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Nutrição clínica e 
dietoterapia no 
sistema digestório
Dietoterapia para as doenças do sistema 
gastrointestinal: esôfago, estômago, 
intestino delgado e grosso 
Alterações na 
Cavidade Oral
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Principais ações
● Trituração dos alimentos;
● Umidificação (saliva);
● Início da digestão (amilase 
salivar ou ptialina e lipase)
Doenças da cavidade oral
● Estomatite: termo genérico para 
qualquer inflamação da mucosa 
oral (aftas) → pode ocorrer em 
qualquer parte da boca como parte 
interna das bochechas, gengiva, 
língua, lábios e palato
○ Alguns tratamentos podem 
causar estomatite, como a 
quimioterapia
Estomatites frequentes podem ser 
um sinal de deficiência de ácido fólico 
e/ou vitamina B12
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Doenças da cavidade oral
● Glossite: inflamação ou infecção aguda ou crônica da língua → pode 
ocorrer devido a um distúrbio primário, por infecções bacterianas ou 
virais, irritação mecânica, ferimentos ou por deficiências nutricionais 
(complexo B e ferro) 
Dietoterapia
● Objetivo: reduzir ou não piorar o incômodo; aumentar 
apetite; corrigir deficiências nutricionais;
● Consistência deve ser alterada conforme tolerância do 
paciente (branda, pastosa, líquida);
● Evitar: alimentos ácidos, condimentos picantes e 
temperaturas elevadas;
● Fracionamento das refeições.
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Disfagias
Disfagias - conceitos
- Fases da deglutição 
- Oral, faríngea e esofágica: pode haver disfagia orofaríngea ou 
esofágica;
- Oral: é a única fase voluntária, função de triturar, amolecer, 
lubrificar (com a saliva) e iniciar a digestão
- problemas na salivação ocorrem: xerostomia (- saliva), 
cialorreia (+ saliva)
- Faríngea: língua forma um êmbolo e empurra o alimento para trás, 
ocorre o fechamento da faringe
- Esofágica: movimentos peristálticos
- Disfagia: qualquer interferência na precisão e sincronia dos 
movimentos de músculos e estruturas associadas à deglutição, que 
resultam em inabilidade 
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Disfagias
leva a tosse, aspiração e resíduo oral leva a queimação (pirose), regurgitação, 
dor torácica, odinofagia
Disfagias
- Comum em pacientes geriátricos: há a diminuição da secreção salivar, 
aumento do tempo de resposta motora para formação do bolo 
alimentar, prejuízo no peristaltismo e na abertura do esfíncter 
esofágico;
- População geriátrica: prevalência de 10% nos hospitalizados e de 30 a 
60% em acompanhamento domiciliar;
- Também ocorre em doenças degenerativas (esclerose), decorrentes de 
AVC’s, pacientes com longo período de jejum oral, por ex. por conta 
da ventilação mecânica invasiva (na reintrodução alimentar)
> de 48h de entubação: risco para disfagia
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Disfagias - riscos e objetivos da dietoterapia
Riscos:
- desidratação
- desnutrição
- aspiração e pneumonia (orofaríngea)
Objetivos da dietoterapia:
- Estabelecer a via de administração nutricional mais segura (TNE ou 
VO)
- Adaptar a alimentação oral ao grau de disfagia
- Manter o estado nutricional ou promover a recuperação nutricional.
Disfagias - dietoterapia
- Avaliação do grau de disfagia: fonoaudiólogo;
- Disfagia grave, visando a prevenção da aspiração: é indicada dieta 
enteral, a fim de fornecer aporte calórica e hídrico adequado ;
- Exercícios prescritos pelo fonoaudiólogo para exercitar os 
movimentos e sensibilidade;
- Reintrodução da dieta via oral: deve ser gradual; é indicado manter a 
TNE até que a aceitação da dieta via oral seja suficiente para fornecer 
pelo menos 60% das necessidades nutricionais;
- Pode-se utilizar suplementos nutricionais para aumentar o aporte 
calórico-proteico.
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Disfagias - dietoterapia
- A disfagia orofaríngea afeta principalmente a ingestão de líquidos: a 
consistência dos líquidos deve ser adaptada conforme prescrição da 
fonoaudiologia (espessantes a base de amido, goma-guar)
DRGE - Doença do Refluxo 
Gastroesofágico
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DRGE - definições
- Retorno para o esôfago do conteúdo gástrico leva à 
inflamação da mucosa esofágica, que pode resultar em 
esofagite;
- Consequência da diminuição da pressão do esfíncter 
esofágico inferior após a passagem dos alimentos, 
permitindo o retorno desse conteúdo;
- Cafeína e álcool: causam redução da pressão do esfíncter.
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DRGE - sintomas 
- Pirose (queimação) + regurgitação
- Eructação (arroto)
- Disfagia
- Odinofagia
- Dor torácica não coronariana
- Manifestações extra-esofágicas: tosse seca, 
pigarro, disgeusia (alteração do paladar)
Além de:
- gosto ruim na 
boca
- halitose
- erosões 
dentárias
- hiperssalivação
DRGE - causas e objetivos 
da dietoterapia
- Aumento da pressão intra-abdominal:
gravidez, obesidade
- Broncopneumonia
Objetivos: 
- Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda;
- Auxiliar na prevenção do refluxo gastroesofágico;
- Contribuir para o aumento da pressão do EEI;
- Corrigir e manter o peso ideal em adultos.
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DRGE - dietoterapia
- Alimentos que reduzem a pressão do esfíncter devem ser 
evitados: álcool, bebidas a base de café, menta ou hortelã, 
bebidas gasosas, alimentos gordurosos, chocolate.
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Gastrite e Úlceras 
Gastrointestinais
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Gastrite e úlceras - definição
- Gastrite: inflamação da mucosa gástrica
- Causas: medicamentos, bebidas alcoólicas, fumo, estresse, H. pylori, 
doenças autoimunes
- se crônica, promove atrofia da mucosa gástrica
- Úlceras: perda de tecido nas áreas do tubo digestório
- Causas: bebidas alcoólicas, fumo, H. pylori
Gastrite e úlceras - sintomas
- Dispepsia: dor ou desconforto na parte superior do 
abdome
- Pirose (queimação)
- Náuseas
- Êmese (vômitos)
- Hematêmese (sangue no vômito - úlceras ativas)
- Melena (fezes com sangue ‘velho’, sangramento não está 
ativo)
- Hematoquesia (fezes com sangue vermelho vivo -
sangramento ativo)
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Gastrite e úlceras - dietoterapia
Objetivos
- Recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal
- Facilitar a digestão
- Aliviar a dor
- Promover um bom estado nutricional (prestar atenção nas 
deficiências nutricionais: ferro, vit B12)
Gastrite e úlceras - dietoterapia
Cuidados especiais
- Casos hemorrágicos: jejum → líquidos → dieta geral
- Gastrites erosivas por ingestão de substâncias ácidas ou 
alcalinas (soda cáustica): indicação para nutrição 
parenteral
- Leite e derivados: levam a alívio instantâneo; porém, por 
ser rico em cálcio e proteínas, ativa a produção de ácido 
clorídrico, resultando em rebote ácido
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Doenças inflamatórias intestinais (DII): retocolite
ulcerativa e Doença de Crohn
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DII - definição
- São doenças autoimunes, que causam a inflamação crônica do trato 
gastrointestinal, tendo períodos ativos da doença e de remissão;
- Retocolite ulcerativa (RCU): acomete somente o intestino grosso;
- Doença de Crohn: pode acometer todo o trato gastrointestinal, da 
boca até o ânus; se manifesta através da ocorrência de fístulas e/ou 
estenoses;
- Causas: desconhecidas; sabe-se que o fator genético é relevante;
- Tratamento envolve corticoides, cirurgias de ressecção (de partes com 
inflamação constantemente ativa).
DII - importância na saúde pública
- São afecções crônicas de ocorrência mundial;
- Têm crescente incidência;
- Abordagem complexa (e de alto custo);
- Dificuldade de comprovação diagnóstica;
- Inexistência de cura;
- Resposta terapêutica imprevisível, tanto clínica quanto 
cirúrgica.
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DII - sintomas 
São variáveis, podendo decorrer da doença intestinal ou de complicações
- dor abdominal (contínua, de moderada a intensa)
- dor difusa (associada à distensão abdominal + náuseas e vômitos)
- parada de eliminação de fezes ou gases: estenoses
- diarreia crônica: em 70% dos casos
- anorexia (falta de apetite)
- emagrecimento abrupto
- febre
- Diagnóstico: combinações clínica, endoscópica, histológica
DII - dietoterapia
- Grande prevalênciade desnutrição: de 20 a 85% dependendo da população 
estudada;
- Em períodos de doença ativa, a desnutrição aguda pode evoluir para desnutrição 
crônica, acompanhada de várias deficiências nutricionais;
- Causas da desnutrição: falta de apetite, diarreia, vômitos, má absorção 
(ressecções cirúrgicas, mucosa intestinal inflamada), aumento das necessidades 
nutricionais .
Objetivos: 
- Aplicar dietoterapia adequada de acordo com o tipo de doença e sua atividade;
- Utilizar dietas que diminuam a atividade da doença;
- Manter e/ou recuperar o estado nutricional do paciente;
- Aumentar o tempo de remissão da doença;
- Reduzir as indicações cirúrgicas;
- Reduzir as complicações pós-operatórias.
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DII - dietoterapia
- Dieta hipercalórica;
- Na fase de remissão, a dieta deve ser o mais livre possível;
- Na fase ativa, a dieta deve ser restrita em lactose, açúcares, gorduras e 
fibras;
- Dieta de exclusão: consiste em identificar e excluir alimentos que 
afetam a atividade da doença ou exacerba os sintomas, promovendo 
menos surtos de ativação da doença que a dieta normal;
- Dieta enteral pode ser utilizada (preferencialmente, é mais 
fisiológica);
- Pode ser indicado o uso de nutrição parenteral, dependendo do nível 
de inflamação, no pré/pós-operatório.
Diarreia e obstipação intestinal
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Diarreia - definição 
- OMS: 3 ou mais evacuações líquidas por dia, perda 
excessiva de líquidos e eletrólitos;
- Geralmente acompanhada de desconforto e distensão 
abdominal, gases.
- Causas:
- agentes infectantes 
- neoplasias
- medicamentos (uso prolongado de antibióticos, pró-cinéticos)
- dieta enteral inadequada
- dieta oral inadequada (casos de intolerâncias)
É de extrema importância expor 
nas anotações de enfermagem: 
frequência das evacuações, 
volume (quando possível), 
classificação da escala de Bristol, 
presença de produtos patológicos 
(restos de alimentos, sangue, 
muco, gordura)
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Diarreia - dietoterapia
- Objetivos: contribuir para normalização do trânsito intestinal, 
prevenir desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos, diminuir o 
desconforto abdominal;
- Oferta de líquidos isotônicos (reduzem a perda de água): água de 
coco, soro de reidratação oral, bebidas esportivas); água filtrada em 
pequenos volumes, somente para medicações.
Diarreia - dietoterapia
- Evitar fibras insolúveis, aumentam velocidade do trânsito intestinal: 
vegetais folhosos, frutas com cascas, grãos integrais ou de 
leguminosas;
- Evitar leites e derivados: lactose é fermentada, aumenta sintomas;
- Evitar café, comidas gordurosas e com açúcar;
- Consumir fibras solúveis: aumentam o bolo fecal, reduzem velocidade 
do trânsito intestinal: frutas e legumes cozidos; banana maçã; suco de 
limão, caju ou goiaba; mingau com leite de soja e aveia;
- Pode-se utilizar probióticos e prebióticos.
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Obstipação intestinal - definições
- Evacuação de fezes extremamente ressecadas, escassas e infrequentes
- Transtorno multifatorial, que estabelece um número de evacuações 
inferior a uma, a cada 72h, ou com um peso inferior a 35g/dia
- Comitê de Roma: preencher dois ou mais critérios
- Dificuldade em 25% ou mais das defecações.
- Sensação de evacuação incompleta após 25% ou mais das 
defecações.
- Fezes duras ou caprinas em 25% ou mais das evacuações;
- Menos de três evacuações semanais.
Obstipação intestinal - causas
- tumores intestinais
- doenças metabólicas (hipotireoidismo)
- estenoses
- medicamentos 
- déficit de fibras na dieta + ingestão hídrica insuficiente, etc.
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Constipação - dietoterapia
- objetivos: aumentar peristaltismo intestinal, normalização 
do trânsito e redução do desconforto
- aumentar consumo de fibras insolúveis e ingestão hídrica 
(água)
- alimentos com ação laxativa: ameixa preta, mamão, farelo 
de aveia, leguminosas, frutas com casca, secas
- podem ser utilizados prebióticos e probióticos
- estimular exercício físico
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