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Beatriz Cunta – Turma 2024 @biaemedicina DEFINIÇÃO São medidas utilizadas para descrever e analisar uma situação de saúde existente ou avaliar o cumprimento dos objetivos, as metas e suas mudanças ao longo do tempo. Também servem para prever tendências futuras, e podem ser operacionais e epidemiológicas. https://pt.slideshare.net/profsempre/medid as-da-sade-coletiva-aula-6 MEDIDAS RELATIVAS São indicadores de saúde construídos estatisticamente a partir da relação entre dois fatos/eventos. Sua maior importância consiste em permitir comparações e levantamento de prioridades. Dividem-se, basicamente, em: ➢ COEFICIENTE: Avalia o risco (de desenvolver uma doença, por exemplo). É uma razão em que o numerador é DIFERENTE do denominador. Exemplo: 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑛𝑔𝑢𝑒 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ➢ ÍNDICE: Avalia a proporção. O numerador e o denominador têm a mesma grandeza. Inclusive, o numerador está contido no denominador. Exemplo: 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑛𝑔𝑢𝑒 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 COEFICIENTES ➢ COEFICIENTES DE MORBIDADE: Traduz o risco que populações expostas têm de adoecer. ➔ Prevalência: Representa o risco de a pessoa ser doente na população. 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 OBS – Quanto maior o número total de casos, maior o risco de as pessoas adoecerem. A prevalência pode oscilar ao longo do tempo. Ela aumenta com: • Imigração de doentes • Mais diagnósticos • Doença mais longa Causas da diminuição da prevalência: • Emigração de doentes • Doença mais curta • Menos diagnósticos • Imigração de pessoas sadias ➔ Incidência: Diferentemente da prevalência, avalia apenas os casos novos de determinada doença na população. Expressa o risco de uma pessoa adoecer naquela população 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 O que aumenta o número de casos novos: • Aumento do rastreamento • Novo fator de risco • Novo agente infeccioso O que diminui a incidência: • Menos diagnóstico • Vacinação • Uso de EPI OBS – Quanto maior a incidência, maior a prevalência (geralmente). PREVALÊNCIA = INCIDÊNCIA X DURAÇÃO Beatriz Cunta – Turma 2024 @biaemedicina OBS – Se a doença for rápida ou levar rapidamente ao óbito, significa que a prevalência não aumenta (ou pode até diminuir) Dessa maneira, a PREVALÊNCIA torna-se o melhor indicador para doenças longas (Diabetes mellitus, HAS, hepatites). Por outro lado, a INCIDÊNCIA torna-se o melhor indicador para doenças curtas (doenças infecciosas e parasitárias). ➢ COEFICIENTE DE LETALIDADE: Risco de a doença levar alguém ao óbito. É uma das formas de estimar a gravidade das doenças. 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑋 𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑋 A letalidade também não é fixa para as doenças. ➢ COEFICIENTES DE MORTALIDADE: ➔ Coeficiente de mortalidade geral: Estima o risco de uma pessoa morrer na população (taxa de mortalidade). 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 x 1.000 Existem algumas desvantagens nesse coeficiente: • Não especifica em qual grupo populacional ocorreram as mortes. • Não permite comparação, pois cada região possui uma estrutura etária distinta. OBS – A forma de poder comparar as taxas de mortalidade é realizar a padronização por idade (elimina a diferença das estruturas etárias entre as regiões comparadas). ➔ Coeficiente de mortalidade específica por causa: Representa o risco de uma pessoa morrer por uma causa específica na população exposta. 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 ➔ Coeficiente de mortalidade materna: Risco de uma mulher morrer durante a gravidez, parto ou em até 42 dias pós-parto (puerpério). 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑛º 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 x 100.000 OBS – Morte materna tardia: representam as mulheres que foram a óbito entre 42 e 365 dias após o parto. Não entra na estatística! As causas de morte materna são divididas em: • Causas obstétricas diretas São os óbitos diretamente provocados pela gestação, como as causas hipertensivas, hemorrágicas e infecciosas. São as principais causas de óbito! • Causas obstétricas indiretas Óbitos devido a doenças prévias agravadas pela gestação, parto ou puerpério. Exemplos: cardiopatias, HAS pré-existente, Covid-19. OBS – Morte materna é de notificação compulsória! OBS – Coeficiente de mortalidade materna é um bom indicador de nível de vida de um país. ➔ Coeficiente de mortalidade infantil: Risco de criança morrer antes de completar 1 ano. 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑡é 1 𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑛º 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 x 1.000 OBS – Natimortos não são contabilizados na estatística. OBS – Coeficiente de mortalidade infantil é um bom indicador de nível de vida de um país. Ainda podemos dividir o número de mortes de acordo com o período: PERÍODO NOME 0 – 7 dias Neonatal precoce 7 – 28 dias Neonatal tardio 28 – 365 dias Pós-neonatal ou Infantil tardia 22 semanas de gestação – 7 dias de vida Perinatal (comparada com o total de nascimento, não o nº de nascidos vivos) ÍNDICES ➢ ÍNDICE DE MORTALIDADE: Também chamado de mortalidade proporcional. Calcula-se da seguinte maneira: Beatriz Cunta – Turma 2024 @biaemedicina 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑜𝑢 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑥𝑜 (𝑒𝑡𝑐. ) 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 Geralmente não se utiliza uma causa específica, mas sim grupos de causas (CID), como: circulatórias (grupo que mais mata no Brasil), neoplásicas (2ª que mais mata), causas externas (3ª ou 4ª que mais mata), respiratórias (3ª ou 4ª que mais mata), infecciosas, entre outras. ➢ ÍNDICE DE SWAROOP-UEMURA (ISU): Representa a proporção de óbitos em indivíduos com 50 anos ou mais dentre o total de óbitos. 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚 50 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 Estabeleceu-se que, quanto maior esse índice, melhor. • País desenvolvido: tem > 75% das mortes acima de 50 anos. • País subdesenvolvido: tem < 25% das mortes acima de 50 anos. • País em desenvolvimento: índice entre 25-75% das mortes acima de 50 anos. 1º nível → ≥ 75% 2º nível → 50 – 74% 3º nível → 25 – 49% 4º nível → < 25% OBS – No Brasil, esse índice está em torno de 81%. ➢ CURVAS DE NELSON MORAES: Representam os índices de mortalidade de acordo com as faixas etárias: • < 1 ano • Entre 1 – 4 anos • Entre 5 – 19 anos • Entre 20 – 49 anos • > 50 anos (ISU) ➔ Tipo I (Curva em “N”): Alta mortalidade em crianças e adultos jovens (população economicamente ativa). Representa nível de saúde muito baixo. ➔ Tipo II (Curva em “L” ou “J invertido”): Maior mortalidade em crianças e idosos, e menor mortalidade em adultos jovens (melhor quando comparada à anterior). Corresponde a um nível de saúde baixo. ➔ Tipo III (Curva em “U”) Maior mortalidade em idosos, e menor mortalidade em crianças e adultos jovens (melhor que as anteriores). Corresponde a um nível de saúde intermediário. ➔ Tipo IV (Curva em “J”) Maior mortalidade em idosos (melhor que as anteriores). Corresponde a um nível de saúde elevado. OBS – Brasil se apresenta próximo da curva do tipo IV TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Ocorre devido à diminuição da taxa de fecundidade e ao aumento da sobrevida em determinada região. Beatriz Cunta – Turma 2024 @biaemedicina Dessamaneira, há um estreitamento da base (queda da fecundidade) e alargamento do ápice (redução da taxa de mortalidade). ➔ Consequências: • Aumento da expectativa de vida • Aumento do índice de envelhecimento • Aumento da razão de dependência pela diminuição da população economicamente ativa TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Substituição das doenças transmissíveis pelas não transmissíveis e causas externas como causas de morte no Brasil. Perfis anteriores: 1996 – CAUSAS DE MORTE 1) Doenças do aparelho circulatório 2) Causas externas 3) Neoplasias 4) Doenças do aparelho respiratório 5) DIP 2010 – CAUSAS DE MORTE 1) Doenças do aparelho circulatório 2) Neoplasias 3) Causas externas 4) Doenças do aparelho respiratório 7) DIP 2019 – CAUSAS DE MORTE 1) Doenças do aparelho circulatório 2) Neoplasias 3) Doenças do aparelho respiratório 4) Causas externas 8) DIP 2021 – CAUSAS DE MORTE 1) DIP 2) Doenças do aparelho circulatório 3) Neoplasias 4) Causas externas 5) Doenças do aparelho respiratório
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