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Redação: A sororidade na sociedade brasileira atual A luta pela igualdade de gêneros tem origem no surgimento do Movimento Feminista, no século XIX, por meio do qual muitos direitos foram conquistados. Entretanto, ideais machistas ainda perduram e geram graves consequências, como o grande número de casos de feminicídio e de violência contra a mulher. Vale ressaltar que esses ideais são muitas vezes reproduzidos pelas próprias mulheres, influenciadas por essa ideologia desde a infância, o que contribui para sua difusão. Portanto, a adoção da sororidade pelas brasileiras poderia enfraquecer a propagação da cultura patriarcal na sociedade e amenizar suas consequências. Nesse contexto, a feminista Simone de Beauvoir, no século XX, já afirmava que "o opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos". Devido às raízes patriarcais do Brasil, ainda hoje mulheres são criadas para acreditar em ideais e estereótipos machistas, bem como para julgar e competir com outras mulheres, em oposição aos princípios da sororidade de apoio, incentivo e união. Assim, para conscientizar esses homens e mulheres que fortalecem o machismo diariamente, a adoção desses princípios seria uma ferramenta primordial, pois a mudança do pensamento atual resultaria em futuras gerações mais conscientes. Ademais, evidencia-se atualmente efeitos alarmantes decorrentes do machismo. O Brasil é o quinto país em que mais ocorrem casos de feminicídio no mundo, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Além disso, mulheres sofrem constantemente com casos de abuso e violência em suas próprias casas, nas ruas, assédios no trabalho e recebem um salário menor que um homem na mesma função. Logo, percebe-se a urgente necessidade de enfrentamento à situação vigente, por meio da união e solidariedade entre as mulheres. Dessa forma, a fim de incentivar a sororidade, conclui-se que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos deve investir na criação de um aplicativo capaz de estabelecer conexões entre mulheres de uma mesma região, facilitando o contato, apoio, surgimento de amizades, além de fornecer informações, contato com psicólogos e canais de denúncia. Para promover o conhecimento e aceitação do público, o aplicativo deve ser divulgado na televisão e redes sociais. Desse modo, será possível estabelecer uma rede de apoio entre as brasileiras, freando a disseminação do machismo por meio de uma cultura de sororidade. Emily Venina Egert Rodrigues