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Antivirais 1 Antivirais Prof. Jucimara Definição e características dos vírus: Menores seres infecciosos Micro-organismos simples que consistem em um DNA ou RNA de filamento duplo ou único DNA ou RNA é circundado por um envoltório proteico, denominado CAPSÍDEO Alguns vírus possuem envelope lipídico, que pode conter na sua superfície GLICOPROTEÍNAS ANIGÊNICAS → reconhecimento do vírus Dependendo do seu material genético eles podem ser classificados como vírus de DNA ou vírus de RNA Vírus de DNA Herpesvírus (catapora, herpes-zóster, herpes oral e genital); Adenovírus (conjuntivite, faringite) Vírus da hepatite B (HBV); Papilomavírus (verrugas). � A maioria dos vírus de DNA penetra no núcleo da célula hospedeira → DNA viral é transcrito em mRNA pela polimerase da célula hospedeira → o mRNA é traduzido em proteínas específicas do virus Exceção: poxvírus → que conduzem sua própria RNA polimerase e replicam-se no citoplasma da célula hospedeira Vírus de RNA Vírus da rubéola; Rabdovírus (raiva); Vírus da hepatite A e hepatite C; Vírus da influenza. � Os vírus de RNA se replicam baseado em enzimas no virion para para sintetizar mRNA ou o RNA viral passa a atuar como o seu próprio mRNA → o RNA é traduzido em diversas proteínas virais (incluindo a RNA-polimerase) → dirige a síntese de mais mRNA viral e RNA genômico Especificidade viral: Os vírus só conseguem infectar células que tenham na sua membrana substâncias as quais possam se ligar → glicoproteínas na superfície viral Os vírus não possuem parede celular e nem sistemas enzimáticos → o que permite que eles sejam suscetíveis à antibióticos Alvos para terapia antiviral: Os vúris dependem da célula do hospedeiro para o seu crescimento e para sua replicação Supressão sa replicação → inibição das partículas virais precisam ser SELETIVA → saber de que forma os fármacos atuam e seus alvos Antivirais 2 Os agentes antivirais eficazes inibem eventos específicos da replicação do vírus ou inibem preferencialmente a síntese de ácidos nucleicos ou de proteínas dirigidas pelo vírus, e não pela célula hospedeira, SEM AFETAR O METABOLISMO DAS CÉLULAS DO HOSPEDEIRO Terapia antiviral ➯ Características desejadas: Amplo espectro; Inibição completa da replicação viral; Capacidade de atingir o alvo sem interferir com o sistema imune do hospedeiro; Toxicidade mínima ao organismo; Atividade frente a mutantes Agentes Anti-Herpes-Vírus Agentes Anti-influnza Aciclovir e Valaciclovir; Amantadina e Rimantadina; Cidofovir; Oseltamivir; Fanciclovir e Penciclovir; Zanamivir. Ganciclovir e Valganciclovir; Foscarnete; Fomivirseno; Docosanol. Agentes Anti-Herpes-Vírus ➯ Os vírus do herpes provocam doenças diferentes, mas todos são agrupados em um grande grupo chamado de herpes-vírus (HSV). HSV-1: comumente doenças da boca, rosto, pele, esôfago ou cérebro HSV-2: órgãos genitais, reto, pele, mãos ou meninges Ambos causam infecções graves em recém-nascidos Varicela Zoster (VZV) Epstein-Barr Citomegalovírus (CMV) � A infecção pelo HSV pode ser: Primária: um hospedeiro sem infecção viral anterior Não primária inicial: um hospedeiro previamente infectado por outros vírus Ativação de uma infecção latente Agentes Anti-Herpes-Vírus Aciclovir Cidofovir Penciclovir e Fanciclovir Ganciclovir e Valganciclovir Foscarneto Fomivirseno Docosanol Idoxuridina Trifluridina Agentes anti-influenza Adamantanas e Rimantadina Oseltamivir Zanamivir Antivirais 3 Ciclo de reprodução O ciclo de reprodução do vírus de DNA é diferente do de RNA O herpes-vírus (vírus de DNA) — modelo para os vírus de DNA 1. liga-se através das suas partículas de superfície ao hospedeiro (extremamente impotante para a fixação) 2. o vírus é interiorizado e sofre um processo de desnudamento ou transferência do DNA do vírus para o núcleo do hospedeiro 3. no núcleo o DNA viral é transcrito pela DNA polimerase da célula hospedeira 4. RNA mensageiro é traduzido normalmente em proteínas específicas do vírus 5. a maior parte dos genes é expressa e codifica proteínas que vão ser incorporadas na montagem das novas moléculas do vírus, o VÍRION � Comumente, os fármacos que atuam como antivirais, nos vírus de DNA, impedem a DNA polimerase de exercer a sua ação Aciclovir Um análago acíclico do nucleosídeo guanina VALACICLOVIR é um pró-fármaco do aciclovir Espectro antiviral: limita-se aos herpesvírus Aciclovir in vitro é mais ativo contra o HSV-1, 2x menos ativo contra HSV-2, 10x menos conrta VZV e o vírus Epstein-Barr (EBV) e menos ativo contra o citomegalovírus (CMV) e o HHV-6 Mecanismo de ação: Inibe a síntese de DNA viral por um mecanismos delineado Sua seletividade de ação depende da sua interação com duas proteínas virais distintas: a. HSV timidinacinase (facilita a captação celular e a fosforilação inicial) b. DNA-polimerase (inibe competitivamente a DNA polimerase viral) As enzimas celulares convertem o monofosfato → difosfato → trifosfato de aciclovir; encontrado em concentrações 40- 100 vezes maiores nas células infectadas pelo HSV do que nas células não infectadas, competindo pelo trifosfato de desoxiguanosina (dGTP) endógeno O trifosfato de aciclovir quando é incorporado ao DNA viral também atua como um elemento de terminação de cadeia → inativação suicida quando o trifosfato de aciclovir é clivado e é adicionado a cadeia não apresenta a hidroxila na posição 3´do vírus Ciclo de replicação do herpes-vírus simples (DNA) e locais de ação dos AV Mecanismo de ação do Aciclovir Antivirais 4 (que permite a continuidade da cadeira) → crescimento ou adição subsequente de outras bases nitrogenadas são interrompidas Mecanismos de resistência: 1. Ausência ou produção parcial de timidinacinase viral, (mais comum) 2. Alteração da especificidade do substrato da timidinacinase (por exemplo: fosforilação da timidina, mas não do aciclovir) 3. Alteração da DNA-polimerase viral (raro): causadas por mutações e por inserções ou supressões de bases nos genes correspondentes, são raros[ Farmacocinética: Biodisponibilidade: Aciclovir: VO baixa (~30%), que diminui com a dose distribui-se amplamente pelos líquidos corporais, incluindo fluido vesicular, humor aquoso e líquido cerebrospinais (LCS) Valaciclovir: 55 a 70% → sofre uma conversão rápisa e praticamente completa em aciclovir após adm vo transportado peptídios intestinais e renais Concentrações plasmáticas excedem a concentração inibitória mínima de 50% em relação ao HVS com 200 mg; Concentrações maiores são necessárias para o Varicela Zoster: 800 mg, a cada 4 ou 6h Valaciclovir oral é mais ativo; Administrado IV: evitar infusão inferior a uma hora, para prevenir dano renal → associar a hidratação rigorosa Potência: HSV-1 ˃ HSV-2 ˃ VZV ˃ CMV O CMV é ineficaz nas infecções estabelecidas; mas vem sendo utilizado na profilaxia em pacientes imunocomprometidos; Deve ser iniciado até 72 h após início das lesões; Meia-vida ~2,5h Excretados na urina Usos terapêuticos: Herpes genital com recidivas frequentes: uso crônico oral de Aciclovir ou Valaciclovir; Creme tópico é moderadamente eficaz nas infecções orolabiais e genitais recidivantes; Profilaxia (400mg 2x/dia), durante 1 semana reduz o risco de recidiva em 73% dos pacientes com recidivas induzidas pela exposição ao sol; Uso durante o último mês de gravidez reduz a probabilidade de propagação do vírus; Por via intravenosa pode ser benéfico em pacientes imunocomprometidos ou com feridas de queimaduras infectadas pelo HSV IV na profilaxia antes de transplante de medula óssea e continuado por várias semanas O uso crônico como profilaxia reduz em 90% as recidivas e propagação subclínica, o uso por aproximadamente oito meses é 50% o risco de transmissão (obs: não há uma redução no risco da transmissão do herpes-vírus quando lesões estiverem presentes, incluindo Antivirais 5 risco de transmissão sexual) Efeitos adversos: ➯ Aciclovir: Em geral é bem tolerado; Pode causar irritação das mucosase queimação transitória quando aplicado em lesões genitais Raramente associado com náuseas, diarreia, exantema ou cefaleia e muito raramente a insuficiência renal ou neurotoxicidade Neutropenia em recém-nascidos A supressão crônica do herpes genital com aciclovir tem sido efetuada com segurança durante períodos de até 10 anos. ➯ Valaciclovir Cefaleia, náusea, diarreia, nefrotoxicidade e sintomas no SNC Doses altas: confusão e alucinações, nefrotoxicidade e, raramente, a síndromes trombocitopênicas graves, algumas vezes fatais, em pacientes imunocomprometidos � Em geral, a nefrotoxicidade desaparece com a interrupção do fármaco e a expansão do volume Em 1-4% dos pacientes ocorre neurotoxicidade, que pode se manifestar por alteração do sensório, tremor mioclonias, delírio, convulsões ou sinais extrapiramidais. Ocorrência de flebite após extravasamento, exantema, diaforese, náuseas, hipotensão e nefrite intersticial A hemodiálise pode ser útil nos casos graves Uso intravenoso de aciclovir associa-se à flebite; Interações medicamentosas Antivirais entre si: podem potencializar benefício terapêutico; atingir maiores concentrações plasmáticas; favorecer a tolerabilidade; aumentar a eficácia clínica Zidovudina: sonolência grave e letargia; Ciclosporina: nefrotoxicidade; Probenecida: diminui depuração e prolonga t1/2 vida de eliminação; Metrotexato: Aciclovir pode diminuir a depuração renal e aumentar toxicidade do fármaco Cidofovir Análago nucleotídico da citidina com atividade inibitória contra o(s): herpesvírus humano papilomavírus, poliomavírus poxvírus adenovírus Antivirais 6 Mecanismo de ação: Inibe a síntese de DNA viral ao retardar e interromper o alogamento da cadeia Metabolizado na sua forma ativa de difosfato por enzimas celulares Fosforilado apenas por enzimas celulares, inibe: Cepas de HSV ou VZV com deficiência ou alteração na tinidinacinase resistentes ao aciclovir; Cepas de CMV resistentes ao Ganciclovir com mutações em UL97; Algumas cepas de CMV resistentes ao Foscarnete; Resistência: quando há mutações na DNA-polimerase viral; ] Usos terapêuticos: Retinite por CMV em pacientes com HIV; Infecção mucocutânea por HSV resistente ao Aciclovir; Molusco contagioso extenso em pacientes com HIV; Adenovírus em receptores de transplante; Farmacocinética: Baixa biodisponibilidade por VO Volume de distribuição aproxima-se da água corporal total Os níveis no LCS são baixos. Inibe a DNA-polimerase viral em concentrações bem menores do que as necessárias para inibir as humanas Administração semanal ou 2x/semana Meia-vida de ~2,6h Aumenta até 32,5h em pacientes submetidos à diálise Excretada pelos rins e quase 90% da dose é recuperada na urina Devio ao seu potecial de causar nefrotoxicidade, 2 a 3 h antes do antiviral, a probenecida é administrada assim como um litro de solução salina intravenosa → reduz a nefrotoxicidade Efeitos adversos: Nefrotoxicidade (principal) Proteinúria; Elevação da creatinina sérica; Uso tópico: queimação, dor e prurido; Pode causar infertilidade, categoria C na gravidez � Potencial de causar nefrotoxicidade bastante elevado, faz-se o uso de probenecida, que bloqueia o transporte tubular do fármaco, ela pode ser usada como um mecanismo para reduzir esse efeito Interações: Devido ao risco de nefrotoxicidade não se deve usar concomitantemente com outros fármacos que também tenham esse potencial Intervalo de 7 dias de intervalo para usar AINES, aminoglicosídeos, corante de contraste, foscarnete, anfotericina B; Penciclovir e Fanciclovir Penciclovir é semelhante ao aciclovir no espectro de atividade e potência contra o HSV e VZV → análago acíclico do nucleosídeo guanina Antivirais 7 O fanciclovir é um pró-fármaco com biodisponibilidade via oral de aproximadamente 75% Mecanismo de ação: Inibidor da síntese de DNA viral, por inibir o prolongamento da cadeia Inicialmente fosforilado pela tinidinacinase vira, que atua como INIBIDOR COMPETITIVO DA DNA POLIMERASE VIRAL embora as concentrações inibitórias sejam 2X maiores do que as do aciclovir, ele geralmente está presente nas células infectadas em concentrações muito maiores e por períodos mais prolongados (7-20h), por causa da da fosforilização pela tinidinacinase ele possui efeito prolongado Não é elemento obrigatório de interrupção da cadeia, Resistência cruzada Usos terapêuticos: ➯ Muitos usos, entre eles estão: Fanciclovir oral, o penciclovir tópico e o penciclovir intravenoso são aprovados para o tratamento das infecções causadas por HSV e VZV Em pacientes com infecção genital recorrente por HSV, o tratamento com fanciclovir diminui o tempo de cicatrização e a duração dos sintomas em cerca de um dia O fanciclovir mostra-se eficaz na supressão da infecção genital recorrente pelo HSV, porém o uso em doses únicas diárias é menos eficaz A administração de doses mais altas diminui as recidivas por HSV nos in divíduos infectados pelo HIV Em indivíduos imunocompetentes com infecção orolabial recorrente pelo HSV, a aplicação tópica do creme de penciclovir a 1% diminui o tempo de cicatrização e a duração dos sintomas em ~ 1 dia Farmacocinética: Penciclovir: Pobre absorção oral → mais utilizado por via tópica e intravenosa (Penciclovir) Pouca biodisponibilidade (<5%) Fanciclovir → VO (biodisponibilidade (~75%) e rápida conversão em penciclovir por desacetilação A presença de alimento retarda a absorção, mas não diminui a biodisponibilidade global Meia-vida de 2h (plamática) e 7 a 20h (intracelular) → administrações com frequência menor Na IRC chega a ~10h e a hemodiálise remove eficientemente o fármaco Depuração: Penciclovir → sobretudo na urina Fanciclovir → urina preferencialmente Na insuficiência hepática crônica compensada, ocorrem concentrações plasmáticas máximas mais baixas de penciclovir, porém sem redução na sua biodisponibilidade global Efeitos adversos: Fanciclovir VO: cefaleia, diarreia e náuseas; Urticária, exantema e alucinações ou estados confusionais (predominantemente no idoso). Penciclovir tópico: raros casos de reações locais Penciclovir é mutagênico em altas concentrações; Antivirais 8 Administração de longo prazo não afeta espermatogênese; Segurança na gravidez não estabelecida; ⚠ Não foram identificadas interações medicamentosas de importância clínica até hoje com o fanciclovir ou o penciclovir Ganciclovir e Valganciclovir Ganciclovir é um análago mucleosídico da guanina acíclico cuja estrutura se assemelha à do aciclovir Valganciclovir é um pró-fármaco Atividade contra todos os herpes-vírus, mas especialmente CMV Mecanismo de ação: Inibe síntese de DNA viral Sofre monofosforilação intracelular pela timidinacinase viral (HSV) ou uma fosfotransferase viral codificada pelo gene UL97 (CMV) → causando uma interrupção do alongamento da cadeia As demais fosforilações para suas formas de trifosfatos são realizadas pelas células do hospedeiro assim como acontece com o aciclovir O ganciclovir é incorporado no DNA tanto viral quanto celular A incorporação no DNA viral provoca, em última análise, a interrupção do alongamento da cadeia de DNA Mecanismo de resistência: devido a uma mutação da fosfotransferase viral codificada pelo gene UL97 ou na DNA polimerase viral Farmacocinética: Ganciclovir: Biodisponibilidade VO ~6-9% com alimentos Níveis máximos em até 1,2h Implantes intraoculares de liberação prolongada → meia- via de 23-26h → Retinite (degeneração rara e progressiva da retina) Valganciclovir: Biodisponibilidade VO ~61% (hidrolisado rapidamente) Com alimentos aumenta em ~25% (comparável à adm IV) Níveis máx. em até 11h � Após doses intravenosas, os níveis no humor vítreo assemelham-se ou são superiores às concentrações plasmáticas, atingindo, em média, ~ 1 μg/mL Os níveis no humor vítreo declinam de acordo com uma meia-vida de 23-26 h Implantes de ganciclovir intraoculares de liberação prolongada proporcionam níveis no humor vítreo de ~ 4,1 μg/mL A administraçãooral deve ser acompanhada de alimentos. Meia-vida plamática de 2-4h Paciente com IR pode chegar a 28-40h Tem uma concentração intracelular no CMV 10x maior que aciclovir e um tempo de meia-vida prolongado, de 24h., o que provavelmente torna o fármaco eficaz no CMV A infusão intravenosa deve ter duração não inferior a uma hora (flebite) Excretados na urina, 90% de forma inalterada Usos terapêuticos: Tratamento e supressão crônica da retinite por CMV em pacientes imunocomprometidos, Antivirais 9 Prevenção da doença por CMV em pacientes submetidos a transplante Efeitos adversos: Mielossupressão: neutropenia geralmente na 2ª semana e reversível com a interrupção (principal toxicidade do antiviral - 15 a 40% dos pacientes) Trombocitopenia - 5 a 20% Valganciclovir VO: cefaleia e distúrbios GI (i.e., náuseas, dor e diarreia), além da mielossupressão e neutropenia Efeitos no SNC: cefaleia, alterações comportamentais, convulsões e coma (5 - 15% Flebite relacionada com a infusão, azotemia, anemia, febre, anormalidades das provas de função hepática, náuseas/vômitos e eosinofilia Categoria C na gravidez (teratogênese em testes em animais) Interações: Zidovudina e agentes citotóxicos: aumentam risco de mielossupressão; Probenecida reduz depuração renal; Ganciclovir oral aumenta a absorção e concentrações plasmáticas máximas de didanosina e zidovudina; Foscarneto Análago do pirofosfao inorgânico que inibie todos os herpercírus e o HIV, além de algumas cepas resistentes ao aciclovir Mecanismo de ação: Inibe síntese de ácido nucleicos ao interagr diretamente com a DNA-polimerase dos herpesvírus ou a transcriptase reversa do HIV, ao se ligar diretamente no local de fixação do pirofosfato, agindo como um pirofosfato inorgânico A inibição ocorre de forma não competitiva Ele não precisa ser fosforilado porque já é fosforilado → ao contrário do Aciclovir, que necessita da fosforilação Ao se ligar na DNA-polimerase ele bloqueia de modo reversível e não competitivo o local de ligação na polimerase viral Exerce efeito inibitório de aproximadamente 100 vezes maior contra as DNA- polimerases dos HSV Resitência: os herpesvírus resistentes ao foscarnete têm mutações puntiformes na DNA-polimerase viral e estão associados a reduções de 3-7 vezes na atividade do foscarnete in vitro Usos terapêuticos: Retinite por CMV, incluindo infecções resistêntes ao ganciclovir Infecção por CMV e HSV e VZV resistentes ao Aciclovir Farmacocinética: Pouco solúvel em soluções aquosas e requer grande volume para administração; Somente por V por bomba de infusão com a velocidade de administração controlada Biodisponibilidade oral baixa → somente IV e uso hospitalar Os níveis no humor vítreo aproximam-se a 66% Concentrações máx. em 8h Meia-vida bimodal inicial de 4-8 h e meia-vida terminal prolongada de eliminação que atinge, em média, 3-4 dias Excreção renal e 80% de forma inalterada Ajuste de dose em caso de redução na função renal; Removido de modo eficiente por hemodiálise Efeitos adversos: Nefrotoxicidade e hipocalemia sintomática Altamente ionizado em pH fisiológico → comum a ocorrência de anormalidades metabólicas: hipo ou hiper calcemia ou fosfatemia, hipomagnesemia e hipopotassemia (os pacientes devem acompanhar esses ions); Aumento da creatinina sérica ocorre em até 50% dos pacientes; Cefaleia, tremor, irritabilidade, convulsões e alucinações; Exantema generalizado, febre, náuseas/vômitos, anemia, leucopenia, anormalidades das provas de função hepática, alterações eletrocardiográfi cas, tromboflebite relacionada com a infusão Uso tópico → irritação e ulcerações locais Distúrbios GI Antivirais 10 Sequestro do medicamento nos ossos responde pelo destino de 10 a 20% do fármaco Altas doses podem causar anormalidades nos dentes e esqueletos (em estudos em animais) Segurança na gravidez e infância é incerta Fomivirseno É considerada a primeira terapia antisense aprovada para infecções virais Um fosforotionato oligonucleotídeo de 21 bases (eja, um fragmento do DNA complementar uma sequência de bases, que vai acabar formando a sequência de bases do mRNA para a principal região de transcrição Mecanismo de ação: o fomivirseno é um fragmento de DNA complementar que forma a sequência de bases do mRNA para a principal região de transcrição Forma-se uma dupla hélice de maniera errônea e impede que o mRNA sofra tradução → impede a formação de proteínas Resistência: variantes de CMV possuem sensibilidade 10x menor ao fomivirseno por passagem in vitro Uso terapêutico: Ativo contra cepas de CMV resistentes ao ganciclovir, ao foscarnete e ao cidofovir Em pacientes com HIV com retinite refratária e ameaça a visão, injeções semanais retardam significativamente a progressão da retinite Farmacocinética: Administrado por IV intravítrea (retinite por CMV) Meia-vida ~55h Eliminado lentamente do vítreo, através de distribuição para a retina e provável digestão pela exonucelase Efeitos adversos: Irite em até 25% dos pacientes (pode ser tratada com corticosteroides tópicos) → inflamação da íris Cataratas; Aumento da pressão intraocular Interações: o uso recente do Cidofovir pode aumentar o risco de reações inflamatórias Docosanol Um álcool saturado de cadeia longa apovado como um creme a 10% de venda livre para tratamento do herpes orolabial recidivante Mecanismo de ação: inibe a replicação in vitro de muitos vírus com envoltório lipídico, incluindo o HSV Ele não inativa diretamente, mas bloqueia o passo inicial, a fusão entre a membrana celular e o envoltório viral e inibe a entrada do vírus na célula Usos: o tratamento tópico se for iniciado 12h após os sintomas ou surgimento de lesões, reduz o tempo de cicatrização em aproximadamente 1 dia Se o início do tratamento acontecer em estágio papuloso ou tardio não proporciona nenhum benéfico Idoxuridina Análago do iodado da timidina, grupo da uridinas Mecanismo de ação: inibe a replicação de diversos vírus de DNA, incluindo HSV e poxvírus Atua através do seu metabolito ativo trifosfato de idoxorudina, ela é fosforilada pela timidina quinase viral e o trifosfato de idoxorudina vai inibir competitivamente a DNA- polimerase, vai ser incorporado no DNA viral e vai forma proteínas defeituosas Uso terapêutico: Na forma tópica provado nos EUA apenas na forma tópica para ceratite pelo HSV Nas infecções oculares causadas por HSV, o uso da idoxuridina tópica é mais eficaz nas infecções epiteliais, particularmente nos episódios iniciais, do que nas infecções do estroma Antivirais 11 Carece de seletividade, visto que a sua presença em baixas concentrações inibe o crescimento das células não infectadas Resistência: rápido desenvolvimento de resistência à idoxuridina in vitro, que ocorre em isolados virais obtidos de pacientes com ceratite por HSV tratados com idoxuridina Fora dos EUA está disponível para tratamento tópico do herpes labial, genital e zóster Reações adversas: Dor, prurido, inflamação e edema acometendo o olho ou as pálpebras Raramente ocorrem reações alérgicas Trifluridina Análago do iodado da timidina, grupo da uridinas Mecanismo de ação: atividade inbitória contra HSV tipo 1 e 2, CMV, a vacínia e, em menor grau, certos adenovírus Inibem a replicação do herpesvírus, incluindo cepas resistentes ao aciclovir O trifosfato de trifluridina é um inibidor competitivo da incorporação do trifosfato de timidina no DNA, é incorporada no DNA viral e celular Resistência: especificidade alterada do substrato da timidinacinase Uso terapêutico: Nos EUA aprovada para o tto. da ceratoconjuntivite primária e ceratite epitelial recorrente por HSV dos tipos 1 e 2 Também parece ser eficaz em alguns pacientes com infecções cutâneas por HSV resistentes ao aciclovir Colírio → a apresentação tópica é mais ativa que a Idoxuridina Ação é comparável à vidarabina nas infecções oculares causadas por HSV Efeitos adversos: Desconforto durante a instilação e edema palpebralReações de hipersensibilidade, irritação e ceratopatia epitelial ou puntiforme superficial (incomum) Agentes anti-influenza ➯ O uso desses agentes ainda é discutido, existem algumas controvérsias, pois em alguns casos não há evidências de seus benefícios para toda a população ➯ Em geral, a doença é autolimitada, com resolução em aproximadamente 7 dias ➯ Em crianças, gestantes, puérperas, idosos e pessoas com doenças crônicas → a doença pode ter formas clinicamente graves, com infecções bacterianas sobrepostas ➯ Geralmente, acontece em surtos anuais ➯ A principal estratégia de combate à influenza é a vacinação, destinada especialmente a populações de risco ➯ A dificuldade na vacinação está na grande capacidade das mudanças periódicas nas características das glicoproteínas que compõem o envelope do vírus → perda de eficácia dos antivirais ➯ Manifestações clínicas envolvendo o trato respiratório são muitas vezes causadas por outros tipos de vírus (rinovírus e vírus sincicial respiratório) → a eventual existência de sintomas “gripais” não significa necessariamente ineficácia da vacina Clico de reprodução Diferente do Herpes-Vírus A estratégia de replicação baseia-se em enzimas no vírion para sintetizar mRNA, ou o RNA viral passa a atuar como o Antivirais 12 seu próprio mRNA A ligação a superfície celular vai ocorrer pelo reconhecimento da hemaglutinina com as moléculas do ácido siálico na superfície do vírus O vírus vai ser endocitado e internalizado A proteína M2 presente no vírus é a responsável por permitir o influxo H+ no interior do vírus e esses íons promove a dissociação dos segmentos da proteína ribonuclear e a sua liberação para o citoplasma A síntese do mRNA do vírus exige um primer ou um iniciador clivado do mRNA e vai ser utilizado pelo complexo proteína e RNA viral As proteínas sintetizadas serão utilizadas no transporte e montagens intracelular dos vírions Adamantanas e Rimantadina Aminas tricíclicas Mecanismo de ação: inibem especificamente a replicação do víus Influenza A em baixas cocnentrações Atuam na penetração da partícula viral no hospedeiro, etapa inicial da replicação viral, na proteína M2 → desencapsulação do genoma viral e transferência deste para a célula hospedeira Proteínas M2 é um proteína de membrana integral que atua como canal iônico Por interferir na função da proteína M2, os fármacos inibem a dissociação mediada por ácido do complexo ribonucleoproteína precoce na replicação e potencializam alterações induzidas por pH ácido na configuração da hemaglutinina durante seu transporte intracelular em uma fase posterior da replicação Concentrações >10 μg/mL inibem outros vírus com envelope, porém não são atingidas em humanos e podem ser citotóxica Usos terapêuticos: Tto. e prevenção das infecções causadas pelo influenza A apenas A rimantadina é inibitória in vitro para Trypanosoma brucei, causa da doença do sono africana (1-2,5 μg/mL) Não inibem as enzimas do vírus da hepatite C (HCV), mas bloqueiam a atividade dos canais iônicos da proteína p7 do HCV in vitro A profilaxia sazonal é uma alternativa principalmente para pacientes de alto risco quando a vacina pode não ser eficaz, como por exemplo em pacientes imunocomprometidos Deve ser iniciada logo que se identifique a influenza, essa profilaxia deve ser mantida por todo o período de risco (de 4 a 8 semanas) → 70 a 90% de proteção contra o influenza A Resistência: mutação na sequência de RNA que codifica o do-mínio transmembrana da M2. Farmacocinética: A Rimantadina é de 4 a 10 vezes mais ativa que a amantadina, apresenta metabolismo hepático e tem um tempo de meia-vida Efeitos adversos: Queixas GI e SNC com puca importância e relacionadas com a dose Ciclo de replicação do vírus da influenza (RNA) e locais de ação dos AV Antivirais 13 mais prolongado Ambos os fármacos apresentam volumes de distribuição muito grandes A amantadina é excretada no leite materno Asconcentrações de rimantadina no muco nasal são, em média, 50% maiores que os níveis plasmáticos Amantadina: Excretada em grande parte na urina na forma não metabolizada Meia-vida de 12-18h Aumenta até 2x em pacientes com função renal comprometida Rimantadina: Extensamente metabolizada por hidroxilação, conjugação e glicuronidação antes de sua excreção renal meia-vida 24-36 h Excretados 60-90% na urina sob a forma de metabólitos A depuração renal da rimantadina inalterada assemelha- se à depuração da creatinina Nervosismo, tontura, dificuldade de concentração, insônia e perda do apetite ou náuseas Em doses elevadas (1,0-5,0 μg/mL): neurotóxicas graves, incluindo delírio, alucinose, convulsões e coma, e arritmias car díacas Podem ocorrer exacerbações de distúrbios convulsivos pré- existentes e sintomas psiquiátricos A amantadina é teratogênica em animais Ambos são categoria C da gravidez � Zanavir e Oseltamivir: Inibidores da neuraminidase, são mais conhecidos pelos nomes comerciais: relenza e tamiflu; e o peramivir (fármaco via intravenosa usado para a H1N1) O oseltamivir tem sido utilizado atualmente até que se saiba se é covid ou H1N1, serve para descartar a H1N1, ele é um pró-fármaco – o fosfato de oseltamivir O oseltamivir é mais indicado para pacientes com doença grave ou progressiva ou hospitalizados e gestantes Oseltamivir Análago de estado de transição do ácido siálico Espectro e potência antivirais semelhantes do zanamivir Mecanismo de ação: potente inibidor seletivo das neuraminidases dos vírus da influenza A e B Antivirais 14 Clivam os resíduos do ácido siálico e destroem os receptores reconhecidos pela hemaglutinina viral → liberação do vírus das células infectadas, a neuraminidase é essencial para a liberação do vírus das células infectadas A inibição da atividade da neuraminidase resulta em agregação viral na superfície celular e redução da disseminação do vírus no trato respiratório O fosfato de oseltamivir é um pró-fármaco que carece de atividade antiviral. Inibe os vírus da influenza A resistentes à mantadina e à rimantadina, bem como algumas variantes resistentes ao zanamivir Resistência: variantes da influenza com mutações da hemaglutinina e/ou da neuraminidase � A influenza A (H1N1) sazonal tornou-se praticamente 100% resistente ao oseltamivir em todo o mundo Usos terapêuticos: A recente H1N1 (nH1N1 ou influenza suína) permanece sensível ao oseltamivir TTo. e prevenção de infecções causadas pelo vírus influenza A e B Deve ser iniciado em 48h após instalação do quadro viral quanto mais precoce melhor; Uso em adultos ou crianças acima de 1 ano com influenza aguda diminui em 1-2 dias a duração da doença, aceleram a recuperação funcional e reduz o risco de complicações; Diminui em 50% do risco de hospitalização de adultos; A duração indicada do tratamento é de 5 dias, para pacientes internados em UTI o tratamento pode durar mais; Profilaxia em adultos ativos não imunizados e residentes de clínicas geriátricas imunizados; Uso em curto prazo protege os contatos domiciliares contra influenza. Farmacocinética: A presença de alimentos não diminui a disponibilidade e reduz risco de intolerância GI Concentração máx. ~2,5-5h Meia-vida plasmática de 1-3h Crianças com menos de 2 anos: alterações na depuração Efeitos Adversos: Náuseas, desconforto abdominal (geralmente diminui em 1-2 dias) — 10-15% menos frequente: vômitos, provavelmente devido a uma irritação local Não interage com as CYP Considerado classe C na gravidez. Interações: A probenecida aumenta em duas vezes o tempo de meia-vida, então deve se ter cuidado em relação ao uso concomitante Zanamivir Análago de estado de transição do ácido siálico Espectro e potência antivirais semelhantes do ozeltamivir Mecanismo de ação: inibidor potente e específico das neuraminidases dos vírus da influenza A e B Inibe a neuraminidase viral e, portanto, provoca agregação viral na superfície celular e redução na disseminação do vírus no trato respiratório Resistência:mutações na hemaglutinina e/ou neuraminidase virais Usos terapêuticos: Adultos ou crianças acima de 5 anos com influenza febril Diminui em 1-3 dias a duração da doença, aceleram a recuperação funcional e diminuem o risco de complicações Uma vez por dia protetor contra a influenza adquirida na comunidade Antivirais 15 Se administrado por 10 dias protege contra a transmissão doméstica Farmacocinética: Após a inalação do pó seco ~15% são depositados no TR inferior e 80% são depositados na orofaringe Biodisponibilidade 4-17% adm VO baixa biodisponiilidade (<5%) Meia-vida 2,5-5h após inalação e 1,7h por IV 90% eliminados na urina na forma inalterada Efeitos Adversos: Bem tolerado Relatos de sibilos e broncoespasmo em alguns pacinetes, devido à deteriorações agudas da função pulmonar, incluindo casos de desfecho fatal Estudos pré-clínicos do zanamivir não revelaram nenhuma evidência de efeitos mutagênicos, teratogênicos ou oncogênicos (categoria C da gravidez) Contraindicações: não é recomendado para o tratamento de pacientes com doença das vias aéreas subjacentes, risco de EA graves, asma e DPOC Até o momento, não foi identificada nenhuma interação medicamentosa clinicamente significativa O zanamivir não diminui a resposta imune à injeção de vacina contra a influenza Antivirais 16 Interações Antivirais 17 Efeitos Adverso Antivirais 18
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