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Historia do Direito

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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, EXATAS E DA SAÚDE DO PIAUÍ – FAHESP 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA – IESVAP 
CURSO: DIREITO 
PERÍODO: 1º 
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA DO DIREITO 
 
 
 
PARNAÍBA – PI 
28/03/2023 
ADONIAS ALVES VIANA OLIVEIRA 
FABYANNA MAGALHÃES MARQUES 
FABRINE FROTA LEITE 
ANTÔNIO JOSÉ DE CARVALHO NETO 
EMANUELY CRISTINI DOS SANTOS 
FERNANDO JARDSON LIMA LEITE FILHO 
GABRIEL DE SOUSA BARBOSA AQUINO 
JOSÉ RICARDO FORTE DE ASSIS 
LORENA MACHADO BRANDÃO 
ERÔNICA ARAÚJO DUTRA 
MARIA CLARA DOS SANTOS FERREIRA 
DANIEL RODRIGUES DA SILVA 
KAMYLA GALENO SANTOS 
PEDRO DIÓGENES AIRES DE ARAÚJO CARVALHO 
EMYLLE MESQUITA DA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÓDIGO DE HAMURABI 
 
 
 
Relatório elaborado na disciplina de história do direito como requisito para a obtenção de nota 
referente ao 1º período do curso de Direito. 
Orientador(a): Nelson Ferreira Marques 
 
 
 
PARNAÍBA – PI 
28/03/2023 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO: 4 
2. DESENVOLVIMENTO 5 
3. CONCLUSÃO: 8 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 9 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO: 
PARNAÍBA – PI 28/03/2023 
 
O Código de Hamurabi é um dos códigos de normas como maior relevância na história da 
humanidade, devido ao fato do mesmo ser um dos primeiros a ser totalmente escrito, assim 
fornecendo aos cidadãos da sociedade babilônica uma segurança a respeito de quais leis os 
regiam, também é importante ressaltar que no Código de Hamurabi é possível perceber a 
diferenciação entre cidadãos e escravos, presentes em algumas leis, demonstrando que o 
código não era igual para todos. Porém, mesmo tendo essa diferenciação já era possível se 
perceber um avanço em comparação com os demais códigos de leis da época e que o 
antecederam, porque até então, as leis vinham apenas da palavra do rei, em oposição a esse 
sistema, a lei do rei Hamurabi estava escrita, permitindo ser delegado para outros servidores, 
o serviço de julgamento das condutas do povo. 
Antes de mais nada, o ordenamento do rei da babilônia foi descoberto em Susa no Irã em 
1901, e ficou muito conhecido pela a seguinte frase: “olho por olho, dente por dente”, visto 
que as punições daquela época possuíam um carácter extremamente severo, como exemplo, 
temos o artigo 195, que estabelece que se um filho agredisse seu próprio pai, a sua mão seria 
decepada. 
Dessa maneira podemos contemplar a importância do Código de Hamurabi, pois ele monstra 
diversas leis, que de tão bem escritas e úteis a sociedade da época, mesmo sofrendo 
alterações, muitas delas se mantiveram até os dias atuais, fazendo parte da nossa atual 
constituição federal. Dessa forma podemos ver as atitudes ou as práticas jurídicas realizadas 
há tempos atrás antes de Cristo. Como exemplo da herança que o código de Hamurabi 
forneceu a nossa constituição, temos em nosso ordenamento jurídico, o artigo 106o, este que 
fala sobre as compras e vendas no âmbito comercial e o crime de calote, aonde o devedor 
deveria restituir ao credor, três vezes o valor do negócio original, em paralelo, temos nos dias 
atuais, o contrato que dar garantias para ambas as partes do negócio com a possibilidade de 
cobrança na justiça. 
A princípio, o ordenamento jurídico da babilônia no anos de Hamurabi, utilizava-se o direito 
natural como um fundamento, dado que na sociedade antiga era muito fortes as questões 
relacionadas as divindades, e devido a essa ligação entre a religião e a sociedade, os 
sacerdotes da época utilizavam-se da religião com o fim de causar medo nas pessoas, com a 
finalidade, de os coagirem a obedeceram as leis e suas ordens, pois caso descumprissem as 
leis, os deuses iriam se enfurecer e mandariam desastres para punir os infratores. 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
Dessa forma, o Código de Hamurabi, traz em seu artigo de número 52o que: “Se o cultivador 
não semeou no campo trigo ou sésamo, o seu contrato não fica invalidado”, em resumo, o 
proprietário de terra continuará tendo sua posse do terreno, mesmo que nele não realize 
plantações e colheitas. 
O artigo 53o traz que: “Se alguém é preguiçoso no ter em boa ordem o próprio dique e não o 
tem em consequência se produz uma fenda no mesmo dique e os campos da aldeia são 
 
inundados d’água, aquele, em cujo dique se produziu a fenda, deverá ressarcir o trigo que ele 
fez perder”, esse artigo fala que se alguém constrói uma barragem fora das normas de 
segurança e ela se rompe, causando prejuízos aos proprietários de terras próximas, o dono da 
barragem irregular, deverá compensar o prejuízo causado por seu descuido. 
Em seguida temos o artigo 54o que diz “Se ele não pode ressarcir o trigo, deverá ser vendido 
por dinheiro juntamente com os seus bens e os agricultores de quem o trigo foi destruído, 
dividirão entre si”, em resumo ele fala na ocasião em que o causador de algum dano não 
conseguir ressarcir o trigo perdido, ele deverá vender aquilo que o pertencer ,para assim, com 
o dinheiro arrecadado, dividir entre os produtores que foram prejudicados. 
O artigo 55o diz “Se alguém abre o seu reservatório d’água para irrigar, mas é negligente e a 
água inunda o campo de seu vizinho, ele deverá restituir o trigo conforme o produzido pelo 
vizinho”, ou seja, um proprietário de terra faz um centro de irrigação na sua terra, porém não 
fez da maneira adequada e a instalação apresentou falhas, que a fizeram irrigar de forma 
inadequada, causando uma enchente nas terras vizinhas, ficará a cargo desse “alguém” 
responsável pelo prejuízo, compensar o dano causado as plantações de trigo das terras 
vizinhas. 
O artigo 56o diz “Se alguém deixa passar a água e a água inunda as culturas do vizinho, ele 
deverá pagar-lhe por cada dez gan dez gur de trigo”, no caso se alguém inunde as terras 
vizinhas deverá pagar de acordo com a quantidade de trigo perdida, semelhante ao artigo 54o. 
O artigo número 57o fala “se um pastor não pede licença ao proprietário do campo para fazer 
pastar a erva às ovelhas e sem o consentimento dele faz pastarem as ovelhas no campo, o 
proprietário deverá ceifar os seus campos e o pastor que sem licença do proprietário fez 
pastarem as ovelhas no campo, deverá pagar por junto ao proprietário vinte gur de trigo por 
cada dez gan”. Assim, se um pastor leva seu rebanho para fazer pastagem nas terras de outra 
pessoa, sem o consentimento dela, deverá pagar de acordo com a medida de terra que foi 
consumida pelos seus ovinos. 
Logo após temos, o artigo 58o que fala sobre: “Se depois que as ovelhas tiverem deixado o 
campo da aldeia e ocupado o recinto geral à porta da cidade, um pastor deixa ainda as ovelhas 
no campo e as faz pastarem no campo, este pastor deverá conservar o campo em que faz 
pastar e por ocasião da colheita deverá responder ao proprietário do campo, por cada dez gan 
sessenta gur”. Aqui é tratado do caso em que as ovelhas saem do controle do pastor, invadem 
uma terra e o pastor não as tira de lá, ocorrerá que este pastor deverá conservar o seu próprio 
campo e na época da colheita, restituir financeiramente o proprietário da terra invadida com 
sessenta gur a cada 10 gan de terra danificada. 
O artigo 59o diz: “Se alguém, sem ciência do proprietário do horto, corta lenha no horto 
alheio, deverá pagar uma meia mina”, se alguém, sem ciência do proprietário da pequena 
horta, corta a lenha alheia, deverá repor o que foi roubado por ele a esse proprietário. 
Temos agora o artigo de número 60o “Se alguém entrega a um hortelão um campo para 
plantá-lo em horto e este a planta e o cultiva por quatro anos, no quinto, proprietário e 
hortelão deverão dividir entre si e o proprietário do horto tomará a sua parte”, então uma 
pessoa utiliza terras de alguém e nela faz uma plantação próspera, passando 4 anos ela deverá 
dividir a colheita da cultura com o proprietário. 
 
O de número 61o diz: “Se o hortelão não leva a termo a plantação do campo e deixa uma parte 
inculta, dever-se-á consignar está no seu quinhão”. Dessa forma, caso um lavrador não conclua 
a plantação do campo e deixe uma parte sem cultivo, dever-se-áconsiderar esta parte dentro 
de seu lucro, mesmo não havendo tal. 
Logo em seguida o artigo 62o “Se ele não reduz a horto o campo que lhe foi confiado, se é 
campo de espigas, o hortelão deverá pagar ao proprietário o produto do campo pelos anos em 
que ele fica inculto na medida da herdade do vizinho, plantar o campo cultivável e restituí-lo 
ao proprietário”, nessa situação não arar o campo dado pelo proprietário, se for um campo de 
espigas, o lavrador deverá pagar ao proprietário o valor do lucro do campo pelo tempo que ele 
ficar sem cultivo equivalente ao preço da colheita do dono do terreno ao lado, tornar o campo 
cultivável e devolvê-lo ao proprietário. 
Após vem o artigo de número 63o “Se ele transforma uma terra inculta num campo cultivado e 
o restitui ao proprietário, ele deverá pagar em cada ano dez gur de trigo por cada dez gan.” Se 
ele transforma uma terra infértil numa terra fértil, isto é, num território que não pertence a 
ele, ele deve pagar uma quantidade de trigo por cada superfície plantada. 
O artigo de número 64o fala sobre: “Se alguém dá o horto a lavrar a um hortelão pelo tempo 
que tem em aluguel o horto, deverá dar ao proprietário duas partes do produto do horto e 
conservar para si a terça parte”, nesse caso um proprietário de terra alugue sua propriedade 
para um lavrador, este deverá dar dois terços da colheita ao proprietário e ficará com o 
restante. 
Por último temos o artigo 65o “Se o hortelão não lavra o horto e o produto diminui, o hortelão 
deverá calcular o produto pela parte do fundo vizinho”. Portanto, o caso em que lavrador não 
lavrar o horto e a colheita diminuir, deverá lavrador, indenizar o proprietário no valor em falta, 
baseando-se na plantação do vizinho. 
Em paralelo com os artigos do código de Hamurabi apresentados e explicados, temos na nossa 
constituição vigente a Lei No 4.504 que traz o Estatuto da Terra, que em seu artigo 1o dita: 
“Esta Lei regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins de 
execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.”, após esse, temos o exemplo 
do artigo 16o: “A Reforma Agrária visa a estabelecer um sistema de relações entre o homem, a 
propriedade rural e o uso da terra, capaz de promover a justiça social, o progresso e o bem- 
estar do trabalhador rural e o desenvolvimento econômico do país, com a gradual extinção do 
minifúndio e do latifúndio.” Outrossim, temos o artigo 185o da Constituição Federal que diz 
“São insuscetíveis de desapropriação para fins de Reforma Agrária: I – a pequena e média 
propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II – a 
propriedade produtiva. 
Parágrafo único: A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas 
para o cumprimento dos requisitos relativos à sua função social. O artigo 1199 do Código Civil 
diz “Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos 
possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.” Além do artigo 1200 
“É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.” Dessa forma, antes do código 
de Hamurabi as leis que regulamentavam os direitos e deveres dos babilônicos eram 
transmitidas de “boca em boca”. Este formato estabelecido pela tradição oral causava 
conflitos, pois as leis não eram registradas, sendo possível modificá-las a vontade do orador, 
gerando discórdia entre a população. A finalidade dessa legislação era trazer justiça, mesmo 
que a maioria dos artigos sejam baseados na ideia de “olho por olho, dente por dente”, 
 
embasamento esse que não correspondem às ideias mais modernas de justiça. Hamurabi tinha 
o intuito de unificar o reino e garantir uma cultura comum entre todos os povos. 
Além disso, é importância histórica do Código de Hamurabi deve-se pelo fato de ele ter se 
tornado a fonte jurídica na qual se basearam as leis de praticamente todos os povos semitas 
da antiguidade, incluindo os assírios, os caldeus e os próprios hebreus. Os principais temas do 
código são o direito penal, o direito da família, a regulamentação profissional, comercial, 
agrícola e administrativa. Dessa maneira podemos dizer que o Código de Hamurabi é um 
verdadeiro marco na história do Direito, porque o mesmo foi pioneiro na regulamentação de 
normas penais, civis e comerciais, representando a tendência histórica de se atribuir ao Estado 
a tutela da sociedade. 
 
 
 
3. CONCLUSÃO: Portanto, nos artigos estudados pelo nosso grupo, podemos ver que toda e 
qualquer ação infratora cometida na época tinha uma retaliação (punição) por parte do 
império. Os artigos mostram bem a proteção latifundiária na época, onde as medidas impostas 
visavam equilibrar a pena ao estrago causado pelo indivíduo na propriedade de outro. 
Baseando-se assim nas leis de talião que dizia “olho por olho, dente por dente”. Quando 
comparamos com nossas leis atuais, temos atualmente uma proteção mais justa e menos 
severa em relação ao dano causado, nas leis atuais tem que se obedecer ao rito da justiça, 
onde cada caso é analisado de forma isolada. O código de Hamurabi serviu de base para ideias 
e pensamentos de organização em sociedade, seu ensinamentos foram sendo evoluídos com 
passar dos tempos. Dessa forma, nossa constituição traz a proteção à propriedade privada 
assim como a Lei N 4.504 – (Estatuto da Terra), que em nosso sistema jurídico vem da 
proteção ao direito de todo indivíduo tem em ter sua propriedade privada. 
9 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
DF: 
Presidência da República, [2016]. 
Disponívelem:>>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. 
<<Acesso em: 22 mar. 2023. 
BRASIL. Lei no 4.504, de 30 de novembro de 1964.Estatudo da Terra. Brasil: Congresso 
Nacional, [2023]. Disponível em:>> 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4504compilada.htm<<. 
Acesso em: 22 mar. 20023.

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