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Apostila de Parasitologia Humana Parte I Protozoários Profa. Heloisa Werneck de Macedo 
 
Capítulo 4 – Balantidium coli 1
PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS 
BALANTIDIUM COLI 
INTRODUÇÃO 
O protozoário Balantidium coli é o agente da balantidíase, infecção do intestino 
grosso, que pode produzir diarréia ou disenteria, semelhante clinicamente à amebíase. 
O suíno é o seu hospedeiro habitual. 
Foi descrito pela primeira vez por Malmstem (1857), nas fezes de dois pacientes 
com quadro disentérico, quando foi denominado de Paramecium coli, até 1863. 
Espécies de ciliados do gênero Balantidium são encontradas em numerosos 
hospedeiros vertebrados (porco, macacos, homem) e a que parasita o porco é 
indistinguível morfologicamente da encontrada no homem. No suíno a infecção é 
assintomática e o parasito vive como comensal. É o único ciliado conhecido como 
patogênico para o homem. 
As tentativas de contaminação experimental de voluntários sempre deram 
resultados negativos, quer quando a fonte de infecção fosse o porco, quer quando o 
próprio homem. Isto pode indicar um alto grau de resistência natural, ou grande 
dificuldade de adaptação do parasito às condições peculiares do organismo humano. 
São raros os casos de balantidíase registrados na literatura médica. 
É cosmopolita, mais freqüente nas regiões tropicais e subtropicais. Foram 
descritos diversas epidemias em instituições psiquiátricas, creches e presídios, 
provavelmente em conseqüência do contato fecal-oral. Outras epidemias ocorreram em 
áreas com precárias condições sanitárias, geralmente através de água ou alimentos 
contaminados. No Brasil vários casos já foram descritos nos estados de São Paulo, 
Paraná, Rio de Janeiro etc.. 
Apostila de Parasitologia Humana Parte I Protozoários Profa. Heloisa Werneck de Macedo 
 
Capítulo 4 – Balantidium coli 2
MORFOLOGIA 
 São ciliados ovais com fileiras de cílios longitudinais, revestindo todo o corpo. É 
o maior protozoário parasito do homem. 
 
Trofozoito: mede de 40 a 80 µm de comprimento por 30 a 60 de largura. A forma é 
oval, a extremidade anterior sendo mais afilada do que a posterior. Anteriormente 
encontra-se uma fenda em forma de funil (perístoma) e posteriormente a “abertura anal” 
(citopigio). Os cílios do perístoma produzem correntes que levam os alimentos à boca 
do animal ou citóstoma; as partículas alimentares são englobadas pelos vacúolos 
digestivos, que por meio de enzimas fazem a sua digestão. Apresenta no endoplasma 
dois vacúolos contráteis e 2 núcleos. O macronúcleo tem a forma de um rim e na sua 
cavidade situa-se o micronúcleo, invisível em muitas preparações. Multiplicam-se por 
divisão binária simples transversal, intercalando-se, depois de um certo número de 
divisões, a reprodução sexuada por conjugação, através da qual dois organismos se 
unem temporariamente pelo citóstomo para promoverem trocas genéticas. Em certas 
condições, o parasito se encista, rodeando-se de um invólucro resistente. 
Cisto: mede 40 a 60 µm, sendo observados raramente nas fezes do homem e 
freqüentemente nas do porco. Tem forma esférica ou ovalada. 
Apostila de Parasitologia Humana Parte I Protozoários Profa. Heloisa Werneck de Macedo 
 
Capítulo 4 – Balantidium coli 3
MORFOLOGIA 
 
Apostila de Parasitologia Humana Parte I Protozoários Profa. Heloisa Werneck de Macedo 
 
Capítulo 4 – Balantidium coli 4
DIVISÃO 
 
 
CICLO EVOLUTIVO 
 Os trofozoítos do B. coli vivem nos tecidos e na luz do intestino grosso, 
alimentando-se não somente de células dos tecidos da mucosa intestinal, como também 
de bactérias, protozoários, fungos, muco e restos da digestão intestinal. Já foi 
observado Balantidium ingerindo outro Balantidium, bem como ovos de helmintos. Os 
cílios levam as partículas alimentares à citofaringe, as quais passam para o citoplasma, 
são envolvidas por vacúolos digestivos que os digerem pelas enzimas. Os excretos são 
Apostila de Parasitologia Humana Parte I Protozoários Profa. Heloisa Werneck de Macedo 
 
Capítulo 4 – Balantidium coli 5
coletados nos vacúolos retais e depois expelidos pelo citopigio, que só se abre no 
momento da descarga destes resíduos. Em ambiente úmido, os trofizoítos podem 
sobreviver a 22OC por 10 dias e os cistos resistem durante algumas semanas. Os 
trofozoítos, porém, são muito sensíveis e morrem rapidamente em meio ácido (pH 5) e 
em temperaturas acima de 34OC. Nos vacúolos desta espécie tem-se encontrado 
hemácias, leucócitos, células teciduais, bem como cristais e bactérias. Movem-se 
ativamente através dos batimentos rítmicos dos seus cílios: a sua atividade diminui em 
temperaturas baixas. 
 Produz-se a infecção pela ingestão dos cistos por meio de alimentos ou bebidas 
contaminados, quer por portadores da infecção, como na amebíase, quer por fezes de 
suínos com o parasito. Após a ingestão, as paredes dos cistos se dissolvem, liberando 
os trofozoítas, que podem ou não invadir a mucosa intestinal. Podem multiplicar-se por 
divisão binária ou se transformar em cistos que serão liberados nas fezes. Sendo B. coli 
parasito de suínos, o homem apresenta alta resistência ao protozoário, o que explica o 
pequeno número de casos registrados. 
 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
 Ainda que B. coli possa viver no cólon do homem sem determinar nenhum 
acidente mórbido e nenhuma sintomatologia, muitos casos apresentam uma colite 
indistinguível da colite amébica, mostrando o intestino grosso aparência tão semelhante 
à que se observa na amebíase, que o diagnóstico só pode ser firmado pelo encontro 
dos respectivos parasitos. As úlceras são superficiais, sem bordas definidas, encontram-
se os ciliados em suas partes necrosadas, assim como nos tecidos sãos que as cercam. 
Apostila de Parasitologia Humana Parte I Protozoários Profa. Heloisa Werneck de Macedo 
 
Capítulo 4 – Balantidium coli 6
Podem ser observados ainda na submucosa e até nos vasos e gânglios linfáticos. Nas 
lesões tem uma tendência para se dispor em grupos e penetram mecanicamente na 
mucosa entre as aberturas glandulares. Após penetrarem mais profundamente, 
multiplicam-se por divisão binária. Há necrose dos tecidos, e forma-se o abscesso que 
se abre na luz do intestino. Em alguns casos mais graves, as lesões podem estender-se 
por todo o cólon determinando a morte do paciente. 
 A sintomatologia inclui diarréia, anorexia, febre, meteorismo, fraqueza, insônia, 
cefaléia e dores abdominais. O número de evacuações é variável, podendo ir de 6 a 15 
ou mais por dia, acompanhadas ou não de tenesmo. Na maioria dos casos a 
sintomatogia clínica é indistinguível da disenteria amebiana. Em alguns casos descritos 
o doente apresenta hemorragia intestinal; foram ainda relatados casos de perfusão 
intestinal e peritonite. Nos doentes crônicos a diarréia é intermitente e alterna-se com 
períodos de constipação. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Exame parasitológico de fezes 
Constitui a melhor maneira de estabelecer o diagnóstico, pela demonstração dos 
trofozoítos e dos cistos nas fezes. 
Cultura 
 Em casos de poucos parasitos deve ser feita a cultura das fezes em meio 
apropriado. 
 
TRATAMENTO 
É comum a cura espontânea. Pode se utilizar a Tetraciclina, 500 mg 2 a 3 vezes 
ao dia, por 10 dias ou o Metronidazol, 400 a 700 mg 3 vezes ao dia por 10 dias. A taxa 
de cura para esses dois medicamentos é de 95 - 100%. Muitas vezes somente a adoção 
de dieta Láctea por alguns dias, é suficiente para eliminar o protozoário que se alimenta 
de amido.

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