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Distrofias Cirúrgicas - Clínica e Cirurgia de Ruminantes e Equinos 1

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Rita 
● Definição: Desenvolvimento anormal de um 
órgão devido a perturbações da nutrição do teci-
do. 
● Úlceras: São soluções de con nuidade na pe-
le ou mucosa que apresenta perda tecidual, in-
flamação, dificuldade de cicatrização e tendem a 
progredir. 
 ➤ Etiopatogenia: Os fatores promovem is-
quemia tecidual, seguido por exsudação por 
aumento da permeabilidade capilar, e possível 
desenvolvimento em necrose ou perda tecidual. 
 ☞ Predisponentes: Debilidade dos tecidos 
por anemia, desnutrição ou molés as infecciosas; 
falta de acolchoamento tecidual entre pele e osso 
na região afetada; perda de elas cidade da pele 
por desidratação; desnutrição, que promove hi-
poproteinemia e hipovitaminose; fricção cutânea 
e queimaduras; estase circulatória ou linfá ca; 
incon nência urinária em situação de decúbito 
prolongado (acidez da urina); falta de cuidados. 
 ☞ Determinantes: Infecções persistentes; 
traumas con nuos por lambeduras ou pressão; 
lesão de nervos motores; agentes químicos ou de 
radiação para neoplasias; circulação deficiente por 
decúbito prolongado. 
 ➤ Pressão Tecidual e Tempo: Quando é 
menor que 30 minutos, há uma leve hiperemia. 
Entre 30 minutos há 2 horas, a hiperemia é mo-
derada e não há lesão permanente. Acima desse 
período há risco de isquemia permanente. 
 ➤ Características: Uma úlcera apresenta 
bordas elevadas, um fundo profundo e uma se-
creção. Costuma afetar áreas de tuberosidade, 
trocânter, escápulas e dígitos laterais; ou seja, de 
baixo amortecimento entre osso e pele 
 ☞ Fase de Persistên-
cia: O fundo é vermelho; as 
bordas, ásperas; há inflama-
ção adjacente com rubor, 
tumor e calor; e pode haver 
pus. 
 ☞ Fase de Regressão: 
Passa a ter um tecido de gra-
nulação firme rosado, um ex-
sudato seroso, bordas com epi-
télio em crescimento e hiper-
termia ao redor. 
 ➤ Classificação: Uma úlcera de 1º grau é su-
perficial e expõe somente a derme e lesiona a epi-
derme. Quando avança para o 2º grau, há expo-
sição do subcutâneo e lesão da derme. Em 3º grau 
o tecido adiposo é comprome do e a fáscia pro-
funda é exposta. Quando de 4º grau, ossos e ar-
culações aparecem e as lesões são extensas. 
 ➤ Tipos de Fundo: Hipertrófico, quando há 
tecido de granulação irregular; gangrenoso qua-
ndo o tecido se torne necró co; di érico quando 
se forma uma placa de fibrina; atônico sendo liso 
e brilhante; hemorrágico ou doloroso. 
 ➤ Tipos de Borda: Em cratera, quando alta; 
escamosa quando baixa; calosa com epitelização; 
circular ou irregular em forma. 
 ➤ Tipos de Secreção: Costumam ser míni-
mas e variam desde sero-sanguinolentas, sero-pu-
rulenta e mucopurulenta. 
 ➤ Prevenção: Mudança de decúbito a cada 2 
horas do animal, acolchoamento adequado do 
local, inspeção constante das área de risco, es mu-
lar a movimentação por meio de massagens e téc-
nicas fisioterápicas. 
Rita 
 ➤ Prognóstico: Pode ser bom quando são su-
perficiais; ou reservados em casos profundos e 
internos. 
● Fístulas: Trajeto acidental que une pele com 
mucosa ou mucosa com mucosa, não apresentan-
do um fundo e são reves dos por tecidos cicatriz-
cial, de granulação ou epitelial. 
 ➤ Etiopatogenia: Conduto com no mínimo 
dois ori cios, um em cada extremidades. Apre-
senta bordas endurecidas. 
 ➤ Tratamento Cirúrgico: Re rada do tra-
jeto por completo e reestabelecimento da ana-
tomia dos órgãos envolvidos. As bordas devem ser 
reavidadas para cicatrização. 
● Sinus: Conduto que drena secreção, não cica-
triza por apresentar tecido necrosado e um corpo 
estranho em seu fundo de origem. O ori cio é ú-
nico e o tecido de reves mento é de granulação. 
 ➤ Tratamento Cirúrgico: Remoção do cor-
po estranho, re rada do trajeto com completo pa-
ra reestabelecer o trajeto normal da secreção. 
● Fístula e Sinus: Apresentam caracterís -
cas em comum 
 ➤ Classificação: Secretórias de líquidos fisio-
lógicos ou purulentas. Podem ser de origem ex-
perimental, adquiridas ou congênitas; únicas ou 
múl plas. 
 ➤ Diagnóstico: Anamnese do tempo de evo-
lução e provável e ologia. Inspeção por son-
dagem, para verificar fundo. Radiografia simples 
ou fistulografia. 
 ➤ Tratamento Clínico: Abolir a função glan-
dular com iodo em casos de glândulas não vitais; 
curetagem do trajeto e aplicação de substâncias 
irritantes. 
● Gangrena: Necrose de uma zona de tecido 
por falta de vitalidade derivadas de problemas cir-
culatórios. É uma condição associada a infecção e 
putrefação. 
 ➤ Etiologia: Apresenta-se em formas diversas 
 ☞ Causa Séptica: Infecções específicas, on-
de há desenvolvimento de edema, consistência 
mole, acúmulo de gases com crepitação, e carbún-
culo sintomá co. 
 ☞ Causa Asséptica: Pode ser direta por al-
teração tecidual derivada de traumas; ou indiretas 
por isquemia. 
 ➤ Patogenia: A alteração na integridade ana-
tômica promove diminuição da circulação no local 
e prejudica a nutrição dos tecidos e ocorre lesão 
de nervos vasomotores. 
 ➤ Tipos: Podem ser: 
 ☞ Seca: Há alteração primária em vasos arte-
riais e os tecidos deixam de receber sangue, per-
dendo líquido por reabsorção venosa, linfá ca ou 
evaporação. Dessa forma o tecido permanece seco 
 ☞ Úmida: Há alteração primária em vasos ve-
nosos e o tecido recebem sangue, porém não há 
reabsorção. A circulação entra em estase e promo-
ve transudação. 
 ➤ Evolução: 
 ☞ Mortificação: Gangrena úmida há aspecto 
de pergaminho, coloração alterada e perda de sen-
sibilidade. Gangrena úmida há aspecto pastoso, ú-
mido, frio e presença de pus e gases. 
 ☞ Eliminação: O processo necró co ocorre 
pela separação da parte sadia da alterada, com 
uma limitação denominada sulco de eliminação. 
 ☞ Reparação: É por meio do tecido de gra-
nulação da parte sadia. 
 ➤ Diagnóstico: Verificação da variação na co-
loração dos tecidos, temperatura alterada, falta de 
vascularização, tecido insensível e exame de cul-
tura e an biograma. 
 ➤ Tratamento: A causa da pobre circulação 
deve ser tratada. Cuidados tópicos envolve: limpe-
Rita 
za com água oxigenada para reduzir a taxa de ana-
erobiose, e solução de Dakin para combater o mau 
cheiro. A cirurgia envolve a remoção do tecido des-
vitalizado ou amputação, e aplicação de enxertos 
de pele. An bio coterapia sistêmica e fluidotera-
pia devem ser administrados. 
 ➤ Prognóstico: Bom quando afeta somente 
a pele e subcutâneo, sendo de pequena extensão. 
É ruim quando extenso e afeta extremidades.

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