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Mediacao e solucao de conflitos Visao Multidisciplinar

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1 
 
Sumário: 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3 
1 - A MEDIAÇÁO COMO POSTURA PEDAGÓGICA E EDUCATIVA: DO LITIGIO AO 
ACORDO ....................................................................................................................................... 16 
2 - O CONFLITO ........................................................................................................................ 28 
2.1 Tudo começa com a existência do conflito ...................................................................... 28 
2.2 Teoria do conflito proposta por Remo Entelman ............................................................. 32 
2.3 Estratégias Autocompositivas de solução de conflitos interpessoais. ......................... 35 
3 - TIPOS DE CONFLITOS ........................................................................................................... 40 
3.1 O Conflito intrapsíquico ................................................................................................. 40 
3.2 Tipos de Conflitos e Sua Resolução ............................................................................. 42 
4 – AS CARACTERÍSTICAS DO CONFLITO ............................................................................... 51 
4.1 A Escalada e Desescalada ............................................................................................. 54 
4.2 A Gestão do Conflito ...................................................................................................... 56 
4.3 O Tema central da Teoria do Conflito ........................................................................... 56 
4.4 Os Critérios na Avaliação ou Mediação do Poder ....................................................... 57 
4.5 No Ciclo Vital, fases da sua evolução ........................................................................... 58 
5. A MEDIAÇÃO ENQUANTO RESOLUÇÃO ALTERNATIVA DE CONFLITO OU DISPUTA .... 60 
5.1 Um pouco da trajetória histórica antes da promulgação da Lei de Mediação: ......... 61 
6 - A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO .......................................................................................... 67 
7 – A FUNÇÃO DO MEDIAÇÃO ................................................................................................... 71 
7.1 A Participação de um Terceiro Elemento ..................................................................... 76 
7.2 Características do mediador .......................................................................................... 78 
8 - OBJETIVOS DA MEDIAÇÃO ................................................................................................... 79 
9 - APLICAÇÃO: QUANDO E COMO DEVE SER UTILIZADA .................................................... 81 
9.1 Vantagens De Se Utilizar a Mediação ............................................................................ 82 
9.2 Etapas de um encontro de mediação ............................................................................ 83 
10 – FORMAS DE ATUAÇÃO DOS MODELOS DE MEDIAÇÃO ................................................ 86 
10.1 Principais Características da Atuação do Mediador ................................................ 89 
2 
 
10.2 Vantagens da utilização da mediação ....................................................................... 90 
10.3 Aspectos que a favorecem e não favorecem ............................................................ 91 
10.4 A Figura do Mediador .................................................................................................. 92 
11 - MODELOS DE MEDIAÇÃO ................................................................................................... 95 
11.1 Modelo Mais Utilizado para Questões Humanas: “Mediação Transformativa” ... 100 
12 - ASPECTOS COMUNS NA FORMA DE ATUAÇÃO DOS MODELOS ................................ 105 
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 108 
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 112 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Disponível em: https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-
conflitos-75989289. Acesso em: 10 de novembro de 2017. 
Esta disciplina é oportuna tendo em vista a relevância do tema enquanto atividade 
especializada e tática estratégica de manuseio com situações e contextos difíceis onde haja a 
necessidade de implementar ações profissionais e dirigidas à sua solução. Marco importante é a 
criação da Lei de Mediação 13.140 no Brasil (Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm acessado em 29 de 
maio de 2017), sancionada em 26 junho de 2015, assim como já foi regulamentada nos EUA e 
alguns países da Europa há pelo menos 35 anos. A Argentina, país vizinho, pertencente ao bloco 
da América do Sul, já conta com lei especifica há mais de 17 anos, apenas como parâmetro, a 
fim de medir a sua urgência. Sendo assim o Brasil se via atrasado neste quesito gerando 
emperramento da funcionalidade pública e também dos segmentos privados de negócios que 
envolvem interesses e a interação das pessoas envolvidas. E, não foram por falta de esforços de 
https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-conflitos-75989289
https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-conflitos-75989289
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm
4 
 
muitos juristas, profissionais da área social, política, psicológica, de constatarem os benefícios já 
conscientes do quanto esta ferramenta traria de benefícios, principalmente na agilidade e na 
capacidade de resolução, diminuindo pendências e litígios e proporcionando qualidade nos 
ambientes profissionais. 
Destacaremos pontos da história da mediação no Brasil, diante da necessidade de dar 
novos entendimentos às questões jurídicas a fim de dar encaminhamento ágil para as questões 
que sobrecarregam o Poder Judiciário. Tamanha a necessidade de resolução de conflitos e 
acordos frente aos inúmeros conflitos. Surgindo portanto como resposta a Lei 13. 140 de 26 de 
junho de 2015 que dispõe de forma definitiva sobre a matéria. 
Foi percorrido um longo caminho, inúmeras modificações e sugestões foram incorporadas 
ao que antes foi um anteprojeto significante para o cidadão brasileiro, pelo seu impulso sócio 
educacional e pela mudança cultural, no que tange, ao tratamento dos conflitos interpessoais. A 
sociedade brasileira, historicamente, vê na sentença judicial uma saída na decisão de conflitos. E 
com a Lei de Mediação há uma disposição para uma mudança de mentalidade. O presente plano 
tem como objetivo divulgar que existe outra forma mais apropriada de se lidar com conflitos, e 
que pode ser intentada pelo próprio cidadão. 
A Mediação foi se difundindo progressivamente e uma Lei que a fundamentasse sempre foi 
esperada a fim de que todos os setores pudessem incorporar tal prática como procedimento legal 
e legitimo que contribui ao que será definido no âmbito jurídico. Com isso modificando o 
paradigma apresentado de que tudo o que vai para o âmbito tem ares de maior seriedade, sem 
considerar que as próprias partes possam participar disso, auxiliando inclusive a que as 
sentenças sejam mais propícias a cada caso e não tratadas meramente no plano genérico. E 
sendo adotada em diversos ambitos inclusive na Administração Pública, a torna propicia a fim de 
diminuir o volume de processos que o Poder Judiciário concentra e emperra as tantas soluções 
que ficaram a adiadas e distantes de um tempo necessário para por fim naquela adversidade. O 
fato tempo é importante,até mesmo em se tratando de ser pontual e resoluto em muitos casos. 
Trata-se de um avanço, a promulgação da Lei de mediação brasileira, após tantos anos no 
aguardo de sua regulamentação. 
 Muitas ações ocorreram na sequencia de anos para que a regulamentação dessa prática e 
a remuneração dos seus profissionais fossem definidas. O Tribunal de Justiça criou as Câmaras 
de Conciliação em diversas cidades brasileiras, cujo apelo foi dar uma dimensão mais humana no 
trato das questões e celeridade no tocante a solução dos inúmeros processos judiciais, face a 
dificuldade de se entrar em Acordo. 
5 
 
A crença na validade da ferramenta reside na forma de estabelecer o respeito entre as 
pessoas, buscar a compreensão e melhorar significativamente a qualidade do trato humano. Bem 
como no trabalho como psicóloga dedicada a aperfeiçoar profissionais a fim de garantir 
excelência nas suas atividades e aos dramas pessoais tão presentes na vida de qualquer pessoa, 
seja da ordem que for, observa-se o quanto a capacidade de mediar é necessária. Fundamental 
por exemplo para uma família funcionar melhor quando encontra pela frente um empecilho, crise 
ou dificuldade. O número de mediadores psicólogos, médicos, educadores extremamente 
capazes tem se elevado. Todos aguardavam a publicação da Lei, pois, deixa-se de utilizar de 
forma amadora tal recurso, podendo-se exigir inclusive formação especifica para aqueles que 
forem assumir tal papel diante da importante responsabilidade que é acompanhar pessoas e ser 
facilitador do seu processo de decisão frente a um problema. Auxiliando na decisão de que 
caminho tomar. 
E foi a partir desta realidade, do acumulo de litígios em diversas esferas de temas 
humanos, que nos fizeram perceber quão esta ferramenta nos possibilita o instrumental 
necessário para colocar-nos em contato com algo melhor que persistir e manter o problema: - a 
sua solução. Seja esta da ordem interpessoal, familiar, educacional, social, coletiva, empresarial, 
policial e judiciária. 
 Mencionar os benefícios que a Lei da mediação propicia ao Brasil, sem dúvida alguma, 
está no aprendizado e estimulo a uma consciência da negociação, da busca de soluções ainda 
que se pense que não há resolução a vista. Primeiro é a mudança para uma consciência de que 
problemas existem para Todos, dificuldades e divergências de toda ordem. Isso é o comum e não 
o contrário. As pessoas se chocam entre argumentos, ações, ideias, diálogos, debates, posturas, 
posicionamentos, e também quando se associam a grupos, entidades e instituições, pois deste 
modo se identificam e distinguem-se das outras. O que mais precisamos é aprender a conviver 
com tais diferenças de opiniões e posições, o que não representa acreditar que seja pessoal; e 
muito menos que você tenha que aceitar tudo. E a outra consciência é a de que pode encontrar 
uma nova maneira de convivência que atribua a tais divergências o entendimento democrático, 
onde todas as diferenças se apresentam. É preciso percorrer toda a travessia que ela propicia até 
o novo resultado – que representará a saída, a descoberta. A inovação e a convivência 
democrática. Somos diferentes, pensamos de formas variadas, lidamos com problemas de 
maneira diferente e estamos sendo impelidos à uma transformação de cultura cujo resultado é a 
interação. De que o acordo, uma nova alternativa, que não contemple unicamente A ou B, mas 
que busque uma posição melhor que a do emperramento e a consequente não resolução. 
6 
 
O uso da inteligência favorece o fluxo da vida e a sua continuidade. A estagnação dos 
casos que ficam pendentes é um atraso. E isso contraria o princípio da mudança, pois sendo 
humanos somos capazes de evoluir. E a mudança de posição representa isso, quando bem 
aplicada. O que não precisa ser mudado, não entra em conflito. Apenas as estruturas vencidas, 
desgastadas e mal compreendidas é que carecem desse cuidado: - de promover um novo olhar e 
consequentemente uma nova postura. Também é necessário ressalvar que a Lei permite refletir 
aqui um reposicionamento da figura do Juiz, que não perde o poder e autoridade, como alguns 
poderiam pensar. É uma adequação necessária frente a casos que através de uma triagem 
podem ser conduzidos a uma justiça mais rápida e, portanto eficiente, atendendo a demanda no 
uso e beneficio do tempo. Cabendo aqui a citação do nobre Ruy Barbosa: “A justiça atrasada não 
é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”. 
A mediação é um potencial na vida do profissional e de todo aquele que está se formando 
seja em que área do conhecimento for, pois como vimos sendo uma ferramenta multidisciplinar é 
aplicada a varias áreas pelo seu potencial alcance transformador. Conhecer o assunto 
“mediação” representa aplicar esses conhecimentos que inicialmente são modificados pela forma 
de pensar. E o que é necessário se modificar inicialmente é sua forma de pensar, para que suas 
atitudes possam ser diferentes. Ter à disposição este conhecimento no corpo das disciplinas de 
cursos de graduação e pós-graduação é tornar viável que essa transformação de mentes possa 
se reverter numa cultura de pacificação da sociedade e de consciência da capacidade de elevar 
sua resolução. 
Precisamos falar que todo esse movimento no Brasil partiu do acumulo de processos e o 
emperramento da fluidez dos trabalhos, dada a essa mentalidade de incentivar que todos os 
conflitos não superados ou pouco administrados, fossem direcionados a uma estância maior, e 
que alguém com a autoridade de juiz fossem decidir o que não conseguimos. Naturalmente que 
pessoas são falíveis e o contexto não é exatamente ir contra a autoridade judiciária como forma 
de resolver problemas entre pessoas no entendimento da Lei. Muitos casos precisam realmente 
dessa condução. O que inicialmente propomos é compreender o fato de que tenha chegado ao 
limite o número de casos à espera de soluções. E é por conta disso que nossa análise precisa ir 
além de modo a indagar, que forma de pensar e condução dos ofícios, das áreas diversas 
profissionais que em não tendo obtendo uma solução razoável buscam o poder judiciário como 
forma de atender suas necessidades e que estas por suas vezes ficam retidas por anos e anos, 
tornando a vida das pessoas marcada e enfatizada sobre um fato que proporciona uma série de 
sentimentos negativos, raivosos e de desentendimento. 
7 
 
 
Disponível em: http://center-yf.ru/data/ip/konkurenciya-i-konkurentosposobnost-
predprinimatelskoy-deyatelnosti.php. Acesso em: 10 de novembro de 2017. 
Apostar numa atitude conciliatória é tornar possível que profissionais de diversas áreas se 
interessem pelo segmento, principalmente aqueles que se identificam com a estratégia de 
trabalho e sentem ter habilidade ou queiram desenvolver na negociação, conciliação e mediação. 
E que possam explorar essa área munida de conhecimentos e desenvolvimento da prática, que 
lhes proporcionem formas de solução que as melhor atendam. Este propósito tem muito a ver 
com uma pedagogia da tolerância, paciência e diversidade. Aprendemos com essa prática a 
desenvolver cidadania, os valores sociais que são cultivados a medida que nos propomos a 
facilitar as possíveis soluções que surgiram por intermédio de uma ação com conhecimento e 
treino da habilidade de negociar, mediar, conciliar. 
 Natural abordar o que ocorreu no Poder Judiciário, pois esta área é representativa pelo 
numero de casos pendentes. Sabemos que a morosidade do judiciário é um dos graves 
problemas que resultam em pilhas e pilhas de casos cujas histórias envolvem vidas de pessoas 
humanas que buscam reparação de algum tipo de dano que passaram e buscam essa instancia 
máxima de resolução. Essa foi nossa mentalidade, e que na atualidade estamos procurando 
modificar através do conhecimento como forma de consciência do diálogo e restauro da 
comunicação bem como da percepção do interesse do outro, que semprefoi algo muito distante 
da concepção das pessoas, a ultima coisa que vão observar e ponderar, é perceber como o outro 
se sente em relação ao fato que os interliga e lhes trouxe uma problemática a resolver. Digo isso, 
pois a mediação é uma ferramenta também pedagógica, que tem como propósito fazer com que 
as pessoas cresçam e melhorem seu padrão de consciência e resolução pessoal. Ao invés de 
incentivarmos o litígio, ganha espaço o entendimento e a tentativa de compreensão mutua ainda 
que não haja um acordo, mas que tenha a cultura da busca de compreender as motivações pelas 
quais as pessoas agem como tal e reagem a isso dentro de seu padrão de consciência. E que 
http://center-yf.ru/data/ip/konkurenciya-i-konkurentosposobnost-predprinimatelskoy-deyatelnosti.php
http://center-yf.ru/data/ip/konkurenciya-i-konkurentosposobnost-predprinimatelskoy-deyatelnosti.php
8 
 
quando muito dispares, tendem a se chocar pela ação de fatores específicos que alteram a 
realidade, deixando confusas as pessoas e permanecendo na mesma condição de conflito. 
Leia o artigo disponível em https://jota.info/justica/lei-de-mediacao-e-necessario-mudar-a-cultura-
brasileira-de-litigio-15012016 acessado em 29 de maio de 2017. 
A necessidade de resolver e mediar conflitos são extremamente importantes, dado o 
enorme volume de processos sem solução, distantes em atender com agilidade e em outros 
casos com urgência, para por fim a disputas e ao acirramento do conflito, que geralmente tem 
desdobramentos mais graves, quando não administrados. Distanciam-se das necessidades 
humanas, o que interfere na vida das pessoas diretamente e das que estejam ligadas a estas de 
algum modo. Permanecem em condições nada humanizadas, pois não foram atendidas, e com 
isso o ressentimento se eleva pela negligencia do Estado e outras instancias, que deveriam 
promover eficiência neste atendimento, seja do ponto de vista do individuo como da sociedade. 
Historicamente, a “judicialização” dos litígios já veio sendo combatida pelos projetos de Lei, 
tanto na linha da arbitragem (PL 406/2013) como da mediação (PL/405/2013) e 
consequentemente com a Lei de Mediação em junho de 2015, como forma de diminuir o volume 
de processos, meta esta proposta pela Secretaria de Reforma do Judiciário (SRJ) em convenio 
com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O fato de essas ações 
estarem interligadas entre tais instituições, representam que as ações são acompanhadas de um 
movimento global de desenvolvimento dos países, das sociedades, da convivência e qualidade 
de vida e bem estar de uma sociedade. O Brasil não poderia ficar defasado e nem pode viver 
essa problemática pautada na ineficiência que ainda não está totalmente resolvida por faltarem 
profissionais mediadores trabalhando em prol disso. Com isso todos os setores podem ser 
estimulados a negociar, mediar, pois essas são as metas de um desenvolvimento sustentável 
para as sociedades do mundo. 
Para Saber Mais: PL significa “Projeto de Lei”. 
PL/405/2013 Disponível em https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/114637 
PL 406/2013 Disponível em http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/114641 
Lei de Mediação 13.140 sancionada em 26/06/2015 no Brasil (Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm acessado em 29 de 
maio de 2017) 
https://jota.info/justica/lei-de-mediacao-e-necessario-mudar-a-cultura-brasileira-de-litigio-15012016
https://jota.info/justica/lei-de-mediacao-e-necessario-mudar-a-cultura-brasileira-de-litigio-15012016
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/114637
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/114641
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm
9 
 
 
Disponivel em: http://www.itamaraty.gov.br/es/component/tags/tag/7-onu. Acesso em 10 de novembro de 
2017 
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Brasil - PNUD tem o objetivo de 
contribuir no desenvolvimento humano, em programas de erradicação da fome e crescimento 
sustentável em áreas de relevância e prioridade para o desenvolvimento do país numa rede 
interativa de informação, apoio técnico e parâmetros globais. Seus projetos são desenvolvidos 
por meio de parcerias com instituições internacionais do setor privado e sociedade civil. É 
parceiro da Secretaria de Reforma do Judiciário – SRJ, desde a sua criação, em 2003 quando foi 
constituído o Programa de Modernização da Gestão do Sistema Judiciário, projeto fundamental à 
fase de estruturação da Secretaria. Desde então, a parceria com o órgão tem se fortalecido, por 
meio de quatro diferentes projetos: 
 Promovendo Equidade no Sistema de Justiça Brasileiro; 
 Justiça Restaurativa; 
 Justiça Comunitária; 
 Fortalecimento da Justiça Brasileira. 
Abaixo para a dimensão do trabalho do PNUD como parceiro de parâmetro global é 
relevante apontar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos de atuação. O 
Brasil busca esse alinhamento com as diretrizes internacionais de desenvolvimento e propostas 
globais de desenvolvimento da sociedade. E uma de suas ações mais representativas para 
colocar em ação as diretrizes internacionais e globais da cultura da sustentabilidade da sociedade 
brasileira, está em promover tais ações como as identificadas na imagem bem como o incentivo à 
compreensão humana, da aceitação das diferenças, da cultura do acordo, pacificação e 
negociação em diversos segmentos, onde a mediação possa atuar de forma profissional. 
http://www.itamaraty.gov.br/es/component/tags/tag/7-onu
10 
 
 
Disponível em: https://redeglobo.globo.com/Responsabilidade-Social/eu-sou-geracao-do-
amanha/noticia/definicao-dos-ods.ghtml. Acesso em: 10 de novembro de 2017. 
Francisco José Cahali & Thiago Rodovalho (2015) corroboram com tal necessidade da 
ação da Secretaria da Reforma do Judiciário – SRJ, que já vem ocorrendo a alguns anos e segue 
pós a Lei de Mediação (2015) , apontando que: 
“a cultura da litigiosidade se encontra arraigada em nosso país, que conta 
com cerca de 90 milhões de demandas judiciais em andamento – uma média 
de 1 processo para cada 2 habitantes. Apenas para efeitos de comparação, 
na Austrália, há 1 processo para cada 6,4 mil cidadãos. O II Pacto 
Republicado de Estado por um sistema de justiça mais acessível, ágil e 
efetivo, firmado entre os 3 Poderes da República (Diário Oficial da União de 
26/6/2009), destacou a necessidade de “fortalecer a mediação e a 
conciliação, estimulando a resolução de conflitos por meios autocompositivos, 
voltados à maior pacificação social e menor judicialização (...) 
Continuam ainda os autores no destaque, que: 
(...) “De igual forma, propõe que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ e o 
Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP incentivem a inclusão nos 
conteúdos programáticos de concursos públicos para o ingresso nas carreiras 
https://redeglobo.globo.com/Responsabilidade-Social/eu-sou-geracao-do-amanha/noticia/definicao-dos-ods.ghtml
https://redeglobo.globo.com/Responsabilidade-Social/eu-sou-geracao-do-amanha/noticia/definicao-dos-ods.ghtml
11 
 
do Poder Judiciário e do Ministério Público, respectivamente, de matérias 
relacionadas à mediação, como método alternativo consensual de prevenção 
e resolução de conflitos”. 
As ações integradas tem sido realizadas em diversos segmentos bem como a criação de 
cursos de formação de mediadores, para atuação em Camara de mediação privada e cursos 
credenciados pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, para mediadores trabalharem no poder 
judiciário. Sendo que a profissionalização desta carreira nos tribunais é o ponto em questão, pela 
não remuneração, ainda não aprovada em muitos dos núcleos criados pelo país. O que é uma 
questão de tempo até a inclusão dos mediadores no quadro de profissionais efetivo e contratado 
para essa atribuição. As demandas existem em diversasfrentes e a contribuição social e 
pedagógica é valiosa. Apontando para uma política social que investe na pacificação e na cultura 
do entendimento, do dialogo; seja de âmbito privado e público. 
Na esteira da formação de profissionais mediadores, é natural que o desdobramento das 
práticas conciliatórias envolva a formação dos profissionais em cursos de graduação e pós-
graduação. É a partir da formação universitária que se constrói a consciência critica e princípios 
que os preparem desde então a tornarem-se agentes multiplicadores dessa visão e facilitadores 
dessa estratégia de resolução de conflitos entre pessoas envolvidas no trabalho, família, contexto 
social, corporativo, político e outros. 
 Com o trabalho do mediador, há validade o acordo extrajudicial selado - um contrato, em 
que as partes reestabelecem e dialogam, chegando a uma conclusão do caso que as aflige. 
Sendo feito previamente sem a presença do juiz, mas com total validade quando acordado pelas 
partes, pois expressam a vontade das partes, a partir do conhecimento do que fundamenta a 
motivação por determinada posição. Muito benéfica será esta parte para a sociedade como um 
Todo, incentivando-nos a dialogar sobre as dificuldades e problemas que surjam e 
necessariamente desenvolver um aspecto cidadão importante de gerar menos problema possível. 
A expressão de seus ódios, mágoas e ressentimentos nem sempre é resolvida na esfera judicial, 
pois elas continuam vivas na intimidade e necessariamente não se encerram quando há uma 
sentença/decisão do tribunal. Certas pessoas, conforme a distorção dos fatos e de sua 
personalidade procuram meios legais como forma de expressar força, poder e temeridade. E 
deságuam suas problemáticas, fazendo mal uso da justiça para fins que jamais serão cumpridos, 
pois, não há acordo que venha a satisfazer se não houver da parte de ambos o sentido maior do 
beneficio de não permanecer numa posição acirrada, rígida. Buscando na justiça uma forma de 
perpetuação do problema e sua não resolução, daquilo que é de ordem intima. 
12 
 
Como modelo dessa mudança de paradigma no Brasil – de uma cultura que incentiva o 
litígio para uma que adota a pacificação e os meios extrajudiciais como suporte para as decisões 
e com isso a resolução , o surgimento da Lei especifica veio contribuir com uma nova 
mentalidade que passou a ser adotada, tendo como pontos de partida a data de 02 de junho de 
2015 quando o Senado aprovou o Projeto que regulamenta a Mediação para a solução de 
conflitos, e em caráter de urgência no dia 26 de junho a Lei 13.140/2015 (com link disponível 
acima) sancionada pela Presidência da Republica. Que trata do uso da mediação para solução de 
conflitos, inclusive em questões que envolvam a administração pública. O objetivo é que por meio 
de acordos possam ser reduzidos o volume de processos no Poder Judiciário. E também 
regulamentando a mediação judicial e extrajudicial como forma de solução de conflitos, cujo 
acordo tem legitimidade, em vista da expressão da vontade das partes e devendo ser cumprido 
pela tomada de decisão. O aspecto pedagógico também é relevante, no incentivo a tomada de 
decisão, menor violência, aprendizado de que posições distintas são comuns e passiveis de 
ocorrer e que podem ser observados pontos em comuns, respeitando-se os princípios e valores 
humanos bem como a importância do dialogo. 
 
 
Disponível em: https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-
conflitos-75989289. Acesso em: 10 de novembro de 2017 
Este instrumento (acordo entre as partes na linha extrajudicial) tem como objetivo 
desafogar não só a Justiça, antes mesmo de uma decisão nos tribunais; como da qualidade de 
vida resultante de uma mentalidade que lida e desobstrui os impedimentos e dificuldades 
https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-conflitos-75989289
https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-conflitos-75989289
13 
 
encontradas em qualquer área ou atividade. O que não impede a decisão judicial e nem mesmo 
deixa de dar-lhe credibilidade, ao contrário, oferecendo subsídios pelo fato das partes estarem 
sensibilizadas e poderem elas mesmas chegar a uma proposta comum, pois tiveram a 
oportunidade de dialogar a respeito do problema. Com isso a mentalidade de pacificação, 
compreensão mútua, tolerância e adversidade são exercidas. A mediação retoma o seu caráter 
num contexto humanizado, perdido pelo distanciamento exercido quando creditam à justiça a 
forma de resolver algo que não conseguiram e envoltos em sentimentos e emoções que não 
cabem ao judiciário dominar. Pois os conflitos ali são tratados numa ótica mais objetiva e da 
aplicação da Lei como regra de manter a ordem da sociedade. No entanto muitos casos 
solucionados judicialmente não contemplam na sua expressão maior, a da pessoa. Pois não dão 
conta de solucionar determinadas perdas, mágoas e ressentimentos onde não existem 
compensações indenizatórias que venham suprir. A mediação na sua porção humana 
proporciona o maior ganho: - enxergar o ponto de vista do outro além do seu, fazendo as pessoas 
saírem da posição de vítima e defenderem cada qual seu ponto de vista, mas numa concepção 
de uma mentalidade que une, integra, auxilia, fortalece e conclui. Portanto define e liberta. Assim 
faz a sociedade olhar para frente. Diferente de posições que desagregam, estimulam a violência, 
são parciais e não representam a pessoa e sua dignidade, a coletividade. Talvez o maior ganho 
da medição enquanto recurso estratégico seja este de trazer de volta a condição humana às 
pessoas envolvidas em conflitos, diminuindo a ignorância, a brutalidade, agressividade e violência 
crescente na constante escalada. 
Para Saber Mais: 
Aqui um modelo das bases de um contrato de mediação extrajudicial Disponível em 
http://www.conima.org.br/regula_modmed acessado em 3 de maio de 2017. 
É positivo que a partir do segundo semestre de 2015 no Brasil, o prazo para adaptarmos e 
prever todos os serviços para a aplicação da mediação como atividade técnica exercida por 
pessoa imparcial que não tem poder de decisão, mas, que auxiliará as partes envolvidas a 
encontrarem soluções consensuais, e encaminharem ao juiz a formalização do acordo, e em 
demais situações que não jurídicas, o ganho de uma compreensão diferente de antes, a fim de 
por fim ao problema comum. Ao invés de investir na agressividade e violência, educarmos a 
pessoas para uma convivência democrática, em que as diferenças existem, sendo possível 
compreende-las e buscar meios de solução. 
A aprovação do Novo Código de Processo Civil (NCPC) em 16 de março de 2015 através 
da Lei 13.105 substituiu o CPC do ano de 1973, quando entrou em vigor em 16 de março de 
2016, conforme informado pela Presidência da República. Tem base democrática, foi elaborado 
http://www.conima.org.br/regula_modmed
14 
 
por um grupo de juristas e tramitou pelo menos por quatro anos até sua aprovação. Obteve a 
participação de sugestões por parte de cidadãos e tendo diversas audiências publicas para a sua 
formulação. Contém avanços quanto a agilidade processual com fins de desafogar os trabalhos 
do judiciário, a diminuição de qualquer atos protelatórios e a uma uniformidade jurisprudencial em 
casos repetitivos. Para contribuir com o paradigma da “justiça rápida” aplicada a seu tempo a fim 
de não perder validade. 
Para Saber Mais: 
Disponível em http://www.conima.org.br acessado em 29 de maio de2017 
Foi criado em 24 de novembro de 1997, o Conselho Nacional das Instituições de Mediação e 
Arbitragem – CONIMA, cujo objetivo é reunir associados como pessoa física bem como 
instituições e entidade de mediação e arbitragem de todo o país. Destina-se ao cumprimento das 
normas técnicas, da ética dos profissionais, do incentivo a cursos e criação de novas entidades 
que tenhamcomo atividade a mediação e arbitragem. Além de congregar profissionais envolvidos 
com a excelência desta atividade e poder criar meios de interação entre estes. Disponível em 
http://www.conima.org.br acessado em 29 de maio de2017 
É um marco importante para a sociedade e muito aguardado a fim de dar prosseguimento 
às diversas matérias envolvidas de âmbito civil. E promoveu a base para a aprovação da Lei 
9.307/96 de Arbitragem cujas alterações foram sancionadas em 26 de Maio de 2015, havendo 
também alguns dispositivos no NCPC versando sobre o tema. Na arbitragem em especifico as 
partes conflitantes aceitam que haja a existência de um terceiro elemento de sua confiança que 
decidirá o caso visando solução. Sendo esta uma característica da heterocomposição. A Justiça 
Trabalhista, não se favorece do recurso da mediação, e deverá criar mecanismos próprios para a 
celeridade no julgamento das suas causas.Havendo ainda adaptação em qual abrangência será 
utilizada. 
Sendo assim, entendemos ser extremamente útil a elaboração desta disciplina de forma 
prática e de fácil compreensão, considerando a abrangência de todos os profissionais que podem 
fazer uso desta ferramenta. Com linguagem acessível a todas as classes profissionais. Tornando-
se um recurso didático para os estudantes de graduação, estagiários, gestores, escolas, 
empresas, delegacias, profissionais de cartórios cíveis, advogados, profissionais do judiciário, 
centros de mediação, médicos, educadores, pais. Todos aqueles que visam aprender a utilizar o 
recurso da mediação como forma de solução de conflitos de forma fácil, como são os casos do 
segmento da educação, famílias, condomínios, associações e clubes onde muitas pessoas 
http://www.conima.org.br/
http://www.conima.org.br/
15 
 
convivem e fatalmente se veem em torno de conflitos. Também vale acrescentar mais uma vez, a 
implantação de camaras de mediação privadas, que crescem a fim de contribuir para essa 
mentalidade de menos incentivo à problemática e mais estímulo ao entendimento e acordo. 
 Para Saber Mais: 
Lei 13.105 Disponível em http://vamosconciliar.com/docs/Lei_n_13.105_2015.pdf Acessado em 
29 de maio de 2017 (aborda a legislação pelo Novo Código de Processo Civil relativo a 
Arbitragem, Conciliação e Mediação. 
Lei 9.307/96 de Arbitragem Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm 
Acessado em 29 de maio de 2017, a título de interesse para conhecimento da legislação 
especifica de arbitragem. 
http://vamosconciliar.com/docs/Lei_n_13.105_2015.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm
16 
 
 
1 - A MEDIAÇÁO COMO POSTURA PEDAGÓGICA E EDUCATIVA: DO LITIGIO AO 
ACORDO 
 
 
Disponível em: https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-
conflitos-75989289. Acesso em: 10 de novembro de 2017. 
A natureza da mediação não é essencialmente jurídica, chegou até ela pelo movimento da 
Reforma do Judiciário havido no Brasil face ao acumulo de processos, a demora em tratar dos 
conflitos e a perspectiva de se modificar a mentalidade das pessoas envolvidas nestes conflitos. 
O que vemos ser chamado de “Cultura da Pacificação”. Trabalhando também a mentalidade das 
pessoas ao compreender que elas podem chegar a um termo comum e o quanto isso pode ser 
proveitoso ao evitar conflitos perpetuados no tempo em face de dificuldade de se estabelecer um 
acordo. O incentivo da cultura da pacificação existe para mobilizar profissionais e pessoas da 
sociedade civil a compreender que vale muito a tentativa de acordo e o quanto isso é didático no 
sentido de investir em uma pedagogia de vida que faz a vida fluir e seguir com a capacidade de 
enfrentamento, dialogo e o restauro das posições de antes. Dando fim ao conflito mediante a 
compreensão das partes e a tentativa de uma solução que seja favorável a ambos. 
 Se existem litígios com diferentes intensidades é possível compreender que haja alguns 
que possam ser resolvidos pelas próprias pessoas envolvidas desde que instrumentalizadas e 
https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-conflitos-75989289
https://pt.slideshare.net/iGovExplica/a-mediao-como-mtodo-alternativo-de-soluo-de-conflitos-75989289
17 
 
tendo a facilitação de um profissional. Esse pensamento de mudança de um Estado Jurídico que 
é a instancia máxima de decisão, porém direcionado a casos de maior complexidade é que se 
transformou no sentido de fazer as pessoas compreenderem que milhares dos casos que atolam 
o poder judiciário podem ser resolvidos com celeridade (agilidade) e mais próximos das intenções 
de cada qual envolvido na situação. Disso surgem subdivisões de trabalhos que dão fronteiras ao 
que cada uma irá tratar: a conciliação e a mediação, que é relativa a temas humanos, que 
envolvem em boa parte uma questão de compreensão das partes, percepção do outro e das suas 
motivações para tal conflito ocorrer. Lembrando sempre que os choques são inevitáveis. 
Conforme artigo de minha autoria, Ricotta (2017), publicado em 16 de março de 2017 no 
portal https://focados.com.br no seguinte link https://focados.com.br/2017/03/16/mediacao-e-
negociacao-ferramenta-profissional-de-solucao-de-conflitos-para-destravar-obstaculos-que-
demandam-tempo/ extraio alguns trechos que considero interessantes para o entendimento da 
mediação e negociação como ferramenta de trabalho útil para destravar problemas e encurtar ou 
abreviar o tempo na sua solução. 
A mediação de conflitos é uma importante ferramenta para o profissional especializado, 
que tem em sua realidade a necessidade de resolução das dificuldades do trato das questões 
humanas. Sua utilização enquanto prática de resolução alternativa de conflitos (que não judicial) 
visa uma solução pacificadora, além de ser pedagógica no sentido de propiciar uma espécie de 
aprendizado na diminuição das arestas, de uma melhor aceitação de opiniões ainda que 
diferentes, apontando ser possível a compreensão. É fato que essa ferramenta não pertence 
unicamente ao mundo jurídico, é aplicada em diversas áreas onde exista a necessidade de um 
acordo a fim de termos a necessária continuidade e fluidez para que a vida possa seguir para 
ambos os envolvido. Até porque a sua existência reside na criação de um impasse, de forças de 
interesses antagônicas que não encontram uma saída comum por alguma razão, seja porque 
uma das partes não se sinta contemplada, seja porque entrar em acordo representa a resolução e 
para aqueles cujo objetivo é perturbar o outro ou até mesmo incomodar e fazer-se presente de 
algum modo, o problema é uma forma de ligação que ainda as partes possuem uma com a outra, 
ainda que haja o desprazer. Não é agradável para ninguém ter um problema crônico, que não se 
resolve. Mas se o seu propósito intimo for “ter o controle e o poder sobre as pessoas envolvidas 
ou sobre seus interesses”, está criado o impasse e a necessidade de perder tempo com isso. Nas 
relações de trabalho a mediação é muito útil, pois ao nos encontrarmos em crises que emperram 
determinado objetivo, esta surge como promotora de um novo equilíbrio, extremamente 
necessário para que os trabalhos prossigam e não se distancie do objetivo maior. Se o enfoque 
permanece na obtenção de poder, o propósito é o ego das pessoas envolvidas e não a produção 
de trabalhos. E nenhuma empresa sobrevive disso por isso até que precisa ter regras claras que 
https://focados.com.br/2017/03/16/mediacao-e-negociacao-ferramenta-profissional-de-solucao-de-conflitos-para-destravar-obstaculos-que-demandam-tempo/
https://focados.com.br/2017/03/16/mediacao-e-negociacao-ferramenta-profissional-de-solucao-de-conflitos-para-destravar-obstaculos-que-demandam-tempo/
https://focados.com.br/2017/03/16/mediacao-e-negociacao-ferramenta-profissional-de-solucao-de-conflitos-para-destravar-obstaculos-que-demandam-tempo/18 
 
venham gerir todos os seus processos e produção. E solucionar conflitos é uma prioridade como 
forma de evitar situações emperradas que impedem a evolução do tramite dos trabalhos sem 
contar a qualidade do clima organizacional, muito importante e um direito aos profissionais, o de 
ter ambiente profissional salutar. 
Dependendo do conflito é possível lançar-se da conciliação, arbitragem e mediação – 
recursos distintos e aplicados em situações de resolução de conflitos diferentes. Não são a 
mesma coisa apesar de todos eles objetivarem a solução de conflitos. A conciliação é indicada 
quando há uma divergência clara e esta é a promotora do conflito, sendo possível recuperar o 
dialogo a fim de uma solução favorável a ambos. A arbitragem é quando as partes envolvidas não 
entram em acordo, e não resolvem de forma amigável, necessitando de um árbitro que venha 
decidir por elas. A mediação tem como propósito recuperar o dialogo frente ao conflito existente, 
onde a figura do mediador é fazer com que as partes cheguem a uma conclusão. E a solução 
alternativa de conflitos, assim chamada é o que auxilia a desobstruir a justiça, promovendo o 
entendimento mutuo e direcionando para a sua solução. Portanto como viram a abrangência da 
mediação é extensa. Podendo ser empregada em diversos setores e necessidades. E para isso 
conta-se com modalidades distintas na sua aplicação, daí a diferença entre elas apresentadas. 
Para cada caso utilizaremos uma ferramenta. Interessante diferenciarmos aqui no inicio deste 
livro para que o leitor desde então possa verificar as nuances distantes de cada tipo, ainda que 
possam estar todas as características reunidas numa só. 
 
O caráter democrático da mediação é também um fator muito interessante. Sendo utilizada 
por diversos tipos de profissionais e locais de trabalho: - universidades, corporações, fórum de 
justiça, escolas, famílias, delegacias de policias. 
 
Este recurso permite tornar as relações humanizadas, pois as falhas existem e as pessoas 
são humanas. Cometem erros, fazem julgamentos apressados, abrem concorrência e competição 
com outra pessoa, divergem em opiniões, fazem disputa de poder e outras atitudes. E em 
cometendo equívocos ainda que seja difícil admitir, são geradoras de problemas. Por isso 
pessoas não envolvidas com o caso em si, são apropriadas para lidar com a questão, e quando 
instrumentalizadas pela ferramenta Mediação e com a neutralidade no caso, é possível ir de 
encontro a uma saída positiva para ambos, sem que haja algum tipo de desvantagem. 
 
Pensamos de determinada forma e quando nos deparamos com as razoes que estimulam 
uma pessoa a agir desta ou daquela forma frente ao impasse, é possível apostar na mudança de 
posição – o que promoveria outra interação. E com isso a proposta de uma solução diferente. A 
de poder ver o outro diferente de si, se colocando-se no lugar dele, enxergando 
19 
 
suas motivações frente a posição adotada. Onde até então se desconhecia. Indo para outra 
esfera e dimensão onde não tão somente habitam os interesses particulares e estritamente de 
interesses pessoais. 
 
Quando falamos da integração profissional necessária como garantia de um clima positivo, 
da participação dos profissionais em determinado contexto, não podemos abrir mão de que o que 
mais interessa, é o trabalho. E muitos costumam se esquecer de que em função das suas 
questões pessoais, fazem desaguar aspectos emocionais, dificuldades pessoais que de algum 
modo veem interferir na qualidade e fluxo da comunicação e da postura das pessoas que 
partilham um mesmo ambiente, como pode ser o caso de uma família, de um grupo, de uma 
instituição ou empresa. 
Investir na qualidade das relações humanas e na capacidade das pessoas mediarem seus 
conflitos é tornar os contextos mais próximos da boa comunicação, da busca pela compreensão, 
do uso da inteligência. Mediar conflitos representa a aquisição de uma terceira posição diante das 
partes envolvidas, possibilitando uma nova solução, antes não pensada. 
Aprender e desenvolver o recurso da mediação tende a facilitar o clima e o ambiente do 
contexto em que está inserido, como dissemos acima (podendo ser na família, no grupo de 
trabalho, entre amigos), bem como propiciar uma cultura da negociação - que aceita a 
diversidade e aposta na conciliação dos interesses. Onde necessariamente não será 
contemplado A nem B e sim uma terceira posição que os distancia dos radicalismos, das visões 
preconcebidas da situação vivida, buscando contemplar os interesses de ambos. 
Pensar na mediação como forma de viabilizar acordos, é tratar os problemas na 
perspectiva da sua resolução, compreendendo que diante das adversidades e diferenças, existe 
uma didática implícita, que te propicia o aprendizado em lidar com situações difíceis sem 
considerá-las extremamente difíceis ou sem saída. Mas havendo alguma antes não identificada 
ou pensada. 
A ONU (Organização das Nações Unidas) indica e posiciona a mediação como estratégia 
de pacificação e busca de equanimidade na sociedade. Com essa afirmativa, temos mais uma 
aval, que nos aponta estarmos trilhando o caminho certo. Ban ki – Moon, Secretário Geral da 
ONU em Junho de 2012 divulga o documento “Diretrizes para Uma Mediação Eficaz” a todas as 
nações de modo que estas façam cumprir tais diretrizes; escrevendo no prefácio o seguinte: “A 
mediação é um dos métodos mais eficazes para prevenir, gerenciar e resolver conflitos. Para que 
seja eficaz, entretanto, um processo de mediação exige mais do que a nomeação de uma 
20 
 
personalidade eminente para atuar como terceira parte. Com frequência, as partes em conflito 
precisam ser convencidas sobre os méritos da mediação, e os processos de paz devem contar 
com um amplo apoio político, técnico e financeiro. Esforços de mediação ad hoc e mal 
coordenados – mesmo quando empreendidos com a melhor das intenções – não ajudam a atingir 
o objetivo de alcançar uma paz durável”. 
 
Ban-Ki Moon. Disponível em: http://newssourcegy.com/news/ban-ki-moon-for-one-hour-stop-in-
guyana/. Acesso em 10 de novembro de 2017. 
Ressalta-se aqui que a ferramenta mediação é utilizada em ambitos e contextos diversos, 
e tendo repercussões globais. O ponto a refletir é que a promulgação da Lei no Brasil está na 
esteira dos acontecimentos internacionais, inserida neste contexto de desenvolvimento dos 
povos, sociedades e nações. Não tendo como premissa de que a área da mediação seja 
essencialmente jurídica ou criada para dar conta dessa demanda. A mediação é mais ampla e 
abrangente na sua aplicação e o lançamento deste documento aponta para isso: - a evolução dos 
países e as diretrizes para que as sociedades possam se desenvolver e criar mecanismos cada 
vez mais estratégicos de solução para todos os problemas, observando-se nas palavras de Ban 
Ki Moon que é na consciência e trabalho efetivo das pessoas que devemos investir, tendo que 
haver vontade política, econômica e técnica. Se não mobilizamos os profissionais a pensarem 
dessa forma conciliatória que inspira o acordo, estaremos diante do que sempre ouvimos das 
pessoas em sociedade: - da agressividade e violência, da ausência de humanidade na sociedade, 
nos interesses econômicos que essencialmente fixam-se nesse propósito desconsiderando as 
demandas das pessoas, na ausência de políticas públicas que acabam gerando exclusão, 
http://newssourcegy.com/news/ban-ki-moon-for-one-hour-stop-in-guyana/
http://newssourcegy.com/news/ban-ki-moon-for-one-hour-stop-in-guyana/
21 
 
extermínio, conflitos raciais, e enfim como muitos temas sociais são tratados. Havendo, pois a 
necessidade de intervenção. 
Para Saber Mais: Aqui apresentamos o documento “Diretrizes para Uma Mediação Eficaz” criado 
em junho de 2015 pela ONU a todas as nações de modo que estas façam cumprir tais diretrizes. 
Disponível em: 
http://peacemaker.un.org/sites/peacemaker.un.org/files/GuidanceEffectiveMediation_UNDPA2012_pt_Jun2015correction_0.pdf acessado em 5 de janeiro de 2017. 
A ONU registrou também a mediação como instrumento eficaz para tratar de conflitos tanto 
interestatais como intraestatais, com a criação do Manual das Nações Unidas sobre resolução 
pacífica de disputas entre Estados, publicado em 1992. Outro ponto relevante de análise para 
dimensionarmos a abrangência da mediação no cenário mundial e global. 
 
Disponivel em: http://www.un.org/spanish/News/story.asp?NewsID=34863#.WjLHi1WnGCg. Acesso 
em: 10 de novembro de 2017. 
Na Administração Pública a Lei 13.140 de 26 de junho de 2015 (disponível acima) dispõe 
sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a 
autocomposição de conflitos. O objetivo é diminuir o volume de processos por meio de acordos 
no Judiciário. O que resulta num benefício enorme à sociedade, no aceleramento das resoluções 
das disputas que poderão ter uma solução mais ágil. 
http://peacemaker.un.org/sites/peacemaker.un.org/files/GuidanceEffectiveMediation_UNDPA2012_pt_Jun2015correction_0.pdf
http://peacemaker.un.org/sites/peacemaker.un.org/files/GuidanceEffectiveMediation_UNDPA2012_pt_Jun2015correction_0.pdf
http://www.un.org/spanish/News/story.asp?NewsID=34863#.WjLHi1WnGCg
22 
 
Compreender que a Mediação é uma resposta aos impasses que a sociedade vivencia 
tanto no plano das suas interações interpessoais como de ampla abrangência, institucional, 
corporativa, privada, publica, familiar, escolar, social. Enfim, entender que geramos problemas 
cotidianamente, pois ao sermos e pensarmos de forma diferentes estes geram atritos e 
afinidades. Se a convivência é boa, as pessoas buscam meios para solucionar, pois não é 
interesse manter o problema, pois não há disputa de poder envolvida e sim necessidade de 
compreensão para se dar prosseguimento na interação ou vinculo. Quando há disputa de poder o 
laço da proximidade, desaparece, pois a parte necessita fazer da sua ação um modo de 
demonstrar que está superior a isso. Todo conflito tem em si uma carga contida que envolve a 
distribuição deste poder entre as pessoas envolvidas e quem terá a habilidade de circular a 
tensão para que se evite a explosão que nutre o impasse. Quando menciono “explosão” refiro-me 
a essa tensão interna que explode dentro da pessoa e faz com que ela busque compensações 
para demonstrar campos de forças. A ignorância leva a disputa, quanto mais há falta de alcance, 
mais há discrepâncias que contribuam para a integração e união das vontades. 
O homem na sua supremacia, para não dizer arrogância e intolerância, de acreditar que 
pode dar conta de tudo, procura em suas ações uma maneira de impor suas posições, crendo 
que o que quer que ocorra, é o que deve ocorrer. E ao viver contrariedades e permanecer 
irredutível, irá se sentir convidado ao desafio, respondendo às situações de maneira rígida e 
endurecido. E procurará manter-se assim diante da própria vida e causando novos outros 
conflitos com as demais pessoas a sua volta, que porventura venha interagir. Pelo simples fato de 
acreditar que deste modo, tem o poder. Buscando resolver seus conflitos na base da imposição 
do poder e controle total para não perder, como se isso fosse símbolo de fraqueza ou 
rebaixamento de sua pessoa diante do outro. Admitindo que tudo o que o contraria é uma forma 
de atacá-lo. Tornando tudo muito pessoal. Forçando a outra parte a aceitar suas condições como 
sinônimo de subjulgo. Impõe sua vontade e entendimento da realidade como se a sua visão fosse 
a única, e, como se não houvessem outros pontos de vista. Desconhece por completo que 
haveria o entendimento caso se dispusesse a adotar uma posição conciliatória e intermediária 
entre o querer de um e de outro. Tudo aquilo que um acordo pode oferecer. 
O que faltaria perceber ao perfil dominador é que, o que lhe falta é dar-se conta de seus 
próprios conflitos, daqueles criados em sua própria intimidade, ligados a sua percepção particular 
e aos sentimentos que conspiram em sua órbita. Fazendo eclodir esta realidade interna para 
outras esferas da sua vida e gerando novos conflitos para si e para demais pessoas. E quando se 
derem conta de que os conflitos são constantes na vida, e que aqueles de motivação afetiva 
devem ser tratados neste âmbito: - do plano emocional e psicológico, muitos estragos já terão 
23 
 
sido feitos. E sua humanidade perdida. Naturalmente que pode ser retomada a partir de ações 
geradoras de integração e participação e da busca de novas alternativas que expressem a fusão 
ou comunhão entre as partes, possibilitando harmonia e equilíbrio. 
 No plano das decisões e negociação diante de interesses objetivos, por exemplo, em 
situações profissionais, é possível ser mais definido o afastamento das motivações pessoais, 
emocionais que fatalmente viriam a interferir na análise e respectiva decisão. Sendo assim a 
percepção do ponto em questão sem a interferência dessas questões pessoais que não 
representam o interesse maior, no caso o interesse de uma empresa em jogo. A busca de 
solução se torna mais eficiente, pois os critérios envolvidos são claros e nítidos. Determinadas 
atividades e obras tem claro que o principio maior está no trabalho em si e não nas questões 
particulares que venham promover alguma ruptura. O mesmo se dá quando temos algo muito 
importante a perder, podendo-se negociar com mais facilidade tendo em vista o prejuízo da sua 
perda. É mais fácil aceitar determinadas condições que perder algo valioso seja do ponto de vista 
pessoal, emocional, afetivo. Portanto algumas situações de conflitos se resolvem por si só, a 
medida que é conhecida a relevância do que está em jogo. E com isso o manejo dessas variáveis 
pode ser estabelecido e com isso o seu equilíbrio. 
Muitas situações ficam travadas em torno de uma contabilidade pessoal, motivada pelo 
sentimento de vingança, raiva, despeito e inveja. Nestes casos qualquer conflito de interesses 
precipita aspectos que estão submersos, trazendo a tona com uma atitude de não colaboração, 
de resistência passiva (o não fazer que agride e que é para incomodar, atitude de ignorar e tornar 
o tema indiferente, quando na verdade não é. Atua-se com máscara, sem exposição clara do que 
sente. Escolhe uma outra forma de agredir que não a explicita, daí a alusão de “passiva”). Essa 
forma de calcular o ganho e perda é descrita por Remo Entelman de “cálculo affectio” (que 
poderão ter mais clareza, nos capítulos a seguir), onde o agente do conflito não busca o acordo 
como forma de permanecer incomodando a outra parte e até mesmo de não colaborar para a 
solução efetiva. Trata-se de uma armadilha dos humanos, na sua porção destrutiva, pelo bel 
prazer de não permitir que o outro ganhe ainda que tenha se chegado a uma solução favorável. É 
caracterizada pela intransigência desta parte, que mesmo chegando a um acordo irá buscar outra 
via para retomar como forma de não livrar a outra parte. É mais comum do que se imagina. 
Exemplo: casos de separação conjugal, divórcio, disputa de guarda. 
Outra visão do conflito de proporção coletiva, que podemos dizer que é a maior expressão 
da carga de conflito que se pode conceber na humanidade, e marcam desde o inicio dos tempos, 
que são as guerras, as disputas territoriais e interesses financeiros. Ficaram marcadas na história 
da humanidade até os dias atuais e representam o maior poder de destruição entre os povos já 
24 
 
vistos. Dada as proporções existem outras “guerras” no sentido metafórico, com poder de 
destruição e danos na vida das pessoas, seja de esfera individual, familiar e na sociedade como 
um Todo. Cujas consequências emocionais são de difíceis de reparação. 
As guerras são dimensionadas nos seus interesses territoriais, econômicos e outros; 
havendo distanciamento do quão destruidor será para as pessoas no seu sentido individual, 
familiar e social. É devastadora. E os países em guerra só se reconstroemem vista da ação das 
pessoas que buscam na integração e vontade humana o desejo de transformar aquela realidade 
e acabam por reconstruir a realidade destruidora que a guerra lhes proporcionou. Somente por 
isso. Se existir o empenho e sentimento das pessoas em prol da reconstrução isso será feito, de 
outro modo se o sentido for de desistência, vingança ou outro que não contribua para a 
permanência do que é mais importante, no caso a vida, a sobrevivência, é possível que a dor 
humana seja transformada em coragem para mudar. 
Paradoxo extremo, enquanto uns decidem pela guerra de forma fria e distanciada de 
qualquer sentido emocional, é o povo no seu clamor pela vida que ressurge e busca a nova 
organização. Neste caso o envolvimento existe. Em detrimento do poder que disputam a 
necessidade da vida torna-se maior. E assim o Homem na sua expressão mais ampla, acaba 
gerando problemas de toda ordem, social, política, familiar, pessoal e intima; pois quer a 
retomada do poder, teoricamente perdido ou tomar para si aquilo que julga ter para si e para isso 
se utiliza da força do poder. 
 
 
25 
 
Disponível em: https://pt.slideshare.net/mcelloto/a-onu-42689972. Acesso em: 10 de novembro de 
2017. 
E por fim, na sua finalidade pedagógica, vemos avançar o seu entendimento como a 
aplicação deste conhecimento sendo direcionada às faculdades, na forma de aprendizagem que 
venha a ocorrer tanto nos espaços acadêmicos como institucionais. Seja em cursos de Direito, 
em disciplina especifica, nem como em cursos da Ordem dos Advogados OAB – licença para 
atuar profissionalmente e pertencer a categoria profissional. Em concursos para várias carreiras 
jurídicas, policiais e administrativas, como recursos práticos que devem fazer parte dos recursos 
práticos de atuação profissional como melhoria na execução da função. Naturalmente que temos 
outros conhecimentos que dão suporte e maturidade ao profissional, como gestão de pessoas, 
considerando que muitas funções estão alinhadas com o perfil de liderança, mas nunca se viu tão 
útil o ensino da mediação, seja em cursos de aprimoramento, aperfeiçoamento e especialização. 
CAHALI, Francisco José & RODOVALHO, Thiago (2015) em artigo para a OAB – A 
Necessidade de Inclusão das Alternativas Adequadas de Solução de Conflitos (Conciliação, 
Mediação, Arbitragem e Outras), Como Disciplina Obrigatória nos Cursos de Direito apontam o 
seguinte: (...) “uma das medidas mais necessárias para essa conscientização a respeito de outras 
formas de resolução dos conflitos e arrefecimento da cultura do litígio é, sem dúvida, a mudança 
nas grades curriculares das faculdades de direito, para promover o ensino jurídico, além dos 
métodos tradicionais de resolução de controvérsias, também dos ADRs, modernamente 
concebidos como Adequate Dispute Resolution (= Métodos Adequados de Solução de 
Controvérsias): arbitragem, negociação, conciliação e mediação, entre outros (tais como neutral 
evaluation, dispute review board etc.)”. Continuam: “Essa mudança na grade curricular das 
faculdades de Direito foi inclusive objeto de preocupação tanto do recente Projeto de 
Modernização da Lei de Arbitragem (PL n. 406/2013) Disponível em 
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/114641/pdf, acessado em 12 de abril 
de 2017 quanto do Projeto de Lei de Mediação (PL 405/2013) que menciona nos artigos 26 e 27 
os seguintes pontos abaixo: 
Capítulo VIII 
Das Disposições Finais 
Art. 26. O Ministério da Educação – MEC deverá incentivar as instituições de ensino superior a 
incluírem em seus currículos a disciplina de mediação como método extrajudicial consensual 
de prevenção e resolução de conflitos. 
https://pt.slideshare.net/mcelloto/a-onu-42689972
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/114641/pdf
26 
 
Art. 27. O Conselho Nacional de Justiça – CNJ e o Conselho Nacional do Ministério Público – 
CNMP promoverão preferencialmente a inclusão, nos conteúdos programáticos de concursos 
públicos para o ingresso nas carreiras do Poder Judiciário e do Ministério Público, 
respectivamente, de matérias relacionadas à mediação como método alternativo consensual 
de prevenção e resolução de conflitos”. 
O artigo em referencia acima pode ser lido na íntegra. Disponível em 
http://www.esaoabsp.edu.br/Artigo?Art=136 acessado em 12 de abril de 2017 
Acesse o link sobre um texto que aborda a repercussão da alteração do Projeto de Lei 406/2013 
Disponível em https://www.rolimvlc.com/noticias-para-informe/sancionado-o-projeto-de-lei-
4062013-que-estabelece-alteracoes-na-lei-de-arbitragem/, acessado em 12 de abril de 2017 
Houve um reforço à criação e inclusão das disciplinas “arbitragem” e “mediação” em 
graduação, pós-graduação e concursos. Inicialmente antes mesmo dos cursos de Direito, ela 
surge na Administração, no modelo de interesses de negócios, sendo conhecida por “negociação” 
e difundida nos cursos de Gestão há muitos anos. Em cursos de Direito, esta transformação veio 
da reforma do poder judiciário sendo natural a aprovação da Lei mediante uma necessidade 
urgente de vitalizar o poder judiciário, promover acesso à justiça a Todos, bem como torná-la ágil. 
Com a delimitação da ação da arbitragem de conflitos com discussões jurídicas envolvendo 
valores financeiros e interesses corporativos, imobiliários por exemplo; e a mediação, conciliação 
ou a chamada justiça restaurativa, voltada para conflitos humanos. 
 
http://www.esaoabsp.edu.br/Artigo?Art=136
https://www.rolimvlc.com/noticias-para-informe/sancionado-o-projeto-de-lei-4062013-que-estabelece-alteracoes-na-lei-de-arbitragem/
https://www.rolimvlc.com/noticias-para-informe/sancionado-o-projeto-de-lei-4062013-que-estabelece-alteracoes-na-lei-de-arbitragem/
27 
 
Disponivel em: https://epthinktank.eu/2015/02/11/partnership-agreements-within-cohesion-policy-2014-
2020/. Acesso em: 10 de novembro de 2017. 
A mediação é uma atividade especializada de caráter multidisciplinar e surgiu inicialmente 
da Economia e Política ao tratar dos assuntos internacionais entre países, conflitos de alta 
intensidade como as guerras. A mediação passou pela administração muito antes de chegar ao 
judiciário e nestas transposições de conhecimento sua aplicação vai obtendo um delineamento 
diferente e especifico à sua atuação. Até entendermos que o conhecimento da mediação e 
conciliação na atualidade é tema da universidade – local que prepara para a atividade e oferece 
instrumental estratégico a fim de lidar com as diversas situações. O que inclusive justifica esse 
trabalho que ora realizamos; ou seja, estamos fazendo a aplicação de levar os conhecimentos de 
Mediação à Universidade – local este de pensar e formar pessoas e profissionais: 
Consideramos relevante a função que tal Lei especifica propiciará nos amplos campos da 
sociedade civil, jurídica, acadêmica, administrativa, corporativa, para citar alguns. Pois sendo um 
conhecimento de abrangência multidisciplinar tem ampla utilidade nos diversos setores, bem 
como seu papel na evolução da sociedade – na qualidade de tornar os indivíduos dotados de 
ferramentas e estratégias para atuarem como facilitadores de soluções. Para tanto torna-se 
relevante conhecer como o processo de mediação se dá a partir do entendimento das bases de 
um conflito, suas características, as abordagens de mediação e forma de atuar. Os demais 
capítulos têm esse propósito de versar sobre o trabalho em si, de oferecer conhecimento 
necessário relativo à sua aplicação e suprir as demandas desta disciplina para quais áreas forem: 
- da Psicologia, Direito e Exame da Ordem (OAB), para profissionais da Administração Pública, 
Cartórios, Escolas, Pais e familiares, Hospitais, policiais, negociadores, empresários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://epthinktank.eu/2015/02/11/partnership-agreements-within-cohesion-policy-2014-2020/
https://epthinktank.eu/2015/02/11/partnership-agreements-within-cohesion-policy-2014-2020/28 
 
2 - O CONFLITO 
2.1 Tudo começa com a existência do conflito 
 
Disponível em: http://trabajaconveintemil.blogspot.com.br/2015/. Acesso em: 10 de novembro de 2017. 
 Vamos poder apresentar de forma didática, o que é o conflito, como eles surgem, 
tipos e características. Os modelos de atuação e aplicação da mediação conforme as 
necessidades que foram surgindo no decorrer da humanidade. Onde os conflitos surgiam em 
torno de disputas internacionais que resultaram em muitas das guerras. Daí o entendimento de 
que o conflito entre nações, entre interesses comerciais que veio acompanhando a História da 
Humanidade, até se verificar a existência desta mesma reprodução nas relações interpessoais, 
que é por assim se dizer, de onde parte a origem de tudo – as motivações endógenas e 
exógenas, intrínsecas e extrínsecas que veremos esclarecidas aqui nos capítulos que se seguem 
ao assumirem o protagonismo como forma de expressar o antagonismo em suas posições. 
Com isso acreditamos poder contribuir na formação de uma mentalidade critica e 
necessária aos profissionais de várias áreas, que favorece e investe na diminuição do problema a 
fim de dinamizar os ambientes e proporcionar melhor clima para se compartilhar e conviver. 
Há a inexistência de uma linguagem específica aplicada à compreensão do conflito, dos 
seus fatores geradores e formas de atuação. A formulação de conceitos relacionados ao tema 
http://trabajaconveintemil.blogspot.com.br/2015/
29 
 
estabelecem pontes com outras áreas do conhecimento, a fim de possibilitar sua compreensão, 
sendo de enfoque multidisciplinar, numa abordagem abrangente cujas contribuições surgem das 
Ciências Políticas, da Sociologia, Psicologia, Filosofia, Administração, Direito e Teoria Sistêmica. 
Trata-se de um fenômeno que suscita novas maneiras de entendimento, tendo em vista a 
complexidade das relações humanas, ao que se refere aos processos subjetivos e até pouco 
racionais a que estão direcionados a sua evidencia e constatação do conflito. 
Ele é em si uma expressão da interação humana com amplas dimensões, sejam entre 
pessoas, grupos, organizações, instituições e coletividades. E causa a falência de tentativas de 
possíveis soluções. Representando o choque, o embate de posições distintas, configurando-se a 
necessidade da ocorrência de transformações. 
Para que o direito das pessoas seja preservado bem como os da coletividade é comum 
surgirem os choques relativos às diferenças existentes, advindas de posições específicas em 
relação a algo comum, seja enquanto indivíduo, ou como parte integrante de uma estrutura 
coletiva, um grupo por exemplo. O conflito é inerente à vida, fazendo parte das mais variadas 
etapas da vida, e sendo uma estrutura dinâmica, que se modifica de acordo com as interferências 
que se realiza e as influencias e estímulos recebidos, tem em si mesmo, a função de recriar, 
resignificar e buscar novas saídas para estruturas que se encontram emperradas numa posição 
radical. 
Vivenciarmos conflitos é natural, pois se temos interesses distintos e agimos em razão 
destes, teremos critérios que embasam nossa posição, gerando diferenças de toda ordem. Não 
estamos nos referindo ao fato de que tudo precisa ser de acordo, coincidente, comum. E sim 
reforçando o modelo de negociação, onde é possível aliar interesses distintos e tornar possível o 
encontro de uma saída para aquelas situações onde não se via alternativa enquanto as posições 
permanecem radicais. Quando todas estas tentativas falham, é aí que se tem uma dimensão do 
problema, da sua carga e intensidade e a possibilidade de dissolver tal carga será na medida da 
capacidade de flexibilizar e encontrar uma nova posição que esteja em acordo para as partes 
envolvidas. Do contrário há o distanciamento, o rompimento. 
30 
 
 
Depositphotos 
 
É extremamente necessário e vital para as relações haver a coexistência de interesses 
diversos, onde as diferenças convivem sem resultar em dificuldades. Alimentando a colaboração, 
o compromisso, a união. Muitos valores humanos são reforçados e praticados quando se utiliza o 
modelo de mediação negocial como forma de restaurar os elementos díspares. A busca do 
equilíbrio das forças antagônicas comumente presentes numa disputa, problema ou conflito 
surgem como forma de solucionar o conflito. Equalizando as diferenças para que surja o ponto 
comum. Considerando que estas, são parte de um sistema fechado, que contém determinada 
carga de tensão envolvendo inclusive certa pressão para a sua solução pois, do modo como 
opera não tem sustentação, entrando em ponto de saturação. 
As chamadas estratégias autocompositivas referem-se à composição de um sistema sob 
um novo paradigma, estabelecendo a homeostase – funcionamento que visa a busca de um 
equilíbrio ainda que o sistema esteja desorganizado ou disfuncional. Lidando com os 
impedimentos, bloqueios de toda ordem a que venham apontar que a estrutura vigente teve em si 
a sua falência das tentativas de equilibrar. Quando alteramos a ordem das coisas, de algum modo 
elas reagem, na tentativa de retomar o funcionamento de antes. A homeostase, é um termo 
também encontrado na medicina, ao fazer menção ao sistema integrado do sistema biológico. E é 
nessa visão holística, integrada, que a forma de pensar o conflito e a sua resolução precisa ser 
vista. 
31 
 
Bastante interessante pensarmos o quão os sistemas atuam de forma integrada, 
relacionando a tudo o que venha fazer parte deste. Pense num conflito, em como se originou. 
Certamente que a estrutura do problema é identificada pelas pessoas que atuam na situação, 
mas considere o ponto que está em questão, qual campo de forças está em ação para que haja a 
competição, a disputa pelo poder, o tender para seu próprio interesse. Com frequência assistimos 
as pessoas se frustrarem, seja porque seus interesses não se encaixam de algum modo ou não 
coincidem. Além da frustração e de sentimentos outros, temos a materialização do problema 
conforme a nossa ótica - o modo com que captamos tal realidade marcada pelo percurso do 
histórico de vida. 
Decorre a necessidade de evoluirmos do patamar de um sistema emperrado, rígido em 
determinada posição que aponta a adversidade e o conflito de interesses, para um novo onde as 
novas alternativas são maneiras de buscar um reequilíbrio do sistema, que certamente não será 
mais o mesmo de antes. Na tentativa de conciliar interesses para que as tentativas anteriormente 
frustradas possam encontrar uma maneira de fluir e propiciar continuidade e manter a integridade 
das pessoas. 
A carga explosiva do conflito encerra em si o detonador da crise maior. Que é quando o 
sistema trava e não vai para lado algum. Com isso muitas tentativas são frustradas a não ser se 
contarmos com a valorosa participação de um terceiro elemento mediador. Que favorece o 
clareamento da situação. Uma nova visão da situação. 
Portanto somente novas alternativas são capazes de estabelecer um novo ordenamento do 
sistema. E é buscando um novo ordenamento é que são possíveis novas respostas e saídas. 
O conflito em si é um fenômeno natural apontando as divergências e posicionamentos 
distintos entre as partes ou atores do problema, como veremos alguns autores citarem. 
A visão primeira do conflito reside na ótica do “problema” - algo não está funcionando bem. 
No entanto a sua presença aponta para um dinamismo existente, isto é, não permanecendo do 
mesmo modo, apresentando ciclos de mudança. Configurando-se como um estado que busca 
naturalmente o seu equilíbrio e um novo padrão de normalidade. 
O indivíduo em si é uma estrutura particular, única, diferenciada e coexistindo 
simultaneamente numa estrutura coletiva, grupal, social. Desenvolvendo no decorrer de sua 
evolução seus papéis sociais, configurando a sua cidadania – a aprendizagem da ética, da 
convivência e do compartilhamento, da cooperação e participação coletiva.Podemos 
compreender que todo agrupamento de pessoas tenha uma finalidade, um propósito. E para a 
realização deste, passe a existir um funcionamento especifico que caracterize o grupo do modo 
32 
 
como deseja ser reconhecido. Adotando uma configuração específica, um contorno que lhe 
caracteriza tanto para os seus membros como para o mundo externo. 
O conflito está presente na esfera das interações humanas, expresso pelas divergências 
entre o pensar e o agir. Envolvendo a passionalidade, os pensamentos irracionais e descargas 
emocionais de perda de equilíbrio, exaltação dos humores. Pela sua natureza adversarial, coloca 
as partes em posições opostas e contrárias. Apontando diferenças marcantes, seja pela disputa 
de interesses e de poder. E consequentemente, as tomadas de decisões que decorrerem desse 
ponto evidenciarão ainda mais a carga tensional do problema na fase de escalada, por exemplo - 
quando as atitudes se mostram como respostas a um ataque e aguçam ainda mais a tensão 
existente. Servindo de novos detonadores para novas ações conflituosas. 
 
2.2 Teoria do conflito proposta por Remo Entelman 
Remo Entelman elaborou uma teoria geral de conflitos em que este é uma relação social 
baseada na qualidade da interação entre duas ou mais pessoas. Qualidade pelo modo com que 
orientam sua conduta e atitudes. As relações de conflito surgem em decorrência de 
incompatibilidades e o tema central desta teoria é o uso do poder e sua distribuição. 
O conflito não está configurado somente pelos seus autores ou partes envolvidas, como 
também pelos terceiros que podem interatuar ou não, sendo eles, obrigatórios ou não. O 
profissional do Direito, o magistrado, o advogado, bem como o psicólogo, o mediador, assumem 
uma importância central na resolução deste. Sua presença na mediação se torna tão mais efetiva 
quando “imita” ou faz o papel de um terceiro colaborador que tem como propósito facilitar e 
estabelecer uma ponte de comunicação. 
A origem da Teoria dos Conflitos parte de modelos de prevenção a fim de evitar o caos 
apontado pelas demais ciências como a matemática e a Economia no pós 2ª guerra mundial, no 
séc. XX. Nos círculos acadêmicos destas ciências, muitas pesquisas surgiram com temas 
relacionados à paz, guerra, ciência da paz, estudos sobre a paz. Por ser multidisciplinar tanto na 
sua origem como em sua aplicação, essa Teoria se ressente de uma linguagem própria para a 
formulação de conceitos adequados destinados ao Direito unicamente ou exclusivamente. É um 
conceito aberto à recepção de influências dos mais variados ramos do conhecimento. Não busca 
explicar nenhuma espécie de conflito em particular, mas a de uma abordagem abrangente, 
tratando do que é essencial a todos eles. Não estando sistematizada em bases concretas que 
distinguem os conceitos de gênero e espécie. 
33 
 
Remo Entelman (2002) no livro Teoría de Conflictos: hacia um nuevo paradigma. Barcelona: 
Gedisa, 2002 223p., apresenta o conflito como uma “espécie de relação social” e explica os 
termos dizendo que isto ocorre quando se observa a interação entre as pessoas representada 
pelos movimentos que duas ou mais pessoas realizam para orientar-se em suas condutas de 
acordo com os atos praticados por eles. 
Max Weber (1964) no livro Economía y Sociedad: esbozo de sociologia comprisiva. México: 
Fondo de cultura Económica, 1964 1245p. lança o questionamento: - “Com que critérios 
distinguimos as relações de conflito ou conflitivas de outras que não o são? 
E naturalmente que em sendo uma reflexão interessante, podemos pensar acerca do que está 
em voga para que o conflito exista e se seria possível a não existência deste. Podemos ter um 
nível de compreensão tal a ponto de não gerarmos ou diminuirmos os conflitos humanos ao 
menos¿ estariam por sua vez cumprindo alguma necessidade¿ pois temos que pensar que o 
conflito adia muitas decisões, enquanto existir. Muitas pessoas ganham tempo criando 
impedimentos e obstáculos a fim de não se verem perdendo determinada posição. Somente pelo 
fato de não permitirem outra posição que não a sua vigorar. 
Para ENTELMAN (2002), as relações de conflitos existem quando seus objetivos são 
incompatíveis. Relações de acordo ou cooperação existem quando seus objetivos não forem total 
ou parcialmente incompatíveis, comuns ou coincidentes. Podendo ser aplicada tanto a temas 
relacionados a conflitos conjugais, como aos societários, raciais, nos enfrentamentos entre 
Estados, nos casos de guerra internacional; ou seja, em diferentes tipos de conflitos, modificando-
se unicamente a destinação e o gênero deste. 
A discriminação é um exemplo de conflito social que é criado pela intolerância das diferenças 
existentes entre pessoas. Simplesmente por demarcar algum ponto específico que destoa do 
grupo. Inclusive o belo, a inteligência, a força, a coragem são também alvos da incompreensão 
humana, considerando que se não forem originárias daquele que discrimina, pelo simples fato de 
existir a qualidade, esta é posta abaixo como demonstração de poder sobre aquele que tem 
determinadas competência em certa área de conhecimento. 
Isso para demarcar que não tão somente o que é problema, o que envolve disputa iria 
requerer a presença de um conflito. Pois mesmo quando se trata de comportamento antiético, por 
exemplo, se houver interesse das partes, ambas se aliam em torno de uma prática abusiva e 
desleal, ainda que moralmente sua atitude não seja digna. O conflito então somente passa a 
existir quando as incompatibilidades surgem. Os interesses destoam e de certo modo o outro 
parecer ganhar algo enquanto o outro perde. O simples fato de pensar que o outro estaria 
34 
 
ganhando algo ainda que não esteja perdendo nada com isso, poderá colocar este em posição de 
competição, pelo simples fato de não permitir que o outro ganhe. Considerando novamente, ainda 
que não esteja perdendo nada. Tudo isso por questões envolvendo a competição entre as partes 
interessadas, do pretender se “dar bem”, o que envolve uma dinâmica de pensamento muito 
particular, difícil de um senso de compreensão – que penderia a concluir pela não necessidade de 
existência deste conflito. 
Veremos mais adiante o que o autor fala sobre questões emocionais imperando sobre ações, 
comportamentos e atitudes, tornando-os irracionais, incompreensíveis, ilógicos. 
No entanto, a gênese da Teoria de Conflitos em Remo Entelman estudada originalmente nos 
enfrentamentos entre Estados com fundamentação lógica em ciências como a matemática e a 
Economia pode ser convertida para os demais temas do cotidiano; ampliando as possibilidades 
de estudo do Direito. Ele (o autor) procura abordar a administração dos conflitos, bem como sua 
prevenção. A Teoria dos Conflitos têm no Direito sua abordagem preventiva. (Direito preventivo). 
Sua tese está fundada em mecanismos de resolução de conflitos, posicionando dentro de um 
sistema jurídico concebido de maneira ampliada. 
O conflito pela natureza é dinâmico, segue uma sequencia, modificando-se a ponto de 
precisarmos conhecer os detalhes para poder compreender o Todo. Os conflitos seguem de 
forma processual, em uma sequencia de condutas. 
Para Saber Mais: Possível acessar o livro Teoría de Conflictos: hacia um nuevo paradigma de 
Remo Entelman que é uma referencia no assunto, dando-nos subsídios para compreender o 
tema, observando aqui o aspecto multidisciplinar que o autor dá, numa dimensão ampla do 
conflito. Disponível em: 
http://www.academia.edu/10398623/TEORIA_DE_CONFLICTO_HACIA_UN_NUEVO_PARADIGMA 
Acesso em maio de 2017 
http://www.academia.edu/10398623/TEORIA_DE_CONFLICTO_HACIA_UN_NUEVO_PARADIGMA
35 
 
2.3 Estratégias Autocompositivas de solução de conflitos interpessoais. 
 
 
Diponivel em: http://brandalliance.in/. Acesso em: 10 de novembro 2017. 
O poder judiciário tem um sistema de atuação contenciosa e adversarial, que visa na 
verificação e solução

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