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Agradecimentos 
 
 
O Plano Mestre de Formação de Professores em Angola (PMFP) representa um esforço 
Nacional no sentido de fundamentar a necessidade de se formar um professor em 
Angola com competências específicas, com autonomia profissional e com 
responsabilidades colectivas e individuais, para que possa responder à complexidade da 
realidade na qual vai trabalhar, bem como às exigências da sua função docente. Por 
conseguinte, o PMFP, ao mesmo tempo que define as necessidades de formação, propõe 
um conjunto de estratégias de acção para a implementação e desenvolvimento das 
formações inicial, contínua e a distância dos professores em Angola. 
 
O BIEF, o Gabinete de consultoria em Educação, que organizou e orientou todo o 
processo de elaboração do PMFP em Angola, apresenta, em primeiro lugar, o seu 
reconhecimento público a todos os técnicos do Ministério da Educação e a todos os 
professores das escolas de formação de professores das províncias de Benguela, 
Cabinda, Huíla, Kwanza Sul e Namibe, que de uma forma geral, deram o seu contributo 
para que este plano fosse hoje uma realidade. 
 
Um agradecimento especial, ao comanditário do projecto e coordenador da equipa 
nacional do PMFP em Angola, senhor António Viriato Neto da Costa, pelo apoio e 
disponibilidade prestados ao longo de todo o processo. 
 
À equipa nacional, constituída pelos técnicos 
Emanuel da Silva Pinto, coordenador adjunto da equipa nacional do PMFP, Andrea 
Otanha Carvalho, António Tchinhama dos Santos, Fernando Sakolela Sakanhe, Francisco 
António de Figueiredo Júnior, Hernani Lúcio Silvestre Gonçalves, Inácio Buta Tito, 
Josefina Solila Sambo, José Sapaulo, Julino Chissuva, Jusselino P. Mateus Paulo, Lucas 
Raposo Ramos, Luís Kamuele, Maria Cristina Amaro, Maria Filomena Alfredo, Pedro 
Fernandes, Tomé Nunda e Vieira Victor Salvador, um muito obrigado pelos sacrifícios 
consentidos ao acumular as suas funções profissionais com as específicas de um 
processo de elaboração de um PMFP. 
 
Uma palavra de recolhecimento aos senhores Justino Jerónimo, Director Geral do 
Instituto Nacional de Formação de Quadros e Menga Thomas, Especialista da Educação 
do UNICEF em Angola, pela sua participação ao longo do processo de elaboração do 
PMFP. 
 
Finalmente, um muito obrigado ao Ministério da Educação de Angola por ter acreditado 
e confiado ao BIEF tão nobre e preciosa tarefa. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
Prefácio 
 
 
 
O Ministério da Educação de Angola reconhece a contribuição fundamental de um 
sistema efectivo e eficiente de formação de professores para a melhoria da 
qualidade da educação e para o desenvolvimento Nacional. Por isso, apresenta 
este Plano Mestre que será coerente, consistente e coordenado de formação de 
professores de forma a proporcionar o desenvolvimento profissional dos 
professores ao longo da formação inicial, contínua e a distância. 
 
Definir uma política de formação de professores consiste na tomada de um 
conjunto de decisões pelo Ministério da Educação, decisões que devem ter como 
base a firme convicção de que o bom funcionamento do Sistema Educativo deve 
obedecer a princípios de qualidade e de equidade, e que 
só as escolas podem proporcionar profundas mudanças 
que contribuem para melhorar essa qualidade e essa 
equidade que se pretende dar ao Sistema Educativo. 
 
O Plano Mestre de Formação de professores apresentado 
baseia-se significativamente em experiências recentes 
adquiridas, em estudos realizados sobre o sector e em 
consultas alargadas com todas as partes interessadas e, 
procura basear-se nas várias experiências adquiridas 
durante a última década para garantir uma oferta de 
professores com formação adequada que possam 
responder às necessidades nacionais. 
 
Os principais agentes da mudança são os técnicos, os 
administradores educativos, os inspectores, os professores 
metodólogos, mas também e sobretudo, os professores. 
Por isso, a profissão docente requer conhecimentos e 
competências que só podem ser obtidos no âmbito de uma 
formação profissional de elevado nível científico e 
pedagógico, pelo que a formação deve ser entendida como 
um processo permanente de mudança que começa 
quando o futuro docente tem acesso a formação inicial, a 
primeira etapa de um percurso que deverá manter – se ao 
longo de toda a carreira profissional. 
 
O conceito de formação de professores identifica – se, 
cada vez mais, com o processo de desenvolvimento 
permanente do professor em que a formação inicial, a 
formação contínua e a distância não são mais de que 
momentos diferentes de um mesmo processo de 
 
 
 
 
4 
desenvolvimento de competências profissionais. 
 
A formação inicial de professores e educadores visa o desenvolvimento de 
competências básicas e específicas, bem como a sua activação e optimização. Os 
saberes dos professores devem assentar em bases sólidas e aprofundadas, 
garantindo a sua credibilidade junto aos alunos e a comunidade, uma vez que, por 
melhor concebida que for, nunca será suficiente para dotar os professores de um 
saber sólido e duradouro. Isso encoraja-nos a assumir a formação contínua e a 
distância como um instrumento de permanente actualização, reflexão e auto - 
avaliação, de troca de experiências, debate, cooperação e tomada de consciência 
da importância e da necessidade de se optar por uma prática reflexiva. 
 
Exactamente por isso, a elaboração do Plano Mestre de Formação de Professores 
inscreve-se na lógica de um projecto vasto e multifacetado, pelo que os 
momentos referidos constituem os eixos fundamentais sobre os quais se apoia o 
Plano Mestre de Formação de Professores, na perspectiva de construção de uma 
Escola renovada e transformada, apta a responder aos desafios de uma sociedade 
em permanente mudança, exigindo sempre uma reflexão profunda sobre a 
formação dos docentes na lógica construtivista, tendo como objectivos finais a 
melhoria da qualidade do ensino e a defesa da identidade e da profissionalidade 
do docente. 
 
Finalmente, diria que o Plano Mestre de Formação de Professores tem um papel 
estratégico na vida Nacional, cuja configuração e forma de implementação 
definirão uma política global de formação de profissionais da educação que 
possam contribuir para que o Sistema Educativo Angolano acompanhe a 
transformação acelerada do mundo, a partir do desenvolvimento de competências 
básicas necessárias para « aprender a aprender ao longo da vida». E isso só 
poderá ser conseguido com uma gestão democrática, e com o desenvolvimento 
de um compromisso social, ético e político da docência e daqueles que auxiliam 
a sua realização, com base na reflexão crítica. 
 
Será, acima de tudo, uma voz única a guiar a formação de professores. 
 
É importante notar que o Plano Mestre descrito representa uma etapa no 
desenvolvimento da formação inicial, contínua e a distância de Professores em 
Angola, sendo por isso importante rever regularmente a sua implementação e 
introduzir as alterações necessárias em conformidade com as necessidades e 
circunstâncias em mudança. 
 
 
António Burity da Silva Neto 
(Ministro da Educação da República de Angola) 
 
 
 
 
5 
Introdução 
 
O Plano Mestre de Formação dos Professores em Angola (PMFP) é um documento 
que expressa as ambições e as aspirações do Governo da República de Angola 
relativamente à formação de professores competentes que garantam a 
prossecução dos compromissos do governo para com a criança angolana. 
 
O estado angolano comprometeu-se a atingir os Objectivos de Desenvolvimento 
do Milénio e a implantar o Plano de Acção de Dakar. Isto significa reconhecer que 
é urgente desenvolver um conjunto de acções a nível da Educação Básica, como 
estratégia de devolução às crianças de um dos seus direitos mais fundamentais – 
o direito à educação-, proporcionando-lhes melhores condições de vida que 
muitas vezes lhes foi negada pelo passado recente da guerra. 
 
Anunciar a «vontadede implementar a escolarização de todas as crianças em 
idade escolar, de reduzir o analfabetismo de jovens e adultos e de aumentar a 
eficácia do sistema educativo1» é também anunciar a decisão política de preparar 
os recursos humanos e materiais que possam responder a esses grandes desafios 
da sociedade angolana, «considerando as profundas mudanças no sistema socio-
económico... que sugerem uma readaptação do sistema educativo...2» da qual o 
professor é parte integrante e pedra fulcral para o seu desenvolvimento. 
 
Estudos recentes a nível internacional comprovam a incapacidade de muitos 
sistemas educativos acompanharem o mundo em rápida transformação, e 
consequentemente, evidenciam a necessidade de adoptar modelos de formação 
do professor que permitam o domínio de competências básicas indispensáveis ao 
«aprender a aprender» ao longo da vida. Exactamente por isso, investigadores na 
área de Educação, apresentam novas propostas pedagógicas e metodológicas que 
conduzem a aprendizagens significativas e integradoras, como é exemplo a 
Pedagogia da Integração fundamentada na Abordagem por Competências, em 
contraste com os processos baseados na transmissão de conhecimentos, num 
ensino passivo, em que os alunos são meros espectadores. 
 
O trabalho de preparação da elaboração do Plano Mestre de Formação de 
Professores em Angola foi acompanhado de seminários de formação de 
formadores nacionais e de produção de diferentes materiais de apoio à melhoria 
da qualidade da educação, com a manifesta preocupação de evidenciar a 
necessidade de se adoptar uma pedagogia que, por um lado, não faça tábua rasa 
dos conhecimentos dos professores, alterando bruscamente as suas práticas de 
ensino, e que por outro lado, faça evoluir progressivamente a sua maneira de 
ensinar, no sentido de proporcionar aos alunos competências que lhes permitam 
servir-se dos seus conhecimentos escolares na sua vida de todos os dias. 
 
Esta mesma preocupação diz respeito aos diferentes actores da Educação, 
nomeadamente aos directores das instituições de formação, aos supervisores e 
Formadores das EFP. 
 
 
1 Lei N° 13/01 de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República, I.ª Série, n.º 65 de Dezembro de 2001. 
2 Idem. 
 
 
 
 
6 
Para responder a esses desafios, o Plano Mestre organiza-se em torno de duas 
grandes áreas de intervenção, a área da formação contínua e a distância de 
professores e a área da formação inicial. E, para operacionalizar e facilitar a 
priorização de inciativas, propõem-se acções de dois tipos: 
 
1. Acções comuns a ambos os tipos de formação, constantes dos quatro primeiros 
eixos do PMFP; 
2. Acções específicas para cada tipo de formação que integram os quatro eixos 
seguintes, de forma a criar e a melhorar os dispositivos diversificados de 
formação. 
 
O Plano Mestre de Formação de Professores em Angola está estruturado em três 
documentos a saber: 
 
- Um primeiro documento que começa com a apresentação do Plano Mestre, 
partindo da descrição das realidades das formações contínua, a distância e 
inicial dos professores em Angola, para depois mostrar o organigrama geral com 
os oito (8) eixos de intervenção do PMFP. 
 
A seguir, e para uma melhor compreensão do organigrama geral, surgem os 
organigramas de cada um dos oito eixos, a lista e a descrição das acções e 
actividades que os integram. 
 
Finalmente, surgem os cronogramas dos oito eixos mencionados. 
 
De notar que, com este este documento simplificado, pretende-se facilitar a 
compreensão e a difusão do PMFP entre os diferentes actores civis, políticos e 
educacionais, evidenciar a sua operacionalização por etapas e as tomadas de 
decisões para a implementação das acções. 
 
- O segundo documento, chama-se “Plano Mestre de Formação de Professores em 
Angola: Encargos financeiros”. Este documento começa com uma introdução 
metodológica, e a seguir, apresenta-se um quadro resumo de custos financeiros 
globais. 
Consta também deste documento um quadro analítico com cada uma das acções 
de forma detalhada, por anos e por eixos. 
 
- Adicionalmente a estes dois documentos, preparou-se um outro mais técnico 
com a descrição de todo o processo de elaboração do PMFP em estreita 
colaboração com as equipas locais, assim como um conjunto de resultados (tanto 
ferramentas técnicas como de análise das necessidades e de gestão do Plano 
Mestre) obtidos nos seminários de formação e de produção realizados durante o 
ano de 2007. Incluem-se neste documento, os quadros que sintetizam os planos 
das acções de cada eixo, o seu desenvolvimento temporal, os resultados 
esperados, bem como os recursos necessários para a sua implementação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
1- Objectivos do Plano Mestre 
 
 
A Educação é um direito de todas as crianças e cabe ao estado assegurar-lhes 
esse mesmo direito. 
 
O reconhecimento do direito que a criança angolana tem a uma Educação Primária 
de qualidade, levou o governo da República de Angola, através do Ministério da 
Educação, a comprometer-se, em 2004 a «...Operacionalizar nas condições 
concretas de Angola, os seis objectivos fixados pelo Fórum Mundial de Educação, 
no âmbito do Quadro de Acção de Dakar3» e a conceber e implementar uma 
reforma do sistema educativo que teve o seu início em 2004. 
 
A resposta a esses compromissos passa por uma (re) definição da política de 
formação de professores, seja ao nível da formação inicial, ou da formação 
contínua e a distância, razão pela qual se mostrou ser imperiosa a concepção e a 
elaboração de um Plano Nacional de Formação de Professores em Angola, o PMFP, 
com os seguintes objectivos: 
 
• Promover uma reflexão sobre a problemática da formação de professores em 
Angola; 
 
• Contribuir para melhorar a qualidade da formação inicial, contínua e a 
distância dos professores do ensino primário e do 1.º ciclo; 
 
• Propor acções para melhorar a qualidade do desempenho dos diferentes 
actores da educação, nomeadamente os directores das escolas, os 
supervisores e formadores das instituições de formação de professores; 
 
• Funcionar como um plano directório das acções do Ministério da Educação e 
das acções dos diferentes projectos externos, a nível de formação de 
professores, estabelecendo a coordenação e a articulação entre elas, de forma 
a lhes dar uma maior coerência interna, e promover a eficácia dos recursos 
existentes. 
 
 
 
 
3 Os seis objectivos são os seguintes: (i) Expandir e melhorar, em todos os aspectos, a protecção e educação 
na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis e desfavorecidas; (ii) Assegurar que até 
2015 todas as crianças e, sobretudo as meninas e crianças em situação difícil e pertencentes a minorias 
étnicas, tenham acesso a um Ensino Primário gratuito e obrigatório de boa qualidade e o concluam; (iii) 
Responder às necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos, através do acesso equitativo a uma 
aprendizagem adequada e a programas de preparação para a vida activa; (iv) Aumentar em 50% até o ano 
2015 o número de adultos alfabetizados, em particular mulheres, facilitando a todos os adultos um acesso 
equitativo á educação básica e á educação permanente; (v) Eliminar as disparidades de género no Ensino 
Primário e Secundário, até 2015, e alcançar, até 2015, a igualdade entre os sexos na educação básica de boa 
qualidade, com as mesmas possibilidades de sucesso; (vi) Melhorar todos os aspectos qualitativos da educação, 
garantindo resultados de aprendizagem reconhecidos e mensuráveis, especialmente em leitura, escrita, cálculo 
e habilidades práticas essenciais para a vida. In Doc. Consulta Pública sobre o Plano de Acção Nacional de 
Educação para Todos, Luanda-21 a 24 de Abril de 2004, p.16. 
 
 
 
 
8 
2- Áreas de intervenção 
 
O PMFP em Angola intervém nas duas grandes áreas de formação de professores, 
a saber: a primeira área constituída pelasduas modalidades de formação de 
professores em desempenho de funções, a formação contínua e a formação a 
distância, e a segunda área, a da formação inicial de professores do ensino 
primário e do 1.º ciclo. 
 
Estas áreas de intervenção foram analisadas numa dupla perspectiva: a de 
acções comuns a ambas as áreas e a de acções posteriores e específicas de 
cada uma delas. 
 
O Plano estrutura-se à volta de grandes objectivos denominados eixos de 
intervenção, cujo desenvolvimento visa atingir diferentes resultados que estão 
enunciados e sistematizados num conjunto de quadros lógicos, parte do 
documento técnico que complementa o PMFP. 
 
A consecução de cada eixo passa pelo desenvolvimento de projectos e 
subprojectos de acção, com a indicação detalhada das actividades necessárias ao 
desenvolvimento dos programas e estratégias de acção. 
 
É importante realçar que este Plano foi elaborado com base na análise das 
necessidades realizada com as equipas de técnicos angolanos e estruturado em 
torno deste duplo eixo operacional já mencionado: o tipo de formação e a 
envergadura do conjunto de acções comuns às duas áreas de formação, ou 
específicas de cada uma delas. 
 
 
Para assegurar um maior envolvimento dos técnicos do Ministério da Educação 
de Angola, o trabalho de preparação e elaboração do PMFP foi desenvolvido com a 
participação das províncias de: (i) Benguela, (ii) Cabinda, (iii) Huíla, (iv) Kuanza 
Sul e (v) Namibe que se constituíram em equipa nacional, sob a coordenação do 
Director Geral adjunto do Instituto Nacional de Formação de Quadros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3- Apresentação do Plano Mestre 
 
 
3.1- Formação contínua e a distância 
 
 
A dimensão do País e a dispersão da população obriga a que o Ministério da 
Educação de Angola pense em modelos alternativos de formação para todos os 
actores do sector educativo, particularmente para os professores. 
 
Muitos professores que já fazem parte do sistema educativo angolano e trabalham 
nos mais recônditos cantos do País, dando tudo de si para a melhoria da Educação 
em Angola, possuem formação académica, mas não têm agregação pedagógica; 
existem também os que trabalham mesmo sem a formação exigida, razão pela 
qual precisam complementar a sua formação académica, pedagógica e profissional 
no sentido de melhorarem as suas práticas nas salas de aula, garantindo aos 
seus alunos aprendizagens de qualidade. 
 
A reforma de qualquer sistema educativo visa assegurar mudanças concretas na 
sala de aula e proporcionar um ensino de qualidade às crianças. E a reforma 
educativa angolana não foge à regra. 
 
Muitas acções de formação e de actualização de professores experimentadores 
dos novos currículos propostos pela reforma educativa, bem como de professores 
aplicadores dos currículos em processo de generalização da reforma, já estão em 
curso, mas precisam ser regulamentadas e melhoradas, conforme se pode deduzir 
das informações4 recolhidas nas diferentes escolas de formação de professores, 
que a seguir se apresentam: 
 
� 61,8% dos inquiridos referem a carência de diferentes modalidades de formação 
contínua; 
 
� 55,5% apontam como graves problemas da formação contínua a inexistência de 
creditação para a formação contínua e a falta de sistematização das formações 
existentes; 
 
 
� 44,4% acham que o acesso dos professores à formação contínua é muito limitado, 
ou seja, a oferta é insuficiente; 
 
 
� 41,6% pensam que a diversidade da natureza de formação contínua oferecida a 
um mesmo professor constitui um grande constrangimento. 
 
 
 
4 Dados recolhidos pelo INFQ nas 36 (trinta e seis) instituições de formação de professores das 18 províncias 
que enformam o país, de 24 a 29 de setembro de 2007. 
 
 
 
 
10 
Ainda, os dados recolhidos pela equipa PMFP mostram que existem no subsistema 
do Ensino Primário e do 1º ciclo, professores com diferentes perfis em 
desempenho de funções, conforme se pode constatar no quadro seguinte5: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Face ao cenário, conclui-se que devem ser organizadas formações contínuas e a 
distância para os diferentes perfis de professores, sendo que 35 158 professores 
devem beneficiar de formações para elevar o seu nível académico e de formação 
pedagógica, 6 723 professores devem ser objecto de formação pedagógica e 
17 124 devem beneficiar de acções de formação apenas para a actualização 
científica e pedagógica. 
 
A formação a distância tem sido objecto de diferentes projectos, dentre os quais 
se destaca o projecto-piloto denominado «Escola na Rádio», desenvolvido na 
província de Kuanza Sul. 
 
Não obstante, a formação a distância, pela sua pertinência e importância, deve 
ser objecto de uma atenção especial, num país com a complexidade e com a 
dimensão de Angola. Daí que se preconiza um conjunto de acções que visem o 
seu desenvolvimento e melhoria de qualidade. 
 
 
3.2- Formação inicial 
 
O seminário analítico sobre a elaboração do Plano Mestre de Formação de 
Professores em Angola, realizado em Julho de 2007, em Luanda, permitiu a 
identificação de alguns problemas do subsistema da formação inicial, dos quais se 
destacam: 
 
� Pouca eficácia da formação de professores; 
� Baixo nível de exigência do perfil de entrada dos alunos nas instituições de 
formação; 
� Distribuição geográfica inadequada dos professores; 
� Utilização descoordenada das instâncias de formação existentes: Institutos 
 
5 Dados constantes do relatório sobre a recolha de informações sobre o subsistema da formação contínua. 
 
 
 
 
11 
Médios Normais de Educação (IMNE), Institutos Politécnicos e Escolas do 
Magistério Primário (EMP) e suas congéneres; 
� Desarticulações em torno da reforma do sistema educativo; 
� Descoordenação a nível de esforços de formação de professores, externos ao 
Ministério da Educação, entre outros, a ADPP, a ICRA e a formação PALOP’S. 
 
Os dados levantados pelo INFQ em concertação com a equipa do PMFP, de 24 a 
29 de Setembro de 2007, a nível de todas as Escolas6 de Formação de Professores 
do país, comprovam essas disfuncionalidades, como se pode ver a seguir: 
 
a) Rede das instituições de formação inicial de professores do ensino 
primário e do 1.º ciclo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Número de alunos que frequentam os cursos oferecidos pelas EMP e 
IMNE 
 
Frequentam os estabelecimentos públicos e privados de formação de professores 
do ensino primário, um total de 3 864 (três mil, oitocentos e sessenta e quatro) 
alunos e os IMNE, um total de 46 394 (quarenta e seis mil, trezentos e noventa e 
quatro) alunos. 
 
 
 
c) Número de professores que trabalham nas Escolas do Magistério 
Primário e outras instituições de formação de professores do ensino 
primário 
 
Trabalham nas instituições de formação de professores do ensino primário, um 
 
6 Os dados são aproximados tendo em conta que 5 das 18 províncias não forneceram dados. 
 
 
 
 
12 
total de 235 (duzentos e trinta e cinco) professores, e nos IMNE, um total de 
1 429 (mil, quatrocentos e vinte e nove) professores. 
 
De notar que o número de alunos formados7 por ano nas Instituições de formação 
é de 538 (quinhentos e trinta e oito) para as instituições de formação inicial do 
ensino primário, e de 5 5178 (cinco mil, quinhentos e dezassete) aprox. 
 
A análise dos dados evidenciam as disfuncionalidades existentes entre a oferta de 
formação e as necessidades do sistema, quer a nível da formação dos professores 
primários, quer a nível de professores do 1.º ciclo. Por exemplo, o número de 
professores do ensino básico formado, por ano, é insuficiente para as 
necessidades do sistema. No entanto, existe uma grande perda neste nível, pois a 
maior parte dos professores formados nessas instituições não são absorvidos9 
pelo sistema. 
 
Em contraste com a formaçãode professores primários está a formação de 
professores do primeiro ciclo. Segundo a opinião dos directores, os IMNE 
funcionam como trampolim para o ensino superior, o que significa que a maior 
parte dos professores formados para leccionarem neste nível de ensino não é 
absorvida pelo sistema. 
 
A Lei de Bases do Sistema de Educação de Angola10 define como objectivos para a 
formação do professor, os seguintes: 
 
a) Formar professores com perfil necessário à materialização integral dos 
objectivos gerais da Educação; 
 
b) Formar professores com sólidos conhecimentos científicos e técnicos e uma 
profunda consciência patriótica de modo que assumam com responsabilidade a 
tarefa de educar as novas gerações; 
 
c) Desenvolver acções de permanente actualização e aperfeiçoamento dos 
agentes de educação. 
 
Os objectivos definidos para a formação de professores não são compatíveis com 
a actual situação de formação de professores em Angola. Daí, a necessidade da 
introdução de medidas para melhorar a qualidade da formação inicial, contínua 
ou a distância, no sentido de favorecer o domínio de competências específicas 
para o desempenho da função docente, a autonomia profissional, atribuindo ao 
professor responsabilidades colectivas e individuais. 
 
Essas competências indispensáveis ao desempenho da função docente estão 
espelhadas no referencial de competências e no perfil do professor das instituições 
de formação concebidos pelas equipas técnicas de elaboração do PMFP e validados 
a nível nacional. 
 
7 Os dados são aproximados, tendo em conta que, em relação à formação de professores primários, 12 das 18 
províncias não forneceram dados. 
8 De ressaltar que apenas 3 das 18 províncias não forneceram dados. 
9 Dados recolhidos pelo INFQ a nível nacional, de 24 a 29 de Setembro de 2007. 
10 Capítulo III - Organização do Sistema de Educação, Subsecção I, artigos 36 e 37. In Diário da República, I.ª 
Série, n.º 65 de Dezembro de 2001. 
 
 
 
 
13 
 
 
3.3- Eixos de intervenção 
 
Para fazer face aos grandes desafios preconizados, tanto para a formação 
contínua e a distância, como para a formação inicial, foram definidos oito (8) 
eixos prioritários de intervenção como resultado das reflexões dos seminários de 
formação e de produção de diferentes instrumentos, realizados no âmbito da 
preparação da elaboração do PMFP. 
 
O organigrama geral, constituído por 8 eixos, mostra-nos , de forma muito 
clara, que existem 2 conjuntos de acções: um conjunto de acções de carácter 
geral, comuns às áreas da formação inicial, contínua e a distância, e um outro 
conjunto de acções de carácter específico, para o desenvolvimento, a posteriori, 
da qualidade de cada um dos tipos de formação 
 
Os eixos 1, 2, 3 e 4 são os eixos gerais e comuns que cobrem quatro 
dimensões fundamentais e propõem mudanças e melhorias sustentáveis a 
partir da implementação de um conjunto de acções que permitirão o 
desenvolvimento das formações inicial, contínua e a distância, a saber: (1) 
pilotagem e avaliação do programa da reforma do subsistema de formação de 
profesores; (2) criação de capacidades administrativas e de gestão para 
sustentar a formação a nível nacional e provincial; (3) criação de uma base 
material mínima necessária ao desenvolvimento das diferentes acções e (4) a 
formação dos principais actores da formação de professores. 
Este conjunto de acções tem como característica comum a necessidade de 
começar um processo progressivo de formação de professores em simultâneo 
com a adequação e produção da legislação que legitime todo esse processo e a 
capacitação das instâncias de base, num prazo mais curto possível. Por isso, 
cada uma delas aponta para elementos diferentes, porém complementares e 
necessárias à realização de mudanças sustentáveis no âmbito de cada 
formação. 
 
Igualmente, este grupo de acções representa claramente o «desencadear» de 
um processo multidimensional que permitirá focalizar-se, depois, em 
problemáticas mais específicas e modalidades de soluções metodológicas 
adequadas a cada uma delas. 
 
Os eixos 5 e 6, específicos da formação contínua e a distância, e os 7 e 8, 
específicos da formação inicial, propõem um conjunto de acções que facilitarão a 
melhoraria da qualidade dos dois tipos de formação de professores. No primeiro 
caso, a partir da (5) criação de um dispositivo de gestão e de administração da 
formação contínua e a distância e com o aumento da oferta de cursos, visando a 
(6) melhoria da equidade e da qualidade de formação contínua. No segundo caso, 
(8) a melhoria da qualidade da formação inicial, passa pela revisão das políticas 
de acesso às instituições de formação de professores e pela (7) melhoria da 
própria qualidade da formação. 
Uma vez conseguida a estabilidade institucional e criadas as capacidades 
 
 
 
 
14 
locais com a formação de actores-chave da educação que constituirão os 
«núcleos duros», propõem-se acções orientadas mais para um reforço, a médio 
e longo prazos, dos objectivos e resultados esperados. 
 
Para compreender a complexidade do organigrama geral e a articulação entre as 
diferentes acções, projectos, sub-projectos, bem como as actividades previstas 
para a operacionalização de cada um dos oito eixos, apresentam-se, a seguir, os 
organigramas específicos, a lista das acções que integram cada eixo representado, 
bem como a sua descrição detalhada. 
 
 
 
 
 
15 
 
Organigrama Geral do Plano Mestre 
 
 
 
 
 
16 
Eixo 1 
Pilotar e avaliar a reforma 
da formação contínua e inicial 
 
 
 
 
 
 
17 
Acções do eixo 1 
 
1.1 Criação e funcionamento de um comité de pilotagem da reforma 
 1.1.1 Capacitação da equipa técnica permanente 
 1.1.2 Capacitação do comité de pilotagem 
 
1.2 Preparação de textos oficiais para a implementação do projecto -
piloto 
 
1.3 Organização da avaliação do impacto das acções realizadas na 
formação inicial e na formação contínua e a distancia 
1.3.1 Elaboração de um dispositivo de avaliação do impacto das acções 
realizadas na formação inicial e na formação contínua e a distancia 
1.3.1.1 Determinação dos termos de referência para a avaliação do 
impacto 
1.3.1.2. Avaliações intermédias anuais do projecto-piloto 
1.3.1.3 Avaliação do impacto das acções realizadas na formação inicial e 
na formação contínua e a distancia (2011) 
1.3.1.4 Avaliação do impacto das acções realizadas na formação inicial e 
na formação contínua e a distancia (2014) 
 
 
Descrição do eixo 1: Pilotar e avaliar a Reforma da formação 
inicial e da formação contínua 
 
O seguimento das acções perspectivadas para a implementação de uma reforma 
educativa, seja a nível da formação inicial, ou contínua, é uma estratégia 
fundamental que permite verificar se as competências adquiridas são reais e se 
são necessárias medidas de correcção e de regulação das actividades, visando 
atingir os objectivos preconizados. 
 
Neste sentido, os projectos de reforma devem ser realizados dentro de um 
quadro institucional legal como forma de legitimar e credibilizar todas as acções 
levadas a cabo, seja no âmbito da formação de professores, seja no âmbito da 
verificação dos resultados alcançados. 
 
Assim, o eixo 1, «Pilotar e avaliar a reforma da formação inicial e da formação 
contínua» tem como objectiovo fundamental instalar as bases institucionais e 
políticos que asseguram a estabilidade do processo da reforma. Por outro lado, 
este eixo propõe um dispositivo de seguimento e de avaliação que evidencia a 
necessidade de observar, (re) orientar e de regular as acções realizadas no 
terreno, de forma a verificar se as novas propostas científicas e metodológicas 
estão a produzir, de facto, as mudanças esperadas no terreno. 
 
Para a concretização deste eixo prevêm-se três grandes acções: 
 
1. A criação e o funcionamento de um comité de pilotagem da reformae a 
capacitação de uma equipa técnica permanente que deverá acompanhar todo o 
processo da implementação da reforma e actuar, por conseguinte, num eixo 
temporal de oito (8) anos, isto é, de 2008 a 2015. 
 
 
 
 
18 
 
2. A preparação dos textos oficiais surge como uma prioridade para garantir a 
credibilidade das acções de terreno. Por isso se propõe que a sua preparação 
anteceda a reforma, ou seja, tenha lugar em 2008. 
 
3. A organização da avaliação do impacto das acções realizadas no âmbito da 
reforma da formação inicial e da formação contínua deve ser uma actividade 
a desenvolver a muito curto prazo. A proposta é de que tenha início no 
segundo ano da implementação da reforma e acompanhe todo o processo 
que decorre de 2011 a 2014. 
 
4. A elaboração do dispositivo de avaliação deverá ter lugar um ano antes da 
avaliação do impacto da reforma levada a cabo nos dois primeiros anos, ou 
seja, em 2010. 
 
 
 
 
 
19 
Eixo 2 
Melhorar a organização e gestão das 
instituições de formação de professores 
 
 
 
 
 
20 
Acções do eixo 2 
 
 
2.1 Definição das modalidades de funcionamento das instituições de 
formação 
2.2. Formação dos directores das instituições de formação 
 
 2.2.1. Elaboração do perfil dos directores das instituições de formação 
 2.2.1.1 Definição do perfil do director das instituições de formação 
2.2.2.2 Validação do perfil do director a nível nacional 
2.2.2.3 Aprovação do perfil do director pelo Ministério da Educação 
 
 2.2.2 Formação dos directores e dos membros da direcção das EFP 
 2.2.3.Generalização da formação dos directores 
2.2.3.1. Apadrinhamento de outras EFP pelas escolas-piloto de 
formação de professores 
 
2.3 Adequação dos normativos da função pública à realidade da 
Educação em Angola 
 
2.4 Elaboração de instrumentos de avaliação anual dos professores e 
do pessoal administrativo 
 
2.5 Absorção dos centros de formação local pelas escolas de formação 
de profesores 
 2.5.1 Criação de uma equipa técnica para atender os CFL nas EFP 
 
2.6 Troca de experiências entre as EFP para melhoria da gestão das 
instituições de formação 
2.6.1 Institucionalização dos encontros metodológicos anuais 
2.6.2 Criação de uma página Web operacional e funcional no sítio do MED, 
pelas direcções das EFP 
 
Descrição do Eixo 2 : Melhorar a organização e gestão das 
instituições de formação de professores 
 
O funcionamento do Sistema Educativo obedece a princípios de qualidade e de 
equidade e a sua eficácia interna passa por uma boa gestão e organização das 
escolas, parte fundamental do subsistema da Educação Primária. 
 
Assim sendo, o objectivo global do eixo 2, «Melhorar a organização e gestão das 
instituições de formação de professores» é o de garantir a eficácia da gestão 
administrativa e pedagógica das instituições de formação. 
 
A importância deste eixo tem que prende-se com a necessidade da criação de um 
 
 
 
 
21 
quadro legal indispensável ao desenvolvimento das acções. Por conseguinte, 
deve haver uma etapa normativa para a elaboração de leis e regulamentos, 
nomeadamente no concernente a estatutos do pessoal docente, creditação das 
formações contínuas e a distância, a avaliação da função docente, bem como a 
definição de modalidades legais para a absorção dos Centro de Formação Local 
(CFL) pelas Escolas de Formação de Professores (EFP). 
 
De notar que as preocupações acima referidas são corroboradas por 55,5 % 
dos directores das EFP11 que apresentam, por exemplo, como um dos principais 
problemas para a gestão da sua instituição, a existência de um estatuto12 da 
carreira docente inadequado, e a inexistência de um Decreto-Lei que organize, 
sistematize e regule as acções de formação contínua e a distância. 
Desta forma, a implementação deste eixo passa pelo desenvolvimento de um 
conjunto de acções que a seguir se passa a enumerar: 
 
1. Definição das modalidades de funcionamento das instituições, segundo as 
necessidades das formações inicial e contínua, a partir da realização de 
seminários de formação, a ter lugar de 2009 a 2011. 
 
2. Formação dos directores e dos membros da direcção das instituições de 
formação, em 2009. 
 
3. A adequação dos normativos da função pública à realidade da Educação em 
Angola, de forma a conseguir que haja um enquadramento justo dos 
diferentes agentes educativos e o seu reconhecimento social, depende, em 
grande parte, da avaliação do seu desempenho. Propõe-se, por isso, que essa 
adequação passe pela elaboração de instrumentos de avaliação anual dos 
professores e do pessoal administrativo e que seja conseguida entre 2011 e 
2012. 
 
4. A absorção dos CFL pelas EFP é uma proposta que visa a rentabilização dos 
recursos humanos e materiais, uma vez que, ao fundir os dois tipos de 
instituições de formação contínua que existem actualmente em Angola, está-
se a propor um mecanismo para melhorar a eficácia da gestão e 
administração das formações contínua e a distância. Espera-se que todos os 
CFL estejam integrados nas EFP entre 2010 e 2012. 
 
5. A troca de experiências entre as EFP é apresentada como uma estratégia 
possível de melhoraria da gestão das instituições de formação, a partir da 
institucionalização de encontros metodológicos anuais entre as escolas e da 
criação de uma página na Web que seja funcional e operacional. A primeira 
acção será desenvolvida de 2010 a 2014 e a segunda de 2012 a 2014. 
 
11 Inquérito realizado pelo INFQ a todas as EFP do país, de 24 a 29 de Setembro de 2007. 
12 O novo Estatuto de Carreira Docente dos Professores do Ensino Primário e secundário, técnicos pedagógicos 
e especialistas de administração da Educação visa «a valorização das competências profissionais e maior 
motivação dos quadros do sector de educação». 
 
 
 
 
22 
Eixo 3 
Melhorar as infraestruturas 
e os equipamentos 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Acções do eixo 3 
 
3.1 Apetrechamento das escolas -piloto de formação de professores 
3.1.1 Equipamento de cinco (5) escolas-piloto existentes 
 
3.2 Construção e apetrechamento de infraestruturas adequadas para a 
formação de professores 
3.2.1 Criação de uma equipa de consultores para avaliar os projectos de 
construção e de apetrechamento das escolas de formação de 
professores 
3.2.2 Construção e equipamento de dezoito (18) novas escolas de 
formação de professores 
 
 
 
 
Descrição do eixo 3: Melhorar as infraestructuras e os 
equipamentos 
 
A concretização do grande objectivo definido no eixo 2: «Melhorar as 
infraestruturas e os equipamentos» está intimamente relacionada com o do eixo 
3. Significa dizer que é indispensável que as EFP estejam minimamente 
equipadas, com mobiliário e equipamentos diversos, no sentido de garantir o 
desenvolvimento de actividades administrativas e pedagógicas próprias de uma 
formação que se quer de qualidade e que se busca a equidade. Por conseguinte, a 
consecução deste objectivo passa pelo desenvolvimento de duas grandes acções, 
perspectivadas em duas fases: 
 
1. Apetrechamento, numa primeira fase, de 5 (cinco) escolas-piloto de formação 
de professores, no arco temporal de um ano, ou seja de 2008 a 2009. 
 
2. Construção e apetrechamento, numa segunda fase, de mais 18 novas escolas, 
com base em projectos de construção avaliados por equipas de especialistas 
multidisciplinares, a partir de 2010. 
 
 
 
 
24 
Eixo 4 
Formar os supervisores 
e os formadores das EFP 
 
 
 
 
 
25 
Acções do eixo 4 
 
4.1 Formação de supervisores 
 4.1.1 Elaboração de perfis 
 4.1.1.1 Definição do perfil do supervisor 
 4.1.1.2 Validação, a nível nacional, dos perfis do supervisor 
 4.1.1.3 Aprovação do perfil do supervisor pelo MED 
 
4.1.2 Formação em Abordagem por Competências 
4.1.3 Formação em Avaliação 
4.1.4 Formação de Supervisores para o acompanhamento de equipas 
educativas 
4.1.5 Generalização da formaçãode supervisores 
 
4.2 Formação de formadores das EFP 
4.2.1.Elaboração de perfis 
4.2.1.1 Definição do perfil do formador da EFP 
4.2.2.2.Validação, a nível nacional, do perfil do formador da EFP 
4.2.2.3 Aprovação do perfil do formador pelo MED 
 
4.2.2 Formação nas didácticas de cada disciplina 
4.2.3 Formação em Abordagem por Competências 
4.2.4 Formação em Avaliação 
4.2.5 Generalização da formação do formador da EFP 
 4.3 Seguimento dos formadores pela equipa técnica pedagógica 
 
 
 
Descrição do eixo 4: Formar os supervisores e os formadores 
 
A supervisão pedagógica tem como objecivo fundamental a introdução de 
correcções no processo ensino-aprendizagem, com base na auto-reflexão e na 
auto-avaliação. 
 
Assim, a operacionalização deste eixo: «Formar supervisores e formadores» deve 
passar pelo desenvolvimento de duas grandes acções: 
 
1. A primeira acção diz respeito à formação de um corpo de supervisores com 
perfil adequado para assegurar a transferência das competências profissionais 
dos professores, adquiridas na formação inicial ou contínua, para as salas de 
aula. Esta acção começou já a ser desenvolvida em 2007, com a definição do 
perfil do supervisor e a sua validação a nível nacional. Espera-se, por 
conseguinte, que seja aprovado pelo Ministério da educação em 2008. 
A complementação e o aperfeiçoamento da formação dos supervisores 
deverão ocorrer entre 2009 e 2011, com o reforço das suas competências a 
nível do APC, da avaliação e da sua preparação para assegurarem o 
acompanhamento das equipas educativas. 
 
 
 
 
26 
 
 
2. A segunda acção do eixo 4 relaciona-se com a formação dos formadores 
das EFP, sejam da formação inicial, ou da formação contínua, para garantir 
uma geração de professores com competências para responder às exigências 
da sua função docente, quando colocado em contacto com a complexidade da 
realidade na qual vai trabalhar. 
A definição do perfil do formador das EFP e a sua validação a nível nacional 
tiveram lugar em 2007. A sua aprovação pelo Ministério da Educação deverá 
ter lugar em 2008. 
 
3. Como uma acção posterior, perspectivam-se formações de aperfeiçoamento da 
formação dos formadores nas didácticas de cada disciplina, entre 2008 e 
2010; formação em APC, em 2009, e entre 2009 e 2010, a formação em 
avaliação. 
 
4. Prevê-se, finalmente, que o trabalho dos formadores seja apoiado com o 
seguimento da equipa técnica pedagógica, de 2009 a 2011. 
 
 
 
 
 
27 
Eixo 5 
Implementar um dispositivo de gestão 
e administração da formação contínua 
e a distância 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
Acções do eixo 5 
 
 
5.1 Regulamentação das acções de formação contínua e a distância 
 
5.1.1 Elaboração da proposta de um Decreto-Lei que regule os cursos de 
formação continua e a distância 
5.1.2 Aprovação do Decreto-Lei sobre a formação contínua e a distância 
 
5.2 Desenvolvimento de uma estrutura institucional e administrativa 
de formação contínua e de formação a distância 
 
5.2.1 Criação do departamento de formação contínua e a distância (DFCD) 
no INFQ 
5.2.1.1 Criação das secções de formação contínua e a distância (SFCD) 
 5.2.1.2 Criação dos núcleos de formação de contínua e a distância (NFCD) 
 
5.2.2 Generalização dos cursos de formação contínua e a distância 
 
5.3 Elaboração do plano geral de formação contínua e a distância e do 
dispositivo de análise das necesidades de formação 
 
5.3.1 Elaboração de um plano geral de formação contínua e a distância 
 5.3.1.1 Elaboração de um caderno de encargos para a formação contínua 
e a distância 
 5.3.1.2 Elaboração de um plano de formação por níveis e áreas de ensino 
para a formação contínua 
 5.3.1.3 Elaboração de um plano de formação por níveis e áreas de 
ensino para a formação a distância 
 
5.3.2 Análise das necessidades de formação contínua e a distância 
 5.3.2.1 Formação de gestores de formação contínua em análise de 
necessidades 
 
5.4 Elaboração de uma base de dados sobre os professores 
 
5.4.1 Formação de dois informáticos, por província, em gestão de base de 
dados 
 
 
 
 
29 
 
Descrição do Eixo 5 : Implementar um dispositivo de gestão e 
administração da formação contínua e a distância 
 
O objectivo preconizado no eixo 5, «Implementar um dispositivo de gestão e 
administração da formação contínua e da formação a distância», passa, em 
primeiro lugar, pela criação de um quadro legal de acção, como forma de 
regulamentar as acções que serão empreendidas, e em segundo lugar, pela 
criação de uma estrutura institucional e administrativa da formação contínua e a 
distância. Assim: 
 
1. Para se atingir a primeira meta enunciada, deverá ser elaborada uma proposta 
de um Decreto-Lei que regule os cursos de formação contínua e a distância e 
fazer aprovar este mesmo Decreto-Lei, em 2008 e 2009. 
2. A segunda acção é a criação de uma estrutura institucional13 e administrativa 
da formação contínua e a distância que se revela indispensável para a 
realização dessas formações, de forma coerente e eficaz. 
O funcionamento desta estrutura passa pela articulação de actividades entre 
diferentes serviços, para que as formações possam ser desenvolvidas de forma 
integrada e em simultâneo e que estejam centralizadas nas EFP. Também julga-se 
ser uma forma de assegurar a qualidade das formações contínua e a distância em 
todo o país e a presença dos formadores junto dos professores, facilitando o seu 
acompanhamento no terreno e o conhecimento das condições reais de trabalho de 
cada um. Prevê-se a sua concretização por etapas, no arco temporal de 2008 a 
2014, como a seguir se especifica: 
 
- Criação de um Departamento da Formação Contínua e a Distância (DFCD)14 
no INFQ com uma equipa constituída por 15 técnicos pedagógicos 
provenientes do INFQ, DNEG, INIDE e INEE e por 10 técnicos administrativos, 
no ano de 2008. 
- Criação das Secções de Formação Contínua e a Distância (SFCD) nas 
Direcções Provinciais da Educação (DPE). As SFCD serão a «representação» 
do DFCD a nível das províncias e serão constituídas por 2 técnicos 
pedagógicos e 1 técnico administrativo, responsáveis pela supervisão e 
acompanhamento das EFP e dos CFL. Propõe-se a sua criação em 2009. 
- Criação dos Núcleos de Formação Contínua e a Distância15 (NFCD) nas EFP 
com 4 administrativos e um responsável pela formação contínua e a distância 
de cada disciplina, também em 2009. 
 
13 Salienta-se que a escolha de uma estrutura única para a formação contínua e para a formação a distância 
marca a vontade de criar uma sinergia entre estes dois tipos de formação, isto é, mostrar que uma deve 
apoiar a outra. 
14 O DNFQ deverá ser visto como o órgão central responsável pela elaboração das políticas das formações 
contínua e a distância. 
15 Os NFCD serão os órgãos encarregados de operacionalizar as formações de professores, atendendo aos 
diferentes perfis e terão todo o equipamento informático e material de reprodução de documentos, de forma 
a assegurar o acompanhamento pedagógico das formações contínua e a distância. 
 
 
 
 
 
30 
3. Uma terceira acção preconizada tem que ver com a elaboração de um plano 
geral da formação contínua e a distância, de acordo com as necessidades de 
formação, no eixo temporal de 2009 a 2014. 
A operacionalização desta acção passa necessariamente pela elaboração de um 
caderno de encargos, em 2009. 
 
Dentro deste plano geral estarão os planos específicos de FC e de FD, cuja 
elaboração, por níveis e áreas de ensino, ocorrerá entre 2009 e 2014. 
 
É importante destacar que «Implementar um dispositivo de gestão e 
administração da formação contínua e da formação a distância» como estratégia 
para se atingir objectivos de qualidade e de equidade, e ainda para o 
aperfeiçoamento das competências dos professores, exige o desenvolvimento de 
mais três acções a saber: 
 
1. A análise das necessidades de formação com base na recolha de informaçãonas diferentes províncias, entre 2010 e 2014. 
2. A formação de gestores de FC em análise de necessidades, em 2010. 
3. A organização de um banco de dados sobre os professores, a partir de 2010. 
4. A formação de dois informáticos, por cada província, em gestão de banco de 
dados, entre 2010 e 2011. 
 
 
 
 
31 
Eixo 6 
Melhorar a equidade e a qualidade 
da formação 
contínua e a distância 
 
 
 
 
32 
Acções do eixo 6 
 
6.1 Aumento da oferta e da equidade de formação contínua e a distância 
6.1.1 Realização de cursos de formação contínua e a distância, atendendo aos 
diferentes perfis 
6.1.1.1 Elaboração da proposta de criação de diferentes cursos de formação 
contínua e a distância, atendendo aos diversos perfis 
6.1.1.2 formação dos conceptores de módulos de formação contínua e a 
distância 
6.1.1.3 Elaboração e revisão dos módulos de formação por equipas de 
técnicos 
 
6.2 Realização de cursos de formação contínua e a distância 
6.2.1. Criação de equipas de formadores provinciais 
6.2.2 Realização de cursos de formação contínua e a distância em 5 
províncias (projecto- piloto) 
6.2.3 Generalização dos cursos de formação contínua e a distância 
 
 
Descrição do Eixo 6: Melhorar a equidade e a qualidade da 
formação contínua e a distância 
 
O eixo 6, «Melhorar a equidade e a qualidade da formação contínua e a 
distância», constitui um dos desafios maior do PMFP, uma vez que se pretende, 
com as acções previstas para este eixo, reformar este subsistema de formação, de 
forma a conseguir, por um lado, aumentar a oferta de cursos, nas diferentes 
províncias e promover a equidade, por outro lado, introduzir uma nova orientação 
pedagógica, a abordagem por competências, com o objectivo de melhorar a 
qualidade das formações oferecidas. Assim, pretende-se que os meios e os 
recursos humanos e materiais existentes em cada uma das províncias, sejam 
rentabilizados como condição para se conseguir aumentar a oferta de formação, 
de acordo os com diferentes perfis, e o número de professores nas diferentes 
províncias. 
 
A primeira etapa, por isso, será a de constituição de equipas de trabalho para a 
preparação da implementação deste projecto, que terá o seu início com a 
formação de formadores provinciais e conceptores de módulos de formação, 
passando, depois, para a etapa da implementação e generalização. Essas acções 
decorrerão entre 2011 e 2014, como a seguir se decrimina: 
 
1. Realização de cursos de formação atendendo aos diferentes perfis dos 
professores, em três anos, ou seja, de 2008 a 2011. 
 
2. Elaboração da proposta de criação de diferentes cursos de formação contínua, 
atendendo aos diversos perfis, no período que decorre em 2008. 
 
3. Elaboração de módulos de formação por equipas de técnicos, entre 2009 e 
2012. 
 
4. Realização de cursos de formação contínua e a distancia nas cinco províncias-
piloto, em 2009 e 2010 para se atingir a sua generalização em 2012. 
 
 
 
 
33 
 
Eixo 7 
Rever as políticas de acesso 
às instituições 
 de formação inicial 
 
 
 
 
 
 
 
34 
Acções do eixo 7 
 
7.1 Definição dos procedimentos e dos instrumentos de selecção dos 
candidatos 
 
7.1.1 Elaboração de perfis de entrada 
7.1.1.1 Definição de perfis de entrada para o curso do ensino 
primário e para os professores do 1º ciclo 
7.1.1.2 Validação dos perfis a nível nacional 
7.1.1.3 Aprovação dos perfis pelo Ministério da Educação 
 
7.1.2 Elaboração da prova de selecção, atendendo aos perfis definidos 
7.1.2.1 Estabelecimento de critérios para a correcção das provas de 
selecção realizadas 
 
7.2. Implementação de um dispositivo de matrículas dos alunos, de 
acordo com os requisitos estabelecidos 
 7.2.1 Seminário sobre as políticas de acesso às EFP 
 
Descrição do Eixo 7: Rever as políticas de acesso às 
instituições de formação inicial 
 
O objectivo global do eixo 7, «Rever as políticas de acesso às instituições de 
formação», pretende contribuir para regulamentar a entrada dos alunos nas 
Escolas de Formação de Professores do Ensino Primário e do 1.º ciclo, como 
forma de resolver os problemas relacionados com a formação inicial dos 
professores em Angola, retratados no ponto: «Realidade da Formação Inicial dos 
Professores em Angola». 
 
A definição de condições rigorosas de entrada nas diferentes instituições de 
formação de professores, pública ou privadas, impede que as EFP continuem a 
funcionar como trampolim para o ensino superior, que continue a persistir uma 
entrada massiva16 na formação de professores; que o produto final das EFP não 
seja absorvido pelo sistema educativo e que haja pouca oferta de diferentes 
cursos/especialidades das EFP, como é o caso das línguas17. 
 
Propõe-se concretizar o objectivo global do eixo a partir da realização de duas 
grandes acções: a “Definição de procedimentos e instrumentos de selecção dos 
candidatos e a implementação de um dispositivo de matrículas dos alunos, de 
acordo com os requisitos estabelecidos”, num período de 5 (cinco) anos, isto é, 
de 2007 a 2011. 
 
 
16 De acordo com os dados sobre o subsistema da formação inicial, o n.º de alunos que frequentam as 
instituições de formação de professores do ensino primário é de 3 864, e do 1.º ciclo é de 46 394. In 
relatório sobre o subsistema da formação inicial. 
17 Por exemplo, das 24 EFP do país, apenas seis oferecem formação na especialidade de Lingua Portuguesa, 
três em Língua Inglesa e dois em Língua Francesa. In relatório sobre a recolha de informações sobre o 
subsistema da formação inicial. 
 
 
 
 
35 
A concretização da primeira grande acção passa por diferentes fases de 
realização: 
 
1. A definição de perfis de entrada dos candidatos, e a sua validação a nível 
nacional, etapa conseguida em 2007.A aprovação dos perfis pelo Ministério 
da Educação deverá ser a etapa seguinte a concretizar em 2008. 
 
2. A realização das provas de selecção, atendendo aos diversos perfis, e com 
base em critérios será uma etapa a atingir em 2008. 
 
3. A etapa final desta acção será a implementação de um dispositivo de 
matrículas dos alunos, de acordo com os requisitos estabelecidos, etapa 
prevista para 2011 ou antes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Eixo 8 
Melhorar a qualidade 
da formação inicial 
 
 
 
 
37 
Acções do eixo 8 
8.1 Definição das modalidades de avaliação dos alunos das EFP 
 8.1.1 Definição dos perfis de saída dos alunos das EFP 
 8.1.2 Validação dos perfis de saída dos alunos das EFP 
 8.1.3 Definição das modalidades de avaliação dos alunos das EFP 
 8.1.4 Validação das modalidades de avaliação 
 
8.2. Revisão dos programas da formação inicial 
 8.2.1 Nomeação de equipas curriculares 
8.2.2 Formação dos conceptores dos módulos Abordagem per compêtencias 
(APC) de formação inicial 
 8.2.3 Elaboração dos programas dos cursos de formação inicial 
 8.2.4 Experimentação dos programas dos cursos de formação inicial 
 8.2.5 Validação dos programas dos cursos de formação inicial 
8.2.5.1. Avaliação da experimentação dos programas dos cursos de 
formação inicial 
 8.2.6 Generalização dos programas dos cursos de formação inicial 
 
8.3. Elaboração de materiais didácticos para a formação inicial 
8.3.1 Elaboração de material de formação para os professores em diferentes 
áreas 
8.3.1.1 Elaboração dos cadernos de integração 
8.3.1.2 Elaboração de materiais de formação por famílias de disciplinas 
8.3.1.3 Elaboração de um guia APC para todos os formadores 
8.3.1.4 Elaboração de um manual APC para os alunos das EFP 
 8.3.2. Impressão dos materiais didácticos 
 
8.4 Implementação e seguimento dos fundamentos da Abordagem per 
compêtencias nas práticas de sala de aula 
 
Descrição do Eixo 8 : Melhorar a qualidade da formação 
inicial de professores 
Entre os compromissos assumidos pelo governo da República de Angola para 
Educação Primária18 destacam-se o de «Garantir a universalização da educação 
primária dequalidade para todas as crianças dos 6 aos 18 anos» e alcançar, até 
2015, os sete grandes objectivos seguintes: 
 
(i) Aumentar a taxa líquida de escolarização para mais de 90%; 
(ii) Aumentar a taxa actual da alfabetização das crianças na faixa etária dos 12 
aos 18 anos, para mais de 90%; 
(iii) Reduzir em 80% a taxa de disparidade de género nas escolas; 
(iv) Baixar o abandono para menos de 5%; 
(v) Aumentar a taxa de promoção escolar para mais de 90%; 
(vi) Implantar um sistema de produção e difusão de informação da educação, de 
forma a melhorar a gestão do sistema educativo. 
 
18 In Kandengue, Boletim Informativo sobre o III Fórum Nacional sobre a Criança, Agosto de 2007, p.15 
 
 
 
 
38 
O cumprimento de tão importantes desafios assumidos pelo país passa pela oferta 
de uma formação profissional de qualidade que proporcione ao professor 
oportunidades de desenvolver uma profunda reflexão sobre a sua identidade 
profissional, a deontologia da sua profissão, a construção do seu projecto 
profissional e a consciência da necessidade de uma permanente actualização. 
 
A elaboração de um Plano Mestre de Formação de Professores em Angola não 
pode descurar também que «Angola se comprometeu a atingir os Objectivos de 
Desenvolvimento do Milénio e a implantar o Plano de Acção de Dakar19...», razão 
pela qual o desafio de «Melhorar a Qualidade da Formação Inicial» passa pela 
organização e realização de diferentes acções sistematizadas e organizadas num 
eixo temporal de 8 (oito) anos a serem desenvolvidas em 4 etapas, como a 
seguir se indicam: 
 
1. A primeira etapa inclui a elaboração dos perfis de saída dos alunos-mestres e 
a sua validação, em 2007; a definição das modalidades de avaliação dos 
alunos das escolas de formação de professores e a sua validação serão em 
2009. 
2. A segunda etapa destina-se ao denvolvimento de todo o processo de 
introdução do APC na formação inicial, após a avaliação das acções realizadas 
na formação contínua e na formação a distância. Para isso, prevê-se uma 
primeira sensibilização sobre a abordagem por competências com a introdução 
de módulos de integração (com situações completas de integração) em 
algumas escolas -piloto a partir de 2009. Os módulos de integração serão 
elaborados dentro do marco das formações das equipas de elaboração dos 
módulos de FC. 
A criação de equipas curriculares responsáveis pela revisão dos programas dos 
diferentes cursos de formação inicial em 2011 e a sua formação para a 
concepção dos módulos terá lugar em 2012. 
A experimentação dos programas deverá ter lugar em 2012-2013 e a sua 
validação, em 2013 e 2014. Finalmente a avaliação da experimentação dos 
programas ocorrerá em 2015-2016. 
3. A preparação dos materiais didácticos para formação inicial, constituirá a 
terceira etapa e começará com a elaboração dos materiais das diferentes 
áreas de formação dos professores, em 2011 e 2012. A elaboração de guias 
de APC para as famílias de disciplinas, será em 2009-2010, a elaboração de 
um guia APC para todos os formadores em 2011-2012, e os guias APC para os 
alunos-mestres, em 2012-2013. 
4. Um ano mais tarde, ou seja, em 2014, far-se-á a impressão de todos os 
materiais de formação para os professores e alunos das EFP. 
 
5. A quarta e última acção a ser realizada de 2010 a 2015, será a implementação 
e o seguimento dos fundamentos APC nas salas de aula.
 
19 Palavras de Sua Exc.ª o Senhor Ministro da Educação, no III Fórum Nacional sobre a Criança, sob o lema 
«Criança! Prioridade Absoluta!». In Kandengue, Agosto de 2007, p.6. 
 
 
 
 
 
 39 
Cronogramas das acções 
 
 
 
 
 40 
 
 
 
 
 
 41 
 
 
 
 
 42 
 
 
 
 
 43 
 
 
 
 
 44 
 
 
 
 
 45 
 
 
 
 
 46 
 
 
 
 
47 
Bibliografia 
 
 
 
 
Bártolo Paiva Campos (2005): «Estrategia para o Desenvolvimento Profissional 
de Professores do Ensino Primario em Angola». Projecto N°7, ACP.ANG.083. 
União Europeia. 
 
BIEF-INFQ (2007): «Formar Professores Hoje», versão preliminar. 
 
Comisión Europea (2001): «Project Cycle Management Manual: Integrated 
approach and logical framework», EuropeAid Co-operation Office. 
 
Conselho de Ministros (2001): «Estrétegia integrada para a melhoria do sistema 
de educação» , 2001-2015. 
 
De Ketele, Jean-Marie (1993) : «Guide du formateur », Pédagogies en 
développement, De Boeck. 
 
« Kandengue”, Boletim Informativo sobre o III Fórum Nacional sobre a Criança, 
Agosto de 2007. 
 
Ministerio de Educação de Angola (2006): Decreto executivo N° 001/06 de 
09.01.2006. 
 
Ministerio de Educação de Angola (2001): Lei de Base do Sistema Educativo 
13/01. 
 
Plano Nacional de Capacitação de Professores do 1° nivel, Projecto Avaliação das 
aprendizagens – PLANCAD, 2005. 
 
Roegiers, Xavier (2004): «L’école et l’évaluation : des situations pour évaluer les 
compétences des élèves », De Boeck. 
 
Roegiers, Xavier (2004): «Uma Pedagogía da Integração”, 2° edição, ARTMED, 
Sao Paulo. 
 
Roegiers, Xavier (2007): «O que é a APC?: Abordagem por competências e a 
pedagogia da integração explicada aos professores», EDICEF. 
 
SCANTEAM (2003): «Assessment of Basic Education in Angola», Final Report. 
 
Union Europea (2005): «Estudo sobre Análise do Desempenho e Supervisão 
Pedagógica de Professores do Ensino Primario», Project N°7 ACP.ANG.083. 
 
 
 
 
 
 
48 
 Anexo 1 : Árvore de objectivos 
 
 
 
 
 
49 
Anexo 2 : siglas e abreviaturas 
 
 
 
 
ADPP : Ajuda ao Desenvolvimento do Povo para o Povo 
APC : Abordagem por Competências 
AT: Assistência técnica 
BIEF : Bureau d’Ingénierie en Education et Formation/Gabinete de 
Engenharia de Educação e Formação 
 
CFL : Centro de Formação Local 
DFCD : Departamento da Formação Contínua e a Distância 
DNEG : Direcção Nacional parra o Ensino Geral 
DPE : Direcção Provincial de Educação 
EFP : Escola de Formação de Professores 
EMP : Escola do Magistério Primário 
GTZ : Agência de Cooperação Alemã 
ICRA : Instituto de Ciências Religiosas 
IMNE : Instituto Médio Normal de Educação 
INEE : Instituto Nacional da Educação Especial 
INFQ : Instituto Nacional de Formação de Quadros 
INIDE : Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da 
Educação 
 
MED : Ministério da Educação 
MP : Magistério Primário 
NFCD : Núcleo de Formação Contínua e a Distância 
PAEP : Projecto de Apoio ao Ensino Primário (União Europeia) 
PALOP’S : Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa 
PI : Pedagogia da Integração 
PLANCAD : Plano Nacional de Capacitação de Professores 
SFCD : Secção de Formação Contínua e a Distância 
PMFP : Plano Mestre de Formação dos Professores 
UNICEF : Fundo das Nações Unidas para a Infância 
 
 
 
 
 
50

Outros materiais