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OPRESSÃO, FEMINISMO E DIRETO: A INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TRABALHO DE PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Aparecida Oliveira Silva
RESUMO
O presente estudo sintetiza algumas reflexões sobre a intensidade das relações de gênero e o serviço social. Nele objetivamos discorrer acerca da violência na atualidade, tomando como ponto de análise a violência quando é direcionada à mulher negra e pobre, no processo de avanço do capitalismo, bem como, a análise da referida Lei nº13,34/2006. Nessa conjuntura, se situa as formas de desigualdades do gênero, buscando compreender os desafios no âmbito social e econômico vivenciado pelas mulheres. Nesse sentido e tomando como base esses apontamentos introdutórios, vou desenvolver o estudo buscando apresentar, sinteticamente, o atual contexto do serviço social frente as demandas de violência.
Palavras-chave: Violência. Relações de gênero. Serviço Social. Sexualidade
ABSTRACT
The presente study sumarizes some reflections
Estudante de Serviço Social pela Universidade Internacional UNINTER. E-mail:cidatqn2019@gmail.com.
1 ITRODUÇÃO
O presente trabalho discute a inserção do profissional de assistência social no trabalho preventivo contra a violência das mulheres, tomando como ponto de analise o atual contexto de violência contra a mulher e os impactos no exercício profissional do assistente social. Para tanto, parto da constatação que diante da conjuntura patriarcal que vivemos, diariamente as mulheres são submetidas a incontáveis formas de violências.
Ressalto as várias formas de preconceito e exploração existentes em nossa sociedade decorrente da divisão sexual e a relação com a discriminação social, os quais tem seus fundamentos vinculados a sociedade de classe, sequer são percebidas como se fossem violência.
Saliento ademais analisar que “[...] atualmente, no Brasil, um conjunto diversificado de organizações de mulheres, articuladas em redes, impulsiona ações coletivas a partir do enfrentamento a diferentes problemáticas existentes na sociedade ou frente ao Estado” (Carmen silva,2021, p. 11). A persistência da violência contra a mulher reproduzem nas diferentes dimensões da vida em sociedade, no espaço privado e no espaço público, inclusive é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas desta questão. Neste sentido, dois aspectos fazem-se relevantes; as questões de gênero e o despeito às leis.
Diante disso, reforça-se a necessidade de garantir a continuidade dos serviços socioassistenciais essenciais para a prevenção de violações de direitos e proteção de mulheres vítimas de violência domesticas e família. Nele objetivo discorrer acerca da violência na atualidade, destacando os avanços e retrocessos, dando enfoque para a discussão do serviço social, buscando apontar os atuais desafios ao exercício profissional.
Metodologia 
Neste estudo, a metodologia adotada para atender os objetivos propostos, valeu-se de pesquisas teóricas bibliográfica com o uso de artigos publicados, livros e as legislações. 
2 Violência contra a mulher: entre avanços e retrocessos
A violência contra as mulheres não é recente, porém, o esforço para contê-la e preveni-la ocorre a partir dos anos 80, quando os movimentos feministas tornam o debate público. Até então a mulher sofria em silencio, torturas psicológicas, física, moral, sexual e patrimonial, que destrói as condições de vida das mesmas, concordando-se com a perspectiva seguinte:
A violência cometida contra a mulher é um fenômeno histórico que dura milênios, pois a mulher era tida como um ser sem expressão, uma pessoa que não possuía vontade própria dento do ambiente familiar. Ela não podia sequer expor o seu pensamento e era obrigada a acatar ordens que, primeiramente, vinham de seu pai e, após casamento, de seu marido. (RITT, CAGLIARI, COSTA, 2014, P.15).
Entretanto, a violência é um problema grave para a saúde pública, as consequências são sempre variáveis, tendo em vista que desigualdade de gênero que é a base de onde todas as formas de violência e privação contra mulheres estruturam-se.
Por que a violência contra mulher vem, cada vez mais, apresentando-se como uma questão da atualidade? Essa violência, que é estrutural em nossa sociedade patriarcal e machista, sofre influência de inúmeros fatores na sua construção e por sua vez, também causa múltiplas reflexões na vida das mulheres que sofrem quaisquer dos tipos de violência.
É sábio que [...] configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial” (Lei nº 11.340/2021). Embora sua evolução recente torna esse tema uma preocupação obrigatória não só da sociedade, mas também dos profissionais da área de saúde e as autoridades. Isso é fato, é também grave porque retroalimenta uma vulnerabilidade que consiste em importante fator de aprisionamento da mulher nesses ambientes violentos, que são assustadores, mas retratam a realidade do nosso país.
Nesse meio tempo, e tomando como base que o trabalho não daria conta da discursão mais aperfeiçoada e histórica das violências das mulheres, o delineamento da reflexão será demarcada pela discursão das violências a partir das iniciativas dos movimentos feministas, tanto a nível nacional como internacional no que decorrem uma prestação de serviços que ajudam proteger essas vítimas de atos de violência. Para tanto, o solo histórico de analises tem como referência a Lei Maria da Penha, com o objetivo que:
[...] a lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar (Lei nº 11.340/2021)
As definições da Lei apresentada podem ser analisada sob a perspectiva que a referida lei vem a fortalecer a necessária construção do direito da mulher como uma virada epistemológica a partir das experiencias das vítimas. O que, por óbvio, as entrave dessa desigualdade foram rompidas com as lutas dos movimentos feministas e sociais, inclusive, essas lutas simbólicas são históricas e tem com objetivo de buscar diretos enquanto sujeitos para as mulheres.
[...] o movimento feminista é um movimento social de mulheres por sua liberdade e autonomia e pela libertação da humanidade da dominação e exploração. Neste sentido, o feminismo questiona os princípios estruturantes desse modo de civilização em curso no atual estágio da sociedade. A resistência cotidiana das mulheres às formas de dominação e exploração às quais estamos submetidas é o manancial de onde o movimento feminista retira suas forças. O feminismo é um apoio à dimensão individual da emancipação, à autoconstrução como sujeito de sua própria vida, e, ao mesmo tempo, um instrumento para o enfrentamento coletivo da dominação e exploração das mulheres como grupo social (SILVA, 2016, p. 297).
Em ambos as definições ficam perceptível que a desigualdade criada entre homens e mulheres acaba contextualizando uma serie de violência e exclusões contra a mulheres, reproduzindo a ideia atrelada ao patriarcado de que o homem tem o controle sobre o corpo da mulher.
Essa identificação pressupõe uma compreensão a qual diante das experiencias históricas, pôde-se observar que nos últimos anos, significativos avanços foram obtidos graças os movimentos, que constitui mais uma alternativa para solucionar problemas frequentes na sociedade, inflexionando as lutar por causas sociais com maior amplitude, reivindicando a igualdade política e jurídicas. 
A Lei n. 11.340/2006, alcunhada de Lei Maria daPenha, foi criada em cumprimento a condenação do Estado brasileiro na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CEDH), em razão da apurada negligencia estatal no caso Maria da Penha Fernandes. A defesa e a luta pela sua plena efetivação constituem-se como missão de nossa organização que compreende a Lei Maria da Penha como um avanço histórico no enfrentamento à violência contra as mulheres, mesmo sendo alvo dos ataques misóginos e reacionários desde sua promulgação , tendo em vista a desigualdade e a violência de gênero manifestas em nossa sociedade.
Neste sentido, a atuação das feministas desenvolveu ações buscando garantir o atendimento e o apoio através de serviços especiais para as mulheres, como o SOS Mulher e a Delegacias Especiais de Atendimento a Mulheres. Não só as delegacias de atendimento as mulheres, centro de referência e abrigos sigilosos, mas também com o objetivo de promover políticas sociais para mulheres, em 1985 foi inaugurado o Conselho Nacional de Direitos da Mulher, para garantir condições de igualdade, esse conselho que exigiu a modificação da legislação a qual descriminava mulher.
A Lei nº 10.778/2003 que é referente a mulheres atendidas nos serviços de saúde, públicos ou privados. Posteriormente, a Lei nº 11.340/2006 que determina a criação do Sistema Nacional de Dados e Estatísticas sobre a violência domesticas e familiar contra a mulher e estabelece que todo caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime. Em 2007 deu-se o lançamento do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a mulher. Em 2015 o congresso aprovou uma Lei nº 13.104/15 que cria a classificação de feminicídio, também, a Lei 13.239/2015 que estabeleceu que a mulher vítima de atos de violência tem direito de realizar exames no SUS e outras, que representa um marco fundamental no combate a violência doméstica e familiar.
Torna-se imprescindível esclarecer que mesmo com algumas conquista legais para as mulheres, ainda á desafios no enfrentamento a Violência Contra a Mulher e a efetivação de serviços que agregue os diferentes programas e projetos, acolhendo uma política social de acolhimento, inclusive, quando se analisa a relações de gênero que é bastante diverso no Brasil em tantos aspectos, podemos constatar como ainda temos limitações e provavelmente ainda muitos obstáculos a superar, porém nos deparamos com muitos casos que ocorrem de forma reiterada dentro da sociedade.
Os contrastes gritantes da nossa sociedade racista, machista, sexista e patriarcal, revela a expressão da desigualdade de gênero e, uma enorme violação aos direitos humanos das mulheres, destacando à crença da superioridade do homem sobre as mulheres, onde visa justiçar e consentir atitudes de discriminação e perseguição contra o gênero que considera inferiores, sendo o mecanismo para ceifar a vida dessas mulheres.
Dentro deste contexto de contradições emerge a necessidade do país, entender a relação entre a violência da mulher e o capitalismo. Ou seja, o contexto sociocultural onde isso acontece deve receber uma atenção diferenciada, por isso a importância de um trabalho intersetorial, com profissionais indispensáveis, para que o problema seja abordado em todas as dimensões, com segurança pública, educação, assistência social, justiça, saúde e cultura, para que haja o efetivo atendimento integral às mulheres vítimas de violência.
Violência doméstica que não interfere somente apenas na relação do casal, mas gera consequências desastrosas para todos os membros da família. Violência intrafamiliar se pauta na questão de que ele envolveria todos os familiares que, por suas situações de vulnerabilidade, estariam sujeitos a sofrer violência. Violência de gênero é produzida e reproduzida nas relações de poder e, quando a soberania masculina se sente ameaçada, a violência aparece como um mecanismo que tem o poder de manter a ordem estabelecida.
Outras dimensões, no entanto, são mais subjetivas e manifesta-se na forma como enxergam as mulheres e em que medida as consideramos indivíduos autônomos, donas dos seus próprios corpos. Assim, quando falamos de objetificação do corpo feminino estamos nos referindo à banalização da imagem da mulher, ou seja, a objetificação feminina que desumaniza a mulher, fazendo dela um objetivo de prazer, e a obrigando a assumir papeis de submissão ao masculino.
Levando em consideração que as históricas desigualdades de poder entre o homem e mulheres implicam num forte impacto nas condições de saúde destas ultimas (ARAUJO,1998), as questões de gênero devem ser consideradas como um dos decretórios da saúde na formulação das políticas públicas.
Neste aspecto, sabemos que mulheres sofrem especial discriminação no mercado de trabalho e, no caso das mulheres negras, as dificuldades são ainda maiores, sendo vítimas do machismo, em um país que culturalmente não valoriza o trabalho feminino. Então, é importante lembrar sempre, que nosso país ainda tem uma das maiores desigualdades de gênero, principalmente no que se refere à participação política e a questão salarial.
Acrescente-se que temos um cenário muito duro de violação dos direitos humanos da mulher de forma reiterada, a exclusão de espaços de poder e decisão, como bem define Felipe Demier (2016, p. 23):
[...] o conservadorismo vem, portanto, há algum tempo, se sedimentando no tecido social brasileiro, e hoje rareiam suas manifestações epidérmicas. Em várias instancias de nossa sociabilidade burguesa periférica a hegemonia conservadora é visível. Na política, na economia, nas expressões artísticas, na educação, nas ciências, na saúde, nos esportes, nas relações efetivas e democráticas, enfim, no ramerrão da vida cotidiana, predominam, no país, práticas e visões de mundo profundamente conservadoras (DEMIER,2016, p. 23).
Partindo desse discurso, mesmo com a existência de tais leis, a danificação das políticas públicas concebe-se o avanço do conservadorismo, a crescente onda de banalização da vida e a militarização da vida social, o que, sem dúvida, é um grande desgaste na conquista do espaço feminino nas esferas do poder político. Porém essa divisão do trabalho, que nos acompanha desde a colonização, passando pela escravidão, é responsável pelo atraso social, econômico e político do Brasil. Isso mostra, portanto, que as desigualdades produzidas pelas relações saciais e de classe tem fortes consequências sobre as mulheres.
Essa desigualdade, também se manifesta nos momentos de contratação de funcionárias por sua aparência ou origem étnica, as raças são consideradas desiguais e excluídas, onde as mulheres são as mais afetadas em todas as situações, com piores salários “[...] tratar da divisão sexual do trabalho sem articulá-la com seu correspondente em nível racial, é recair numa espécie de racionalismo universal abstrato, típico de um discurso masculinizado e branco” (LELÍA, 2016). Desse modo, atos de repressão e discriminação é frequente, sobretudo, no que se refere às relações étnico raciais da questão de gênero, é possível perceber que essa circunstância se deve a questões políticas.
Nesse sentido, além dessa quantificação e distribuição de demandas, torna-se relevante o quanto a ausência da cultura de preservação e informação sobre os direitos das adolescentes e mulheres (saúde, segurança, educação, liberdade e outros) conduz à inúmeras e infelizes violações aos corpos e saúde mentais destas, que muitas vezes buscam apoio dos assistentes sociais.
De fato, mesmo sendo censurada ou controlada pela constante pressão da sociedade, os grupos de mulheres feministas constroem ações que ajudam a iniciar caminhadas buscando autonomia nas diversas concepções de violências, dando sentido as lutas políticas, inclusive, sobre a desigualdades estrutural e milenar, que reflete em todos os aspectos da vida social, no mercado de trabalho, no ambiente doméstico e na esfera pública. Dentro deste contexto de contradições impõe desafios ao exercício das ações profissionais, dentre as quais, se situa a profissão do serviço social.
3 O serviço social e a defesa intransigentedos direitos das mulheres: demandas e desafios
O Serviço Social passou por diversas mudanças ao longo das últimas anos, por meio de reivindicações da população a categoria profissional, amplia-se o espaço de inserção com os movimentos sociais e feministas em defesa da discriminação sexual, racial e do gênero. Integra, ainda, a lutam contra um processo de subjugação, de opressão e de naturalização de uma escravidão emocional, psicológica, simbólica e física imposta pelo conservadorismo.
Tal situação, leva o serviço social na contemporaneidade, a um processo de ressignificação da modalidade práticas interventivas tradicionais e emergindo novas áreas e campos de intervenção, com mudanças substanciais, obtidas no campo teórico-metodológico e na revisão do papel do assistente social.
Isso posto, marca novos rumos da categoria que engaja-se nos movimentos e lutas sociais, esse processo de inserção nas lutas populares contribuiu na renovação da profissão, com direcionamento social estratégica assumida pelo profissional, na década de 1990, num projeto ético-político para a profissão que orienta um fazer profissional comprometido com a sustentabilidade, universalização e ampliação dos direitos sociais.
Para compreendermos o processo de trabalho do assistente social, “nas palavras de Granemann, não há um único processo de trabalho no serviço social; o que existe, são diferenciados processos de trabalho” (1999, p. 163). Pois bem, o que se percebe que está profissão abrange um contexto muito grande de especificidades de processo de trabalho, é com essa concepção que o assistente social luta em defesa do projeto ético-político, profissional das políticas públicas, para o alcance dos objetivos institucionais com criação e fortalecimento de projetos assegurando a melhorias e qualidade no atendimento à população usuária.
Conforme a direção social estratégica assumida pela profissão ressaltou na revisão do Código de Ética de 1986, que culminou no Código de 1993 e traz como princípios fundamentais a recusa a qualquer forma de violência, descriminação, opressão e exclusão social. Portanto, a concepção de Direitos Humano presente no Código de 1993 vai além dos direitos concebidos na sociedade capitalista, isso porque, gera necessariamente o acirramento das desigualdades socias, a banalização da vida, dessa forma haverá um limite estrutural impondo retrocessos na viabilização e ampliação dos direitos.
Os movimentos tem gerado ação política a favor de mudanças nas condições de opressões entre os sexos. A complexidade se manifesta em uma variedade de acontecimentos, pois mulheres pobres e negras são as que mais sofrem com regressão de direitos, além de ser a parte da população que mais recorre ao trabalho de assistentes sociais, não só agredida, mas também ameaçada de morte, muitas mulheres que até se separam, denunciaram e registraram vários boletins de ocorrência, (BOs) na delegacia e, mesmo assim, continuam a ser agredidas e perseguidas pelo ex-parceiro.
Mas é importante lembrar que não existe um perfil especifico de agressor. De fato, uma quantidade significativa dos crimes graves está associada aos psicopatas, especialmente os reincidentes, alguns sinais, porém, são indícios que devem ser interpretados com cautelas e dentro de contextos mais amplo. 
É preciso articular medidas mais resistentes no combater as omissões, com ampla diversidade de mulheres, como as negras, jovens indígenas rurais e LGBT, tendo o objetivo de efetivar direitos, promovendo a integração das vítimas, com serviços de orientação jurídica e/ou psicológica, como os Centros Especializados de atendimento à mulher ou de assistência social. 
Considerando-se a violência de gênero não como sinônimo de insuficiência da mulher, mas como a violência da expressão do patriarcado, ou seja, a violência machista, originada historicamente de crenças pela superioridade do homem diante da mulher. Saffioti (2004, p. 136) ainda define:
O patriarcado refere-se a milênios da história mais próxima, nos quais se implantou uma hierarquia entre homens e mulheres, com primazia masculina. Tratar esta realidade em termos exclusivamente do conceito de gênero distrai a atenção do poder do patriarca, em especial como homem/ marido, “neutralizando” a exploração-dominação masculina.
Com dicotomias simplistas, o homem insola socialmente a mulher, de modo que ela vá perdendo o apoio e a referência de outras pessoas, com o objetivo de fazer a mulher praticamente deixa de existir enquanto indivíduo e assim fica muito mais difícil de resistir porque cria-se uma relação de dependência e, todas estas razões são reforçadas pela sociedade que ainda é machista e patriarcal.
Além da Delegacia Especializada no Atendimento à mulher (DESM), do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Juizado Especializado ou Vara da Violência Doméstica, colocado como órgão mais capacitado para realizar ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência de gênero, há vários outros serviços a que recorrer: Hospitais Públicos e serviços de saúde, Centro Especializado de Atendimento á Mulher (CEAM), Serviços de Abrigamento, Centro de Referência Especializa da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), Instituto Médico Legal (IML).
Portanto, outro elemento de analise se refere ao acesso às políticas públicas, como Assistência Social e Educação. Em suma, trata-se de um atendimento profissional que também, é um processo em continuo desdobramento na defesa intransigente dos direitos humanos, e construção de uma nova ordem social, sem dominação de classe, etnia e gênero.
RESULTADOS E DISCURSÃO
Por isso, a importância da rede de enfrentamento a violência contra a mulher ser composta por governamentais e não governamentais, portando deve levar em conta a necessidade de integração e articulação dos inúmeros serviços e instituições necessárias ao enfrentamento da violência contra a mulher. Propagam-se ainda na banalização da vida social cotidiana pela lógica do extermínio, cujos mulheres (negras e pobres) do país são as principais vítimas de violência excessivas.
O Assistente Social desenvolve e articula ação transformadora, buscando a emancipação e o autodesenvolvimento das mulheres, frequentemente a vítima se isola no plano doméstico, e não consegue manejar a pressão social e o estigma que também o atinge. Nem todas as vítimas consegue massacrar várias versões anteriores para aprender que o seu lugar não é no cenário de violência, sob esse viés, os impactos psicossociais da violência e o agravamento das desigualdades em toda as suas dimensões.
Nesse sentido, é sábio que devido ao anaço do conservadorismo e a repreensão que viola os direitos conquistados, muitos indivíduos ao ver essa ineficiência continuam violentando as mulheres. Assim essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em diversos locais como em casa e no trabalho. Isso mostra, portanto, que o Brasil é um país de ótimas leis, mas que não são cumpridas.
Tais constatações se fazem necessários a revogação de suporte para as políticas públicas e programas para que, de fato, possibilitem a efetividade necessária no combate a violência doméstica. Tendo em vista que as desigualdades produzidas pelas relações saciais e de classe tem fortes consequências sobre as mulheres, cujo o contexto de crise acirra as desigualdades e aumenta a exploração das condições de vida da mulher, desembocando no desmonte dos direitos até então conquistados.
Um primeiro aspecto a chamar a atenção foi as violações dos direitos, que pode estar relacionado, ao menos em parte, a segurança e a pobreza, que salientou o papel do assistente social frente à questão da violência doméstica.
As intervenções revelam-se instrumentos de importância para o trabalho de prevenção. Por outro lado, a ênfase nos profissionais que operam suas ações e serviços em péssimas condições, dispondo de recursos financeiros e equipes insuficientes para atender as demandas de violência, resultando de uma conjuntura social de extrema desigualdade.A precarização das condições de vida e dos serviços sociais prestados à população, se dão ao contexto de desvalorização do trabalho da categoria, cada vez mais desafiada frente à precarização das políticas sociais. “Dessa maneira, os assistentes sociais precisam persistir na luta em prol dos direitos humanos, ampliando os entendimentos em relação ao seu contexto para assim adquirirmos uma visão mais crítica da realidade” (MOURA; ARAUJO; NUNESS, 2014, P. 2).
Assim, em decorrência do padrão de políticas sociais vigentes, e do atual contexto de demandas cada vez mais complexas e imediatas demarcadas pela violação dos direitos humanos das mulheres e meninas, desafia o assistente social no sentido de:
[...] redescobrir alternativa e possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual; traçar horizontes para a formulação de propostas que façam frente à questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daqueles que a vivenciam, não só como vítimas, mas como sujeitos que lutam pela preservação e conquistas da sua vida, da sua humanidade (IAMAMOTO, 2007, P. 75)
Outro aspecto digno de nota relaciona-se à aderência relativamente alta das profundas transformações da sociedade, a precariedade dos serviços públicos que se revela cada vez mais complexa, não pode levar o profissional ao imobilismo. Nesse sentido, é necessário um profissional que deve-se apreender a vítima, analisando as relações de totalidade e principalmente considerando as determinações históricas, para não as culpar, realizando um trabalho complexo, social e coletivo, que tenha capacidade para propor, negociar e defender projetos que visem à ampliação dos direitos das mulheres.
O presente trabalho mostra que, surge a articulação das dimensões teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo, visando operações que busque viabilizar direito, resistindo às condições e a regressividade impostas pala sociedade capitalista em tempos desafiadores, com intuito de acabar com as violências
Destaca-se, então, que o combate a violência doméstica, vai além da denúncia, pois a vítima precisa de cuidados, de rede de apoio, além disso, em caso de violação dos direitos é cabível ação judicial pra a sua aplicação, faz-se a articulação entre o órgão gestor da Assistência Social, coordenadores dos serviços socioassistenciais que atendem a rede de mulheres em situação de violência.
Considerando os movimentos o passo inicial para o desenvolvimento de inovações sociais no combate a violência, pois, ao nosso ver, hoje a práxis do assistente social não si restringe a um único atendimento, mas é de suma importância para o desenvolvimento de ações no campo social e no da saúde pública.
O Estado precisa criar medidas que reforcem a lei, alinhando forças que impulsione mudanças, bem como parceria com as ONGs, em que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões passa a ser função também das instituições de educação promoverem aulas que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções culturais. A aversão à outras raças e culturas vêm da educação que os pais e a sociedade oferecem para as crianças e jovens.
4 Considerações finais
Podemos concluir então, que o comensalismo ainda presente na sociedade, impede o avanço e a materialização da Lei Maria da Penha, em todo o território nacional. A violência contra a mulher vem-se constituindo, cada vez mais, em sérios problemas em nosso país.
Apesar de algumas conquistas importantes, como; a violência e a discriminação contra mulheres, dentre outros, ocasiona um alargamento da desigualdade social e aponta que ainda temos muito a avançar.
É necessário destacar e reconhecer que a violência e o preconceito ultrapassam a ficção para revelar a realidade, essas inflexões atuais demonstram que o momento é de resistência, o ataque aos direitos, rebate diretamente nas demandas, condições e viabilidade das ações dos assistentes sociais nos mais variados espaços lócus de atuação.
A violência de gênero, na minha opinião, é uma questão de saúde pública em todos os aspectos possíveis dos problemas, e é simplesmente vergonhoso que o tema ainda não tenha a devida atenção da sociedade em geral, mas principalmente dos governantes em todas as esferas.
De fato, os movimentos e assistente sociais envolvidos com a causa devem se posicionar e lutar em favor da política, e para isso, é preciso buscar conhecimento sobre todo o contexto que envolve a violência.
Por mais que para acabar com a violência, basta proteger as vítimas punir os agressores, há necessidade também de ações sequenciadas para o enfrentamento da violência de gênero, tais como inserir essa discussão nos currículos escolares de maneira multidisciplinar; criar políticas públicas com medidas integradas de prevenção; realizar campanhas educativas para a sociedade em geral (empresas, instituições públicas, órgãos governamentais, ONGs etc.); e difundir a Lei Maria da Penha e outras instrumentos de proteção dos direitos humanos das mulheres. 
 É necessário haver mais discursão ampliada no Estado, sobre a Lei Maria da Penha, envolvendo todas as Entidades Sociais e principalmente as usuárias. Dessa forma, poderá se expor os direitos socio assistenciais das usuárias, as situações de vulnerabilidade e a identificação onde essas situações se concentram. 
Referencias;
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O feminino
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