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1 2 Boas-vindas Hey, aluno(a)! Que bom que conseguiu acessar a apostila. Este material tem o objetivo de apresentar em detalhe qual a melhor escolha de antimicrobiano de acordo com a doença/caso clínico apresentado. Cabe ressaltar que as informações contidas aqui não são uma recomendação médica, mas sim uma orientação, e os textos servem como recomendação ou sugestão de literatura para apoio de decisão clínica. Assim como nas aulas, aqui você vai reconhecer as infecções mais prevalentes da prática clínica; identificar os padrões de resistência antimicrobiana; indicar qual o tratamento adequado para estas infecções com a medicação de escolha, na dose adequada e pelo tempo correto, e, também; ter segurança no manejo de infecções, tanto bacterianas, quanto fúngicas e virais. Esta apostila foi elaborada e pensada por 3 professores, a saber: Médico formado pela FMUSP. Residência em Clínica Médica pelo HCFMUSP (2016-2018). Residência em Medicina Intensiva pelo HCFMUSP (2018-2020). Estágio observacional na UTI cardiovascular do Auckland City Hospital na Nova Zelândia em Out/2019. Especialização em Medicina Baseada em Evidências através do curso PPCR de Harvard (2020). Médico diarista da UTI do Hospital Samaritano Paulista. Médico diarista administrativo da UTI do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). ECMO especialista pela ELSO em Julho/2021 e Editor chefe do Papo de Clínica. DANTE RAGLIONE 3 Médica formada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia (EMESCAM) de Vitória em 2018. Especialista em Clínica Médica pelo HC FMUSP de São Paulo. Médico formado pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro. Residência em Clínica Médica pelo HC-FMUSP e em Cardiologia pelo InCor-FMUSP. Especialista em Aterosclerose pelo InCor. Médico Assistente da Unidade de Emergência do InCor-FMUSP. Agora que já estamos familiarizados, aproveite todas as seções e capítulos a seguir! Vamos lá? ISABELA CARVALHINHO JOSÉ ROBERTO 4 Seção 01 - Introdução à antibioticoterapia ........ 13 Capítulo 01: Precaução para isolamentoCapítulo 01: Precaução para isolamento ................................... ................................... 1414 • Conceitos gerais ......................................................................................................................................14 • Precaução padrão ..............................................................................................................................14 • Precaução de contato ..................................................................................................................... 15 • Precaução respiratória por gotículas .................................................................................... 15 • Precaução respiratória por aerossóis .................................................................................... 16 • Considerações especiais .................................................................................................................... 16 • Precaução por síndrome clínica .............................................................................................. 16 • Fique por dentro! .................................................................................................................................... 18 • Quais são as recomendações atuais de isolamento para a COVID-19 para casos leves e moderados .................................................................................................. 18 • Referências bibliográficas ................................................................................................................ 19 Capítulo 02: ATB em cuidados paliativosCapítulo 02: ATB em cuidados paliativos .................................. .................................. 1919 • Conceitos gerais ...................................................................................................................................... 19 • Quando prescrever antibióticos em pacientes paliativos ...................................... 19 • Caso a caso ............................................................................................................................................20 1. Infecção do trato urinário ........................................................................................................20 2. Broncorreia .......................................................................................................................................20 3. Celulite e drenagem de secreção purulenta em local de inserção de hipodermóclise .......................................................................................................................20 • Considerações especiais ...................................................................................................................20 • Fique por dentro! .................................................................................................................................... 21 • Referências bibliográficas ................................................................................................................ 21 Capítulo 03: Mecanismos de resistênciaCapítulo 03: Mecanismos de resistência ................................... ...................................2222 • Conceitos gerais ..................................................................................................................................... 22 • Principais mecanismos de resistência a antimicrobianos e opções terapêuticas .......................................................................................................................................... 22 • Considerações especiais ...................................................................................................................24 • Precaução de isolamento ............................................................................................................24 • Fatores de risco para desenvolvimento de resistência a antimicrobianos .............................................................................................................................24 • Fique por dentro! ................................................................................................................................... 25 • A pandemia do COVID-19 e a crescente resistência a antibióticos ................ 25 • Referências bibliográficas ............................................................................................................... 26 Capítulo 04: Uso racional de antimicrobianosCapítulo 04: Uso racional de antimicrobianos ....................... ....................... 2727 • Conceitos gerais ..................................................................................................................................... 27 • Quais os impactos do uso indiscriminado de antibióticos? ................................ 27 • Considerações especiais ................................................................................................................... 27 • Como posso melhorar minha prática médica nesse sentido? .......................... 27 5 • Fique por dentro! ................................................................................................................................... 29 • O movimento Choosing Wisely e antimicrobianos ................................................... 29 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................30 Capítulo 05: AntimicrobianosCapítulo 05: Antimicrobianos ...................................................... ...................................................... 3030 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................30 • Betalactâmicos ...................................................................................................................................30• Macrolídeos ...........................................................................................................................................34 • Aminoglicosídeos .............................................................................................................................. 35 • Quinolonas ............................................................................................................................................. 37 • Sulfonamidas ....................................................................................................................................... 37 • Tetraciclinas .......................................................................................................................................... 37 • Glicopeptídeos ....................................................................................................................................38 • Nitroimidazólicos ...............................................................................................................................38 • Polimixinas ............................................................................................................................................ 39 • Clindamicina ....................................................................................................................................... 40 • Fosfomicina .......................................................................................................................................... 40 • Cloranfenicol ....................................................................................................................................... 40 • Daptomicina ........................................................................................................................................ 40 • Tigeciclina ................................................................................................................................................41 • Linezolida .................................................................................................................................................41 • Antifúngicos...........................................................................................................................................41 1. Azólicos .................................................................................................................................................41 2. Poliênicos ...........................................................................................................................................42 3. Equinocandinas .............................................................................................................................43 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................43 Seção 02 - Infecções comunitárias ..................... 45 Capítulo 01: Infecções de trato urinárioCapítulo 01: Infecções de trato urinário .................................... ....................................4646 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................46 • Bacteriúria assintomática ...........................................................................................................46 • Cistite .........................................................................................................................................................46 • Pielonefrite ............................................................................................................................................46 • Características / Etiologia .................................................................................................................47 • Agentes etiológicos mais comuns ........................................................................................47 • Tratamento ................................................................................................................................................47 • Considerações especiais ...................................................................................................................48 • Infecção de trato urinário recorrente ..................................................................................48 • Infecção em pacientes com sonda vesical ......................................................................49 • Fique por dentro! ...................................................................................................................................49 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................49 Capítulo 02: Infecções de aparelho respiratório altoCapítulo 02: Infecções de aparelho respiratório alto ........... ........... 5050 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................50 • Amigdalite bacteriana - quando indicar antibiótico ................................................50 • Sinusite - quando indicar antibiótico ..................................................................................50 6 • Otite média aguda - quando indicar antibiótico ......................................................... 51 • Características / Etiologia .................................................................................................................. 51 • Agentes etiológicos mais comuns ......................................................................................... 51 • Tratamento ................................................................................................................................................. 51 • Considerações especiais ................................................................................................................... 52 • Otite externa maligna .................................................................................................................... 52 • Referências bibliográficas ............................................................................................................... 53 Capítulo 03: Infecções de aparelho respiratório baixoCapítulo 03: Infecções de aparelho respiratório baixo ......... .........5353 • Conceitos gerais ..................................................................................................................................... 53 • Pneumonia comunitária .............................................................................................................. 53 • Estratificação de gravidade em crianças .........................................................................54 • Características / Etiologia .................................................................................................................54 • Patógenos mais comuns no adulto .....................................................................................54 • Patógenos mais comuns na criança ................................................................................... 55 • Situações especiais .......................................................................................................................... 55 • Tratamento ................................................................................................................................................ 56 • Tratamento no adulto .................................................................................................................... 56 • Tratamento na criança .................................................................................................................. 56 • Considerações especiais ...................................................................................................................57 • Cobertura para MRSA .................................................................................................................... 57 • Cobertura para Pseudomonas ................................................................................................ 57 • Fique por dentro! ................................................................................................................................... 57 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................58 Capítulo 04: Infecções abdominaisCapítulo 04: Infecções abdominais ............................................ ............................................ 5858 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................58 • Abdome agudo ..................................................................................................................................58 • Diarreia aguda - quando indicar antibiótico .................................................................. 59 • Características / Etiologia .................................................................................................................60 • Abdome agudo ..................................................................................................................................60 • Diarreia aguda .....................................................................................................................................60 • Tratamento ................................................................................................................................................60 • Abdome agudo ..................................................................................................................................60 • Diarreia aguda ...................................................................................................................................... 61 • Parasitoses intestinais .................................................................................................................... 62 • Considerações especiais ................................................................................................................... 63 • Peritonite bacteriana espontânea ......................................................................................... 63 • Colite pseudomembranosa .......................................................................................................64 • Fique por dentro! ...................................................................................................................................64 • A pandemia de COVID-19 e as infecções por Clostridiodes .................................64 • Referências bibliográficas ............................................................................................................... 65 Capítulo 05: Infecções de partes molesCapítulo 05: Infecções de partes moles ................................... ................................... 6565 • Conceitos gerais ..................................................................................................................................... 65 • Impetigo .................................................................................................................................................. 65 • Celulite ......................................................................................................................................................66 7 • Erisipela ....................................................................................................................................................66 • Infecções necrotizantes ................................................................................................................67 • Características / Etiologia .................................................................................................................67 • Impetigo ..................................................................................................................................................67 • Celulite ......................................................................................................................................................67 • Erisipela ....................................................................................................................................................67 • Infecções necrotizantes ................................................................................................................68 • Tratamento ................................................................................................................................................68 • Considerações especiais ...................................................................................................................68 • Infecção do pé diabético ..............................................................................................................68 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................70 Capítulo 06: Infecções do Sistema Nervoso Central Capítulo 06: Infecções do Sistema Nervoso Central ........... ........... 7070 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................70 • Diagnóstico etiológico ...................................................................................................................70 • Características / Etiologia .................................................................................................................. 71 • Meningite bacteriana ...................................................................................................................... 71 • Tratamento ................................................................................................................................................. 71 • Meningite bacteriana ...................................................................................................................... 71 • Considerações especiais ................................................................................................................... 72 • Meningoencefalite herpética.................................................................................................... 72 • Fique por dentro! ................................................................................................................................... 73 • Vacinação e a redução dos casos de meningite.......................................................... 73 • Referências bibliográficas ............................................................................................................... 73 Capítulo 07: Infecções Osteoarticulares e Endocardite Capítulo 07: Infecções Osteoarticulares e Endocardite .... .... 7474 • Conceitos gerais ..................................................................................................................................... 74 • Pioartrite .................................................................................................................................................. 74 • Osteomielite ......................................................................................................................................... 74 • Características / Etiologia ................................................................................................................. 75 • Via hematogênica............................................................................................................................. 75 • Pós-trauma ............................................................................................................................................75 • Tratamento ................................................................................................................................................ 75 • Considerações especiais ................................................................................................................... 76 • Osteomielite associada a fratura exposta ........................................................................ 76 • Fique por dentro! ................................................................................................................................... 77 • Tratamento via oral para osteomielite ................................................................................ 77 • Referências bibliográficas ............................................................................................................... 77 Capítulo 08: Infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) - Capítulo 08: Infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) - parte 1 parte 1 .................................................................................................. .................................................................................................. 7878 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................78 • Sífilis ...........................................................................................................................................................78 • Síndrome do corrimento uretral ............................................................................................79 • Corrimento vaginal ...........................................................................................................................81 • Úlceras genitais ..................................................................................................................................82 8 • Características / Etiologia .................................................................................................................82 • Agentes implicados nas IST’s ....................................................................................................82 • Tratamento ................................................................................................................................................83 • Tratamento da sífilis ........................................................................................................................83 • Tratamento da síndrome do corrimento uretral .........................................................83 • Tratamento do corrimento vaginal.......................................................................................84 • Tratamento das úlceras genitais ............................................................................................85 • Considerações especiais ...................................................................................................................85 • Doença inflamatória pélvica (DIP) .........................................................................................85 • Fique por dentro! ...................................................................................................................................87 • A persistente epidemia de sífilis no século XXI ............................................................87 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................87 Capítulo 09: Infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) - Capítulo 09: Infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) - parte 2parte 2 ................................................................................................... ................................................................................................... 8888 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................88 • Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) .......................................................................88 • Características / Etiologia .................................................................................................................90 • Infecções oportunistas ..................................................................................................................90 • Tratamento ................................................................................................................................................ 92 • Tratamento das principais infecções oportunistas ................................................... 92 • Considerações especiais ...................................................................................................................94 • TARV na gestante ..............................................................................................................................94 • Fique por dentro! ...................................................................................................................................96 • A era dos inibidores de integrase no tratamento do HIV ......................................96 • Referências bibliográficas ...............................................................................................................96 Capítulo 10: Neutropenia febrilCapítulo 10: Neutropenia febril .................................................... .................................................... 9797 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................97 • Neutropenia febril.............................................................................................................................97 • Características / Etiologia .................................................................................................................98 • Bactérias ..................................................................................................................................................98 • Fungos ......................................................................................................................................................98 • Vírus ............................................................................................................................................................98 • Relacionados a neoplasias específicas ..............................................................................99 • Tratamento ................................................................................................................................................99 • Fluxograma de tratamento da neutropenia febril .....................................................99 • Quando indicar vancomicina .................................................................................................100 • Tempo de tratamento ..................................................................................................................100 • Considerações especiais .................................................................................................................100 • Neutropenia febril em pediatria ...........................................................................................100 • Fique por dentro! .................................................................................................................................. 101 • Infecção por germes multidroga resistentes em pacientes com câncer . 101 • Referências bibliográficas .............................................................................................................. 101 9 Capítulo 11: Síndromes febrisCapítulo 11: Síndromes febris ....................................................... .......................................................102102• Conceitos gerais ................................................................................................................................... 102 • Quadro clínico das principais síndromes febris ......................................................... 102 • Sinais de alarme e sinais de gravidade da dengue ................................................. 103 • Febre amarela ................................................................................................................................... 103 • Malária .................................................................................................................................................... 103 • Leptospirose .......................................................................................................................................104 • Características / Etiologia ...............................................................................................................104 • Agentes etiológicos das principais síndromes febris .............................................104 • Tratamento .............................................................................................................................................. 105 • Tratamento das principais síndromes febris ................................................................ 105 • Manejo da dengue ......................................................................................................................... 106 • Considerações especiais ................................................................................................................. 107 • Outras causas de síndrome febril ........................................................................................ 107 • Fique por dentro! .................................................................................................................................108 • Arboviroses no Brasil .....................................................................................................................108 • Referências bibliográficas .............................................................................................................108 Seção 03 - Síndromes Gripais ..............................109 Capítulo 01: COVID-19Capítulo 01: COVID-19 ...................................................................... ......................................................................110110 • Conceitos gerais .................................................................................................................................... 110 • Quadro clínico ................................................................................................................................... 110 • Diagnóstico ............................................................................................................................................111 • Características / Etiologia .................................................................................................................112 • Sobre o vírus .........................................................................................................................................112 • Tratamento ................................................................................................................................................112 • Terapias específicas para COVID-19 ......................................................................................112 • Considerações especiais .................................................................................................................. 114 • Uso de antibióticos para COVID-19 ...................................................................................... 114 • Fique por dentro! .................................................................................................................................. 114 • Uso de IECA e BRA como fator de risco para COVID-19? ...................................... 114 • Referências bibliográficas .............................................................................................................. 114 Capítulo 02: H1N1Capítulo 02: H1N1 ............................................................................... ...............................................................................115115 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................115 • Quadro clínico ....................................................................................................................................115 • Complicações ......................................................................................................................................115 • Sinais de gravidade ..........................................................................................................................115 • Fatores de risco para evolução grave ................................................................................. 116 • Diagnóstico .......................................................................................................................................... 116 • Características / Etiologia ................................................................................................................ 116 • Sobre o vírus influenza ................................................................................................................. 116 • Tratamento ................................................................................................................................................117 • Antivirais ..................................................................................................................................................117 10 • Considerações especiais .................................................................................................................. 118 • Vacinação .............................................................................................................................................. 118 • Fique por dentro! .................................................................................................................................. 118 • Influenza versus COVID-19 ......................................................................................................... 118 • Referências bibliográficas .............................................................................................................. 118 Seção 04 - Infecções relacionadas à assistência à saúde .......................................................................119 Capítulo 01: Infecções pulmonaresCapítulo 01: Infecções pulmonares ........................................... ...........................................120 120 • Conceitos gerais ................................................................................................................................... 120 • Pneumonia adquirida no hospital ...................................................................................... 120 • Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) ......................................... 120 • Traqueobronquite associada à ventilação mecânica (TAVM) ........................... 120 • Características / Etiologia .................................................................................................................121 • Patógenos comumente relacionados ................................................................................121 • Tratamento ................................................................................................................................................121 • Tratamento empírico sugerido ...............................................................................................121• Quando tratar TAVM? ....................................................................................................................122 • Considerações especiais ..................................................................................................................122 • Profilaxia de PAVM ..........................................................................................................................122 • Fique por dentro! ..................................................................................................................................123 • Tempo de tratamento na PAVM ............................................................................................123 • Referências bibliográficas ..............................................................................................................123 Capítulo 02: Infecção de corrente sanguíneaCapítulo 02: Infecção de corrente sanguínea ....................... .......................124124 • Conceitos gerais ................................................................................................................................... 124 • Infecção relacionada a cateter ............................................................................................... 124 • Características / Etiologia ................................................................................................................125 • Agentes envolvidos .........................................................................................................................125 • Tratamento ...............................................................................................................................................125 • O que fazer com o cateter? .......................................................................................................125 • Esquema antimicrobiano empírico (guiado pelo Gram) .................................... 126 • Considerações especiais ................................................................................................................. 126 • Lockterapia .......................................................................................................................................... 126 • Fique por dentro! ..................................................................................................................................127 • Tempo de tratamento curto para ICS ................................................................................127 • Referências bibliográficas ..............................................................................................................127 Capítulo 03: Infecção de trato urinárioCapítulo 03: Infecção de trato urinário .................................... ....................................128128 • Conceitos gerais ................................................................................................................................... 128 • Infecção de trato urinário associada a cateter ............................................................ 128 • Características / Etiologia ............................................................................................................... 129 • Patógenos mais frequentes .................................................................................................... 129 • Tratamento .............................................................................................................................................. 129 11 • Tratamento empírico sugerido ............................................................................................. 129 • Manejo do cateter ........................................................................................................................... 129 • Considerações especiais ................................................................................................................. 129 • Como prevenir ITU hospitalar? .............................................................................................. 129 • Fique por dentro! ................................................................................................................................. 130 • Cateterização de demora ou intermitente? ................................................................. 130 • Referências bibliográficas ............................................................................................................. 130 Capítulo 04: Infecções fúngicasCapítulo 04: Infecções fúngicas .................................................. ..................................................131131 • Conceitos gerais .....................................................................................................................................131 • Candidemia ...........................................................................................................................................131 • Candidíase invasiva ..........................................................................................................................131 • Diagnóstico ..........................................................................................................................................132 • Características / Etiologia ................................................................................................................133 • Principais espécies de Candida que causam infecção .........................................133 • Tratamento ...............................................................................................................................................133 • Terapia empírica sugerida .........................................................................................................133 • Terapia guiada por espécie .......................................................................................................133 • Dose dos antifúngicos ................................................................................................................. 134 • Tempo de tratamento ................................................................................................................ 134 • Candidúria............................................................................................................................................ 134 • Considerações especiais ................................................................................................................. 134 • Mucormicose...................................................................................................................................... 134 • Fique por dentro! ..................................................................................................................................135 • Cândidas multidroga resistente - os “superfungos” ................................................135 • Referências bibliográficas ............................................................................................................. 136 Capítulo 05: Outras infecções relacionadas à assistência à Capítulo 05: Outras infecções relacionadas à assistência à saúdesaúde ................................................................................................... ................................................................................................... 137137 • Conceitos gerais ....................................................................................................................................137 • Infecção de sítio cirúrgico ..........................................................................................................137 • Infecções cutâneas nosocomiais .......................................................................................... 138 • Celulite ....................................................................................................................................................138 • Ventriculite .......................................................................................................................................... 138 • Características / Etiologia ............................................................................................................... 139 • Agentes etiológicos implicados nas infecções de sítio cirúrgico ................... 139 • Agentes etiológicos implicados nas infecções cutâneas nosocomiais .... 139 • Agentes etiológicos implicados na ventriculite ......................................................... 139 • Tratamento ..............................................................................................................................................140 • Tratamento das infecções de sítio cirúrgico ................................................................140 • Tratamento das infecções cutâneas nosocomiais ...................................................140 • Tratamento da ventriculite ........................................................................................................ 141 • Considerações especiais .................................................................................................................. 141 • Colite pseudomembranosa ...................................................................................................... 141 • Referências bibliográficas ............................................................................................................. 142 12 Seção 05 - Profilaxias ............................................ 143 Capítulo 01: ProfilaxiasCapítulo 01: Profilaxias ................................................................. ................................................................. 144144 • Conceitos gerais ...................................................................................................................................144 • Acidentes com materiais biológicos ..................................................................................144 1. HIV .........................................................................................................................................................144 2. Hepatite B ........................................................................................................................................ 146 • Violência sexual ................................................................................................................................ 146 • Profilaxias de peritonite bacteriana espontânea no cirrótico .......................... 147 1. Profilaxia primária ...................................................................................................................... 147 2. Profilaxia secundária ............................................................................................................... 147 • Profilaxias para outras doenças infecciosas ................................................................. 147 1. Meningite meningocócica ................................................................................................... 147 2. Endocardite infecciosa ..........................................................................................................148 3. Sarampo ............................................................................................................................................ 149 4. Varicela ............................................................................................................................................... 149 5. Raiva .................................................................................................................................................... 149 6. Tétano ...................................................................................................................................................151 • Profilaxia antibiótica em mordedura de animais .......................................................151 • Profilaxia na fratura exposta ....................................................................................................152 • Protocolos de profilaxia cirúrgica .........................................................................................153 • Fique por dentro! ................................................................................................................................. 154 • Profilaxia pré-exposição: uma forma diferente de prevenir! ............................. 154 • Referências bibliográficas ..............................................................................................................155 Seção 06 - Guia de ATB ......................................... 156 Capítulo 01: AntimicrobianosCapítulo 01: Antimicrobianos ...................................................... ...................................................... 157157 • Conceitos gerais ....................................................................................................................................157 • Doses e ajuste para função renal dos antibióticos ....................................................157 1. Aminoglicosídeos ........................................................................................................................157 2. Betalactâmicos .............................................................................................................................157 3. Macrolídeos ..................................................................................................................................... 160 4. Quinolonas ...................................................................................................................................... 160 5. Glicopeptídeos ............................................................................................................................... 161 6. Polimixinas ....................................................................................................................................... 161 7. Tetraciclinas ..................................................................................................................................... 161 8. Outros antibióticos .................................................................................................................... 162 9. Novos antibióticos ...................................................................................................................... 163 • Doses e ajuste para função renal dos antifúngicos ................................................. 163 1. Azólicos .............................................................................................................................................. 163 2. Poliênicos ......................................................................................................................................... 164 3. Equinocandinas ........................................................................................................................... 164 • Doses e ajuste para função renal dos antivirais ......................................................... 164 • Referências bibliográficas ............................................................................................................. 165 13 14 Conceitos gerais Precaução padrãoPrecaução padrão • Precauções aplicadas a todos os pacientes incluem: • Higienização das mãos: • Quando higienizar minhas mãos? • Antes e depois do contato com o paciente. • Após contato com sangue, secreções, pele não íntegra, membrana mucosa, curativos e objetos. • Entre procedimentos realizados nos pacientes. • Após contato com superfícies próximas ao paciente. • Após retirada das luvas. • Como higienizar minhas mãos? • Lavar com água e sabonete líquido: se mãos visivelmente sujas ou suspeita/confirmação de C. difficile. • Higienizar com soluçãoalcoólica. • Uso de equipamentos de proteção individual (EPI): • Quando utilizar? • Contato com sangue e fluidos corpóreos. • Contato com pele não íntegra e mucosa. • Necessidade de proteção contra respingos. • Luvas: • Sempre que houver contato com mucosa, sangue, fluidos corpóreos, pele não íntegra e superfícies sujas com material biológico. • Trocar a luva entre procedimentos, descartá-las e higienizar as mãos. • Avental: • Utilizado como barreira física quando há risco de sujar roupas ou pele com material biológico. • Sempre de manga longa! • Desprezar imediatamente após sair do quarto. 15 • Máscara, óculos e protetor facial: • Sempre que houver risco de respingos em membranas mucosas. • Lavar os óculos com água e sabão após o uso e desinfetá-lo com produto próprio. • Limpeza de superfícies, artigos e equipamentos: • Limpeza de superfícies deve ser diária e sempre que houver sujidade visível. • Limpeza terminal na alta, óbito ou transferência. • Limpar, desinfetar e esterilizar equipamentos e artigos entre um paciente e outro. Precaução de contatoPrecaução de contato • Quem precisa? • Pacientes com infecções por micro-organismo transmitidos por contato direto ou indireto, como germes multirresistentes, varicela e herpes-zoster disseminado ou em imunossuprimido. • EPIs necessários: • Luvas de procedimento. • Avental de manga longa (ex. descartável). • Particularidades: • Quarto privativo ou compartilhado com pacientes portadores do mesmo micro-organismo. • Se o paciente necessitar de transporte, desinfetar maca ou cadeira com álcool a 70% ou quaternário de amônio após o uso e o profissional que o acompanha deve utilizar os referidos EPIs. • Artigos e equipamentos de uso exclusivo para o paciente. Precaução respiratória por gotículasPrecaução respiratória por gotículas • O que é uma gotícula? • São partículas maiores que 5 micra geradas com a fala, tosse, espirro ou aspiração de vias aéreas. • Não alcançam grandes distâncias (até 1 a 1,5 metro) e se depositam em superfícies. • Quem precisa? • Pacientes com doenças cuja transmissão se dá por gotículas, como caxumba, rubéola e meningite meningocócica. • EPIs necessários: • Máscara cirúrgica. 16 • Particularidades: • O quarto deve ser individual ou compartilhado com outro indivíduo com o mesmo diagnóstico e a porta mantida fechada. • Caso seja necessário transporte, o paciente deve circular com máscara cirúrgica fora do quarto. Precaução respiratória por aerossóisPrecaução respiratória por aerossóis • O que é um aerossol? • São partículas menores, de até 5 micra, que podem ficar suspensas no ar. • Alguns procedimentos são capaz de gerá-lo: intubação e ventilação manual, aspiração traqueal, ressuscitação cardiopulmonar, broncoscopia e autópsia. • Quem precisa? • Pacientes com doenças transmitidas por aerossóis, como tuberculose pulmonar, varicela e sarampo. • EPIs necessários: • Máscara N95 ou PFF2. • Particularidades: • Paciente deve permanecer em quarto sozinho ou compartilhado com indivíduo com o mesmo diagnóstico. • O quarto deve permanecer com a porta fechada e circulação de ar para ambiente externo por janela ou através de filtro HEPA. • Caso seja necessário transporte, o paciente deve circular com máscara cirúrgica fora do quarto. Considerações especiais Precaução por síndrome clínicaPrecaução por síndrome clínica AGENTE/DOENÇA TIPO DE PRECAUÇÃO Tuberculose pulmonar ou laríngea Aerossol, até início de terapia eficaz com melhora clínica Bactérias multirresistentes Contato Meningite por Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae Gotículas, até 24 horas do início do antibiótico Clostridioides Contato pelo tempo em que durar a doença 17 AGENTE/DOENÇA TIPO DE PRECAUÇÃO Diarreia por rotavírus, Campylobacter spp, Criptosporidium spp, Shigella spp e Salmonella spp Contato Caxumba Gotícula Varicela Aerossol + contato Herpes zóster disseminado e no imunossuprimido Contato + aerossol, até todas as lesões ficarem crostosas Herpes simples mucocutânea disseminada, grave ou recorrente Contato, pelo tempo em que durar a doença Sarampo Aerossol, por até 4 dias do desaparecimento do rash Coqueluche Gotículas, até 5 dias do início do tratamento Vírus sincicial respiratório Contato, pelo tempo em que durar a doença Influenza a, b e c Gotícula, até 7 dias do início dos sintomas ou 24 horas após cessar a febre Influenza H1N1 Gotícula + padrão Parainfluenza Contato, pelo tempo em que durar a doença Rinovírus Gotícula, pelo tempo em que durar a doença Adenovírus Gotícula + contato, pelo tempo que durar a doença Parvovírus B19 Gotícula, durante a internação ou por 7 dias se crise aplástica Abscesso drenado sem curativo Contato, pelo tempo que durarem os sintomas Celulite com drenagem não controlada Contato, pelo tempo em que durar a doença Impetigo Contato 18 AGENTE/DOENÇA TIPO DE PRECAUÇÃO Pediculose Contato, até 24 horas do início do tratamento Raiva Contato Quais são as recomendações atuais de isolamento Quais são as recomendações atuais de isolamento para a COVID-19 para casos leves a moderadospara a COVID-19 para casos leves a moderados FIQUE POR DENTRO! PACIENTES IMUNOCOMPETENTES COM SG POR COVID-19 (QUADROS LEVES OU MODERADOS) Tempo Isolamento de 5 dias Isolamento de 7 dias Isolamento de 10 dias Condição de saúde SEM SINTOMAS SEM SINTOMAS COM SINTOMAS SEM SINTOMAS Ao 5º dia completo, se o caso estiver SEM sintomas respiratórios E sem febre E sem uso de medicamen- tos antitérmicos E há pelo menos 24 horas. Ao 7º dia, se o caso estiver SEM sintomas respiratórios E sem febre E sem uso de medicamentos antitérmicos E há pelo menos 24 horas. Ao 7º dia, se estiver COM sintomas respiratórios ou febre. Ao 10º dia, se o caso estiver SEM sintomas respiratórios E sem febre E sem uso de medicamentos antitérmicos E há pelo menos 24 horas. Teste Com testagem no 5º dia com RT-PCR ou TR-Ag Não é necessário testarpara sair do isolamento. Com testagem no 7º dia com RT-PCR ou TR-Ag. Não é necessário testar para sair do isolamento. Resultado Resultado negativo. Resultado positivo. X Resultado negativo. Resultado positivo. X Saída do isolamento Sair do isolamento após 5 dias completos e manter as recomen dações adicionais até o 10º dia. Manter o isolamento até 10 dias completos. Sair do isolamento após 7 dias completos e manter as recomendações adicionais até o 10º dia. Sair do isolamento se o caso estiver SEM sintomas respiratórios E sem febre E sem uso de medicamentos antitérmicos após 24 horas. Manter o isolamento até o 10º dia. Sair do isolamento se o caso estiver SEM sintomas respiratórios E sem febre E sem uso de medica- mentos antitérmicos após 24 horas. Sair do isolamento no 10º dia e manter as medidas não farmacológicas. 19 Referências Bibliográficas Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas - FMUSP. Prevenção de IRAS. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 173 - 186. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020 ORIENTAÇÕES PARA SERVIÇOS DE SAÚDE: MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE QUE DEVEM SER ADOTADAS DURANTE A ASSISTÊNCIA AOS CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE INFECÇÃO PELO NOVO CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2). Brasília: publicada em 30 de janeiro de 2020 - atualizada em 09 de setembro de 2021. Conceitos gerais Quando prescrever antibióticos em cuidados paliativosQuando prescrever antibióticos em cuidados paliativos • Paciente com perspectiva de intervenções modificadoras da doença: prescrever conforme indicação habitual. • Paciente sem perspectiva de cura, avaliar: • Funcionalidade (Utilizar escala de funcionalidade, para definir de forma mais objetiva, Ex. KPS, PPS…). • Se a cura da infecção irá resultar em recuperaçãoda capacidade funcional e em qualidade de vida. • Se o uso de antibiótico pode propiciar alívio a algum sintoma apresentado pelo paciente (ex. paciente com traqueostomia e presença de secreção em grande quantidade peritraqueostomia, tratamento de infecção cutânea que leva a febre ou outro sinal flogístico que possa gerar desconforto). • Pacientes em fase final de vida: não prescrever antibióticos e suspendê-los se prescritos anteriormente. 20 Caso a casoCaso a caso • Infecção de trato urinário: • O uso de antibiótico mostrou redução de sintomas, como disúria e polaciúria, em alguns estudos. • Considerar tratamento guiado por cultura, com preferência por via oral ou hipodermóclise, para controle de sintomas. • Broncorreia: • Secreção purulenta em grande quantidade com odor fétido pode ocasionar desconforto ao paciente. • Considerar tratamento com antibiótico macrolídeo caso não se obtenha controle de sintomas com demais medidas (como anticolinérgicos). • Celulite e drenagem de secreção purulenta em local de inserção de hipodermóclise: • Considerar antibiótico tópico ou sistêmico para controle de sintomas, se referidos pelo paciente. Considerações especiaisConsiderações especiais • Sempre se perguntar antes de iniciar antibiótico em pacientes em cuidados paliativos: • Vai mudar o curso da doença? • O tratamento irá agregar em qualidade de vida? • Existe algum sintoma, referido pelo paciente, que pode ser minimizado com uso de antibiótico, como dor e drenagem de secreção purulenta? • Identifiquei algum sintoma potencialmente tratável, já esgotei as demais medidas para controle (analgesia, anticolinérgicos e medidas não farmacológicas)? • Caso indicado, avaliar a resposta ao antimicrobiano após 72h. Se não houver resposta, suspendê-lo; evitar escalonamento de antimicrobiano se a indicação for para melhora de sintomas. • Tenha em mente que antibióticos não são inócuos de reações adversas e não há evidência consistente na literatura para seu uso em cuidados paliativos. • Sempre discuta com o paciente e familiares sobre os riscos e benefícios do tratamento antimicrobiano. 21 A única infecção para a qual existe alguma evidência de alívio de sintomas com uso de antibióticos em cuidados paliativos é a infecção do trato urinário. No entanto, mesmo esta é de baixa qualidade e carece de mais estudos. • Se quiser refletir um pouco mais sobre o assunto, vale uma lida neste editorial do BMJ Supportive and Palliative Care. Lee SF. Antibiotics in palliative care: less can be more. Recognising overuse is easy. The real challenge is judicious prescribing. BMJ Supportive & Palliative Care 2018 Referências Bibliográficas Lee SF. Antibiotics in palliative care: less can be more. Recognising overuse is easy. The real challenge is judicious prescribing. BMJ Supportive & Palliative Care 2018 D’Alessandro MPS, Pires CT, Forte DN et al.. Manual de Cuidados Paliativos. São Paulo: Hospital SírioLibanês; Ministério da Saúde; 2020. Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas - FMUSP. Tratamento de Infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 73 - 74. Juthani-Mehta M, Malani PN, Mitchell SL. Antimicrobials at the End of Life: An Opportunity to Improve Palliative Care and Infection Management. JAMA 2015. FIQUE POR DENTRO! 22 Conceitos gerais Principais mecanismos de resistência a antimicrobianos e opções terapêuticas Mecanismo de resistência Antibióticos afetados Bactérias envolvidas Antibióticos que funcionam Betalactamase de espectro estendido (ESBL) Penicilinas Cefalosporinas Aztreonam Klebsiella pneumoniae Escherichia coli Acinetobacter spp Burkholderia spp Citrobacter spp Enterobacter spp Morganella spp Proteus spp Pseudomonas spp Salmonella spp Serratia spp Shigella spp Carbapenêmicos; Associação de betalactâmico com inibidores de betalactamases: piperacilina-tazobactam em alguns casos Quinolonas; Aminoglicosídeos; Carbapenemases Carbapenêmicos Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii Enterobacter spp (produtor do gene MBL - New Delhi metallo-beta-lactamase) Se metalo, aztreonam • Se serino, torgena • Se indisponibilidade dos acima, considerar dupla-terapia para os casos mais graves com duas drogas efetivas (possibilidades: polimixinas, tigecicilina e aminoglicosídeos) • Cistite pode ser tratada com fosfomicina 23 Mecanismo de resistência Antibióticos afetados Bactérias envolvidas Antibióticos que funcionam Gene amp-c Cefalosporinas até terceira geração (indicada por resistência à cefoxitina no antibiograma) Penicilina Ampicilina Amoxicillin Potencial de resistência a piperacilina- tazobactam Morganella spp Yersinea spp Serratia spp Proteus vulgaris Providencia spp Aeromonas spp Citrobacter spp Enterobacter spp Carbapenêmicos Cefepime; Aminoglicosídeos; Fluoroquinolonas; Gene mcr1 Polimixina BColistina E. coli K. pneumoniae P. aeruginosa Acinetobacter spp Avaliar caso a caso com antibiograma - pode haver sensibilidade à amicacina Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) Oxacilina S. aureus Vancomicina Daptomicina Linezolida Ceftarolina Casos não graves: Clindamicina ou Sulfametoxazol- Trimetoprima são opções Enterococo resistente a vancomicina (VRE) Vancomicina Enterococcus faeciumEnterococcus faecalis Daptomicina Linezolida Tigeciclina Gene aph Gentamicina Pode conferir resistência a amicacina e tobramicina Enterococcus EstreptomicinaCeftriaxone + ampicilina 24 Mecanismo de resistência Antibióticos afetados Bactérias envolvidas Antibióticos que funcionam Gene erm Macrolídeos S. pneumoniae S. aureus Enterococcus spp Corynebacterium diphtheriae Campylobacter spp Bacteroides fragilis Clostridium perfringens Listeria spp Mycoplasma pneumoniae Legionella spp Ceftriaxone Cefuroxima Vancomicina Amoxicilina Piperacilina-tazobactam Carbapenêmicos Considerações especiais Precaução de isolamentoPrecaução de isolamento • A detecção de germe multidroga resistente indica, além da precaução padrão, isolamento de contato. • O paciente deve ser mantido em quarto individual ou compartilhado com outro paciente colonizado pelo mesmo germe. • As indicações de isolamento de contato para cada bactéria podem variar conforme protocolo de cada instituição, sempre consulte a CCIH em caso de dúvida. Fatores de risco para desenvolvimento de resistência Fatores de risco para desenvolvimento de resistência a antimicrobianosa antimicrobianos • Idade avançada. • Comorbidades (tais como diabetes, insuficiência renal, neoplasia e condições que cursem com imunossupressão). • Dependência funcional e institucionalização. • Cirurgia recente. • Uso de antimicrobianos recente. 25 A pandemia do COVID-19 e a crescente A pandemia do COVID-19 e a crescente resistência a antibióticosresistência a antibióticos A preocupação com o aumento das bactérias MDR é realidade há algumas décadas. A pandemia de início em 2019 fez crescer o alerta em torno do crescente aumento da circulação de bactérias MDR. Órgãos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) entraram em alerta para o fato. Alguns fatores certamente agravam a situação: • Desde o início da pandemia houve um salto no número de indivíduos hospitalizados em todo o mundo. São mais pacientes circulando em ambiente hospitalar e de terapia intensiva. • O uso indiscriminado de antimicrobianos para tratamento de casos suspeitos de infecção por coronavírus - dados da OMS apontam que 74% dos pacientes que foram internados com COVID-19 receberam antibióticos, sendo que apenas 8% deles tinham infecção bacteriana comprovada. Sem contar os casos leves atendidos em Pronto Socorro que foram para casa com uma prescrição de azitromicina. • Estudos sugerem que alterações na flora intestinal e na penetraçãodos antibióticos em doentes com COVID-19 podem acelerar o desenvolvimento de resistência bacteriana. • Não há evidência de que o uso de antimicrobianos tenha benefício na infecção por Sars-Cov19. Estes devem ser reservados para casos com alta suspeita ou comprovação de infecção bacteriana superajuntada. • Sempre vale lembrar: higienizar as mãos antes e após o contato com o paciente, respeitar as precauções de isolamento e praticar o uso racional de antimicrobianos são as mais eficazes na prevenção do surgimento de novos mecanismos de resistência. FIQUE POR DENTRO! • Hospitalização prolongada. • Contato frequente com unidades de saúde, como clínicas de diálise e centros de infusão. • Dispositivos invasivos (tais como cateteres venosos, tubo orotraqueal e sonda vesical). • Contato com profissionais de saúde que cuidam simultaneamente de vários pacientes, cujas mãos servem de veículos para transferência dos patógenos. 26 Referências Bibliográficas Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas - FMUSP. Prevenção de IRAS. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 167 - 172. Du H, Chen L, Tang Y-W, Kreiswirth BN. Emergence of the mcr-1 colistin resistance gene in carbapenem-resistant Enterobacteriaceae. Lancet Infect Dis; mar 2016. Chow JW, et al.. A New High-Level Gentamicin Resistance Gene, aph(2”)-Id, in Enterococcus spp. Antimicrob Agents Chemother; may 1998. Getahun H, Smith I, Trivedi K, Paulina S, Balkhyb HH. Tackling antimicrobial resistance in the COVID-19 pandemic. Bull World Health Organ; 2020. MetaSUB Consortium. COVID-19 drug practices risk antimicrobial resistance evolution. Lancet Microbe; april 2021. Marchaim D, Kaye KMD. Infections and antimicrobial resistance in the intensive care unit: Epidemiology and prevention. Uptodate; jun 2020. Musher DM. Resistance of Streptococcus pneumoniae to beta-lactam antibiotics. Uptodate; apr 2021. Arias CA, Murray BE. Mechanisms of antibiotic resistance in enterococci. Uptodate; mar 2021. Deverick J Anderson. Vancomycin-resistant enterococci: Epidemiology, prevention, and control. Uptodate; feb 2021. Lowy FD. Methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) in adults: Treatment of skin and soft tissue infections. Uptodate; may 2021. Quale J, Spelman D. Overview of carbapenemase-producing gram-negative bacilli. Uptodate; apr 2020. MacLaren G, Spelman D. Polymyxins: An overview. Uptodate; sep 2021. Quale J, Spelman D. Overview of carbapenemase-producing gram-negative bacilli. Uptodate; apr 2020. 27 Conceitos gerais Em um manual sobre uso de antimicrobianos, precisamos parar para falar sobre o uso racional de antibióticos. Quais os impactos do uso indiscriminado de antibióticos?Quais os impactos do uso indiscriminado de antibióticos? O motivo dessa discussão fica muito claro no capítulo anterior, que aborda os mecanismos de resistência aos antibióticos. Além disso, como qualquer medicação, antibióticos têm efeitos colaterais que vão desde náuseas e intolerância gastrointestinal a farmacodermias graves, disfunção renal e colite pseudomembranosa. Já imaginou prescrever uma droga que não tinha indicação clara (antibiótico para uma infecção viral de vias aéreas superiores, por exemplo), e o seu paciente ir parar na UTI por uma complicação dessas! Parece absurdo, mas acontece. Dados do Center of Desease Control (CDC) mostram que um em cada dois pacientes hospitalizados recebe antibiótico, sendo que alguns médicos chegam a prescrever três vezes mais do que outros. Pacientes tratados com antibióticos de amplo espectro têm risco até três vezes maior de desenvolverem outra infecção, por germe ainda mais resistente, dentro dos próximos 3 meses. Além disso, a redução em 30% do uso de antibióticos de alto risco para desenvolvimento de colite pseudomembranosa, chega a reduzir em 26% a mortalidade por diarreia invasiva! Considerações especiais Como posso melhorar minha prática médica nesse sentido?Como posso melhorar minha prática médica nesse sentido? 1. Para pacientes ambulatoriais: • Sempre se pergunte se há evidência de infecção bacteriana, especialmente nas seguintes situações: 28 • Sinusites: considere a estratégia de watchful waiting e reserve o antibiótico para os seguintes casos: • Sintomas que duram mais de uma semana. • Sintomas que começaram a melhorar, mas sofreram nova piora. • Sintomas graves: febre alta (>38,5ºC, sinais de infecção de pele e dor extrema dos seios da face). • Faringites: o uso do Escore de Centor Modificado por McIsaac ajuda a diferenciar faringite estreptocócica de, viral, sendo uma pontuação maior ou igual a 3 indicativa de infecção estreptocócica e uso de antibióticos. Tabela 1 – Probabilidade de Faringite por Streptococcus Pyogenes segundo critérios de Centor e McIsaac - acesso em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/estudo-da-incidencia-dos-germes • Gastroenterites: a maioria das infecções é viral, portanto, a melhor recomendação é reservar o uso de antibióticos para: • Febre e diarreia sanguinolenta e/ou purulenta. • Febre > 38,5ºC e diarreia do viajante. • Diarreia sanguinolenta em imunocomprometidos. • Sintomas sugestivos de Shigelose: fezes com sangue, febre, cólica abdominal e tenesmo. • Sepse. Critérios Centor e Mclsaac Critério Variável Ponto Centor Febre > 38°C +1 Ausência de tosse +1 Adenopatia cervical anterior +1 Exsudato ou edema amigdaliano +1 McIsaac Idade 3 a 14 anos +1 15 a 44 anos 0 ≥ 45 anos -1 Probabilidade de faringite por Streptoccus do grupo A: ≤ 0 ponto: 1-2,5%; 1 ponto: 5-10%; 2 pontos: 11-17%; 3 pontos: 28-35%; ≥ 4 pontos: 51-53% https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/estudo-da-incidencia-dos-germes 29 2. Para pacientes hospitalizados: • Solicite culturas antes de iniciar antimicrobiano. • Reavalie seu paciente em 48 horas, cheque as culturas e ajuste ou até suspenda o tratamento. • Deixe sempre registrado em prontuário o motivo do início do antimicrobiano, a dose e o tempo de terapia previsto. 3. Situações especiais: • Infecção de trato urinário: sempre se pergunte se não se trata apenas de colonização bacteriana e busque a presença de sintomas no paciente. • Pneumonia: se questione se é possível algum diagnóstico não infeccioso alternativo, como edema pulmonar, pneumonia viral e doenças parenquimatosas pulmonares. • MRSA: evite o uso de vancomicina para tratar infecções por S. aureus não meticilino-resistente! O movimento O movimento Choosing Wisely Choosing Wisely e antimicrobianose antimicrobianos O movimento Choosing Wisely, lançado pela American Board of Internal Medicine (ABIM) em 2012 é conhecido mundialmente por combater o uso de procedimentos diagnósticos e terapêuticos e medicações desnecessárias, que não apresentam benefício ao paciente ou promovem mais malefício, baseando-se sempre na melhor evidência científica. Eles abordam diversos temas e, claro, o uso racional de antibióticos não iria ficar de fora. Existe uma vertente totalmente dedicada a isso, que promove campanhas e publica textos atualizados sobre as mais diversas situações clínicas. Para quem se interessa pelo assunto, vale uma olhada na página deles! https://www.choosingwisely.org/topic-area/infectious-disease/ FIQUE POR DENTRO! https://www.choosingwisely.org/topic-area/infectious-disease/ 30 Referências Bibliográficas K de With, et al.. Strategies to enhance rational use of antibiotics in hospital: a guideline by the German Society for Infectious Diseases. Infection; apr 2016. CDC National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases, Division of Healthcare Quality Promotion. CDC Vital Signs: Making Health Care Safer See page 4 Want to learn more? Visit Antibiotic Rx in Hospitals: Proceed with Caution. mar 2014. Kollef MH, Micek ST. Rational Use of Antibiotics in the ICU Balancing Stewardship and Clinical
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