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TÓPICOS EM GESTÃO HOSPITALAR 
Profa. Me Fabíola Adami 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2022 
 
 
1 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. SAÚDE E GLOBALIZAÇÃO 
 
Olá! 
Iniciaremos nossa disciplina com um pouco de reflexão sobre esta importante área 
de estudos que é saúde, trazendo aspectos impactantes da globalização para serem 
pensados. Para isto busquei referências que você encontrará ao final deste capítulo, 
pesquise mais caso queira se aprofundar. A intenção desta disciplina é leva-los à refletir 
sobre outros aspectos que envolvem o mundo da saúde e de certa maneira acabam por se 
relacionar às práticas da gestão de maneira interdisciplinar e multidisciplinar, aspectos e 
habilidades importantes à formação. 
 
Sabemos que a saúde pública, tem sido confrontada ao longo de sua história com 
enormes desafios. Passamos em especial por dois desafios: a globalização e a pobreza. 
Estes dois fenômenos influenciam o cotidiano da saúde dos povos, compromisso primeiro 
e maior da saúde pública. 
 
A globalização é um processo econômico, social e cultural e suas principais 
características incluem: 
• crescimento do comércio internacional de bens, produtos e serviços; 
• transnacionalização de mega empresas; 
• livre circulação de capitais; 
• privatização da economia e minimização do papel dos governos e dos Estados 
nação; 
• queda de barreiras comerciais protecionistas e regulação do comércio 
internacional, segundo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC); 
• facilidade de trânsito de pessoas e bens entre os diversos países do mundo; e 
• expansão das possibilidades de comunicação e grande facilidade de contato 
entre as pessoas devido ao aparecimento da internet. 
• Tivemos uma revolução nos transportes e nas comunicações, que praticamente 
anulou o tempo e a distância, aproximando culturas e economias desiguais. 
 
 
2 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
➔ O que se tem observado é que as medidas de abertura dos mercados e as 
considerações de ordem financeira e econômica prevalecem sobre as 
considerações sociais. 
 
As dívidas externa e interna, o protecionismo à indústria e à agricultura por parte dos 
países mais ricos e as barreiras comerciais aos produtos primários e manufaturados da 
cesta de exportação dos países em desenvolvimento estão na raiz de uma imensa crise 
fiscal que os países pobres enfrentam e na dívida social crescente que têm com suas 
populações. Em consequência, os programas de combate à pobreza e outros programas 
sociais de muitos dos países em desenvolvimento acabam relegados ou ineficazes. 
 
A pobreza é um conceito multidimensional e uma situação real de vida. E são 
exatamente os pobres que vivem em piores condições sociais, ambientais e sanitárias, 
assim como têm maior dificuldade no acesso aos serviços públicos em geral e de saúde 
em particular. Eles têm pior acesso a políticas públicas, habitações minimamente 
adequadas, água potável, saneamento, alimentos, educação, transporte, lazer, emprego 
fixo e sem riscos, assim como aos serviços de saúde. São as chamadas iniquidades sociais 
e de saúde. As iniquidades em saúde existem entre países e regiões do mundo e entre 
ricos e pobres no interior dos países. Há muita desigualdade, ocorrendo tanto nos níveis de 
saúde e nutrição, como no acesso aos serviços sociais e de saúde. 
 
 
 
3 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
A globalização tem empobrecido países e ampliado a pobreza, a exclusão e as 
iniquidades econômicas e sociais. Estas, por sua vez, repercutem pesadamente sobre a 
saúde de indivíduos e da população como um todo. 
 
Uma das facetas das consequências da globalização sobre a saúde é a possibilidade 
da transnacionalização das doenças transmissíveis, particularmente as novas. 
 
Com as facilidades das viagens internacionais e a difusão do comércio em escala 
planetária, uma série de microrganismos podem ser rapidamente transportados, através de 
pessoas, animais, insetos e alimentos, de um país a outro e de um ponto a outro do globo. 
Há um grande potencial epidêmico, facilitado pelos rápidos deslocamentos em viagens 
aéreas internacionais, o que aponta para a necessidade e a importância do reforço das 
redes globais de diagnóstico e vigilância em saúde, operadas pela OMS e parceiros ao 
redor do mundo. 
 
Consequência ainda das guerras e conflitos tem sido o desmantelamento da 
infraestrutura, destruição de serviços de saúde e saneamento, assim como do ambiente, 
afetando de forma contundente, a saúde de populações inteiras. 
 
Os orçamentos públicos são desviados de programas sociais, como educação e 
saúde, para o financiamento de outros interesses, privando a população destes recursos 
 
 
4 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
essenciais e piorando ainda mais as condições de saúde. 
 
Veja que um paradoxo da globalização é que, numa fase da história em que as 
tecnologias agrícolas disponíveis poderiam propiciar farta produção de alimentos, haja 
tanta fome no mundo, açoitando partes do planeta na forma de verdadeiro genocídio. 
 
Os sistemas de saúde dos países em desenvolvimento são submetidos à forte 
pressão do comércio internacional de insumos para a saúde, bem como o alto preço dos 
medicamentos, em grande parte decorrentes de um sistema de proteção de patentes. 
 
Assim, é muito importante a mobilização de profissionais de saúde em geral, de todo 
o mundo, na compreensão, crítica e luta contra a globalização injusta, a pobreza e a 
exclusão, por um meio ambiente sustentável, pela equidade na saúde, pela paz e 
solidariedade entre todos os povos do mundo, para que alcancemos melhores condições 
de saúde e qualidade de vida. 
 
 
 
A era dos refugiados ambientais. O Globo 2005 Out 12; p. 26. 
Buss PM. Globalization and disease. Cad Saúde Pública 2002; 18(6):1783–88. 
Population Reference Bureau (PRB).Disponível em: http://www.prb.org 
Hobsbawm E. Era dos Extremos: O breve século XX (1914–1991). São Paulo: 
Companhia das Letras; 1995. 
PM Buss. Globalization, poverty and health - Ciência & Saúde Coletiva, 2007 - 
SciELO Public Health. https://www.scielosp.org/article/csc/2007.v12n6/1575-
1589/ 
World Health Organization (WHO). Report of the Commission on Intellectual 
Property Rights, Innovation and Public Health. [acessado 2020 april 03]. 
Disponível em: 
http://www.who.int/intellectualproperty/documents/thereport/en/ 
 
 
 
http://www.prb.org/
https://www.scielosp.org/article/csc/2007.v12n6/1575-1589/
https://www.scielosp.org/article/csc/2007.v12n6/1575-1589/
http://www.who.int/intellectualproperty/documents/thereport/en/
 
 
5 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. COMENTÁRIOS A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS EM SAÚDE 
 
As políticas públicas de saúde no Brasil representam instrumentos legais 
responsáveis pela regulamentação dos serviços de saúde. 
 
Evolução da saúde pública no Brasil: 
• 1903 primeiras ações em saneamento no RJ 
• 1904 revolta da vacina 
• Década de 20 proposta de educação sanitária 
• 1930 áreas centrais do RJ com saneamento básico, ampliação dos centros de 
saúde 
• 1950 políticas de ordem privada em relação a saúde – planos de saúde 
• 1966 criação do INPS 
• 1971 criação do Funrural 
• 1972 criação do programa de interiorização das ações de saúde e saneamento 
• 1977 criação do sistema nacional de previdência e assistência social com o 
intuito de integrar ações previdenciárias e de assistência social 
 
 
Contudo não pretendemos estudar a historicidade do tema e sim comentar sobre a 
evolução histórica da saúde, senão vejamos: 
 
Observando o panorama mundial podemos refletir sobre a questão da saúde global, 
onde esta abordagem é por vezes identificadacomo um resposta a novos eventos, como 
 
 
6 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
as pandemias internacionais que atingem todos os países. 
 
 
 
Saúde global é um termo que surgiu como parte de um processo histórico e político 
mais amplo, no contexto de uma nova ordem mundial neoliberal, onde o papel da OMS 
passa a ser desafiado e reposicionado através de um conjunto de alianças de poder. Assim 
este termo se vincula a ideia de globalização utilizado nos discursos econômicos e políticos 
após 1991, final da guerra fria e do comunismo na união soviética. Houve então o aumento 
de intercâmbios comerciais, fluxos de capitais financeiros transnacionais, processos de 
imigração e expansão de tecnologias. 
 
A questão da saúde global veio a partir da necessidade de oferecer uma resposta 
emergencial a novas doenças, surtos epidêmicos e infecções através de acordos 
intergovernamentais e programas sanitários em países pobres (aqui vale lembrar da 
necessidade de água potável, não contaminada, adoção de aspectos necessários de 
higiene e pesquisa cientifica no combate as doenças). 
 
Foram criadas agencias de saúde a partir de epidemias mundiais e acordos, depois 
foi verificado que havia vínculos com a OMS como órgão que procura exercer um liderança 
global, criado em 1948, idealizando um programa sanitário chamado de Atenção Primária 
à Saúde, tendo até o momento ocupado lugar estável nesta ordem política mundial. 
 
As políticas e as atividades de cooperação internacional se configuram como um dos 
principais instrumentos da política externa, tanto como mecanismo de dominação, quanto 
como parte importante da estratégia de inserção internacional, sempre mediada pelo jogo 
de poder inerente à dinâmica do sistema mundial. 
 
 
7 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
Nos anos 1970, o Ministério da Saúde começou a se organizar para acompanhar 
temas internacionais em saúde de interesse do país. 
 
Na reforma administrativa de 1998 tomou a forma atual de Assessoria de Assuntos 
Internacionais em Saúde, e, desde então, se ocupa dos temas internacionais, incluindo a 
coordenação da cooperação técnica internacional. 
 
Veja que a cooperação técnica internacional é apenas um dos componentes da 
diplomacia da saúde dos países e de organizações internacionais. 
 
O termo diplomacia da saúde refere-se à resolução dos problemas e questões 
existentes no espaço político e técnico da saúde global. 
 
Assim, as políticas públicas em saúde, além de incluírem ações de governo para 
enfrentamento de problemas da coletividade, envolvem interesses de múltiplos atores que 
disputam cotidianamente ideias, valores, visão de mundo e narrativas, vetores que 
influenciam e definem o desenrolar dessas políticas nos territórios. 
 
Esses campos de tensão e de disputas trazem para a cena algo que escapa do 
controle almejado pela gestão, quando observamos gestores, trabalhadores e até mesmo 
usuários inventando novas formas de resolver os problemas do cotidiano que podem passar 
 
 
8 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
ou não alheias às políticas formuladas. Elas são o resultado de um conjunto de ações 
produzidas nos territórios, pode-se considerar a questão da materialização dessas políticas 
por parte dos trabalhadores no encontro com os usuários e com a gestão. 
 
A autonomia com que trabalhadores e usuários têm produzido os seus percursos, 
muitas vezes, fica fora do radar dos gestores que acham que estão controlando o trabalho 
apenas por planilhas gerenciais e sistemas de informação. 
 
Vê-se que apesar da importância da área a solução perpassa por muitas políticas e 
interesses políticos por vezes em detrimento do que é necessário realmente a atender as 
necessidades da ponta que é o cidadão. 
 
 
Até que ponto então estamos construindo pertencimento, por parte dos usuários e 
trabalhadores, com essas políticas? 
 
O que passa invisível no radar do gestor está dito nas narrativas de trabalhadores, 
gestores locais e usuários, em vários espaços formais e informais dos serviços de saúde e 
nas comunidades como formas de resistir e existir no mundo. 
 
É a rede viva que opera no sistema de saúde que nos possibilita enxergar os 
aspectos micro políticos do trabalho que interferem nas políticas de saúde implementadas. 
 
Para tanto devemos estar atentos ao que deve ser feito em prol de melhorias ao 
funcionamento e atendimento. 
 
 
9 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Almeida C. Política externa e cooperação internacional no Brasil. In: Buss PM, 
Tobar S, organizadores. Diplomacia da saúde e saúde global: Perspectivas 
latino-americanas Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2017. p. 487-532 
Bertolli F. História da Saúde Pública no Brasil. 4a ed. São Paulo: Ática; 2003. 
71p. 
Buss PM, Tobar S. Diplomacia da saúde e saúde global: Perspectivas latino-
americanas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2017 
Brasil. Lei nº 8.080 de 19 de Setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
Brasília: DOU; 1990. 
Brasil. Lei Nº 8.142 de 28 de Dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação 
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde - SUS e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde 
e dá outras providências. Brasília: DOU; 1990. 
Feuerwerker LCM. Micropolítica e saúde: produção do cuidado, gestão e 
formação. Porto Alegre: Rede Unida; 2014. 
Pereira MG. Epidemiologia: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2002. 598 p. 
Paim JS. Uma análise sobre o processo da reforma Sanitária brasileira. Saúde 
em Debate 2009;33:27-37. 
Silva SF. Sistema Único de Saúde 20 anos: avanços e dilemas de um processo 
em construção. Saúde em Debate 2009;33:38-46 
 
 
 
 
 
 
10 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO NA GESTÃO EM SAÚDE 
 
A partir de debates no Ministério da Saúde, nos idos de 2003, houve a defesa da 
priorização do tema da humanização como aspecto fundamental a ser contemplado nas 
políticas públicas de saúde, a partir da tensão entre concepções diferentes. De um lado, 
visavam aos focos e resultados dos programas e, de outro, problematizavam os processos, 
no plano mais amplo da alteração de modelos de atenção e de gestão. 
 
Apresentava-se não só um desafio, mas principalmente a urgência de reavaliar 
conceitos e práticas nomeadas como humanizadas que estariam identificadas a partir de 
movimentos religiosos, filantrópicos ou paternalistas. Assim, a humanização era 
menosprezada por grande parte dos gestores, ridicularizada por trabalhadores mas 
demandada pelos usuários. 
 
 
O diagnóstico demonstrou a complexidade da tarefa de se construir de modo eficaz 
um sistema público que garantisse acesso universal, equânime e integral a todos os 
cidadãos brasileiros, há condições precárias de trabalho, dificuldade de alinhamento entre 
diferentes esferas do SUS, do descuido e da falta de compromisso na assistência ao 
usuário dos serviços de saúde. 
 
O SUS é uma conquista na democracia no país que em 1988 ganham estatuto 
constitucional. Ou seja, garantir o caráter constituinte do SUS, impõe que possamos 
identificar os problemas contemporâneos que se dão na relação entre Estado e as políticas 
públicas. Uma Política Nacional de Humanização retoma o que está na base da reforma da 
 
 
11 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
saúde no país. 
 
De início foi observado que havia projetos, atividades, propostas, mas em todos era 
evidente o caráter fragmentado e separado dessasiniciativas, havia a da banalização do 
tema da humanização, a fragmentação das práticas ligadas a diferentes programas de 
humanização da saúde. 
 
Houve daí a proposta da política nacional de humanização. Como política, a 
humanização deveria traduzir princípios e modos de operar no conjunto das relações entre 
todos que constituem o SUS. Era principalmente o modo coletivo e co-gestivo de produção 
de saúde e de sujeitos implicados nesta produção que deveria orientar a construção como 
política pública. 
 
 
A orientação a partir de uma política instituída impôs mudanças no modelo de 
atenção dos usuários e da gestão dos processos de trabalho, afirmando a saúde não como 
valor de troca, mas como valor de uso, o que faz com que se altere o padrão de atenção 
no sentido da ênfase no vínculo com os usuários, garantindo seus direitos. 
 
Estimulou-se melhores condições para os trabalhadores e gestores realizarem seu 
trabalho tendo a humanização como política pública a criar espaços de construção e troca 
de saberes, investindo nos modos de trabalhar em equipe, lidar com necessidades, desejos 
e interesses dos diferentes envolvidos, como estratégia de interferência no processo de 
 
 
12 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
produção de saúde levando em conta que sujeitos, quando mobilizados, são capazes de 
transformar realidades transformando-se a si próprios neste mesmo processo. Uma rede 
comprometida com a defesa da vida, rede humanizada porque construindo permanente e 
solidariamente laços de cidadania a humanizar a atenção e a gestão em saúde como meio 
para a qualificação das práticas de saúde através do acesso com acolhimento; atenção 
integral com responsabilização e vínculo; valorização dos trabalhadores e usuários com 
avanço na democratização da gestão e no controle social participativo. 
 
Princípios norteadores para a humanização: 
1) valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e 
gestão, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se 
o respeito às questões de gênero, etnia, raça, orientação sexual e às populações 
específicas (índios, quilombolas, ribeirinhos, assentados etc.); 
2) fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomentando a 
transversalidade; 
3) apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a 
produção de saúde e com a produção de sujeitos; 
4) construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos implicados; 
5) corresponsabilidade desses sujeitos nos processos de gestão e de atenção; 
6) fortalecimento do controle social com caráter participativo em todas as instâncias 
gestoras; 
7) compromisso com a democratização das relações de trabalho e valorização dos 
profissionais de saúde, estimulando processos de educação permanente. 
 
Ou seja, o conceito de humanização apresenta sua relação com o tema do Estado 
moderno. 
 
Entre os anos 60 e 80, foram marcados por lutas que impunham não só a 
recolocação das funções e deveres do Estado, como também, os direitos dos homens. 
Houve debates que acompanharam as experimentações políticas em curso e a potência de 
problematização do poder, tratando de avaliar os poderes instituídos e as resistências-
instituintes de novos modos de viver e, mais especificamente, de lidar com o tema da saúde. 
 
 
 
 
 
13 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A Política Nacional se propôs a operar no limite entre a máquina do Estado e o plano 
coletivo, apostando que na série governo-Estado-políticas públicas, é este último termo que 
deve prevalecer na orientação das ações governamentais. 
 
As alterações da experiência coletiva é que podem gerar políticas públicas 
garantindo o sentido público das políticas que também atravessam o Estado. 
 
Se políticas públicas são o resultado de um conjunto de ações produzidas, pode-se 
considerar a questão da materialização dessas políticas por parte dos trabalhadores no 
encontro com os usuários e com a gestão. 
 
Assim, concluímos afirmando a essencialidade da discussão da humanização na 
saúde a partir dos princípios de universalidade, equidade e integralidade da saúde, 
previstos na Constituição de 1988 como direito de qualquer cidadão e como dever do 
Estado. Façamos nossa parte para assegurarmos este direito a todos. 
 
 
 
 
Benevides BR & Passos E 2000. A construção do plano da clínica e o conceito de 
transdisciplinaridade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília 16(1):71-80. 
Brasil 2004. Política Nacional de Humanização. Documento base para gestores e 
trabalhadores do SUS. Ministério da Saúde, Brasília. 
Campos GWS 2000. Um método para análise e cogestão de coletivos a 
construção do sujeito, a produção de valor de uso e a democracia em 
instituições: o método da roda. Hucitec, São Paulo. 
Feuerwerker LCM. Micropolítica e saúde: produção do cuidado, gestão e 
formação. Porto Alegre: Rede Unida; 2014. 
Foucault M 1979d. A política da saúde no século XVIII, pp. 193-207. In R Machado 
(org.). Microfísica do poder. Ed. Graal, São Paulo. 
 
 
 
14 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. CONCEITO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
O Programa Saúde da Família (PSF) teve início em meados de 1993, sendo 
regulamentado de fato em 1994, como uma estratégia do Ministério da Saúde (MS) para 
mudar a forma tradicional de prestação de assistência, visando estimular a implantação de 
um novo modelo de Atenção Primária que resolvesse a maior parte (cerca de 85%) dos 
problemas de saúde (Roncolleta, 2003; Da Ros, 2006). 
 
 
Visa ao trabalho na lógica da Promoção da Saúde, almejando a integralidade da 
assistência ao usuário como sujeito integrado à família, ao domicílio e à comunidade. 
 
Entre outros aspectos, para o alcance deste trabalho, é necessária a vinculação dos 
profissionais e dos serviços com a comunidade, e a perspectiva de promoção de ações 
intersetoriais (Da Ros, 2006; Roncoletta, 2003). 
 
Em relação ao Programa Saúde da Família, cito o próprio Ministério da Saúde 
(https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa), onde 
constam os principais itens em relação ao tema, os quais podem ser verificados caso haja 
necessidade. 
 
 
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa
 
 
15 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de vida da 
população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de 
atividade física, má alimentação, uso de tabaco, dentre outros. Com atenção integral, 
equânime e contínua, a ESF se fortalece como a porta de entrada do Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
 
 
A proximidade da equipe de saúde com o usuário permite que se conheça a pessoa, 
a família e a vizinhança. Isso garante uma maior adesão do usuário aos tratamentos e às 
intervenções propostas pela equipe de saúde. O resultado é mais problemas de saúde 
resolvidos na Atenção Básica, sem a necessidade de intervenção de média e alta 
complexidade em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) ou hospital. 
 
A Equipe de Saúde da Família está ligada à Unidade Básica de Saúde (UBS) local. 
Esse nível de atenção resolve 80% dos problemas de saúde da população. Entretanto, se 
a pessoa precisar de um cuidado mais avançado, a ESF faz este encaminhamento. 
 
 
16 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta por equipe multiprofissional que 
possui, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de 
família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar 
ou técnico de enfermagem e agentescomunitários de saúde (ACS). 
 
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, 
com um máximo de 750 pessoas por agente e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, 
não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe. 
 
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 
pessoas de uma determinada área, que passam a ter corresponsabilidade no cuidado com 
a saúde. 
 
Atividades básicas de uma equipe de Saúde da Família 
I. Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os 
problemas de saúde mais comuns e situações de risco aos quais a população 
está exposta; 
II. Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de 
vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nos diversos ciclos da vida; 
III. Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso; 
IV. Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à 
demanda, buscando contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando 
promover a saúde por meio da educação sanitária; 
V. Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais 
existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas; 
VI. Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de 
cidadania, enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam; 
VII. Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no 
Conselho Municipal de Saúde. 
 
O profissional envolvido deve esta socialmente investido de autoridade sanitária. Ter 
postura e o conhecimento verdadeiro e absoluto dos temas que envolvem saúde e doença; 
dessa forma, impõe, em nome de interesses maiores da coletividade, o tipo de 
comportamento que os indivíduos devem assumir. 
 
 
 
17 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Portanto, sua participação na capacitação comunitária é imprescindível para a 
construção da autonomia, cidadania e controle sobre os determinantes de saúde na 
perspectiva da Promoção da Saúde. Aponta-se finalmente para a importância de aproximar 
as práxis da Educação em Saúde com a realidade social para que se atinja os reais 
benefícios deste programa. 
 
Assim, neste capítulo, fomentamos o conhecimento das práticas que envolvem a 
atuação profissional junto à comunidade, fator imprescindível à melhoria da saúde pública. 
 
 
 
 
BRASIL, 2020. Ministério da Saúde. Programa Estratégia Saúde da Família 
(ESF). Disponível em https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-
da-familia/sobre-o-programa 
DA ROS, M.A. Políticas públicas de saúde no Brasil. In: BAGRICHEVSKI, M. 
(Org.). Saúde em debate na Educação Física. Blumenau: Nova Letra, 2006. 
p.44-66. 
RONCOLLETA, A. F. T. et al. Princípios da medicina de família. São Paulo: 
Sombramfa, 2003. 
 
 
 
 
 
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/saude-da-familia/sobre-o-programa
 
 
18 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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5. SAÚDE SUPLEMENTAR 
 
A Saúde Suplementar é a atividade que envolve a operação de planos ou seguros 
de saúde. Essa operação é regulada pelo poder público, representado pela Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as operadoras compreendem seguradoras 
especializadas em saúde, medicinas de grupo, cooperativas, instituições filantrópicas e 
autogestões. 
 
 
 
O estado de saúde no qual se encontram os indivíduos é, sem dúvidas, um dos 
principais fatores determinantes do desenvolvimento econômico e do bem-estar social. O 
estabelecimento de políticas públicas precisa estar em perfeita sintonia com o bem-estar, 
o desenvolvimento econômico e a higidez individual, a qual é um requisito fundamental para 
a efetividade dessas políticas e a consecução do bem comum. 
 
O interesse comum entre os setores público e privado tem contexto dinâmico, 
influenciando grupos de interesses n o campo da saúde suplementar no Brasil. A inter-
relação entre esses interesses ocupa as mais importantes escolhas realizadas na Saúde, 
ora ressaltando mais os interesses públicos, ora os interesses privados, mas conectada à 
busca do bem comum, estabelecida pelas instituições governantes/reguladoras. 
 
Criada a partir de setor específico do Ministério da Saúde, coube à ANS cumprir a 
Lei nº 9.656, editada em 1998. A Agência nasceu pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 
2000, como instância reguladora de um setor da economia sem padrão de funcionamento. 
A exceção ficava por conta do seguro de assistência à saúde e das seguradoras, sob o 
controle econômico-financeiro da Superintendência de Seguros Privados (Susep). 
 
 
 
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A saúde suplementar passou a conviver com o sistema público, consolidado pelo 
Sistema Único de Saúde, nascido a partir da Constituição Federal de 1988. Com o SUS, a 
saúde foi legitimada como um direito da cidadania. O sistema de saúde brasileiro seguiu a 
trajetória de outros países latino-americanos, desenvolvendo-se a partir da previdência 
social. 
 
Planos de saúde comerciais, com clientelas abertas, também surgem como planos 
coletivos empresariais através da modalidade medicina de grupo no ABC paulista nos anos 
1950. Hoje, o setor brasileiro de planos e seguros de saúde é um dos maiores sistemas 
privados de saúde do mundo (BRASIL, 2020). 
 
 
Fonte: Sistema de Informações de Beneficiários-SIB/ANS/MS - Dados atualizados até 02/2020 
 
O marco histórico da aquisição do direito universal à saúde foi na promulgação da 
Constituição Federal em 1988, reconheceu-se a relevância da saúde pública, sendo 
delegado ao Estado o dever de garanti-la a todos os cidadãos impulsionando a criação do 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
Beneficiários de planos privados de saúde, por época de 
contratação do plano, segundo cobertura assistencial e tipo 
de contratação do plano (Brasil - Dezembro/2019) 
 
 
 
 
Cobertura assistencial e tipo de 
contratação do plano 
Planos 
Novo Antigo Total 
Assistência médica com ou sem 
odontologia 
43.491.437 3.540.543 47.031.980 
Individual ou Familiar 8.038.185 1.002.126 9.040.311 
Coletivo Empresarial 30.414.736 1.333.376 31.748.112 
Coletivo por adesão 5.037.646 1.113.062 6.150.708 
Coletivo não identificado 631 0 631 
Não Informado 239 91.979 92.218 
 
 
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Nesse contexto, a intensificação da relação público-privada na saúde emergiu devido 
ao aumento da demanda por saúde, cujos serviços passaram também a ser ofertados pelo 
setor privado. 
 
Contudo, não é novidade os problemas decorrentes da relação das operadoras de 
planos de saúde com seus usuários. A gama de reclamações por imposições é sem 
tamanho e para tanto a regulação se torna imprescindível. 
 
No setor da saúde suplementar, a regulação econômica surgiu como mediadora e 
como fonte de resolução dos conflitos existentes entre os usuários e as operadoras de 
planos de saúde. Logo, a regulação pode ser definida como o conjunto de formas 
institucionais, redes e normas explícitas e implícitas que asseverem que as relações sociais 
de produção sejam compatíveis com o seu desenvolvimento de consumo social (BOYER, 
2004; HIRSCH, 2010). 
 
Isento da intervenção regulatória do Estado, o mercado de planos de saúde, na 
década de 90, era marcado pela autorregulação. A estrutura existente atribuía ao Ministério 
da Saúde a responsabilidade de conduzir o setor, definindo regras e parâmetros de 
operação da saúde. 
 
PARTES ENVOLVIDAS NO PROCESSO 
➔ Neste segmento de mercado existem os beneficiários, que contratam os 
serviços, as OPS, que adquirem a obrigação de garantiro acesso aos serviços 
de assistência à saúde e os denominados prestadores de serviços, que 
materializam a prestação dos serviços de saúde para os beneficiários 
contratantes. 
 
A consequência do crescimento desse setor foi o aumento das ocorrências de 
conflitos entre os atores. 
 
Na falta de regulação, a relação entre os usuários e as OPS seria permeada por um 
gap (lacuna) de informações, tornando-se o principal motivo que impulsionou a exigência 
dos beneficiários por informações reguladas e padronizadas. 
 
 
 
21 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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Assim, devido à atenuação dos conflitos nas relações entre os atores desse setor, a 
Lei nº 9.656, estabeleceu dispositivos sobre os planos e os seguros privados de assistência 
à saúde. 
 
Essa Lei foi considerada um marco para regular esse mercado e sua edição trouxe 
uma nova realidade para este mercado, com a introdução de uma série de exigências 
financeiras e técnicas. Essas exigências resultaram em obrigações para a adoção de 
mecanismos de controle operacional e interno nas OPS. Complementando esse marco 
regulatório, a saúde suplementar também foi marcada pela Lei nº 9.961, de 2000, que criou 
a ANS, designando a essa agência a função regulatória desse mercado, que, até então, 
era conhecido por sua complexidade. 
 
 
 
 
 
22 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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É certo que o surgimento da ANS também se configurou como uma resposta à 
sociedade que utilizava esses serviços, pois, em vista o seu desenvolvimento, eram 
indispensáveis normas e regras para tal segmento. 
 
Notadamente, a regulação vem alcançando novos patamares atrelados à 
asseguração em favor dos beneficiários da saúde suplementar. 
 
Assim, podemos afirmar que tendo em vista as necessidades da população nos dias 
atuais, é latente a necessidade da força de regulação exercida pelo Estado com a inserção 
da ANS no mercado de saúde suplementar, com o objetivo de restringir os poderes 
concentrados nas OPS, levando-as a seguir regras específicas para manterem suas 
atividades nesse mercado. 
 
 
 
BRASIL, 2020. ANS – AGENCIA NACIONAL DE SAÚDE. 
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico 
BOYER, Robert. Théorie de la régulation: 1. Les fondamentaux. Paris: La 
découverte (Collection Repères), 2004. 
GERSCHMAN, Silvia; UGÁ, Maria Alicia D.; PORTELA, Margareth; LIMA, Sheyla 
Maria Lemos. O papel necessário da Agência Nacional de Saúde Suplementar 
na regulação das relações entre operadoras de planos de saúde e prestadores 
de serviços. Physis Revista de Saúde Coletiva, UERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, 
p. 463-476, abr./jun.2012. 
HIRSCH, Joachim. Teoria Materialista do Estado: Processo de Transformação 
do Sistema capitalista de Estados. Rio de Janeiro: Revan, 2010 
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
 
 
23 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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6. CONCEITO DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE 
 
A Organização Mundial de Saúde define como promoção da saúde o processo que 
permite às pessoas aumentar o controle e melhorar a sua saúde. A promoção da saúde 
representa um processo social e político, não somente incluindo ações direcionadas ao 
fortalecimento das capacidades e habilidades dos indivíduos, mas também ações 
direcionadas a mudanças das condições sociais, ambientais e econômicas para minimizar 
seu impacto na saúde individual e pública. 
 
A promoção da saúde é o processo que possibilita as pessoas aumentar seu controle 
sobre os determinantes da saúde e através disto melhorar sua saúde, sendo a participação 
das mesmas, essencial para sustentar as ações de promoção da saúde. Define-se, de 
maneira bem mais ampla que prevenção, pois refere-se a medidas que "não se dirigem a 
uma determinada doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e o bem estar 
geral" (Leavell & Clarck, 1976: 19). 
 
 
As estratégias de promoção enfatizam a transformação das condições de vida e de 
trabalho que conformam a estrutura subjacente aos problemas de saúde, demandando uma 
abordagem intersetorial (Czeresnia, 2003). 
 
A principal diferença encontrada entre prevenção e promoção está no olhar sobre o 
conceito de saúde, na prevenção a saúde é vista simplesmente como ausência de doenças, 
enquanto na promoção a saúde é encarada como um conceito positivo e multidimensional 
 
 
24 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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resultando desta maneira em um modelo participativo de saúde na promoção em oposição 
ao modelo médico de intervenção. Além disto, como observa Czeresnia (2003), buscar a 
saúde é questão não só de sobrevivência, mas de qualificação da existência. 
 
A promoção de saúde adota uma gama de estratégias políticas que abrange desde 
posturas conservadoras até perspectivas críticas ditas radicais ou libertárias. 
 
Sob a ótica mais conservadora, a promoção de saúde seria um meio de direcionar 
indivíduos a assumirem a responsabilidade por sua saúde e, ao assim fazerem, reduzirem 
o peso financeiro na assistência de saúde. 
 
A promoção da saúde atuaria também como estratégia para criar mudanças na 
relação entre cidadãos e o Estado, pela ênfase em políticas públicas e ação intersetorial, 
ou ainda, pode constituir-se numa perspectiva libertária que busca mudanças sociais mais 
profundas - como são as propostas de educação popular (CASTIEL, 2004). 
 
Distinção entre Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças (Czeresnia, 2003) 
 
Prevenir: 
• Preparar, chegar antes de, impedir que se realize; 
• Exige ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença 
para tornar seu progresso improvável; 
 
 
25 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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• Implica o conhecimento epidemiológico para o controle e redução do risco de 
doenças; 
• Projetos de prevenção e educação baseiam-se na informação científica e 
recomendações normativas. 
 
Promover: 
• Impulsionar, fomentar, originar, gerar; 
• Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam 
aumentar a saúde e o bem estar; 
• Implica o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a 
multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde. 
 
Ao ampliar o conceito de saúde ampliamos também as ações para todas as questões 
que possam envolver-se com a saúde e qualidade de vida das pessoas. 
 
 
Aproximar à saúde da qualidade de vida traz diversos desafios devido à abrangência 
destas concepções, porém “devemos empreender esforços para que nossa abordagem 
sobre qualidade de vida possa verdadeiramente contemplar questões como a busca da 
felicidade, realização de potenciais pessoais e coletivos, vida que valha a pena a ser vivida, 
entre outras questões não resolvidas exclusivamente pela lógica da prevenção”. 
 
 
 
26 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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BUSS, P. M. - Uma Introdução ao Conceito de Promoção da Saúde. In: 
CZERESNIA, D. & FREITAS, C. M. (org.) - Promoção da Saúde: conceitos, 
reflexões, tendências. Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ. 2003. 
CZERESNIA,D. O conceito de saúde e a diferença entre promoção e prevenção 
(versão revisada e atualizada do artigo "The concept of health and the 
difference between promotion and prevention. Cadernos de Saúde Pública, 
1999). In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. (Org) Promoção da Saúde: conceitos, 
reflexões e tendências. Rio de Janeiro: Ed.Fiocruz, 2003 (p.39-53). 
http://143.107.23.244/departamentos/social/saude_coletiva/AOconceito.pd
f 
LEAVELL, S. & CLARCK, E. G. Medicina Preventiva. São Paulo: McGraw-Hill, 
1976. 
1995. MARCONDES.W.B. A convergência de referências na promoção da 
saúde.Saúde e Sociedade v.13, n.1, p.5-13, jan-abr 2004. 
 
 
 
http://143.107.23.244/departamentos/social/saude_coletiva/AOconceito.pdfhttp://143.107.23.244/departamentos/social/saude_coletiva/AOconceito.pdf
 
 
27 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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7. POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS NO BRASIL E O PAPEL DA SAÚDE 
 
Políticas de saúde pública efetivas constituem o único meio de assegurar à 
população o acesso à saúde. Elas podem minimizar as iniquidades sociais em saúde. 
 
No entanto, somente tomando-se a saúde como um direito de todos, situada dentro 
de um contexto amplo, influenciada por inúmeros determinantes sociais, será possível 
elaborar e executar tais políticas. 
 
Sabe-se também que a saúde é um direito interligado a vários outros, caso outras 
políticas públicas não estiverem em conjunto com as políticas públicas de saúde, a saúde 
jamais será um objetivo conquistado. Assim, o estudo dos fatores sociais que interferem, 
positiva ou negativamente, na saúde, é imprescindível. 
 
 
 
A Organização Mundial de Saúde define saúde como sendo “o estado do mais 
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade.” Esse 
conceito é de fundamental importância para as políticas de saúde pública, considera não 
apenas os determinantes biológicos da saúde, mas também o processo saúde-doença 
como resultado do binômio corpo-mente e de sua interação com o meio ambiente. 
 
 
 
28 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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Embora o comportamento dos indivíduos seja muitas vezes entendido como uma 
responsabilidade individual e obedeça ao princípio da liberdade, ele é fortemente 
influenciado por determinantes sociais. Por isso, podem e devem ser alvos de intervenção, 
o que dá suporte à alocação de mais recursos destinados aos cuidados primários de 
assistência à saúde, e ao incentivo de medidas públicas que visem mudanças de hábitos 
de vida. 
 
Estas medidas devem ser universais, destinadas a toda população, como acesso a 
alimentação saudável e práticas desportivas, bem como proibição de propagandas que 
incitem uso de álcool e tabaco. 
 
Vejam também que a troca de ajuda tem uma influência positiva no bem-estar 
psicológico, e os efeitos positivos do suporte social na forma de amor, afeição, preocupação 
e assistência, fazem que com que, por exemplo, os idosos se sintam mais amados e 
seguros para enfrentar problemas de saúde. Sabe-se que o apoio social está 
consistentemente associado com as taxas de mortalidade entre os idosos. 
 
Se faz necessária a promoção de relações estáveis entre diversos indivíduos, por 
meio de programas de políticas públicas, no intuito de reduzir os gastos referentes à saúde. 
 
O Estado deve instituir políticas de apoio às famílias vulneráveis, reconhecidas como 
sujeitos de direitos, visando atingir objetivos prioritários do desenvolvimento humano, a 
minimização da pobreza, acesso à educação, saúde, alimentação, moradia e proteção 
integral às crianças e adolescentes. 
 
Ainda, há macro determinantes relacionados às condições econômicas, culturais e 
ambientais da sociedade, que explicam, os diferentes perfis de doença decorrentes de 
desigualdades étnico-raciais. 
 
Sabe-se que no Brasil, os negros apresentam os piores indicadores de mortalidade, 
maiores número de óbitos evitáveis e morrem mais por agressão e doenças 
cerebrovasculares do que os brancos. 
 
 
 
29 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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As características genéticas e a diversidade cultural pouco têm contribuído para 
explicar essas diferenças. Por outro lado, há evidências de que a desigualdade racial 
constitua a explicação fundamental para esse fenômeno. 
 
Observem que há inúmeros outros fatores envolvendo as questões sociais e o 
impacto na saúde, demandando estudos e ações mais efetivas a partir das políticas 
públicas em nossa sociedade. 
 
Desta forma, a saúde deve ser entendida como um direito social. 
 
As políticas públicas de saúde, portanto, não devem estar restritas a um conceito 
limitado de saúde ou à forma organizacional dos serviços, dicotomizada entre as ações de 
cunho coletivo e individual, e entre a prevenção e a cura. 
 
Partindo-se de uma definição mais abrangente de saúde, não reduzida à esfera 
biológica do indivíduo, se fazem indispensáveis medidas integrais, que compreendam 
aspectos sociais e políticos. 
 
Assegurar o direito à saúde a todos é certamente um grande desafio. Nesse 
contexto, devem ser considerados inúmeros fatores, por exemplo: 
• qual o papel da saúde na sociedade? 
• qual a relação da saúde com outros serviços? 
• quais fatores influem na existência da saúde? 
• como a saúde pode ser democratizada? 
 
Vejam que os tópicos estudados nesta disciplina não têm um fim em si mesmo mas 
vem trazer temas que são importantes para reflexão do gestor hospitalar, principalmente a 
fornecer subsídios para as melhorias necessárias nesta área, de maneira mais atuante e 
participativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
BUSS, P. M.; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, 
Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, abr. 2007. 
https://www.scielosp.org/article/physis/2007.v17n1/77-93/ 
CHOR, D.; LIMA, C. R. A. Aspectos epidemiológicos das desigualdades raciais em 
saúde no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 5, p. 1586-
1594, set./out. 2005. 
GOMES, M. A.; PEREREIRA, M. L. D. Família em situação de vulnerabilidade social: 
uma questão de políticas públicas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, 
n. 5, p. 357-363, abr. 2005. 
LEÃO, Lidiane Nascimento. Direito à Saúde e Políticas Públicas. 1ª ed. São Paulo: 
Lumem Juris, 2017. 
 
 
https://www.scielosp.org/article/physis/2007.v17n1/77-93/
 
 
31 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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8. GESTÃO DE CRISE EM SAÚDE, OS DESAFIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
Nenhuma disciplina por si só dá conta do objeto a que perseguimos, porque ele 
envolve ao mesmo tempo e concomitantemente, as relações sociais e o social 
propriamente dito, as expressões emocionais e afetivas assim como o biológico que, 
em última instância, traduz, através da saúde e da doença, as condições e razões 
sócio-históricas e culturais de indivíduos e grupos (MINAYO, 1991) 
 
A fragmentação do saber e especializações nos afasta e nos torna parciais perante 
a realidade, devemos nos proporá a atravessar fronteiras através do estudo constante, em 
busca da superação das dificuldades. Neste contexto, o capítulo vai discorrer acerca da 
necessidade de conhecermos além das estreitas fronteiras de um único viés ou curso de 
formação para a busca de melhores competências e habilidades em momentos de crise. 
 
 
A necessidade de intervenções concretas diante dos problemas, sejam eles 
relacionados a questões econômicas, sociais, culturais, setoriais (saúde, educação), 
tecnológicos, de organização da vida urbana ou rural ou aqueles relacionados a questões 
éticas e de sobrevivência da espécie conduzem ao questionamento sobre a capacidade 
das disciplinas isoladas ou saberes compartimentalizados fornecerem tais respostas. A 
área de gestão da saúde não foge a este diagnóstico e expressa em seu interior estas 
mesmas tendências contraditórias, pela própria complexidade, que necessariamente 
precisa ser abordado de forma interdisciplinar. Portanto não se assuste com temas que 
talvez lhe sejam diversos, aproveite para saber mais, sempre. 
 
 
32 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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Em se tratando de momentos de crise a coisa pode se ampliar muito, efetivamente 
as organizações brasileiras não estão preparadas para enfrentar situações de crise, 
especialmente quando há agravamento. Lida-se com riscos e deve-se trabalhar com 
prevenção mas nem sempre é possível antever.Algumas organizações já inseriram programas de treinamento para enfrentar 
situações de alto risco, mas estes programas, na maioria das vezes, ainda se limitam às 
relações com a imprensa. Contudo, não se pode esquecer de outros públicos importantes 
e até mesmo deixar de prever medidas para impedir crises com planejamento adequado. 
Vejam que a comunicação é chamada quando o fato já é negativo, está consumado, poderia 
ser evitado com um bom gerenciamento de risco. Assim, é necessário separar gerência de 
crise e de risco, do chamado gerenciamento de comunicação na crise, que é delegado ao 
gestor específico ou um comitê. 
 
De qualquer maneira, a comunicação sozinha não resolve pois quando há crise 
demanda o envolvimento das áreas para que se possa amenizar a repercussão da crise ou 
seu agravamento. Em resumo, deve existir um trabalho conjunto para administrar uma crise 
perante a sociedade. Os trabalhos devem estar sob comando profissional de gestão de 
crise com autonomia para decisões junto as áreas envolvidas, sempre com transparência, 
eficiência e profissionalismo. 
 
 
33 Tópicos em Gestão Hospitalar 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Brasil, 2020. Prevenindo conflitos sociais violentos em tempos de pandemia: 
garantia da renda, manutenção da saúde mental e comunicação efetiva. Rodrigo 
Moraes. IPEA. Nota Técnica 27. DIEST. 
Brasil. Ministério da Saúde (MS). Dados públicos apresentados em instâncias de 
pactuação Brasília: MS; 2019. 
Melo RS, Batista PCS, Macedo ACM, Costa RBL. Governança corporativa, criação 
de Valor e desempenho econômico-financeiro: evidências do mercado brasileiro 
com dados em painel, 2005-2011. Rege 2013; 20(1):79-92 
Testa M. Pensar em Saúde Porto Alegre: Artes Médicas; 1992. 
Vieira FS. Crise econômica, austeridade fiscal e saúde: que lições podem ser 
aprendidas? Brasília: IPEA; 2016 
 
 
 
 
34 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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9. REFLEXÕES SOBRE A GESTÃO NO CONTEXTO DA SAÚDE 
 
 A constituição dos sistemas de saúde exige a implantação de políticas, ações e 
decisões a serem tomadas para obtenção de resultados efetivos que atendam às 
necessidades de saúde da população. 
 
 De outro lado temos um cenário a cada dia mais competitivo e desafiador, é preciso 
não só atender as necessidades dos usuários cidadãos, mas atendê-las de forma 
otimizada, superando as expectativas das partes interessadas sem causar impactos a todo 
o sistema que envolve a sustentabilidade de uma organização, sendo ela pública ou 
privada. 
 
 Se faz necessário também preservar a saúde e a segurança dos trabalhadores, além 
do atendimento aos requisitos legais e outros, de maneira a tornar ou manter a organização 
sustentável. 
 
Essa realidade não é diferente no caso de hospitais públicos cujos impactos da 
insustentabilidade atingem diretamente a qualidade da assistência ao usuário cidadão, e a 
administração pública. 
 
São cinco as dimensões de sustentabilidade, que a depender das especificidades 
das atividades desenvolvidas por uma organização e do seu ramo de atuação, podem ser 
consideradas para avaliação organizacional (Sachs,1993). 
 
 
 
35 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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São elas: 
• econômica, 
• social, 
• ecológica ou ambiental, 
• espacial, 
• e cultural. 
 
Quando se tratar de hospitais que prestam serviços públicos, a avaliação de 
sustentabilidade é fundamental, quanto menos sustentáveis mais impactos negativos 
causam ao sistema que os envolve, principalmente por estar relacionada às necessidades 
básicas de saúde da população e de sua qualidade de vida. 
 
As unidades de saúde fazem parte do sistema de saúde brasileiro que é composto 
por uma rede de combinação público-privada de prestadores e compradores de serviços 
com financiamento oriundo de recursos públicos e privados. 
 
 
 
 
 
36 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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Na parte pública, os serviços de saúde são financiados e providos pelo Estado nas 
suas três esferas: federal, estadual e municipal. A outra é o setor privado que pode ser com 
fins lucrativos ou sem fins lucrativos. Aqui se incluem os serviços de saúde que podem ser 
financiados por recursos públicos ou privados, por exemplo, hospitais privados que 
atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), parte ou o todo é financiado pelos recursos 
públicos (Oliveira, & Faria, 2011). Ainda no setor privado, temos serviços prestados por 
meio de seguros ou planos de saúde ou ainda por meio de pagamento direto ou com 
subsídios fiscais. 
 
 
 
37 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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 No setor público, além dos aspectos relacionados às dimensões econômica, social 
e ambiental, outros são importantes e estão associados à saúde e segurança dos 
trabalhadores que desenvolvem atividades de atendimento assistencial à população e à 
gestão estratégica dessas unidades, compondo respectivamente as dimensões de 
sustentabilidade técnica e estratégica. 
 
Em especial na dimensão estratégica está relacionada à atuação dos dirigentes a 
frente da gestão estratégica dos setores de recursos humanos, financeiros, de 
infraestrutura e todos os outros envolvidos. 
 
Assim, para estabelecer as diretrizes que nortearão o desenvolvimento das 
atividades de prestação de serviços hospitalar é necessário que se atue de forma ética e 
com qualidade. 
 
 
 
Bonato, V. L 2007. Gestão em saúde. São Paulo. Ícone. 
Brasil, Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS. 
Brasília, DF: CONASS; 2003. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_entender_gestao.pdf 
FNQ 2016. Modelo de Excelência da Gestão (MEG): guia de referência da gestão 
para excelência. 21. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade. 
Oliveira, M. L. C.; Faria, S. C. 2011. Indicadores de saúde ambiental na formulação 
e avaliação de políticas de desenvolvimento sustentável. Revista Brasileira de 
Ciências Ambientais, 23, (11), 16-22. 
Possolli, G. E. 2017. Acreditação hospitalar: gestão da qualidade, mudança 
organizacional e educação permanente. Curitiba: Inter Saberes. 
Silva CR, Souza TC, Lima CMBL, Silva Filho LB. Fatores associados à eficiência na 
Atenção Básica em saúde, nos municípios brasileiros. Saude Debate. 
2018;42(117):382-91. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811703. 
Sachs, I. 1993. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio 
ambiente. São Paulo: Studio Nobel; Fundação do Desenvolvimento 
Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_entender_gestao.pdf
https://doi.org/10.1590/0103-1104201811703
 
 
38 Tópicos em Gestão Hospitalar 
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Finalizando 
 
Lembre-se, a gestão hospitalar, além de ter uma visão mais ampla e multifacetada 
deve ser corretamente alocada para gerar otimização nos processos. Gerentes e 
administradores hospitalares são os principais agentes para o sucesso de qualquer 
instituição de saúde. 
 
Com uma rápida transformação no sistema de saúde e uma necessidade crescente 
de cuidados de saúde de qualidade, os gestores de hospital estão agora combinando a 
experiência empresarial com uma compreensão do sistema de saúde para aumentar a 
eficácia da prestação de cuidados de saúde, com o objetivo de trazer mais satisfação ao 
paciente. 
 
Assim, a gestão hospitalar evoluiu ao longo dos anos e começou a apresentar uma 
contribuição importante para a sociedade e os pacientes.

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