundo conectado, digital, como fundições de estrelas, nascendo novas expectativas e potenciais vantagens competitivas. A transformação digital é muito maior do que o marketing, inclui as áreas de vendas, serviços, produtos, operações internas, e assim por diante. Em muitos casos, traz novos modelos de negócios digitais totalmente novos. Para muitas empresas, o digital tem sido simplesmente o domínio do marketing: marketing na web, marketing por e-mail, marketing nos mecanismos de pesquisa, marketing de mídia social, etc. Ele foi envolvido em torno de produtos e serviços existentes. Como tal, o marketing poderia operar independentemente do resto do negócio com alguns inputs (produtos) e outputs (demanda do cliente) diretos. Esta independência, como se fosse um invólucro, permitia que grandes pedaços de marketing fossem terceirizados para agências externas – um modelo que agora está desaparecendo. Assim observa-se que o foco do marketing digital é desenvolver estratégia de mercado através da internet, onde empresas buscam melhores formas de interação e de se relacionar com seus consumidores, o que proporciona uma troca de informações personalizada e eficaz. Web Marketing ou Marketing Digital, corresponde a toda concentração de esforços no sentido de adaptar e desenvolver estratégias de marketing no ambiente web (OLIVEIRA, 2000). Com a evolução da tecnologia da informação e da comunicação, especialmente a internet, o marketing evoluiu para o chamado marketing eletrônico, e - marketing ou marketing digital, conceito que expressa o conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos como a internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo de informação recebida (LIMEIRA, 2003. p.9). A tecnologia da informação proporcionou uma nova visão para a economia, permitindo que quem a utilize obtenha mais lucro, através da redução de despesas (não é necessário gastar com, por exemplo, impostos de uma loja física), além de trazer aos consumidores novos meios para adquirir produtos. A 27 27 internet trouxe novos concorrentes ao mercado, possibilitando à loja a acessibilidade de ser somente virtual, como a já existente Submarino, e mesmo assim disputar mercado com grandes lojas que possuem ambientes de compra físicos e digitais. O marketing digital proporcionou a transformação da internet em uma ampla rede de consumo, que são qualificados em consumo competitivo, amplo e produtivo. Ambiente Online: ferramenta de comunicação Obviamente a Internet é tão grande e muda tão rápido que seria impossível descrever aqui todos os espaços existentes na rede, muito menos tentar qualificá-los de forma completa. Entretanto, existem cinco grandes grupos, que interagem constantemente, e que podem ser descritos de forma a dar uma ideia geral do ambiente em que o usuário de encontra quando está on-line. Esses ambientes são as ferramentas de busca, os sites e portais, as redes sociais e blogs, as ferramentas de comunicação e os mundos virtuais, todas estas serão descritas logo abaixo, conforme Torres (2009). a) Plataformas de busca: é uma importante forma de navegação no mundo digital atualmente, pois é por meio delas que os usuários alcançam seus objetivos no meio virtual e no mundo real. Sem contar que as ferramentas representam a porta de entrada de mais de 80% da navegação na Internet. b) Portais, sites e hotsites: as empresas criam portais com todo tipo de informações que deseja mostrar para os consumidores, a ideia do portal é prender seus clientes. Com a evolução na utilização dos cartões de créditos as empresas criaram as lojas virtuais, onde o consumidor pode obter todas as informações sobre o produto e comprá-lo. Já os hotsites surgiram para objetivos específicos e ficam 28 28 no ar por pouco tempo, são feitos para divulgar alguma campanha ou promoção. c) Redes sociais, fóruns e blogs: os fóruns são locais onde as pessoas podem trocar ideias, discutir assuntos em comuns. Já os blogs são um local onde uma pessoa expõe seus pensamentos, escrevem artigos e disponibilizam para que outras pessoas possam ler e comentar o que acharam. As redes sociais têm como finalidade reunir as pessoas, onde elas divulgam seus dados pessoais, fotos, assim criando laços com os outros membros. d) Ferramentas de comunicação: no início o grande responsável pela comunicação foi o e-mail, e ainda é bastante utilizado, mas o público jovem o considera ultrapassado, pois prefere à ferramenta da comunicação instantânea, um dos mais famosos foi o MSN – hoje não existe mais, foi substituído –, atualmente várias ferramentas de comunicação se destacam o whatsapp, assim como o Skype, que oferecem a possibilidade de mensagens em textos, ligações em áudio e vídeo. e) Mundos virtuais e jogos on-line: trata-se de uma parte importante da realidade atual, pois inclui comunidades, troca de mensagens/informações, além de toda a interação entre os usuários. Todas essas ferramentas, entre outras, são muito importantes nos dias atuais e a tendência é que se tornem ainda mais importantes a cada ano. 29 29 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A SOCIEDADE Sob o termo tecnologia, Miranda (2007) o designa como um conjunto de inovações que surgiram na década de 80 e seu impacto sobre as indústrias culturais tornou-se visível nos anos 90. Aqui refere-se a era da gravação digital da informação, da compreensão destes dados e do acoplamento das telecomunicações e do computador. Por sua vez, o termo tecnologias da informação e comunicação (TIC) refere-se à conjugação da tecnologia computacional ou informática com a tecnologia das telecomunicações. Kenski (2012), afirma que as novas tecnologias de informação e comunicação, caracterizadas como midiáticas, são, portanto, mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimentos. Criam uma nova cultura e um novo modelo de sociedade. Segundo a autora, essa nova sociedade, essencialmente diferente da sociedade industrial que a antecedeu que era baseada na produção e no consumo de produtos iguais, em massa; caracteriza-se pela personalização das interações coma informação e as ações comunicativas. Nesse novo momento social, o elemento comum subjacente aos diversos aspectos de funcionamento das sociedades emergentes é o tecnológico. Um “tecnológico” muito diferente, baseado na cultura digital. (KENSKI, 2012). A autora relata ainda, que as novas tecnologias de informação e da comunicação articulam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação. Tornam-se “midiáticas” após a união da informática com as telecomunicações e o audiovisual. Geram produtos que têm como algumas de suas características a possibilidade de interação comunicativa e a linguagem digital. A velocidade das alterações no universo informacional cria a necessidade de permanente atualização do homem para acompanhar essas mudanças. 30 30 De acordo com Sancho (2006), as novas tecnologias de informação e comunicação têm invariavelmente três tipos de efeitos. Em primeiro lugar, alteram a estrutura de interesses (as coisas em que pensamos). O que tem consequências importantes na avaliação do que se considera prioritário, importante, fundamental ou obsoleto e também na configuração das relações de poder. Em segundo lugar, mudam o caráter dos símbolos (as coisas com as quais pensamos). Quando o primeiro ser humano começou a realizar operações comparativamente simples, como dar um nó ou fazer marcas em um pedaço de pau para lembrar de alguma coisa, passou a mudar a estrutura psicológica do processo de memória, ampliando-a para além das dimensões biológicas do sistema nervoso humano. Em terceiro lugar, modificam a natureza da comunidade (a área em que se desenvolve o pensamento). Neste momento, para um grande número de indivíduos, esta área pode ser o ciberespaço, a totalidade do mundo conhecido e do virtual, mesmo que praticamente não saia de casa e não se relacione fisicamente com ninguém. A autora destaca que, as pessoas que vivem em lugares influenciados pelo desenvolvimento tecnológico não têm dificuldades para ver como a expansão e a generalização das TIC transformou numerosos aspectos da vida. Inclusive naqueles países em que muita gente não tem acesso à água potável, luz elétrica ou telefone se fez notar a influência do fenômeno da globalização propiciado pelas redes digitais de comunicação. Atividades tão tradicionais como a agricultura se viram profundamente afetadas pelas TIC. O mundo do trabalho, da produção científica, da cultura e do lazer passou por grandes transformações nas duas últimas décadas. Praticamente todas as ocupações se transformaram, algumas desapareceram, enquanto outras tantas surgiram que, até então, eram completamente desconhecidas. Para Sancho (2006), o computador e suas tecnologias associadas, sobretudo a internet, tornaram-se mecanismos prodigiosos que transformam o 31 31 que tocam, ou quem os toca, e são capazes, inclusive, de fazer o que é impossível para seus criadores. Por exemplo, melhorar o ensino, motivar os alunos ou criar redes de colaboração. Daí vem à fascinação exercida por essas tecnologias sobre muitos educadores, que julgam encontrar nelas a nova pedra filosofal que permitirá transformar a escola atual. Torna-se difícil negar a influência das tecnologias da informação e comunicação na configuração do mundo atual, mesmo que nem sempre seja positiva para todos os indivíduos e grupos. As tecnologias de informação e da comunicação evoluem sem cessar e com muita rapidez. A democratização do acesso a esses produtos tecnológicos e a consequente possibilidade de utilizá-la para a obtenção de informações, é um grande desafio para a sociedade atual e demanda esforços e mudanças nas esferas econômicas e educacionais de forma ampla (KENSKI, 2003). Mas há muito mais alavancas tecnológicas que nos conduzem à nova sociedade baseada, principalmente, na informação. Mais do que a existência da tecnologia, é a sua disponibilidade crescente que transforma de forma irreversível a economia e a sociedade. Sob a forma de novos produtos e serviços, essas alavancas mudam contínua e profundamente a vida humana, a indústria, o comércio, as formas de entretenimento, a vida familiar, a escola, o trabalho, a administração pública e, acima de tudo, a difusão da informação e a produção de novos conhecimentos (SIQUEIRA, 2008 p.19). O autor ressalta que para termos uma visão abrangente da Sociedade da Informação em que ingressamos, é preciso compreender o impacto das tecnologias ou processos tecnológicos que mudam nossa vida e funcionam como alavancas da economia, da casa, do entretenimento, da escola, do trabalho, da produtividade industrial, do governo eletrônico e de todos os benefícios sociais daí decorrentes. 32 32 As tecnologias da comunicação e informação estão revolucionando nosso mundo. Com a convergência digital, fundem-se serviços, redes, produtos, aplicações e áreas até a poucos anos distinta. A grande característica desse processo de convergência é o desenvolvimento tecnológico sem precedente, que revoluciona a informática e as telecomunicações, realimentando de forma contínua o já imenso poder de processamento dos computadores e da difusão da informação. Sem essas tecnologias, a globalização seria apenas uma pálida tendência de longo prazo, e não o fenômeno avassalador e quase selvagem a que assistimos a partir dos anos 1980 (SIQUEIRA, 2008, p. 38). 33 33 MATERIAL DE APOIO Disponível em:< https://www.scielo.br/j/jistm/a/xqSpx59SPsNH7PFTDs6JvJc/?lang=pt&format=p df>. Acessado em 07 de março de 2023. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO SUPORTE À GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO NA PEQUENA EMPRESA (Adaptado) Giseli Diniz de Almeida Moraes; Ana Cláudia Fernandes Terence; Edmundo Escrivão Filho Universidade de São Paulo, Brasil Um dos grandes vetores das transformações no cenário competitivo é a contínua evolução da tecnologia que, em virtude de sua grande disseminação, afetou de modo significativo todas as atividades humanas e fez crescer o grau de incerteza e imprevisibilidade do futuro. Dentre as novas tecnologias, destaca- se a Tecnologia da Informação (TI), que passou a ser um importante componente competitivo para as organizações (ALBANO, 2001). Torquato e Silva (2000), ao esclarecerem a ligação entre tecnologia e estratégia, afirmam que, na criação e renovação de vantagens competitivas, fatores necessários à sobrevivência das empresas, a tecnologia surge como um elemento-chave na busca de peculiaridades que as distingam favoravelmente de seus concorrentes. Para que as organizações se mantenham competitivas em ambientes caracterizados por constantes mudanças, precisam acompanhar eventos e tendências significativos que estão ocorrendo no ambiente externo. Esta necessidade pode implicar um estudo para monitoração ambiental, "entendido como um processo de busca e utilização de informações externas para subsidiar decisões estratégicas" (BARBOSA, 1997, p.52). A turbulência no ambiente empresarial, que gera um clima de incerteza para a tomada de decisões, estimula os profissionais a procurarem entender de https://www.scielo.br/j/jistm/a/xqSpx59SPsNH7PFTDs6JvJc/?lang=pt&format=pdf https://www.scielo.br/j/jistm/a/xqSpx59SPsNH7PFTDs6JvJc/?lang=pt&format=pdf 34 34 modo mais amplo as contribuições que as tecnologias podem oferecer à gestão estratégica da informação. No setor das pequenas empresas não se registra o conhecimento amplo de suas informações úteis nem de suas respectivas fontes. Assim, este artigo é importante porque tem, como objetivo, abordar, a partir da revisão da literatura da área, a utilização da tecnologia da informação como suporte à gestão estratégica da informação na pequena empresa. A GESTÃO DA INFORMAÇÃO Pode-se descrever a informação como uma mensagem de comunicação audívelou visível, em geral apresentada sob a forma de documento, que envolve um emitente e um receptor e cuja finalidade é mudar o modo como o destinatário vê algo ou exercer algum impacto sobre seu julgamento e comportamento. Diferente dos dados, a informação tem significado e se organiza tendo em vista algum fim (DAVENPORT e PRUSAK, 1998). A evolução da importância da informação nas organizações ocorreu da seguinte forma: na década de 50, considerava-se a informação um requisito burocrático necessário, que contribuía para reduzir o custo do processamento de muitos papéis; nos anos 60 e 70, via-se a informação como um suporte aos propósitos gerais da empresa, que auxiliava no gerenciamento de diversas atividades; a partir das décadas de 70 e 80, passou-se a compreender a informação como um fator de controle e gerenciamento de toda a organização, que ajudava e acelerava os processos de tomada de decisão, e, da década de 90 até os dias atuais, passou-se a reconhecer a informação como um recurso estratégico, uma fonte de vantagem competitiva para garantir a sobrevivência da empresa (LAUDON e LAUDON, 1996). Há poucas décadas, existia um ambiente menos instável, onde tudo se processava de maneira mais lenta, mas que, a partir do início dos anos 90, novos fatores, como a abertura aos produtos estrangeiros, concorrentes mais 35 35 agressivos, fornecedores mais fortes e clientes mais exigentes, tornaram o mercado mais dinâmico e competitivo. Para assegurar a permanência e os lucros, as organizações resolveram adotar uma estratégia inovadora, apoiada com firmeza na informação, então compreendida como um capital estratégico, que possibilitava às empresas conhecerem seu próprio ambiente, mercados, consumidores e competidores (PAPA FILHO e VANALLE, 2002). Sofisticando-se os mercados, tornou-se necessário aperfeiçoar as áreas de informação das empresas, agregando-se estratégias para obter sucesso. A mensagem estratégica que uma economia fundamentada na informação transmite é tão visível, que a informação passou a ser a base para a competição, capaz de acionar as alternativas tecnológicas para o seu gerenciamento (McGEE e PRUSAK, 1994). Acredita-se que nenhuma empresa pode escapar aos efeitos da revolução causada pela informação. Os gestores cada vez mais gastam recursos com a tecnologia da informação e se envolvem na sua gestão (PORTER e MILLAR, 1985). A empresa deve ter consciência de que a informação é um requisito tão importante quanto os recursos humanos, pois é dela que depende o sucesso ou o fracasso das decisões tomadas por seus responsáveis e também por todos os seus colaboradores. A informação é, por conseguinte, um elemento primordial nas organizações, que torna possível estabelecer as condições necessárias para atingir seus objetivos e aumentar sua competitividade (FREIRE, 2000; SANTOS, 2001). Além disso, é preciso considerar que a estratégia sempre se formula com base nas informações disponíveis e que por isso nenhuma estratégia será melhor do que a informação da qual deriva. Deste modo, o que determinará a excelência de uma empresa será o fato de ser capaz de coletar, organizar, analisar e implementar mudanças a partir de informações, integrando-as no processo de melhoria contínua de suas atividades (REZENDE, 2001). 36 36 A informação é fundamental no apoio às estratégias e aos processos de tomada de decisão, porque, conforme afirma Beuren (2000), possibilita um maior controle das operações empresariais. Para a autora, utilizar a informação significa interferir no processo de gestão com a possibilidade de provocar uma mudança organizacional, uma vez que este uso afetaria os diversos elementos que compõem tal sistema. Pode-se considerar a gestão como um conjunto de processos que englobam atividades de planejamento, organização, direção, distribuição e controle de recursos de qualquer natureza, visando à racionalização e à efetividade de determinado sistema, produto ou serviço (MARCHIORI, 2002). Sob esta perspectiva, a gestão da informação deve incluir, em dimensões estratégicas e operacionais, mecanismos para obter e utilizar recursos humanos, tecnológicos, financeiros, materiais e físicos para o gerenciamento da própria informação, que então deve ser disponibilizada como insumo útil e estratégico para indivíduos, grupos e organizações (PONJUÁN DANTE apud MARCHIORI, 2002). A gestão da informação engloba a sinergia entre a tecnologia da informação, comunicação e os recursos/conteúdos informativos, visando o desenvolvimento de estratégias e a estruturação de atividades organizacionais. Portanto, a gestão da informação implica mapear as informações necessárias, fazer sua coleta, avaliar sua qualidade, proceder ao seu armazenamento e à sua distribuição e acompanhar os resultados de seu uso (MARCHIORI, 2002). Gestão estratégica da informação, portanto, significa o uso da informação com fins estratégicos para obter vantagem competitiva (LESCA e ALMEIDA, 1994). Ao se analisar o cenário em que as empresas estão inseridas, é possível constatar o quanto a turbulência deste as pressiona, fazendo-as interagirem com um ambiente em constante mutação, que oferece tanto oportunidades quanto ameaças. De fato, é de vital importância que os gestores usem a informação 37 37 como instrumento que lhes permita conhecer melhor a empresa e o ambiente competitivo em que atua, de modo que, identificando as ameaças e oportunidades nele presentes, possam desenvolver ações capazes de dar uma solução eficaz à turbulência ambiental (BEUREN, 2000). TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO SUPORTE À GESTÃO DA INFORMAÇÃO A tecnologia da informação alterou o mundo dos negócios de forma irreversível. Desde que foi introduzida sistematicamente, em meados da década de 50, houve uma mudança radical no modo de operar das organizações (MCGEE e PRUSAK, 1994). Na atualidade, tanto sob a perspectiva acadêmica quanto do mundo dos negócios, é uma questão de grande relevância. Antonialli (1996) concorda que fortes tendências e fatores tecnológicos são os responsáveis por contínuas adaptações da postura estratégica empresarial. A tecnologia da informação abrange uma gama de produtos de hardware e software capazes de coletar, armazenar, processar e acessar números e imagens, que são usados para controlar equipamentos e processos de trabalho e conectar pessoas, funções e escritórios dentro das empresas e entre elas (WALTON, 1993). A tecnologia da informação corresponde a objetos (hardware) e veículos (software) destinados a criar sistemas de informações que, por sua vez, resultam da implementação da TI através do uso de computadores e da telecomunicação (BALARINE, 2002). De um modo mais amplo, pode-se afirmar que a tecnologia da informação refere-se a um conjunto de hardware e software que tem, como função, o processamento das informações, que implica coletar, transmitir, estocar, recuperar, manipular e exibir dados, tarefas que podem estar incluídas em microcomputadores, conectados a redes ou não, mainframes, scanners (leitoras) 38 38 de códigos de barra, estações de trabalho, softwares como planilhas eletrônicas ou banco de dados, além de outros (CAMPOS FILHO,1994). Albertin (1996) apresenta também uma abrangente definição da tecnologia da informação, uma vez que a conceitua como tudo aquilo com que se pode obter, armazenar, tratar, comunicar e disponibilizar a informação. Para o autor, investimentos em TI são expressivos e as empresas esperam, através destes, ampliar a relação de objetivos gerenciais que venham a influenciar o seu desempenho. A tecnologia da informação é considerada relevante para as organizações, pois: • proporciona a inovação de muitos produtos e serviços e viabilizado o surgimento de importantes capacidades dentrodas organizações como, por exemplo: entrega on-line de informação; acesso eletrônico a serviços; habilidade de solicitar e obter serviços específicos; pagamento e apresentação eletrônica de contas e habilidade de utilizar vários produtos de software, sem que seja preciso realimentar os dados (ALBERTIN, 2000); • trata-se de uma das maiores e mais poderosas influências no planejamento das organizações, podendo inclusive colaborar com a estratégia competitiva das empresas por oferecer vantagens competitivas; diferenciar produtos e serviços; melhorar o relacionamento com clientes; facilitar a entrada em alguns mercados; possibilitar o estabelecimento de barreiras de entrada, auxiliar a introdução de produtos substitutos e permitir novas estratégias competitivas com o uso de sua própria tecnologia (ALBERTIN, 2001); • é responsável pelo armazenamento de dados provenientes do ambiente externo. A ferramenta mestra para esta função é o banco de dados - repositório central de todas as informações pertinentes ao relacionamento de uma empresa com seus clientes e/ou fornecedores (NEWEL, 2000). 39 39 Apesar de sua notória importância, não basta apenas coletar e armazenar dados. É essencial transformá-los em informações relevantes ao processo de gestão estratégica. Logo, para o sucesso e a viabilidade de seu emprego, principalmente no ambiente das pequenas empresas, é necessário utilizar uma ferramenta que forneça respostas rápidas aos usuários finais da maneira mais simples e econômica possível. Para implantar com êxito uma tecnologia de informação, as empresas precisam levar em conta algumas condições básicas, como: integrá-la a outras ferramentas de gestão, considerando que adotá-la é apenas uma variável de decisão estratégica, e ter consciência de que os benefícios realmente significativos virão a médio e longo prazo (SILVA e FISCHMANN, 2002). Walton (1993) esclarece que, para facilitar a implementação da tecnologia da informação na empresa, é necessário criar uma visão estratégica, isto é, uma visão que, no contexto estratégico, seja não só capaz de alinhar as estratégias de negócios, de organização e de tecnologia da informação, mas também de abranger a estratégia competitiva e os modelos organizacionais que poderão direcionar o sistema de tecnologia da informação ou ser direcionados por ele. Para o autor, a tecnologia da informação abrange três ângulos que formam o denominado triângulo estratégico. Para Laurindo et al. (2001) é necessário utilizar a tecnologia da informação sob o enfoque da eficácia de seu emprego, comparando e analisando os resultados de sua aplicação no negócio das organizações, os impactos de seu uso na operação e estrutura das empresas. Após estudarem os modelos que tratam do papel da tecnologia da informação nas organizações, ou seja, de como ela pode contribuir de modo eficaz para seu sucesso ou maior competitividade, os autores destacam os seguintes pontos relevantes: • necessidade de uma clara visão estratégica tanto do negócio quanto da TI, ou seja, necessidade de que se considere a TI um meio para obtenção de 40 40 vantagens competitivas no negócio, um meio voltado ao mercado e ao usuário de TI; • manutenção da vantagem competitiva por mais tempo, com base na gestão da TI e no alinhamento estratégico com o negócio; • consideração de aspectos técnicos e operacionais, para que se atualizem as evoluções em TI e haja uma integração entre as estratégias e sua estrutura; • busca da eficácia, não somente da eficiência, por medir os resultados relativamente aos objetivos e às metas da organização; • importância de um bom relacionamento entre os executivos de TI e dos negócios; • avaliação da TI a partir de critérios variados, abrangendo aspectos técnicos, organizacionais e estratégicos; • gestão e avaliação dinâmicas da TI, com acompanhamento contínuo e flexível, a fim de que se possam promover mudanças e atualizações externas. Na atual economia de informação, a concorrência entre as empresas baseia-se em sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de forma eficaz (McGEE e PRUSAK, 1994). A tecnologia da informação, que apoia todos estes processos, pode ser um fator importante no aperfeiçoamento do uso da informação estratégica presente no ambiente, informação esta capaz de criar grande valor e manter as organizações unificadas. GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS Pode-se notar que a relevância das pequenas empresas é inquestionável para o bem-estar econômico, pois "elas produzem uma parte substancial do total de bens e serviço" e, além disso, "na medida em que fornecem novos empregos, introduzem inovações, estimulam a competição, auxiliam as grandes empresas 41 41 e produzem bens e serviços com eficiência". (LONGENECKER, MOORE e PETTY, 1997, p.34). A pequena empresa é uma organização que pode ser administrada ou dirigida por uma única pessoa. No caso de as competências decisórias ficarem a cargo do proprietário, isto é, não serem delegadas, tudo fica sob o peso de sua gestão centralizada e de sua própria avaliação (GONÇALVES e KOPROWSKI, 1995). De acordo com Van Horn apud Lima (1999), as pequenas organizações possuem cinco características relevantes no processo estratégico e que podem ser vistas como particularidades em comparação às empresas de grande porte: • técnicas e procedimentos administrativos pouco desenvolvidos ou inexistentes, para avaliar com regularidade a posição estratégica e controlá-la, de modo que as informações relevantes para o processo estratégico nem sempre estão disponíveis ou são confiáveis, a natureza destas informações é mais qualitativa do que quantitativa e os agentes em geral não sabem que informações são estrategicamente importantes; • membros da administração ou colaboradores são em geral pessoas formadas na prática do trabalho quotidiano, de forma que os dirigentes estabelecem a estratégia confiando em informações e experiências armazenadas em sua memória, fator que influencia diretamente não apenas a maneira como o nível hierárquico inferior percebe suas tarefas e seus métodos de trabalho mas também seu próprio modo de comunicação com os superiores; • tipos de atividade (produtos, tecnologias, serviços, know-how) planejados em número limitado, na maioria das vezes para alcançar um grupo específico de consumidores ou determinadas áreas geográficas, o que contribui para que estas empresas tenham uma base comercial mais restrita em relação às grandes e sejam mais vulneráveis a um declínio da atividade comercial; 42 42 • recursos e capacidade restritos, especialmente quanto ao capital (empréstimos difíceis e fluxo de caixa reduzido) e à formação daqueles que atuam na administração e assessoria cujas habilidades e informações necessárias ao planejamento estratégico adequado são com frequência insuficientes. Assim, além do tamanho da empresa, também a atitude dos dirigentes configura-se como barreira ao processo estratégico; • cargos administrativos e algumas atividades em geral sob a responsabilidade de membros da família do fundador da empresa, o que favorece uma presença maior de argumentos não racionais no processo de tomada das decisões estratégicas importantes. As especificidades das pequenas empresas, sobretudo seu papel de geradoras de empregos, despertaram a atenção de observadores que acreditam ser o conhecimento mais profundo da gestão neste setor um aspecto que contribui para ajudar a administrá-lo e, consequentemente, para diminuir a taxa de mortalidade de que são vítimas suas empresas (LEONE, 1999). A autora classifica as características específicas das empresas de pequeno porte em três tipos: as organizacionais, que se relacionam à forma como se estruturam e organizam; as decisionais, que sereferem à sua maneira de tomar decisão e as individuais, que relacionam o comportamento do seu dirigente no exercício de suas funções. Da mesma forma, estudos realizados pelo Grupo de Estudos Organizacionais da Pequena Empresa (GEOPE), do Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia de São Carlos/Universidade de São Paulo (NAKAMURA, 2000; MOTTA, 2000; TERENCE, 2002) organizaram as particularidades das pequenas organizações em três categorias: • particularidades estruturais, que se referem a aspectos internos, decorrentes de sua organização, entre as quais estão: a informalidade das relações, a administração não profissional, a propriedade e a administração 43 43 exercidas pela mesma pessoa, a estrutura organizacional não formalizada e reduzida, a falta de recursos, a inadequação ou não utilização das técnicas gerenciais; • particularidades contextuais, que se relacionam com o ambiente externo e refletem no processo estratégico, mas não são controláveis pela ação individual dos dirigentes empresariais, e; • particularidades comportamentais, que dizem respeito a aspectos pessoais do pequeno empresário, refletindo seus valores, suas ambições e ideologias, sua visão etc., e que, de forma geral, implicam conservadorismo, individualismo, centralização de poder, tendência ao obsoletismo, falta de habilidade na gestão do tempo e utilização do improviso no do planejamento da ação, decorrentes de uma gestão intuitiva. O processo estratégico nas pequenas organizações deve ser um contínuo aprendizado. Com o tempo, seus membros vão aprendendo cada vez mais sobre as capacidades e limitações destas empresas, as ameaças e oportunidades de seu ambiente e o próprio processo. Por isso, é importante que os administradores das pequenas empresas percebam que, nestas, o processo estratégico não implica necessariamente alto custo. Consequentemente, a gestão estratégica de seu ambiente não precisa ser cara, exigindo grande investimento em tecnologia complexa, quantitativa ou mesmo muito formal, podendo ser realizada em escala modesta, com participação de funcionários e concentração nas informações relevantes para seu negócio e suas necessidades (TERENCE, 2002). Barbosa e Teixeira (2003) afirmam a importância de se estabelecerem condições que favoreçam o pensamento estratégico nas pequenas empresas, de forma que venham a ter base para competir em um ambiente de mudanças rápidas. 44 44 A atual pressão ambiental, gerada pela crescente competitividade, parece impor, para as pequenas empresas, a necessidade de atuarem na coleta de informações do ambiente - clientes, fornecedores, concorrentes e agentes legais, sociais e tecnológicos, entre outros. Estas informações são muito úteis para tais organizações, em particular no processo decisório. Entretanto, como o pequeno empresário não tem consciência da importância da análise ambiental, não percebe a necessidade de se fazer um esforço objetivo e imaginoso para averiguar as possibilidades futuras. Nota-se ainda que, nas empresas de pequeno porte, o tempo despendido na procura de informações é variável e não é gasto de modo sistemático (MENEZES e ALMEIDA, 1997). Para os autores mencionados acima, as informações necessárias para o processo estratégico da empresa de pequeno porte, na visão dos empresários, dependem da situação da empresa, ou seja, se está em dificuldades financeiras, necessita de informações do sistema financeiro ou se o mercado está favorável, necessita de informações sobre clientes e assim por diante. Este enfoque denota uma necessidade situacional e até mesmo reativa. Como o pequeno empresário não possui conhecimento amplo das diversas informações que podem ser úteis à sua empresa nem de suas respectivas fontes, assim como sabe pouco sobre as atividades de seus concorrentes, a utilização que faz das informações é inferior ao nível de importância que atribui a elas. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO SUPORTE À GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO NAS PEQUENAS EMPRESAS Uma das maiores dificuldades encontradas pelas pequenas empresas é obter informações sobre os ambientes internos e externos, imprescindíveis à tomada de decisões, uma vez que todas parecem ser importantes e merecer que sejam analisadas. Desta forma, é conveniente compreender as razões pelas quais não é fácil, para tais empresas, conseguir vantagens efetivas com o uso 45 45 da tecnologia da informação, embora esta possa auxiliar a gestão estratégica da informação, por disponibilizar variáveis apropriadas e significantes ao processo decisório (Vasconcelos Filho, 1985). Segundo Migliato (2003), em relação à gestão da informação, a pequena empresa apresenta as seguintes especificidades na gestão da informação: os dirigentes tendem a não dar a devida atenção à informação, que é, de forma geral, obtida casualmente; a ação sobre as informações é subestimada; os dirigentes têm dificuldades em obter informações externas, pois seu sistema de informações é simples e; os dirigentes não possuem o hábito de procurar informações e questionar, e assim, têm dificuldades para desenvolver qualquer tipo de análise de seu ambiente. Portanto, as pequenas organizações apresentam dificuldade em trabalhar com a informação como recurso estratégico. Por este motivo, considera necessário auxiliá-las, oferecendo-lhes os meios de capacitação empresarial, entre os quais a tecnologia da informação, que se configura como um importante impulso, capaz de torná-las mais eficientes e competitivas (RODRIGUES, 2002). O número de empresas de pequeno porte que utilizam a tecnologia da informação vem aumentando nos últimos anos. Segundo pesquisa realizada no Estado de São Paulo, 47% das pequenas empresas estavam informatizadas em 2002, representando um crescimento de 51% em comparação com os resultados de 1997 (31%). Porém, há uma heterogeneidade no nível de informatização por setores, por segmentos específicos de atividade e por tempo de funcionamento das organizações. Em geral, a informatização é maior no setor industrial, em atividades mais sofisticadas, em empresas de maior porte, com mais estrutura e tempo de fundação (SEBRAE, 2003). Uma característica marcante das pequenas empresas é não possuir, em geral, sistemas informatizados e, como consequência, ter de fazer todos os seus controles por meio de papeladas intermináveis (BERALDI e ESCRIVÃO FILHO, 46 46 2000). As pequenas empresas carecem, portanto, de tecnologias que lhes deem suporte e melhorem a qualidade tanto dos seus processos decisórios estratégicos quanto da gestão estratégica de seus negócios. Estes autores consideram que a razão deste fato é a falta de ferramentas computacionais adequadas ao contexto das pequenas organizações, uma vez que as empresas geradoras destas ferramentas estão voltadas para as de maior porte, e assinalam a necessidade de um banco de dados que armazene exclusivamente os estratégicos, aqueles que sirvam de apoio às atividades destas empresas, como o fornecimento de informações estratégicas necessárias ao seu processo decisório (BISPO e GIBERTONI, 2002). O pouco uso da TI em pequenas empresas deve-se possivelmente ao fato de a maior parte das pesquisas sobre sua utilização ser realizada em grandes empresas. Embora o custo da tecnologia já seja mais acessível e os resultados das investigações apontem para o seu emprego em empresas de qualquer porte, acredita-se que estes resultados não se aplicam às necessidades e à realidade das pequenas empresas. (RIEMENSCHNEIDER e MYKYTYN JR, 2000). As soluções oferecidas pela tecnologia da informação não estão disseminadas nas empresas de pequeno porte porque, em geral, exigem uma mudança de atitude do dirigente, não se prestando apenas a atendê-lo em suas necessidades imediatase concretas. Para a incorporação da tecnologia da informação pelas pequenas empresas, espera-se uma adaptação do dirigente à tecnologia e não o inverso, comportamento este que modificaria o conceito que a indústria de tecnologia da informação tem sobre as pequenas organizações, ao argumentar que são antiquadas e avessas à tecnologia (FIRMINO, 2003). No entanto, inúmeros empresários utilizam a tecnologia da informação como suporte ao negócio, demonstrando que esta tecnologia tem lugar no setor das empresas de pequeno porte desde que a indústria reconheça que é necessário oferecer soluções de acordo com a necessidade do segmento. Os 47 47 pequenos negócios precisam de aplicações que facilitem o dia-a-dia e ajudem a incrementar a produtividade de forma concreta ou mesmo a enxergar novas perspectivas de negócio, mas com a mínima mobilização de ativos tecnológicos e sem a perturbação cultural que as grandes revoluções provocam (FIRMINO, 2003). Palvia e Palvia (1999) conduziram um estudo em pequenas empresas com o objetivo de avaliar a variável "satisfação com o uso da TI em ambientes diferentes dos das médias empresas", uma vez que, no segmento das pequenas organizações, há predominância de sistemas de gerenciamento de informações que ainda são informais, cujos principais usuários são seus proprietários, que frequentemente realizam funções da TI de caráter substitutivo, como operador do sistema, analista, programador, entre outras. Os resultados da pesquisa mostraram que a principal insatisfação, na pequena empresa onde se utiliza a TI, diz respeito ao treinamento, à educação dos usuários, que representa um dilema para a organização, uma vez que seu proprietário se ocupa com tarefas cotidianas e não dispõe de tempo e recursos necessários para um treinamento apropriado. Além desse, outras exigências geram insatisfação como: manutenção de softwares, quando estes precisam ser modificados ou melhorados, documentação, manuais de procedimentos que orientam o uso e conserto do sistema e ainda o suporte dos vendedores, uma ajuda que deve ser disponibilizada em caso de erros no software (PALVIA e PALVIA, 1999). O uso da tecnologia da informação nas empresas de pequeno porte está em constante progresso, porém, ainda é considerado fraco relativamente à sua aplicação em médias e grandes empresas. Apesar de as tendências indicarem crescimento no emprego de tecnologias da informação em pequenas organizações, deve-se considerar o fato de que são utilizadas essencialmente para realizarem tarefas operacionais e administrativas, não para cumprirem 48 48 propósitos estratégicos ou auxiliarem na tomada de decisões (PALVIA e PALVIA, 1999; FULLER, 1996). A tecnologia da informação deve ser usada de acordo com os objetivos estratégicos das pequenas organizações, atendendo-se às suas necessidades atuais e futuras, uma prática que, no entanto, é limitada nestas empresas onde o futuro estratégico não é diagnosticado e, consequentemente, não planejado. A propósito, ressalta-se que seus proprietários sabem disto e têm aversão ao planejamento (FULLER, 1996). A necessidade de uma perspectiva estratégica para a tecnologia da informação implica, pois, o envolvimento do dirigente da pequena empresa. Fuller (1996) argumenta que o envolvimento e o entusiasmo do proprietário na implementação da TI é um fator de sucesso. A distinção entre o uso da tecnologia da informação em processos de gestão e em atividades estratégicas não se apresenta de maneira clara na literatura. Segundo Fuller (1996), para a tecnologia da informação ter um valor estratégico necessita ser parte integral das funções estratégicas da empresa. Para Bispo e Gibertoni (2002) é de suma importância que a pequena organização utilize a tecnologia da informação para dar o devido suporte ao gerenciamento de suas estratégias. OBSTÁCULOS AO USO DA TI NA GESTÃO DAS PEQUENAS EMPRESAS É evidente a importância de se usar a TI nas pequenas empresas como um instrumento capaz de criar e sustentar a competitividade. No entanto, devido à limitação financeira, nem todos os recursos da TI são acessíveis a este segmento (BERALDI, 2002). Por se entender que o principal entrave à expansão da informatização nas micro e pequenas empresas é a dificuldade financeira (SEBRAE, 1998), convém 49 49 avaliar se a infraestrutura da tecnologia a ser implantada é cara e complexa em relação às particularidades destas organizações. Em virtude de o fator financeiro ser de grande relevância no contexto das pequenas organizações, porque seus recursos são limitados (WELSH e WHITE, 1981; FULLER, 1996; SEBRAE, 1998; THONG, 2001; BERALDI, 2002; SEBRAE, 2003), sobretudo quanto ao ambiente computacional (PALVIA e PALVIA, 1999), a escolha da tecnologia deve estar de acordo com o tipo do negócio em questão. Ademais, é importante não considerar a tecnologia como um gasto desnecessário e sim como um investimento, pois, quando os recursos de informática são bem aplicados, podem ajudar a empresa a reduzir custos, tornando-a mais eficiente e produtiva (GUIA DE TECNOLOGIA, 2003). Há alguns mitos, citados pelo Guia de Tecnologia (2003), que precisam ser superados pelos pequenos e microempresários, tais como: • a tecnologia é cara e requer grandes investimentos; • a tecnologia é difícil, exigindo um pouco de conhecimento; • há necessidade de um técnico para tomar conta dos equipamentos; • o uso de ferramentas tecnológicas não é seguro; • o negócio não exige tecnologia. De acordo com o resultado obtido em uma pesquisa realizada em pequenas empresas hoteleiras, a maior dificuldade encontrada na utilização da tecnologia da informação é a resistência por parte dos funcionários. Tal resistência deve-se à falta de treinamento e explicações - anteriores à sua implantação - sobre os benefícios que esta traria às atividades rotineiras, levando os funcionários a pensar que poderiam perder seus postos de trabalho para a tecnologia da informação, à cultura tradicional da empresa em como realizar suas tarefas e à mudança devido a provável e temerosa percepção da alteração do modo operacional (PRATES, SARAIVA e CAMINITI, 2003). 50 50 De acordo com Beraldi (2002), para que a implantação da tecnologia da informação ocorra de modo eficiente, nas pequenas empresas, alguns obstáculos precisam ser superados, a saber: • não padronização de processos e operações; • desconhecimento do proprietário acerca dos benefícios que a TI pode proporcionar em termos de maior controle; • dificuldade em associar os produtos de TI disponíveis no mercado com seu ambiente flexível e informal, uma vez que estes são projetados para as empresas de grande porte e exigem alto grau de padronização e formalização de processos e tarefas; • falta de produtos que atendam a suas necessidades de maneira simples e com preço acessível, em razão de terem sido criados sem levar em conta suas características e, finalmente, • carência de recursos para investir em tecnologias, pois, como a maioria das pequenas organizações sequer conhece as fontes de recursos disponíveis para este tipo de investimento, sua obtenção torna-se quase inacessível. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA TI NA GESTÃO DAS PEQUENAS EMPRESAS Atualmente, alguns mitos já foram superados e argumentos favoráveis aos investimentos em tecnologia são analisados. Algumas das principais vantagens para as pequenas empresas empregarem seus recursos em tecnologia da informação podem ser: • automatizar tarefas específicas, que passam a ser realizadas em menos tempo, resultando na diminuição do custo, da monotonia de executar tarefas repetitivas, na melhora do processo produtivo, por focar as tarefas mais importantes, obtendo maior produtividade (ZIMMERER e SCARBOROUGH, 5151 1994; GUIA DE TECNOLOGIA, 2003) e aumento da competitividade (PRATES, SARAIVA e CAMINITI, 2003); • auxiliar o gerente a testar algumas decisões antes de colocá-las em prática, propiciar a melhoria das informações para tomada de decisões, tornando-as mais acuradas, disponibilizar a informação em tempo oportuno e aprimorar o controle interno das operações e capacita o reconhecimento antecipado de problemas (ZIMMERER e SCARBOROUGH, 1994); • possuir atendimento satisfatório ao cliente: decorrência de uma tecnologia bem aplicada, que, por satisfazer o cliente, pode torná-lo fiel, mesmo sem o uso de sistemas complexos de fidelização empregados em grandes empresas. Pode-se utilizar, de modo eficiente, uma tecnologia simples e acessível às micro e pequenas organizações como uma linha telefônica e um identificador de chamadas, que possibilita identificar o cliente e oferecer-lhe um atendimento personalizado (GUIA DE TECNOLOGIA, 2003; ZIMMERER e SCARBOROUGH, 1994); • integrar o uso da tecnologia que pode proporcionar vendas maiores para clientes potenciais, talvez por levarem o processo de compra para portais que fazem transações eletrônicas entre empresas ou por meio de compras eletrônicas (GUIA DE TECNOLOGIA, 2003); • utilizar a internet como uma ferramenta capaz de expandir mercados, essencial para a comunicação com parceiros de negócios e clientes, um recurso disponível às organizações de todos os portes, inclusive às micro e pequenas empresas (GUIA DE TECNOLOGIA, 2003; BERALDI, 2002). Destacam-se entre os fatores de êxito na utilização da tecnologia da informação em pequenas organizações, a percepção da necessidade de seu emprego pelos usuários e o apoio da cúpula administrativa. Mesmo resistindo inicialmente, após a implantação da tecnologia da informação, os usuários e os dirigentes percebem sua importância nos processos, à medida que esta aumenta 52 52 a capacidade de trabalho, levando a empresa a aumentar sua competitividade. Apesar de, na maioria das organizações, considerar-se a tecnologia da informação como um custo e não uma vantagem competitiva, constatou-se numa pesquisa realizada, que os níveis hierárquicos superiores apoiaram o processo de implantação a partir do momento que constataram que não haveria outra maneira de permanecer no negócio, caso não melhorassem os controles gerenciais e aumentassem a produtividade (PRATES, SARAIVA E CAMINITI, 2003). Um argumento que as micro e pequenas empresas usam para evitar a tecnologia da informação é de que é algo complexo e que representa um alto custo para o negócio. Entretanto, com a crescente evolução tecnológica houve um grande avanço em termos técnicos e também de interface com os usuários, o que tornou seu uso cada vez mais simples. Além disso, as ferramentas de informática estão mais acessíveis a cada dia que passa, não sendo mais exclusivas apenas das organizações de grande porte (Guia de Tecnologia, 2003). Destaca-se que, embora as empresas estejam visualizando como a tecnologia da informação pode ser útil, ainda não conseguiram avaliar, em termos de custo/benefício, o investimento realizado. Os benefícios estão relacionados com a melhoria de compreensão das funções produtivas, principalmente o aumento da satisfação do usuário, em melhoria de controles dada pelo aumento de velocidade de resposta (PRATES, SARAIVA e CAMINITI, 2003). 53 53 CONCLUSÕES De acordo com o levantamento bibliográfico realizado, pode-se constatar que a TI apresenta-se como suporte à gestão da informação na pequena empresa a partir dos seguintes aspectos: disponibiliza informações para a tomada de decisões e gerenciamento estratégico do negócio; possibilita a automatização de tarefas rotineiras; auxilia o controle interno das operações; aumenta a capacidade de reconhecer antecipadamente os problemas; pode ser utilizada como ferramenta estratégica no processo de planejamento, direção e controle. Apesar do aumento do número de pequenas organizações que utilizam a TI no gerenciamento de seus negócios, percebe-se que poucas conseguem efetivar o potencial que esta ferramenta proporciona em relação à vantagem competitiva, pois o seu uso está voltado às tarefas operacionais e rotineiras e não a atividades do processo estratégico. Desta forma, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas que abordem a utilização da TI como uma ferramenta estratégica nas empresas de pequeno porte, que pode auxiliar o dirigente das pequenas empresas a elaborar, implementar e controlar estratégias, a monitorar o ambiente e tomar decisões, proporcionando assim uma possível vantagem competitiva a este segmento de empresas. De modo mais específico, é de suma importância que as tecnologias da informação implementadas nas pequenas empresas considerem suas especificidades, com o intuito de suplantar barreiras e entraves inerentes a este ambiente, como: limitações financeiras, dificuldades em usar tecnologias complexas, resistência dos funcionários, que temem serem substituídos pela tecnologia, dúvidas referentes às principais vantagens que a TI pode proporcionar e até mesmo a falta de percepção de sua real necessidade para o processo gerencial nestas organizações. 54 54 VÍDEOS DE APOIO Vídeo 1: Tecnologia, TIC e TDIC: definição, utilização e diferenças dos conceitos Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=jscI2_t36eY>. Acessado em 07 de março de 2023. Vídeo 2: TICs — Tecnologias da informação e comunicação Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=w_UTJIJvzJQ>. Acessado em 07 de março de 2023. Vídeo 3: Curta-metragem tecnologia da informação e comunicação Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=sGLiadCgZjo>. Acessado em 07 de março de 2023. https://www.youtube.com/watch?v=jscI2_t36eY https://www.youtube.com/watch?v=w_UTJIJvzJQ 55 55 REFERÊNCIAS AFONSO, C. A. Internet no Brasil – alguns dos desafios a enfrentar. Informática Pública, v. 4, n. 2, p. 169-184, 2002. ALBACH, Juliana Santos. Os usos que os jovens fazem da Internet: Relações com a escola. Revista Eletrônica de Educação, v. 8, n. 2, p. 138-159, 2014. ALBERTIN, A L. Aumentando as chances de sucesso no desenvolvimento e implementação de sistemas de informações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.36, n.3, p.61-69, jul/ago/set.1996. ALMEIDA, José Maria Fernandes de. Breve história da Internet. Editora Universidade do Minho, out. 2005.. ALONSO, Katia Morosov. Tecnologias da informação e comunicação e formação de professores: sobre rede e escolas. Educ. 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