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LOT2004 - BIOQUÍMICA Aula 6: Lipídeos & Membranas Celulares UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA 03/05/2023 Prof. Anuj Kumar anuj10@usp.br Classes de biomoléculas 2 Aula 6 3 “Lipídios” LIPÍDIOS Definição e natureza química Vitaminas e outros compostos lipossolúveis Membranas biológicas Tipos de membranas lipoproteicas Modelo do mosaico-fluido 4 Lipídios Lipídios 5 Lipídios 6 Definição e natureza química Solubilidade: pouco solúveis em água e extremamente solúveis em solventes orgânicos (clorofórmio, acetona…) Óleos e gorduras Considerados lipídios em termos de solubilidade Quimicamente: Classe de compostos majoritariamente formados por porções apolares Lipídios 7 Classificação De acordo com a natureza química Compostos acíclicos Compostos cíclicos Grupos polares + longas cadeias carbônicas apolares Esteróides Ex. colesterol Majoritariamente apolares Propriedades dos lipídeos em água 8 Frequentemente: uma única molécula com porções polares (hidrofílicas) e apolares (hidrofóbicas) Compostos anfipáticos ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA: grupo ácido carboxílico polar porção apolar de hidrocarboneto Na presença de água: formação de micelas 9 MICELAS Grupo ácido carboxílico: pode formar ânion carboxilato em pH neutro Fosfolipídeos Propriedades dos lipídeos em água Natureza química dos lipídios 10 Ácidos graxos em organismos vivos Cadeias carbônicas lineares e número par de carbonos Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido α-linolênico Ácido aracdônico 11 Natureza química dos lipídios Acidos graxos 11 12 Natureza química dos lipídios Acidos Graxos-Saturados de ocorrência natural 12 13 Natureza química dos lipídios Acidos Graxos-insaturados que em geral ocorrem naturalmente Ponto de fusão = melting point 13 Ácidos graxos saturados e insaturados 14 Good fats vs. Bad fats 15 16 11,4% 14,2% 4,2% 3,4% 25,3% 71,1% 50,6% 6,8% 8,2% 1,4% Natureza química dos lipídios ÁCIDOS GRAXOS SOJA OLIVA 16 17 Natureza química dos lipídios Óleos vegetais A diferença entre os azeites e os óleos é a seguinte: os azeites são obtidos pôr pressão, como é o caso do azeite de oliva, e os óleos, pôr pressão, solventes e posterior purificação e refinação. Na prática, o azeite é o único óleo vegetal que não é extraído pôr solventes químicos e não sofre o processo de refinação. Correntemente denominam-se azeites virgens aqueles obtidos pôr pressão e não são refinados. . 17 18 Natureza química dos lipídios Óleos vegetais óleo de mostarda . 18 Natureza química dos lipídios 19 Duplas ligações Podem ocorrer naturalmente nas conformações cis e trans Em geral: ausência de conjugação Notação Número de carbonos e de insaturações Quanto maior o grau de insaturação, menor o ponto de fusão (óleo gordura: hidrogenação) Natureza química dos lipídios: Triglicerídeos 20 Triglicerídeos Não estão presentes como componentes de membranas São acumulados nos tecidos adiposos (armazenamento de energia para utilização em processos metabólicos) Oxidação de óleos e gorduras Oxidação de carboidratos e proteínas 9 kcal/g 4 kcal/g 21 Triglicerídeos O glycerol é um compost simples que contém três grupos hidroxila. Quando todos os três grupos álcool formam ligações ésteres com ácidos graxos, o compost resultante é um triacilglicerol; o nome mais antigo desse tipo de compost é triglicerideo Natureza química dos lipídios: Triglicerídeos 22 Triglicerídeos 23 Triglicerídeos Miristico Estearico Palmitoleico Um triacylglycerol misto Um único triacylglycerol Tristearina Hydrolysis of triacilglicerois 24 Lipases Catalisam a hidrólise das ligações éster de triglicerídeos Organismos vivos metabolizam ácidos graxos Biocatálise Catálise química: ácidos ou bases convertem óleos em sais de ácidos graxos (sabões) REAÇÃO DE SAPONIFICAÇÃO Biodiesel Production 25 Phospholipids (Fosfolipídeos) 26 Fosfoacilgliceróis (Phosphoacylglycerols) 27 Esterificação de grupo hidroxila do glicerol por uma molécula de ácido fosfórico Éster fosfatidato Ácido fosfatídico FOSFOACILGLICEROL Natureza química variável em função dos ácidos graxos ligados Phosphotidic acid Fosfoacilgliceróis 28 Classificação dos ésteres fosfatidatos Depende da natureza do segundo álcool esterificado ao ácido fosfórico SÃO COMPONENTES DAS MEMBRANAS BIOLÓGICAS Glicerol esterificado com duas moléculas de ácido esteárico (18:0) ácido fosfórico colina FOSFATIDILCOLINA (lecitina) Fosfoacilgliceróis 29 Classificação dos ésteres fosfatidatos fosfatidiletanolamina (cefalina) fosfatidilserina fosfatidilglicerol difosfatidilglicerol (cardiolipina) fosfatidilinositol Esfingolipídios (another class of phospholipids) 30 Ocorrem em membranas celulares e no sistema nervoso esfingosina 30 Esfingosina 31 Sphingolipídios 32 33 Glicolipídios 34 Definição Carboidrato ligado a função álcool de um lipídio por ligação glicosídica Glycolipids are derivatives of ceramides and sphingosine with carbohydrates directly attached to ceramide Frequentemente: Ligação glicosídica entre o álcool primário de ceramidas e resíduo de açúcar* “Cerebrosídeo” Glicocerebrosídeo *Em geral: glicose ou galactose Presentes em células nervosas e cerebrais ceramida Ex. Glicolipídios 35 Ceras 36 Mistura complexa de ácidos carboxílicos e álcoois de cadeia longa Função de recobrimento (covering) (plantas: caules, folhas e frutos; animais: pelos, penas e pele) Aplicações na indústria civil, automobilística e de cosméticos miricil cerotato (cera de carnaúba) 36 Esteróides 37 Moléculas com estruturas cíclicas fundidas Três anéis de seis membros mais um anel de cinco membros Colesterol altamente hidrofóbico MEMBRANAS BIOLÓGICAS e hormônios sexuais testosterona estradiol progesterona colesterol Vitaminas e outros compostos lipossolúveis 38 VITAMINAS São lipídios: Em geral: insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos (clorofórmio, acetona…) Compostos majoritariamente formados por porções apolares A D E K CERAS (WAXES) ESFINGOLIPÍDIOS PROSTAGLANDINAS LEUCOTRIENOS Vitaminas lipossolúveis 39 VITAMINA A VITAMINA D VITAMINA E VITAMINA K Sítio da reação fotoquímica primária da visão Regula o metabolismo de cálcio e fósforo Serve como antioxidante; necessária para a reprodução em humano Tem função reguladora na coagulação do sangue Essencialmente hidrofóbicas Funções mais relevantes Vitamina A (ou retinol) 40 Sintetizada a partir do β-caroteno Presente em cenouras e outros vegetais e frutas Erick Díaz Ruiz (Aluno), Anuj K. Chandel (orientador.) Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de Lorena Desenvolvimento de um novo processo sustentável para obtenção de etanol e biopigmentos em biorrefinarias Cores amarelo, laranja, vermelho e roxo Precursores da vitamina A Eliminadores de oxigênio Aumento da produção de anticorpos Produção por fontes biológicas Carotenoides US $ 1,5 bilhão em 2019 Previsão de US $ 2,2 bilhões até 2026 1 Caracteristicas dos pigmentos O mercado de carotenoides No entanto, a atenção tem mudado para a síntese por fontes biologicas, principalmente por ser mais fácil, ter rendimentos de produtividade mais elevados, e pela natureza econômica e ecológica nos processos industriais Por outro lado 42 0 horas 48 horas 24 horas 72 horas Produção de carotenoides 7 Vitamina D 44 Sintetizada a partir do colesterol Regulação do metabolismo de cálcio e fósforo Vitamina D3 (colecalciferol): sintetizada a partir do colesterol pela ação da radiação UV Vitamina D3: Estimula a produção de proteínas receptoras de Ca2+ Aumenta a absorção de cálcio pelas células colesterol 7-desidrocolesterol colecalciferol (vitamina D3) 44 Vitamina E 45 α-tocoferol fundamental para reprodução e para prevenir distrofia muscular α-tocoferol IMPORTANTE AÇÃOANTIOXIDANTE Preserva biomoléculas e outras vitaminas (p.ex., vitamina A) Muito reativa frente a radicais livres (potenciais agentes carcinogênicos e estimulam o envelhecimento) Vitamina K 46 Ação coagulante Vitamina K (n < 10) Mecanismo exato ainda não foi elucidado Cadeia carbônica com número variável de unidades isopreno Vitamina K1 Vitamina K2 47 Membranas Biológicas Membranas biológicas 48 Células são envoltas por uma membrana Membrana plasmática: separa o conteúdo intracelular do ambiente externo e atua no transporte de substâncias FOSFOGLICERÍDEOS: principais componentes lipídicos das membranas superfícies hidrofílicas BICAMADA LIPÍDICA Membranas biológicas 49 Células são envoltas por uma membrana Membrana plasmática: separa o conteúdo intracelular do ambiente externo e atua no transporte de substâncias FOSFOGLICERÍDEOS: principais componentes lipídicos das membranas interior hidrofóbico interior hidrofóbico BICAMADA LIPÍDICA Membranas biológicas 50 Bicamada lipídica APROXIMA-SE da membrana plasmática Células: 20-80% da massa total das membranas consistem em proteínas Componentes proteicos e lipídicos contribuem para as propriedades finais da membrana COMPONENTES LIPÍDICOS: fosfoacilgliceróis glicolipídios esteróides em células eucarióticas (colesterol em células animais e fitoesteróis em células vegetais) Membranas biológicas 51 Composição da bicamada Interior: rígido e ordenado ou fluido e desordenado EM FUNÇÃO DA COMPOSIÇÃO Cadeias carbônicas saturadas vs. Cadeias carbônicas insaturadas Diferenças na velocidade de movimentação dos componentes da bicamada Membranas biológicas 52 Presença de esteróides Menor fluidez da membrana Moléculas cíclicas e altamente rígidas Interações do tipo van der Waals estabilizam a porção hidrofóbica da membrana plasmática - células animais: colesterol e maioria dos ácidos graxos são saturados - células vegetais: fitoesteróis e maioria dos ácidos graxos são insaturados - procariotos: ausência de esteróides FLUIDEZ Membranas biológicas 53 Esfingomielinas Cerebrosídeos Cerebrosídeos Fosfoacilglicerol Colesterol Distribuição assimétrica Curvatura da membrana: Lipídios internos mais compactos e lipídios externos mais espaçados Cerebrosídeos e outras moléculas volumosas tendem a se posicionar na porção externa da membrana Proteínas de membranas 54 Associadas aos componentes da bicamada lipídica INTEGRAIS PERIFÉRICAS 1, 2 e 4 3 Interações hidrofílicas e/ou eletrostáticas com cabeça polar carregada Interações hidrofílicas, hidrofóbicas, ligações hidrogênio e ligações covalentes Difícil isolamento/purificação Proteínas de membranas 55 Interior da célula Exterior da célula Associadas aos componentes da bicamada lipídica Proteínas de transporte e proteínas receptoras de sinais Enzimas transfer of extracellular signals, such as those carried by hormones or neurotransmitters, 55 Modelo do mosaico fluido 56 Membranas biológicas Componentes lipídicos e proteicos Existência concomitante Ausência de substâncias de natureza intermediária Proteínas “incrustradas” em bicamada lipídica As proteínas “flutuam” na bicamada lipídica e podem se mover ao longo do plano da membrana proteínas camada 1 camada 2 Modelo do mosaico fluido 57 http://www.youtube.com/watch?v=CNbZDcibegY oligossacarídeo colesterol α-hélice hidrofóbica glicolipídio fosfolipídio proteína integral EXTERIOR CELULAR INTERIOR CELULAR Modelo do mosaico fluido 58 Funções das membranas biológicas Papel estrutural (separar o conteúdo interno do meio extracelular) Catálise (enzimas estão ligadas à membrana, onde ocorrem diversas reações) Transporte de substâncias Receptores de membrana (Transferência de sinais extracelulares) Barreiras semi-permeáveis que permitem o fluxo de substâncias para dentro e para fora das células e de algumas organelas Proteínas se ligam a substâncias específicas, que desencadeiam respostas bioquímicas na célula Transporte de substâncias 59 O transporte demanda energia? TRANSPORTE PASSIVO TRANSPORTE ATIVO NÃO SIM ΔG < 0: processo espontâneo C1 C2 Transporte passivo Espontâneo Não requer energia C2 C1 Transporte ativo Não-espontâneo Requer energia Transporte de substâncias 60 Transporte passivo Difusão simples Difusão facilitada A molécula se move diretamente através membrana, sem interagir com outra molécula Moléculas pequenas e sem carga efetiva (O2, N2, CO2…) Transporte se deve APENAS a diferença de concentração dos meios intra e extracelular Processo de mover uma molécula passivamente através da membrana pela ação de uma proteína à qual é ligada transporte de glicose para dentro de hemáceas glicose permease Transporte de substâncias 61 Transporte ativo Contra o gradiente de concentração (requer energia) Transporte ativo primário Transporte ativo secundário Movimento diretamente relacionado à hidrólise do ATP https://www.youtube.com/watch?v=bFonzS22xN8 BOMBA DE SÓDIO-POTÁSSIO Energia requerida não é diretamente proveniente (from) da hidrólise do ATP Outros processos espontâneos fornecem a energia necessária para o transporte Ex. Lactose permease associada a bombas de próton Transporte de substâncias 62 Transporte ativo secundário Energia não é diretamente proveniente da hidrólise do ATP lactose permease Membrana de algumas bactérias Fluxo de prótons a favor do gradiente de concentração (ΔG < 0) Energia disponível para mover moléculas de lactose contra o gradiente de concentração (ΔG > 0) Bomba de hidrogênio (transporte ativo primário) para estabelecer a diferença de concentração de íons H+ Súmario de Aula 6 63 “Lipídios” LIPÍDIOS Definição e natureza química Vitaminas e outros compostos lipossolúveis Membranas biológicas Tipos de membranas lipoproteicas Modelo do mosaico-fluido
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