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25/05/2022 1 Nutrição clínica e dietoterapia no sistema digestório Dietoterapia para as doenças do sistema gastrointestinal: esôfago, estômago, intestino delgado e grosso Alterações na Cavidade Oral 1 2 25/05/2022 2 Principais ações ● Trituração dos alimentos; ● Umidificação (saliva); ● Início da digestão (amilase salivar ou ptialina e lipase) Doenças da cavidade oral ● Estomatite: termo genérico para qualquer inflamação da mucosa oral (aftas) → pode ocorrer em qualquer parte da boca como parte interna das bochechas, gengiva, língua, lábios e palato ○ Alguns tratamentos podem causar estomatite, como a quimioterapia Estomatites frequentes podem ser um sinal de deficiência de ácido fólico e/ou vitamina B12 3 4 25/05/2022 3 Doenças da cavidade oral ● Glossite: inflamação ou infecção aguda ou crônica da língua → pode ocorrer devido a um distúrbio primário, por infecções bacterianas ou virais, irritação mecânica, ferimentos ou por deficiências nutricionais (complexo B e ferro) Dietoterapia ● Objetivo: reduzir ou não piorar o incômodo; aumentar apetite; corrigir deficiências nutricionais; ● Consistência deve ser alterada conforme tolerância do paciente (branda, pastosa, líquida); ● Evitar: alimentos ácidos, condimentos picantes e temperaturas elevadas; ● Fracionamento das refeições. 5 6 25/05/2022 4 Disfagias Disfagias - conceitos - Fases da deglutição - Oral, faríngea e esofágica: pode haver disfagia orofaríngea ou esofágica; - Oral: é a única fase voluntária, função de triturar, amolecer, lubrificar (com a saliva) e iniciar a digestão - problemas na salivação ocorrem: xerostomia (- saliva), cialorreia (+ saliva) - Faríngea: língua forma um êmbolo e empurra o alimento para trás, ocorre o fechamento da faringe - Esofágica: movimentos peristálticos - Disfagia: qualquer interferência na precisão e sincronia dos movimentos de músculos e estruturas associadas à deglutição, que resultam em inabilidade 7 8 25/05/2022 5 Disfagias leva a tosse, aspiração e resíduo oral leva a queimação (pirose), regurgitação, dor torácica, odinofagia Disfagias - Comum em pacientes geriátricos: há a diminuição da secreção salivar, aumento do tempo de resposta motora para formação do bolo alimentar, prejuízo no peristaltismo e na abertura do esfíncter esofágico; - População geriátrica: prevalência de 10% nos hospitalizados e de 30 a 60% em acompanhamento domiciliar; - Também ocorre em doenças degenerativas (esclerose), decorrentes de AVC’s, pacientes com longo período de jejum oral, por ex. por conta da ventilação mecânica invasiva (na reintrodução alimentar) > de 48h de entubação: risco para disfagia 9 10 25/05/2022 6 Disfagias - riscos e objetivos da dietoterapia Riscos: - desidratação - desnutrição - aspiração e pneumonia (orofaríngea) Objetivos da dietoterapia: - Estabelecer a via de administração nutricional mais segura (TNE ou VO) - Adaptar a alimentação oral ao grau de disfagia - Manter o estado nutricional ou promover a recuperação nutricional. Disfagias - dietoterapia - Avaliação do grau de disfagia: fonoaudiólogo; - Disfagia grave, visando a prevenção da aspiração: é indicada dieta enteral, a fim de fornecer aporte calórica e hídrico adequado ; - Exercícios prescritos pelo fonoaudiólogo para exercitar os movimentos e sensibilidade; - Reintrodução da dieta via oral: deve ser gradual; é indicado manter a TNE até que a aceitação da dieta via oral seja suficiente para fornecer pelo menos 60% das necessidades nutricionais; - Pode-se utilizar suplementos nutricionais para aumentar o aporte calórico-proteico. 11 12 25/05/2022 7 Disfagias - dietoterapia - A disfagia orofaríngea afeta principalmente a ingestão de líquidos: a consistência dos líquidos deve ser adaptada conforme prescrição da fonoaudiologia (espessantes a base de amido, goma-guar) DRGE - Doença do Refluxo Gastroesofágico 13 14 25/05/2022 8 DRGE - definições - Retorno para o esôfago do conteúdo gástrico leva à inflamação da mucosa esofágica, que pode resultar em esofagite; - Consequência da diminuição da pressão do esfíncter esofágico inferior após a passagem dos alimentos, permitindo o retorno desse conteúdo; - Cafeína e álcool: causam redução da pressão do esfíncter. 15 16 25/05/2022 9 DRGE - sintomas - Pirose (queimação) + regurgitação - Eructação (arroto) - Disfagia - Odinofagia - Dor torácica não coronariana - Manifestações extra-esofágicas: tosse seca, pigarro, disgeusia (alteração do paladar) Além de: - gosto ruim na boca - halitose - erosões dentárias - hiperssalivação DRGE - causas e objetivos da dietoterapia - Aumento da pressão intra-abdominal: gravidez, obesidade - Broncopneumonia Objetivos: - Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda; - Auxiliar na prevenção do refluxo gastroesofágico; - Contribuir para o aumento da pressão do EEI; - Corrigir e manter o peso ideal em adultos. 17 18 25/05/2022 10 DRGE - dietoterapia - Alimentos que reduzem a pressão do esfíncter devem ser evitados: álcool, bebidas a base de café, menta ou hortelã, bebidas gasosas, alimentos gordurosos, chocolate. 19 20 25/05/2022 11 Gastrite e Úlceras Gastrointestinais 21 22 25/05/2022 12 Gastrite e úlceras - definição - Gastrite: inflamação da mucosa gástrica - Causas: medicamentos, bebidas alcoólicas, fumo, estresse, H. pylori, doenças autoimunes - se crônica, promove atrofia da mucosa gástrica - Úlceras: perda de tecido nas áreas do tubo digestório - Causas: bebidas alcoólicas, fumo, H. pylori Gastrite e úlceras - sintomas - Dispepsia: dor ou desconforto na parte superior do abdome - Pirose (queimação) - Náuseas - Êmese (vômitos) - Hematêmese (sangue no vômito - úlceras ativas) - Melena (fezes com sangue ‘velho’, sangramento não está ativo) - Hematoquesia (fezes com sangue vermelho vivo - sangramento ativo) 23 24 25/05/2022 13 Gastrite e úlceras - dietoterapia Objetivos - Recuperar e proteger a mucosa gastrointestinal - Facilitar a digestão - Aliviar a dor - Promover um bom estado nutricional (prestar atenção nas deficiências nutricionais: ferro, vit B12) Gastrite e úlceras - dietoterapia Cuidados especiais - Casos hemorrágicos: jejum → líquidos → dieta geral - Gastrites erosivas por ingestão de substâncias ácidas ou alcalinas (soda cáustica): indicação para nutrição parenteral - Leite e derivados: levam a alívio instantâneo; porém, por ser rico em cálcio e proteínas, ativa a produção de ácido clorídrico, resultando em rebote ácido 25 26 25/05/2022 14 Doenças inflamatórias intestinais (DII): retocolite ulcerativa e Doença de Crohn 27 28 25/05/2022 15 DII - definição - São doenças autoimunes, que causam a inflamação crônica do trato gastrointestinal, tendo períodos ativos da doença e de remissão; - Retocolite ulcerativa (RCU): acomete somente o intestino grosso; - Doença de Crohn: pode acometer todo o trato gastrointestinal, da boca até o ânus; se manifesta através da ocorrência de fístulas e/ou estenoses; - Causas: desconhecidas; sabe-se que o fator genético é relevante; - Tratamento envolve corticoides, cirurgias de ressecção (de partes com inflamação constantemente ativa). DII - importância na saúde pública - São afecções crônicas de ocorrência mundial; - Têm crescente incidência; - Abordagem complexa (e de alto custo); - Dificuldade de comprovação diagnóstica; - Inexistência de cura; - Resposta terapêutica imprevisível, tanto clínica quanto cirúrgica. 29 30 25/05/2022 16 DII - sintomas São variáveis, podendo decorrer da doença intestinal ou de complicações - dor abdominal (contínua, de moderada a intensa) - dor difusa (associada à distensão abdominal + náuseas e vômitos) - parada de eliminação de fezes ou gases: estenoses - diarreia crônica: em 70% dos casos - anorexia (falta de apetite) - emagrecimento abrupto - febre - Diagnóstico: combinações clínica, endoscópica, histológica DII - dietoterapia - Grande prevalênciade desnutrição: de 20 a 85% dependendo da população estudada; - Em períodos de doença ativa, a desnutrição aguda pode evoluir para desnutrição crônica, acompanhada de várias deficiências nutricionais; - Causas da desnutrição: falta de apetite, diarreia, vômitos, má absorção (ressecções cirúrgicas, mucosa intestinal inflamada), aumento das necessidades nutricionais . Objetivos: - Aplicar dietoterapia adequada de acordo com o tipo de doença e sua atividade; - Utilizar dietas que diminuam a atividade da doença; - Manter e/ou recuperar o estado nutricional do paciente; - Aumentar o tempo de remissão da doença; - Reduzir as indicações cirúrgicas; - Reduzir as complicações pós-operatórias. 31 32 25/05/2022 17 DII - dietoterapia - Dieta hipercalórica; - Na fase de remissão, a dieta deve ser o mais livre possível; - Na fase ativa, a dieta deve ser restrita em lactose, açúcares, gorduras e fibras; - Dieta de exclusão: consiste em identificar e excluir alimentos que afetam a atividade da doença ou exacerba os sintomas, promovendo menos surtos de ativação da doença que a dieta normal; - Dieta enteral pode ser utilizada (preferencialmente, é mais fisiológica); - Pode ser indicado o uso de nutrição parenteral, dependendo do nível de inflamação, no pré/pós-operatório. Diarreia e obstipação intestinal 33 34 25/05/2022 18 Diarreia - definição - OMS: 3 ou mais evacuações líquidas por dia, perda excessiva de líquidos e eletrólitos; - Geralmente acompanhada de desconforto e distensão abdominal, gases. - Causas: - agentes infectantes - neoplasias - medicamentos (uso prolongado de antibióticos, pró-cinéticos) - dieta enteral inadequada - dieta oral inadequada (casos de intolerâncias) É de extrema importância expor nas anotações de enfermagem: frequência das evacuações, volume (quando possível), classificação da escala de Bristol, presença de produtos patológicos (restos de alimentos, sangue, muco, gordura) 35 36 25/05/2022 19 Diarreia - dietoterapia - Objetivos: contribuir para normalização do trânsito intestinal, prevenir desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos, diminuir o desconforto abdominal; - Oferta de líquidos isotônicos (reduzem a perda de água): água de coco, soro de reidratação oral, bebidas esportivas); água filtrada em pequenos volumes, somente para medicações. Diarreia - dietoterapia - Evitar fibras insolúveis, aumentam velocidade do trânsito intestinal: vegetais folhosos, frutas com cascas, grãos integrais ou de leguminosas; - Evitar leites e derivados: lactose é fermentada, aumenta sintomas; - Evitar café, comidas gordurosas e com açúcar; - Consumir fibras solúveis: aumentam o bolo fecal, reduzem velocidade do trânsito intestinal: frutas e legumes cozidos; banana maçã; suco de limão, caju ou goiaba; mingau com leite de soja e aveia; - Pode-se utilizar probióticos e prebióticos. 37 38 25/05/2022 20 Obstipação intestinal - definições - Evacuação de fezes extremamente ressecadas, escassas e infrequentes - Transtorno multifatorial, que estabelece um número de evacuações inferior a uma, a cada 72h, ou com um peso inferior a 35g/dia - Comitê de Roma: preencher dois ou mais critérios - Dificuldade em 25% ou mais das defecações. - Sensação de evacuação incompleta após 25% ou mais das defecações. - Fezes duras ou caprinas em 25% ou mais das evacuações; - Menos de três evacuações semanais. Obstipação intestinal - causas - tumores intestinais - doenças metabólicas (hipotireoidismo) - estenoses - medicamentos - déficit de fibras na dieta + ingestão hídrica insuficiente, etc. 39 40 25/05/2022 21 Constipação - dietoterapia - objetivos: aumentar peristaltismo intestinal, normalização do trânsito e redução do desconforto - aumentar consumo de fibras insolúveis e ingestão hídrica (água) - alimentos com ação laxativa: ameixa preta, mamão, farelo de aveia, leguminosas, frutas com casca, secas - podem ser utilizados prebióticos e probióticos - estimular exercício físico 41
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