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Arritmias cardíacas ECG NORMAL ● Cada quadradinho representa 40 ms. ● Ritmo sinusal: onda P antes do QRS positiva em DII. COMO CALCULAR A FC? >> Taquiarritmias << FIBRILAÇÃO ATRIAL ● Arritmia mais comum na prática médica. ● Fatores de risco: cardiopatia hipertensiva ou reumática, idade avançada, tireotixocose, libação alcoólica. ● Múltiplos circuitos de reentrada nos átrios. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● Ausência de onda P. ● Irregularidade dos intervalos RR. CLASSIFICAÇÃO ● Paroxística: cessa em até 7 dias sem tratamento. ● Persistente: duração maior que 7 dias. QUADRO CLÍNICO ● Assintomática em 25% dos pacientes. ● Palpitações, fadiga, dispneia, intolerância aos esforços e lipotimia. ● Exame físico: pulso irregular, ausência de B4. ● Complicação: doença tromboembólica - AVE isquêmico / Embolia arterial periférica. TRATAMENTO 1. Controle do ritmo: cardioversão. - Instabilidade hemodinâmica: hipotensão, sinais de choque, dor torácica isquêmica, IC aguda. - FA recém-diagnosticada (< 1 ano) e sintomática. - Cardioversão elétrica (preferencial): choque de 120 a 200 J, sincronizado a onda R. - Cardioversão farmacológica (alternativa): amiodarona EV, propafenona VO. Risco de trombo ● FA < 48h ou instabilidade: cardioverter sem anticoagular. ● FA > 48h: - Anticoagular por 3 semanas antes da acrdioversão OU - Excluir presença de trombo com ECOTE - Após cardioversão: anticoagular por mais 4 semanas e manter por tempo indefinido se risco elevado pelo escore CHA2DS2VASc 2. Avaliar anticoagulação: CHA2DS2VASc ● Escore ≥ 2 em homens ou ≥ 3 em mulheres: indicação de manter a anticoagulação. ● Escolha: NOAC (rivaroxaban, apixaban, dabigatran). ● Varfarina: FA valvar (ex.: paciente com prótese valvar) ou ClCr < 30. - Manter INR entre 2 e 3. 3. Controle da frequência cardíaca: ● Indicações: evitar sintomas e evolução para taquicardiomiopatia. ● Fármacos de escolha: inibidores do nodo AV. - Betabloqueadores: metoprolol, atenolol, esmolol, propranolol. - Antagonistas dos canais de cálcio: verapamil e diltiazem. - Digitálico: digoxina (2ª linha). ● Se refratário: ablação do nodo AV + marca-passo definitivo. FLUTTER ATRIAL ● Sistema de macro-reentrada. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● Ondas F em dente de serra - em torno de 300 bpm (2 ondas F para cada QRS). ● FC em torno de 150 bpm. ● RR regular. ● QRS estreito. QUADRO CLÍNICO ● A maioria dos pacientes são sintomáticos: palpitações, tontura, cansaço, dispneia, angina. ● Geralmente transitório: reversão espontânea ou para FA. ● Também predispõe ao risco de tromboembolismo. TRATAMENTO 1. Controle de ritmo: ● Sintomas agudos ou instabilidade: cardioversão elétrica. 50 a 100 J. ● Se refratário: ablação por radiofrequência. 2. Controle da frequência cardíaca: ● Betabloqueadores. ● BCC. Obs.: Anticoagulação - igual a FA. TAQUICARDIA SINUSAL CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● Onda P sinusal. ● FC entre 100-180 bpm. ETIOLOGIAS ● Resposta fisiológica a exercícios ou estresse emocional. ● Febre, desidratação, anemia, tireotoxicose, ICC, IAM, etc. TRATAMENTO ● Tratar a causa de base. TAQUICARDIA ATRIAL CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● Ondas P não sinusais (negativa em DII). ● QRS estreito. ● FC entre 100-250 bpm. Taquicardia atrial multifocal: ● ≥ 3 morfologias de onda P na mesma derivação. ● Principal etiologia: DPOC descompensada. TRATAMENTO ● Corrigir doença de base. ● Verapamil ou Metoprolol. TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXÍSTICA ● Reentrada nodal: 70% dos casos. ● Reentrada pela via acessória: 30% dos casos. ● Paciente já possui vias “extras” e abre o quadro de taqui supra devido a extrassístoles. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● Ausência de onda P. ● QRS estreito. ● Intervalo RR regular. ● Por via acessória: onda P’ depois do QRS. QUADRO CLÍNICO ● Predomínio em mulheres jovens. ● Palpitações, tontura, dispneia - início de término súbitos (paroxismos). TRATAMENTO ● Instabilidade hemodinâmica: cardioversão elétrica (50 a 100 J). ● Estabilidade hemodinâmica: - Manobra vagal: manobra de valsalva ou compressão do seio carotídeo. - Obs.: auscultar o seio carotídeo antes. Se não tiver sopro, pode-se fazer a manobra. - Adenosina, 6 mg EV em bolus e repetir 12 mg se não reverter. Atenção: o paciente pode sentir uma sensação de morte iminente. - Se o paciente for refratário após duas doses de adenosina, pode-se fazer verapamil/diltiazem ou betabloqueadores. SÍNDROME DEWOLFF-PARKINSON-WHITE DEFINIÇÃO ● Presença de via acessória congênita (condução anterógrada) + predisposição à taquiarritmia. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● Padrão de pré-excitação ventricular: PR curto e onda delta. ● Arritmia mais comum: TSVP por via acessória. TRATAMENTO ● Terapia profilática: ablação por radiofrequência. TAQUIARRITMIAS VENTRICULARES ● Ritmo taquicárdico originado do ventrículo. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● QRS alargado (> 120 ms) e sem onda P. Tipos: ● Sustentada: > 30s OU instável. ● Monomórfica: QRS iguais ● Polimórfica: QRS diferentes. ● Torsades de Pointes: é um tipo de TV polimórfica. QRS oscila em amplitude e polaridade. - Ritmo de base: QT longo. - Etiologias: antiarrítmicos, hipoK, hipoCa, hipoMg, quinolonas, azitromicina, antidepressivos, antipsicóticos, BAVT. - Complicação: pode evoluir para fibrilação ventricular e posterior PCR. TRATAMENTO ● Instabilidade hemodinâmica: cardioversão elétrica (100 a 200J). ● Estabilidade hemodinâmica: - Amiodarona ou Procainamida EV. - Tratar causa base - IAM, ICC, suspender medicamentos. - Se refratário, iniciar terapia crônica: betabloqueador + cardiodesfibrilador implantável, se causa irreversível. ● Torsades de Pointes: sulfato de magnésio 1-2 g, EV. >> BRADiarritmias << BRADICARDIA SINUSAL CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ● FC < 50-60 bpm. ● Onda P positiva em DII e seguida de QRS. ● Intervalo PR entre 120-200 ms. ETIOLOGIAS ● Vagotonia, uso de drogas bradicardizantes. TRATAMENTO ● Assintomático: não precisa tratar. ● Sintomático: Atropina 1 mg a cada 3-5 min (máx de 3 mg). - Opções: adrenalina ou dopamina ou marca-passo. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR FISIOPATOLOGIA ● Supra-hissiano: tem inervação parassimpática. - Benigno. - Responde à atropina. - BAV 1º grau. - BAV 2º grau Mobitz I. ● Infra-hissiano: não tem inervação parassimpática. - Maligno. - Não responde à atropina. - BAV 2º grau Mobitz II. - BAV 3º grau (BAVT). BAV 1º GRAU ● Retardo na condução atrioventricular. ● Intervalo PR > 200 ms. ● Não há bloqueio. BAV 2º GRAU MOBITZ I ● Fenômeno de Wenckebach: Ocorre o alargamento do intervalo PR antes de ocorrer o bloqueio de fato. ● Tem 1 onda P que não é seguida de QRS. BAV 2º GRAU MOBITZ II ● Ocorre o bloqueio da onda P “do nada” - não há o alargamento do PR antes. BAV 3º GRAU (BAVT) ● O átrio bate de um jeito e o ventrículo bate de outro jeito. ● Completa dissociação AV. ● Ventrículo atuando como marca-passo: bradicardia. TRATAMENTO Supra-hissiano: ● Assintomático: não precisa tratar. ● Sintomático: Atropina 1 mg a cada 3-5 min (máx de 3 mg). - Opções: adrenalina ou dopamina ou marca-passo. Infra-hissiano: ● Marca-passo: provisório (transcutâneo/transvenoso) ou definitivo.