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OBJETIVO 1 - Compreender as políticas de saúde e seu contexto histórico brasileiro (se existia, quem tinha acesso, funcionamento, Centro de Saúde, IAPS, CAPS, INPS, INAMPS). Colônia (1500 - 1822 → Proclamação da Independência) e Império (1822 - 1889 → Proclamação da República) ● Antes da chegada de europeus em território brasileiro, os povos indígenas já estavam aqui há centenas de anos ● Os indígenas já tinham enfermidades, mas com a colonização portuguesa tudo piorou, as enfermidades ficaram mais graves → as “doenças de branco”, comuns na Europa, não existiam no Brasil e os indígenas não tinham imunidade para elas → consequência: morte de milhares deles ● Baseada nas ações feitas pelos pajés/curandeiros → conhecedores das terapias de cura e do poder das ervas medicinais brasileiras ● Barbeiros, benzedeiras e jesuítas ● Boticários (atuais farmacêuticos): viajavam por toda parte examinando os doentes e receitando poções, remédios e fórmulas curativas ● Médicos eram praticamente inexistentes ● Não haviam políticas públicas estruturadas e nem centros de atendimento à população ● Acesso a tratamentos e cuidados médicos dependia da classe social ● Pobres e escravos geralmente não sobreviviam à doenças ● Nobres e brancos , tinham mais facilidade em acessar remédios (que eram caros e às vezes importados de Portugal e do Oriente) e suas chances de sobrevivência eram maiores Santa Casa de Misericórdia ● A primeira Santa Casa surgiu em 1543, quando Brás Cubas fundou em Santos a Irmandade da Misericórdia e o Hospital de Todos os Santos, antes mesmo de o país se organizar juridicamente e determinar as funções do Estado com a Constituição Imperial de 1824 ● As Santas Casas de Misericórdia são CENTROS MÉDICOS ligados a instituições religiosas, abrigavam indigentes, viajantes e doentes ● O objetivo era fornecer tratamentos de saúde e prestar assistência médica às pessoas, ligadas num primeiro momento, a ideia de CARIDADE, sendo por muitas décadas a única opção de acolhimento e tratamento de saúde para as pessoas sem condições financeiras (grande parte da população) ● Desde sua origem, até o início das relações com os governos (especialmente na década de 1960), as Santas Casas foram criadas e mantidas pelas doações da comunidade ● Esses hospitais viviam na pobreza, e na maioria das vezes não os tratamentos não iam além da canja de galinha e da caridade ● Algumas das santas casas no Brasil, antes da Constituição de 1824: as Santas Casas de Santos (1543), Salvador (1549), Rio de Janeiro (1567), Vitória (1818), São Paulo (1599), João Pessoa (1602), Belém (1619), entre diversas outras. ● De 1838 a 1940, as santas casas mudaram seu propósito → começaram a agir por meio da FILANTROPIA CARIDADE: restrita , voltada para sintomas , poderia melhorar as condições dos pobres apenas temporariamente (roupa, abrigos, refeição, cuidado) ● Palavra cristã que significa o “amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem” ● ter as mesmas atitudes, as MESMAS AÇÕES QUE DEUS TERIA em determinadas situações de miséria e de pobreza FILANTROPIA: ampla (vira sua atenção para problemas regionais, nacionais e até globais), voltada para as causas, capaz de abolir a miséria (enfrentar problemas sociais e ambientais). Atividades sociais, SEM ENVOLVER A DIMENSÃO ESPIRITUAL. ● Humanitarismo → amor a humanidade ● Orientação às pessoas ● Preocupação com o bem estar futuro D. Pedro I realiza as primeiras mudanças significativas para melhorar a saúde do povo ● 1808 → FAMÍLIA REAL PORTUGUESA CHEGA AO BRASIL e para oferecer serviços médicos aos nobres e se aproximar da realidade que viviam em Portugal, transformou escolas em faculdades, foram criados cursos de Medicina, cirurgia e química: ● Escola de Cirurgia da Bahia (em Salvador), por D. João VI em 18 de fevereiro de 1808 ● Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, em 1811 ● Aos poucos, os médicos estrangeiros foram substituídos por médicos brasileiros, ou formados no Brasil ● D. Pedro II criou órgãos para vistoriar a higiene pública n a nova capital brasileira → DECRETOS: 7 de fevereiro de 1808 → estabeleceu cargo de físico-mor do Reino, Estados e Domínios Ultramarinos (delimitou funções para os praticantes da medicina) → BRASIL COMO COLÔNIA, SE ESPELHAVA EM PORTUGAL - FISCATURA-MOR: instituição que regulamentava questões de saúde com alvarás e regimentos, concedia autorizações e licenças para a atuação dos “terapêutas” ● Tratamentos médicos não poderiam ser feitos por qualquer pessoa e curandeiros, médicos, cirurgiões, barbeiros, boticários e parteiras precisavam de autorização para atuar ● FUNÇÕES: - Físico-Mor: prescrevia medicamentos - Cirurgião-Mor: realizava intervenções cirúrgicas - PROVEDOR-MOR: prevenção e combate de epidemias, salubridade do Rio de Janeiro, fiscalização de portos do e abastecimento de alimentos, vigilância da cidade e quarentenas - Curandeiro: utilizar ervas medicinais nativas para curar doenças leves - Parteiras: realizar partos - Barbeiros e sangradores: escarificações e aplicação de ventosas e sanguessugas Colônia + Império = 389 anos → pouco feito em relação a saúde. MEDIDAS POUCO EFICAZES, “para inglês ver” ● RJ era capital → péssimas condições de vida (cidade imunda, doentia, infestada de ratos, de mosquitos, esgoto a céu aberto, lixo depositado em valas) facilitavam a disseminação de diversas doenças: - Febre amarela, peste bubônica, malária, cólera e varíola ● Poucas medidas sanitárias desse período (condições mínimas de higiene) não tinham como preocupação a melhoria da saúde da população em geral, e sim proteger os portugueses de doenças ● “Higienizar o centro urbano” – de maneira sanitária e SOCIAL → pois expulsava do centro da cidade os casebres e as pessoas de classe social mais inferior (favelas se desenvolviam nas áreas periféricas), então a família real e os nobres ficavam no centro. Fim do Império, Início da República ● Lei Áurea: fim da escravidão em 1888 → país dependente de mão de obra imigrante principalmente para a lavoura de café e fábricas ● Imigração, migração, formação de aglomerados + precário saneamento básico = predomínio de doenças transmissíveis, epidemias, problemas sanitários… ● Impérioterminou com o agravamento das questões de saúde → Brasil como a imagem de um país doente ● República trouxe novos ares e esperanças de avanços na saúde República Velha (1º República - oligárquica) → SANITARISMO se estendeu da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, na qual Deodoro da Fonseca assume a presidência, até a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ● 1889 - 1894 → República da Espada, país foi governado por dois presidentes militares: Deodoro da Fonseca, que renunciou e foi sucedido pelo seu vice, o marechal Floriano Peixoto. ● CARACTERÍSTICAS: - MANDONISMO: grandes proprietários de terra exerciam influência sobre a população local. - CORONELISMO: o coronel (grande proprietário de terra) exercia seu domínio sobre as populações locais, de forma a conquistar os votos necessários para atender os interesses da oligarquia, por meio da distribuição de cargos públicos ou pela intimidação. - CLIENTELISMO: é a troca de favores que é praticada entre dois atores politicamente desiguais. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O período de 1900 a 1920, foi marcado por reformas urbanas e sanitárias, principalmente em grandes cidades, áreas portuárias e no Rio de Janeiro (capital da república), mas mesmo assim o Brasil seguia sendo refém das epidemias. No início do séc. XX, o Rio de Janeiro, capital do Brasil estava em uma situação CAÓTICA (epidemias). ● Companhias de navegação se recusavam a passar pelos portos brasileiros devido às más condições sanitárias, o que AFETAVA a economia agroexportadora, que dependia do comércio externo ● Fama de um país insalubre afugentava novos operários Governo tinha interesses econômicos e no crescimento do país, para isso precisava de uma população saudável e com capacidade reprodutiva Mudanças e reformas no Rio de Janeiro, com atenção nas áreas portuárias. 1900 - Criação da FIOCRUZ → instituição de pesquisa e desenvolvimento em ciências biológicas localizada no Rio de Janeiro Oswaldo Cruz ( 1903 - é nomeado), sanitarismo e Revolta da Vacina ● Rodrigues Alves, presidente da República eleito em 1902 , diante da situação calamitosa nomeou prefeito da cidade o engenheiro Francisco Pereira Passos (promovia a reurbanização da cidade) e diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública o médico Oswaldo Cruz (atacava as doenças epidêmicas) → lhes deu amplos poderes e autonomia de ação ● COMBATES: - Febre amarela: “Brigada Mata-mosquitos”, tinha a missão de vistoriar todas as residências e eliminar os focos de reprodução do Aedes egypti. Os mata-mosquitos iam acompanhados de policiais, pois muitos moradores se recusavam a permitir a inspeção - Peste bubônica: desratização da cidade ● Apelou para o auxílio da população , orientando-a sobre a maneira de envenenar os ratos e pagando 100 reis por rato vivo ou morto → houve quem criasse ratos em casa para vender às autoridades sanitárias - Cólera: obras de saneamento básico e medidas higiênicas - VARÍOLA: para extingui-la só havia um meio: vacinação obrigatória , visto que parte da população recusava a vacinar-se → mas não foram explicados os objetivos da campanha e do que se tratavam as vacinas. ● A lei da vacinação obrigatória desencadeou uma campanha contra Oswaldo Cruz: população, médicos homeopatas, militares e muitos políticos colocaram-se em oposição à lei, que foi taxada de inconstitucional, pois feria a liberdade individual ● Em novembro de 1904 Rodrigues Alves (presidente) foi pressionado a demitir Oswaldo Cruz, mas se recusou, provocando um movimento armado, com a participação de militares, para depor o presidente da República, episódio que ficou conhecido como "Revolta da vacina" ● Revogada a lei, a população foi, aos poucos, aderindo à vacinação ao constatar a sua eficácia em prevenir a doença ● A cidade tomou novo aspecto com a remodelação urbana, a higienização e o desaparecimento gradativo das doenças epidêmicas { 1907 - febre amarela é erradicada do Rio de Janeiro 1908 -Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos é rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz Precárias condições de trabalho e vida da população ● 1917 - Greve geral dos operários devido à má qualidade de vida, saúde, trabalho e habitação. Campanhas chegaram até os sertões do país, divulgando a importância do cuidado com a saúde no meio rural, mas os pobres continuavam em moradias precárias, e as doenças fazendo vítimas. 1918 - Gripe espanhola → morte de 300 mil brasileiros → inoperância do governo brasileiro em relação a saúde no país 1920 - CARLOS CHAGAS reestruturou os serviços de saúde pública e criou o DNSP (Departamento Nacional de Saúde Pública) ● Introduziu a propaganda e educação sanitária inovando o modelo campanhista. ● Criação de órgãos contra Tuberculose, Lepra e doenças venéreas 1923 - ELOY CHAVES que instituiu as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), com a lei de arouca marco inicial da previdência social no Brasil - Era voltada para trabalhadores urbanos, setor ferroviário, setor privado - CAPs era uma empresa, os funcionários colaboravam com parte do seu salário para ter acesso a assistência médica - Para garantir proteção na velhice e na doença ● Proviam serviço funerário, socorro médico familiar, medicamentos mais baratos ● Garantir pensão no caso de algum acidente ou afastamento do trabalho por doença ● Futura aposentadoria - Era BIPARTITE (administração própria): bancado por empregados e empregador ● departamento incumbido de recolher a contribuição do patrão e a dos funcionários e pagar o benefício aos aposentados e pensionistas - Comissão Administrativa: eleita a cada 3 anos, composta por 3 representantes da empresa, 1 assumindo a presidência e 2 sendo representantes dos empregados 1929 - GRANDE DEPRESSÃO, fragilização da classe cafeeira permitindo que Getúlio Vargas se tornasse o presidente através da Revolução de 30. Período Populista (1930-1945) → criação dos institutos de seguridade social, focado no tratamento de endemias e epidemias 1930 - Getúlio Vargas cria o Ministério da Saúde e Educação 1932 - Com a pressão popular, ele suspende o CAPs e o substitui pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) - caráter nacional, participação direta do estado ● Amplia o atendimento para outras categorias profissionais ● Trabalhadores eram organizados por categoria profissional e não por empresas ● Unificação das estruturas de saúde (do CAPS) ● TRIPARTITE: bancado pelo Estado (UNIÃO), empregado e empregador → centralização da verba para a assistência em saúde ● Descontava dos salários dos trabalhadores para que eles pudessem ter direito a assistência médica quando necessário ● Resposta do Estado, às lutas e reivindicações dos trabalhadores no contexto de consolidação dos processos de industrialização e urbanização brasileiros ● Investiu na assistência curativa, em trazer insumos, especialidades ● 1932: São Paulo tenta derrubar Vargas do poder através da Revolta Constitucionalista, exigindo a promulgação da Constituição. 1934 - Rendição de São Paulo a novaconstituição - Constituição de 1934 → proporcionou novos direitos aos trabalhadores ● Assistência médica ● Licença gestante ● 1935: Luís Carlos Prestes: Levante militar para a tomada do poder ● Estado Novo (1937-1945) 1937 - Promulga-se leis trabalhistas, garantindo direitos sociais ao trabalhador para conter movimentos trabalhistas → Criação do Ministério do Trabalho 1940 - Criação do Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU) ● Disponibilidade de um médico hospitalar para prestar atendimento aos previdenciários ● Prestar serviço médico de urgência aos contribuintes dos IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões) ● Órgão era subordinado ao Ministério do Trabalho 1941 : Reforma Barros Barreto → Instituição de órgãos normativos e supletivos destinados a orientar a assistência sanitária e hospitalar ● Criação de órgãos executivos para controle de endemias ● Fortalecimento do Instituto Oswaldo Cruz ● Destaque aos programas de abastecimento de água e construção de esgotos ● Criação do Instituto Nacional do Câncer 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ● Benefícios a saúde ● Salário mínimo ● Garantias trabalhistas ● 1945: Deposição de Getúlio Vargas ATÉ AQUI O MODELO DE MEDICINA ERA CURATIVA , pois o dinheiro destinado a saúde preventiva nunca era repassado. ● Verbas da saúde eram desviadas para outros setores ● Partes dos recursos do IAPs financiava a industrialização do país ● Atendimento não chegava a todos ------------------------------------------------------- ● 1950: Eleição de Getúlio Vargas pelo voto popular - Criação da TV Tupi (conglomerado com as rádios) e a Petrobrás 1953 - Criação do Ministério da Saúde (Desvinculado do Ministério da Educação, diferente de 1930) ● Levar mais saúde ao povo brasileiro ● Se ocupava das políticas de atendimento nas zonas rurais ● Na cidade, a saúde era privilégio de trabalhadores com carteira assinada ● Modelo de Medicina Preventiva passa a ganhar forças com as ações de saúde pública através de 2 modelos: - Vertical: Específico para cada área de saúde - Centro de Saúde: Aproxima a medicina as condições sociais do povo. Suicídio de Getúlio Vargas Eleição de Juscelino Kubitschek → ocupado em construir a nova capital e dar impulso à industrialização 1956 - Criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU) ● Só aqui a classe rural passa a ter direito a saúde ● “Absorveu” o Serviço Nacional de Febre Amarela (SNFA) e o Serviço Nacional de Peste (SNP) ● Medicina - empresas particulares Ocorreu o Movimento contra a unificação dos IAPs. 1960 - Criação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) ● Exclusão de trabalhadores rurais, empregadores domésticos e servidores públicos. 1963 - Criação do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FunRural) ● Trabalhadores rurais ganham direito ● Obtinha contribuição Tripartite → União nunca cumpriu sua parte o que comprometeu a estabilidade futura do projeto GOLPE de 1964 Regime Militar (1964-1985) → modelo assistencial privatista e previdenciário ● Governos militares focaram os investimentos na segurança e desenvolvimento - Medicina de cunho individual e assistencialista, em detrimento de ações no campo de saúde coletiva - Saúde sofreu com a redução das verbas - Dengue, meningite e malária se intensificaram → epidemias - Aumento da mortalidade infantil ● Privilegiava a prática da Medicina Curativa e o superfaturamento do setor da saúde 1965 - nasce o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) ● Missão de unificar todos os órgãos previdenciários que vinham funcionando desde 1930 (6 IAPS e o SAMDU) ● Prestava atendimento só para as pessoas que contribuiam com a previdência social - Trabalhadores informais, desempregados, camelôs, trabalhadores rurais… Quem não tinha dinheiro, ficava sem atendimento ● Missão de melhorar o atendimento médico ● Consolida o componente assistencial → opção de compra de serviços assistenciais do setor privado ● Concretiza o modelo assistencial hospitalocêntrico, curativista e medicocentrado, que terá uma forte presença no futuro SUS ● 1967: Promulgação do Decreto Lei 200 , estabelecendo as competências do Ministério da Saúde. Durante os anos de 1970, mesmo no auge do “milagre econômico”, as verbas para saúde eram baixas: 1% do orçamento geral da União. Atenção primária era vista cada vez mais como responsabilidade dos municípios, cargos complexos ficavam a cargo dos governos estaduais e federal. Início da Década de 1970 - REFORMA SANITÁRIA ● Não foi um evento, e sim um processo evolutivo ● Brasil enfrentava crises nos sistemas de prestação de serviços em saúde, no conhecimento e prática médica e principalmente no estado sanitário da população ● TEMA: “Saúde e Democracia” e foi uma luta contra a ditadura. ● Englobava todo o setor da saúde em busca da melhoria nas condições de vida da população ● PROPOSIÇÕES: - Saúde como direito de todo cidadão, sem exclusão e/ou discriminação; - Descentralização administrativa e financeira - Ações de saúde devem garantir o acesso da população às ações de cunho preventivo e/ou curativo integradas em um sistema único. ● Movimentações: greves e sindicatos médicos 1970 - Criação da Superintendência de Campanhas de Saúde Publica (SUCAM) ● Fusão do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU), da Campanha de Erradicação da Malária (CEM) e da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) ● Atividades de erradicação e controle de endemias de tr ansmissão vetorial 1975 - Criação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) → continua evoluindo ● Estabelecia campo de ação para a prática da Promoção, Prevenção e Recuperação de saúde ● Medicina curativa: ministério previdenciário ● Medicina preventiva (ministério da saúde) → Baixo investimento ● Durou pouco • 1976 - Criação do Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) ● Primeiro programa de medicina simplificada ● Permitiu a entrada de técnicos provenientes do “movimento sanitário” ● Resultou numa grande expansão da rede ambulatorial pública 1977 - O sistema previdenciário sai do Ministério do Trabalho → Ministério da Previdência e Assistência Social, junto dele, está o fundo de apoio ao desenvolvimento social. É criado o Sistema Nacional de Assistência e Previdência Social (SINPAS) - e dentro dele, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). ● SINPAS: voltado para a especialização e integração de suas diferentes atividades e instituições. - C onstituía-se de três institutos: ● INAMPS para a assistência médica ● INPS para a concessão de benefícios ● IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social) para o controle financeiro ● INAMPS: grande órgão governamental prestador da assistência médica - Criado pelo aumento da população, da arrecadação e da ampliação do sistema de CAPs - FINALIDADE: prestar atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social, os empregados de carteira assinada - Maior parte do atendimento era feito por iniciativa privada 1978 - Conferência de Alma-Ata ● Sobre Atenção Primária à Saúde ● Reafirmou a saúde como um dos direitos fundamentais ao homem ● Enfatizou a necessidade dos governos promoverem a saúde de todos os povos do mundo, por isso, buscava saúde para todos até o ano 2000, para uma melhor qualidade de vida e paz mundial 1981 Criação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP)● Objetivo a tentativa de conter custos e fraudes ● Função de analisar, racionalizar os gastos e buscar soluções para melhoria da assistência médica 1982 ou 1983: Implantação do Programa de Ações Integradas de Saúde (PAIS)/ Ações Integradas de Saúde (AIS) ● Surgiu dentro do CONASP ● Novo modelo de assistência que incorporava o setor público, procurando integrar ações curativas, preventivas e educativas ao mesmo tempo ● Ênfase à Atenção Primária, rede ambulatorial pensada como a “porta de entrada” do sistema ● Prioridade para a rede pública de serviços de saúde, com complementação pela rede privada, após sua plena utilização Diretas já (reivindicação por eleições presidenciais diretas), anseio pela redemocratização, eleição indireta de Tancredo Neves… REFERÊNCIAS: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/do-descobrimento-ao- imperio-historico-da-saude-publica/34820 http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/d/10.pdf https://www.politize.com.br/direito-a-saude-historia-da-saude-publica-no-brasil/ https://www.todamateria.com.br/saude-publica-no-brasil/ https://portfolioelainesilva.wordpress.com/2017/10/25/politicas-publicas-de-saude-no-brasil / https://pt.slideshare.net/rilvalopes/histria-da-sade-pblica-no-brasil-126394298 https://www.sabedoriapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/politicas-publicas/saude/linh a-do-tempo-do-sus/ https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8&feature=youtu.be https://www.passeidireto.com/arquivo/37782427/linha-do-tempo-sus http://www.livrosinterativoseditora.fiocruz.br/sus/25/ OBJETIVO 2 - Descrever o surgimento do SUS e seus influenciadores (compreender a lei). Nova República (1985, fim da ditadura militar, até os dias atuais) → ampla democratização política do Brasil e sua estabilização econômica 19 86 - 8º (VIII) Conferência Nacional de Saúde ● Consolida a Reforma Sanitária ● Primeira CNS aberta para a sociedade (intensa participação social) → mais de 5 mil civis de todos os segmentos da sociedade discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil ● Fazia menção a descentralização dos serviços e a participação da população nas decisões ● Consagrou uma concepção ampliada de saúde (promoção, proteção e recuperação) e o princípio da saúde como direito universal e como dever do Estado ● RESULTADO: série de documentos que foram esboço/base para a elaboração da Constituição de 1988 e o surgimento do SUS → principais resoluções foram incorporados na Constituição de 1988 (leis orgânicas da saúde, n° 8.080/90 e n° 8.142/90) 1987 - Criação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS) ● INAMPS se incorpora ao Ministério da Saúde ● PRINCIPAIS DIRETRIZES: - Universalização e equidade no acesso aos serviços de saúde; - Integralidade dos cuidados assistenciais; - Descentralização das ações de saúde; - Implementação de distritos sanitários ● Pela primeira vez, o Governo Federal começou a repassar recursos para os estados e municípios ampliarem suas redes de serviços, prenunciando a municipalização que viria com o SUS ● As Secretarias Estaduais de Saúde → importantes para a descentralização e aproximação com os municípios, que recebiam recursos financeiros federais de acordo com uma programação de aproveitamento máximo de capacidade física instalada ● Antecedentes mais imediatos da criação do SUS 1988 – Constituição Federal (“cidadã”) ● Estabelece a saúde como “Direito de todos e dever do Estado” ● Reconhece o direito do acesso universal à saúde, a toda a população, por meio de um SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - Gratuito, de qualidade e universal, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes no Brasil. ● Prevê entre seus artigos 196 e 200, uma seção específica para tratar de políticas de saúde ● Apresenta, na sua Seção II, como pontos básicos: - “As necessidades individuais e coletivas são consideradas de interesse público e o atendimento um dever do Estado p - A assistência médico-sanitária integral passa a ter caráter universal e destina-se a assegurar a todos o acesso aos serviços - Esses serviços devem ser hierarquizados segundo parâmetros técnicos e a sua gestão deve ser descentralizada” ● Estabelece que o custeio do Sistema deverá ser essencialmente de recursos governamentais da União, estados e municípios ● Estabelece que as ações governamentais deverão ser submetidas a órgãos colegiados oficiais, os Conselhos de Saúde, com representação paritária entre usuários e prestadores de serviços ● Criação do CONASSEMS e CONASS: Associações de Secretários da Saúde, sendo o primeiro no âmbito Municipal e o segundo no âmbito Estadual. 1989 - último caso registrado de POLIOMIELITE no Brasil 1990 - Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) ● Congresso Nacional aprova a Lei Orgânica da Saúde, a Lei nº 8.080 , de de 19 de setembro de 1990 - D ispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes - Detalha: ● Título I - Disposições gerais ● Título II , capítulos: - I - Dos Objetivos e Atribuições - II - Dos Princípios e Diretrizes - III - Da Organização, da Direção e da Gestão - IV - Da Competência e das Atribuições - de cada nível (federal, estadual e municipal) - V - Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena - VI - DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR - VII - DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO - VIII - DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE ● Título III , capítulos: - I - Do Funcionamento - II - Da Participação Complementar ● Título IV : - DOS RECURSOS HUMANOS Mobile User ● Título V , capítulos: - I - Dos Recursos - II - Da Gestão Financeira - III - Do Planejamento e do Orçamento ● DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ● Institui os preceitos que se seguem até hoje ● Lei Complementar do SUS, a Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990: - Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS - Dispõe sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros - Institui os Conselhos de Saúde - Confere legitimidade aos organismos de representação de governos estaduais (CONASS – Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde) 1991 ● Criação da CIT (Comissão de Intergestores Tripartite ) e da CIB (Comissão de Intergestores Bipartite) - Gestão colegiada do SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo ● Criação do Programa dos Agentes Comunitários em Saúde (PACS) - Pessoas da própria comunidade que participam do cuidado à saúde, conectam o serviço de saúde e a comunidade, e ajudam a unir os diversos universos culturais, faz o cadastro das famílias e descobre com mais facilidade quais são as pessoas em situações de risco → nº de crianças, de gestantes, de pessoas com dengue ou pressão alta… → o que ajuda a planejar as ações em saúde e focar nas áreas que precisam de mais atenção - Atualmente existem mais de 200 mil ACSs, que contribuem diariamente para a melhoria da qualidade de vida das pessoas ● Criação da rede de atenção básica em saúde → postos de saúde ou unidades básicas de saúde: tinham médicos especialistas em ginecologia, pediatria e clínico geral - Hoje esses postos estão ultrapassados, e estão sendo substituídos pelas USF → representa uma nova forma de lidar com a saúde,fazendo parte da APS. A ESF mostra no nome a importância de lidar com a família, a ideia é entender a pessoa por inteiro: família, comunidade, contexto social e econômico 1992 - Aprovação da Norma Operacional Básica (NOB 01/1992) Mobile User Mobile User Mobile User Mobile User Mobile User Mobile User ● Programa de reorganização dos serviços de saúde → normas e procedimentos reguladores com foco no avanço do processo de descentralização 1992 - Descentralização e municipalização dos serviços ● Extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) 1994 - Estruturação da Saúde da Família com equipes multidisciplinares atuando nas comunidades 1995 - Regulamentação do Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS 1996 - A cesso e distribuição de medicamentos aos portadores de HIV/Aids 1996 NOB 96 → Redefinição do modelo de gestão, ênfase na descentralização e habilitação dos municípios e estados 1997 ● Implementação do Piso de Atenção Básica (PAB) → repasse de recursos ao gestor municipal, por pessoa, para o atendimento à saúde ● Criação do Programação Pactuada e Integrada (PPI) ● Criação do DISQUE SAÚDE 1998 ● Sistema Nacional de Transplantes ● Plano estratégico de mobilização comunitária para o combate a dengue 1999 ● Criação d a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) → registro e fiscalização de medicamentos e alimentos ● Política Nacional dos Medicamentos Genéricos 2000 ● Criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar → regulamentação do setor privado de saúde 2001 Mobile User Mobile User Mobile User Mobile User ● Lei nº 10.216 → proteção e direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais ● NOAS SUS 2001 → Norma Operacional de Assistência à Saúde: regulamentação e regionalização da assistência à saúde por meio da definição da divisão de responsabilidade entre estados e municípios gestão do SUS 2002 ● NOAS SUS 2002 → Norma Operacional de Assistência à Saúde: ampliação das resp onsabilidades dos municípios na Atenção Básica ● Criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do SUS ● Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência ● Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas ● Política Nacional da Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência 2006: muda a lógica de implementação do SUS, que deixa de ser orientado por NOB e passa a ser feita por meio de pactuação entre os gestores ● PACTO PELA SAÚDE: estabelecido pelos gestores das esferas federal, estadual e municipal, com objetivos e metas compartilhadas - Pacto pela Vida - Pacto em Defesa do SUS - Pacto de Gestão ● Política de Saúde da Pessoa Idosa Mobile User Mobile User Até hoje o SUS não recebe verba suficiente, o que reflete na qualidade do atendimento. Saúde segue sofrendo as consequências da corrupção e do gigantismo do Brasil. OBJETIVO 3 - Elucidar o funcionamento do SUS (princípios, diretrizes, organização) O que é o SUS? ● Sistema de saúde pública vigente no Brasil ● Considerado um dos maiores do mundo ● Abrange atendimentos desde a atenção primária até os setores mais complexos → integra os 3 níveis de atenção, buscando garantir acesso integral, universal e gratuito para toda a população brasileira. ● Coordena e articula as ações em saúde das esferas municipais, estaduais e federal. ● Procura assegurar a saúde, mas como um conceito ampliado, abrangendo o bem estar físico, mental e social ● Realiza ações de promoção, vigilância e prevenção da saúde ● É direito da população, previsto na Constituição, participar do processo de formulação das políticas de saúde através de suas entidades representativas e Conselhos de Saúde ● Pode ser complementado por serviços privados de saúde. Princípios Doutrinários Regem e conduzem as ações em saúde, toda a base do SUS e até os serviços privados, pois são considerados complemento do SUS e devem seguir essa base. UNIVERSALIDADE: é o princípio que garante o direito a ações e serviços de saúde (que é dever do Estado) a todo e qualquer cidadão, sem discriminação, independente de sexo, raça, ocupação, condições socioeconômicas, orientação sexual, onde mora, ou se tem plano de saúde ou não. Leva em consideração, a saúde como um conceito ampliado e não somente a ausência de doenças, envolve qualidade de vida, abrangendo questões sociais, econômicas e políticas.→ SUS alcança todos INTEGRALIDADE: é o princípio que considera as pessoas como um todo, visando prestar assistência integral a todas as necessidades da população, considerando várias dimensões do processo saúde-doença, que afetam o indivíduo e a comunidade. Ele garante a continuidade dos atendimentos, desde uma vacina, por exemplo, até uma cirurgia, ou seja, na atenção primária, secundária e terciária, através de ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação em saúde, o que repercute na qualidade de vida da população. → forma como a pessoa é tratada. EQUIDADE: tem como objetivo diminuir as desigualdades, ele garante prioridade de atenção aos mais vulneráveis. Todas as pessoas possuem igual direito aos serviços, mas essas pessoas apresentam diferenças entre si e cada caso apresenta sua complexidade. Por isso esse princípio objetiva priorizar os que necessitam de mais ações no âmbito de saúde, investir mais onde a carência é maior, nas populações excluídas, com condições de vida mais precárias, que têm maiores riscos de adoecer em decorrência da desigualdade presente em alguns segmentos como: distribuição de renda, bens e serviços. Assim, se oportuniza a igualdade. Em outras palavras, esse princípio busca tratar desigualmente os desiguais, como uma espécie de diferenciação positiva e oferecer serviços de saúde de acordo com as necessidades. Diretrizes/princípios organizacionais DESCENTRALIZAÇÃO: se refere a redistribuição do poder e das responsabilidades entre as 3 esferas do governo (municipal, estadual e federal) quanto às ações e serviços de saúde, objetivando prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. Dentro desse princípio, cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação social. Além disso, cabe aos municípios a maior responsabilidade na promoção e prestação direta da maioria dos serviços de saúde, diretamente voltadas aos seus cidadãos, pois ele tem condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. REGIONALIZAÇÃO: se refere a organização racionalizada das ações em saúde, que visa distribuir os recursos assistenciais no território com base na distribuição da população, ou seja, um município com uma maior população, tem uma demanda maior, precisa de mais infraestrutura e por isso recebe mais recursos, podendo também fazer atendimentos de outros municípios. HIERARQUIZAÇÃO: visa garantir acesso a qualquer segmento do serviço, em todas as modalidades de assistência e com acesso a todo tipo de tecnologia disponível, o que deve ser organizado em níveis de complexidade CRESCENTE: baixa, média e alta complexidade, ordenando assim o sistema de saúde por níveis de atenção (primário,secundário e terciário). O acesso da população a essa rede começa no nível de atenção primária, se não conseguir resolver, deve ser referenciado para os demais serviços, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade. ● “A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade”. PARTICIPAÇÃO SOCIAL: busca formular estratégias, controlar e avaliar toda a execução de política de saúde, com a participação da população na gestão, através de seus entidades representativas como CONSELHOS (representação de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviços) e CONFERÊNCIAS EM SAÚDE (que são periódicas e definem prioridades e linhas de ação sobre a saúde), isso abrangendo todos os níveis, do federal até o local, nas 3 esferas do governo. INTEGRAÇÃO: integra as ações dos subsistemas, dos serviços em redes assistenciais integradas, para que se garanta a continuidade do cuidado em redes assistenciais integradas, garantindo a continuidade do cuidado. *RESOLUBILIDADE: Quando determinado indivíduo busca o atendimento e o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentar e resolver as situações até o nível de sua competência. *COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO: Quando por insuficiência do setor público, for necessária a contratação de serviços privados, isso deve ser feito sob três condições: - Interesse público prevalecendo sobre o particular - A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS - A integração dos serviços privados deverá ser dada na mesma lógica organizativa do SUS e devem ter preferência os serviços não lucrativos, conforme determina a Constituição. Gestores do SUS Entidades encarregadas de fazer com que o SUS seja implantado e funcione adequadamente dentro das diretrizes doutrinárias, da lógica organizacional e seja operacionalizado dentro dos princípios. Estão nas três esferas do Governo: ● MUNICÍPIOS: São as Secretarias Municipais de Saúde ou as prefeituras. Cabe aos gestores PROGRAMAR, EXECUTAR e AVALIAR as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde - Município deve ser o primeiro e o maior responsável pelas ações de saúde para a população. Os serviços devem ser oferecidos em QUANTIDADE e QUALIDADE adequadas às necessidades de saúde da população. ● ESTADOS: São os Secretários Estaduais de Saúde, responsáveis pela coordenação das ações de saúde do seu estado. Seu plano diretor será a consolidação das necessidades propostas de cada município, através de planos municipais, ajustados entre si. ● FEDERAL: O Ministério da Saúde, sua missão é liderar o conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, identificando riscos e necessidades nas diferentes regiões para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro, contribuindo para o seu desenvolvimento. Referências: https://www.youtube.com/watch?v=NmVWpCIQTlE Meus resumos de PINESC OBJETIVO 4 - Explicar a fisiopatologia da hipertensão conforme a 7a Diretriz de Hipertensão. Conceito de Pressão Arterial Força ou pressão exercida pelo sangue em qualquer área da parede das artérias ● Sua unidade de medida: milímetro de mercúrio ● É possível aferir a pressão de uma pessoa com um esfigmomanômetro e um estetoscópio ● PA é definida pela fórmula: DC x RPT - DC → débito cardíaco: volume sanguíneo (VS) ejetado do ventrículo esquerdo para a aorta por minuto, determinado pelo volume sistólico (VDF - VSF) x frequência cardíaca (FC) - RPT → resistência periférica (mudança de diâmetro nas arteríolas) Conceito de Hipertensão Arterial (Diretriz) Doença crônica → níveis elevados de pressão nas artérias Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos nas artérias ≥ 140 mmHg PAS e/ou 90 mmHg PAD. ● Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo ● É agravada por fatores de risco: dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose, diabetes melito, sedentarismo, consumo excessivo de sal e fatores relacionados à genética. ● Mantém associação independente com eventos como morte súbita, accidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal Fatores de risco ● IDADE: Há uma associação direta e linear entre envelhecimento e prevalência de HA. ● SEXO e ETNIA: prevalência de HA é maior entre mulheres e pessoas de raça negra/cor preta, comparada a adultos pardos. ● EXCESSO DE PESO e OBESIDADE ● INGESTÃO DE SAL: consumo excessivo de sódio está associado a eventos cardiovasculares e renais ● INGESTÃO DE ÁLCOOL: Consumo crônico e elevado de bebidas alcoólicas aumenta a PA de forma consistente ● SEDENTARISMO: indivíduos insuficientemente ativos → adultos que não atingiram pelo menos 150 minutos semanais de atividade física considerando o lazer, o trabalho e o deslocamento ● FATORES SOCIOECONÔMICOS: Adultos com menor nível de escolaridade apresentaram a maior prevalência de HA (31,1%), a proporção diminuiu para 16% naqueles que completam o ensino fundamental, mas aumentou novamente (18,2%) em relação às pessoas com superior completo. ● GENÉTICA Tabela de Classificação Determinantes A regulação da pressão arterial (PA) depende de ações integradas de vários sistemas do corpo: cardiovascular, renal, endócrino e nervoso. Ela é determinada pela fórmula: PA = DC x RPT, que apresenta uma heterogeneidade e varia de acordo com as condições. O débito cardíaco (volume de sangue ejetado do ventrículo esquerdo para a aorta/minuto) é determinado por: FC (batimentos/min), que se relaciona diretamente com a contratilidade do miocárdio, multiplicado pelo VS (que se dá pela fórmula: VDF -VSF), que representa o volume de sangue bombeado para o ventrículo durante a contração, que depende do retorno venoso. A resistência periférica se refere a mudança de diâmetro das artérias (vasoconstrição ou vasodilatação) e também depende da espessura de suas paredes. Ela pode ser alterada , por exemplo, pelo sistema nervoso simpático e sistema renina-angiotensina. A PA também pode ser alterada pela volemia (controlada por compensação do próprio sistema circulatório e pelos rins), pois quanto mais sangue no corpo, mais força é necessária para ejetá-lo e comportá-lo; e pela elasticidade (complacência) dos vasos, além da viscosidade sanguínea, que é a espessura do sangue, razão entre os eritrócitos e o plasma. Fisiopatologia É uma doença multifatorial, e acontece quando o corpo, mesmo com seus mecanismos de regulação, não consegue mais regular o nível normal da PA, então a mantém alta e o corpo acaba se acostumando. Expõe o corpo a outras condições clínicas, portanto é um fator de risco para: doença coronária, aneurismas, aterosclerose, insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico e doença renal. Como a PA é determinadapor DC x RPT, os mecanismos patogênicos relacionados à hipertensão devem envolver débito cardíaco aumentado, resistência periférica aumentada, ou até mesmo, ambos aumentados. A PA é influenciada por fatores genéticos (alterações nos genes) e ambientais (obesidade, consumo excessivo de sal, sedentarismo, estresse, resistência a insulina), pois eles alteram os fatores fisiológicos que regulam a PA: mecanismos neurogênicos, o sistema renina-angiotensina, o endotélio → o que pode causar disfunção endotelial, presença excessiva de peptídeos vasoconstritores, excesso de atividade do sistema renina-angiotensina, hiperatividade simpática, interferindo na função e estrutura do aparelho cardiovascular, que pode ter o débito cardíaco e a resistência periférica aumentados, gerando uma tendência para hipertensão. Na maioria dos casos de hipertensão, a bomba de sódio-potássio é defeituosa, o que aumenta a permeabilidade aos íons de sódio, que juntamente com o acúmulo de cálcio, gera um consequente aumento de sódio e cálcio intracelular, tornando a célula mais sensível à estimulação simpática. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ HIPOTENSÃO O sistema renina-angiotensina, iniciado nos rins, também regula o volume sanguíneo e exerce influência na PA: o aparelho justaglomerular nos rins, é sensível a concentração de sódio, e quando a quando a PA diminui, menos sódio chega a arteríola aferente, o que leva a produção de RENINA, que ativa o angiotensinogênio no fígado e o converte em ANGIOTENSINA I, que cai na corrente sanguínea, vai para os pulmões, onde é convertida pela enzima ECA (enzima conversora de angiotensina) em ANGIOTENSINA II, que exerce ação vasoconstritora nas arteríolas, evitando que mais líquido seja filtrado e ocasione uma maior diminuição do volume sanguíneo, e provoca reabsorção renal de sódio, e consequentemente de água. O aumento nos níveis de angiotensina II ocasiona o aumento da secreção de ALDOSTERONA pelo córtex da suprarrenal, ela promove o aumento da reabsorção de sódio e estimula a secreção de potássio nos túbulos renais, para restaurar a volemia e consequentemente a PA. Sugerido que um defeito no manuseio do sódio pelos rins pode ser responsável pela associação entre a sensibilidade ao sódio e a PA. Problema 2 - “Quem paga a conta?” Doutora Jane e o líder de bairro são membros do conselho local de saúde e foram chamados pelos segmentos que representam, para atuar junto ao Conselho Municipal de Saúde. Drª Jane, na sua primeira reunião como conselheira, observa que a pauta do dia é o novo financiamento da Atenção Básica e em especial, o percentual da receita aplicado pelo município, estado e união na saúde da população. Jane, que chegou à reunião com mais perguntas do que respostas, questiona-se: “Como devo atuar no Conselho Municipal de Saúde? Isso promoveria alguma mudança na minha equipe? Será que teremos recursos suficientes para as novas demandas?” OBJETIVO 1 - Elucidar o papel e a importância da participação social nas decisões dos Conselhos de Saúde. ● Explicar a importância da participação popular (obj 5 f) ● Explicar o papel do controle social na gestão do SUS (obj 3 r) Lei Complementar do SUS 8142 → 28 de Dezembro de 1990 - Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS → DIREITO e DEVER ● A partir da criação de Conselhos de Saúde)(reuniões 1 vez por mês) e Conferências de Saúde (a cada 4 anos) nas três esferas de governo → mecanismos formais/legal (previsto em lei) PARTICIPAÇÃO SOCIAL → forma da população interferir na gestão do SUS, seja com críticas, elogios e propostas. Importância (democratização, vigilância, responsabilização e compromisso com a “coisa” pública) ● Povo precisa estar engajado e informado sobre o que acontece e como funciona ● População tem que ser apropriar do município ● Usuário tem que ser o multiplicador da informação - Criar uma eficiente rede de informação e comunicação ao cidadão sobre estes espaços de participação ● É essencial a participação dos grupos sociais (dentro dos representantes dos usuários) historicamente sub-representados nos processos de tomada de decisão política: as minorias - Ex: população LGBT, a população negra, povos indígenas, mulheres… ● Garantia de que a população participará do processo de formulação e controle das políticas públicas de saúde - Processo decisório sobre políticas públicas ● Participam da formulação, intervindo em decisões e orientam a Administração Pública quanto às melhores medidas a serem adotadas com objetivo de atender aos legítimos interesses públicos - Reduzir, eliminar ou prevenir os desperdícios e os desvios na aplicação dos recursos públicos - Cobrar e auxiliar na efetividade e no comprometimento daqueles que fornecem os serviços de saúde - Controle sobre a ação do Estado ● Monitorar, fiscalizar, avaliar, interferir na gestão estatal ● Reorientar as decisões governamentais para os problemas que devam prioritariamente ser enfrentados pela ação pública ● Influenciar a definição e a execução da política de saúde, a qualidade dos serviços do setor ● Assegurar que os gestores públicos se comprometam com a excelência na concepção e implementação dos programas, projetos, ações e serviços de saúde Meios além dos institucionais → formas não institucionalizadas (informais) de participação e de realizar impacto nas atividades da saúde ● Não influenciam diretamente o SUS, mas podem causar impacto suficiente para que a pauta levantada pelo grupo chegue a um espaço onde decisões concretas possam ser tomadas. ● Protestos ● TV, rádio ● Blog ● Internet → redes sociais OBJETIVO 2 - Explicar a atuação do conselho local e municipal de saúde. ● Como funciona os conselhos de saúde em cada esfera (federal, estadual, municipal) e qual a função de cada um? (obj 1 f) Lei 8142 → 28 de Dezembro de 1990 Art 1º ● O Sistema Único de Saúde (SUS), da lei 8080, contará em cada esfera de governo, com as instâncias colegiadas: - Conferência de Saúde ● Reunião a cada 4 anos com representação dos vários segmentos sociais ● Para avaliar a situação de saúde (avanços e retrocessos do SUS) e propor diretrizes para a formulação de políticas de saúde nos níveis correspondentes - Conselho de Saúde (reuniões 1 vez por mês) ● Atuam como espaços participativos estratégicos na reivindicação, formulação, controle e avaliação da execução das políticas públicas de saúde. ● Ambos (Conselhos de Saúde e Conferências) terão: - A representação dos usuários PARITÁRIA em relação ao conjunto dos demais segmentos - Sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho Conselho de Saúde (geral) → a comunidade (com seus representantes) participa da gestão pública ● Instituído pela Lei nº 8.142/1990 → composição, organização e competências. ● É regulamentado pela Resolução Nº 453 de 10 de Maio de 2012 que revoga a Resolução 333/2003 - É dividida em DIRETRIZES - Dispõe sobre a organização dos Conselhos de Saúde ● Como funcionam ● Quais normas devem seguir ● Questões sobre eleição, votação, tempo de mandato ● Estabelece instruções para: instituição, reformulação,reestruturação e funcionamento dos conselhos 1º Diretriz → Definição Órgão colegiado, deliberativo e permanente do SUS em cada esfera de governo. ● Órgão COLEGIADO → composto por pessoas que representam diferentes grupos da sociedade, as decisões são tomadas em grupos - Composição do Órgão Colegiado: ● 50% → REPRESENTANTES DE USUÁRIOS - Não pode estar comprometido de forma direta ou indireta com os demais grupos - Ex: sindicatos, associações, movimentos sociais ● 25% → REPRESENTANTES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE - Ex: médicos, enfermeiros, sindicatos e conselhos profissionais ● 25% → REPRESENTANTES DO GOVERNO (gestores) E PRESTADORES DE SERVIÇO - Ex: Instituições filantrópicas ou conveniadas e representantes do governo Diferenças são muito importantes para que o conselho tenha uma visão geral da saúde, acolhendo diversas perspectivas, e possa tomar decisões com mais qualidade, sempre respeitando todas as opiniões. OBS: Resolução 453/2012 recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades representativas. - Presidente pode ser de qualquer segmento → tem que ser eleito entre os membros do Conselho em reunião plenária ● Caráter PERMANENTE - Sempre vai existir, É FIXO, independentemente de decisões da gestão da União, do estado ou do município - Nenhuma autoridade ou lei estadual ou municipal pode extingui-lo - É necessária outra lei federal para que ele possa ser extinto ● Caráter DELIBERATIVO - Conversar para analisar ou resolver um problema/tomar uma decisão - Reunir-se com o objetivo de discutir determinados assuntos e chegar a um acordo/decisão - Diz sim ou não, aprova ou não aprova ESFERAS (garantirão autonomia administrativa para o pleno funcionamento dos conselhos): ● Da União → Conselho Nacional de Saúde ● Do estado → Conselhos Estaduais de Saúde ● Do município → Conselhos Municipais de Saúde ● Integrante (está dentro) da estrutura organizacional do (a): - Ministério da Saúde - Secretaria de Saúde dos Estados, do DF e dos Municípios O processo bem sucedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, Locais ou Distritais ( não previsto em lei, pode ter ou não) → se tiver, será coordenado pela esfera correspondente, no caso, a municipal. ● OBJETIVAM: - Participação social - Abrem as portas do SUS à sociedade civil organizada ● ATUAÇÃO - Formulação de estratégias - Controle da execução da política de saúde na instância correspondente - Controle de aspectos econômicos e financeiros → decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo ● Terão representação no Conselho Nacional de Saúde: - Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) São 5.565 conselhos municipais (em todos os municípios brasileiros; dados de 2007) e 27 conselhos estaduais 2º Diretriz → INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE A instituição dos Conselhos de Saúde (seja nacional, estadual ou municipal), tem que ser feita por uma lei, obedecendo a lei 8142/90. 3º Diretriz → A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE O Conselho servirá para propor, discutir, acompanhar, deliberar, avaliar e FISCALIZAR (principalmente) a implementação das políticas de saúde. Estabelece a composição paritária. Especificidades Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. TODO município e TODO estado precisam ter conselho de saúde → É LEI. Se não tiver, não recebe recursos do Fundo Nacional de Saúde. Todo conselho de saúde deve possuir um REGIMENTO INTERNO, que definirá como será o mandato dos conselheiros e estabelecerá regras de funcionamento do Conselho. Conselheiros As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e instituições, o Conselho de Saúde emitirá declaração de participação de seus membros durante o período das reuniões, representações, capacitações e outras atividades específicas. Conselho Nacional de Saúde (CNS) ● Criado em 1937, através da lei nº 378 - Tinha como atribuição assessorar o Ministério da Educação e Saúde, em conjunto com o Conselho Nacional de Educação ● Atribuições atuais regulamentadas pela Lei n° 8.142/1990 ● Integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde - Também fazem parte do CNS: ● Movimentos sociais ● Instituições governamentais e não-governamentais ● Entidades de profissionais de saúde ● Comunidade científica ● Entidades de prestadores de serviço ● Entidades empresariais da área da saúde ● MISSÃO: - Fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas públicas de saúde em diferentes áreas - Levar as demandas da população ao poder público ● RESPONSÁVEL POR: - Realizar conferências e fóruns de participação social - Aprovar o orçamento da saúde e acompanhar a sua execução - Avaliar/aprovar a cada quatro anos o Plano Nacional de Saúde Tudo isso para garantir que o direito à saúde integral, gratuita e de qualidade, conforme estabelece a Constituição de 1988, seja efetivado a toda a população no Brasil ● É composto por 48 conselheiros titulares e seus respectivos primeiros e segundos suplentes - Podem ser representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores, gestores do SUS e prestadores de serviços em saúde ● Tem eleições a cada três anos para escolher seus membros → podem se candidatar seguindo as regras regimentais - A presidência do órgão é eleita entre os próprios conselheiros e conselheiras Conselho Estadual de Saúde (CES) ● Apto a propor e aprovar diretrizes para elaboração do Plano Estadual de Saúde - Seja em função das características sócio-ambientais, do perfil epidemiológico, ou da necessidade de ações e serviços de saúde para a população ● Avalia o modelo estadual de gestão do SUS - Fiscalizando a administração do Fundo Estadual de Saúde e apreciando trimestralmente as suas contas ● Acompanha e contribui para o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Saúde ● Sessões plenárias são abertas ao público - Ocorrem regularmente 1 vez por mês - Podem ocorrer extraordinariamente por convocação do presidente ou de seus membros ● É formado por 80 conselheiros titulares e seus respectivos primeiro e segundos suplentes Conselho Municipal de Saúde (CMS) ● Integrante da estrutura básica da Secretaria Municipal de Saúde ● O Coordenador de cada fórum indicará a Mesa Diretora do CMS e os nomes dos representantes aceitos para conselheiros, juntamente com os suplentes - O Conselho de Campo Grande é composto por 16 conselheiros titulares e respectivos suplentes, com a seguinte distribuição: ● 8 usuários e suplentes ● 4 trabalhadores de saúde e suplentes ● 4 gestores/prestadores de serviços (público e privado) e suplentes ● OBS: serão nomeados por Decreto do Prefeito do Município deCampo Grande/MS, terão mandato de 2 anos (podendo ser reconduzidos). - Mesa Diretora: 4 membros ● 2 usuários ● 1 gestor ● 1 prestador de serviço ● RESPONSABILIDADES: Elaborar e controlar a execução da política pública regional - Controlar o dinheiro da saúde → Acompanhar as verbas que são encaminhadas pelo SUS e também os repasses de programas federais - Monitorar a execução das ações na área da saúde - Participar da formulação das metas para a área da saúde - Propor o Plano Municipal de Saúde → documento que reúne e organiza todas as propostas de ação que o governo tem para o desenvolvimento da saúde do município, oferecendo soluções para as necessidades e os problemas da população local. É o programa anual das ações e serviços prestados na saúde municipal. - Propor o Plano Plurianual → estabelece objetivos, metas e diretrizes que devem ser seguidas pelo governo municipal ao longo de 4 anos. ● Reuniões 1 vez por mês ● Atua em todas as áreas do setor (nos limites das competências municipais): - Fiscalização - Obtenção de informações - Proposta de estratégias - Tomada de decisões ● Envolvido em discussões com temáticas como: - Política de recursos humanos - Relação com o setor privado - Epidemias - Saneamento básico - Estratégias de vigilância à saúde Conselho Local de Saúde (CLS) não previsto em lei - coordenado pelo Conselho Municipal ● Órgão integrante à unidade de saúde → tem poder de decisão, participação e colaboração efetiva nos programas e ações que são desenvolvidas em cada unidade de saúde ● Espaço que permite um diálogo entre as partes - Há um reconhecimento da realidade vivida pelos trabalhadores em saúde, administradores, usuários e a sua relação com o sistema Único de Saúde e Rede Municipal ● Feito dentro do hospital, do CAPS, da UPA ● Após as eleições dos representantes (mandato de 2 anos), o diretor do distrito convoca a primeira reunião: - Nesta, deve ser escolhido o coordenador e o secretário - A representação de cada segmento deverá ser escolhida por eleição em fórum próprio ● As reuniões do Plenário são abertas aos usuários, trabalhadores, coordenadores (da Unidade Básica de Saúde ou da Unidade de Saúde da Família) e moradores em sua área de abrangência, que terão direito à voz e a voto ● A Coordenação é integrada por no mínimo 04 membros, respeitando a paridade QUAL O PAPEL DO CONSELHO DE SAÚDE LOCAL? ● Conhecer os recursos humanos, materiais e programas desenvolvidos no centro de saúde, decidindo as propriedades ● Propor treinamento e atualizações para os funcionários ● Propor medidas para o aperfeiçoamento da organização e do funcionamento de centro de saúde ● Fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e serviços de saúde ● Acompanhar, fiscalizar a política de saneamento e meio ambiente ● Estimular a participação comunitária no controle, manutenção e desenvolvimento das ações de saúde ● Criar mecanismo de ouvidoria que permita a população dar suas sugestões (urnas, caixas surpresas etc) ● Examinar propostas e denúncias apresentadas ● Acompanhar a elaboração do plano de trabalho da unidade de saúde ● Tomar providências para permanente orientação aos usuários sobre os serviços oferecidos na unidade de saúde REFERÊNCIAS: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/conselhos-de-saude/ https://conselho.saude.gov.br/apresentacao/apresentacao.htm http://conselho.saude.gov.br/apresentacao/index.htm http://www.ces.saude.pe.gov.br/ces/quem-somos/ http://www.ces.al.gov.br/composicao/ http://meuprontuario.net/qual-e-o-papel-conselho-municipal-da-saude-na-gestao-sus/ http://www2.portoalegre.rs.gov.br/cms/default.php?p_secao=76 http://www.campogrande.ms.gov.br/cms/artigos/o-que-e-conselho-local-de-saude/ https://pensesus.fiocruz.br/participacao-social#:~:text=Ao%20estabelecer%20como%20pri nc%C3%ADpio%20organizativo,defesa%20do%20direito%20%C3%A0%20sa%C3%BAd e . https://www.politize.com.br/saude-e-cidadania-participacao-popular/ https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade07/unid ade07.pdf https://www.scielosp.org/article/sdeb/2013.v37n96/139-147/pt/ https://www.youtube.com/watch?v=MEIrWTs-jZw OBJETIVO 3 - Elucidar a atenção básica e sua atuação ● Responsabilidade de cada esfera na atenção básica Atenção Primária à Saúde (APS) tem sido pensada desde o Relatório Dawson de 1920 , foi enriquecida pela Declaração de Alma Ata em 1978. EDIÇÕES da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB): ● 2006 ● 2011 ● 2017 → PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 Atenção Básica/Primária à Saúde (APS ou ABS) primeiro nível de atenção em saúde 80% dos problemas de saúde da população podem ser solucionados aqui Conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde ● Principal porta de entrada do SUS → primeiro contato do paciente com o sistema de saúde ● Presta serviços ambulatoriais não especializados ● Centro de comunicação com toda a Rede de Atenção dos SUS ● Se caracteriza pela continuidade e integralidade da atenção, considerando aspectos físicos, psíquicos e sociais da saúde ● Funciona como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos - Deve se orientar pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização e da equidade ● Onde as doenças mais frequentes na população são acompanhadas e tratadas ● OBJETIVO: desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades - Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território ● Ocorre no local mais próximo da vida das pessoas - Para cuidar da população no ambiente em que vive - Dirigida para a população de territórios bem delimitados - A proximidade das equipes que atuam nestes serviços com a comunidade, permite que se conheça melhor o cidadão, garantindo maior adesão aos tratamentos e intervenções médicas propostas ● Há diversas estratégias governamentais relacionadas: - Estratégia de Saúde da Família (ESF) ● Leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades de Saúde da Família (USF) ● Consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas USF - Programa Saúde na Hora ● Significa que nestas unidades, além dos horários convencionais, de 07h às 17h, terão horários flexíveis, o cidadão também pode ser atendido no horário do almoço, à noite ou aos finais de semana (fds opcional) ● Amplia os recursos mensais repassados a municípios que aderirem o programa ● Recursos devem ser usados para preparar as unidades que vão funcionar no novo formato e após início do novo funcionamento, passam a contar com o custeio mensal ampliado - Médicos pelo Brasil ● 18 mil vagas para médicos atuarem em regiões mais carentes do país ● Visa formar especialistas em prevenção e acompanhamento de doenças mais frequentes nos brasileiros, como diabetes e hipertensão ● Maioria das vagas para municípios distantes dos centros urbanos ou pequenos - Previne Brasil ● Reestrutura a distribuição de recursos para os municípios (pelo Governo Federal) ● Ganha mais quemcuida mais da saúde dos brasileiros ● São três critérios: - Nº de pessoas acompanhadas nos serviços de saúde, principalmente quem recebe benefícios sociais, crianças e idosos; - Melhora das condições de saúde da população, como impedir o agravamento de doenças crônicas como diabetes e redução de mortes de crianças e mães - Adesão a programas estratégicos, como Saúde Bucal e Saúde na Hora - Conecte SUS ● Surgiu em maio, na pandemia, reestruturado a partir do Meu DigiSUS ● Permite ao cidadão visualizar o atendimentos realizados nos pontos da Rede de Atenção à Saúde, permitindo o acesso seu histórico, para continuidade do cuidado nos setores público e privado ● Objetivo: dar maior visibilidade aos atendimentos e internações realizadas nos pontos da Rede de Atenção à Saúde ● Usuário tem acesso ao seu histórico de atendimento e a sua caderneta de vacinação Tipos de Equipes Equipe de Saúde da Família (eSF): visa à reorganização da Atenção Básica de acordo com os preceitos do SUS. População por equipe: 2.000 a 3.500 pessoas ● COMPOSIÇÃO: - 1 médico (no mínimo ) → preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade - 1 enfermeiro → preferencialmente especialista em saúde da família - Auxiliar e/ou técnico de enfermagem - Agente comunitário de saúde (ACS) → nº definido de acordo com a base populacional ● Em áreas de grande dispersão territorial, de risco e de vulnerabilidade social, recomenda-se máximo de 750 pessoas por ACS. - OBS: pode fazer parte da equipe → agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: ● Cirurgião-dentista → preferencialmente especialista em saúde da família ● Auxiliar ou técnico em saúde bucal. Equipe da Atenção Básica (eAB): deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a AB Equipe de Saúde Bucal (eSB): Constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB): equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais complementares às equipes que atuam na Atenção Básica ● Assistente Social ● Farmacêutico ● Fisioterapeuta ● Fonoaudiólogo ● Médico Ginecologista/Obstetra, Pediatra, Psiquiatra, Geriatra ● Psicólogo ● Nutricionista ● Profissional com formação em arte e educação Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS): forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção Básica EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES ESPECÍFICAS Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): desempenham suas funções em UBS cujo acesso se dá por meio fluvial → grande dispersão territorial, necessitam de embarcações para atender as comunidades dispersas no território Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): desempenham suas funções em UBS Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas ● UBSF → embarcações que comportam uma ou mais equipes de Saúde da Família Fluvial, equipadas com os materiais necessários para atender à população ribeirinha Equipe de Consultório na Rua (eCR): com composição variável, responsável por articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua, em unidade fixa ou móvel Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Responsabilidade das esferas UNIÃO ● Definir e rever as diretrizes da PNAB (Política Nacional de Atenção Básica) ● Garantir recursos federais para compor o financiamento ● Prestar apoio aos gestores dos estados e municípios ● Disponibilizar instrumentos para facilitar a gestão, formação e educação permanente dos gestores e profissionais da AB ● Articular com o Ministério da Educação estratégias curriculares nos cursos de graduação e pósgraduação na área da saúde → visando à formação de profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção Básica ● Garantir a educação permanente e continuada para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais ESTADO e DF ● Destinar recursos estaduais para compor o financiamento ● Monitorar as ações da AB nos municípios ● Analisar os dados gerados pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos; ● Divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da AB ● Definir estratégias de articulação com as gestões municipais ● Disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem a formação e a educação permanente dos membros das equipes de gestão e de atenção MUNICÍPIO ● Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações da AB ● Programar as ações de acordo com as necessidades de saúde de sua população ● Organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de atenção → visando à garantia das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da AB e de acordo com as necessidades de saúde das mesmas ● Garantir espaços para a participação da comunidade no controle social ● Destinar recursos municipais para compor o financiamento ● Selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de AB ● Garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes, e para a execução das ações ● Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras esferas de gestão ● Assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam na AB Atributos da APS SERVIÇO PRIMEIRO CONTATO: porta de entrada do serviço de saúde, início da atenção. Acessível a população a cada novo evento de saúde (adoecimento) ou um novo episódio de um mesmo evento (acompanhamento). O clínico geral atua como um filtro para garantir o acesso aos outros níveis de serviço especializado. LONGITUDINALIDADE: continuidade e regularidade da atenção, a relação humanizada entre a unidade de saúde (profissionais e equipes) e os pacientes e ao cuidado ao longo da vida, independente da presença ou ausência de doenças. INTEGRALIDADE (OU ABRANGÊNCIA): atender o paciente de forma integral, abrangendo aspectos biopsicossociais. COORDENAÇÃO: Envolve a coordenação das ações e dos serviços necessários para resolver as necessidades, garantir a continuidade da atenção e manter um registro adequado de informações. ORIENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE: participação da comunidade nas decisões envolvidas com a sua saúde e no reconhecimento das necessidades de saúde da população dentro de seu contexto econômico e social. CENTRALIDADE NA FAMÍLIA: conhecer os membros da família e seus problemas de saúde, levando em consideração o contexto familiar e sua dinâmica para que assim, consiga oferecer os serviços de acordo com a necessidade de cada pessoa da família. COMPETÊNCIA CULTURAL: entender o processo saúde-doença dentro das diferentes necessidades dos diferentes grupos de pessoas, que variam em características étnico-raciais e culturais. OBJETIVO 4 - Descrever a dinâmica do financiamento do SUS e em especial da atenção básica Financiamento
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