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1 Estrutura e Topologia de Ácidos Nucleicos Biologia Molecular Termo cunhado pelo matemático Warren Weaver em 1938 (1894 – 1978) Biologia Molecular: definições • “O estudo bioquímico das bases genéticas do fenótipo.” • “Ramo da Biologia que trata da formação, estrutura e função das macromoléculas essenciais à vida, como ácidos nucleicos e proteínas e, especialmente, seus papéis na replicação e transmissão da informação genética.” • “É o estudo das bases moleculares dos processos de replicação, transcrição, tradução e função celular.” 2 Biologia Molecular Breve histórico Frederick Griffith (1928): Princípio Transformante Avery, MacLeod & McCarty (1944): Princípio Transformante era o DNA Erwin Chargaff et al. (1947): determinou a composição de bases A, T, C, G de vários organismos Rosalind Franklin & Maurice Wilkins (ca. 1950): Difração de raios X revelou uma padrão de periodicidade e largura uniforme para o DNA Hershey-Chase (1952): DNA é o material genético do fago T2 Watson & Crick (1953): modelo para a estrutura do DNA Fraenkel-Conrat et al. (1957): RNA é o material genético do Tobacco Mosaic Virus (TMV) http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/25/Schematic_relationship_between_biochemistry%2C_genetics_and_molecular_biology.svg 3 Fraenkel-Conrat et al. (1957): RNA é o material genético do Tobacco Mosaic Virus (TMV) O conteúdo de bases do DNA: Erwin Chargaff (1947) Regras de Chargaff Primeira Regra de Chargaff No DNA natural, A=T e C=G A+G = C+T (Pu = Py) Segunda Regra de Chargaff A composição de bases varia entre as espécies 4 Rosalind Franklin & Maurice Wilkins (ca. 1950): Cristalografia de Raios X A “foto 51” "The instant I saw the picture my mouth fell open and my pulse began to race." James D. Watson (1968) Raymond Gosling 5 Modelo de tripla hélice (1953) Watson e Crick e o modelo para a estrutura do DNA 6 25 de abril – “Dia do DNA” 7 Watson celebra 60 anos da descoberta da estrutura do DNA (2013) O “Dogma Central” da Biologia Molecular Enunciado por Francis Crick, em 1958 Trata do fluxo de informação para a produção de proteínas Hipóteses iniciais Em 1970: Linhas inteiras: vias comprovadas Linhas pontilhadas: vias prováveis Classes de transferência de informação E os prions??? Geral Especial Desconhecido DNA → DNA RNA → DNA proteína → DNA DNA → RNA RNA → RNA proteína → RNA RNA → proteína DNA → proteína proteína → proteína http://en.wikipedia.org/wiki/File:Extended_Central_Dogma_with_Enzymes.jpg 8 Perguntas Por que o fluxo de informação termina nas proteínas ? Os príons desafiam o dogma central? Estrutura e composição do DNA e RNA DNA (ácido desoxirribonucleico) • Geralmente é dupla fita (duplex): dsDNA • DNA fita simples (ssDNA). Exe.: fagos ΦX174, S13, M13, parvovírus • Mais estável quimicamente que o RNA • Função: informacional Convenção ssDNA = single-stranded DNA (fita simples) dsDNA = double-stranded DNA (fita dupla) 9 Primeira foto do DNA (Nanoletters, 2012) 7 dupla-hélices alinhadas DNA para estocar dados (Science, março de 2017) Capacidade de estocagem: 215 petabytes (215 milhões gigabytes) / grama DNA RNA (ácido ribonucleico) • Geralmente fita simples (ssRNA) • RNA fita dupla (dsRNA), Exe: reovírus 10 Funções do RNA • Informacional: mRNA (pouco estável), RNA de vírus • Transferência de informação: tRNA • Estrutural: rRNA (ribossomo) • Catalítica: RNAse P, snRNA, rRNA (tradução) • Regulatória: Exe: RNA líder (atenuação), RNA I (controle do número de cópias de plasmídeos), silenciamento gênico (miRNA, siRNA) Classes de RNA 1) RNA codante: é traduzido em uma proteína Exe: mRNA 2) RNA não codante (ncRNA): não é traduzido em uma proteína Exe: tRNA, rRNA, snoRNA, miRNA, siRNA, snRNA, long ncRNA, ribozimas, RNA circular 3) RNA bifuncional: têm as duas funções Exe: alguns miRNA e snoRNA Abundância: rRNA: ~80%, tRNA: ~15%, mRNA: ~5%, snRNA e scRNA: <2% RNA´s celulares 11 DNA e RNA cadeia de polinucleotídeos Estrutura geral de um nucleotídeo Ribonucleotídeo: 2’-OH Desoxirribonucleotídeo: 2’-H Ligação glicosídica Composição dos nucleotídeos 1) Açúcar (pentose) • ribose (-D-ribofuranose): RNA • desoxirribose (-D-2´-desoxirribofuranose): DNA 2) Base nitrogenada: ligado ao carbono 1 do açúcar • Purinas (Pu): adenina, guanina • Pirimidina (Py): citosina, timina, uracila 3) Grupo Fosfato: ligado ao carbono 5 do açúcar Obs: nucleosídeo = açúcar + base nitrogenada 12 O açúcar é uma pentose -D-2-deoxirribose As bases nitrogenadas: precursores das purinas e pirimidinas meio imidazólico meio pirimídico Pirimidina Purina Principais purinas e pirimidinas presentes nos ácidos nucleicos Obs: timina = 5-metil-uracila 13 5ª e 6ª bases do DNA: epigenoma • 5-metilcitosina e N6-metiladenina Obs: 1) A ribotimima (TMP) está presente no tRNA, mas se trata de uma modificação pós-transcricional da uracila. 2) dUMP pode ser incorporado ao DNA in vitro. 14 A ligação glicosídica • 2 possibilidades de rotação (Χ): syn e anti • Syn (só Pu) • Anti (Py e Pu) → mais comum A ligação fosfodiéster grupo éster Por que ácidos nucleicos? caráter ácido http://www.answers.com/main/ntquery;jsessionid=1s5fp0ifwd8bf?method=4&dsname=Wikipedia+Images&dekey=PhosphodiesterBondDiagram.png&gwp=8&sbid=lc02b 15 Modelo de Watson & Crick para a estrutura do DNA: a dupla hélice As fitas do DNA são antiparalelas Atenção: convenção de escrita: 5´-ACTTAGGACATCATGGAT-3´ Interações que estabilizam os ácidos nucleicos 16 • Responsáveis pela complementaridade dos pares de bases • Interações entre um dipolo que tem um próton (doador) e um átomo eletronegativo (aceptor) -D-H :::::::: A- • Interações “Watson-Crick” ou interações “canônicas” = ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas • Interações “não-canônicas” Exe: A-U = interação “Hoogsteen” (RNA) d- d+ d- Ligação de Hidrogênio Ligações de hidrogênio nos pares de bases Watson & Crick 17 Pareamento das bases nitrogenadas Outras Interações • Interações de “stacking” ou “empilhamento”: entre os anéis de ressonância das bases (elétrons p) • Interações eletrostáticas: fosfatos desestabilizam interações inter(intra)cadeias. Neutralizadas pelos íons Na+ • Interações Van de Walls: hidrofóbicas 18 A forma predominante de torção da espiral do DNA é para a direita (dextro) 19 Outras formas de DNA Um vírus encapsula A-DNA! • Vírus SIRV2, que infecta a arqueia hipertermofílica Sulfolobus islandicus, empacota o DNA na sua forma A (que só existia em laboratório) para protegê-lo do calor 20 Estrutura do RNA RNA fita simples Branco: bases Amarelo: fosfato Cinza: ribose e O dos fosfatos Estrutura do RNA “stem-loop” “bulge” O ssRNA pode formar estruturas de fita-dupla (A-RNA) por complementaridade das bases (stem-loop, hairpin) 21 Pseudoknot Interação entre regiões descontínuas do RNA Estrutura secundária do rRNA 16S Stem-loop hairpin pseudoknot bulge Estrutura terciária do RNA 22 Estrutura da subunidade maior do ribossomo A Hipótese do “Mundo de RNA” • Carl Woese (1968) • RNA precedeu DNA e proteínas • Estoca, transmite e duplica informação • Atua cataliticamente também! • rRNA é remanescente desta época em que as proteínas eram feitas a partir de RNA Propriedades Físicas dos Ácidos Nucleicos 23 Interação luz-matéria • A Lei de Lambert-Beer : Absorbância b A = -log (I1/I0) = abc Fonte de radiação Detector Cubeta Bases nitrogenadas absorvem luz na faixa de 260 nm (UV) Desnaturação de ácidosnucleicos • Rompimento das ligações de H devido à elevação da temperatura, aumento do pH ou pela ação de agentes químicos, como a formamida • Renaturação ocorre pela diminuição gradativa da temperatura http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/04/Beer_lambert.png 24 25 Topologia do DNA 26 Superenrolamento (“supercoiling”) do DNA = dobra ou curvatura do eixo sobre o qual o DNA se enovela. É uma forma de compactação do DNA Tipos: Superenrolamento negativo: torce o DNA na direção oposta das voltas da dupla-hélice (mais comum dentro da célula) Superenrolamento positivo: torce o DNA na mesma direção das voltas da dupla- hélice (comum em Archaea) DNA relaxado → sem superenrolamento Topologia do superenovelamento Topoisômeros Topoisômeros = moléculas do mesmo tamanho mas com formas diferentes cccDNA (forma I): circular covalentemente fechada ocDNA (forma II): “open-circle” (após um corte em uma das fitas) DNA linear: corte nas duas fitas 27 Forma CCC Forma OC Topoisomerases Topoisomerases: isomerizam uma forma topológica do DNA em outra. Tipos: Topoisomerases I e III: retiram super-enrolamentos negativos Topoisomerase II (DNA girase): introduz super- enrolamentos negativos Compactação 28 Compactação do DNA 29 Compactação do genoma humano 1,8 metro x 100 trilhões de células = 182 bilhões de km! Dá para ir e voltar até o Sol 610 vezes! Obs: distância Sol-Plutão = 5,9 bilhões km Ao longo da vida, produzimos 1 ano-luz de DNA, ou seja, 9,5 trilhões de km de DNA 30 A Estrutura da Cromatina 31 Cromatina = DNA + proteínas histônicas e não-histônicas Proteínas histônicas • Responsáveis pela organização básica da cromatina • Proteínas básicas: H1, H2A, H2B, H3, H4 Proteínas não-histônicas • Estão em menor número que as histonas. Estão envolvidas em níveis superiores de organização da cromatina. 32 Cromatina isolada: “colar de contas” Os Nucleossomos Complexos de histonas ligados ao DNA Unidades fundamentais de organização da cromatina 33 DNA enrolado em torno de um “core” de nucleossomo Fibra de 30 nm ou solenoide 34 Fibra de 10nm (Solenóide)
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