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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 133 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 14.0 Movimento Variado em Canais O escoamento ou regime é permanente se a velocidade local em qualquer ponto não variar com o tempo, em módulo e direção. Logo os demais parâmetros hidráulicos em uma mesma seção transversal, como profundidade, vazão, área mo- lhada etc., tem um valor constante e existe entre as diversas seções do canal uma “continuidade de vazão”. O escoamento é não permanente se a velocidade em um certo ponto varia com o passar do tempo. Neste caso não existe uma continuidade de vazão e as ca- racterísticas do escoamento dependem, por sua vez, das coordenadas do ponto considerado e do tempo. Este tipo de escoamento ocorre por exemplo quando da passagem de uma onda de cheia através de um canal. Vale ressaltar que o fato do escoamento ser permanente ou não depende da posição do observador em relação a corrente, um escoamento de um rio em volta do pilar de uma ponte é permanente para o observador postado sobre a ponte e não permanente para o observador em um barco impelido pela corrente. Se tomado o critério comparativo o espaço, os escoamentos podem ser: uni- formes e não uniformes ou variados. O escoamento e uniforme ou regime uniforme quando as velocidades locais são paralelas entre si e constantes ao longo da mes- ma trajetória, portanto a altura da água é paralela ao fundo, logo serão constantes: 𝐼0 = 𝐼𝑎𝐼𝑓 Quando as trajetórias não são paralelas entre si, o escoamento é dito não uni- forme, a declividade da linha d’água não é paralela a declividade de fundo, e os elementos característicos do escoamento, variam de uma seção para outra. Neste caso a declividade de fundo difere da declividade da linha d’água. 14.1 Energia cinética A energia cinética real de uma corrente liquida é dada por: 𝐸 = 𝑎 . 𝑉² 2𝑔 mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 134 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Onde: α corresponde ao coeficiente de Coriolis, na prática adota-se α = 1 po- rem quando a relação entre a energia cinética e a profundidade é grande, é conve- niente levar em conta o valor de α que pode variar de 1,05 a 1,1. Tabela 12- Valores de α segundo Darcy e Bazin Fonte: Neves (1989) 14.2 Regimes Recíprocos de escoamento Para um canal com vazão constante, pode-se traçar a curva de variação da energia especifica em função da profundidade considerada variável. Conhecendo-se a vazão Q e a largura b de um canal retangular, pode-se encontrar os valores de h e Ee. O valor mínimo de Ee ocorre no ponto c. A profundidade correspondente ao ponto c denomina-se profundidade crítica (hc) Figura 46 – Curva de Variação de Energia Fonte: Apostila Hidráulica Geral – Professor Carlos Roberto Baravesco O escoamento pode ocorrer de duas formas distintas: mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 135 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com - Regime Superior, Tranquilo, Lento ou Fluvial: ocorre quando a altura d’água está acima da hc; - Regime Inferior, Rápido ou Torrencial: ocorre quando a altura d’água está abaixo da hc. 14.3 Salto hidráulico ou Ressalto Hidráulico O salto é um fenômeno local que acorre quando da passagem brusca e ge- ralmente turbulenta do regime rápido para o regime tranqüilo, através da profundida- de crítica, passando a profundidade de menor a maior que esta, e a velocidade de maior a menor que a crítica. O salto ocorre quando um canal de forte declividade passar para um trecho com fraca declividade. Para canais retangulares a altura do salto pode ser calculada pela equação: 𝑑2 − 𝑑1 = 2𝑞2 𝑔 . 1 𝑑1 . 𝑑2 Perda de carga em um salto hidráulico ℎ𝑝 = (𝑑2 − 𝑑1) 3 4𝑑1 . 𝑑2 14.4 Movimento Gradualmente Variado Em Regime Permanente Um escoamento é definido como gradualmente variado quando os seus pa- râmetros hidráulicos variam progressivamente ao longo da corrente. Quando as características variam bruscamente, diz-se que o escoamento é bruscamente variado. Este tipo de escoamento resulta geralmente das mudanças na geometria do canal: (i) alteração do declive; ii) mudança na forma da seção reta; iii) ocorrência de obstrução. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 136 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Na figura abaixo se tem um perfil onde são mostrados vários tipos de escoa- mento. Assim, o curso de água no canal tem movimento uniforme no início e está representado pelas letras UF. Antes de chegar à queda livre, tem-se movimento uniforme gradual- mente variado, representado pelas letras GVF. Após a queda, tem-se um ressalto hidráulico representado pelas letras RVF. Depois volta a ter movimento uniforme gradualmente variado (GVF), e novamente torna-se movimento uniforme (UF). Figura 47 - Movimento uniforme gradualmente variado em queda livre, seguido por ressalto hidráulico e movimento uniforme gradualmente variado. O movimento é gradualmente variado quando as profundidades variam gra- dual e lentamente ao longo do conduto; as grandezas referentes ao escoamento em cada seção, não se modificam com o tempo; as distribuições de pressões são hi- drostáticas. Assim, as fórmulas do escoamento uniforme podem ser aplicadas com aproximação satisfatória. O movimento gradualmente variado pode ser acelerado nos trechos iniciais dos condutos com seção constante e depois uniforme. O movimento gradualmente variado pode ser retardado a montante de obstá- culos que se opõem ao escoamento. Continua na próxima aula... mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 137 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 1- Qual a diferença entre regime permanente e não permanente? a) O regime é permanente se a velocidade local em qualquer ponto variar com o tempo, em módulo e direção. O escoamento é não permanente se a velocidade em um certo ponto varia com o passar do tempo. b) O regime é permanente se a velocidade local em qualquer ponto não variar com o tempo, em módulo e direção. O escoamento é não permanente se a velocidade em um certo ponto varia com o passar do tempo. c) O regime é permanente se a velocidade local em qualquer ponto variar com o tempo, em módulo e direção. O escoamento é nãopermanente se a velocidade em um certo ponto não variar com o passar do tempo. d) O regime é permanente se a velocidade local em qualquer ponto variar com o tempo, em módulo e direção. O escoamento é não permanente se a velocidade em um certo ponto não variar com o a mudança de pressão. e) O regime é permanente se a velocidade local em qualquer ponto não variar com o tempo, em módulo e direção. O escoamento é não permanente se a velocidade se manter constante. 2- Marque as características de um Regime Superior: a) Também é tranquilo e ocorre quando a altura d’água está acima da hc; b) Também é rápido e ocorre quando a altura d’água está abaixo da hc. c) Rápido ou Torrencial d) Torrencial ou Fluvial e) Nenhuma das alternativas anteriores. Hidráulica Atividades de Fixação mailto:sanderson.unec@gmail.com bruno Realce CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: HIDRÁULICA NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 138 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com REVISÃO BIBLIOGRÁFICA BAVARESCO, Carlos Roberto. Apostila Hidráulica Geral – Capítulo 9 - Movimento Variado em Canais. NEVES, Eurico Trindade. Curso de Hidráulica. Ed. 9. São Paulo: Globo, 1989. mailto:sanderson.unec@gmail.com
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