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LS INTRODUÇÃO Pensamento 3D: o sucesso do tratamento depende da limpeza de todo o sistema de canais radiculares e o vedamento do máximo de espaços para garantir uma obturação hermética. O canal radicular possui além do canal principal, os canais secundários, acessórios, o delta apical. Etc. Objetivo da obturação radicular: é o preenchimento de todo o sistema de canais radiculares, incluindo canais secundários, acessórios e delta apical. Tem que ter aparência homogênea. Segundo a literatura: o tratamento finaliza quando houver o “selamento de toda a extensão da cavidade endodôntico, desde a sua abertura coronária até o seu término apical, ou seja, o material obturador deve ocupar todo o espaço outrora ocupado pelo tecido pulpar, promovendo um selamento nos sentidos apical, lateral e coronário”. PRÉ-REQUISITO PARA OBTURAÇÃO O canal tem que está saneado através das substâncias irrigadoras, modelado através da instrumentação e patente (limpa o canal com as limas 10 ou 15). “Obturações deficientes estão relacionada à maioria dos insucessos endodônticos.” Percolação: Falhas na obturação radicular permitem a percolação de fluidos tissulares, favorecendo a recontaminação bacteriana. A recolonização bacteriana do SCR (sistema de canais radiculares) perpetua a infecção e impede a cura do processo inflamatório (e indiretamente o desenvolvimento bacteriano). A obturação precisa ficar homogênea, se falhas (bolhas). MOMENTO IDEAL PARA OBTURAÇÃO Ausência de sintomas; Canal seco e preparado (sem exsudação, secreção ou sangue); Restauração provisória intacta. A única contraindicação verdadeira, no que diz respeito à obturação, é a presença de umidade no canal radicular. CONES DE GUTA PERCHA Os cones de guta-percha irão compor a parte sólida da obturação radicular, podendo ser encontrada em duas formas distintas: alfa e beta, sendo a maioria deles disponíveis comercialmente na forma de BETA (se plastifica sem ficar pegajosa). Deve constituir a maior porção da obturação radicular! Vantagens: Adaptam-se facilmente as irregularidades do canal; São bem tolerados pelos tecidos pelos tecidos perirradiculares; São radiopacos; Podem ser facilmente plastificados por meios físicos e químicos, de acordo com variações de técnicas. Possuem estabilidade dimensional; Podem ser facilmente removidos do canal radicular (em casos de retratamento). Presença de infecção perirradicular LS Desvantagens: Possui pouca rigidez, o que dificulta sua colocação em canais curvos e atrésicos (estreitos); Apresenta pouca adesividade, o que exige a complementação da obturação com cimentos endodônticos (entre o canal e a guta). Cones padronizados pela ISO (Organização Internacional de Normalização) /Cones principais: acompanham a configuração das limas convencionais, tanto na conicidade como no D0. Atualmente, são pouco utilizados devido a sua baixa conicidade. Eram utilizados em uma técnica mais antiga chamada “Condensação lateral”. Cones acessórios: não são padronizados pela ISO. Apresentam-se em conicidades variadas, mais finos ou mais calibrosos. Eram utilizados para complementar o cone principal na obturação com condensação lateral. Hoje são usados como cones principais. Cones microtipped (ponta infinita): são cones acessórios não padronizados, que possuem sua ponta extremamente fina, permitindo calibração de acordo com o preparo apical (lima de memória). Existem em diferentes conicidades, entretanto, suas pontas sempre tendem ao infinito. São usados na técnica de “Condensação vertical”. Cones compatíveis com o sistema de instrumentação (Protaper): diversos fabricantes desenvolveram cones de guta com conicidade e ponta compatíveis com o sistema de limas utilizados na modelagem do canal. Esta compatibilidade na configuração lima/cone de guta facilita o assentamento deste material no preparo do canal, sendo então designada como a “Técnica do cone único”. É compatível com a lima de memória (a ultima lima a ser usada no terço apical). INTRODUÇÃO Os cimentos endodônticos irão compor a porção pastosa da obturação radicular. A função dos cimentos é promover a união da guta-percha à dentina radicular, preenchendo os espaços entre o material sólido e as paredes do canal, assim como as irregularidades e ramificações do SCR (sistemas de canais radiculares). Propriedades ideais: Ser de fácil inserção e remoção no canal radicular; Ter com tempo de trabalho; Ter bom escoamento e promover o selamento tridimensional do SCR Ser radiopaco; Não manchar a estrutura dentária; Apresentar adesividade às paredes do canal (unir a guta a parede do canal); Ser solúvel ou reabsorvível nos tecidos perirradiculares; Apresentar biocompatibilidade; Ter atividade antimicrobiana. LS De acordo com a sua formulação, os cimentos endodônticos podem ser: A base de óxido de zinco e eugenol Resinosos Que contém hidróxido de cálcio Biocerâmico Cimento endodôntico a base de oze (cimento de grossman): possui boa capacidade seladora, baixa permeabilidade, estabilidade dimensional, adesividade, baixa solubilidade e baixa desintegração. Devido ao eugenol em baixa concentração, possui atividade antibacteriana, efeito anestésico e antinflamatório. O cimento endodôntico a base de zinco e eugenol é diferente do cimento a base de oze. Ele possui melhor custo e benefício, além de ser o cimento mais antigo. Manipulação: deve produzir uma massa de consistência homogênea, que quando suspensa pela espátula produz um fio de aproximadamente 1 polegada (2,5cm). A manipulação é feita por apertamento e lambuza toda placa de vidro apertando os grumos do pó do cimento para ficar homogêneo. Cimento endodôntico resinoso: a base de resina epóxi, possui boa estabilidade dimensional, adesividade, radiopacidade, baixa solubilidade, boa capacidade seladora, alto escoamento e excelente comportamento histológico apical. Entretanto, tem atividade antimicrobiana muito reduzida (além de ser bem caro). Cimento endodôntico que contém hidróxido de cálcio: são cimentos com base de resina contendo hidróxido de cálcio. Contudo, apresenta alguns inconvenientes, uma vez que não é radiopaco, tem pouco escoamento, não tem boa viscosidade, é permeável e é solubilizado com o tempo. Cimento endodôntico biocerâmico: são cimentos bioativos com base de silicato, ou seja, possuem capacidade osteoindutora (induzir formação de osso). Proporcionam otima vedação hermetica, ligaçao quimica com a dentina, propriedades antibacterianas e antifungicas, alto escoamento e alta radiopacidade. Além disso, tem a vantagem da umidade não interferir no seu desempenho. A grande vantagem é a ausência de secar muito o canal. Na nossa disciplina, usamos a técnica da compactação vertical nos dentes onde a modelagem foi feita com as limas convencionais (unirradiculares) e a técnica do cone único nos dentes birradiculares e multirradiculares onde utilizamos a técnica com as limas Protaper. ANTES DA OBTURAÇÃO Antes de iniciar a obturação radicular, todos os canais devem ser secos com cones de papel absorventes estéreis (evita levar bactéria para dentro do canal radicular). Os cones de guta percha que serão usados na obturação deverão ser descontaminados em hipoclorito de sódio por 5 minutos na placa ou a cuba. Exemplos: Intrafil, Endofil, Fillcanal. LS TÉCNICA COMPACTAÇÃO VERTICAL Técnica utilizada na Endodontia I (UNIVERSO) para a obturação dos dentes unirradiculares (incisivos e caninos) modelados com limas convencionais. 1. Selecionar o cone microtipped (ex.: Medium extra longo) com conicidade compatível com a anatomia do canal. 2. Calibrar o cone microtipped de acordo com a lima de memória, introduzindo o cone no orifício da régua correspondentea lima de memória e cortar o excedente. Se a lima memória foi 30 irá colocar no orifício 30 da régua. 3. Posicionar o cone calibrado no canal (sem cimento) e fazer o RX de comprovação (RX da prova do cone). Marca o CT no cone. É imprescindível que o cone de guta selecionado, e já calibrado na régua, fique “travado” exatamente no CT. Este travamento significa que ele está realmente vedando o preparo apical realizado. O cone não deve ficar solto. Caso o cone ultrapasse a marcação feita para o CT: significa que está ultrapassando o forame. Neste caso, faça nova calibração na régua, cortando o excedente do cone no orifício seguinte ao da lima de memória. Caso o cone não atinja a marcação feita: significa que ele não alcançou o comprimento de trabalho. Então é necessário refazer o preparo apical que ficou deficiente, para que o cone possa se posicionar corretamente. 4. Enquanto faz a manipulação do cimento, descontaminar o cone calibrado e mais alguns outros cones sem calibrar, em hipoclorito de sódio. 5. Secar os canais com pontas de papel absorvente. 6. Levar o cone calibrado ao canal envolto em cimento endodôntico. 7. Usar o espaçador para verificar se ainda há espaço que possa abrigar algum cone acessório. O espaçador é o tipo de lima sem ponta ativa. Devido a grande conicidade do cone microtipped, muitas vezes não há espalho para nenhum outro cone, ou para apenas 1 ou 2 a mais. 8. Selecionar o condensador de acordo com a anatomia do canal. 9. Esquentar o carreador de calor na lamparina ou maçarico e remover o excedente da guta perchar na linha amelo-cementária ou abaixo dela. 10. Com o condensador, compactar a massa obturadora. 11. RX de verificação da qualidade da obturação. 12. Limpar e preencher a cavidade de acesso com cimento temporário e faça o RX final. O espaçador é uma lima sem ponta ativa. Pode usar o cursor dele da mesma medida que o CT do canal, porém ele não irá até o CT, pois já terá o cone preenchendo o terço apical. O espaçador irá abrir espaço para os cones acessórios (não precisam ser calibrados). LS CONE ÚNICO Técnica utilizada na Endodontia I (UNIVERSO) para a obturação dos dentes com mais de um canal (pré-molares e molares) modelados com limas Protaper. O sistema Protaper possui cones de guta-percha compatíveis as limas que realizam o preparo apical. Logo, basta selecionar o cone referente à ultima lima utilizada no preparo apical (F1, F2 ou F3). Cada canal de um dente multirradicular terá um comprimento de trabalho e uma lima de memória, que podem ou não coincidirem. 1. Selecione o cone compatível com a lima de memoria para cada canal, marque o comprimento de trabalho na régua para cada um e leve os cones aos canais; Ex.: molar com 3 raízes, para não fazer confusão é necessário fazer uma marcação no cone, ou seja, no canal distal não marca, no canal mesial marca uma vez e duas marcações no cone que vai na raiz mesio-lingual. 2. Faça a prova do cone em todos os canais simultaneamente. 3. Leve o cone envolto em cimento ao canal radicular, um de cada vez, e com o carreador de calor, remova o excedente da coroa dental. Dica: comece sempre com o canal que foi mais difícil de ser instrumentado. 4. Com o condensador, faça a compactação do cone dentro do canal radicular (cervical). 5. RX de verificação da qualidade da obturação. 6. Por fim, limpar e preencher toda a cavidade de acesso com cimento temporário; 7. RX final No final de tudo coloca o curativo provisório (CIV) e aperta bem para ficar uma imagem uniforme. Na Endodontia não colocará resina composta ao final do tratamento endodôntico. Por isso coloca o CIV (provisório) para proteção da estrutura dental. Na dentística já pode usar a resina composta nesse dente obturado. Isso depende da condição clínica do dente.
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