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A PRODUÇÃO LITERÁRIA FEMININA NO BRASIL NA VIRADA DO SÉCULO XIX

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A PRODUÇÃO LITERÁRIA FEMININA NO BRASIL NA VIRADA DO SÉCULO XIX – XX
A primeira metade do século XIX foi um período em que o domínio das habilidades de leitura e escrita em geral no Brasil era restrita a uma pequena parcela da população, existindo poucos indícios dessas práticas relacionadas ao universo feminino. A imagem da mulher era restrita ao ambiente doméstico, e a escrita privada, como a que envolvia correspondências familiares, era uma das poucas formas de participação feminina no mundo das letras.
A criação de impressos periódicos dirigidos e redigidos por mulheres no país começou a surgir na década de 1850, e a década de 1870 marcou a produção de um grande volume de jornais e revistas femininos, que, segundo apontam diversas pesquisas, evidenciam a imprensa como forma de expressão e reivindicação de direitos políticos e sociais. No final do século XIX, a imprensa foi produtora de modelos sobre o universo feminino, ainda que a presença feminina neste espaço fosse rarefeita. (JINZENJI, 2012)
A partir de análises de jornais e revistas da época, não eram raras as mulheres que produziam ensaios e poesia, mas o anonimato era quase sempre necessário, sendo uma prática comum não apenas das mulheres, mas também dos homens que escreviam para os periódicos. No entanto, destaca-se o fato de as professoras não utilizarem pseudônimos, embora a fidedignidade dessas autorias ser questionável. (JINZENJI, 2012)
É a partir da segunda metade do século XIX que periódicos redigidos e dirigidos por mulheres começam a surgir no Brasil, dando origem à chamada imprensa feminina.
A partir do estudo de alguns romances expressivos do século XIX, verificou-se um papel pedagógico da literatura na formação feminina entre as elites instruídas da sociedade. A literatura parece constituir-se como expressão de uma ideia dominante e socialmente determinada de mulher, além de ser instrumento pedagógico de imposição de valores. (JINZENJI, 2012)
Como escritoras expoentes do período de recorte deste trabalho, podemos citar:
· Ana Aurora do Amaral Lisboa (1860 - 1951). Escritora gaúcha, era educadora e defensora da liberdade de pensamento e dos direitos da mulher.
· Anália Franco (1853 - 1919). Educadora e escritora, colaborou com periódicos femininos, além de criar sua própria revista, chamada “Álbum das Meninas, revista literária e educativa”, dedicada às jovens brasileiras, onde a autora publicou a maior parte de seus contos e romances.
· Auta de Souza (1876 - ?). Sua poesia com traços simbolistas, circulou nas rodas literárias do país, despertando interesse e sendo incluída em antologias e manuais de poesia.
· Josefina Álvares de Azevedo (1851 - 1913). Em sua prosa, com artigos, contos, esboços biográficos e traduções, e seus versos, tudo o que escreveu tinha um único objetivo: criar condições mais justas e igualitárias para as mulheres. Fundou o jornal “A família”, que circulou entre 1897 e 1898.
· Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810 - 1885), pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira. Era defensora de ideais abolicionistas e foi a primeira na educação feminista no país, teve protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais. Em 1832, publicou o livro “Direito das mulheres e Injustiça dos Homens”, que possivelmente foi uma tradução, considerado o primeiro livro publicado por uma mulher no Brasil.
· Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida. (1862 - 1934). Foi escritora, cronista, teatróloga e abolicionista. Uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, teve uma importante produção para a literatura brasileira. Produziu literatura infantil, romances, crônicas, peças de teatro e matérias jornalísticas.
· Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917). É considerada a primeira romancista negra do Brasil, publicando o livro “Úrsula” em 1859, primeiro romance abolicionista no país.
· Presciliana Duarte de Almeida (1867 – 1944). Era poetisa e feminista, ficando conhecida por dirigir a famosa revista feminina “A mensageira”. Também foi uma das fundadoras da Academia Paulista de Letras.

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